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ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I As infecções virais das vias aéreas superiores (IVAS) são a doença mais comum que afeta os seres humanos. Enquanto a população adulta desenvolve 2 a 5 episódios no ano, as crianças em idade escolar desenvolvem de 7 a 10 episódios no decorrer do ano. As vias aéreas superiores são as fossas nasais, a faringe e seios paranasais. As principais síndromes clínicas são: resfriado comum, faringite, otites e sinusites. A incidência das doenças respiratórias na criança vem aumentando nas últimas décadas por inúmeros fatores, dentre os quais podemos citar as alterações do meio ambiente, em decorrência da progressiva urbanização da população infantil, com piora da qualidade do ar inalado intra e extradomiciliar, associada a tabagismo e mudança do estilo de vida familiar. As IVASs compreendem de 40% a 60% do total de atendimentos na faixa pediátrica, nos serviços médicos de urgência e emergência e nas intercorrências ambulatoriais. As IVASs compreendem doenças muito frequentes na faixa pediátrica, de curso benigno e autolimitado, em sua maioria. As doenças respiratórias que correspondem às IVASs incluem a rinofaringite aguda – resfriado comum –, a faringite, a laringotraqueobronquite, a rinossinusite aguda e as otites agudas. Uma criança tem, em média, de 8 a 10 quadros de IVASs por ano, com morbidade especialmente alta devido às seguintes razões: primeiro contato com o agente agressor; falta de imunidade que faz com que transmitam o agente em grande quantidade por mais tempo; vias aéreas de menor calibre, que podem complicar com desconforto respiratório e insuficiência respiratória; maior contato social e contatos mais íntimos, fazendo a taxa de ataque ser mais alta. Os vírus são os agentes predominantes. Entre estes, podemos relacionar rinovírus, adenovírus, influenza, parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Coxsackievirus. Entre todos os vírus, os rinovírus são os mais frequentes, participando de 30 a 40% dos casos. RINOFARINGITE AGUDA OU RESFRIADO COMUM • Abrange o resfriado comum e outros englobados sob a denominação de rinite viral aguda; • é a IVAS mais comum da infância; • a definição anatômica é de uma rinofaringite de etiologia viral que leva à inflamação da mucosa do nariz, faringe e seios paranasais. • Crianças menores de 5 anos podem ter de 5 - 8 episódios por ano; •Causada por vírus, entre os mais frequentes estão o rinovírus, coronovírus, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros; • Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária podem acontecer e permitir a instalação de infecção bacteriana secundária (sinusite e otite média aguda). • VSR e adenovírus podem estar associados à evolução para IVAI); • Os períodos do ano com maior incidência são: outono, inverno e primavera. • O principal dado epidemiológico para a aquisição de resfriado comum é o contato com pessoas doentes A fisiopatologia envolve a invasão do epitélio da nasofaringe, dos seios paranasais e do trato respiratório superior, com lesão celular subsequente. Em decorrência da estimulação colinérgica, aumenta a produção de muco, com Infecções das vias aéreas superiores Infecções das vias aéreas superiores ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I o surgimento de coriza e tosse. Há, ainda, secundariamente à invasão do epitélio, liberação de mediadores inflamatórios nas secreções nasais, aumento de permeabilidade vascular, edema de mucosa e congestão nasal. → A gripe, causada pelo vírus da influenza, costuma ser classificada separadamente do resfriado comum, caracterizando-se por um quadro de IVAS com maior repercussão clínica. Pode apresentar-se, na criança maior, com febre alta, prostração, mialgia e calafrios. Os sintomas de coriza, tosse e faringite podem ficar em segundo plano frente às manifestações sistêmicas mais intensas. Febre, diarréia, vômitos e dor abdominal são comuns em crianças mais jovens. Tosse e fadiga podem durar várias semanas. • Transmissão: através de gotículas produzidas pela tosse e espirros (como um aerossol), ou pelo contato de mãos contaminadas com a via aérea de indivíduos sadios. Principal meio: CONTATO! • Contágio: é significativo em comunidades fechadas e semifechadas, como domicílio, creches (importante na morbidade de lactentes), escolas e outras coletividades. • Período de incubação: dois a cinco dias. • Período de contágio: desde algumas horas antes, até dois dias após o início dos sintomas. 