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Reumatologia II Esclerodermia / Esclerose Sistêmica: ● Esclerodermia: “pele dura” - doença autoimune - desequilíbrio do sistema imunológico. → Predisposição genética. → Pode ser desencadeada por stress, tabagismo e condições pró-inflamatórias (drogas, infecção e certos alimentos). → Forma localizada: afeta pele, na forma de placas (morféia) ou como faixa em membro superior ou inferior (linear) ou em face (“golpe de sabre”). → Forma sistêmica: esclerose sistêmica - afeta pele e órgãos internos. Conceito e Epidemiologia: ● A denominação “esclerodermia”, a partir do reconhecimento de que há manifestação cutânea e doença generalizada, foi substituída mais recentemente por esclerose sistêmica (ES). ● Trata-se de uma doença autoimune crônica, caracterizada por acometimento vascular principalmente da microcirculação e vasos de pequeno calibre, que evolui para endarterite proliferativa isquêmica, associada a fibrose cutânea e visceral. ● É uma doença pouco frequente. A prevalência varia de 7 casos a 489/1.000.000 de habitantes e sofre influência conforme a região geográfica estudada. ● A ES acomete mais mulheres do que homens → proporção de 3:1 e no período reprodutivo 10:1. ● Apresenta curso clínico mais agressivo em homens, nos quais costuma se iniciar mais tardiamente. É pouco frequente em crianças e adolescentes, e sua gravidade está relacionada com o acometimento de órgãos internos. Costuma manifestar-se entre a 3ª e 6ª décadas de vida. Etiopatogênese: ● É uma doença reumática autoimune complexa, cuja patogênese envolve três alterações principais: → ativação do sistema imune; → alterações vasculares; → aumento da deposição de matriz extracelular e colágeno na pele e em órgãos internos. ● Ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis em associação com possíveis fatores desencadeantes ambientais ou outros estímulos não específicos. ● Suscetibilidade Genética: é influenciada pela interação de múltiplos genes que agem aumentando o risco individual de desenvolvimento da doença, além de interferir ou determinar sua progressão e expressão clínica. → A predisposição genética pode ser sugerida por agregação familiar, fatores étnicos, associação da doença com determinados alelos do antígeno leucocitário humano (HLA) e associação com polimorfismos gênicos. → Fatores ambientais, como exposição a solventes orgânicos (benzeno, tolueno), sílica, uso de inibidores do apetite, L-triptofano, pentazocina e bleomicina, podem estar associados a maior risco de desenvolvimento de ES. → Estudos epidemiológicos mostram aumento no risco de desenvolvimento de ES em familiares de primeiro grau de pacientes com a doença. A história familiar de ES é um dos maiores fatores de risco identificados para o desenvolvimento da doença. → Características étnicas também estão associadas a diferenças na frequência e na apresentação de ES (índios Choctaw; afro-americanos apresentam maior incidência de ES com doença mais grave e mais precoce). → A ES tem associação com o locus do complexo HLA. O complexo principal de histocompatibilidade (MHC) localizado no braço curto do cromossomo 6. → Múltiplos estudos mostram associação entre alelos do HLA e suscetibilidade a ES, e muitos descrevem associação com determinados subtipos clínicos e positividade para determinados anticorpos. → A suscetibilidade genética em doenças complexas, como a ES, é baseada na combinação de polimorfismos em inúmeros genes. Esses polimorfismos podem ser encontrados em regiões codificadoras ou não codificadoras do DNA, sendo mais ou menos frequentes na população em geral. O tipo de variação mais frequente no DNA consistem em trocas individuais de um nucleotídeo, chamadas de polimorfismos de nucleotídeo único (SNP). → Diversos genes ou loci têm sido identificados em estudos GWAS (genômica ampla), com ênfase em genes envolvidos na imunidade inata e nas vias de sinalização do interferon incluindo STAT4 (transdutor de sinal e ativados de transcrição 4), IRF5 (fator regulador de interferon 5), além de genes envolvidos na ativação e na sinalização de linfócitos T e B, como BANK1, PTPN22, BLK e