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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Finanças Administração Financeira I Governador Vice Governador Secretário Executivo Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Cid Ferreira Gomes Francisco José Pinheiro Antônio Idilvan de Lima Alencar Cristiane Carvalho Holanda Secretária da Educação Secretário Adjunto Coordenadora de Desenvolvimento da Escola Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Maurício Holanda Maia Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs Thereza Maria de Castro Paes Barreto Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 2 CAPÍTULO I – A FUNÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA ................................................ 3 Conceitos O papel do administrador Objetivos Liquidez e rentabilidade financeira Exercícios CAPÍTULO II – AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS .................... 8 Investimentos em ativos Recursos próprios e de terceiros Exercícios CAPÍTULO III – CUSTOS DE CAPITAL ............................................................................. 13 Conceitos básicos Modelo para decisões de investimentos Medida de rentabilidade O risco e o custo de capital Custo da dívida a longo prazo Custo da ação preferencial e ordinária Exercícios CAPÍTAL IV – ESTRUTURA FINANCEIRA DA EMPRESA ............................................. 22 Conceitos básicos Estrutura do capital e alavancagem financeira Exercícios CAPÍTULO V – PAGAMENTO DE DIVIDENDOS versus RETENÇÃO DE LUCROS .... 24 Política de dividendos O papel dos dividendos Distribuição dos dividendos em bonificações Exercícios REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 29 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 2 INTRODUÇÃO A administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados à administração das finanças de empresas e organizações. Ela está diretamente ligada a Administração, Economia e a Contabilidade. A administração financeira de uma empresa pode ser realizada por pessoas ou grupos de pessoas que podem ser denominadas como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro, sendo também denominado simplesmente como administrador financeiro. Em empresas pequenas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas somente no departamento contábil. No caso de uma empresa de grande porte a tesouraria e a controladoria são responsáveis pela administração financeira da empresa. É imprescindível para uma empresa, independente do tamanho, uma administração financeira de qualidade para assegurar sua vida útil. Boas Aulas! Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 3 CAPÍTULO I – A FUNÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA CONCEITOS A administração financeira de uma empresa é feita pelo: Vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial Officer – CFO); Diretor financeiro; Controller; Gerente financeiro ou administrador financeiro. Independentemente da classificação, tem-se os mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierárquicos, o diretor financeiro coordena a as atividades de tesouraria e controladoria. Mas, é necessário deixar bem claro que, cada empresa possui e apresenta um especifico organograma e divisões deste setor, dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas pequenas o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas somente no departamento contábil - até mesmo, por questão de encurtar custos e evitar exageros de departamentos. Porém, à medida que a empresa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças evoluem e se desenvolvem para um departamento separado, conectado diretamente ao diretor-financeiro, associado à parte contábil da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e tomada de decisão. Em empresa de grande porte é imprescindível esta divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, a tesouraria ou gerência financeira cuida da parte específica das finanças em espécie, da administração do caixa, do planejamento financeiro, da captação de recursos, da tomada de decisão de desembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de crédito e fundo de pensão. Já a controladoria ou contabilidade é responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como, do gerenciamento de impostos - ou seja, cuida do controle contábil do patrimônio total da empresa. O PAPEL DO ADMINISTRADOR O administrador financeiro tem duas funções básicas: a. A alocação eficiente dos recursos da empresa. Essa função exige que o administrador financeiro faça a verificação constante da utilização dos recursos no caixa, nas contas a receber, em títulos de curto prazo, estoques, investimentos em capital e na análise de risco da empresa. Isso significa que o administrador financeiro deve determinar o total do ativo, a sua composição e o perfil do risco da empresa. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 4 b. Obtenção de recursos nas condições mais favoráveis Essa função exige que o administrador financeiro busque a obtenção de recursos diante de uma grande variedade de fontes, cada uma tem suas características de custo, prazo, disponibilidade, ônus, entre outras. Além disso, o administrador financeiro deve considerar a política de dividendos e retenção de lucros para obter recursos. A função de gestão financeira geralmente é associada a um alto executivo da empresa, denominado frequentemente diretor financeiro ou vice-presidente de finanças. O vice-presidente de finanças coordena as atividades do tesoureiro e do controlador. A controladoria preocupa-se com a contabilidade de custos e a contabilidade financeira, com os pagamentos de impostos e com os sistemas de informação gerencial. A tesoureira responsabiliza-se pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu planejamento financeiro, e pelos gastos de investimento. Numa empresa menor, o tesoureiro e o controlador talvez sejam a mesma pessoa, não se encontrando dois departamentos distintos. O administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões: 1 - Orçamento de Capital: Processo de planejamento e gestão dos investimentos de uma empresa em longo prazo. Nessa função o administrador financeiro procura identificar as oportunidades de investimento cujo valor para a empresa é superior a seu custo de aquisição. Em termos amplos, isto significa que o valor do fluxo de caixa gerado por um ativo supera o custo desse ativo. 