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Política cambial brasileira Apresentação O mundo está cada vez mais conectado e globalizado, tendo se intensificado a transação de bens e serviços entre países em todo o planeta. Dessa forma, é muito importanteque os profissionais entendam sobre política cambial, bem como suas consequências. O câmbio e suas variações, assim como a política cambial adotada pelos governos e suas questões legais, têm importantes implicações na economia de um país, como, por exemplo, na sua competitividade, nos seus níveís de emprego e de inflação, entre outros. Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará a política cambial brasileira, de forma a entender os principais conceitos do câmbio, a importânci das trocas de moedas entre países e as principais consequências das políticas e variações cambiais no cotidiano do cidadão e na economia. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o que é política cambial.• Apontar a influência da política cambial no cotidiano do cidadão.• Descrever o papel do Direito na política cambial.• Desafio Imagine que você é a pessoa responsável pela definição da política cambial de um país. No momento, este país apresenta o seguinte cenário: alta inflação, estrutura competitiva muito concentrada (empresas nacionais com poucos competidores), parque industrial sucateado. Considerando o cenário econômico do país, você deve definir a política monetária, optando por um caminho: não alterar o câmbio, valorizar ou desvalorizar a moeda local. Justifique a sua escolha e explique suas principais consequências negativas. Maycon Carbone Caixa de texto Nesta situação, o mais indicado seria optar por uma valorização cambial, ou seja, valorização da moeda nacional. Dessa forma, você estaria estimulando as importações, pois os produtos estrangeiros se tornariam relativamente mais baratos do que os nacionais. Isso causaria uma maior competição dos produtos estrangeiros com empresas nacionais e uma consequente pressão para a diminuição de preços, levando à queda de inflação. Estando os produtos nacionais com preços relativamente mais baixos, há, também, um favorecimento de compras de equipamentos e maquinários para renovação do parque industrial nacional, atacando o problema de sucateamento. Por outro lado, o desestímulo à exportação causada pela valorização cambial pode reduzir a atividade empresarial no país e, consequentemente, diminuir as oportunidades de emprego. Além disso, a redução de exportações reduz a quantidade de dólares no país, fazendo com que seja necessário um aumento da taxa de juros para atrair investidores a trazerem dólares de forma a haver recursos suficientes em moeda estrangeira para pagar pelas crescentes importações. Infográfico No Infográfico a seguir, serão abordadadas algumas das principais consequências das variações cambiais. Conteúdo do livro O entendimento da política cambial é de extrema importância para uma análise econômica e estratégica de um país e dos negócios que que nele ocorrem No capítulo Política cambial brasileira, da obra Economia política, você conhecerá os conceitos de câmbio e política cambial, bem como sua influência no cotidiano do cidadão. Ainda, você irá entender o papel do Direito na política cambial. Boa leitura. ECONOMIA POLÍTICA Ariel D. Birnkott Revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna Bacharel em Direito Especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional e em Direito Público Mestre em Direito Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147 S586e Silva, Filipe Prado Macedo da. Economia política [ recurso eletrônico ] / Filipe Prado Macedo da Silva, Ariel Dutra Birnkott, Jaíza Gomes Duarte Lopes; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018. ISBN 978-85-9502-408-3 1. Política econômica. I. Birnkott, Ariel Dutra. II. Lopes, Jaíza Gomes Duarte. III.Título. CDU 338.2 Livro_Economia_Politica.indb 2 24/04/2018 11:11:37 Política cambial brasileira Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o que é política cambial. Apontar a influência da política cambial no cotidiano do cidadão. Descrever o papel do Direito na política cambial. Introdução Como você sabe, o mundo está cada vez mais conectado e globalizado. Nesse contexto, intensificou-se a transação de bens e serviços entre países em todo o planeta. Dessa forma, é muito relevante que os profissionais entendam a política cambial e as suas consequências. O câmbio e as suas variações, assim como a política cambial ado- tada pelos governos e as suas questões legais, têm importantes im- plicações na economia de um país. Esses fatores afetam, por exemplo, a sua competitividade, o seu nível de emprego e de inflação, entre outros aspectos. Neste capítulo, você vai estudar a política cambial brasileira. Vai enten- der os principais conceitos do câmbio e a importância da existência das trocas de moedas entre países. Além disso, vai ver quais são as principais consequências das políticas e variações cambiais no