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4 2 - Política cambial brasileira

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Política cambial brasileira
Apresentação
O mundo está cada vez mais conectado e globalizado, tendo se intensificado a transação de bens e 
serviços entre países em todo o planeta. Dessa forma, é muito importanteque os profissionais 
entendam sobre política cambial, bem como suas consequências.
O câmbio e suas variações, assim como a política cambial adotada pelos governos e suas questões 
legais, têm importantes implicações na economia de um país, como, por exemplo, na sua 
competitividade, nos seus níveís de emprego e de inflação, entre outros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará a política cambial brasileira, de forma a entender 
os principais conceitos do câmbio, a importânci das trocas de moedas entre países e as principais 
consequências das políticas e variações cambiais no cotidiano do cidadão e na economia.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o que é política cambial.•
Apontar a influência da política cambial no cotidiano do cidadão.•
Descrever o papel do Direito na política cambial.•
Desafio
Imagine que você é a pessoa responsável pela definição da política cambial de um país. No 
momento, este país apresenta o seguinte cenário: alta inflação, estrutura competitiva muito 
concentrada (empresas nacionais com poucos competidores), parque industrial sucateado. 
Considerando o cenário econômico do país, você deve definir a política monetária, optando por um 
caminho: não alterar o câmbio, valorizar ou desvalorizar a moeda local.
Justifique a sua escolha e explique suas principais consequências negativas.
Maycon Carbone
Caixa de texto
Nesta situação, o mais indicado seria optar por uma valorização cambial, ou seja, valorização da moeda nacional. Dessa forma, você estaria estimulando as importações, pois os produtos estrangeiros se tornariam relativamente mais baratos do que os nacionais. Isso causaria uma maior competição dos produtos estrangeiros com empresas nacionais e uma consequente pressão para a diminuição de preços, levando à queda de inflação.
Estando os produtos nacionais com preços relativamente mais baixos, há, também, um favorecimento de compras de equipamentos e maquinários para renovação do parque industrial nacional, atacando o problema de sucateamento. Por outro lado, o desestímulo à exportação causada pela valorização cambial pode reduzir a atividade empresarial no país e, consequentemente, diminuir as oportunidades de emprego.
Além disso, a redução de exportações reduz a quantidade de dólares no país, fazendo com que seja necessário um aumento da taxa de juros para atrair investidores a trazerem dólares de forma a haver recursos suficientes em moeda estrangeira para pagar pelas crescentes importações.
Infográfico
No Infográfico a seguir, serão abordadadas algumas das principais consequências das variações 
cambiais.
Conteúdo do livro
O entendimento da política cambial é de extrema importância para uma análise econômica e 
estratégica de um país e dos negócios que que nele ocorrem
No capítulo Política cambial brasileira, da obra Economia política, você conhecerá os conceitos de 
câmbio e política cambial, bem como sua influência no cotidiano do cidadão. Ainda, você irá 
entender o papel do Direito na política cambial.
Boa leitura.
ECONOMIA 
POLÍTICA
Ariel D. Birnkott
Revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional 
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação 
e pós-graduação em Direito
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147
S586e Silva, Filipe Prado Macedo da.
Economia política [ recurso eletrônico ] / Filipe Prado 
Macedo da Silva, Ariel Dutra Birnkott, Jaíza Gomes Duarte 
Lopes; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto
Alegre: SAGAH, 2018.
ISBN 978-85-9502-408-3
1. Política econômica. I. Birnkott, Ariel Dutra. II. Lopes, Jaíza 
Gomes Duarte. III.Título.
CDU 338.2
Livro_Economia_Politica.indb 2 24/04/2018 11:11:37
Política cambial brasileira
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir o que é política cambial.
  Apontar a influência da política cambial no cotidiano do cidadão.
  Descrever o papel do Direito na política cambial.
Introdução
Como você sabe, o mundo está cada vez mais conectado e globalizado. 
Nesse contexto, intensificou-se a transação de bens e serviços entre países 
em todo o planeta. Dessa forma, é muito relevante que os profissionais 
entendam a política cambial e as suas consequências.
