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Pesquisa de Marketing Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP V217p Van Dal, Jorge Luiz Garcia Pesquisa de marketing / Jorge Luiz Garcia Van Dal. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 95 p. : il. Color. 1. Marketing de relacionamentos. 2. Pesquisa de mercado. 3. Pesquisa motivacional (Marketing). I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD : 23 ed. 658.83 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTOR Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal ● Mestre em Comunicação Social pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo). ● Graduado em Comunicação Social (Jornalismo). ● Licenciado em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa). ● Especialista em Marketing. ● Especialista em Mídias Digitais. ● Ampla experiência como diretor, produtor e apresentador de programas de TV, planejamento de mídia e criação de campanhas publicitárias. Foi assessor de imprensa, apresentador e estrategista de Marketing Eleitoral. ● Professor e Coordenador de cursos de graduação e pós-graduação em renoma- das instituições. Na educação a distância atua como autor de livros didáticos, professor formador e atualmente é coordenador do Núcleo de Educação a Distância da UniFatecie. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre os conceitos de Pesquisa de Marketing. Na unidade I, vamos conceituar e saber diferenciar Dados, Informação e Conheci- mento. Também vamos compreender a importância do conhecimento científico e procurar entender as diferentes concepções de pesquisa. Além disso, vamos entender o que é um Sistema de Informação de Marketing e compreender sua relação e diferenças em relação a pesquisa de marketing. Já na unidade II vamos compreender que para tomar decisões acertadas, o gestor pode usar diversos tipos de pesquisa. Até mesmo a simples observação da concorrência pode ser chamada de pesquisa. Podendo ser utilizada a pesquisa de mercado ou pesquisa de marketing para investigar, monitorar e estudar as mudanças que ocorrem de forma constante no ambiente de negócios. Vamos também conhecer os processos e principais etapas para a realização de pesquisas em marketing e ressaltar que é necessário seguir um planejamento para que uma pesquisa seja realizada adequadamente. Depois, na unidade III, vamos conceituar e contextualizar os tipos de dados uti- lizados como fonte de pesquisa e conhecer suas duas classificações: dados primários e dados secundários. Também vamos conhecer os principais tipos de pesquisa voltadas ao Marketing. Além disso, vamos apresentar de forma mais detalhada alguns tipos específicos de pesquisa, como: pesquisa de observação, pesquisa sensorial, pesquisa de comporta- mento do consumidor. Por fim, na unidade IV, vamos destacar a importância da realização adequada da coleta de dados que requer atenção e cuidados especiais para o sucesso da pesquisa e vamos conhecer os princípios básicos para elaboração do questionário ou roteiro de entrevista. Veremos a importância de realizar o pré-teste da pesquisa de marketing, etapa fundamental para encontrar e corrigir possíveis erros e realizar adequações necessárias. Além disso, vamos compreender o processo de tabulação dos dados, que permite ao pesquisador organizar os dados coletados para facilitar a compreensão das variáveis, dar um sentido real para os números e encontrar novas informações. Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 Conceitualização UNIDADE II ................................................................................................... 27 Pesquisa e Mercado UNIDADE III .................................................................................................. 47 Especificações da Pesquisa de Marketing UNIDADE IV .................................................................................................. 69 Gestão da Informação 4 Plano de Estudo: ● O que é Pesquisa; ● Dados, Informação e Conhecimento; ● Conhecimento Científico; ● Sistema de Informação de Marketing. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar o que é pesquisa; ● Saber diferenciar Dados, Informação e Conhecimento; ● Compreender o conhecimento científico; ● Entender o Sistema de Informação de Marketing. UNIDADE I Conceitualização Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 5UNIDADE I Conceitualização INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), Provavelmente, você já deve ter ouvido ou lido a frase “Informação é Poder”. Essa é uma frase muito repetida ao longo dos últimos séculos e décadas, mas que atualmente pode ser até questionada, já que ela deriva de um tempo onde a informação ou o conhe- cimento eram restritos a uma pequena fração da sociedade. Por esse motivo, as poucas pessoas que tinham acesso à informação, exerciam quase que um poder e dominação quase absoluta da população que, muitas vezes, era analfabeta ou pouco instruída. A sociedade atual também tem sua força motriz na informação e no conhecimento, que são produzidos e distribuídos em rede e que estão ao alcance de muitos. Hoje, a informação não é tão restrita, pelo contrário, vivemos em uma era de grande fluxo e acesso quase irrestrito a todo tipo de informação. Nesse novo ambiente, as empresas precisam tomar decisões estratégicas em uma velocidade cada vez maior. Nesse sentido, o processo decisório nas organizações está se tornando cada dia mais complexo. Na medida que os mercados ficam cada vez maiscompetitivos e as mudanças no comportamento consumidor se tornam mais rápidas e frequentes, a pesquisa de mercado se torna ainda mais necessária. A principal função da pesquisa de mercado é levantar in- formações específicas que possam auxiliar gestores nos processos de tomada de decisões estratégicas para a empresa. Por isso, nesta unidade vamos conceituar e saber diferenciar Dados, Informação e Conhecimento. Também vamos compreender a importância do conhecimento científico e procurar entender as diferentes concepções de pesquisa. Além disso, vamos entender o que é um Sistema de Informação de Marketing e compreender sua relação e diferenças em relação a pesquisa de marketing. 6UNIDADE I Conceitualização 1. O QUE É PESQUISA De forma ampla, podemos considerar a pesquisa como um processo ou método sistemático para a busca de informações e construção de conhecimento com diversos objetivos, como: refutar, ampliar, detalhar, atualizar, colaborar ou reproduzir conhecimentos pré-existentes, ou até gerar novos conhecimentos. Seus resultados, servem tanto para o indivíduo ou grupos que a realiza quanto para a sociedade. Para Neves (2006) as pesquisas surgem do desejo de encontrar respostas para uma questão, proporcionando ao pesquisador a aquisição de um novo conhecimento. Como técnica ou atividade, a pesquisa é utilizada para estabelecer ou confirmar fatos, reafirmar os resultados de trabalhos anteriores, resolver problemas novos ou já existentes, apoiar, refutar ou desenvolver novas teorias. Existem várias formas de pesquisa: bibliográfica, descritiva, laboratorial, empírica, de campo, acadêmica, científica,econômica, social, de negócios, de marketing, estatística, etc. Nesse sentido, as pesquisas são classificadas de diferentes formas dependendo dos objetivos do estudo, do tipo de análise necessária para o alcance desses objetivos e dos recursos financeiros e de tempo disponíveis para sua realização. De acordo com Malhotra (2012) a concepção da pesquisa consiste em especificar os detalhes dos procedimentos que serão necessários adotar para obter as informações indispensáveis para resolver os problemas de pesquisa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 7UNIDADE I Conceitualização Podemos classificar as pesquisas segundo sua natureza exploratória ou conclu- siva; em relação a sua fonte dos dados (primários e secundários); conforme o método, em qualitativas e quantitativas; e por sua dimensão temporal, ou seja, a frequência de aplicação (contínuas e esporádicas). Também podem ser concebidas de acordo com os seus fins, que dizem respeito ao objetivo orientador principal da pesquisa e sua concepção pode ser resumida em pesquisa exploratória ou pesquisa conclusiva. 1.1 Pesquisa Exploratória O termo pesquisa exploratória representa um tipo de pesquisa que tem como principal objetivo a compreensão de um determinado tema sobre o qual o pesquisador tem pouco ou nenhum conhecimento. A própria palavra explorar já estabelece o conceito desse tipo de pesquisa. O verbo explorar significa descobrir, investigar, pesquisar, estudar, descobrir... Nesse sentido, a pesquisa exploratória busca informações de um território as- sunto ainda inexplorado. Malhotra (2012, p. 58) define a pesquisa exploratória como aquela que “busca oferecer critérios sobre a situação-problema enfrentada pelo pesquisador e sua compreen- são”. Esse tipo de pesquisa é utilizada, geralmente, nos primeiros estágios de um processo de pesquisa, pois ajuda o pesquisador a compreender um tema ou uma situação pouco conhecida pelo pesquisador, levantando hipóteses iniciais que poderão servir como base para determinar de forma mais precisa os objetivos do estudo. No campo científico, o método de pesquisa exploratória auxilia pesquisadores no processo de investigação e experimentação de fenômenos que podem alcançar im- portantes descobertas, por meio da constatação ou refutação de hipóteses testadas em laboratórios de pesquisa. Para uma empresa, a pesquisa exploratória pode surgir a partir de uma intenção dos gestores de entrar em um novo ramo ou um novo segmento. De acordo com Malhotra (2012, p. 59) a pesquisa exploratória pode ser usada para: ● auxiliar na formulação do problema de pesquisa; ● identificar cursos alternativos de ação; ● desenvolver hipóteses; ● isolar variáveis e relações-chave para exame posterior; ● elaborar questões de pesquisa relevantes para responder ao problema de pesquisa; ● esclarecer conceitos; ● identificar informações disponíveis de pesquisas anteriores já realizadas sobre o assunto; ● estabelecer prioridades para novas pesquisas. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 8UNIDADE I Conceitualização As pesquisas exploratórias, comumente, têm fontes de informações secundárias como base para seus estudos. Isso ocorre, pois como, nesse caso, o pesquisador está explorando um assunto pouco conhecido ele precisa buscar informações externas que possam estar disponíveis em outras pesquisas ou estudos publicados por outras empresas ou instituições públicas e até mesmo por institutos de pesquisa, como por exemplo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ou o IBOPE (Instituto Brasileiro de Pesquisa). Outras fontes secundárias de informação utilizadas nas pesquisas exploratórias são o levantamento de experiências vivenciadas por outras pessoas ou instituições, por meio da observação informal. Nesse sentido, todas as pessoas que possam ter informações acerca do que está sendo estudado podem ser alvo de um estudo exploratório, visando a aprofundar o conhecimento do pesquisador. Também é comum em pesquisas exploratórias a busca de informações por meio do levantamento bibliográfico, documental e de estatísti- cas. Esse tipo de pesquisa é feito por meio de consultas a livros, revistas, artigos científicos, jornais e outras pesquisas anteriores já publicadas. 1.2 Pesquisa Conclusiva A pesquisa conclusiva é caracterizada por ser um tipo de pesquisa mais estrutu- rada e planejada, onde os problemas e hipóteses são mais específicos. Por ser de caráter conclusivo, esse tipo de pesquisa é bastante utilizado para investigações mercadológicas e como fonte de informações para a tomada de decisão gerencial. Segundo Mattar (2014), as pesquisas conclusivas são bem estruturadas e dirigidas para a solução de problemas ou avaliação de alternativas de curso de ação, principalmente por terem objetivos bem definidos e procedimentos formais. De acordo com Malhotra (2012, p. 58) o objetivo da pesquisa conclusiva é testar hipóteses e examinar relações específicas. Essa característica requer que o pesquisador especifique claramente as informações necessárias. A pesquisa conclusiva, geralmente mais formal e estruturada que a exploratória, baseia-se em amostras grandes e representativas, e os dados obtidos estão sujeitos a uma análise quantitativa. Considera-se que as constatações dessa pesquisa sejam de natureza conclusiva, uma vez que são usadas como dados para a tomada de decisões gerenciais (MALHOTRA, 2012, p. 58). Para facilitar o entendimetno das concepeções de pesquisa, analise o quadro a seguir que apresetna as principais diferenças entre a pesquisa exploratória e pesquisa conclusiva: Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 9UNIDADE I Conceitualização QUADRO 1 - DIFERENÇAS ENTRE PESQUISA EXPLORATÓRIA E PESQUISA CONCLUSIVA TIPO DE PESQUISA: EXPLORATÓRIA CONCLUSIVA Objetivo Prover critérios e compreensão acerca do objeto de estudo e problema da pesquisa. Testar hipóteses específicas e examinar relações. Características Algumas informações necessárias são definidas previamente ao início da coleta da dados, outras informações complementares são incluídas nodecorrer da coleta de dados; O processo de pesquisa é flexível e não estruturado; A amostra é pequena e não representativa. As informações necessárias são claramente definidas antes do início da coleta de dados; O processo de pesquisa é formal e estruturado; A amostra é grande e representativa. Constatações A análise dos dados primários é qualitativa; Que permitem conhecer melhor o fenômeno em estudo, porém são não conclusivas. A análise dos dados primários é quantitativa; Conclusivas Resultado Geralmente seguida por outras pesquisas exploratórias ou conclusivas. Constatações usadas auxiliar na tomada de decisão. Fonte: adaptado de Malhotra (2012, p. 59). A pesquisa conclusiva possui um desmembramento que obtém mais dois modelos (descritiva e conclusiva). A seguir vamos descrever um pouco mais sobre cada um desses tipos: 1.3 Pesquisa Conclusiva Descritiva As pesquisas conclusivas descritivas buscam descrever algo. São comuns em pesquisas de marketing e pressupõem um conhecimento prévio sobre o assunto pesqui- sado, que pode ser realizado preveniente por meio de uma pesquisa exploratória. Este tipo de pesquisa busca verificar a existência de relações de causa e efeito entre duas ou mais variáveis ao estudar casos específicos que correspondem a uma situação ou característica de mercado. Para Mattar (2014) a pesquisa conclusiva descritiva possui objetivos bem defi- nidos, procedimentos formais e é estruturada e dirigida para a solução de um problema previamente definido. Este tipo de pesquisa é feita como questionários, entrevistas, grupos específicos e discussões, pois é considerado um tipo de pesquisa evolutiva e que tem a proposta de encontrar respostas específicas para um problema ou uma situação. Nath Realce Nath Realce Nath Realce 10UNIDADE I Conceitualização De acordo com Malhotra (2012, p. 61) as pesquisas conclusivas descritivas são utilizadas para: ● Descrever características de grupos, como o perfil de consumidores por idade, gênero, classe socioeconômica, dentre outras características de agrupamento que possam ser relevantes para a pesquisa; ● Determinar o grau até o qual as variáveis de marketing estão associadas, por exemplo, identificar até que ponto o fato de uma loja oferece estacionamento aos clientes influencia no aumento das suas vendas; ● Estimar a proporção de elementos em uma população específica que tenha determinada característica ou comportamento; ● Fazer previsões específicas como a demanda por um determinado produto ou a projeção de vendas de um determinado mercado. Estes são apenas alguns exemplos de pesquisas descritivas, mas as aplicações são infinitas, o importante desse tipo de estudo é determinar seu foco e objetivos específi- cos para que se possa descrever o objeto ou situação da forma mais detalhada possível, a fim de auxiliar os gestores na tomada de decisões estratégicas. 1.4 Pesquisa Conclusiva Causal Outra variação da pesquisa conclusiva é a pesquisa conclusiva causal , que tem como principal objetivo obter evidências de relações de causas e efeitos. Para Malhotra (2012) esse tipo de pesquisa é utilizado quando o pesquisador procura compreender quais variáveis são causa e quais são efeito de um fenômeno. De acordo com Malhotra (2012, p. 66) uma das formas de realizar uma pesquisa conclusiva causal é por meio da realização de um experimento, tipo de pesquisa na qual o pesquisador manipula deliberadamente algum aspecto da realidade a fim de observar cer- tos efeitos. Para se alcançar o resultado esperado da pesquisa conclusiva causal é preciso determinar a natureza da relação entre as variáveis causais e o efeito a ser esperado. A pesquisa causal é usada de forma frequente por gerentes de marketing para a tomada de decisões com base em pressupostas relações causais. Esse tipo de estudo en- volve a realização de experiências visando a verificar a existência de relação entre duas ou mais variáveis que estão sendo testadas. No caso específico de estudos mercadológicos, a pesquisa causal pressupõe manipulação das variáveis controláveis que compõem o mix de marketing (produto, preço, praça e promoção) e analisa seus efeitos em variáveis não controláveis, como por exemplo as vendas ou o comportamento do consumidor. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 11UNIDADE I Conceitualização 1.5 Dimensão Temporal da Pesquisa As pesquisas ou os recortes de tempo podem ser transversais ou longitudinais.O corte transversal é usado quando a coleta de dados é feita em um determinado momento, sendo que o foco está no fenômeno e na forma como este se caracteriza no momento da coleta. Já as pesquisas com corte longitudinal oferecem uma ilustração vívida da situação em estudo e as mudanças que estão ocorrendo, de modo que o mesmo estudo é realizado repetidamente ao longo do tempo (MALHOTRA, 2012, p. 111). De acordo com Mattar (2014), às pesquisas também podem ser classificadas como ocasionais e evolutivas. As pesquisas ocasionais proporcionam a visão das variáveis em estudo em determinado momento, já que “os elementos são medidos uma única vez no tempo” e a pesquisa “visa atender a um objetivo específico”. Já as pesquisas evolutivas baseiam-se na “coleta e análise periódica das mesmas variáveis de forma a permitir seus acompanhamentos evolutivos no tempo” (MATTAR, 2014, p. 28). 1.6 Pesquisa Qualitativa e Quantitativa Agora que compreendemos as diferenças entre pesquisa exploratória e conclusiva, bem como dados primários e secundários, vamos abordar as classificações de pesquisa nas abordagens quantitativa e qualitativa. Para Malhotra (2012, p. 110) a distinção entre pesquisa qualitativa e quantitativa assemelha-se à distinção entre pesquisa exploratória e pesquisa conclusiva. “A pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar os dados e, normalmente, aplica alguma forma da análise estatística”. 