cotidiano do cidadão e na economia de maneira geral. C14_Politica_cambial_brasileira.indd 1 29/03/2018 14:57:09 Política cambial brasileira Teoria das vantagens comparativas O princípio das vantagens comparativas é a base da teoria clássica do comércio internacional. Esse princípio propõe que cada país se especialize na produção do bem em que é mais efi ciente, ou seja, em que apresenta menor custo, ex- portando, portanto, esse bem e importando os bens cujo custo de produção é comparativamente mais alto. Dessa forma, os países se especializam na produção de bens que possuem vantagem comparativa e realizam trocas desses bens por bens que outros países fabricam com menor custo relativo. Assim, as trocas trazem vantagens para todos os envolvidos, de forma que conseguem consumir maior número de bens com custos relativamente menores. Você também deve saber que essa teoria é limitada, pois não pondera que pode haver transformação na demanda e na oferta dos países. Além disso, não leva em consideração a importância ou o quão necessário é o bem em que cada país se especializa. Diferentemente da teoria clássica das vantagens comparativas, a teoria moderna do comércio internacional, denominada modelo de Heckscher- -Ohlin, propõe que as vantagens comparativas são devidas à necessidade ou à demasia relativa de fatores de produção. Taxa de câmbio A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira em relação à moeda nacional. Por exemplo, se a cotação do dólar é R$ 3,00, isso signifi ca que cada dólar vale R$ 3,00. Portanto, quando falamos de valorização cambial, falamos de uma am- pliação do preço da moeda nacional em comparação com outras moedas. Contrariamente, uma desvalorização cambial indica uma perda do valor de compra da moeda nacional. Política cambial brasileira2 C14_Politica_cambial_brasileira.indd 2 29/03/2018 14:57:09 Figura 1. Taxa de câmbio R$/US$. Fonte: Ávila (c2013/2018). As taxas de câmbio trazem consequências econômicas relevantes, por isso os países empregam diferentes regimes de câmbio que influenciam de determinada maneira as taxas de câmbio. Regimes cambiais Existem basicamente dois tipos de regimes cambiais: taxas fi xas de câmbio e taxas fl utuantes de câmbio. Taxas fixas de câmbio A taxa de câmbio é fi xada pelo Banco Central, que tem a incumbência de comprar divisas à taxa de câmbio estabelecida. Dessa maneira, a demanda e a oferta de divisas se estabelecem ao valor defi nido. A vantagem desse regime é que há maior controle de inflação, pois a variação cambial impacta diretamente o custo das importações. Por outro 3Política cambial brasileira C14_Politica_cambial_brasileira.indd 3 29/03/2018 14:57:09 lado, há desvantagens, como a maior vulnerabilidade das reservas cambiais a ataques especulativose a definição da taxa de juros, que fica relacionada ao volume de reservas cambiais, tendo menor flexibilidade na política monetária. Considere, por exemplo, que nesse regime haja persistente desvalorização da moeda. Se especuladores vão ao mercado apostando em uma queda com altas somas de dinheiro, e outros participantes atentos à desvalorização também começam a vender a moeda local com receio de perdas, torna-se cada vez mais difícil para o governo manter a taxa de câmbio sem haver grande desvalorização. É importante você saber que, nesse tipo de política, as moedas também são negociadas no mercado internacional. Porém, os governos que adotam esse regime implantam políticas para manter a sua moeda em determinado valor ou faixa estabelecida. Taxas flutuantes de câmbio A taxa de câmbio varia conforme a demanda e a oferta de divisas. Nesse regime, o Banco Central não tem a obrigação de comprar divisas no mercado. O câmbio flutuante apresenta como vantagens uma política monetária mais independente do câmbio, e as reservas cambiais ficam menos expostas a ataques especulativos. A desvantagem desse regime é que a taxa de câmbio depende da instabilidade e de mudanças dos mercados internacional e nacional. Além disso, o controle das pressões inflacionárias relacionadas às desvalorizações cambiais se torna mais complexo. Entre os dois tipos de regimes, encontram-se regimes intermediários, como o de flutuação suja. Nele, o câmbio flutuante é empregado, porém com o Banco Central intervindo com o intuito de preservar a taxa de câmbio em níveis apropriados, sem grandes flutuações. Há também o regime de bandas cambiais, que é outro regime intermediário empregado no Plano Real, no qual há flutuação do câmbio, porém dentro de limites definidos pelo Banco Central. Dessa maneira, como há obrigação de o Banco Central dispor de reservas para satisfazer o mercado, esse regime acaba se enquadrando como política de câmbio fixo. Política cambial brasileira4 C14_Politica_cambial_brasileira.indd 4 29/03/2018 14:57:10 O currency board também está sob o espectro do câmbio fixo. Nele, o câmbio é fixado e a quantidade de moeda nacional deve variar em relação ao fluxo de divisas. Dessa forma, a oferta de divisas fica dependente do