O câmbio e as suas variações, assim como a política cambial ado-
tada pelos governos e as suas questões legais, têm importantes im-
plicações na economia de um país. Esses fatores afetam, por exemplo, 
a sua competitividade, o seu nível de emprego e de inflação, entre 
outros aspectos.
Neste capítulo, você vai estudar a política cambial brasileira. Vai enten-
der os principais conceitos do câmbio e a importância da existência das 
trocas de moedas entre países. Além disso, vai ver quais são as principais 
consequências das políticas e variações cambiais no cotidiano do cidadão 
e na economia de maneira geral.
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 1 29/03/2018 14:57:09
Política cambial brasileira 
Teoria das vantagens comparativas
O princípio das vantagens comparativas é a base da teoria clássica do comércio 
internacional. Esse princípio propõe que cada país se especialize na produção 
do bem em que é mais efi ciente, ou seja, em que apresenta menor custo, ex-
portando, portanto, esse bem e importando os bens cujo custo de produção é 
comparativamente mais alto.
Dessa forma, os países se especializam na produção de bens que possuem 
vantagem comparativa e realizam trocas desses bens por bens que outros 
países fabricam com menor custo relativo. Assim, as trocas trazem vantagens 
para todos os envolvidos, de forma que conseguem consumir maior número 
de bens com custos relativamente menores.
Você também deve saber que essa teoria é limitada, pois não pondera que 
pode haver transformação na demanda e na oferta dos países. Além disso, 
não leva em consideração a importância ou o quão necessário é o bem em 
que cada país se especializa.
Diferentemente da teoria clássica das vantagens comparativas, a teoria 
moderna do comércio internacional, denominada modelo de Heckscher-
-Ohlin, propõe que as vantagens comparativas são devidas à necessidade ou 
à demasia relativa de fatores de produção.
Taxa de câmbio
A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira em relação à moeda 
nacional. Por exemplo, se a cotação do dólar é R$ 3,00, isso signifi ca que cada 
dólar vale R$ 3,00.
Portanto, quando falamos de valorização cambial, falamos de uma am-
pliação do preço da moeda nacional em comparação com outras moedas. 
Contrariamente, uma desvalorização cambial indica uma perda do valor de 
compra da moeda nacional. 
Política cambial brasileira2
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 2 29/03/2018 14:57:09
Figura 1. Taxa de câmbio R$/US$.
Fonte: Ávila (c2013/2018). 
As taxas de câmbio trazem consequências econômicas relevantes, por 
isso os países empregam diferentes regimes de câmbio que influenciam de 
determinada maneira as taxas de câmbio. 
Regimes cambiais
Existem basicamente dois tipos de regimes cambiais: taxas fi xas de câmbio 
e taxas fl utuantes de câmbio.
Taxas fixas de câmbio
A taxa de câmbio é fi xada pelo Banco Central, que tem a incumbência de 
comprar divisas à taxa de câmbio estabelecida. Dessa maneira, a demanda e 
a oferta de divisas se estabelecem ao valor defi nido. 
A vantagem desse regime é que há maior controle de inflação, pois a 
variação cambial impacta diretamente o custo das importações. Por outro 
3Política cambial brasileira
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 3 29/03/2018 14:57:09
lado, há desvantagens, como a maior vulnerabilidade das reservas cambiais 
a ataques especulativose a definição da taxa de juros, que fica relacionada ao 
volume de reservas cambiais, tendo menor flexibilidade na política monetária.
Considere, por exemplo, que nesse regime haja persistente desvalorização da moeda. 
Se especuladores vão ao mercado apostando em uma queda com altas somas de 
dinheiro, e outros participantes atentos à desvalorização também começam a vender 
a moeda local com receio de perdas, torna-se cada vez mais difícil para o governo 
manter a taxa de câmbio sem haver grande desvalorização. 
É importante você saber que, nesse tipo de política, as moedas também 
são negociadas no mercado internacional. Porém, os governos que adotam 
esse regime implantam políticas para manter a sua moeda em determinado 
valor ou faixa estabelecida. 