2 - Estrutura de Capital: Combinação de capital de terceiros e capital próprio existente na empresa. O administrador financeiro tem duas preocupações, no que se refere a essa área. Primeiramente, quanto deve a empresa tomar emprestado? Em segundo lugar, quais são as fontes menos dispendiosas de fundos para a empresa? Além destas questões, o administrador financeiro precisa decidir exatamente como e onde os recursos devem ser captados, e, também, cabe ao administrador financeiro a escolha da fonte e do tipo apropriado de recurso que a empresa, por ventura, tomará emprestado. 3 - Administração do Capital de Giro: Capital de giro é os ativos e passivos circulantes de uma empresa. A gestão do capital de giro de uma empresa é uma atividade diáriaque visa assegurar que a empresa tenha recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras. OBJETIVOS A administração financeira é eficiente na existência de algum objetivo ou meta, pois uma decisão financeira só poderá ser avaliada como eficiente ou ineficiente a partir de um padrão já determinado. Os objetivos que uma empresa deve atingir são vários, pois cada departamento tem o seu objetivo específico. Mas o objetivo do departamento financeiro é considerado o principal objetivo de uma empresa. Pois o objetivo financeiro é o indicador de eficiência da empresa, ou seja, ele determina o aumento da riqueza dos seus acionistas ou proprietários. O aumento da riqueza será representado pelo preço de mercado de cada ação representativa do capital da empresa. Apesar de o preço de mercado não ser uma medida perfeita da riqueza de todos os acionistas, ainda é utilizado por ser a melhor medida que dispomos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 5 Para que esse objetivo seja atingido, é necessário que outros objetivos sejam atingidos. São eles: Lucratividade; Endividamento; Liquidez; Vendas; Mercado. Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas, dependendo da situação e necessidade, e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos. Mas, no geral, a administração financeira serve para manusear da melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo otimizar o máximo que se puder o valor agregado dos produtos e serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva diante de um mercado repleto de concorrência, proporcionando, deste modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e satisfação aos investidores. A maximização de lucro é o objetivo mais geral da administração financeira, é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes, não importando se a empresa é uma firma individual, uma sociedade de pessoas (quotas) ou por ações. Em qualquer delas, as boas decisões financeiras aumentam o valor de mercado do capital dos proprietários. Pode-se dizer que a administração financeira tem os objetivos básicos: a - Manter a empresa em permanente situação de liquidez, como condição básica ao desenvolvimento de suas atividades. Uma empresa apresenta boa liquidez quando seus ativos e passivos são administrados convenientemente. O importante é manter os fluxos das entradas e saídas de caixa sob controle e conhecer antecipadamente as épocas em que irá faltar numerário. b - Obter novos recursos para planos de expansão, com base em estudos de viabilidade econômico- financeira e aos menores custos. a empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro. A grande concorrência existente nas modernas economias de mercado obriga as empresas a se manterem tecnologicamente atualizadas. Nenhuma pode sentir-se segura em uma boa posição, porque a qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais barato. Deste modo, as empresas são impelidas a desenvolverem continuamente novos projetos e a tomarem decisões sobre a sua implantação. Normalmente isto significa a necessidade de vultuosas somas adicionais de recursos e uma elevação no risco do empreendimento. O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 6 LIQUIDEZ E RENTABILIDADE FINANCEIRA Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade com que ele pode ser convertido em dinheiro. O grau de agilidade de conversão de um investimento sem perda significativa de seu valor mede sua liquidez. Um ativo é tanto mais liquido quanto mais fácil for transformá-lo em dinheiro vivo, ou seja, a liquidez pode ser entendida como a medida de interesse que o mercado tem em negociar esse ativo. Ela pode variar conforme os investimentos feitos nas empresas, suas perspectivas e de acordo com as conjunturas econômicas nacional e internacional. A moeda é considerada como o ativo mais líquido, mas é uma reserva de valor imperfeita; quando os preços sobem, o valor da moeda cai. Em análise de crédito, liquidez se refere à probabilidade de um cliente honrar o seu compromisso com o credor (comércio, indústria, banco e etc...) de acordo com o contrato firmado e na data correta. Ou seja, é a capacidade de pagamento de um cliente. O cliente que depende de um outro credor para quitar seu débito junto a um primeiro credor, demonstra que não tem boa liquidez. O grau de liquidez para os investidores é estimado através do respectivo desconto de valor. Os investimentos que são feitos através da private equity normalmente estão adicionados riscos adicionais à saída. Rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido na empresa. A rentabilidade esperada para micro e pequenas empresas é de 2% a 4% ao mês sobre investimento. Numa perspectiva de empresa a rentabilidade dos capitais investidos resulta, necessariamente, da combinação de vários fatores, dos quais destacamos: fatores de natureza operacional como a rentabilidade operacional das vendas, através da percentagem de evolução da margem que geram e o efeito da estrutura de custos fixos e operacionais, bem como a rotação e eficiência desses mesmos capitais; fatores de natureza financeira, funcionando essa estrutura de capitais como alavanca do negócio, não podendo deixar de ter em conta os encargos financeiros que necessariamente terão um outro fator importante é, sem dúvida, os eventuais resultados extraordinários e o seu efeito na empresa e, por último, o efeito fiscal sobre a rentabilidade. Rentabilidade é o retorno esperado de um investimento descontando custos, tarifas e inflação. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 7 EXERCÍCIOS 1. Por quem pode ser feita a administração financeira de uma empresa? 