CD 247. ● Vasculopatia: anormalidades vasculares, principalmente da microcirculação, ativação das células endoteliais, hiper-atividade vascular e ativação plaquetária estão entre os eventos iniciais da ES. → Fases precoces da doença: é possível identificar alterações no controle do tônus vascular e aumento da permeabilidade vascular. Além disso, é possível identificar também ativação e lesão endotelial. Em pacientes com ES, alterações microvasculares com redução do número de alças capilares, presença de áreas avasculares e desorganização da arquitetura capilar podem ser visualizadas em fases precoces da doença. → O sintoma inicial mais evidente e frequente em pacientes com ES é o fenômeno de Raynaud (FRy): vasoespasmo reversível de extremidades que ocorre com exposição ao frio ou estresse emocional. → Alterações tipo lesão-reperfusão e defeitos no reparo vascular e na angiogênese levam a progressão da vasculopatia com acúmulo de matriz extracelular na camada miointimal e a consequente endarterite obliterativa e estado de isquemia crônica. ● Fibrose: fibrose cutânea e de órgãos internos é patognomônica da ES e ocorre por ativação dos fibroblastos. → Na ES, uma resposta normal e autolimitada à lesão que normalmente leva a regeneração tecidual é substituída por fibrose e perda da arquitetura tecidual. → No tecido fibrótico e pele observa-se tecido acelular, rico em colágeno - deposição excessiva de colágenos do tipo I, III, V e VII - e outras proteínas da matriz extracelular. Observa-se acúmulo de miofibroblastos expressando alfa-actina de músculo liso (alfa-SMA), associada a rarefação de vasos sanguíneos e linfáticos. → Uma vez iniciada, é amplificada e se mantém como consequência do dano tecidual e hipóxia progressiva, resultando em um ciclo vicioso. ● Alterações do sistema imune: Produção de autoanticorpos, ativação de linfócitos e infiltração de células mononucleares nos órgãos afetados. → Evidências de envolvimento da imunidade inata e também da adaptativa. → Infiltrado inflamatório composto principalmente por células mononucleares/macrófagos e linfócitos T é encontrado na pele e em órgãos internos. Observa-se migração e ativação de células T CD4 e predomínio dessas células nos infiltrados linfocitários na pele e pulmão de pacientes com ES. → Alterações no balanço entre linfócitos com perfil Th1/Th2 com polarização para o perfil Th2, são descritas nas fases iniciais da doença. → Aumento nos níveis séricos de IL-4, IL-6, IL-10, IL-13; pele apresenta aumento na expressão de IL-4. → Possíveis alterações na função ou no número de células T reguladoras, responsáveis pela manutenção da autotolerância, possam estar envolvidas na patogênese da ES. → Presença de autoanticorpos séricos. Em torno de 95% dos pacientes produzem anticorpos contra múltiplos antígenos intracelulares. Anticorpos considerados altamente específicos para ES incluem o anticorpo antitopoisomerase I (ou anti-Scl-70), anticentrômero e anti-RNA-polimerase III. → Mais recentemente, autoanticorpos com um possível papel patogênico têm sido descritos, incluindo anticorpos anticélulas endoteliais, antirreceptor do PDGF, antifibroblastos e antirreceptor da angiotensina tipo 1 (AT1R) e da endotelina-1 tipo A. → Estudos mais recentes têm demonstrado que alterações na imunidade inata, principalmente relacionadas às vias dos receptores toll-like (TLR), podem estar envolvidas na patogênese. Os TLR são responsáveis por controlar a resposta imune contra bactérias, vírus e fungos, e são também capazes de reconhecer moléculas endógenas liberadas mediante dano celular. A ativação de mediadores inflamatórios via TLR parece contribuir para a fibrose tecidual. A expressão de TLR4 e de seus correceptores está aumentada em lesões de pele de pacientes com ES e parece estar envolvida na ativação de fibroblastos observada na doença. Clínica: ● A principal característica patológica é a remodelação tecidual anormal efibrose excessiva. ● A manifestação clínica mais visível da doença já estabelecida é a fibrose da pele → esclerodermia. ● A disfunção vascular costuma ser a PRIMEIRA manifestação da doença. ● A ES tem caráter heterogêneo e a