Taxas flutuantes de câmbio
A taxa de câmbio varia conforme a demanda e a oferta de divisas. Nesse 
regime, o Banco Central não tem a obrigação de comprar divisas no mercado.
O câmbio flutuante apresenta como vantagens uma política monetária mais 
independente do câmbio, e as reservas cambiais ficam menos expostas a ataques 
especulativos. A desvantagem desse regime é que a taxa de câmbio depende 
da instabilidade e de mudanças dos mercados internacional e nacional. Além 
disso, o controle das pressões inflacionárias relacionadas às desvalorizações 
cambiais se torna mais complexo.
Entre os dois tipos de regimes, encontram-se regimes intermediários, 
como o de flutuação suja. Nele, o câmbio flutuante é empregado, porém com 
o Banco Central intervindo com o intuito de preservar a taxa de câmbio em 
níveis apropriados, sem grandes flutuações.
Há também o regime de bandas cambiais, que é outro regime intermediário 
empregado no Plano Real, no qual há flutuação do câmbio, porém dentro de 
limites definidos pelo Banco Central. Dessa maneira, como há obrigação de 
o Banco Central dispor de reservas para satisfazer o mercado, esse regime 
acaba se enquadrando como política de câmbio fixo. 
Política cambial brasileira4
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 4 29/03/2018 14:57:10
O currency board também está sob o espectro do câmbio fixo. Nele, o 
câmbio é fixado e a quantidade de moeda nacional deve variar em relação ao 
fluxo de divisas. Dessa forma, a oferta de divisas fica dependente do volume 
de reservas.
De maneira geral, as economias mais desenvolvidas adotam o câmbio flutuante, 
tendo as suas moedas negociadas no mercado internacional e variando o seu valor 
conforme a procura e a oferta da moeda, assim como ocorre nas bolsas de valores. 
Política cambial brasileira atual
A política cambial se refere à intervenção na taxa de câmbio da moeda nacional 
realizada pelas autoridades monetárias. Ela também se relaciona a quanto esses 
agentes atuam para interferir no preço de mercado dessa moeda. 
A política cambial pode perseguir diferentes objetivos, como o controle 
de inflação, a busca de equilíbrio e competitividade no mercado externo e 
mesmo o combate a crises que possam afetar a estabilidade financeira. As 
estratégias utilizadas pelas autoridades monetárias dependem dos diferentes 
objetivos da política cambial. 
A economia brasileira, desde 1999, adota o regime de câmbio flutuante. 
Nele, oficialmente, só deve haver intervenção no mercado de câmbio em 
circunstâncias de clara discrepância nas taxas de câmbio, de forma a impedir 
muita instabilidade. No entanto, o que se percebe é que as autoridades têm 
atuado sobre o câmbio de forma frequente desde 2000.
Influência no cotidiano do cidadão
Assim como fazem as empresas, países e outras organizações, qualquer cidadão 
que necessite realizar pagamento ou recebimento de moeda de outro país, seja 
qual for o motivo (viagem internacional, compra de produto, pagamento de 
serviço, etc.), precisa trocar a moeda de um país pela de outro, ou seja, realizar 
uma operação de câmbio. Atualmente, é menos complicado e menos custoso 
enviar dinheiro para o exterior, não sendo necessária qualquer autorização 
5Política cambial brasileira
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 5 29/03/2018 14:57:10
governamental para realizar esse tipo de transação, assim como para receber 
recursos do exterior. 
Porém, não é só quando o cidadão necessita realizar diretamente uma 
operação de câmbio que ele é afetado pelo câmbio ou mesmo pela política 
cambial do país em que reside. Diversas ocasiões do cotidiano são afetadas 
pelo câmbio, mesmo que, na maioria das vezes, você nem perceba. 
Um exemplo clássico é o pão, cujo custo é afetado pelas variações do câmbio, pois 
o Brasil não é produtor da farinha de trigo e, portanto, deve importá-la para produzir 
pão. Dessa forma, se o real está desvalorizado, a farinha importada se torna mais cara. 
