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MARC 6 - IVAS

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ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
As infecções virais das vias aéreas superiores 
(IVAS) são a doença mais comum que afeta os 
seres humanos. Enquanto a população adulta 
desenvolve 2 a 5 episódios no ano, as crianças 
em idade escolar desenvolvem de 7 a 10 
episódios no decorrer do ano. As vias aéreas 
superiores são as fossas nasais, a faringe e 
seios paranasais. As principais síndromes 
clínicas são: resfriado comum, faringite, otites e 
sinusites. 
A incidência das doenças respiratórias na 
criança vem aumentando nas últimas décadas 
por inúmeros fatores, dentre os quais podemos 
citar as alterações do meio ambiente, em 
decorrência da progressiva urbanização da 
população infantil, com piora da qualidade do 
ar inalado intra e extradomiciliar, associada a 
tabagismo e mudança do estilo de vida familiar. 
As IVASs compreendem de 40% a 60% do total 
de atendimentos na faixa pediátrica, nos 
serviços médicos de urgência e emergência e 
nas intercorrências ambulatoriais. As IVASs 
compreendem doenças muito frequentes na 
faixa pediátrica, de curso benigno e 
autolimitado, em sua maioria. As doenças 
respiratórias que correspondem às IVASs 
incluem a rinofaringite aguda – resfriado 
comum –, a faringite, a 
laringotraqueobronquite, a rinossinusite 
aguda e as otites agudas. Uma criança tem, em 
média, de 8 a 10 quadros de IVASs por ano, com 
morbidade especialmente alta devido às 
seguintes razões: primeiro contato com o 
agente agressor; falta de imunidade que faz 
com que transmitam o agente em grande 
quantidade por mais tempo; vias aéreas de 
menor calibre, que podem complicar com 
desconforto respiratório e insuficiência 
respiratória; maior contato social e contatos 
mais íntimos, fazendo a taxa de ataque ser mais 
alta. 
Os vírus são os agentes predominantes. Entre 
estes, podemos relacionar rinovírus, 
adenovírus, influenza, parainfluenza, Vírus 
Sincicial Respiratório (VSR) e Coxsackievirus. 
Entre todos os vírus, os rinovírus são os mais 
frequentes, participando de 30 a 40% dos 
casos. 
 
RINOFARINGITE AGUDA OU RESFRIADO 
COMUM 
• Abrange o resfriado comum e outros 
englobados sob a denominação de rinite viral 
aguda; 
• é a IVAS mais comum da infância; 
• a definição anatômica é de uma rinofaringite 
de etiologia viral que leva à inflamação da 
mucosa do nariz, faringe e seios paranasais. 
• Crianças menores de 5 anos podem ter de 5 - 
8 episódios por ano; 
•Causada por vírus, entre os mais frequentes 
estão o rinovírus, coronovírus, vírus sincicial 
respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, 
coxsackie, adenovírus e outros; 
• Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, 
obstrução dos óstios dos seios paranasais e 
tubária podem acontecer e permitir a 
instalação de infecção bacteriana secundária 
(sinusite e otite média aguda). 
• VSR e adenovírus podem estar associados à 
evolução para IVAI); 
• Os períodos do ano com maior incidência são: 
outono, inverno e primavera. 
• O principal dado epidemiológico para a 
aquisição de resfriado comum é o contato com 
pessoas doentes 
 
A fisiopatologia envolve a invasão do epitélio 
da nasofaringe, dos seios paranasais e do trato 
respiratório superior, com lesão celular 
subsequente. Em decorrência da estimulação 
colinérgica, aumenta a produção de muco, com 
Infecções das vias aéreas superiores Infecções das vias aéreas superiores 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
o surgimento de coriza e tosse. Há, ainda, 
secundariamente à invasão do epitélio, 
liberação de mediadores inflamatórios nas 
secreções nasais, aumento de permeabilidade 
vascular, edema de mucosa e congestão nasal. 
 
→ A gripe, causada pelo vírus da influenza, 
costuma ser classificada separadamente do 
resfriado comum, caracterizando-se por um 
quadro de IVAS com maior repercussão clínica. 
Pode apresentar-se, na criança maior, com 
febre alta, prostração, mialgia e calafrios. Os 
sintomas de coriza, tosse e faringite podem 
ficar em segundo plano frente às 
manifestações sistêmicas mais intensas. Febre, 
diarréia, vômitos e dor abdominal são comuns 
em crianças mais jovens. Tosse e fadiga podem 
durar várias semanas. 
 