1.7 Pesquisa Quantitativa A pesquisa quantitativa compreende que tudo pode ser quantificável, de modo que dados possam ser traduzidos em números para serem analisados. Como o próprio nome já diz, o método quantitativo, tem como característica a coleta e tratamento das informações por meio de técnicas estatísticas, como porcentagem, média, moda, desvio padrão entre outras. De acordo com Nique (2017, p. 68) “esse tipo de pesquisa tem a intenção de garan- tir a precisão dos resultados e evitar distorções da análise e interpretações. Essa intenção possibilita uma margem de segurança quanto às inferências”. A pesquisa quantitativa utiliza a matemática para analisar os dados existen- tes, e existem diversas maneiras diferentes de coletar dados primários. Um dos “problemas” associados à pesquisa quantitativa decorre do uso maciço de fórmulas e cálculos matemáticos. Isso porque demanda um conhecimento muito técnico em matemática e estatística do pesquisador, que pode demorar tempo para ser adquirido (NIQUE, 2017, p. 68). Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 12UNIDADE I Conceitualização O método quantitativo traz conhecimentos importantes que devem ser compreen- didos e considerados para serem utilizados de forma adequada nas pesquisas. O conceito de amostra, por exemplo, é importante para entender o propósito da pesquisa quantitativa, sendo esta por enquanto entendida como uma parte da população. Um exemplo claro do uso da técnica quantitativa na pesquisa são às pesquisas de intenções de votos. elas são realizadas junto a uma amostra de eleitores e, a partir dos re- sultados obtidos, faz-se uma inferência a respeito da intenção de voto de todos os eleitores de um determinado local (cidade, estado, país). Nesse tipo de pesquisa, procura-se uma representação da população através da amostra. Os cálculos estatísticos são feitos para comprovar a hipótese de que um candidato irá ganhar as eleições. A margemde erro da pesquisa, os elementos que devem compor a amostra, bem como os procedimentos para análise dos dados coletados também são determinados por cálculos estatísticos. Podemos utilizar os mesmos critérios para uma pesquisa mercadológica. Imagine ter de pesquisar o nível de satisfação dos clientes de uma grande rede de supermercados espalhada por todo o Brasil. Para fazer a coleta de dados com todos os clientes levaria muito tempo e seria muito custoso. Para evitar isso, poderia se usar da estatística para entrevistar uma pequena amostra dos clientes que representem o todo. 1.8 Pesquisa Qualitativa O método qualitativo de coleta de dados é caracterizado por um conjunto de técnicas interpretativas (grupos focais, observação, técnicas projetivas, entre outras) que buscam descrever fenômenos subjetivos. Segundo Nique (2017, p. 68) o” método qualitativo difere do quantitativo na medida em que não adota um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema.” A pesquisa qualitativa então não pretende numerar ou medir unidades ou cate- gorias homogêneas. Assim sendo, observa-se que as características qualitativas de uma investigação estão presentes principalmente nas informações coletadas. Se essas infor- mações forem transformadas em dados quantificáveis, tornam-se de caráter quantitativo. Portanto, aconselha-se para estudos de pequeno porte o uso da pesquisa qualitativa como método de investigação. No entanto, para estudos com grandes proporções, os dois tipos de pesquisas podem ser usados em conjunto. As pesquisas qualitativas buscam identificar opiniões dos indivíduos e entender a respeito dos conceitos que se pretende utilizar. Normalmente têm poucos participantes, pois não tem como objetivo necessariamente ser representativa de toda a população. Se- gundo Nique (2017, p. 12) a pesquisa qualitativa é a mais adequada para pesquisas que procuram descrever a complexidade de determinado problema, compreender e classificar processos dinâmicos. 13UNIDADE I Conceitualização Os dados coletados nos estudos qualitativos não estão na forma de estatística, mas nas ideias e citações expressas pelos participantes e notas dos pesquisadores. “A in- terpretação desses dados requer habilidades especiais, pois, se corretamente analisadas, fornecem uma rica fonte de informações” (MALHOTRA, 2012, p. 13) O quadro a seguir ilustra as principais diferenças entre as técnicas de pesquisa qualitativa e quantitativa: QUADRO 2 - DIFERENÇAS ENTRE AS TÉCNICAS DE PESQUISA DE MARKETING Pesquisas qualitativas Pesquisas quantitativas Objetivo Coletar, tratar e analisar dados através de aspectos particulares da realidade humana e social, pela compreensão de experiências, valores, desejos e significações. Coletar, tratar e analisar dados através da quantificação das informações por meio de técnicas estatísticas. Evidências Ambiente natural como fonte direta de dados, caráter interpretativo; preocupação direta com os sentidos, emoções e significado que as pessoas dão às coisas. Coleta de dados através de observações e questionários padronizados, busca da generalização e utilização de rigor estatístico na análise dos dados. Amostras Reduzidas. Mais amplas. Participação do entrevistador Ativa. Limitada. Análise das informações Durante o processo. Necessidade de homogeneização para fazer comparações. Questôes Acrescentadas no momento da entrevista. Formuladas previamente. Instrumento Roteiro aberto e indireto. Questionário mais estruturado. Escolha dos entrevistados Entrevistados não escolhidos por amostragem. Entrevistados escolhidos por amostragem. Representativa Nem sempre representativa do universo. Representatividade é importante. Fonte: adaptado de Nique (2017, p. 69). Para Malhotra (2012, p. 112) há várias razões para usar a pesquisa qualitativa, pois nem sempre é possível ou conveniente utilizar métodos plenamente estruturados ou formais para obter informações dos entrevistados. “Pode ser que as pessoas não queiram responder certas perguntas, ou mesmo que elas não consigam fazê-lo. Talvez elas não desejem dar respostas verdadeiras a perguntas que invadam sua privacidade, causem desconforto ou tenham impacto negativo sobre seu ego ou status”. 14UNIDADE I Conceitualização 2. DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO 2.1 Dados São considerados dados, todo tipo de registro ou fatos brutos que ainda não foram tratados e que podem ser armazenados, medidos e observados. Os dados também são considerados um conjunto de variáveis isoladas que podem possuir ou não sentido geral e podem ser representados por uma infinidade de elementos, como: números, le- tras, gráficos, sons, entre outros. Segundo Laudon J. e Laudon K. (2007), os dados são sequências de fatos brutos, resultantes de eventos ocorridos nas organizações ou no ambiente físico, antes de serem organizados e estruturados de forma que as pessoas possam entendê-los e utilizá-los. Para exemplificar, podemos considerar como tipos de dados certos registros, como o nome de um colaborador, a quantidade de horas semanais trabalhadas por ele, a quan- tidade de produtos em estoque, o número de faltas de um aluno, a data de aniversário de um cliente. Esses registros, quando observados de forma isolada, sem contextualização, possuem pouco valor, além de sua existência. No entanto, quando os dados são organiza- dos, processados e analisados se transformam em informações. 2.2 Dados Primários e Secundários Uma das definições importantes que precisa se estabelecer em uma pesquisa é sobre o tipo de dados que serão coletados. Existem basicamente duas classificações: dados primários e dados secundários. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 15UNIDADE I Conceitualização ● Dados primários: como o próprio nome já diz, são aqueles dados que ainda não foram coletados e que são coletados com o propósito de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento. Esses dados geralmente são coletados diretamente com pessoas em entrevistas por meio de aplicação pessoal de um questionário ou pesquisa realizada por telefone ou internet. Os dados primários também podem ser coletados por questionários de autoresposta ou autopreenchi- mento encaminhado por serviço postal, internet, etc. Outra forma de gerar dados primários é por meio de observações, sejam elas pessoais ou gravadas por câmeras filmadoras. A coleta de dados primários pode trazer informações específicas para responder a questões ainda sem solução e por isso são muito valiosas. ● Dados secundários: são aqueles que um dia já foram coletados, tabulados, ordenados e analisados e estão à disposição dos interessados. As fontes bási- cas de dados secundários mais comuns são: a própria empresa, publicações, governos, instituições não governamentais, serviços padronizados de informa- ções, entre outros agentes. Portanto, a consulta a dados publicados em livros, revistas, jornais, periódicos científicos e Internet constitui pesquisas de dados secundários. Segundo Malhotra (2012, p. 80) os dados secundários são dados que foram coletados para objetivos que não os do problema em pauta e podem ser localizados de forma rápida e barata. “Em comparação com os dados pri- mários, os dados secundários são coletados de forma rápida e fácil, a um custo relativamente baixo e em pouco tempo”. 