Consequentemente, a produção do pão também se torna mais custosa e esse custo 
é repassado para o consumidor final, o que deixa o preço do pão mais elevado nas
prateleiras dos mercados.
Efeito das variações nas taxas cambiais sobre 
importações e exportações
Quando ocorre uma desvalorização cambial, ou seja, quando o preço do 
dólar sobe em relação ao real, os produtos brasileiros fi cam relativamente 
mais baratos. Afi nal, com a mesma quantidade de dólares, os compradores 
do exterior conseguem adquirir mais produtos do Brasil. Dessa forma, há 
uma tendência a aumentar as exportações e, por outro lado, uma propensão a 
reduzir as importações. Isso ocorre porque os produtos estrangeiros se tornam 
relativamente mais caros, já que é necessária uma maior quantidade de reais 
para comprar um dólar. Quando há valorização cambial, o contrário ocorre, ou 
seja, há incentivo às importações e desincentivo às exportações.
Efeito das variações nas taxas cambiais sobre a inflação
Quando o câmbio se valoriza, a moeda nacional se torna mais valiosa frente 
às moedas estrangeiras, de forma a incentivar as importações. Isso infl uen-
cia a queda de preços internamente, devido à concorrência dos produtos 
Política cambial brasileira6
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 6 29/03/2018 14:57:10
estrangeiros com o mercado nacional. Essa valorização cambial utilizada 
como instrumento de controle da infl ação é chamada de âncora cambial. 
Essa política cambial é geralmente utilizada juntamente a uma abertura 
comercial, com menores tarifas de importação e reduções de protecionismo 
ao mercado interno.
No entanto, essa política, apesar de eficiente no combate da inflação e 
de se prestar também a impulsionar a eficiência da economia interna por 
meio da exposição à concorrência externa, apresenta um lado negativo ao 
setor exportador. Este, ao ter o preço relativo do seu produto elevado, reduz 
o seu mercado e atinge também os setores que antes não eram expostos à 
concorrência internacional. 
Se, por um lado, uma desvalorização cambial promove um aumento nas exportações, 
por outro o efeito mais rápido é o de aumento dos custos das importações, causando 
um aumento do nível da inflação. Isso ocorre devido ao aumento dos custos de 
produção causado principalmente pela elevação de preços de produtos básicos, 
como o petróleo e a farinha. 
Relações entre taxa de câmbio, taxa de juros e inflação
As mudanças nas taxas de juros nacionais, ao produzirem saída ou entrada de 
capitais no país, acabam por infl uenciar as taxas de câmbio. Ou seja, quando 
as taxas de juros internas são maiores do que as externas, o país se torna mais 
interessante para investimento de capital fi nanceiro e, portanto, há um aumento 
da entrada de capitais no país. Isso expande a oferta de divisas internacionais, 
acarretando uma diminuição da taxa de câmbio, ou seja, uma valorização 
da moeda nacional. Além disso, como os investidores do mercado nacional 
também se interessam em investir no mercado interno, há uma redução da 
demanda por divisas, diminuindo também a saída de divisas do país, o que 
reforça ainda mais a alta da moeda nacional. Quando há redução das taxas de 
juros nacionais, o contrário ocorre, provocando, portanto, uma desvalorização 
da moeda nacional.
7Política cambialbrasileira
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 7 29/03/2018 14:57:10
O movimento de capitais financeiros deve ocorrer em um país até o mo-
mento em que se alcance a denominada paridade da taxa de juros, que ocorre 
quando a diferença entre as taxas de juros interna e externa se torna igual à 
alteração prevista da taxa de câmbio. Esse é o momento em que os ganhos 
com juros do investidor internacional são anulados pela desvalorização da 
moeda nacional.