1. dor de garganta "arranhando" com duração máxima de 3 dias; 2. evolui com espirros, obstrução nasal e rinorreia; 3. a coriza (rinorreia) e a obstrução nasal (congestão dos cornetos) estão sempre presentes, definindo a síndrome da nasofaringite; 4. a coriza é abundante, sendo clara nos primeiros 3 dias e purulenta nos últimos 3 dias; essa modificação não significa infecção bacteriana secundária, mas sim, descamação epitelial e a presença de polimorfonucleares. 5. a obstrução nasal piora à noite (quando se deita) e prejudica muito a alimentação dos lactentes; 6. os vírus influenza, VSR e adenovírus podem cursar com sintomas gerais como febre e mialgias; esses sintomas são incomuns quando se trata do rinovírus; 7. a tosse surge em 30%, frequentemente observada no sono, devido ao gotejamento pós-nasal; 8. a duração média do resfriado comum é de 1 semana, e apenas 10% dos casos mantem a clínica por 2 semanas; 9. a febre pode ser alta, com 59% dos casos apresentando temperatura axilar superior a 39°C; 10. determinados tipos de vírus podem também causar diarreia. • em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade respiratória por obstrução nasal em lactentes mais jovens; • em crianças maiores: cefaléia, mialgias, calafrios. Ao exame físico, percebe-se congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das membranas timpânicas. Algumas complicações bacterianas podem ocorrer durante infecções respiratórias virais. Sugerem a ocorrência de alguma delas • persistência de febre além de 72 horas, recorrência de hipertermia após este período, ou prostração mais acentuada. • surgimento de dificuldade respiratória (taquipnéia, retrações ou gemência) indicam a possibilidade de bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. • as complicações bacterianas mais frequentes são otite média aguda e sinusite. • episódios de infecções virais são um dos fatores desencadeantes mais importantes de asma aguda na criança, principalmente pelos vírus sincicial respiratório e rinovírus. ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I • O diagnóstico diferencial deve ser feito com manifestações iniciais de várias doenças: sarampo, coqueluche, infecção meningocócica ou gonocócica, faringite estreptocócica, hepatite A e mononucleose infecciosa. • O surgimento de um quadro de IVAS de repetição, com sintomas quase que permanentes nos períodos de inverno e primavera, deve fazer o médico suspeitar da existência de rinite alérgica. Diagnóstico diferencial O surgimento de um quadro de IVASs de repetição, com sintomas quase permanentes nos períodos de inverno e primavera, deve levar à suspeita da existência de rinite. A identificação de vírus é desnecessária. Em algumas situações de importância epidêmica, pode ser conveniente a pesquisa de vírus respiratórios para melhor controle, ou prevenção, por parte da autoridade sanitária. 1. Repouso no período febril. 2. Hidratação e dieta conforme aceitação. 3. Higiene e desobstrução nasal: instilação de solução salina isotônica nas narinas, seguida algum tempo depois de aspiração delicada das fossas nasais com aspiradores manuais apropriados. O lactente menor de seis meses de idade pode apresentar muito desconfortocom a obstrução nasal causada pela rinofaringite viral. Portanto, este cuidado é especialmente importante nesses lactentes, antes das mamadas e durante o sono. 4. Umidificação do ambiente: efeitos benéficos não comprovados. 5. Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou ibuprofeno: Os antitérmicos recomendados são: paracetamol (10 a 15mg/kg/dose), dipirona(1 gota/kg) e ibuprofeno(10mg/kg/dose). O ácido acetilsalicílico deve ser evitado pela associação à síndrome de Reye e pelo uso de Aspirina® em pacientes com influenza (A e B) e varicela. O uso excessivo de antitérmicos, analgésicos e antiinflamatórios tem sido relacionado com supressão da resposta de anticorpos neutralizantes e aumento dos sintomas. Estão recomendados somente em função da intensidade da febre e do malestar, quando necessários 6. Descongestionante nasal tópico: quando as medidas higiênicas das narinas não forem efetivas, descongestionantes tópicos podem ser usados com moderação em crianças maiores, em um período máximo de cinco dias de uso (risco de rinite medicamentosa). FARINGOAMIGDALITE AGUDA: • A faringite aguda com envolvimento das amígdalas palatinas é uma doença inflamatória da orofaringe, caracterizada pela presença ou não de exsudato amigdaliano, ulcerações e vesículas. • A faringoamigdalite aguda esptreptocócica (FAE) é uma infecção aguda da orofaringe, na maioria das vezes, produzida por um estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus pyogenes do grupo A. • Acompanha-se, em geral, de manifestações sistêmicas. • Acomete com