2.3 Informação A informação é a matéria-prima do processo de tomada de decisões nas organiza- ções. Por isso, é considerada um dos recursos mais valiosos e importantes para as orga- nizações e seu uso de forma eficiente e inteligente pode gerar grande valor e vantagens competitivas para as organizações. Stair e Reynolds (2002) apresentam características que as informações devem assumir para serem valiosas para os tomadores de decisões e gerentes de uma organização: ● Precisa: não deve conter erros, pois decisões ruins podem ser tomadas e gerar altoscustos para a empresa. ● Completa: apresentar todos os fatos importantes. ● Econômica: deve ser viável, ou seja, ter um equilíbrio entre o valor da informa- ção com o custo de produzi-la. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 16UNIDADE I Conceitualização ● Flexível: usada para vários propósitos e em diversos setores da organização. ● Confiável: sua confiabilidade depende do método de coleta dos dados e da fonte da informação. ● Relevante: condizente com o setor em que a empresa atua, caso contrário não auxiliaria muito nos negócios. ● Pontual: obtida no momento em que é necessária, se houver atrasos nessa obtenção poderá não ser mais útil. ● Verificável: passível de conferência para assegurar que está correta. ● Acessível: disponível para os indivíduos que irão utilizá-la no tempo certo e da forma correta. ● Segura: disponível somente para as pessoas autorizadas. 2.4 Conhecimento Conhecimento, ato ou efeito de conhecer. Experiência. Ideia. Instrução. Saber. De acordo com Neves (2006) a palavra ‘conhecimento’ é bastante conhecida, mas, como outras palavras familiares, nem sempre temos dela uma noção mais apropriada, não é mesmo? Tentemos, então, aprofundá-la. Para o autor, o conhecimento está estreitamente relacionado com a vida, com a garantia das condições para a existência, seja nos seus aspectos materiais, seja em outras questões que dizem respeito ao bem-estar. Com a era digital, as organizações têm buscado diferencial competitivo por meio da criação de conhecimento e inovação. De acordo com Stair e Reynolds (2002), conhecimento consiste na representação da percepção e da compreensão de determinadas informações e como estas podem ser úteis na realização de uma tarefa específica. Para Mattar (2014) boa parte das experiências e dos conhecimentos adquiridos não está escrita ou registrada. Por meio do chamado Know How (saber fazer), muitas pessoas ou empresas acumulam experiências e conhecimentos sobre um tema ou problema em estudo e desenvolvem soluções. As empresas de sucesso que geram conhecimentos de forma sistemática e disseminam os mesmos por toda a organização. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 17UNIDADE I Conceitualização 3. CONHECIMENTO CIENTÍFICO Etimologicamente, ciência significa conhecimento. Mas, nem todos os tipos de conhecimento pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar e outros (ROVER, 2006). A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento científico através do uso da cons- ciência crítica que levará o pesquisador a distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 16, apud ROVER, 2006, p. 9). Para Rover (2006) a ciência demonstra que é capaz de fornecer respostas dignas de confiança sujeitas a críticas; é uma forma de entender, compreender os fenômenos que ocorrem. Na verdade, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos; por intermédio da análise e da experimentação, extraímos resultados que passam a ser avaliados universalmente. Fazendo referência à ciência, entendemos que: Trata-se do estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas. É uma forma de conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio da pesquisa e dos testes (OLIVEIRA, 2002, p. 47, apud ROVER, 2006, p. 10). 18UNIDADE I Conceitualização O nascimento da ciência moderna permitiu grandes revoluções na sociedade. O método de conhecimento científico, envolve a sistemática experimentação e coleta de dados com objetivo de constatar, demonstrar ou refutar uma solução para um problema proposto.Pode-se dizer que a qualidade do conhecimento científico é dependente da forma de aquisição que é utilizada, sendo divido em três principais formas: intuição, em- pirismo e racionalismo: ● Intuição: criatividade e ideias sobre um novo produto ou processo. ● Experimentação: projetar, experimentar, montar, testar, construir. ● Racionalização: descrever matematicamente, explicar porque funciona fisicamente. A evolução do conceito de ciência está relacionado à história do método científico e se mistura com a história da ciência. Documentos do Antigo Egito já descrevem métodos de diagnósticos médicos. Na cultura da Grécia Antiga, os primeiros indícios do método científico começam a aparecer. Grande avanço no método foi feito no começo da filosofia islâmica, principalmente, no uso de experimentos para decidir entre duas hipóteses. 3.1 Os tipos de conhecimento Segundo Ruiz (1996, p. 111) e Tafner e Silva (2007) apud Bortolozzi; Bertoncello (2012), o Conhecimento Filosófico, Senso Comum ou Conhecimento Empírico, Conhe- cimento Religioso ou Teológico e Conhecimento Científico podem ser abordados como: Conhecimento Filosófico, a palavra Filosofia surgiu com Pitágoras através da união dos vocábulos PHILOS (amigo) + SOPHIA (sabedoria) Os primeiros relatos do pensamento filosófico datam do século VI A.C., na Ásia e no Sul da Itália (Grécia Antiga). Provavelmente, você já ouviu dizer que “fulano de tal” têm sempre suas colocações fundamentadas no senso comum. Podemos dizer que transitamos com vários tipos de conhecimentos. Entre eles, o que chamamos de senso comum. Conforme Rover (2006, p. 11): O senso comum, enquanto conhecimento aprendido à luz das experiências e observações imediatas do mundo circundante, é uma forma de conhecimen- to que permanece no nível das crenças vividas, segundo uma interpretação previamente estabelecida e adotada pelo grupo social. O Senso Comum ou conhecimento empírico é também chamado de conhecimento popular ou comum. É o conhecimento popular (vulgar), guiado somente pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro, às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso de interação humana e social. É assistemáti- co, está relacionado com as crenças e os valores, faz parte de antigas tradições (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 8 - 12, apud ROVER, 2006, p. 13). 19UNIDADE I Conceitualização É aquele obtido no dia a dia, independentemente de estudos ou critérios de aná- lise. Foi o primeiro nível de contato do homem com o mundo, acontecendo através de experiências casuais e de erros e acertos. “É um conhecimento superficial, segundo o qual o indivíduo, por exemplo, sabe que nuvens escuras são sinal de mau tempo, contudo não tem ideia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica ou de qualquer outro princípio da climatologia”. Enfim, ele não tem a intenção de ser profundo, mas sim, básico (BORTOLOZZI; BERTONCELLO, 2010, p. 29). Para Rover (2006, p. 11) você pode entender melhor a diferença entre o senso comum e o conhecimento científico, pensando nos tratamentos médicos. Muitos remédios foram utilizados, inicialmente, pelas comadres ou pelos índios, uma vez que o conhecimen- to deles era advindo do senso comum, que também chamamos de conhecimento vulgar. Quando pensamos em senso comum, imaginamos algo superficial. Nesse sentido, podemos dizer que não há sistematização, muito menos um método estabelecido no sentido de força argumentativa. Importante pensar, que grande parte da nossa organização do co- nhecimento tem base em questões do senso comum. Mas, na escola, o conhecimento deverá ir além do senso comum. O conhecimento escolar não pode se dar na espontaneidade. ● Conhecimento filosófico: a filosofia não é uma ciência propriamente dita, mas um tipo de saber que procura desenvolver no indivíduo a capacidade de racio- cínio lógicoe de reflexão crítica, sem delimitar com exatidão o objeto de estudo. Dessa forma, o conhecimento filosófico não pode ser verificável, o que o torna sob certo ponto de vista, infalível e exato. Apesar da filosofia não ter aplicação direta à realidade, existe uma profunda interdependência entre ela e os de- mais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do fato que o conhecimento filosófico conduz à elaboração de princípios universais, que fundamentam os demais, enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou científicas para prosseguir na sua evolução (BORTOLOZZI; BERTONCELLO, 2012, p. 28). ● Conhecimento teológico ou religioso: é o conhecimento relacionado ao misticismo, à fé, ao divino, ou seja, à existência de um Deus, seja ele o Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer outro que represente uma autorida- de suprema. “O Conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo que a ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se baseia na certeza da existência de um ser supremo (Fé)” (BORTOLOZZI; BERTONCELLO, 2012, p. 28). 20UNIDADE I Conceitualização ● Conhecimento científico: está relacionado à ciência, pois a ciência é uma ne- cessidade do ser humano que se manifesta desde a infância. É o conhecimento real e sistemático, próximo ao exato, procurando conhecer além do fenômeno em si, as causas e leis. Por meio da classificação, comparação, aplicação dos métodos, análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do uni- verso, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal. Neste, são feitos questionamentos e procuradas explicações sobre os fatos, através de procedimentos que possam levar ao resultado com comprova- ção (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 8 - 12, apud ROVER, 2006, p. 13). 