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INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES - Rinofaringite, Gripe, Otites, Rinossinusite, Faringoamigdalite

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PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• As infecções respiratórias agudas incluem um extenso grupo de doenças respiratórias, que correspondem ao 
principal motivo de atendimento pediátrico nos serviços de UBS e de urgência e emergência 
• IVASs compreendem doenças muito frequentes na faixa pediátrica, de curso benigno e autolimitado, em sua maioria 
• A incidência das doenças respiratórias na criança vem aumentando → alterações do meio ambiente, pela 
urbanização da população infantil, associadas ao tabagismo e mudança do estilo de vida familiar 
o Inclusão da mão de obra feminina no mercado → inserção mais cedo da criança em creches e escolinhas, 
fato que propiciou o desmame precoce, com introdução do leite de vaca e alimentos industrializados 
 
❖ Fatores De Risco para predispor a criança a desenvolver IRAs, com elevação da gravidade e mortalidade. 
o Prematuridade, BPN 
o Baixo nível socioeconômico, Baixa cobertura vacinal, Dificuldade de acesso aos serviços de saúde. 
o Desmame precoce, Desnutrição energético-proteica 
o Aglomerações de pessoas – creches, escolas, Número elevado de crianças < 5 anos 
o Tabagismo familiar e/ou domiciliar 
• Fatores de risco na infância: 
o Idade entre 6 e 24 meses 
o Sexo masculino, Baixo peso 
o Atopia, Deficiência imunológica 
o Anomalias craniofaciais e do palato 
o Uso de chupeta, Aleitamento artificial – desmame precoce 
 
❖ Agentes Etiológicos 
• Incluem os vírus, bactérias e agentes atípicos → sendo os vírus predominantes. 
o Rinovírus, adenovírus, influenza, parainfluenza, VSR e Coxsackievirus → rinovírus 30 a 40% 
o Streptococcus pyogenes (S. b-hemolítico do grupo A), Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae 
não tipável, Staphylococcus aureus e Moraxella catarrhalis. 
 
• É a mais comum das IVASs e um dos problemas mais comuns nos atendimentos → morbidade significativa 
• É uma síndrome clínica benigna e autolimitada, causada pela inflamação aguda da mucosa do nariz, seios paranasais 
e faringe → provocada principalmente por um amplo grupo de vírus 
• Acomete + crianças, principalmente < 5 anos → incidência inversamente proporcional à idade. 
• Elas são os principais reservatórios dos vírus, ocorrendo disseminação em domicílios, creches e escolinhas, onde 
passam a maior parte do dia → portanto, as que frequentam esses locais têm maior risco de contrair 
o Fatores genéticos podem afetar ou alterar a suscetibilidade individual 
o Estresse psicológico e exercício físico intenso podem aumentar o risco 
• Em países em desenvolvimento, crianças < 5 anos apresentam 4-8 episódios por ano, predominando entre os 6 e 
24 meses → se FR, podem apresentar 10+ quadros de rinofaringite aguda por ano 
 
• Pode acontecer o ano todo, mas incidência maior no outono e inverno (chuvas e meses frios) 
• Depende também do agente → rinovírus – início de outono e final de primavera 
o Influenza e VSR – inverno 
o Parainfluenza – final de outono 
o Coxsackievirus – no verão 
• É altamente transmissível, via contato direto de mãos contaminadas ou partículas virais aerossolizadas 
• No caso do rinovírus e VSR, há a autoinoculação pelo contato da mão contaminada com a mucosa nasal ou ocular 
o Via inalatória é a mais importante no caso do vírus influenza, que se dissemina principalmente por meio de 
pequenas partículas de aerossol. 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
ETIOPATOGENIA 
• O rinovírus é o mais frequente (com mais de 100 sorotipos) → > 50% dos casos de rinofaringite 
o Coronavírus, VSR, metapneumovírus, vírus influenza, parainfluenza (tipos 3 e 4 mais comuns), adenovírus 
e os enterovírus (Coxsackievirus e echovírus) 
• A fisiopatologia envolve a invasão do epitélio da nasofaringe, seios paranasais e TRS, com lesão celular subsequente 
o Há estimulação colinérgica, que aumenta a produção de muco → coriza e tosse 
o Secundariamente à invasão do epitélio, há liberação de mediadores inflamatórios nas secreções nasais, 
aumento de permeabilidade vascular, edema de mucosa e congestão nasal. 
 