 
• Transmissão: através de gotículas produzidas 
pela tosse e espirros (como um aerossol), ou 
pelo contato de mãos contaminadas com a via 
aérea de indivíduos sadios. Principal meio: 
CONTATO! 
• Contágio: é significativo em comunidades 
fechadas e semifechadas, como domicílio, 
creches (importante na morbidade de 
lactentes), escolas e outras coletividades. 
• Período de incubação: dois a cinco dias. 
• Período de contágio: desde algumas horas 
antes, até dois dias após o início dos sintomas. 
 
 
 
1. dor de garganta "arranhando" com duração 
máxima de 3 dias; 
2. evolui com espirros, obstrução nasal e 
rinorreia; 
3. a coriza (rinorreia) e a obstrução nasal 
(congestão dos cornetos) estão sempre 
presentes, definindo a síndrome da 
nasofaringite; 
4. a coriza é abundante, sendo clara nos 
primeiros 3 dias e purulenta nos últimos 3 dias; 
essa modificação não significa infecção 
bacteriana secundária, mas sim, descamação 
epitelial e a presença de polimorfonucleares. 
5. a obstrução nasal piora à noite (quando se 
deita) e prejudica muito a alimentação dos 
lactentes; 
6. os vírus influenza, VSR e adenovírus podem 
cursar com sintomas gerais como febre e 
mialgias; esses sintomas são incomuns quando 
se trata do rinovírus; 
7. a tosse surge em 30%, frequentemente 
observada no sono, devido ao gotejamento 
pós-nasal; 
8. a duração média do resfriado comum é de 1 
semana, e apenas 10% dos casos mantem a 
clínica por 2 semanas; 
9. a febre pode ser alta, com 59% dos casos 
apresentando temperatura axilar superior a 
39°C; 
10. determinados tipos de vírus podem também 
causar diarreia. 
• em lactentes: inquietação, choro fácil, recusa 
alimentar, vômitos, alteração do sono e 
dificuldade respiratória por obstrução nasal 
em lactentes mais jovens; 
• em crianças maiores: cefaléia, mialgias, 
calafrios. 
Ao exame físico, percebe-se congestão da 
mucosa nasal e faríngea e hiperemia das 
membranas timpânicas. 
 
Algumas complicações bacterianas podem 
ocorrer durante infecções respiratórias virais. 
Sugerem a ocorrência de alguma delas 
• persistência de febre além de 72 horas, 
recorrência de hipertermia após este período, 
ou prostração mais acentuada. 
• surgimento de dificuldade respiratória 
(taquipnéia, retrações ou gemência) indicam a 
possibilidade de bronquiolite aguda, 
pneumonia ou laringite. 
• as complicações bacterianas mais frequentes 
são otite média aguda e sinusite. 
• episódios de infecções virais são um dos 
fatores desencadeantes mais importantes de 
asma aguda na criança, principalmente pelos 
vírus sincicial respiratório e rinovírus. 
 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
 
• O diagnóstico diferencial deve ser feito com 
manifestações iniciais de várias doenças: 
sarampo, coqueluche, infecção meningocócica 
ou gonocócica, faringite estreptocócica, 
hepatite A e mononucleose infecciosa. 
• O surgimento de um quadro de IVAS de 
repetição, com sintomas quase que 
permanentes nos períodos de inverno e 
primavera, deve fazer o médico suspeitar da 
existência de rinite alérgica. 
 
Diagnóstico diferencial 
O surgimento de um quadro de IVASs de 
repetição, com sintomas quase permanentes 
nos períodos de inverno e primavera, deve 
levar à suspeita da existência de rinite. 
 
A identificação de vírus é desnecessária. Em 
algumas situações de importância epidêmica, 
pode ser conveniente a pesquisa de vírus 
respiratórios para melhor controle, ou 
prevenção, por parte da autoridade sanitária. 
 