3.2 Empirismo É da natureza humana a busca constante por aperfeiçoamento e compreensão do mundo. Essa busca se dá por diversos caminhos e métodos, dos mais formais em caminhos trilhados pela ciência até os mais informais, pragmáticos e cotidianos. Diferentemente do conhecimento científico, que procura delimitar o objeto alvo, buscando o rigor da exatidão, que pode ser temporária, porém comprovada, o empirismo é uma prática e uma filosofia, em que se afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial. Essa filosofia também é cética, pois desconfia da exten- são a que pode chegar o conhecimento, já que o ato de conhecer depende da experiência. O termo “empirismo” vem do grego έμπειρία, cuja tradução para o latim é experien- tia, que significa experiência em português. A pesquisa empírica se dá por tentativa e erro, e é realizada em qualquer ambiente. Essa doutrina questiona o racionalismo cartesiano que afirma que não deveríamos confiar nos sentidos para obter um conhecimento verdadeiro. Para os empiristas as experiências sensoriais são o que nos permitem conhecer qualquer coisa. Nesse sentido, o empirismo fornece um entendimento superficial, o conhe- cimento científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas inter-relações com o meio”. (BORTOLOZZI; BERTONCELLO, 2012, p. 29). A pesquisa empírica pode ser realizada no laboratório e no campo e enfatiza o papel da experiência e da evidência, experiência sensorial, especialmente, na formação de ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradicionais. Já o conhecimento científico, deve ser provado com clareza e precisão, por meio de ações sistemáticas, analíticas e críticas, levando à elaboração de leis universalmente válidas para todos os fenômenos da mesma natureza. https://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Laborat%C3%B3rio https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_(filosofia) Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 21UNIDADE I Conceitualização SAIBA MAIS AS 10 QUALIDADES DE UM BOM PESQUISADOR EnglishPos / 20 de outubro de 2020 Qualidade #1 – Interesse; Qualidade #2 – Motivação; Qualidade #3 – Inquisitividade; Qualidade #4 – Comprometimento; Qualidade #5 – Sacrifício; Qualidade #6 – Excelência; Qualidade #7 – Conhecimento; Qualidade #8 – Reconhecimento; Qualidade #9 - Abordagem Acadêmica; Qualidade #10 - Integração. Saiba mais sobre cada qualidade acessando o artigo do professor e pesquisador Luis H. Toledo-Pereyra, então editor chefe da revista Journal of Investigative Surgery, acessan- do: https://englishpos.com.br/as-10-qualidades-de-um-bom-pesquisador/. Fonte: Toledo-Pereyra, Luiz H. As 10 qualidades de um bom pesquisador. EnglishPos, 2020. Disponível em: https://englishpos.com.br/as-10-qualidades-de-um-bom-pesquisador/. Acesso em 22 jul. 2021. 22UNIDADE I Conceitualização 4. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING O Sistema de Informação de Marketing (SIM) conjuntamente com recursos de tec- nologia da informação e comunicação, pode contribuir significativamente com as atividades gerenciais relacionadas ao departamento de marketing da organização, como também para os níveis mais estratégicos de tomada de decisão empresarial. Trata-se, portanto, de uma ferramenta que auxilia as principais funções administrativas de: analisar, planejar, implementar e controlar. Segundo Kotler; Armstrong (2014, p. 148) um sistema de informação de marketing (SIM) é constituído por pessoas, equipamentos e procedimentos para coleta, classificação, análise, avaliação e distribuição de informações necessárias, precisas e atualizadas para os responsáveis pelas tomadas de decisão. Para Las Casas (2017, p. 89) o Sistema de Informações de Marketing (SIM) é uma forma organizada e planejada de proporcionar informações aos executivos da empresa de maneira constante. Normalmente, o sistema utiliza-se de dados internos e externos para sua alimentação. Nesse sentido, o sistema de informação de marketing auxilia na identificação das informações necessárias e na tarefa de saber quais informações serão mais relevantes para tomada de decisão, buscando por meio de pesquisas em registros internos ou em dados externos à organização. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 23UNIDADE I Conceitualização O SIM é representado por uma linha contínua que liga o mercado à empresa. Isso significa que o sistema gera informações constantes para que os admi- nistradores tomem suas decisões, sendo estas provenientes dos subsiste- mas de contabilidade, informática e inteligência de marketing (LAS CASAS, 2017, p. 89). Vale ressaltar que o Sistema de Informação de Marketing não se restringe a pro- gramas ou equipamentos de tecnologia da informação. Apesar desses recursos serem utilizados para processar as informações com precisão e agilidade, é preciso destacar que um SIM é constituído sobretudo por pessoas, das mais diversas áreas, que são fundamen- tais no processo de análise de informações que tem origem em diversas fontes internas e externas à organização. De maneira clássica, como ocorre com a definição de qualquer tipo de sistema, o SIM pode ser dividido em três etapas: coleta, processamento e saída. Essa lógica de- monstra o funcionamento do sistema que recebe dados (entrada), realiza o processamento (análise) e apresenta informações (saída), que pode ser por meio de relatórios com objetivo de auxiliar o gestor na tomada de decisão. Entre os muitos benefícios que um sistema de informação de marketing pode trazer, podemos destacar uma melhora geral no desempenho das empresas com base em informações; a seleção de informações mais adequadas para os gestores tomarem decisões; a organização das informações em categorias: produtos, segmento, clientes, departamentos, fornecedores etc. Para Las Casas (2017, p. 89) apesar de todos estes benefícios, muitas empresas ainda não aplicam o sistema de informação de marketing. Um dos motivos é que muitos gestores optam por deixar apenas o departamento de pesquisa funcionar como um centro deinformações. Isso sobrecarrega o departamento, pois além de pesquisas específicas, encarrega-se de proporcionar aos principais executivos algumas informações básicas ou mesmo certos gráficos padronizados. O autor alerta que é necessário mais do que isto para que exista um SIM. Ainda de acordo com Las Casas (2017, p. 90) um sistema de informação de marke- ting precisa ter as seguintes funções: 1.Proporcionar a coleta de informações: esta função determina a necessida- de de pesquisar em várias fontes e arquivar as informações após passarem por um processo de seleção. 2.Processar as informações: neste caso, o sistema deve proporcionar recur- sos para que os dados sejam analisados quanto à qualidade e credibilidade, transformados em quadros e gráficos condensados e disseminados. 3.Usar a informação fornecida: o sistema deve proporcionar as informações adequadas a cada um dos principais executivos. As necessidades são dife- rentes de acordo com a função, e os dados devem satisfazer a estas neces- sidades. Atualmente, com a integração dos departamentos de uma empresa, as informações devem ser compartilhadas entre todos os decisores (LAS CA- SAS, 2017, p. 90). Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 24UNIDADE I Conceitualização Nesse sentido, podemos compreender que o Sistema de Informação de Marketing tem como uma de suas principais funções levantar e gerar informações relacionadas ao passado, o presente e o futuro da organização, com maior foco em perspectivas futuras, a fim de contribuir para a definição de objetivos, o alcance de metas e o desenvolvimento de estratégias de mercado. 4.1 Diferença entre SIM e pesquisa O Sistema de Informações de Marketing (SIM) é uma forma organizada e planejada de proporcionar informações aos executivos da empresa de maneira constante. Normal- mente, o sistema utiliza dados internos e externos para sua alimentação. A pesquisa de mercado é feita para resolver um problema específico, geralmente aquela informação que o SIM não tenha condições de proporcionar. Exemplo disso: um relatório de vendas pode chegar diariamente à mesa de um executivo, determinando o nível de pedidos de uma região. Este fluxo de informações caracteriza um dos componentes do Sistema de Informações de Marketing (SIM). REFLITA Cuidado para não confundir pesquisa de marketing com Sistema de Informação de Marketing. A pesquisa é uma das fontes de informação que alimentam o SIM, que é muito mais complexo. Fonte: o autor. Portanto, podemos concluir que o sistema de informação de marketing pode ser considerado uma fonte de processamento e geração de informações constantes que po- dem ser utilizadas como base para os gestores tomarem suas decisões. Já a pesquisa, que também é uma fonte de informações, é utilizada para buscar dados específicos, quando as informações do SIM não são suficientes para se tomar decisões. 