• Período de incubação é 2-5 dias e de contágio é algumas horas antes a 2 dias após o início dos sintomas 
o O pico dos sintomas ocorre entre o 2-4º dia 
• Sintomas iniciais são irritação nasal, podendo ter dor de garganta 
o Coriza, podendo ter junto espirros, obstrução nasal e febre baixa nos primeiros 3 dias. 
• Sintomas inespecíficos (dor muscular, cefaleia, mal-estar, inapetência) também podem estar presentes, 
principalmente em crianças maiores → alguns vírus podem causar diarreia 
o Lactentes jovens → inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade 
respiratória por obstrução nasal 
• A febre, quando presente, tende a resolver-se nos primeiros dias → persistência ou retorno pode indicar bactéria 
o Em geral, não há sinais de desconforto respiratório (rinovírus não costumam atingir vias aéreas inferiores) 
• Com a evolução do quadro, a secreção nasal pode tornar-se amarelada, esverdeada (presença de leucócitos) ou 
purulenta (destruição de células epiteliais da mucosa), sem significar infecção bacteriana secundária 
 
 EF → congestão e hiperemia das mucosas nasal e faríngea, das membranas timpânicas e conjuntiva ocular, 
associadas habitualmente ao bom estado geral da criança 
• Os sintomas tendem a se resolver em 5-7 dias → eventualmente, pode persistir tosse seca 
o Em lactentes, crianças pequenas e alérgicos, os sintomas podem durar até 14 dias 
▪ Em suscetíveis, a rinofaringite poderá desencadear crises de rinite e/ou broncoespasmo. 
 
• É essencialmente clínico e baseado nos sintomas → avaliar início, cronologia e duração dos sintomas. 
• Doença viral tem clinica de 1 a 2 semanas → sintomas persistentes podem sugerir complicação bacteriana ou alergia 
o Deve-se avaliar história de contato domiciliar, institucional ou epidemia na comunidade. 
 DDX diferencial → deve ser feito com manifestações iniciais de várias doenças → sarampo, coqueluche, infecção 
meningocócica, faringite estreptocócica, hepatite A e mononucleose infecciosa. 
o O surgimento de IVASs de repetição, com sintomas quase permanentes nos períodos de inverno e 
primavera, deve levar a suspeita da existência de rinite 
 
• Feito com medicamentos para melhora dos sintomas e medidas de suporte: lavagem nasal, inalação com soro 
fisiológico e antitérmicos ou analgésicos 
• O mel tem boa indicação para melhora da tosse, com comprovação em estudos científicos 
• Xaropes, expectorantes e descongestionantes nasais é contraindicado, por efeito questionável e risco de intoxicação 
 
MEDIDAS GERAIS 
• Repouso no período febril 
 Hidratação e Dieta → hidratação oral com oferta abundante e frequente de líquidos, oferecendo pequenos volumes 
fracionados de comida em curtos períodos, respeitando a aceitação 
 Higiene e Desobstrução Nasal → instilação de solução salina isotônica nas narinas, seguida algum tempo depois 
de aspiração delicada das fossas nasais com aspiradores manuais apropriados. 
o < 6 meses podem ter muito desconforto com a obstrução nasal → fazer antes das mamadas e de dormir 
 Antitérmicos e Analgésicos → antitérmicos quando a temperatura estiver > 37,8°C 
o Ingestão de líquidos frios, roupas leves e banhos mornos são medidas físicas que podem ser orientadas 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
o Umidificação do ambiente 
• Antitérmicos recomendados → paracetamol (10-15mg/kg/dose), dipirona (10-20) e ibuprofeno (10) 
o Uso excessivo de antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios tem sido relacionado com supressão da 
resposta de anticorpos neutralizantes e aumento dos sintomas. 
 
❖ Descongestionante nasal tópico → evitados pelo risco de toxicidade e rinite medicamentosa• Antitussígenos e anti-histamínicos via oral → desaconselhável devido à ineficácia e presença de efeitos adversos. 
• Anti-histamínicos recomendados aos portadores de rinite alérgica 
• Antivirais → para a maioria dos vírus, não existe nenhum tratamento específico. 
o No caso da gripe causada pelo vírus da influenza, o oseltamivir deve ser iniciado nas primeiras 48 horas 
• Observação cuidadosa para detecção das complicações → orientar os pais a retornar ao pronto-socorro em caso de 
desconforto respiratório, febre > 72h ou queda do estado geral 
 
❖ Complicações → a mais comum é a Otite Média Aguda, pela disfunção tubária concomitante → ate 30% 
• Outras possíveis são as rinossinusites, bronquites, laringotraqueítes e pneumonias. 
 
PREVENÇÃO 
• Principais medidas preventivas são os cuidados na transmissão viral → lavagem das mãos, uso de lenços e máscaras 
• Evitar contato com pessoas infectadas, principalmente lactentes até 3 meses e imunodeprimidos 
• Em épocas de surtos de infecções virais, evitar aglomerações 
• Ventilação – manter arejados os ambientes em que a criança permanece (casa, escola e creche) 
• Em caso de crianças frequentadoras de creche com infecções recorrentes, avaliar os benefícios da permanência 
 
–
• Síndrome clínica – doença infecciosa epidêmica aguda –, causada principalmente pelo vírus influenza tipos A e B, 
que se diferencia do resfriado pela sua maior repercussão sistêmica – febre, mialgia, cefaleia, mal-estar e prostração 
o E pelo acometimento mais extenso da árvore respiratória (TR superior e inferior 
• É causada pelo vírus influenza, com incrível capacidade mutagênica → tendo diversos subtipos e variantes ou cepas 
o Existem 4 tipos sorológicos (A, B, C, D), sendo os subtipos que circulam em humanos → H1N1 e H3N2; 
linhagens Victória e Yamagata 
 