1. Repouso no período febril. 
2. Hidratação e dieta conforme aceitação. 
3. Higiene e desobstrução nasal: instilação de 
solução salina isotônica nas narinas, seguida 
algum tempo depois de aspiração delicada das 
fossas nasais com aspiradores manuais 
apropriados. O lactente menor de seis meses 
de idade pode apresentar muito desconfortocom a obstrução nasal causada pela 
rinofaringite viral. Portanto, este cuidado é 
especialmente importante nesses lactentes, 
antes das mamadas e durante o sono. 
4. Umidificação do ambiente: efeitos benéficos 
não comprovados. 
5. Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou 
ibuprofeno: Os antitérmicos recomendados 
são: paracetamol (10 a 15mg/kg/dose), 
dipirona(1 gota/kg) e 
ibuprofeno(10mg/kg/dose). O ácido 
acetilsalicílico deve ser evitado pela 
associação à síndrome de Reye e pelo uso de 
Aspirina® em pacientes com influenza (A e B) e 
varicela. O uso excessivo de antitérmicos, 
analgésicos e antiinflamatórios tem sido 
relacionado com supressão da resposta de 
anticorpos neutralizantes e aumento dos 
sintomas. Estão recomendados somente em 
função da intensidade da febre e do malestar, 
quando necessários 
6. Descongestionante nasal tópico: quando as 
medidas higiênicas das narinas não forem 
efetivas, descongestionantes tópicos podem 
ser usados com moderação em crianças 
maiores, em um período máximo de cinco dias 
de uso (risco de rinite medicamentosa). 
 
 
FARINGOAMIGDALITE AGUDA: 
• A faringite aguda com envolvimento das 
amígdalas palatinas é uma doença 
inflamatória da orofaringe, caracterizada pela 
presença ou não de exsudato amigdaliano, 
ulcerações e vesículas. 
• A faringoamigdalite aguda esptreptocócica 
(FAE) é uma infecção aguda da orofaringe, na 
maioria das vezes, produzida por um 
estreptococo beta-hemolítico, o Streptococcus 
pyogenes do grupo A. 
• Acompanha-se, em geral, de manifestações 
sistêmicas. 
• Acomete com maior frequência crianças após 
os cinco anos de vida, mas pode ocorrer, não 
raramente, em menores de três anos. • Essa 
estreptococcia é mais comum no final do 
outono, inverno e primavera, nos climas 
temperados. 
• O período de incubação é de dois a cinco dias. 
• O meio mais comum de contágio é pelo 
contato direto com o doente, por secreções 
respiratórias. 
• A importância desta doença está no fato de 
que, além das complicações supurativas 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
provocadas diretamente pela infecção, ela 
pode desencadear reações não supurativas 
tardias, como febre reumática (FR) e 
glomerulonefrite difusa aguda (GNDA), 
conforme o tipo de cepa. 
 
 
 
• O início é mais ou menos súbito, com febre 
alta, dor de garganta, prostração, cefaléia, 
calafrios, vômitos e dor abdominal. 
• Na inspeção da orofaringe, há congestão 
intensa e aumento de amígdalas, com presença 
de exsudato purulento e petéquias no palato. 
Ainda pode estar presente adenite cervical 
bilateral. 
 
Aspecto clínico semiológico: 
• Eritematosas: hiperemia e congestão da 
superfície tonsilar. A principal etiologia é viral. 
• Eritematopultáceas: hiperemia e edema 
associados a um exsudato amarelado não 
aderente nas criptas e na superfície tonsilar - 
faringite estreptocócica e faringite por EBV. 
• Pseudomembranosas: há formação de placas 
esbranquiçadas aderentes ao tecido 
amigdaliano que podem invadir a faringe, 
palato e úvula - doença causada por 
Corynebacterium diphtheriae. 
• Ulcerosas: podem ser do tipo superficial 
(vesículas) - herpangina. 
 
 
 
 
• Abscesso de linfonodo cervical: eritema, 
edema e flutuação. 
• Abscesso periamigdaliano: dor e dificuldade 
para engolir mais intensas, voz abafada ou 
anasalada, proeminência da amígdala e do 
pilar anterior da faringe, deslocamento da 
úvula para o lado não afetado. 
• Sepse: toxemia e choque. 
• Choque tóxico: toxemia, hipotensão, erupção 
cutânea maculopapular. 
• Otite média aguda. 
• Artrite reacional (não supurativa): durante 
período agudo da faringite, surge quadro 
poliarticular que não preenche os critérios de 
Jones para FR aguda. A importância maior 
desta situação é a de que alguns desses 
pacientes venham a apresentar tardiamente 
cardite silenciosa ou manifesta, com todas as 
conseqüências deste comprometimento. 
• Febre reumática. 
• Glomerulonefrite estreptocócica. 
 
Primeiro passo diferenciar de uma 
faringoamigdalide bacteriana de uma viral 
• swab de orofaringe, seguida de uma cultura 
em ágar de sangue; 
• teste de detecção rápida de antígenos 
streptocócicos a partir de swab pode ser útil. 
• não deve adiar tratamento em caso suspeito 
em crianças menores de 3 anos. 
 