2. Como é feita a administração financeira em uma empresa pequena? 3. Como é feita a administração financeira em uma empresa de grande porte? 4. Quais as funções básicas de um administrador financeiro? 5. Qual a função do vice-presidente em finanças? 6. Qual a função da controladoria? 7. Qual a função da tesouraria? 8. Em uma pequena empresa, quem exerce as funções de controladoria e tesouraria? Explique. 9. Quais as questões que um administrador financeiro deve se preocupar? Descreva cada uma delas. 10. Qual o principal objetivo de uma administração financeira? Explique. 11. O que significa o aumento da riqueza para uma empresa? 12. Cite outros objetivos que uma empresa deve atingir (específicos)? 13. Quais os objetivos básicos de uma empresa? Comente cada um. 14. O que é liquidez? 15. O que pode acarretar em uma variação na liquidez? 16. Qual o ativo mais líquido? Explique. 17. Como os investidores estimam o grau de liquidez? 18. O que é rentabilidade? 19. Que fatores estão relacionados com a rentabilidade de uma empresa? Explique. 20. Liste algumas empresas que você conhece e identifique como é feita a administração financeira de cada uma delas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 8 CAPÍTULO II – AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOINVESTIMENTOS EM ATIVOS Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura), ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros. O investimento bruto corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques. O investimento líquido exclui as despesas com manutenção e reposição de peças, depreciação de equipamentos e instalações. Como está diretamente ligado à compra de bens de capital e, portanto, à ampliação da capacidade produtiva, o investimento líquido mede com mais precisão o crescimento da economia. "Investimento" também pode referir-se à compra de ativos financeiros (ações, letras de câmbio e outros papéis). Os investimentos em ativos fixos são objeto de diversas classificações, sendo os mais frequentes tipos de investimento: 1- Os investimentos de substituição são os mais comuns e de mais fácil análise, as empresas já conhecem os custos das imobilizações a substituir. 2- Os investimentos de expansão destinam-se a aumentar a capacidade de produção ou de escoamento de produtos acabados. 3- Os investimentos de modernização visam a introdução de novas tecnologias, têm como objetivo específico a melhoria da produtividade do trabalho ou a redução dos custos industriais ou de distribuição. 4- Os investimentos de inovação destinam-se à introdução de novas tecnologias ou de melhoria de produtos. 5- Os investimentos sociais visam direta ou indiretamente a melhoria das condições de trabalho na empresa. 6- Os investimentos ambientais, impostos pela legislação em vigor, têm como objetivo preservar o ambiente, não raramente, têm que ser, pelo menos parcialmente, suportados pela empresa. 7- Os investimentos estratégicos têm finalidade ofensiva ou defensiva em relação às empresas concorrentes. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 9 RECURSOS PRÓPRIOS E DE TERCEIROS Os recursos próprios da empresa são: O capital social, As reservas e Os lucros acumulados. Itens que integram o patrimônio líquido no balanço patrimonial da empresa. O capital social A obtenção de recursos externos para aumentar o capital social se faz com: O lançamento de novas ações ao público ou Oferta de direitos de subscrição aos acionistas atuais, no caso das sociedades anônimas. A ação é o valor mobiliário representativo de uma parcela do capital social da sociedade anônima emissora que atribui ao seu titular a condição de sócio desta. Ao fracionar o capital social da anônima em valores mobiliários, a lei facilita a negociação da participação societária desse tipo de sociedade e ressalta a natureza de investimentos do ato de ingresso no seu quadro de sócios. Dependendo do contexto em que é necessário atribuir valor à participação societária, isto é, em função dos objetivos da avaliação, a ação poderá ter, e normalmente tem, valores diferentes. Valor Nominal – Resultado da divisão do capital social da sociedade anônima pelo numero de ações que ela tem emitidas. Trata-se de simples operação matemática, em que o montante em reais do capital social é dividido pelo número de todas as ações de emissão da sociedade (independentemente de espécie ou classe). Valor Patrimonial – É a parcela do patrimônio líquido da sociedade anônima correspondente a cada ação. É obtido pela divisão do valor em reais do patrimônio líquido pelo número de ações. Todos os bens e direitos titularizados por uma companhia compõem o seu patrimônio bruto, também chamado ativo. Ao se deduzir deste o montante correspondente às obrigações devidas pela sociedade (quer dizer, o passivo), chega-se ao patrimônio líquido. Portanto, o patrimônio liquido é resultante do ativo total menos o passivo. O valor patrimonial da ação poderá ser maior ou menor que o valor nominal, sendo na maioria das vezes diferentes. Valor de Negociação – O montante pago pela ação, quando adquirida – ou, o que é o mesmo, o recebido, quando vendida -, denomina-se valor de negociação. Não é igual ao nominal, nem ao patrimonial. A ação vale, ao ser negociada, o que o comprador está interessado em pagar, e o vendedor em receber. Os demais critérios de avaliação (nominal, patrimonial, econômico ou de emissão) podem eventualmente servir de referência às partes para formularem suas propostas iniciais e para chegarem a um acordo. Valor Econômico – Este valor da ação resulta de uma complexa avaliação, procedida segundo critérios técnicos e realizada por profissionais especializados. O objetivo de cálculo é mensurar o preço que provavelmente um negociador racional pagaria pela ação, caso ela fosse vendida. Pode-se apontar, como Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 10 um modelo de análise bastante utilizado pelos analistas, o denominado “Fluxo de Caixa Descontado”, em que se estimam, e, valor presente, os fluxos de caixa futuros, correspondentes à participação acionária. Quer dizer, procura-se traduzir em dinheiro presente os futuros embolsos e desembolsos da sociedade, considerando-se o risco de inadimplência de devedores ou da existência de passivos ocultos (não contabilizados). Os recursos de terceiros são fundos especiais que órgãos governamentais disponibilizam para investimentos públicos ou para empresas privadas. Os