• É uma das infecções das vias aéreas mais frequentes → a cada ano ocorrem 290.000 a 650.000 mortes 
• Em crianças, acomete principalmente pré-escolares e escolares → lactentes também podem, sendo maior a 
hospitalização e mortalidade 
o Embora existam grupos de risco para complicações, as crianças saudáveis compõem a maior parte dos 
quadros de internação 
• Crianças tem papel relevante na propagação do vírus → podem transmiti-lo por período mais longo que os adultos 
• Os tipos A e B causam epidemias graves a cada dez a 15 anos e a cada 4-7 anos, respectivamente 
o No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste a sazonalidade está bem caracterizada, ocorrendo no outono e inverno 
• A mortalidade varia de 1 a 8% e está associada a idade, comorbidades e estado vacinal da população 
 
• Poder de transmissão interpessoal muito grande e curto período de incubação – 1-4 dias 
• Transmitido de pessoa a pessoa por gotículas ou contato direto com objetos contaminados recentemente por 
secreções nasofaríngeas → pcte mais infectante durante as 24 a 72h pré-sintomas e o período mais sintomático. 
o Transmissão principal acontece por via inalatória → o vírus infecta as células epiteliais ciliadas da árvore 
respiratória, sendo eliminado em grande quantidade na fala, na tosse e no espirro 
o Ele destrói o epitélio escamoso e leva a perda da função ciliar, facilitando a superinfecção bacteriana. 
• A doença dissemina-se, atingindo o seu pico em 2-3 semanas e dissipando-se em 1-2 meses 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Os adultos transmitem o vírus de 24 a 72 horas antes do início dos sintomas a até cinco dias após 
o Crianças são mais contagiosas e transmitem desde vários dias antes até dez dias após o início dos sintomas. 
• Uma pessoa pode ter inúmeras gripes, pois cada epidemia é causada por nova cepa viral 
 
❖ Fatores De Risco 
o Menores de 2 anos ou maiores de 60 anos de idade 
o Doenças respiratórias e renais crônicas, doenças cardiovasculares, hepatopatias 
o Imunodeficiências, Obesidade, Gestação e puerpério 
o Doenças hematológicas e metabólicas (lembrar da diabetes mellitus) 
o Transtornos neurológicos e do desenvolvimento 
 
PATOGÊNESE 
• O vírus tem tropismo pelas células ciliadas do epitélio respiratório, acometendo desde a mucosa nasal até os alvéolos 
• Pode se localizar nas vias aéreas superiores e, ou inferiores, acarretando combinações variadas de nasofaringite, 
faringite, laringite, laringotraqueíte, bronquite e pneumonia. 
 
• Uma característica peculiar é o predomínio das manifestações sistêmicas sobre as respiratórias 
• Em crianças menores, se apresenta com febre alta, sintomas nas vias aéreas superiores (coriza hialina, obstrução 
nasal e tosse), associados a sintomas gastrintestinais (anorexia, náuseas e vômitos) 
• As crianças maiores relatam cefaleia, mal-estar, mialgia, adinamia e fadiga 
• Intensidade dos sintomas respiratórios é variável, e, às vezes, eles podem estar ausentes 
o A presença de sintomas das vias aéreas superiores serve de suspeição de gripe na criança com síndrome 
febril aguda, especialmente na época de inverno e quando outras pessoas ficaram “resfriadas” ou “gripadas” 
• É uma doença autolimitada → os principais sintomas melhoram em 3-5 dias, mas a tosse e mal estar podem persistir 
por até 2 semanas. 
o Pode evoluir com complicações severas mesmo em indivíduos saudáveis, entre elas, a Síndrome 
Respiratória Aguda Grave 
▪ Saturação de O2 < 95% em ar ambiente 
▪ Sinais de desconforto respiratório (batimento de asa de nariz, tiragem intercostal) ou taquipneia 
▪ Se doença de base, piora das condições clínicas 
▪ Hipotensão 
• Também deve ser levado em conta o quadro de insuficiência respiratória aguda em qualquer indivíduo durante o 
período sazonal e, nas crianças, presença de cianose, desidratação e inapetência. 
❖ Complicações Secundárias → pneumonia bacteriana, miosite e as síndromes neurológicas (Guillain-Barré, 
meningite asséptica, mielite transversa e encefalite pós-infecciosa) 
 