25UNIDADE I Conceitualização CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) Aluno(a), Nesta unidade, buscamos compreender o conceito de pesquisa e saber diferen- ciar Dados, Informação e Conhecimento. Também vimos a importância do conhecimento científico. Procuramos entender as diferentes concepções de pesquisa e vimos que os diferentes procedimentos adotados geram , consequentemente, diferentes resultados. Entre elas destacamos as pesquisas exploratória, descritiva e causal. Vimos também que as pesquisas são classificadas de diferentes formas, de acordo com as características e objetivos de cada estudo a ser realizado. Compreendemos, portanto, que a pesquisa é um processo ou um método utilizado para coletar informações específicas junto aos diversos agentes ou elementos que com- põem um mercado, como concorrentes, fornecedores, intermediários e consumidores, a fim de orientar as organizações a solucionar problemas e tomar as melhores decisões. Constatamos que as informações coletadas e processadas em uma pesquisa têm origem em várias fontes, como por meio da pesquisa e de fontes como arquivos internos e serviços de inteligência de mercado que são combinadas e apresentadas em um formato capaz de ser usado prontamente para tomar decisões. Além disso, conhecemos como se compõe um Sistema de Informação de Marke- ting e compreender sua relação e diferenças em relação a pesquisa de marketing. Vimos que um sistema de informações de marketing pode ser compreendido de diversas formas e técnicas integradas, que buscam gerar, analisar, armazenar e distribuir informações de forma contínua aos gestores de uma organização. 26UNIDADE I Conceitualização MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Pesquisa de Marketing - Uma orientação aplicada Autor: MALHOTRA, NARESH. Editora: BOOKMAN. Ano: 2012. Sinopse: Essa obra ilustra a interação entre decisões de pesqui- sa de marketing e decisões gerenciais de marketing. É um texto abrangente, prático e equilibrado, que descreve o processo de pesquisa de marketing de forma ampla, evidenciando sua aplica- ção a qualquer área da administração. FILME / VÍDEO Título: Do que as mulheres gostam Ano: 2001. Sinopse: nessa comédia a regra é conhecer o consumidor. O filme conta a história de um publicitário vivido por Mel Gibson que é desafiado a criar campanhas sobre o universo feminino. Para isso, ele resolve experimentar em si mesmo os produtos femininos e acaba tendo um acidente com um secador de cabelos e uma banheira cheia d’água, com o choque “Nick” acaba ganhando o dom de ler os pensamentos das mulheres. É assim que o per- sonagem, consegue ter uma ideia mais real de como funciona a mente de suas consumidoras e com isso consegue se comunicar perfeitamente com o público feminino da marca. 27 Plano de Estudo: ● Pesquisa Mercadológica; ● Pesquisa enquanto necessidade; ● Os processos e etapas da pesquisa de marketing; ● Mídias digitais e pesquisa de informação. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar a Pesquisa Mercadológica; ● Estabelecer a importância da Pesquisa enquanto necessidade; ● Compreender os processos e etapas da pesquisa de marketing; ● Contextualizar mídias digitais e como pesquisa de informação. UNIDADE II Pesquisa e Mercado Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 28UNIDADE I Conceitualização 28UNIDADE II Pesquisa e Mercado INTRODUÇÃO Prezado(a) Aluno(a), Nesta unidade vamos conceituar e contextualizar a pesquisa mercadológica, assim como observar as semelhanças e diferenças com a pesquisa de marketing. Independente do termo e conceitos utilizados, quando falamos sobre pesquisa, o mais importante é de- senvolver uma cultura organizacional que valorize a informação. Nesse sentido, vamos compreender que para tomar decisões acertadas, o gestor pode usar diversos tipos de pesquisa. Até mesmo a simples observação da concorrência pode ser chamada de pesquisa. Podendo ser utilizada a pesquisa de mercado ou pesquisa de marketing para investigar, monitorar e estudar as mudanças que ocorrem de forma constante no ambiente de negócios. Veremos a importância de estabelecer a pesquisa a partir do estudo e das neces- sidades dos consumidores, sendo que a compreensão dos conceitos de necessidade e desejo e sua identificação na análise de consumidores e no estudo do mercado, pode trazer vantagem competitiva na elaboração de estratégias mercadológicas. Vamos também compreender os processos e principais etapas para a realização de pesquisas em marketing e ressaltar que é necessário seguir um planejamento para que uma pesquisa seja realizada adequadamente. Por fim, vamos contextualizar mídias digitais e as redes sociais como fonte de pesquisa e informação para que as empresas possam desenvolver suas estratégias de marketing e comunicação com seus clientes. 29UNIDADE I Conceitualização 29UNIDADE II Pesquisa e Mercado 1. PESQUISA MERCADOLÓGICA Muitos confundem a pesquisa de mercado ou mercadológica apenas com a aplica- ção de questionários ou realização de entrevistas.Essas atividades são somente algumas das formas de obter determinadas informações. Podemos então compreender pesquisa de mercado como um processo ou um método utilizado para coletar informações específicas junto aos diversos agentes ou elementos que compõem um mercado, como concorrentes, fornecedores, intermediários e consumidores, a fim de orientar as organizações a solucio- nar problemas e tomar as melhores decisões. Segundo Azevedo (2007, on-line) apresenta um definição mais formal de pesquisa de mercado, segundo a Associação Nacional de Empresas de Pesquisa de Mercado (ANEP): A coleta sistemática e o registro, classificação, análise e apresentação obje- tiva de dados sobre hábitos, comportamentos, atitudes, valores, necessida- des, opiniões e motivações de indivíduos e organizações dentro do contexto de suas atividades econômicas, sociais, políticas e cotidianas (AZEVEDO, 2007, on-line). Podemos compreender que a pesquisa de mercado, quando realizada corretamen- te, pode ser uma importante fonte de informações que antes não estavam disponíveis e que se somadas a informações e conhecimentos prévios da organização, podem tornar o processo decisório mais assertivo. De acordo com Azevedo (2007, on-line) a pesquisa de mercado pode ser utilizada ainda para: conhecer e monitorar o mercado consumidor e concorrente, dimensionar a demanda, verificar a presença do público-alvo (clientes e prospects), avaliar resultados Nath Realce Nath Realce 30UNIDADE I Conceitualização 30UNIDADE II Pesquisa e Mercado deações de marketing, identificar e dimensionar problemas ou necessidades, observar ten- dências, avaliar a satisfação dos consumidores, testar produtos e estratégias antes do seu lançamento, analisar as práticas da concorrência (quantidade e agressividade), monitorar a dinâmica e o comportamento dos diferentes segmentos e nichos. Nesse sentido é importante destacar que não se deve fazer uma pesquisa de mer- cado, apenas por fazer. O que deve motivar uma pesquisa é uma situação problema, que nem sempre é algo negativo. Essa situação gera dúvidas e incertezas, deve ser percebida e ser o ponto de partida para uma investigação mais aprofundada. Para Azevedo (2007, on-line) a pesquisa de mercado deve ser feita para verificar a validade e a viabilidade de uma hipótese ou responder questões-chave do negócio. Se- gundo o autor a empresa deve recorrer às pesquisas sempre que tiver que tomar decisões importantes, tais como: ● Expandir a área geográfica de atuação, ● Entrar em novos segmentos de mercado ou canais de distribuição, ● Lançar ou aperfeiçoar produtos e serviços, ● Dimensionar a equipe de vendas, ● Credenciar revendedores ou distribuidores, ● Escolher um ponto comercial, ● Definir qualidade e variedade dos produtos e serviços a serem comercializados, ● Definir os meios de divulgação mais adequados, ● Ajustar preços, ● Posicionar produtos e marcas, ● Iniciar um novo negócio (deve fazer parte do plano de negócios) (AZEVEDO, 2007, on-line). 1.1 Pesquisa de Mercado X Pesquisa de Marketing Os termos pesquisa de mercado e pesquisa de marketing são usados na maioria das vezes como sinônimos. Os dois tipos de pesquisa servem para coletar e fornecer informações que irão auxiliar gestores no processo de tomada de decisão. Existem seme- lhanças tanto metodológicas como técnicas, mas também algumas diferenças em relação ao escopo, objetivos e aplicação dessas duas abordagens de pesquisa. Uma das formas de se perceber a sutil diferença entre pesquisa de marketing e pesquisa de mercado está em analisar o ponto de vista. A pesquisa de marketing busca informações mais próximas da empresa com dados internos e externos e faz comparações. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 31UNIDADE I Conceitualização 31UNIDADE II Pesquisa e Mercado Já a pesquisa de mercado, busca ouvir a voz do mercado, a partir, principalmente de dados secundários, que demandam uma investigação mais profunda a fim de compreender o contexto em que a empresa está inserida. De acordo com Azevedo (2007, on-line), a pesquisa de mercado tem um escopo mais amplo, direcionada a investigar aspectos de um determinado mercado consumidor. Pode ser realizada antes mesmo de se decidir abrir um novo empreendimento, para saber mais informações sobre determinado segmento, viabilidade econômica, demanda por de- terminados produtos, comportamento do consumidor, etc. Azevedo (2007, on-line) apresenta as aplicações mais comuns de pesquisa de mercado: ● Potencial de consumo: avaliar a demanda de produtos e serviços e embasar decisões de entrada em mercados desconhecidos. ● Satisfação do cliente: identificar falhas e oportunidades de melhoria nos pro- dutos e serviços, pode ser feita de forma contínua ou esporádica. ● Participação de mercado (market share): mede a força da empresa e de seus concorrentes no mercado. ● Lembrança (recall top-of-mind) – utilizada para avaliar a eficiência da comu- nicação e a percepção de qualidade do produto. ● Mídia – empregada para medir a participação e o perfil do público-alvo de um veículo de comunicação, serve para escolher onde e quando anunciar. ● Comportamento do consumidor – usada para desenvolver produtos e emba- sar campanhas publicitárias. ● Teste de novos produtos e serviços – utilizado para avaliar e ajustar produtos, reduzindo os riscos dos lançamentos. ● Escolha de ponto-de-venda – usada para avaliar a melhor alternativa de local para a instalação de determinado negócio. ● Preço (venda ou compra) – usado para ajustar preços e o posicionamento de mercado, bem como para avaliar a viabilidade da entrada em novos mercados. A pesquisa de marketing é mais direcionada a questões relacionadas à área de marketing, podendo ter como foco a própria organização, suas políticas de preço, produto, distribuição e propaganda, por exemplo. Isso nos faz lembrar dos famosos 4 Ps de marke- ting: produto, preço, praça e promoção. Por exemplo, quando uma empresa compara o preço de seu produto com o dos concorrentes, trata-se de uma pesquisa de marketing. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 32UNIDADE I Conceitualização 32UNIDADE II Pesquisa e Mercado Podemos também dividir as aplicações da pesquisa de marketing em dois grandes grupos: ● Pesquisas de oportunidade: buscam informações existentes no mercado em que a empresa atua, relacionadas a produtos e serviços atuais ou aqueles que podem vir a ser lançados. ● Pesquisas de vendas: tem como objetivo avaliar a eficiência das ações reali- zadas na distribuição,comunicação e na análise de vendas. Apesar das diferenças e semelhanças entre os dois termos, o mais importante é desenvolver uma cultura organizacional que valorize a informação. Para tomar decisões acertadas, o gestor pode usar diversos tipos de pesquisa. Até mesmo a simples observação da concorrência pode ser chamada de pesquisa. Utilize a pesquisa de mercado ou pesqui- sa de marketing para investigar, monitorar e estudar as mudanças que ocorrem de forma constante no ambiente de negócios. Nath Realce 33UNIDADE I Conceitualização 33UNIDADE II Pesquisa e Mercado 2. PESQUISA ENQUANTO NECESSIDADE Quando falamos de pesquisa enquanto necessidade, podemos partir da seguinte reflexão: todo produto ou serviço ofertado no mercado deve ou deveria atender as ne- cessidades e inspirar os desejos dos consumidores alvo. Além disso, é preciso analisar também outros aspectos, entre eles a demanda, pois de nada adianta lançar um produto ou serviço que os consumidores precisam ou desejam, mas que não tem condições fi- nanceiras de pagar por ele. Por isso, pesquisar profundamente um mercado consumidor ou um segmento específico desse mercado é uma das formas mais tradicionais de se praticar o marketing. A prática da pesquisa e do estudo do comportamento dos consumidores, cresce cada vez mais em importância para que as empresas possam desenvolvere ofertar produtos e ser- viços que atendam suas necessidades e desejos. A compreensão dos conceitos de necessidade e desejo e sua identificação na análise de consumidores e no estudo do mercado, pode trazer vantagem competitiva na elaboração de estratégias mercadológicas. Mesmo com os avanços tecnológicos e com as inovações, muitas empresas ainda estão focadas em atender apenas às necessidades bá- sicas dos consumidores e com isso, rapidamente podem ficar para trás seus concorrentes. De acordo com Kotler (2014), com o aumento gigantesco da concorrência, as empresas que se destacam são as que buscam atender necessidades mais específicas e, às vezes, até individuais dos consumidores que estão muito bem informados e cada vez Nath Realce Nath Realce 34UNIDADE I Conceitualização 34UNIDADE II Pesquisa e Mercado mais exigentes. Esse conceito mais atual do marketing tem como estratégia central “sentir e responder” e não apenas “criar, ofertar e vender”. Trata-se de uma filosofia baseada em profundo e constante estudo do mercado. Ainda segundo Kotler (2014), o chamado tripé mercadológico ou também conhecido como tríade: “necessidades, desejos e demandas”, são considerados conceitos essenciais para o desenvolvimento das atividades de marketing, conforme apresentamos a seguir: ● Necessidade: a necessidade tem origem natural, instintiva, biológica. Con- forme aponta Kotler (2014), às necessidades descrevem exigências humanas básicas. As pessoas precisam de comida, ar, água, roupa e abrigo para poder sobreviver. Elas também têm uma necessidade muito grande de recreação, educação e entretenimento. Portanto, estudar os mercados é também observar os consumidores e descobrir quais são suas necessidades. ● Desejo: o desejo tem sobretudo uma origem cultural, ou seja, tem relação direta com nossa cultura e com os hábitos sociais. Por isso, o desejo pode ser moldado pelas ações das marcas e empresas, principalmente por meio de suas campa- nhas publicitárias, que ao apelar para o emocional, despertam o desejo por um produto de marca específica. Desejos são moldados pela sociedade em que se vive. Necessidades se tornam desejos quando são dirigidas a objetos específicos capazes de satisfazê-las. Um norte americano NECESSITA de comida, mas DE- SEJA um hambúrguer, batatas fritas e um refrigerante (KOTLER, 2014) . ● Demanda: são desejos por produtos específicos apoiados por uma possibili- dade de pagar. Nada adianta estudar o mercado, identificar uma necessidade, criar um produto para atendê-la, estimular o desejo do consumidor pela marca, se não houver demanda pelo produto (KOTLER, 2014) . Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 35UNIDADE I Conceitualização 35UNIDADE II Pesquisa e Mercado REFLITA Podemos utilizar como um exemplo de estudo de demanda, uma decisão estratégica da rede mundial de fast food Mcdonald´s. A empresa tem uma política de não abrir novos restaurantes em cidades com uma população com menos de 200 mil habitantes (exceto em regiões turísticas). Ao estudar o mercado, levando em conta dados populacionais e demográficos, o Mcdonald´s chegou a conclusão que densidades populacionais com menos de 200 mil habitantes não teriam um grupo considerável de pessoas com poder aquisitivo e até por questões culturais de frequentar com assiduidade o restaurante e pagar em média R$ 30,00 por um combo (lanche, batata frita e refrigerante). Por isso, a decisão de abrir lojas em cidades com maior fluxo de clientes para manter a operação, atingindo assim as margens de lucro desejadas. Fonte: o autor. Com isso, compreendemos que a pesquisa ou estudo de mercado é uma ferramen- ta muito importante para qualquer movimento ou ação de uma organização. Afinal, é para servir aos consumidores que uma empresa é criada. 36UNIDADE I Conceitualização 36UNIDADE II Pesquisa e Mercado 3. OS PROCESSOS E ETAPAS DA PESQUISA DE MARKETING De acordo com SEBRAE (2015, online), entender como os consumidores se rela- cionam com produtos, serviços, marcas e, principalmente, como eles fazem suas escolhas pode fazer toda a diferença na hora de colocar algumas estratégias em prática. Nesse sentido, o consumo de qualquer tipo de produto ou serviço, apesar de ser importante, é apenas uma entre infinitas ações e interações que fazem parte do cotidiano do ser humano. Por isso mesmo, levar em consideração aspectos mais profundos do consumidor é cada vez mais relevante para as análises de mercado e estratégias de marketing das empresas. Para SEBRAE (2015, online) é preciso observar e analisar atentamente o con- sumidor e perguntas a seguir podem ajudar nesse processo: ● O que ele pensa e sente? ● O que ele vê? ● O que ele ouve? ● O que ele fala e faz? ● Quais são seus medos e frustrações? ● Quais são seus verdadeiros desejos e necessidades? Nesse ponto, podemos compreender que no atual contexto a análise de consumi- dores em mercados cada vez mais complexos e diversificados, tornam-se grandes desafios para as organizações. Por exemplo, as mudanças trazidas pela tecnologia e pela globaliza- ção, assim como as próprias questões econômicas e populacionais geram transformações na cultura das sociedades e diferentes comportamentos em seus indivíduos, que cada vez mais independem de gênero, idade ou classe social, mas sim com três outros critérios. 