gravidade está associada ao envolvimento dos órgãos internos. ● Formas clínicas: é necessário identificar os pacientes que têm uma forma localizada da doença (esclerodermia localizada, restrita à pele), daqueles com a forma sistêmica cutânea limitada foi difusa (esclerose sistêmica), conforme a extensão do espessamento da pele e o padrão de envolvimento sistêmico e de autoanticorpos presentes. → Esclerodermia localizada: 1. Morfeia; 2. Esclerodermia linear; 3. Esclerodermia em golpe de sabre. → Esclerose sistêmica: 1. Esclerose sistêmica cutânea limitada (espessamento cutâneo é restrito às extremidades dos membros e a face; é tipicamente associada à presença de anticorpo anticentrômero e pode ocorrer hipertensão arterial pulmonar em fases tardias); 2. Esclerose sistêmica cutânea difusa (espessamento cutâneo ocorre precocemente e se estende à região proximal dos membros e tronco; a fibrose pulmonar e a crise renal esclerodérmica são frequentes e os anticorpos predominantes são anti-Scl/70 e anti-RNA polimerase III). Critérios de Classificação / DIAGNÓSTICO: ● Os primeiros critérios de classificação foram propostos em 1980 pela atual American College of Rheumatology (ACR), e foram úteis na distinção da ES das outras DDTC, entretanto, não foram capazes de reconhecer as formas precoces da doença. ● Novos critérios de classificação do ACR/EULAR 2013 para a ES foram desenvolvidos com o intuito de aumentar a sensibilidade e o diagnóstico precoce, incluindo manifestações clínicas, achados da capilaroscopia periungueal e a presença de autoanticorpos, classificando como portador de ES aquele que obtiver 9 ou + pontos dentre 8 listados. ● Provas inflamatórias - VHS, PCR. ● Hemograma. ● Função renal. ● FAN → padrão nucleolar, ou centromético. ● Anti-centrômero, Anti-Scl-70, Anti-RNA-Polimerase. → Centrômero positivo: sugestivo de esclerose sistêmica cutânea limitada. Os outros dois são sugestivos da difusa. ● Capilaroscopia periungueal: avalia a microvasulatura periungueal. ● Para avaliar se o paciente tem HAP ou fibrose pulmonar, vamos precisar no mínimo de um ECO e um Rx de tórax. ● Padrão ouro para padrão intersticial → tomografia de tórax. ● Padrão ouro para HAP → cateterismo. Quadro Clínico: ● É uma doença autoimune pertencente ao grupo das doenças do tecido conjuntivo, podendo ocorrer isoladamente ou em sobreposição com as doenças desse grupo. ● O diagnóstico deve ser considerado em pacientes, principalmente mulheres, com FRy, espessamento cutâneo, fadiga, artralgias, mialgias, disfagia e dispneia. ● Com frequência, o FRy é a manifestação isolada e inicial que, associada à presença de autoanticorpos e/ou capilaroscopia anormal, configura a fase precoce ou muito precoce da doença. ● Manifestações Vasculares: → Fenômeno de Raynaud é a manifestação vascular mais frequente, ocorrendo em mais dos 95% dos pacientes. É definido como uma isquemia digital episódica, classicamente trifásica, provocada pelo frio. A fase inicial, de palidez, ocorre pelo vasoespasmo; em seguida, ocorre a cianose, que resulta da remoção do O2 do sangue venoso estático e, finalmente, acontece o rubor, resultante da hiperemia reativa que acompanha o retorno do fluxo sanguíneo. → Nas formas limitadas da doença, o FRy antecede em anos as manifestações cutâneas ou viscerais da doença; em contrapartida, nas formas difusas, surgem concomitantemente. → Os pacientes apresentam anormalidades na microvasculatura, que podem ser observadas pela capilaroscopia periungueal (útil no diagnóstico e prognóstico dos pacientes com FRy de início recente) - dilatações capilares e áreas avasculares. Legenda: Imagens com capilaroscopia com padrão capilaroscópico normal (A) e com padrão SD no qual se observa presença de micro-hemorragias, capilares ectasiados, megacapilares e áreas avasculares (B). ● Manifestações Cutâneas: → A esclerodermia proximal (espessamento da pele) às articulações metacarpofalângicas é o suficiente para classificar um paciente como portador de ES. → A extensão ou mesmo a ausência do acometimento cutâneo (sineescleroderma) é a base da classificação em subtipos clínicos. → Fases de envolvimento cutâneo: 1. Fase edematosa: é a fase inflamatória, caracterizada por edema difuso, depressível, inicialmente em mãos e pés (puffy fingers), que pode durar meses. 