• O diagnóstico da gripe é presuntivo, feito por critérios clínicos e epidemiológicos. Existem métodos laboratoriais 
para detecção do vírus 
o Testes moleculares rápidos → alta sensibilidade e especificidade 
o Testes rápidos → melhor especificidade 
o Imunofluorescencia → melhor especificidade, baixa sensibilidade 
o PCR → alta sensibilidade e especificidade 
o Cultura de vírus → alta sensibilidade e especificidade, demora 3-10 dias 
 Gripe → sazonal, inicio súbito, febre geralmente alta por 3-4d, cefaleia intensa, fadiga de 2-3 semanas, mialgia 
frequente e intensa, exaustão precoce, obstrução nasal e dor de garganta as vezes, presença de tosse, dor no peito 
 Resfriado → todo o ano, inicio gradual, febre, cefaleia e tosse incomuns, fadiga leve, mialgia leve ou inexistente, 
não causa exaustão, obstrução nasal muito comum, dor de garganta comum, dor no peito muito leve 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• A síndrome gripal geralmente é benigna e autolimitada, com tratamento semelhante ao da rinofaringite aguda. 
• Diminuir o desconforto decorrente da febre, rinorreia, obstrução nasal ou tosse persistente 
• Sintomático, como estabelecer repouso, controle de coriza, hidratação oral, antitérmico e analgésico 
• O protocolo do Ministério da Saúde orienta o tratamento com oseltamivir àqueles com síndrome respiratória aguda 
grave e fatores de risco 
o Crianças < 5 anos – sendo mais importante nos < 2 anos e, principalmente, < 6 meses 
o Adultos > 60 anos, grávidas, puérperas até duas semanas após o parto 
o Indígenas, Comorbidades 
o Menores de 19 anos em uso prolongado de ácido acetilsalicílico 
• A critério clínico, qualquer indivíduo saudável com suspeita de síndrome gripal pode receber o tratamento 
medicamentoso desde que iniciado nas primeiras 48h do quadro → reduz a duração em 1 a 2 dias 
• Em pctes graves, o tratamento ainda traz benefícios mesmo que instituído após 48h 
 
PREVENÇÃO – VACINAANTI-INFLUENZA 
• No Brasil, está disponível a vacina trivalente inativada no serviço público, com 2 subtipos do vírus da influenza A 
(H1N1 e H3N2) e um subtipo do vírus da influenza B → particular tem a quadrivalente. 
• Deve ser aplicada anualmente, sempre nos meses de outono 
• Na primovacinação para < 9 anos, devem ser administradas 2 doses com intervalo de 1 mês → depois anual. 
• O MS preconiza a vacinação anual, para crianças > 6 meses e < 6 anos, e grupos de prioritários 
 
• Infecção que causa inflamação na faringe, amígdalas e tecidos adjacentes → causas variadas, mas o quadro clínico 
é similar, o que torna difícil definir se há ou não a necessidade de tratamento antimicrobiano. 
o Funções das tonsilas palatinas → secretam as 5 classes de Ig nas criptas, e cadeias J da estrutura molecular 
das IgA → impedem replicação bacteriana e viral no TRS (1ª linha de defesa da região) 
• Vírus são a causa mais comum em todas as faixas etárias → influenza, parainfluenza, adenovírus, rinovírus, bem 
como vírus Coxsackievirus, echovírus e o vírus Epstein-Barr – mononucleose. 
• Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes) é a causa bacteriana mais comum, mas outras bactérias 
também podem estar implicadas (Mycoplasma, Chlamydia, gonococo). 
o Ele está relacionado a complicações supurativas das faringoamigdalites, abscessos peritonsilares e 
retrofaríngeos e sequelas não supurativas, como febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda. 
o Antes dos 3 anos, a prevalência de infecções bacterianas de orofaringe é baixa → proteção pela IgG materna 
 
• A distinção presuntiva do causador é feito a partir dos aspectos inflamatórios do EF 
• O principal desafio no diagnóstico é distinguir as infecções entre estreptocócicas e não estreptocócicas, para o tto 
 
FARINGOAMIGDALITE ESTREPTOCÓCICA 
• Sintomas clínicos sugestivos → início agudo de dor de garganta, febre, cefaleia, odinofagia, dor abdominal, náusea, 
vômitos, rash cutâneo, petéquias no palato, exsudato purulento, adenomegalia cervical 
o Maior acometimento do estado geral 
o Na maioria das vezes não há coriza, tosse e conjuntivite 
 
❖ Mais comum entre 5 e 15 anos, tem modo de inicio súbito e o sintoma inicial é dor moderada, a febre é > 38º 
• Inspeção da faringe → hiperemia com edema, petéquias no palato e exsudato em pontos (flocos amarelos) 
o Hipertrofia de amigdalas com exsudato 
o Hiperemia, edema e hemorragias puntiformes no terço posterior do palato mole 
• Outros achados → linfonodos cervicais enfartados, quadro de febre exantemática 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
FARINGOAMIGDALITE NÃO ESTREPTOCÓCICA 
• Sintomas mais sugestivos → sintomas concomitantes de infecção viral respiratória e/ ou gastrintestinal, com 
associação de tosse, coriza, conjuntivite e diarreia 
o Vírus Epstein-Barr da mononucleose → há típico exsudato branco-acinzentado 
▪ Causa edema difuso dos tecidos linfáticos do anel de Waldeyer, região cervical, axilar e inguinal 
▪ Odinofagia intensa, que pode causar desidratação e aumento das tonsilas palatinas e faríngeas 
▪ Início rápido dos sintomas, que podem se manter por semanas → com tto mal sucedido 
▪ MEG, astenia, temperatura normal ou elevada, tonsilas muito aumentadas e com exsudato, 
hepatomegalia e esplenomegalia 
o Herpangina por vírus Coxsackie → podem ser vistas pequenas vesículas no palato mole, úvula e pilares 
amigdalianos, acompanhadas de febre elevada e lesões papulovesiculares nas mãos e pés → mão-pé-boca 
▪ As lesões do herpes-simples ocorrem entre imunossuprimidos 
 