Uma economia forte e em franco desenvolvimento também pode atrair 
capital estrangeiro, pois um forte crescimento pode indicar que investimen-
tos em negócios no local podem prosperar e gerar bons retornos para os 
investidores. Um movimento desse tipo deve gerar valorização da moeda 
local, pois, antes de realizar os investimentos em indústrias, equipamentos, 
etc., os investidores estrangeiros terão que trocar a sua moeda pela moeda 
local, aumentando, portanto, a demanda da moeda local e, consequentemente, 
levando à sua valorização.
Ainda que moedas muito voláteis também podem ser um problema para empresas 
multinacionais com unidades em países com essa característica ou para empresas 
que tenham fornecedores e/ou compradores em locais com câmbio instável. Isso, 
logicamente, cria uma incerteza a mais para qualquer negócio. Considere, por exemplo, 
que uma quantidade de vendas em certo país em dado momento é capaz de pagar 
uma certa quantidade de produtos aos fornecedores internacionais. Quando esse 
país tem a sua moeda intensamente desvalorizada, a mesma quantidade de vendas 
não será suficiente para suprir o pagamento daquela quantidade de produtos aos 
fornecedores internacionais.
Papel do Direito na política cambial
No Brasil, o mercado de câmbio é regulamentado pelo Conselho Monetário 
Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BCB). 
De maneira simplificada, o câmbio pode funcionar de forma fixa ou flutu-
ante, dependendo da participação do Estado ao controlar as taxas de câmbio. 
No Brasil, a intervenção do Estado no controle das taxas de câmbio é definida 
pelo CMN, que é responsável pela elaboração das políticas cambiais. Já a 
execução das medidas é feita pelo BCB, conforme o disposto na Lei nº. 4.595, 
Política cambial brasileira8
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 8 29/03/2018 14:57:10
de 31 de dezembro de 1964, relativa ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). 
Essa lei afirma que (BRASIL, 1964):
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:
I — Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da 
economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
II — Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo 
os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, 
as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos 
conjunturais;
III — Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de paga-
mento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda 
estrangeira; [...]
VII — Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da 
dívida pública, interna e externa. [...] 
Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil:
I — Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições finan-
ceiras estrangeiras e internacionais;
II — Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de emprésti-
mos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos 
serviços;
III — Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da 
estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de paga-
mentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, 
bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive os referentes 
aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro 
e comercial; [...]
A globalização da economia e a consequente possibilidade de inves-
tidores, empreendedores e empresas operarem em diferentes locais no 
mundo, buscando melhores retornos, fazem com que haja um fluxo intenso 
de capitais no planeta. Isso traz consequências econômicas relevantes aos 
mercados financeiros de cada local, situação que tem estimulado debates 
sobre o estabelecimento de ferramentas de gestão dos fluxos financeiros de 
capital. No entanto, encontram-se diversas dificuldades para a criação de 
tais instrumentos. Portanto, o mais provável é que a administração continue 
sendo efetuada por cada país, por meio dos procedimentos de controle de 
entrada e saída de capitais.
Uma alternativa para restringir os investimentos especulativos em certo 
país é, por exemplo, dificultar a saída desses investimentos, de forma a 
não causarem grande desvalorização da moeda. Porém, uma consequência 
9Política cambial brasileira
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 9 29/03/2018 14:57:10
problemática seria que, se os investidores não puderem retirar facilmente 
os seus investimentos, eles provavelmente não vão investir em locais com 
tal restrição.
Você pode consultar integralmente a lei relativa ao SFN 
no link a seguir: 
https://goo.gl/KrqZ9Y 
ÁVILA, L. Política cambial: por que o dólar sobe? Clube dos Poupadores, c2013/2018. 
Disponível em: <http://www.clubedospoupadores.com/cambio-e-ouro/politica-
-cambial.html>. Acesso em: 03 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4595.htm>. Acesso em: 21 mar. 2018.
Leituras recomendadas
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cartilha de câmbio. Brasília, DF, 2014. Disponível em: 
<www.bcb.gov.br/?CARTCAMBIO>. Acesso em: 27 dez. 2017.
EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de economia. São Paulo: Saraiva, 2004.