 
 
 
 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
 
Diagnostico diferencial: 
O diagnóstico diferencial deve ser feito com: 
• faringites virais: coriza, tosse, rouquidão e 
vesículas ou ulcerações na orofaringe; 
• faringite por micoplasma e clamídia: mais 
comum em adolescentes; 
• mononucleose, citomegalovirose, 
toxoplasmose (com suas manifestações 
próprias, incluindo comprometimento de 
órgãos e estruturas a distância); 
• faringite meningocócica ou gonocócica 
(história e dado epidemiológico); 
• difteria: placas branco-acinzentadas 
aderentes na orofaringe, invasão eventual da 
úvula, comprometimento laríngeo; 
• faringites por outros estreptococos, hemófilos 
ou moraxela: raras; 
• outras afecções: tumor de orofaringe e angina 
da agranulocitose. 
 
1. Faringoamigdalite estreptocócica: sintomas 
clínicos sugestivos incluem: início agudo de dor 
de garganta; febre; cefaleia; odinofagia; dor 
abdominal; náusea; vômitos; rash cutâneo; 
petéquias no palato; exsudato purulento; 
adenomegalia cervical. A criança apresenta 
maior acometimento do estado geral e, na 
maioria das vezes, sem coriza, tosse e 
conjuntivite; 
2. Faringoamigdalite não estreptocócica: 
sintomas mais sugestivos incluem sintomas 
concomitantes de infecção viral respiratória e, 
ou gastrintestinal, com associação de tosse, 
coriza, conjuntivite e diarreia. Há algumas 
particularidades para alguns vírus, como 
Epstein-Barr da mononucleose, em que há 
típico exsudato com falsa membrana. Na 
herpangina, causada por vírus Coxsackievirus 
A, podem ser vistas pequenas vesículas no 
palato mole, na úvula e nos pilares 
amigdalianos, acompanhadas de febre elevada 
e lesões papulovesiculares presentes nas mãos 
e nos pés, constituindo a síndrome “mão-pé-
boca”. As lesões do herpes-simples ocorrem 
entre imunossuprimidos. 
 
• Antimicrobianos: encurtam a fase aguda e 
reduzem complicações. Os antibióticos de 
primeira escolha são a penicilina G ou a 
amoxicilina. 
• Fenoximetilpenicilina (Penicilina V Oral) 
• Doses: 
• < 27 kg: 400.000 U (250 mg), 8/8 horas, por 10 
dias. 
 • 27 kg: 800.000 U (500 mg), 8/8 horas, por 10 dias. 
• Penicilina G benzatina: garante o tratamento 
em casos de suspeita de má adesão ao 
tratamento. • Doses: 
• < 27kg: 600.000 U, IM, dose única. 
• 27kg: 1.200.000 U, IM, dose única. 
Observação: a penicilina G benzatina deve ser 
considerada como primeira escolha no 
tratamento da FAE, em casos de potencial não 
adesão ao tratamento. • Amoxicilina: 40-50 
mg/kg/dia, VO, 8/8 horas ou 12/12 horas, por 10 
dias 
• Eritromicina estolato (alérgicos a penicilina): 
20-40mg/kg/dia, em 2-3 tomadas por dia, por 10 
dias. 
• Cefalexina: dose: 30mg/kg/dia, 8/8h, por 10 
dias. 
 
LARINGITE VIRAL OU CRUPE VIRAL 
• Também denominada de crupe viral, esta 
laringite é uma inflamação da porção 
subglótica da laringe, que ocorre durante uma 
infecção por vírus respiratórios. 
• A congestão e edema dessa região acarretam 
um grau variável de obstrução da via aérea. 
• Acomete com maior frequência lactentes e 
pré-escolares, com um pico de incidência aos 
dois anos de idade. 
• A evolução pode ser um pouco lenta, com 
início do quadro com coriza, febrícula e tosse. 
• Em 24-48 horas acentua-se o 
comprometimento da região infraglótica, com 
obstrução de grau leve a grave e proporcional 
dificuldade respiratória. 
• A evolução natural, na maioria dos casos, é a 
persistência do quadro obstrutivo da via aérea 
por 2-3 dias e regressão no final de cinco dias. 
• O vírus parainfuenza I e II e o vírus sincicial 
respiratório são os agentes causais mais 
comuns. Adenovírus, influenza A e B e vírus do 
sarampo também podem estar envolvidos. O 
micoplasma, com menor frequência,pode estar 
envolvido em casos agudos de obstrução de 
vias aéreas superiores 
 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
Prodromo 
O pródromo se caracteriza por coriza, 
obstrução nasal, tosse seca e febre baixa. 
 