❖ Aparece em todas as idades, o inicio é mais gradual, com dor a deglutição. A febre não é tao alta 
• Inspeção Da Faringe → rubor da faringe com ou sem secreção esbranquiçada 
o Outros → tosse irritativa, rouquidão, coriza e conjuntivite 
 
 Outras definições 
• Faringoamigdalites eritematosas → hiperemia e congestão da superfície da faringe e amígdalas 
o Os principais agentes são virais 
• Faringoamigdalites eritematopultáceas → hiperemia e edema associados ao exsudato não aderente nas criptas e na 
superfície das amígdalas → principalemente Streptococcus beta-hemolítico do grupo A e Epstein-Barr 
• Faringoamigdalites pseudomembranosas → formação de placas esbranquiçadas aderentes ao tecido amigdaliano, 
que pode invadir faringe, palato e úvula → Corynebacterium diphtheriae 
• Faringoamigdalites ulcerosas → formação de úlceras, que podem ser superficiais e com muitas vesículas, como no 
caso do vírus Coxsackievirus e do Herpesvirus hominis 
o Ou com ulcerações profundas, no caso da lesão por tuberculose, sífilis e imunodeficiências 
 
COMPLICAÇÕES 
• Complicações supurativas: 
 Abscesso Retrofaríngeo → muito rara, predominante em crianças entre 3 e 4 anos, e em meninos. 
o Febre, irritabilidade, dificuldade de engolir, rigidez cervical ou até torcicolo por contratura da musculatura 
o Voz abafada, estridor e dificuldade respiratória também podem estar presentes. 
o Pode ser observado abaulamento local 
o O agente em geral é polimicrobiano → Streptococcus pyogenes + anaeróbios da boca e Staphylococcus 
o Ddx sugerido pela radiografia lateral do pescoço, com aumento do espaço retrofaríngeo → TC confirma 
o Conduta → internação, antibioticoterapia venosa com amoxicilina + clavulanato e drenagem de urgência 
 Abscesso Peritonsilar → mais frequente em crianças maiores e adolescentes 
o Intensificação da dor faríngea, com disfagia + trismo de intensidade variável 
o Dor de garganta e abaulamento unilateral, rechaçando a amígdala e a úvula para o lado 
o Sialorreia, febre e comprometimento do estado geral. 
o Staphylococcus aureus ou flora múltipla de germes anaeróbios → na maioria requer hospitalização. 
• Complicações não supurativas → Glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica e Febre reumática 
 
• Testes diagnósticos para a detecção do Streptococcus do grupo A 
o Pesquisa rápida do antígeno → especificidade 98 a 99%, sensibilidade 70% → vantagem de resultado rápido 
o Cultura de orofaringe → padrão ouro para diagnóstico de faringoamigdalite estreptocócica 
• Na mononucleose, o aumento da contagem de leucócitos no sangue + linfocitose com 20 a 40% de atipia linfocitária 
pode apontar para essa causa → pode ser feito a detecção rápida de anticorpos heterófilos para crianças > 4 anos 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Faringoamigdalite de causa viral → tratamento sintomático com analgésicos e antitérmicos para dor faríngea 
o Reavaliação clínica em 48 a 72 horas nos casos em que não houver remissão da febre 
• Tratamento com antibióticos instituído assim que realizado o diagnóstico de etiologia bacteriana ou quando não for 
possível esse diagnóstico de certeza, nos casos em que o EF e epidemiologia sugerirem 
o Redução da duração dos sintomas em 12 a 24 horas 
o Redução na transmissão da doença depois de 24 a 48 horas após uso 
o Prevenção das complicações supurativas e não supurativas 
• Os antibióticos de primeira escolha são penicilina e amoxicilina - e inclusive previnem a febre reumática. 
o Penicilina VO → 250mg, 2-3x/dia por 10d para crianças – 50mg/kg/d, 2-3x por 10d para adultos 
▪ Penicilina G Benzatina IM → 1 dose de 600k UI se < 27kg – 1200k UI se > 27kg 
o Amoxicilina VO → 50mg/kg/dia, 2-3x/dia por 10 dias 
o Para alérgicos a penicilina → cefalexina, cefadroxila, clindamicina... 
 
• Amigdalectomia → quando 7 faringites em 12 meses, 5x nos últimos 2 anos ou 3x nos últimos 3 anos 
o Indicações → hiperplasia das tonsilas palatinas, faringotonsilites recorrentes 
• O tratamento adequado e precoce das faringoamigdalites estreptocócicas não previne a glomerulonefrite difusa 
aguda, embora possa prevenir a febre reumática. 
 