HUBBARD, R. G.; OBRIEN, A. Introdução à economia. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
LUPORINI, V.; SOUZA, F. E. P. A política cambial brasileira de facto: 1999-2015. Estudos 
Econômicos, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 909-936, 2016.
MANKIW, N. G.; MONTEIRO, M. J. C. Introdução à economia: princípios de micro e 
macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MASSO, F. Direito Econômico esquematizado. 2. ed. São Paulo: Método, 2013.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002. v. 2.
WHEELAN, C. Economia nua e crua: o que é, para que serve, como funciona. Rio de 
Janeiro: Zahar, 2014.
Política cambial brasileira10
C14_Politica_cambial_brasileira.indd 10 29/03/2018 14:57:11
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Dica do professor
Nesta Dica do Professor, serão apresentadas, de forma mais detalhada, as principais consequências 
das variações cambiais no cotidiano do cidadão.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/27247fbe4df52e28052f92cefd272e77
Exercícios
1) Em uma valorização cambial, ocorre:
A) Estimulo às importações.
B) Estimulo às exportações.
C) Aumentar da inflação.
D) Perda do poder de compra da moeda nacional.
E) Nenhuma das alternativas está correta.
2) Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de impacto de variações cambiais ao 
cidadão.
A) Aumento dos preços de produtos que utilizam matéria-prima estrangeira, devido à 
valorização cambial.
B) Redução do preço de produtos importados em moeda nacional, devido à desvalorização 
cambial.
C) Estímulo às exportações, devido à valorização da moeda nacional.
D) Redução da inflação, devido à valorização da moeda nacional.
E) Diminuição da concorrencia, devido à redução cambial.
3) Quando ao regime de câmbio fixo, é possível afirmar que:
A) Apresenta a política monetária mais independente do câmbio.
B) A taxa de câmbio é mais dependente da volatilidade do mercado.
C) O mercado determina a taxa de câmbio.
D) Há maior dificuldade de controle das pressões sobre a inflação.
Maycon Carbone
RealceMaycon Carbone
Realce
E) O Banco Central fixa a taxa de câmbio.
4) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação verdadeira.
A) O Conselho Monetário Nacional é responsável pela elaboração das políticas monetárias no 
Brasil.
B) Atualmente, a economia brasileira adota um regime de câmbio fixo.
C) As mudanças de taxas de juros nacionais não podem afetar as taxas de câmbio.
D) No regime de câmbio fixo, não há maior controle da inflação.
E) No regime de taxas flutuantes, o câmbio não varia conforme a oferta e a demanda do 
mercado.
5) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação verdadeira.
A) A desvalorização cambial refere-se a um aumento do preço da moeda nacional em 
comparação a outras moeadas.
B) No regime de flutuação suja, há intervenção do Banco Central.
C) No regime de bandas cambiais, não há limites de flutuação definidos pelo Banco Central.
D) Quando as taxas de juros internas são menores que as internacionais, deve haver uma 
valorização cambial.
E) Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio fixo.
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
Maycon Carbone
Realce
Na prática
As variações cambiais têm impacto direto tanto na ecomomia local quanto na economia global. 
Veja, a seguir, como a alta do dólar pode interferir no mercado e na sua vida.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Política cambial e inflação
Neste vídeo, você vai entenderum pouco mais sobre como a política cambial atua e afeta a inflação 
no Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Regimes cambiais
Neste vídeo, você vai entender as definições dos diferentes tipos de regimes cambiais, além de 
compreender o regime cambial do Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
Desvalorização cambial
Neste vídeo, você vai aprender sobre a desvalorização cambial e por que ela afeta os preços no 
atacado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/4NxOZj_4dKU
https://www.youtube.com/embed/YacouW5rhMQ
https://www.youtube.com/embed/spODv69VrYw
Taxas de câmbio
Neste vídeo, você vai entender um pouco mais a respeito de taxa de câmbio, bem como a 
realização do seu cálculo. Ainda, verá os tipos de dólares, a determinação da taxa da câmbio e as 
consequências do câmbio na inflação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/Dyf1_5OtDxU

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