2. Fase indurativa: com a regressão do edema, começa a ocorrer endurecimento progressivo da pele, iniciando-se nas extremidades e progredindo em sentido proximal. 3. Fase atrófica: é o estágio final, quando a pele se torna atrófica, fina e aderida aos planos profundos, deixando aparente os estigmas da doença, como a garra esclerodérmica, a microstomia, o afilamento do nariz e a perda progressiva dos anexos. Legenda: Formas de acometimento cutâneo na ES. A e B. Microstomia, telangiectasias e diminuição das marcas de expressão facial. C e D. Esclerodermia localizada: morféia em placas. ● O método mais utilizado atualmente para avaliação periódica do espessamento cutâneo nos pacientes esclerodérmicos é o escore cutâneo de Rodnan, que avalia o espessamento da pele em 17 áreas, graduando o envolvimento em: → 0: pele normal; → 1: espessamento leve; → 2: espessamento moderado; → 3: espessamento importante. ● Outras manifestações cutâneas incluem: calcinose, telangiectasias, úlceras, cicatrizes de úlceras digitais e prurido intenso nos primeiros anos de doença. ● Envolvimento gastrointestinal: → É observado em +90% dos pacientes com ES. → Todo TGI pode ser envolvido desde a orofaringe até o ânus, e decorre da atrofia da musculatura lisa secundária à lesão vascular e neurogênica. → A dismotilidade esofágica está presente em praticamente todos os pacientes (mesmo nos assintomáticos). A disfagia resulta do dano da musculatura lisa nos terços médio e distal do esôfago. → Envolvimento gástrico na ES: menos frequente e se manifesta por dor epigástrica em queimação, náuseas, saciedade precoce e empachamento. Pode ocorrer perda de sangue por presença de telangiectasias, gastrite ou por ectasia vascular do antro gástrico (descrita como “estômago em melancia”). → Dismotilidade do intestino (delgado e grosso): síndrome de má absorção, decorrente da dilatação e da atonia das alças intestinais e consequente supercrescimento bacteriano, levando à alternância de períodos de diarreia e obstipação. → A incompetência esfinctérica anal traz importante morbidade e comprometimento da qualidade de vida. ● Envolvimento pulmonar: → Principais causas de morte na ES: 1. Pneumopatia intersticial: forma de comprometimento pulmonar mais frequente (60 - 90%), sendo mais comum nas formas cutâneas difusas. Inicialmente é assintomática, podendo evoluir com dispneia progressiva aos esforços e tosse seca. → Achados usuais do exame físico: estertores crepitantes, principalmente em bases pulmonares. → Anticorpos anti-Scl-70 estão associados a quadro cutâneo difuso e fibrose pulmonar grave, enquanto anticentrômero e anti-RNA polimerase III estão relacionados com risco reduzido de doença intersticial pulmonar. → Lesões bilaterais, com grande alteração da arquitetura pulmonar - dependendo da magnitude. 2. Hipertensão Arterial Pulmonar: ocorre como resultado de vasculopatia primária (associada à própria ES). Ocorre principalmente nas formas cutâneas limitadas, com prevalência de 5 a 50% após longo tempo de evolução - a presença de anticentrômero aumenta o risco para essa complicação. → Ecocardiograma bidimensional com Doppler: realizado como método de rastreamento, estima a pressão sistólica da artéria pulmonar. O diagnóstico de HAP é confirmado quando a medida da pressão arterial pulmonar média é ≥ 25 mmHg no repouso e a pressão capilar pulmonar em cunha é ≤ 15 mmHg. ● Envolvimento Cardíaco: indica mau prognóstico e pode acometer pericárdio e miocárdio. → Derramepericárdico: é observado em 40% dos pacientes, sendo geralmente assintomático. 