• Inflamação do ouvido médio e seus anexos, com presença de líquido na orelha médiae sinais e sintomas de início 
agudo, como dor e febre → na maioria das vezes é secundária a processo infeccioso bacteriano. 
• Cerca de 60-80% dos lactentes têm pelo menos 1 episódio até o primeiro ano de vida e até 90% terão até os 5 
o Pico de incidência entre 6 e 24 meses de vida, com declínio após essa idade e novo aumento entre 5 e 6 
anos, quando as crianças começam a vida escolar → 1/3 pode apresentar 6+ episódios antes dos 7 anos 
 
❖ Alguns FATORES DE RISCO estão relacionados à maior chance de OMA 
• Maior incidência nos primeiros anos relacionada à imaturidade do sistema imunológico, a alterações anatômicas em 
relação à tuba auditiva (mais curta e horizontalizada), hipertrofia de adenoide e à permanência na horizontal. 
• Também é mais associada ao sexo masculino, tabagismo passivo, DRGE → e à baixa condição socioeconômica, 
superpopulação no mesmo ambiente, más condições de higiene, desnutrição, assistência médica precária... 
o Uso de mamadeira na posição horizontal e a rinite alérgica também são fatores de risco 
• Aleitamento materno é fator protetor, pela presença de IgA 
 
• As tubas auditivas se abrem no espaço anterior do ouvido médio e o conectam à nasofaringe → episódios de OMA 
estão relacionados à obstrução anatômica ou funcional da(s) tuba(s) auditiva(s). 
o A tuba tem 3 funções no ouvido médio → ventilação, proteção e limpeza 
o TA ventila a orelha média → no repouso encontra-se fechada, abre-se de forma intermitente pela contração 
do músculo tensor do véu palatino durante a deglutição ou bocejo 
• Entre as causas de obstrução, podem-se citar IVAS (principal), hipertrofia de adenoide e tumor. 
o Com a resposta inflamatória, há comprometimento do transporte mucociliar, levando a efusão líquida na 
cavidade timpânica, propiciando a infecção bacteriana 
▪ Bactérias colonizadoras da nasofaringe se acumulam no ouvido médio, formando secreção 
purulenta, abaulamento da membrana timpânica e otalgia 
• Lactentes têm a tuba menor e mais horizontal, contribuindo para refluxo de secreção da nasofaringe 
• Se perfuração da membrana timpânica → otorreia e melhora imediata da dor, por redução da pressão intra-auricular 
 
 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
ETIOLOGIA 
• Bactérias mais comuns → Streptococcus pneumoniae (30-50%), Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis 
o S. aureus, Streptococcus do grupo A e Gram negativos em menor porcentagem 
• Apesar de os vírus terem sido isolados dos exsudatos da orelha média, ainda não se sabe se podem causar OMA 
sem a associação a copatógeno bacteriano → VSR, adenovírus, rinovírus, enterovírus, parainfluenza, influenza 
 
❖ A vacina contra Haemophilus influenzae tipo B não protege de todas as otites causadas por essa bactéria 
• Na maioria das OMA causadas por Haemophilus, este é não tipável → imunização é específica contra o tipo B. 
 
• Variável, principalmente nos lactentes e pré-escolares, 
• Quadro típico com início abrupto de otalgia (criança manipula muito a orelha), irritabilidade, otorreia e febre 
• Liquido na orelha media pode causar abaulamento da membrana timpânica, ausência de mobilidade da membrana 
e níveis hidroaéreos vistos à otoscopia 
o A membrana apresenta-se eritematosa ou opacificada 
▪ Miringite bolhosa é sinal de otite média – tímpano com bolhas. 
• Sintomas inespecíficos, como vômitos e inapetência, podem estar presentes 
• Bilateralidade indica doença mais grave, e a presença de otorreia espontânea indica a certeza da patologia 
 
 OMA viral → membrana levemente opaca, hiperemia difusa leve ou moderada e ausência de abaulamento 
 OMA Bacteriana → membrana opaca, hiperemia intensa e presença de abaulamento com diminuição da mobilidade 
o Sinais e sintomas que sugerem fortemente OMA bacteriana → otalgia de aparecimento súbito 
▪ Febre > 39 °C, vômito ou diarreia em < 2 anos de idade 
▪ Otorreia com história de otalgia intensa nas últimas 48 horas. 
 
• 80% das crianças apresenta evolução favorável durante um episódio de OMA, com resolução espontânea. 
 Sintomático (antitérmicos e analgésicos) → toda criança com OMA deve receber analgesia 
o Pacientes > 2 anos, com otite unilateral, febre < 39 °C e BEG → tratados com anti-inflamatório por 3 dias 
 Antibioticoterapia → caso sejam necessários antibióticos, a escolha para a OMA não complicada é a amoxicilina 
• Dose de 50 a 80 mg/kg/d, a depender da resistência local do pneumococo → 2x/dia, durante 10 a 14 dias 
o Dose dobrada para cepas de pneumococo com resistência e nas crianças que frequentam a creche. 
• Nos casos em que a criança recebeu tto antibiótico nos últimos três meses → dobrar dose ou iniciar com amoxicilina-
clavulanato (também indicada se falha do tratamento e para bactérias produtoras de betalactamases) 
o Nos casos de alergia a penicilina, optar por macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) 
 