Evolução: 
Tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e 
estridor inspiratório. Em casos de obstrução 
mais grave, surge estridor mais intenso, 
tiragem supra-esternal, batimentos de asa do 
nariz, estridor expiratório e agitação. Nos 
casos extremos, além de intensa dispnéia e 
agitação, surgem palidez, cianose, torpor, 
convulsões, apnéia e morte. 
 
• Radiografia de região cervical: na laringite 
viral, a epiglote é normal e há diminuição da luz 
do segmento subglótico (sinal da ponta do 
lápis). Corpo estranho só é percebido se for 
radiopaco. 
• Broncoscopia flexível: não é indicada em 
casos de laringite viral. Nos casos com suspeita 
de malformações congênitas da via aérea (ver 
item ), sua realização é mandatória. 
 
 
Casos leves: tratamento domiciliar ou 
ambulatorial. 
• Alimentação leve, com pequenas porções e 
frequentes. 
• Hidratação. 
• Umidificação do ambiente (vapor d'água): 
medida controversa por falta de evidências 
científicas (estudos sem grupo controle e difícil 
método de aferição). 
• Manter ambiente calmo em casa. Casos 
moderados a graves (1% a 5% dos casos 
necessitam de atendimento de emergência): 
encaminhar para unidade de emergência 
pediátrica hospitalar. Sintomas e sinais de 
gravidade que indicam encaminhamento 
imediato para uma unidade de emergência e 
muito provável hospitalização são os seguintes: 
suspeita de epiglotite, estridor progressivo, 
estridor importante em repouso, retrações 
torácicas, agitação, febre alta, toxemia, palidez, 
cianose ou torpor. Estes dois últimos são sinais 
tardios de insuficiência respiratória. A idade 
entre 12 a 24 meses de vida está associada a 
uma maior taxa de casos graves. 
∙ Corticóide inalatório: budesonida pode ser 
uma alternativa à dexametasona. Sua 
indicação, no início do quadro de laringite, 
para prevenção de formas graves, ainda não 
está definida. 
 
SINUSITE AGUDA 
Classificação De acordo com os Consensos 
Europeu e Americano, pode-se dividir a 
sinusite, de acordo com o tempo de doença, em: 
a) Sinusite aguda: inflamação das cavidades 
paranasais de até 4 semanas; 
b) Subaguda: de 4 até 12 semanas; 
c) Crônica: além de 12 semanas; 
d) Recorrente: mais de 4 episódios agudos por 
ano. 
 
A partir da rinossinusite viral, iniciam-se edema 
e inflamação local, causando o bloqueio da 
drenagem dos seios da face, acumulando 
líquidos e secreções, favorecendo a 
proliferação de bactérias, levando a sinusite 
bacteriana. 
• infecção bacteriana dos seios paranasais, 
com duração menor de 30 dias, no qual os 
sintomas desaparecem completamente. 
• viral autolimitada; 
• bacteriana aguda: duração inferior a 4 
semanas; 
• bacteriana subaguda: com mais de 4 semanas 
e menos de 12 semans; 
• bacteriana crônica: sinais e sintomas que 
persistem por mais de 12 semanas; 
• a causa mais comum de rinossinusite é uma 
infecção viral de VAS que gera edema e 
inflamação da mucosa com produção de muco 
espesso, que obstrui os seios paranasais e 
permite a proliferação bacteriana secundária; 
• Os seios mais frequentemente 
comprometidos são o maxilar e etmoidal. A 
etmoidite costuma aparecer após os seis meses 
de idade. A infecção maxilar produz 
manifestações clínicas após o primeiro ano de 
vida. A sinusite frontal é rara antes dos 10 anos 
de idade. 
• Os agentes bacterianos mais comuns são o 
Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus 
influenzae não-tipável e a Moraxella 
catarrhalis. 
 