volume de reservas. De maneira geral, as economias mais desenvolvidas adotam o câmbio flutuante, tendo as suas moedas negociadas no mercado internacional e variando o seu valor conforme a procura e a oferta da moeda, assim como ocorre nas bolsas de valores. Política cambial brasileira atual A política cambial se refere à intervenção na taxa de câmbio da moeda nacional realizada pelas autoridades monetárias. Ela também se relaciona a quanto esses agentes atuam para interferir no preço de mercado dessa moeda. A política cambial pode perseguir diferentes objetivos, como o controle de inflação, a busca de equilíbrio e competitividade no mercado externo e mesmo o combate a crises que possam afetar a estabilidade financeira. As estratégias utilizadas pelas autoridades monetárias dependem dos diferentes objetivos da política cambial. A economia brasileira, desde 1999, adota o regime de câmbio flutuante. Nele, oficialmente, só deve haver intervenção no mercado de câmbio em circunstâncias de clara discrepância nas taxas de câmbio, de forma a impedir muita instabilidade. No entanto, o que se percebe é que as autoridades têm atuado sobre o câmbio de forma frequente desde 2000. Influência no cotidiano do cidadão Assim como fazem as empresas, países e outras organizações, qualquer cidadão que necessite realizar pagamento ou recebimento de moeda de outro país, seja qual for o motivo (viagem internacional, compra de produto, pagamento de serviço, etc.), precisa trocar a moeda de um país pela de outro, ou seja, realizar uma operação de câmbio. Atualmente, é menos complicado e menos custoso enviar dinheiro para o exterior, não sendo necessária qualquer autorização 5Política cambial brasileira C14_Politica_cambial_brasileira.indd 5 29/03/2018 14:57:10 governamental para realizar esse tipo de transação, assim como para receber recursos do exterior. Porém, não é só quando o cidadão necessita realizar diretamente uma operação de câmbio que ele é afetado pelo câmbio ou mesmo pela política cambial do país em que reside. Diversas ocasiões do cotidiano são afetadas pelo câmbio, mesmo que, na maioria das vezes, você nem perceba. Um exemplo clássico é o pão, cujo custo é afetado pelas variações do câmbio, pois o Brasil não é produtor da farinha de trigo e, portanto, deve importá-la para produzir pão. Dessa forma, se o real está desvalorizado, a farinha importada se torna mais cara. Consequentemente, a produção do pão também se torna mais custosa e esse custo é repassado para o consumidor final, o que deixa o preço do pão mais elevado nas prateleiras dos mercados. Efeito das variações nas taxas cambiais sobre importações e exportações Quando ocorre uma desvalorização cambial, ou seja, quando o preço do dólar sobe em relação ao real, os produtos brasileiros fi cam relativamente mais baratos. Afi nal, com a mesma quantidade de dólares, os compradores do exterior conseguem adquirir mais produtos do Brasil. Dessa forma, há uma tendência a aumentar as exportações e, por outro lado, uma propensão a reduzir as importações. Isso ocorre porque os produtos estrangeiros se tornam relativamente mais caros, já que é necessária uma maior quantidade de reais para comprar um dólar. Quando há valorização cambial, o contrário ocorre, ou seja, há incentivo às importações e desincentivo às exportações. Efeito das variações nas taxas cambiais sobre a inflação Quando o câmbio se valoriza, a moeda nacional se torna mais valiosa frente às moedas estrangeiras, de forma a incentivar as importações. Isso infl uen- cia a queda de preços internamente, devido à concorrência dos produtos Política cambial brasileira6 C14_Politica_cambial_brasileira.indd 6 29/03/2018 14:57:10 estrangeiros com o mercado nacional. Essa valorização cambial utilizada como instrumento de controle da infl ação é chamada de âncora cambial. Essa política cambial é geralmente utilizada juntamente a uma abertura comercial, com menores tarifas de importação e reduções de protecionismo ao mercado interno. No entanto, essa política, apesar de eficiente no combate da inflação e de se prestar também a impulsionar a eficiência da economia interna por meio da exposição à concorrência externa, apresenta um lado negativo ao setor exportador. Este, ao ter o preço relativo do seu produto elevado, reduz o seu mercado e atinge também os setores que antes não eram expostos à concorrência internacional. Se, por um lado, uma desvalorização cambial promove um aumento nas exportações, por outro o efeito mais rápido é o de aumento dos custos das importações, causando um aumento do nível da inflação. Isso ocorre devido ao aumento dos custos de produção causado principalmente pela elevação de preços de produtos básicos, como o petróleo e a farinha. Relações entre taxa de câmbio, taxa de juros e inflação As mudanças nas taxas de juros nacionais, ao produzirem saída ou entrada de capitais no país, acabam por infl uenciar as taxas de câmbio. Ou seja, quando as taxas de juros internas são maiores do que as externas, o país se torna mais interessante para investimento de capital fi nanceiro e, portanto, há um aumento da entrada de capitais no país. Isso expande a oferta de divisas internacionais, acarretando uma diminuição da taxa de câmbio, ou seja, uma valorização da moeda nacional. Além disso, como os investidores do mercado nacional também se interessam em investir no mercado interno, há uma redução da demanda por divisas, diminuindo também a saída de divisas do país, o que reforça ainda mais a alta da moeda nacional. Quando há redução das taxas de juros nacionais, o contrário ocorre, provocando, portanto, uma desvalorização da moeda nacional. 