❖ ATB → crianças com 6 meses ou mais, com sinais e sintomas graves → otite bilateral, febre > 39 °C e/ou piora do 
estado geral, sintomas > 48h 
o OMA bilateral → ATB independente de gravidade dos sintomas 
• Criança entre 6 e 23 meses com OMA unilateral sem sinais/sintomas graves = monitorar ou antibioticoterapia → 
caso opte-se por observação, mas a criança piorar ou não melhorar em 48-72h, iniciar antibioticoterapia 
• OMA uni ou bilateral em crianças a partir dos 24 meses, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve há < 48h, 
temperatura < 39 °C) = monitorar evolução ou antibioticoterapia 
• Falha terapêutica → permanência dos sintomas > 48 a 72 horas, em uso de amoxicilina ou macrolídeos 
o O seu motivo principal é a resistência bacteriana 
 
❖ Procedimentos de drenagem ou evacuação da efusão da orelha média restritos a resposta insatisfatória à 
antibioticoterapia, imunodeficiência, doença grave e complicações supurativas 
 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• Inflamação da orelha média com coleção de líquido ou efusão retrotimpânica, sem sinais ou sintomas de infecção 
aguda e sem perfuração da membrana timpânica. 
• Pode ser considerada um continuum da OMA → após um episódio de OMA bem conduzido, até 70% das crianças 
podem apresentar efusão ao final de 2 semanas, 40% ao final de 1 mês e 10% ao final de 3 meses 
o A efusão serosa ou mucoide, pode causar dificuldade auditiva (hipoacusia) condutiva de leve a moderada, 
flutuante ou persistente → podendo impactar no desenvolvimento da fala, linguagem e cognição 
• OME crônica é aquela em que a efusão permanece por < 3 meses sem sinais inflamatórios agudos. 
• A incidência ou prevalência da OME é aparentemente assintomática e pode não ser identificada pelos pais (por isso, 
muitas vezes não chama a atenção do médico) 
 
• Disfunção da TA, vírus e bactérias, alergias, alterações anatômicas ou craniofaciais predisponentes → muitos destes 
podem interferir na função da mucosa respiratória, associados ou não à disfunção da TA 
• Disfunção tubária (por inflamação ou falha de abertura) é o fator + importante → se a TA não se abre, a troca 
gasosa da orelha média para a microcirculação da mucosa causa diminuição da pressão na cavidade 
o Seguida de transudação de efusão 
• Adenoide obstruindo o tubo e potencialmente infectada com otopatógenos pode ser coadjuvante na obstrução 
• A OME é frequentemente encontrada após episódio de OMA, que habitualmente é precedido por uma IVAS 
 
• EOM com ausência dos sinais/sintomas de infecção aguda (abaulamento/hiperemia da MT, febre, otalgia) 
• A doença apresenta-se desde uma forma silenciosa, com hipoacusia condutiva leve e não perceptível pelo paciente, 
até uma hipoacusia mais importante, acompanhada ou não de zumbido e instabilidade do equilíbrio. 
• Pneumo-otoscopia → mobilidade da MT diminuída, nível líquido ou hidroaéreo na orelha média. 
• Realização de exames audiométricosé essencial. 
 
• Na maioria das vezes a efusão desaparece espontaneamente em 3 meses → conduta em crianças sem os fatores 
de risco e sem sintomatologia significativa deve ser expectante 
• Quando há persistência da OME monitorada pela otoscopia e avaliação audiométrica, preconiza-se tto cirúrgico 
o Timpanotomia com aspiração da secreção da orelha média, e a colocação de tubo de timpanostomia (tubo 
de ventilação), que poderá ser feita com ou sem a adenoidectomia 
▪ Indicações → crianças suscetíveis com problemas anatômicos que causem a otite média 
• Crianças sob risco de atraso na fala, linguagem, aprendizado ou desenvolvimento pela EOM 
• Crianças com qualidade de vida baixa ou com estado de saúde funcional inadequado 
 
• Inflamação da mucosa nasossinusal, que resulta da infecção de 1+ seios paranasais por vírus ou bactérias. 
• Classificada de acordo com o tempo de doença 
o Sinusite aguda → inflamação das cavidades paranasais de até 12 semanas 
▪ Recorrente → mais de 6 episódios agudos por ano. 
o Crônica → além de 12 semanas 
• As cavidades paranasais maxilares e etmoidais estão presentes ao nascimento, com dimensões reduzidas → as 
cavidades frontal e esfenoidal começam a desenvolver-se após os 3 anos, sendo visíveis no RX após 6-7 anos 
 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
• São cavidades ósseas com comunicação com o nariz, de onde recebem o ar inspirado, para aquecimento e filtração 
o Há várias imunoglobulinas locais, principalmente IgA → o sistema mucociliar agrega e transporta partículas 
e microorganismos em direção à cavidade nasal, drenando as secreções por orifícios junto aos cornetos 
▪ A drenagem dos seios acontece pelos óstios em comunicação com a fossa nasal. 
• A partir da rinossinusite viral, iniciam-se edema e inflamação local, causando bloqueio da drenagem dos seios da 
face → acumulam líquidos e secreções, favorecendo a proliferação de bactérias, levando a sinusite bacteriana. 
 