empréstimos a longo prazo são geralmente concedidos com os recursos destes fundos por várias instituições financeiras. Estes empréstimos geralmente têm maturidade de cinco a doze anos, podendo existir maturidades menores, porém são mais comuns aquelas cujo período mínimo é de cinco anos. Comumente são concedidos para financiar necessidades fixas de capital de giro, compra de máquinas e equipamentos ou liquidar outros empréstimos. Normalmente os acordos de empréstimos possuem cláusulas especificando o montante e a maturidade do empréstimo, datas de pagamento, a taxa de juros, cláusulas padronizadas, clausulas restritivas, o colateral, a finalidade do empréstimo e ação a ser tomada no caso de falência. O montante do empréstimo Afeta de maneira inversa o custo dos juros sobre o empréstimo. Os custos de administração de empréstimos provavelmente decresçam com o crescimento do montante do empréstimo, porém, aumenta o risco para o credor, pois quanto maior o empréstimo a longo prazo incorrido pelo tomador, maior o risco de falência. Portanto, o montante do empréstimo buscado por cada tomador precisa ser avaliado pela instituição financeira, para se determinar os custos efetivos de acordo com os riscos envolvidos. A maturidade do empréstimo Significa que quanto mais extenso for o prazo de um empréstimo, menos exatidão se obterá na previsão dos padrões de taxas de juros até o vencimento e, portanto, maior será o grau de incerteza associado com o empréstimo. O credor geralmente cobra maior taxa de juros sobre empréstimos a longo prazo, a fim de ter compensação pela incerteza das taxas futuras de juros, pois quanto mais extenso o prazo de um empréstimo, maior a probabilidade do tomador falir. Aconselha-se ao tomador usar formas alternativas de financiamento (empréstimo a curto prazo, debêntures, ações, etc.), quando as taxas a longo prazo estiverem elevadas. Datas de Pagamento Os acordos de empréstimos a prazo podem exigir pagamentos mensais, trimestrais, semestrais e até mesmo anuais. Em geral, durante o prazo de carência, os pagamentos periódicos representam apenas os juros da operação, e encerrando-se a mesma, estes pagamentos começam a amortizar o principal e os juros até o fim do prazo para liquidação do empréstimo.Cláusulas Padronizadas – Inúmeras cláusulas padronizadas são incluídas nos contratos de empréstimo a longo prazo. Estas visam assegurar ao credor que a empresa continua a existir e opera de uma forma respeitável e comercial. Elas exigem que o tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, entregue demonstrações financeiras, pague impostos e outras obrigações, e traga todas as suas instalações em boas condições. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 11 Cláusulas Restritivas Estas cláusulas existem para proteger o credor contra desenvolvimentos financeiros adversos que afetem o tomador do empréstimo. Geralmente incluem restrições quanto ao capital de giro, ativos fixos, empréstimos subsequentes, dentre outras situações. As clausulas restritivas procuram exigir que a empresa mantenha uma condição financeira e estrutura administrativa sólida. Colateral Os acordos de empréstimos a longo prazo podem ser garantidos ou não, da mesma forma que os empréstimos a curto prazo. O requisito de colateral vai depender da avaliação feita pelo credor quanto a condição financeira do tomador. Os tipos comuns de colateral incluem maquinaria e equipamento, edificações, cauções de duplicatas e cauções de títulos. Os organismos que concedem financiamentos a médio prazo (MP) ou a longo prazo (LP) utilizando fundos especiais são: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; Banco do Brasil S.A.; Bancos Estaduais e Regionais de Desenvolvimento; Caixa Econômica Federal Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 12 EXERCÍCIOS 1. Defina investimento. 2. O que é investimento bruto? 3. O que é investimento líquido? 4. A que se refere o investimento em ativos financeiros? 5. Quais as classificações mais comuns dos investimentos em ativos fixos? 6. Quais são os recursos próprios de uma empresa? 7. Como é possível aumentar o capital social de uma empresa com recursos externos? 8. O que é ação? 9. Quais os valores que uma ação pode ter? Defina cada um desses valores. 10. O que são recursos de terceiros? 11. Qual a finalidade de empréstimos a longo prazo? 12. Qual é a maturidade de um empréstimo de longo prazo? 13. Para qual tipo de necessidades um empréstimo de longo prazo é comumente cedido? 14. Normalmente, que tipo de cláusulas está presente no contrato de empréstimo? Explique cada uma delas. 15. Cite quais organismos cedem empréstimos com fundos especiais? Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 13 CAPÍTULO III – CUSTOS DE CAPITAL CONCEITOS BÁSICOS O custo do capital pode ser representado pela taxa de juros que as empresas usam para calcular, descontando ou compondo, o valor do dinheiro no tempo. Considera-se ainda que o custo do capital de uma empresa é fator de fundamental importância para uma variedade de decisões a serem tomadas, por meio do qual demonstram que as diferenças na composição de informações entre públicas e privadas afetam o custo do capital, bem como que a taxa de obtenção de capitais para projetos de investimentos influenciam a estrutura de capital da empresa. Assim, o custo do capital tem efeito sobre as operações da empresa que, subsequentemente, afeta a sua lucratividade, e é obtido considerando todas as fontes dos recursos postos à disposição da empresa, de acordo com a participação percentual do capital próprio e de terceiros. MODELO PARA DECISÕES DE INVESTIMENTO A decisão de investimento é, sem dúvida, uma das principais decisões da área financeira. Resume-se em saber como aplicar o capital em projetos de investimentos, cujos benefícios serão computados no futuro. Como os lucros futuros não podem ser estimados com certeza a decisão de investir envolve risco. Normalmente, as aplicações dos recursos na área de investimentos destinam-se a: Aquisição de máquinas novas; Substituição de equipamentos; Campanha publicitária; Instalação de sistema de controle de produção e estoques por computadores; Compra de patente sobre processo de produção ou direitos de uso de marcas comerciais; Construção de uma nova fábrica; Abertura de uma nova linha de produtos e serviços; Lançamento de um novo produto; Decisões entre alugar e comprar. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 14 O modelo para decisão de investimento deve considerar os seguintes aspectos antes de decidir onde ou em que investir: 1. Observar as características da decisão de investimentos; 2. Considerar os objetivos da decisão de investimentos; 3. Identificar os problemas da decisão de investimentos; 4. Verificar suas propriedades essenciais e 5. O período de recuperação Quanto às características, a decisão de investimento tem as seguintes: Irreversibilidade; Ligada ao futuro; Comporta risco; Ligada a montantes elevados; Utiliza conhecimentos de várias áreas; Integra-se no processo de planejamento Quanto aos objetivos, a decisão de investimentos tem o seguinte: Maximização da riqueza dos acionistas baseada nos seguintes pressupostos: O mercado de capitais é perfeito; A taxa de juro do mercado é constante ao longo do tempo; Os fluxos de caixa futuros são conhecidos com certeza. Quanto aos problemas, a decisão de investimento deve observar os seguintes: Identificação de novas oportunidades ou novas tecnologias; Necessidade de estimar os fluxos de caixa; Avaliação de acordo com as regras de decisão. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 15 Quanto às propriedades essenciais das técnicas de avaliação, a decisão de investimento tem as seguintes: Todos os fluxos de caixa devem ser considerados; Os fluxos de caixa devem ser atualizados ao custo de oportunidade do capital; Dentre os projetos mutuamente exclusivos devem selecionar o que maximiza a riqueza do acionista; Os gestores devem ser capazes de considerar um projeto isoladamente (princípio da aditividade). Quanto ao período de recuperação (Payback), a decisão de investimentos de considerar: O período de recuperação de um investimento é o número de anos necessários para recuperação do investimento inicial. O período de recuperação é calculado pela soma dos fluxos de caixa anuais até o seu total ser igual ao investimento inicial. Vantagens e desvantagens. O cálculo deve ser fácil assim como a sua compreensão. Não considerar qualquer fluxo de caixa que ocorra para além do período de recuperação. Pode discriminar os projetos a longo prazo. Não considerar o valor temporal do dinheiro. MEDIDA DE RENTABILIDADE A rentabilidade é um indicador de atratividade da empresa, pois mostra a velocidade de retorno do capital investido. Esse indicador é obtido sob a forma de valor percentual por unidade de tempo e mostra a taxa de retorno do capital investido em um determinado período de tempo (mês ou ano). Podemos ilustrar o cálculo da rentabilidade com o seguinte exemplo: Se uma empresa tem um lucro líquido de R$ 1.700,00 no ano e ela fez um investimento de R$ 10.000,00, a empresa terá um rentabilidade de 17% a.a, isso significa que 17% de tudo que o empresário investiu na sua empresa retorna anualmente em forma de lucro. A rentabilidade é calculada através da seguinte fórmula: Rentabilidade = Lucro Líquido x 100 Investimentototal Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 16 Aplicando no exemplo dado, temos: R$ 1.700,00 x 100 = 17 % a.a R$ 10.000,00 O RISCO E O CUSTO DE CAPITAL O risco de capital pode ser entendido como: 1. O nível de incerteza quanto ao rendimento esperado de um investimento. No mercado financeiro, existem ainda dois tipos de risco: o risco de mercado e o risco de crédito. O risco de mercado é aquele relacionado com as oscilações de preço do investimento escolhido. O risco de crédito é o relacionado com a probabilidade de um título financeiro ser pago (risco de inadimplência do tomador do crédito). 2. Grau de incerteza da rentabilidade (retorno) de um investimento. Ex.: afirmar que um investimento é de alto risco significa que temos pouca chance de prever com precisão a rentabilidade deste investimento. Em contrapartida, esse investimento oferece possibilidade de retorno superior a um investimento conservador. No jargão financeiro, a palavra "risco" está sempre associada à probabilidade de ganhos ou perdas acima ou abaixo da média de mercado. O investidor deve estar atento a essa diferença, porque na linguagem cotidiana a palavra "risco" muitas vezes é usada para indicar a possibilidade de perda/diminuição ou manutenção do estado atual, excluindo a possibilidade de ganho/ retorno/crescimento. 3. Possibilidade de um empresário ganhar ou perder em seu empreendimento. Os riscos derivados de incertezas econômicas são premiados com o lucro. O risco financeiro tem por base as incertezas do que é natural, humano e econômico. Os riscos naturais e humanos podem ser segurados com facilidade, mas os riscos oriundos de incertezas econômicas não são suscetíveis de seguro. Já o custo de capital de uma empresa pode ser definido como a taxa de retorno que a empresa deve obter em seus investimentos para manter seu valor de mercado inalterado. Mantendo o risco constante, projetos com retornos acima do custo de capital devem aumentar o valor da empresa e vice-versa. Caso a empresa obtenha uma taxa de retorno acima do seu custo de capital, então é bastante provável que a empresa consiga captar novos recursos (através de financiamento ou emissão de novos títulos de dívida ou ações) a termos vantajosos. A fórmula de cálculo do custo de capital é a seguinte: Custo Capital = Rl+Beta*(Rm-Rf) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 17 Onde: Rl = Taxa de retorno exigida de ativo de risco livre, geralmente medida como retorno de um título de governo de longo prazo; Beta = Coeficiente beta da empresa; Rm = taxa de retorno exigida do mercado; (Rm-Rf) = Pode ser visto como prêmio pelo risco de mercado. CUSTO DA DÍVIDA NO LONGO PRAZO Custo da Dívida de Longo Prazo nada mais é do que seu custo hoje, após IR, de levantar recursos através de emissão e venda de títulos de dívida CUSTO DA AÇÃO PREFERENCIAL E ORDINÁRIA Ação preferencial Oferece a seu detentor prioridade no recebimento de dividendos e, no caso de dissolução da empresa, prioridade no reembolso de capital. Em geral não concede direito a voto em assembléia. A ação preferencial não dá direito ao acionista de participar da administração da empresa. Para compensar, o acionista tem preferência de receber os dividendos (lucros) da empresas antes dos outros acionistas que detêm ordinárias. Além disso, o valor do dividendo da preferencial deve ser no mínimo 10% superior ao da ordinária. As ações preferenciais apenas proporcionam direito a voto em situações especiais: quando a empresa deixa de