maior frequência crianças após os cinco anos de vida, mas pode ocorrer, não raramente, em menores de três anos. • Essa estreptococcia é mais comum no final do outono, inverno e primavera, nos climas temperados. • O período de incubação é de dois a cinco dias. • O meio mais comum de contágio é pelo contato direto com o doente, por secreções respiratórias. • A importância desta doença está no fato de que, além das complicações supurativas ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I provocadas diretamente pela infecção, ela pode desencadear reações não supurativas tardias, como febre reumática (FR) e glomerulonefrite difusa aguda (GNDA), conforme o tipo de cepa. • O início é mais ou menos súbito, com febre alta, dor de garganta, prostração, cefaléia, calafrios, vômitos e dor abdominal. • Na inspeção da orofaringe, há congestão intensa e aumento de amígdalas, com presença de exsudato purulento e petéquias no palato. Ainda pode estar presente adenite cervical bilateral. Aspecto clínico semiológico: • Eritematosas: hiperemia e congestão da superfície tonsilar. A principal etiologia é viral. • Eritematopultáceas: hiperemia e edema associados a um exsudato amarelado não aderente nas criptas e na superfície tonsilar - faringite estreptocócica e faringite por EBV. • Pseudomembranosas: há formação de placas esbranquiçadas aderentes ao tecido amigdaliano que podem invadir a faringe, palato e úvula - doença causada por Corynebacterium diphtheriae. • Ulcerosas: podem ser do tipo superficial (vesículas) - herpangina. • Abscesso de linfonodo cervical: eritema, edema e flutuação. • Abscesso periamigdaliano: dor e dificuldade para engolir mais intensas, voz abafada ou anasalada, proeminência da amígdala e do pilar anterior da faringe, deslocamento da úvula para o lado não afetado. • Sepse: toxemia e choque. • Choque tóxico: toxemia, hipotensão, erupção cutânea maculopapular. • Otite média aguda. • Artrite reacional (não supurativa): durante período agudo da faringite, surge quadro poliarticular que não preenche os critérios de Jones para FR aguda. A importância maior desta situação é a de que alguns desses pacientes venham a apresentar tardiamente cardite silenciosa ou manifesta, com todas as conseqüências deste comprometimento. • Febre reumática. • Glomerulonefrite estreptocócica. Primeiro passo diferenciar de uma faringoamigdalide bacteriana de uma viral • swab de orofaringe, seguida de uma cultura em ágar de sangue; • teste de detecção rápida de antígenos streptocócicos a partir de swab pode ser útil. • não deve adiar tratamento em caso suspeito em crianças menores de 3 anos. ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I Diagnostico diferencial: O diagnóstico diferencial deve ser feito com: • faringites virais: coriza, tosse, rouquidão e vesículas ou ulcerações na orofaringe; • faringite por micoplasma e clamídia: mais comum em adolescentes; • mononucleose, citomegalovirose, toxoplasmose (com suas manifestações próprias, incluindo comprometimento de órgãos e estruturas a distância); • faringite meningocócica ou gonocócica (história e dado epidemiológico); • difteria: placas branco-acinzentadas aderentes na orofaringe, invasão eventual da úvula, comprometimento laríngeo; • faringites por outros estreptococos, hemófilos ou moraxela: raras; • outras afecções: tumor de orofaringe e angina da agranulocitose. 1. Faringoamigdalite estreptocócica: sintomas clínicos sugestivos incluem: início agudo de dor de garganta; febre; cefaleia; odinofagia; dor abdominal; náusea; vômitos; rash cutâneo; petéquias no palato; exsudato purulento; adenomegalia cervical. A criança apresenta maior acometimento do estado geral e, na maioria das vezes, sem coriza, tosse e conjuntivite; 2. Faringoamigdalite não estreptocócica: sintomas mais sugestivos incluem sintomas concomitantes de infecção viral respiratória e, ou gastrintestinal, com associação de tosse, coriza, conjuntivite e diarreia. Há algumas particularidades para alguns vírus, como Epstein-Barr da mononucleose, em que há típico exsudato com falsa membrana. Na herpangina, causada por vírus Coxsackievirus A, podem ser vistas pequenas vesículas no palato mole, na úvula e nos pilares amigdalianos, acompanhadas de febre elevada e lesões papulovesiculares presentes nas mãos e nos pés, constituindo a síndrome “mão-pé- boca”. As lesões do herpes-simples ocorrem entre imunossuprimidos. • Antimicrobianos: encurtam a fase aguda e reduzem complicações. Os antibióticos de primeira escolha são a penicilina G ou a amoxicilina. • Fenoximetilpenicilina (Penicilina V Oral) • Doses: • < 27 kg: 400.000 U (250 mg), 8/8 horas, por 10 dias. • 