37UNIDADE I Conceitualização 37UNIDADE II Pesquisa e Mercado Por isso, a pesquisa de mercado baseada na variáveis geográficas, demográficas e até mesmo as psicográficas e comportamentais, não são mais suficiente para compreender e atender melhor novos e diferentes segmentos.Nesse sentido, surgem estudos que se debruçam em descobrir quanto e como as pessoas utilizam os recursos e equipamentos de tecnologia; quais são as intenções que elas têm ao consumir os diversos produtos digitais e, principalmente, quanto os recursos digitais servem para moldar sua própria identidade. Desde a mais simples até a mais complexa pesquisa de mercado deve ser planeja- da para evitar falhas de todos os tipos, desde a escolha incorreta do método a ser usado até a importância das informações obtidas para o processo decisório. De acordo com Kotler; Armstrong (2014) o processo de pesquisa de marketing possui quatros etapas: 1. definição do problema e dos objetivos da pesquisa, 2. desenvolvimento do plano de pesquisa, 3. implementação do plano de pesquisa 4. interpretação e apresentação dos resultados. FIGURA 1 - O PROCESSO DE PESQUISA DE MARKETING Fonte: Adaptado de Kotler; Armstrong (2014, p. 152) 38UNIDADE I Conceitualização 38UNIDADE II Pesquisa e Mercado 3.1 Definição do problema e dos objetivos da pesquisa A definição do problema é a etapa mais importante de qualquer projeto de pesqui- sa, pois somente quando um problema é definido de forma clara e precisa é que se pode seguir em frente com as demais etapas do estudo. A formulação do problema consiste em compreender e explicitar quais os reais motivos ou propósitos da pesquisa. Segundo Gil (2017) o problema de pesquisa é um objeto de discussão, uma situa- ção ainda não resolvida e que deve ser solucionada por meio de conhecimento científico. O autor complementa ainda explicitando que o problema de pesquisa pode ser definido por meio da observação (contato diário com situações organizacionais); da teoria (contato com textos já publicados sobre determinado tema); ou por meio de um método com o qual o pesquisador tenha tido contato e que se pretenda testar. De todas as tarefas de um projeto de pesquisa de marketing, nenhuma é mais vital para a satisfação das necessidades do cliente do que uma definição ade- quada do problema de pesquisa. Todo o esforço, o tempo e o dinheiro gastos a partir desse ponto serão desperdiçados se o problema for compreendido erroneamente ou se for mal definido (MALHOTRA, 2012, p. 32). Gil (2017) alerta para a necessidade de que o problema da pesquisa seja formuladocomo uma pergunta. O questionamento irá nortear e facilitar a identificação do problema por parte de quem consulta o projeto ou o relatório da pesquisa. O autor apresenta uma situação hipotética para exemplificar a formulação do pro- blema de pesquisa por meio de uma questão norteadora. Imagine que uma concessionária de motocicletas da cidade de São Paulo deseja conhecer os impactos da marca na decisão de compra dos consumidores para, assim, direcionar os seus esforços de marketing. Pode- mos formular como problema da pesquisa a seguinte pergunta: “A marca Honda atua como fator influenciador na decisão de compra de motocicletas na cidade de São Paulo?”. Nesse sentido, é importante para o pesquisador realizar uma reflexão mais pro- funda, para formular corretamente o problema da pesquisa, assim como terem em mente algumas questões básicas: ● Qual o real motivo para a realização da pesquisa? ● Quais decisões poderão ser tomadas a partir dos resultados da pesquisa? ● Como os resultados da pesquisa podem ajudar na resolução dos problemas? Como podemos observar, o problema representa a principal pergunta orientadora da pesquisa. Sendo o ponto de partida para as demais etapas de concepção da pesquisa e da elaboração do projeto de pesquisa. Nath Realce Nath Realce 39UNIDADE I Conceitualização 39UNIDADE II Pesquisa e Mercado 3.2 Objetivo da pesquisa O objetivo da pesquisa exploratória é coletar informações preliminares que ajudarão a definir o problema e a sugerir hipóteses. O objetivo da pesquisa descritiva é apontar ele- mentos como, o potencial do mercado para determinado produto, os dados demográficos e as atitudes dos consumidores que compram um produto específico. O objetivo da pesquisa causal é testar hipóteses sobre as relações causa/efeito. 3.3 Desenvolvimento do plano de pesquisa O plano deve conter as fontes dos dados existentes e detalhar as abordagens es- pecíficas da pesquisa, os métodos de contato, os planos de amostragem e os instrumentos que os pesquisadores utilizarão para coletar novos dados. ● Coleta de informações secundárias: os dados secundários são informações que já existem em algum lugar e que foram coletadas para outro propósito. Os dados primários são informações coletadas para o propósito em questão. Fontes de dados comerciais: as empresas podem comprar informações de fornecedores. ● Planejamento da coleta de dados primários: os pesquisadores devem ava- liar com cuidado a qualidade das informações secundárias, devem ter cuidado ao coletar dados primários, para ter certeza de que são relevantes, precisos, atuais e imparciais. ● Instrumentos de pesquisas: ao coletar dados primários, os pesquisadores de marketing têm de escolher entre os dois principais instrumentos de pesquisa: os questionários e os instrumentos mecânicos. Os questionários são de longe o instrumento mais comum e podem ser aplicados pessoalmente, por telefone ou pela internet. São também muito flexíveis – as perguntas podem ser feitas de diversas maneiras. ● Implementação do plano de pesquisa: o próximo passo do pesquisador é colo- car o plano de pesquisa de marketing em ação. Isso implica em coletar, processar e analisar as informações. A coleta de dados pode ser efetuada pelo próprio de- partamento de pesquisa de marketing da empresa ou por empresas contratadas. A empresa mantém maior controle sobre o processo de coleta e a qualidade dos dados quando trabalha com seu próprio departamento. Entretanto, empresas especializadas em coleta de dados geralmente realizam o trabalho com maior rapidez e a um custo mais baixo. A fase de coleta de dados é geralmente a mais cara da pesquisa de marketing e a que está mais sujeita a erros. Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce Nath Realce 40UNIDADE I Conceitualização 40UNIDADE II Pesquisa e Mercado 3.4 Interpretação e apresentação dos resultados Para finalizar, o pesquisador deve interpretar os resultados, tirar conclusões e apresentá-las à administração. Ele não deve sobrecarregar os gerentes com números e técnicas estatísticas complexas. Em vez disso, deve apresentar resultados importantes, que podem ser úteis nas principais decisões com as quais a administração se depara. SAIBA MAIS Os 5 P´s da Pesquisa Para facilitar o entendimento de um processo ou de pesquisa de marketing, alguns auto- res apresentam os chamados 5 Ps da Pesquisa, que podem ser compreendidos também como alguns passos iniciais para elaborar uma pesquisa. Os cinco P’s da pesquisa são: 1. Propósito. 2. Planejamento. 3. Procedimento. 4. Processamento. 5. Propagação. A seguir vamos apresentar de forma resumida cada um dos 5 P´s da Pesquisa, que se- rão detalhados posteriormente nos conteúdos relacionados a concepção da pesquisa e no projeto de pesquisa de marketing e suas etapas. ● Propósito: está relacionado a determinação daquilo que se pretende com a pesqui- sa. Nessa etapa é preciso que o pesquisador tenha uma visão clara dos objetivos a serem perseguidos. Las Casas (2017, p. 101) ressalta que o Propósito é a “determi- nação daquilo que se pretende fazer e é o primeiro passo da pesquisa de mercado”. O propósito está relacionado aos objetivos da pesquisa, que por sua vez são decor- rentes da definição do problema. De acordo com Las Casas (2017, p. 101) definir um problema é um dos passos mais importantes da pesquisa, pois é a partir da definição que os demais passos são conduzidos. “Se houver uma definição errada, todo o tra- balho será errado e inútil, pois de nada adiantarão os resultados que forem obtidos”. ● Planejamento: após uma definição dos objetivos ou propósito, a pesquisa deve ser planejada. Segundo Las Casas (2017, p. 101) de acordo com a necessidade de in- formação, o pesquisador determina se fará uma pesquisa descritiva ou experimental, “se a coleta se dará através de dados secundários ou primários e que tipo de coleta de dados será utilizado”. Uma pesquisa de mercado pode ser feita pelo método de questionário ou pelo método de observação. Nath Realce Nath Realce 41UNIDADE I Conceitualização 41UNIDADE II Pesquisa e Mercado ● Procedimentos: nesta etapa da pesquisa é feita a operacionalização de tudo o que foi planejado. De acordo com Las Casas (2017, p. 105) é neste momento que pro- vidências devem ser tomadas em relação à contratação dos entrevistadores. “Se for o caso, processos e procedimentos devem ser estabelecidos, e controle para que a pesquisa seja conduzida de forma apropriada. É a parte que vai colocar em prática tudo o que foi planejado”. ● Processamento: os dados coletados precisarão ser tabulados e codificados para serem processados pelo computador. Nessa etapa todos os questionários devem ser revisados para assegurar-se de que todos os itens foram preenchidos. Las Casas (2017, p. 105) ressalta que “algumas pesquisas podem ser tabuladas manualmente, mas a maioria passa por uma tabulação através de computadores”. Vários quadros e gráficos surgirão nesta etapa que demonstram os resultados dos dados coletados. ● Propagação: nesta etapa os dados devem ser finalmente divulgados pelo pesquisa- dor. Para isso, o relatório deve ser feito visando às pessoas que solicitaram a pesqui- sa. De acordo com Las Casas (2017, p. 105) os detalhes a serem incluídos depen- dem do nível de conhecimento dos indivíduos. “Um relatório completo deve incluir objetivo da pesquisa, metodologia, tabelas e resultados, bem como observações e recomendações finais”. Se o conhecimento daqueles que receberão os relatórios for elevado, pode-se incluir informações mais detalhadas sobre a metodologia e técni- cas de pesquisa aplicadas na coleta dos dados. Agora se o conhecimento destes for limitado, talvez o pesquisador prefira incluir apenas os resultados. Em todos os casos, recomenda-se sempre uma linguagem menos técnica, mais direta e acessível à interpretação de todos. Fonte: Las Casas (2017, p. 101-105) 42UNIDADE
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