pagar dividendos por três anos consecutivos, até que a empresa volte a pagar dividendos, e quando estiver em votação alteração dos direitos dos preferencialistas. As ações preferenciais compartilham algumas das características de uma dívida – o dividendo preferencial é pré-especificado no momento da emissão e é pago antes do dividendo sobre as ações ordinárias – e algumas das características do patrimônio líquido – os pagamentos dos dividendos preferenciais não são dedutíveis do imposto de renda. Se ações preferenciais forem vistas como perpétuas, o custo das ações preferenciais pode ser expresso como se segue: Custo da Ação Preferencial O custo de uma ação preferencial é expresso por kp kp = Dp Np Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 18 Exemplo: valor nominal, R$ 87 custo da emissão, R$ 5 ações preferenciais de 10%, significando dividendo preferencial (Dp): R$ 8,70 recebimento líquido da venda da ação (Np): R$ 82,00 82 70,8 k p = 10,6% Esta abordagem supõe que o dividendo é constante e que as ações preferenciais não possuem qualquer característica especial. As ações preferenciais são mais seguras do que as ordinárias, porém mais arriscadas do que a dívida, isso em termos de risco. Consequentemente deverão, em bases antes do pagamento de impostos, demandarem um custo mais elevado do que a dívida e um custo menor que o patrimônio líquido Ação ordinária Tipo de ação que confere ao titular os direitos essenciais do acionista, especialmente participação nos resultados da companhia e direito a voto nas assembleias da empresa. Cada ação ordinária corresponde a um voto na Assembleia Geral. A nova Lei das Sociedades Anônimas dá direito ao acionista minoritário detentor de ações ON receber, no mínimo, 80% do valor pago pelo controlador em caso de venda do controle (tag along). Ação que proporciona participação nos resultados econômicos de uma empresa; confere a seu titular o direito de voto em assembleia e dá o direito de eleger a diretoria (conselho) da empresa que o emitiu. No entanto, quando ocorre uma distribuição de dividendos da empresa, os proprietários de ações ordinárias só receberão os mesmos depois que os proprietários de ações preferenciais tenham recebido o seu percentual fixo. Custo da Ação Ordinária É a taxa pela qual os investidores descontam os dividendos esperados para determinar o valor de suas ações. Expressa por ks. Técnicas para medir o custo da ação ordinária: Modelo de Avaliação com Crescimento Constante: valor presente de todos os dividendos futuros previstos num horizonte infinito de tempo. k s= D1 P 0 � g Onde: Po = preço corrente da ação ordinária; D1 = dividendo por ação esperado no ano 1; Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 19 g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos Exemplo: Po = R$ 50,00 D1 = R$ 4,00 Dividendos: 2004 R$ 3,80 2003 R$ 3,62 2002 R$ 3,47 2001 R$ 3,33 2000 R$ 3,12 1999 R$ 2,97 Calculando g: 3,80/2,97 = 1,279 → FJVF mais próximo a 1,279 em 5 anos é o de 5% (1,276) k s= 4,00 50 ,00 � 0,05=13,0 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 20 EXERCÍCIOS 1. Como o custo de capital pode ser entendido? 2. Por que o custo de capital é um fator importante para tomada de decisões de uma empresa? 3. Cite exemplos de aplicações dos recursos na área de investimentos. 4. O que um modelo de investimentos deve considerar? 5. Quais as características de um modelo de investimento? 6. Quais os objetivos de modelo de investimento? 7. Quais os problemas de um modelo de investimento? 8. Quais as prioridades de um modelo de investimento? 9. O que é Payback? 10. O que um modelo de investimentodeve considerar quanto ao Payback? 11. O que é rentabilidade? 12. Como a rentabilidade é calculada? 13. Crie uma situação onde a rentabilidade possa ser calculada e interprete o resultado. 14. De que formas o risco de capital pode ser entendido? 15. Defina custo de capital. 16. Como o custo de capital é calculado. 17. Defina custo da dívida ao longo prazo. 18. O que são ações preferenciais? 19. Quais as vantagens de uma ação preferencial? 20. Como é expresso o custo de uma ação preferencial? 21. As ações preferenciais têm características comuns com uma dívida? Quais? 22. Ações preferenciais e o patrimônio líquido possuem características comuns? Quais? 23. Defina ação ordinária. 24. Qual o tipo de ação mais segura a preferencial ou a ordinária? Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 21 25. Crie uma situação e calcule o custo de uma ação ordinária e de uma ação preferencial. 26. O que é o custo da dívida no longo prazo? Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 22 CAPÍTULO IV – ESTRUTURA FINANCEIRA DA EMPRESA CONCEITOS BÁSICOS Para sabermos se uma empresa está obtendo lucro e onde está este lucro, é necessário conhecer o tripé da estruturação financeira: CAIXA – controles financeiros básicos: registro de caixa das entradas e saídas, contas a pagar e a receber, controle bancário e de estoques e fluxo de caixa; LUCRO – apuração do resultado: receitas x custos e despesas, margem de contribuição, despesas e custos fixos e variáveis, lucro ou prejuízo, estratégias para aumentar o lucro e tomada de decisões; PATRIMÔNIO – estrutura patrimonial: enriquecimento x empobrecimento, capital de giro, tendências de crescimento, endividamento e rentabilidade. Conhecendo esses aspectos, é possível analisar se uma empresa está com uma boa situação financeira. ESTRUTURA DO CAPITAL E ALAVANCAGEM FINANCEIRA Entende-se por estrutura de capital o termo que denomina a forma de composição do capital de uma empresa e sua divisão entre capital de terceiros e capital próprio. Quanto maior a parcela de capital de terceiros na estrutura de capital de uma empresa, maior é o grau de alavancagem desta empresa, e vice- versa. A alavancagem financeira de uma empresa é determinada de acordo com os fatores enumerados a seguir: 1) Nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro de uma empresa, aumentando consequente, o grau de risco da operação; 2) Possibilidade de controle de um lote de ações com emprego de uma fração de seu valor (nos mercados de opções, termo e futuro), enquanto o aplicador se beneficia da valorização desses papéis. 3) Termo comumente usado em finanças para descrever a capacidade que uma empresa possui de usar ativos, ou recursos com um custo fixo, com o objetivo de aumentar o retorno aos seus acionistas. A alavancagem pode ser de dois tipos (financeira e operacional), sendo que a soma destes dois tipos de alavancagem resulta no que chamamos em finanças de alavancagem total ou combinada. 