27 kg: 800.000 U (500 mg), 8/8 horas, por 10 dias. • Penicilina G benzatina: garante o tratamento em casos de suspeita de má adesão ao tratamento. • Doses: • < 27kg: 600.000 U, IM, dose única. • 27kg: 1.200.000 U, IM, dose única. Observação: a penicilina G benzatina deve ser considerada como primeira escolha no tratamento da FAE, em casos de potencial não adesão ao tratamento. • Amoxicilina: 40-50 mg/kg/dia, VO, 8/8 horas ou 12/12 horas, por 10 dias • Eritromicina estolato (alérgicos a penicilina): 20-40mg/kg/dia, em 2-3 tomadas por dia, por 10 dias. • Cefalexina: dose: 30mg/kg/dia, 8/8h, por 10 dias. LARINGITE VIRAL OU CRUPE VIRAL • Também denominada de crupe viral, esta laringite é uma inflamação da porção subglótica da laringe, que ocorre durante uma infecção por vírus respiratórios. • A congestão e edema dessa região acarretam um grau variável de obstrução da via aérea. • Acomete com maior frequência lactentes e pré-escolares, com um pico de incidência aos dois anos de idade. • A evolução pode ser um pouco lenta, com início do quadro com coriza, febrícula e tosse. • Em 24-48 horas acentua-se o comprometimento da região infraglótica, com obstrução de grau leve a grave e proporcional dificuldade respiratória. • A evolução natural, na maioria dos casos, é a persistência do quadro obstrutivo da via aérea por 2-3 dias e regressão no final de cinco dias. • O vírus parainfuenza I e II e o vírus sincicial respiratório são os agentes causais mais comuns. Adenovírus, influenza A e B e vírus do sarampo também podem estar envolvidos. O micoplasma, com menor frequência,pode estar envolvido em casos agudos de obstrução de vias aéreas superiores ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I Prodromo O pródromo se caracteriza por coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa. Evolução: Tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e estridor inspiratório. Em casos de obstrução mais grave, surge estridor mais intenso, tiragem supra-esternal, batimentos de asa do nariz, estridor expiratório e agitação. Nos casos extremos, além de intensa dispnéia e agitação, surgem palidez, cianose, torpor, convulsões, apnéia e morte. • Radiografia de região cervical: na laringite viral, a epiglote é normal e há diminuição da luz do segmento subglótico (sinal da ponta do lápis). Corpo estranho só é percebido se for radiopaco. • Broncoscopia flexível: não é indicada em casos de laringite viral. Nos casos com suspeita de malformações congênitas da via aérea (ver item ), sua realização é mandatória. Casos leves: tratamento domiciliar ou ambulatorial. • Alimentação leve, com pequenas porções e frequentes. • Hidratação. • Umidificação do ambiente (vapor d'água): medida controversa por falta de evidências científicas (estudos sem grupo controle e difícil método de aferição). • Manter ambiente calmo em casa. Casos moderados a graves (1% a 5% dos casos necessitam de atendimento de emergência): encaminhar para unidade de emergência pediátrica hospitalar. Sintomas e sinais de gravidade que indicam encaminhamento imediato para uma unidade de emergência e muito provável hospitalização são os seguintes: suspeita de epiglotite, estridor progressivo, estridor importante em repouso, retrações torácicas, agitação, febre alta, toxemia, palidez, cianose ou torpor. Estes dois últimos são sinais tardios de insuficiência respiratória. A idade entre 12 a 24 meses de vida está associada a uma maior taxa de casos graves. ∙ Corticóide inalatório: budesonida pode ser uma alternativa à dexametasona. Sua indicação, no início do quadro de laringite, para prevenção de formas graves, ainda não está definida. SINUSITE AGUDA Classificação De acordo com os Consensos Europeu e Americano, pode-se dividir a sinusite, de acordo com o tempo de doença, em: a) Sinusite aguda: inflamação das cavidades paranasais de até 4 semanas; b) Subaguda: de 4 até 12 semanas; c) Crônica: além de 12 semanas; d) Recorrente: mais de 4 episódios agudos por ano. A partir da rinossinusite viral, iniciam-se edema e inflamação local, causando o bloqueio da drenagem dos seios da face, acumulando líquidos e secreções, favorecendo a proliferação de bactérias, levando a sinusite bacteriana. • infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30 dias, no qual os sintomas desaparecem completamente. • viral autolimitada; • bacteriana aguda: duração inferior a 4 semanas; • bacteriana subaguda: com mais de 4 semanas e menos de 12 semans; • bacteriana crônica: sinais e sintomas que persistem por mais de 12 semanas; • a causa mais comum de rinossinusite é uma infecção viral de VAS que gera edema e inflamação da mucosa com