• A maioria é de etiologia viral (rinovírus, adenovírus, VSR, parainfluenza), consequência direta das rinofaringites 
o Requer apenas tratamento sintomático 
• Cerca de 6% são complicações bacterianas → nas rinossinusites bacterianas agudas, os principais agentes 
envolvidos são os aeróbios que habitualmente colonizam a cavidade nasal 
o Streptococcus pneumoniae (30%), Haemophilus influenzae não tipável (20%) e Moraxella catarrhalis 
• Nos casos de obstrução ostial prolongada com sinusite crônica, outros microorganismos, como o Staphylococcus 
aureus e diversas bactérias anaeróbias, podem desenvolver-se 
• Em imunodeficientes e diabéticos, algumas vezes ocorrem infecções por fungos, como Aspergillus sp. e Nocardia sp 
 
❖ Fatores de risco → principalmente para RS crônica 
o IVAS de repetição por permanência em creches 
o Obstrução anatômica – hipertrofia de adenoides, defeitos do septo nasal 
o Rinite alérgica não tratada, Exposição a agentes irritantes – tabaco, poluição, ar seco, água clorada 
o Deficiências de anticorpos, Diabetes, Discinesia ciliar primária, fibrose cística 
• A vacinação decavalente contra pneumococos reduz a incidência da rinossinusite por esse agente 
o A vacina contra Haemophilus influenzae tipo B não é eficaz 
 
• Eminentemente clínico, dispensando exames de imagem 
• Sintomas nasais persistentes (coriza, obstrução, congestão) + tosse, que geralmente pioram à noite 
• Em crianças maiores → pode haver cefaleia, dor facial em peso e dor à palpação / percussão de seios paranasais. 
o Em pré-escolares ou crianças mais novas, tais sintomas são mais difíceis de serem identificados. 
▪ Tosse e corrimento nasal podem estar presentes e se acentuar ao decúbito dorsal 
• EF → mucosa nasal eritematosa e/ou edemaciada 
o Secreção mucopurulenta em nasofaringe posterior, sinal “da vela” – ou sinal da gota pós-nasal 
• A cultura de aspirado do seio da face é recomendada a imunodeprimidos ou sinusites refratárias. 
• RX de seios paranasais pode mostrar imagem de velamento assimétrico de seios ou edema de mucosa, sinais 
inespecíficos que podem aparecer também na rinofaringite → sem valor diagnóstico, não deve ser 
o TC dos seios paranasais → alterações de mucosa nasal no complexo ostiomeatal e/ou seios paranasais 
 
RINOSSINUSITE AGUDA 
• Pode ser classificada em RSA viral (resfriado ou gripe), cujos sintomas duram até 10 dias 
• Pós-viral → há piora dos sintomas após 5 dias ou persistência deles após 10 dias, com < 12 semanas de evolução 
o RSAB → grupo da RSA pós-viral em que há pelo menos 3 dos sintomas → secreção mucopurulenta nasal e 
retronasal, febre (> 38°C), dor facial ou piora dos sintomas após fase inicial da evolução 
 
• Aproximadamente 50% dos casos não tratados melhoram espontaneamente, até 4 semanas do início do quadro. 
• Rinossinusites virais → tratamento de suporte, como orientado para a rinofaringite aguda 
• Soluções salinas hipertônicas podem ser utilizadas para manter a permeabilidade das vias áreas superiores 
o Irrigação da mucosa aumenta o batimento ciliar e reduz o edema da mucosa, diminuindo a obstrução 
 
PEDIATRIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 
❖ Etiologia Bacteriana → antibióticos direcionados aos patógenos mais comuns. 
• Quando não há ingestão de antimicrobianos nos últimos 3 meses, amoxicilina é a droga de escolha (50-80 mg/kg/d, 
a cada 8 horas ou a cada 12 horas, por 14 dias 
o Ao suspeitar de H. influenzae ou M. catarrhalis, deve-se optar por amoxicilina + clavulanato, macrolídeos 
(azitromicina, claritromicina) ou cefalosporinas de segunda (cefuroxima) ou terceira geração 
▪ Tambem nos casos em que houve falha terapêutica com amoxicilina 
• Associação do corticosteroide intranasal tópico é recomendada 
 
❖ A antibioticoterapia é utilizada nos episódios de agudização da sinusite crônica, devendo cobrir os mesmos germes 
da aguda → com maior prevalência para o S. aureus, anaeróbios e fungos, e por tempo prolongado. 
• Corticosteroide tópico intranasal é considerado o principal medicamento no tratamento da RSC na criança 
o Eventualmente o tratamento cirúrgico é necessário, principalmente quando a sinusite é secundária a fatores 
obstrutivos ou malformação de seios paranasais 
▪ Adenoidectomia com ou sem irrigação sinusal e/ou cirurgia endoscópica dos seios acometidos 
 
❖ Complicações → celulite periorbital, abscesso, trombose de seio cavernoso, meningite e osteomielite, graves 
 
 
LITERATURA: 
- Tratado de Pediatria da SBP 4ª Ed. - 2017 
- MEDCURSO 2019 PEDI 
- MEDCEL

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