7 a 20% dos pacientes apresentam doença pericárdica sintomática, caracterizada por pericardite (aguda ou crônica) ou pela presença de derrame pericárdico. É fator de risco para crise renal esclerodérmica. → Acometimento miocárdico: pode evoluir para insuficiência cardíaca sistólica ou diastólica geralmente em pacientes com forma cutânea difusa. O exame histopatológico revela miosite e fibrose. ● Acometimento Renal: a crise renal esclerodérmica (CRE) resulta da microangiopatia, semelhante ao observado em outros órgãos, e cursa com elevação significativa dos níveis de renina. → São considerados fatores de risco para CRE: extensão do acometimento cutâneo, presença de crepitação tendínea, positividade do anti-RNA polimerase III, anemia de início recente e derrame pericárdico. ● Acometimento Musculoesquelético: queixas são comuns e incluem fadiga, mialgia e artralgia. → Alguns desenvolvem artropatia inflamatória crônica e outros, sobreposição com miopatia inflamatória. → Garra esclerodérmica. Perfil de Autoanticorpos: ● Presença de anticorpos antinucleares (ANA ou FAN) é esperada na maioria dos pacientes, e sua ausência implica necessidade de diagnóstico diferencial com doenças que simulam ES - fasciíte eosinofílica, fibrose sistêmica nefrogênica e escleromixedema. ● O padrão de imunofluorescência do FAN mais comum na ES é o nucleolar. ● Formas cutâneas limitadas → anticentrômero presente em 20 - 40% dos casos, se relaciona com risco de HAP. ● Antitopoisomerase I (anti-Scl-70) é fator de risco para doença intersticial pulmonar e ocorre mais frequentemente em formas cutâneas difusas. ● A presença de anti-RNA polimerase III é marcador de doença cutânea grave e CRE. Prognóstico: ● A mortalidade é maior quando ocorre o envolvimento renal, pulmonar e cardíaco, isoladamente ou em conjunto. ● Fatores associados a aumento de mortalidade → elevação da velocidade de hemossedimentação (VSH), anemia, proteinúria, escores elevados de áreas avasculares na capilaroscopia periungueal. Tratamento: ● Depende da extensão do acometimento cutâneo e visceral de cada paciente, pois não existe um medicamento que seja eficiente para todas as manifestações da doença. ● Acometimento Cutâneo: → Tratamento antifibrótico na fase cutânea inflamatória, observada principalmente nos 5 primeiros anos da doença, e de forma mais intensa na ES difusa. → Metotrexato em dose de 10 a 25 mg/semana por via oral ou intramuscular, é a primeira opção terapêutica nos casos de espessamento cutâneo difuso precoce, em casos sem acometimento visceral significativo. → Ciclofosfamida e micofenolato mofetil para casos de acometimento cutâneo mais intenso ou associado à pneumopatia intersticial. → Rituximabe, em terapêutica com uso de depleção de células B. ● Fenômeno de Raynaud: → Adequação de hábitos de vida: evitar exposição ao frio e mudanças abruptas de temperatura, minimizar estresse emocional, parar de fumar. → Medicações vasoativas: bloqueadores de canais de cálcio (eficazes em reduzir a frequência e a intensidade dos ataques), nifedipino (diminui n° e gravidade das crises de vasoespasmo visceral e de extremidades, porém causa hipotensão e piora do refluxo gastroesofágico), diltiazem e anlodipino em pacientes que não podem usar nifedipino. ● Acometimento Pulmonar: → Três classes terapêuticas são utilizadas no tratamento da HAP: análogos da prostacilina, como epoprostenol, iloprosta e treprostinil. No Brasil, o tratamento se inicia com a monoterapia - bosentana ou ambrisentana. ● Acometimento Renal: → Um importante fator de risco para a CRE é o uso de corticosteroide em doses altas, por esse motivo, não é recomendável a prescrição de prednisona em dose maior que 15 mg/dia em pacientes com ES difusa nos primeiros 5 anos de doença. → Na CRE, é indispensável o uso precoce dos IECA, objetivando controle rápido dos níveis de pressão arterial e de função renal. A medicação comumente utilizada é o captopril (rápido início de ação e meia vida curta), na dose de até 300 mg/dia, sendo, em alguns casos, utilizado o enalapril, na dose de 10 a 20 mg/dia. ● Acometimento Musculoesquelético: a queixa de artralgia pode ser tratada com anti-inflamatórios não hormonais (AINH) por demanda. Já os casos de artrite periférica podem ser beneficiados com o uso de prednisona, em dose até 15 mg/dia, mantendo alerta para o desencadeamento de CRE nos pacientes com ES difusa em atividade. ● Transplante de medula óssea: cursa com melhora do espessamento da pele e estabilização da função pulmonar. É uma opção terapêutica para casos mais graves de ES.
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