produção de muco espesso, que obstrui os seios paranasais e permite a proliferação bacteriana secundária; • Os seios mais frequentemente comprometidos são o maxilar e etmoidal. A etmoidite costuma aparecer após os seis meses de idade. A infecção maxilar produz manifestações clínicas após o primeiro ano de vida. A sinusite frontal é rara antes dos 10 anos de idade. • Os agentes bacterianos mais comuns são o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não-tipável e a Moraxella catarrhalis. Fatores de risco • Alguns outros fatores estão associados à sinusite, como: outro tipo de obstrução do óstio sinusal (não viral), rinite alérgica, rinofaringite viral, adenoidite, tabagismo (ativo ou passivo), desvio de septo, corpo estranho e tumores ANA PAULA CASTRO – 6° MED CLINICA INTEGRADA I nasais, imunodeficiências, asma e fibrose cística, atividades de mergulho.. 1. resfriado comum (causa principal); 2. rinite alérgica (segunda causa); 3. tabagismo passivo; 4. anormalidades estruturais; 5. disfunção ciliar (fibrose cística, sindrome de Kartagener); 6. imunodeficiência humoral; 7. RGE; 8. imunossupressão; • O início pode ser lento ou súbito. • As manifestações mais comuns na infância são tosse e secreção nasal - "resfriado que demora passar" - dura mais que 10-14 dias. • Nas formas leves de sinusite, as manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por mais de 10 dias ou, após período de melhora clínica, há persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e secreção nasal purulenta). • A tosse é o principal sintoma de sinusite na infância, com piora à noite. • a secreção nasal pode ser clara ou purulenta; • Em alguns casos, pode ocorrer febre. Febre, respiração com odor desagradável, sensação de pressão na região frontal e diminuição do olfato são sintomas das crianças mais velhas. • Nas formas moderadas a graves, ou em crianças maiores, as manifestações citadas podem ser mais intensas, acompanhando-se, eventualmente, de edema palpebral, cefaléia, prostração, desconforto ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou nos dentes. A celulite periorbitária é um sinal de etmoidite. • Ao exame do nariz, pode constatar-se congestão da mucosa e presença de secreção purulenta no meato médio. Na orofaringe pode se observar gota purulenta pós-nasal. Dentre as possíveis complicações, podem ser citadas as seguintes: sinusite crônica, osteíte frontal, osteomielite maxilar, celulite periorbitária, abscesso orbitário e subperiosteal, meningite, trombose de seio cavernoso e sagital superior, abscesso epidural, empiema subdural e abscesso cerebral. • O diagnóstico diferencial deve ser realizado com prolongamento da infecção viral não complicada, rinite alérgica, corpo estranho nasal e adenoidite. • Hemograma: apresenta alterações compatíveis com infecção bacteriana aguda. • Radiografia: não deve ser utilizada para o diagnóstico de sinusite aguda não complicada. Os achados mais comuns para este diagnóstico são presença de nível hidroaéreo, opacificação completa da cavidade sinusal e espessamento da mucosa da parede lateral do seio maxilar maior do que 4 mm - maiores de 7 anos. • TC: útil na refratariedade ao tratamento adequado, ou na suspeita de complicações ósseas, orbitárias ou intracranianas. • Punção aspirativa: indicada em crianças com imunodeficiência ou casos graves refratários ao uso de antimicrobianos apropriados. • Endoscopia nasal: na suspeita de fatores anatômicos nasais predisponentes. 1. Repouso inicial. 2. Hidratação e dieta conforme aceitação. 3. Higiene e desobstrução nasal: instilação de solução salina isotônica nas narinas, seguida algum tempo depois de aspiração delicada das fossas nasais com aspiradores manuais apropriados. Umidificação do ambiente: efeitos benéficos não comprovados. 4. Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou ibuprofeno. Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo espectro podem ser utilizados no tratamento da sinusite aguda: • Amoxicilina: é ainda a droga de primeira escolha. Dose: 50-90mg/kg/dia, VO, 8/8h, por 14- 21 dias. • Cefuroxima ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico: em casos de suspeita de agentes produtores de beta-lactamase. • Claritromicina e azitromicina são outras alternativas de tratamento. • Corticóide: alguns estudos demonstraram que o uso de corticóide tópico nasal, associado ao antimicrobiano, pode ser benéfico na melhora dos sintomas de sinusite aguda em crianças e adolescentes. • Tratamento cirúrgico: a critério do especialista, para drenagem do seio afetado por aparecimento de alguma complicação.
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