7Política cambialbrasileira C14_Politica_cambial_brasileira.indd 7 29/03/2018 14:57:10 O movimento de capitais financeiros deve ocorrer em um país até o mo- mento em que se alcance a denominada paridade da taxa de juros, que ocorre quando a diferença entre as taxas de juros interna e externa se torna igual à alteração prevista da taxa de câmbio. Esse é o momento em que os ganhos com juros do investidor internacional são anulados pela desvalorização da moeda nacional. Uma economia forte e em franco desenvolvimento também pode atrair capital estrangeiro, pois um forte crescimento pode indicar que investimen- tos em negócios no local podem prosperar e gerar bons retornos para os investidores. Um movimento desse tipo deve gerar valorização da moeda local, pois, antes de realizar os investimentos em indústrias, equipamentos, etc., os investidores estrangeiros terão que trocar a sua moeda pela moeda local, aumentando, portanto, a demanda da moeda local e, consequentemente, levando à sua valorização. Ainda que moedas muito voláteis também podem ser um problema para empresas multinacionais com unidades em países com essa característica ou para empresas que tenham fornecedores e/ou compradores em locais com câmbio instável. Isso, logicamente, cria uma incerteza a mais para qualquer negócio. Considere, por exemplo, que uma quantidade de vendas em certo país em dado momento é capaz de pagar uma certa quantidade de produtos aos fornecedores internacionais. Quando esse país tem a sua moeda intensamente desvalorizada, a mesma quantidade de vendas não será suficiente para suprir o pagamento daquela quantidade de produtos aos fornecedores internacionais. Papel do Direito na política cambial No Brasil, o mercado de câmbio é regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BCB). De maneira simplificada, o câmbio pode funcionar de forma fixa ou flutu- ante, dependendo da participação do Estado ao controlar as taxas de câmbio. No Brasil, a intervenção do Estado no controle das taxas de câmbio é definida pelo CMN, que é responsável pela elaboração das políticas cambiais. Já a execução das medidas é feita pelo BCB, conforme o disposto na Lei nº. 4.595, Política cambial brasileira8 C14_Politica_cambial_brasileira.indd 8 29/03/2018 14:57:10 de 31 de dezembro de 1964, relativa ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). Essa lei afirma que (BRASIL, 1964): Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: I — Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; II — Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; III — Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de paga- mento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; [...] VII — Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. [...] Art. 11 Compete ainda ao Banco Central da República do Brasil: I — Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições finan- ceiras estrangeiras e internacionais; II — Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de emprésti- mos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços; III — Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de paga- mentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive os referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; [...] A globalização da economia e a consequente possibilidade de inves- tidores, empreendedores e empresas operarem em diferentes locais no mundo, buscando melhores retornos, fazem com que haja um fluxo intenso de capitais no planeta. Isso traz consequências econômicas relevantes aos mercados financeiros de cada local, situação que tem estimulado debates sobre o estabelecimento de ferramentas de gestão dos fluxos financeiros de capital. No entanto, encontram-se diversas dificuldades para a criação de tais instrumentos. Portanto, o mais provável é que a administração continue sendo efetuada por cada país, por meio dos procedimentos de controle de entrada e saída de capitais. Uma alternativa para restringir os investimentos especulativos em certo país é, por exemplo, dificultar a saída desses investimentos, de forma a não causarem grande desvalorização da moeda. Porém, uma consequência 9Política cambial brasileira C14_Politica_cambial_brasileira.indd 9 29/03/2018 14:57:10 problemática seria que, se os investidores não puderem retirar facilmente os seus investimentos, eles provavelmente não vão investir em locais com tal restrição. Você pode consultar integralmente a lei relativa ao SFN no link a seguir: https://goo.gl/KrqZ9Y ÁVILA, L. Política cambial: por que o dólar sobe? Clube dos Poupadores, c2013/2018. Disponível em: <http://www.clubedospoupadores.com/cambio-e-ouro/politica- -cambial.html>. Acesso em: 03 jan. 2018. BRASIL. Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4595.htm>. Acesso em: 21 mar. 2018. Leituras recomendadas BANCO CENTRAL DO BRASIL. Cartilha de câmbio. Brasília, DF, 2014. Disponível em: <www.bcb.gov.br/?CARTCAMBIO>. Acesso em: 27 dez. 2017. EQUIPE DE PROFESSORES DA USP. Manual de economia. São Paulo: Saraiva, 2004. HUBBARD, R. G.; OBRIEN, A. Introdução à economia. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. LUPORINI, V.; SOUZA, F. E. P. A política cambial brasileira de facto: 1999-2015. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 909-936, 2016. MANKIW, N. G.; MONTEIRO, M. J. C. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2001. MASSO, F. Direito Econômico esquematizado. 2. ed. São Paulo: Método, 2013. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002. v. 2. WHEELAN, C. Economia nua e crua: o que é, para que serve, como funciona. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. Política cambial brasileira10 C14_Politica_cambial_brasileira.indd 10 29/03/2018 14:57:11 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Nesta Dica do Professor, serão apresentadas, de forma mais detalhada, as principais consequências das variações cambiais no cotidiano do cidadão. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/27247fbe4df52e28052f92cefd272e77 Exercícios 1) Em uma valorização cambial, ocorre: A) Estimulo às importações. B) Estimulo às exportações. C) Aumentar da inflação. D) Perda do poder de compra da moeda nacional. E) Nenhuma das alternativas está correta. 2) Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de impacto de variações cambiais ao cidadão. A) Aumento dos preços de produtos que utilizam matéria-prima estrangeira, devido à valorização cambial. B) Redução do preço de produtos importados em moeda nacional, devido à desvalorização cambial. C) Estímulo às exportações, devido à valorização da moeda nacional. D) Redução da inflação, devido à valorização da moeda nacional. E) Diminuição da concorrencia, devido à redução cambial. 3) Quando ao regime de câmbio fixo, é possível afirmar que: A) Apresenta a política monetária mais independente do câmbio. B) A taxa de câmbio é mais dependente da volatilidade do mercado. C) O mercado determina a taxa de câmbio. D) Há maior dificuldade de controle das pressões sobre a inflação. Maycon Carbone RealceMaycon Carbone Realce E) O Banco Central fixa a taxa de câmbio. 4) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação verdadeira. A) O Conselho Monetário Nacional é responsável pela elaboração das políticas monetárias no Brasil. B) Atualmente, a economia brasileira adota um regime de câmbio fixo. C) As mudanças de taxas de juros nacionais não podem afetar as taxas de câmbio. D) No regime de câmbio fixo, não há maior controle da inflação. E) No regime de taxas flutuantes, o câmbio não varia conforme a oferta e a demanda do mercado. 5) Assinale a alternativa que apresenta a afirmação verdadeira. A) A desvalorização cambial refere-se a um aumento do preço da moeda nacional em comparação a outras moeadas. B) No regime de flutuação suja, há intervenção do Banco Central. C) No regime de bandas cambiais, não há limites de flutuação definidos pelo Banco Central. D) Quando as taxas de juros internas são menores que as internacionais, deve haver uma valorização cambial. E) Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio fixo. Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce Na prática As variações cambiais têm impacto direto tanto na ecomomia local quanto na economia global. Veja, a seguir, como a alta do dólar pode interferir no mercado e na sua vida. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Política cambial e inflação Neste vídeo, você vai entenderum pouco mais sobre como a política cambial atua e afeta a inflação no Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. Regimes cambiais Neste vídeo, você vai entender as definições dos diferentes tipos de regimes cambiais, além de compreender o regime cambial do Brasil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. Desvalorização cambial Neste vídeo, você vai aprender sobre a desvalorização cambial e por que ela afeta os preços no atacado. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/4NxOZj_4dKU https://www.youtube.com/embed/YacouW5rhMQ https://www.youtube.com/embed/spODv69VrYw Taxas de câmbio Neste vídeo, você vai entender um pouco mais a respeito de taxa de câmbio, bem como a realização do seu cálculo. Ainda, verá os tipos de dólares, a determinação da taxa da câmbio e as consequências do câmbio na inflação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/Dyf1_5OtDxU
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