4) Termo utilizado no mercado financeiro para designar a obtenção de recursos para realização de determinadas operações. Trata-se de uma estratégia na qual o investidor pretende aumentar as possibilidades de rendimento através de empréstimos ou operações do mercado de derivativos. No caso de operações de crédito, a alavancagem acorre através de empréstimo de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro. Consequentemente, esta operação também aumenta o grau de risco da operação. Quanto maior é o grau de endividamento de uma empresa, maior é sua alavancagem. No caso dos derivativos, a partir do controle de um lote de ações, por exemplo, é possível fazer operações nos mercados de opção, a termo e futuro, a fim de aumentar as possibilidades de ganhos, embora também com maior risco. Dessa forma, o investidor se beneficiada da valorização (na compra) ou desvalorização (na venda) desses papéis, que pode resultar em significativa elevação de sua taxa de retorno, por ter trabalhado com alavancagem, e não apenas com o ativo no mercado à vista. Ver também derivativos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 23 EXERCÍCIOS 1. Qual o tripé da estrutura financeira de uma empresa? 2. Defina cada item componente do tripé estrutural de uma empresa. 3. O grau de alavancagem de uma empresa é medido através de qual parâmetro? Explique. 4. Cite todos os fatores decisivos para alavancagem financeira de uma empresa e explique cada um deles. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 24 CAPÍTULO V – PAGAMENTO DE DIVIDENDOS versus RETENÇÃO DE LUCRO POLÍTICA DE DIVIDENDOS A política de dividendos está relacionada com a rendibilidade dos investimentos realizados e com as necessidades de financiamento exigidas pelo crescimento. Também, as necessidades de recursos financeiros estão relacionadas com empresas com elevadas taxas de crescimento, condicionando assim o montante dos dividendos distribuídos. Os fatores determinantes do elevado valor da empresa são: os resultados líquidos e a carteira de investimentos que a empresa apura, possibilitando assim o reinvestimento dos lucros na empresa, para assim se obter um rendimento futuro. Assim, para se conseguir a concretização de certas metas de crescimento, a empresa tem que optar por outras formas de financiamento, fazendo assim com que haja uma alteração da estrutura de capitais e da remuneração exigida pelos proprietários. Mesmo não existindo uma solução definitiva para o problema da política de dividendos, podemos sempre nos guiar pelas seguintes ideias: As falhas do mercado de capitais levam à necessidade de estudar a política de dividendos mediante os objetivos estratégicos da empresa; Perante mercados de capitais dinâmicos, a política de dividendos deve ser utilizada como meio de informação de forma a produzir um efeito de clientela nos investidores. A obtenção de ações próprias é um meio adequado para as empresas obterem alterações na sua estrutura de capitais e reduzirem os excessos de liquidez. E por fim, o valor da empresa é dado pelas perspectivas de crescimento, pela política de dividendos e pela estrutura de capitais adotada. Fatores que afetam política de dividendos Liquidez/Rentabilidade da Empresa - Existência de um resultado líquido positivo e existência de meios líquidos disponíveis na tesouraria Previsibilidade dos lucros - As Empresas com lucros estáveis tendem a pagar uma maior percentagem dos seus lucros em dividendos. Restrições legais/Estatuárias/Contratuais – Podem acarretar falência técnica. Reservas obrigatórias. Gerar imposições de credores/acionistas preferenciais Carteira de investimentos e acesso a fontes alternativas de financiamento - Estratégia de crescimento. Possibilidade de recorrer a recursos externos . Contexto econômico/fiscal - Inflação: amortizações podem ser insuficientes para compensar o aumento do custo de reposição. Política fiscal face a política de dividendos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 25 Preferência dos investidores/forma de interpretação da política de dividendos – Analise da política de dividendos. Interpretação do resultado ( boa Gestão?) .Falta de oportunidades de investimento. O efeito Clientela - Investidores que preferem dividendos procurarão empresas que têm uma política de dividendos consistente com esta preferência.As empresas devem definir a sua política de dividendos, de acordo com as preferências dos seus acionistas. O efeito "Informação" - A assimetria de informação entre gestores e investidores, leva a política de dividendos a assumir um importante instrumento de comunicação. Dividendos a longo prazo constituem uma pista para os investidores quanto à efetiva saúde financeira das empresas. As Expectativas - Quando se aproxima o anúncio do próximo dividendo, os investidores formam expectativas quanto ao respectivo valor, depois comparam o dividendo anunciado com o dividendo esperado. Se a quantia do dividendo é a esperada, o preço da ação deve permanecer inalterado, todavia, se o dividendo é maior ou menor do que o esperado, os investidores reavaliam as suas percepções sobre a empresa e o valor da ação reflete essa alteração. Custos de Agência - A política de dividendos de uma empresa, pode ser entendida pelos proprietários como um instrumento para minimizar os custos de agência. O maior pagamento de dividendos, diminui os custos de agência, devido à redução do fluxo de caixa disponível para os gestores da empresa. Indiretamente funciona como monitoramento das atividades de investimento da gestão. PAPEL DOS DIVIDENDOS Os dividendos são entendidos como a parcela do lucro apurado pela empresa, que é distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social (balanço). Pode-se então optar pelo reinvestimento automático do dividendo para comprar mais ações. O dividendo só será distribuído após ter sido efetuado os devidos descontos a favor do estado. Os dividendos podem ter periodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual, etc., desde que conste no estatuto da empresa o período determinado. A Assembléia Geral Ordinária (AGO) é quem determina a parcela a ser distribuído como dividendo, de acordo com os interesses da empresa, através da manifestação de seus acionistas. O montante a ser distribuído deverá ser