Fatores de risco 
• Alguns outros fatores estão associados à 
sinusite, como: outro tipo de obstrução do óstio 
sinusal (não viral), rinite alérgica, rinofaringite 
viral, adenoidite, tabagismo (ativo ou passivo), 
desvio de septo, corpo estranho e tumores 
ANA PAULA CASTRO – 6° MED 
CLINICA INTEGRADA I 
nasais, imunodeficiências, asma e fibrose 
cística, atividades de mergulho.. 
1. resfriado comum (causa principal); 
2. rinite alérgica (segunda causa); 
3. tabagismo passivo; 
4. anormalidades estruturais; 
5. disfunção ciliar (fibrose cística, sindrome de 
Kartagener); 
6. imunodeficiência humoral; 
7. RGE; 
8. imunossupressão; 
 
• O início pode ser lento ou súbito. 
• As manifestações mais comuns na infância 
são tosse e secreção nasal - "resfriado que 
demora passar" - dura mais que 10-14 dias. 
• Nas formas leves de sinusite, as 
manifestações iniciais de IVAS passam a se 
prolongar por mais de 10 dias ou, após período 
de melhora clínica, há persistência ou retorno 
dos sintomas nasais (obstrução e secreção 
nasal purulenta). 
• A tosse é o principal sintoma de sinusite na 
infância, com piora à noite. 
• a secreção nasal pode ser clara ou purulenta; 
• Em alguns casos, pode ocorrer febre. Febre, 
respiração com odor desagradável, sensação 
de pressão na região frontal e diminuição do 
olfato são sintomas das crianças mais velhas. 
• Nas formas moderadas a graves, ou em 
crianças maiores, as manifestações citadas 
podem ser mais intensas, acompanhando-se, 
eventualmente, de edema palpebral, cefaléia, 
prostração, desconforto ou dor, espontâneos 
ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) 
ou nos dentes. A celulite periorbitária é um 
sinal de etmoidite. 
• Ao exame do nariz, pode constatar-se 
congestão da mucosa e presença de secreção 
purulenta no meato médio. Na orofaringe pode 
se observar gota purulenta pós-nasal. 
 
Dentre as possíveis complicações, podem ser 
citadas as seguintes: sinusite crônica, osteíte 
frontal, osteomielite maxilar, celulite 
periorbitária, abscesso orbitário e 
subperiosteal, meningite, trombose de seio 
cavernoso e sagital superior, abscesso 
epidural, empiema subdural e abscesso 
cerebral. 
 
• O diagnóstico diferencial deve ser realizado 
com prolongamento da infecção viral não 
complicada, rinite alérgica, corpo estranho 
nasal e adenoidite. 
 
 
 
• Hemograma: apresenta alterações 
compatíveis com infecção bacteriana aguda. 
• Radiografia: não deve ser utilizada para o 
diagnóstico de sinusite aguda não complicada. 
Os achados mais comuns para este 
diagnóstico são presença de nível hidroaéreo, 
opacificação completa da cavidade sinusal e 
espessamento da mucosa da parede lateral do 
seio maxilar maior do que 4 mm - maiores de 7 
anos. 
• TC: útil na refratariedade ao tratamento 
adequado, ou na suspeita de complicações 
ósseas, orbitárias ou intracranianas. 
• Punção aspirativa: indicada em crianças com 
imunodeficiência ou casos graves refratários 
ao uso de antimicrobianos apropriados. 
• Endoscopia nasal: na suspeita de fatores 
anatômicos nasais predisponentes. 
 
1. Repouso inicial. 
2. Hidratação e dieta conforme aceitação. 
3. Higiene e desobstrução nasal: instilação de 
solução salina isotônica nas narinas, seguida 
algum tempo depois de aspiração delicada das 
fossas nasais com aspiradores manuais 
apropriados. Umidificação do ambiente: efeitos 
benéficos não comprovados. 
4. Antitérmico e analgésico: acetaminofeno ou 
ibuprofeno. 
 
Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo 
espectro podem ser utilizados no tratamento 
da sinusite aguda: 
• Amoxicilina: é ainda a droga de primeira 
escolha. Dose: 50-90mg/kg/dia, VO, 8/8h, por 14-
21 dias. 
• Cefuroxima ou amoxicilina associada ao 
ácido clavulânico: em casos de suspeita de 
agentes produtores de beta-lactamase. 
• Claritromicina e azitromicina são outras 
alternativas de tratamento. 
• Corticóide: alguns estudos demonstraram que 
o uso de corticóide tópico nasal, associado ao 
antimicrobiano, pode ser benéfico na melhora 
dos sintomas de sinusite aguda em crianças e 
adolescentes. 
• Tratamento cirúrgico: a critério do 
especialista, para drenagem do seio afetado 
por aparecimento de alguma complicação.

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