dividido pelo número de ações emitidas pela empresa, de forma a garantir a proporcionalidade da distribuição. Resumindo, a política de dividendos trata-se de uma decisão sobre a dimensão ou a proporção de resultados líquidos apurados em um determinado período, que devem ser distribuídos pelos acionistas em vez de haver lugar a reinvestimento na atividade da empresa. Todos os acionistas tem direito a receber dividendos, normalmente na mesma proporção em que participam no capital, salvo algumas exceções, como por exemplo: uma pessoa que detenha ações Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 26 representativas de 10% do capital social, receberá 10% dos lucros totais da empresa. A mesma sociedade pode pertencer a categorias diferentes e conferir direitos diversos quanto aos dividendos. As ações preferenciais sem voto conferem o direito de um dividendo prioritário, cujo valor não pode ser inferior a 5% do respectivo valor nominal. No caso do dividendo prioritário não ser integralmente pago durante dois exercícios, as ações preferenciais passam a conferir o direito de voto e só o perdem no exercício seguinte aquele em que tiverem sido pago os dividendos prioritários em atraso. As sociedades cujas ações estão admitidas à negociação devem informar o publico sobre a distribuição de dividendos referentes a ações admitidas à negociação, o que deve ser feita mediante a publicação, com 15 dias de antecedência, indicando o prazo para o exercício do direito aos dividendos. O principal indicador para o investidor que quer apostar nessa categoria de renda variável é o chamado dividend yield, que mostra o retorno em dividendos frente ao preço da ação. Quanto mais alto esse índice, maior o valor do dividendo pago. A vantagem de investir em papéis de empresas com o objetivo de obter bons dividendos é que além desses proventos, os papéis tendem a se valorizar ao longo dos anos, como um efeito normal do setor produtivo. Mesmo no caso de haver uma iminente queda nas bolsas, a rentabilidade destas aplicações não tende a ser muito penalizada, apesar de ocorrer uma possível desvalorização no preço das ações. Neste caso, o dividend yield aumenta, mas por conta da queda do preço da ação e não pelo aumento na distribuição dos lucros. Além disso, para o investidor, a diferença básica é que ao receber dividendos ele não é tributado, pois a empresa já o foi quando da apuração de seu lucro líquido. Outra forma de distribuir o lucro entre os acionistas é através de juros sobre capital próprio. Esse pagamento é tratado como despesa no resultado da empresa, enquanto o dividendo não. Neste caso, o investidor terá que pagar o Imposto de Renda sobre o capital recebido. Essa questão fiscal é justamente o benefício da companhia, como esse pagamento é contabilizado como despesa da empresa, antes do lucro, ela não arca com os tributos repassando este ônus ao investidor. A opção entre dividendos e juros sobre capital próprio compete à assembléia geral, ao conselho de administração ou à diretoria da empresa. DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS EM BONIFICAÇÕES Dividendos Como já foi explicado, dividendos representa o pagamento efetuado pela empresa aos seus acionistas através da distribuição de parte do lucro líquido da empresa. É subdividido de acordo com as diferentes classes de ação. O montante, a ser pago em dinheiro e de forma proporcional à quantidade de ações possuídas, deve ser decidido pelo Conselho Administrativo da empresa e, em geral, é pago anualmente, semestralmente ou trimestralmente. Pela Lei das S.A., deverá ser distribuído um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido apurado em cada exercício. Bonificação Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 27 A bonificação trata-se de uma distribuição gratuita de novas ações aos acionistas, na proporção da quantidade de ações já possuída por cada um destes acionistas. Esta distribuição, em geral, ocorre em virtude da incorporação ao capital da empresa de reservas ou lucros acumulados, ou da reavaliação dos ativos da empresa. Bonificação em ações É uma distribuição de resultados da companhia mediante emissão de ações, quando de incorporação de reservas ao capital social. As ações bonificadas são entregues gratuitamente aos acionistas, na proporção da quantidade de ações possuídas. A bonificação aumenta a quantidade de ações da empresa, sem alterar o valor do patrimônio. Exemplo: Companhia com capital de 100 e reservas de capital de 40 resolve incorporar tais reservas ao capital registrado. Para tanto, resolve aumentar o capital mediante bonificação em ações novas, gratuitas, aos acionistas. O Patrimônio Líquido, de 100 (capital) mais 40 (reservas) passa a ser de 140 (capital), ou seja, não se altera. Bonificação em dinheiro Distribuição aos acionistas de valor em dinheiro referente a reservas até então não incorporadas ao capital. Não confundir com dividendo. Neste caso o acionista recebe da empresa um valor monetário relacionado às reservas não incorporadas, sendo que este pagamento é feito além do pagamento de dividendos. A bonificação não é, na grande maioria das vezes, um provento em dinheiro, mas sim em ações. Assim, representa uma distribuição gratuita de novas ações, geralmente em função de aumento de capital ou incorporação de reservas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 28 EXERCÍCIOS 1. A que política de dividendos está relacionada? 2. Quais são os fatores determinantes do elevado valor da empresa? 3. Que fatores que afetam política de dividendos? 4. Explique cada um deles. 5. O que são bonificações e como podem ser distribuídas? Escola Estadualde Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional FINANÇAS – Administração Financeira I 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Administração Financeira - Corporate Finance - 2ª Edição 2009 - Reimpressão Ross, Stephen A.; Westerfield, Randolph W.; Jaffe, Jeffrey F. Editora ATLAS Administração Financeira - Uma Abordagem Introdutória Chiavenato, Idalberto. Editora CAMPUS. Princípios de Administração Financeira - 2ª Edição 2000 Ross, Stephen A.; Jordan, Bradford D.; Westerfield, Randolph W. Editora ATLAS Hino do Estado do Ceará Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses, nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Hino Nacional Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
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