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IC 2021 WILKINS final

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES – PROGRAMAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPI
PARTE I – IDENTIFICAÇÃO 
	Tipo do Relatório:
	(X)
	Parcial ( ) Final
	Programa:
	(X)
( ) 
( )
( )
	PIBIC/CNPq/UFPI 
PIBIC-Af/CNPq/UFPI 
ICV/UFPI 
PIBIC-EM/CNPq/UFPI
	Título 
o Plano de Trabalho:
	Análises arqueoquímicas em sítios de gravuras rupestres objetivando a conservação dos grafismos.
	Nome do Orientador(a):
	Profa. Dra. Maria Conceição Soares Meneses Lage
	Nome do Orientando(a):
	Wilkins Oliveira de Barros 
PARTE II – RELATO TÉCNICO-CIENTÍFICO
1. Introdução
A região nordeste do Brasil destaca-se por sua grande concentração de sítios arqueológicos, registros dos mais variados da ocupação humana, podendo ser facilmente identificada vestígios da cultura material tais como indústria lítica, cerâmicas restos de alimentos, fogueiras e a cultura espiritual que é representada por enterramentos humanos e a arte rupestre, O Estado do Piauí destaca-se como um dos principais representantes da arqueologia brasileira, devido à quantidade e diversidade de vestígios encontrados ao longo do seu território, chegando a mais de sessenta cidades com aproximadamente 1500 sítios cadastrados junto ao INPHA sendo o mais famoso complexo de sítios o Parque Nacional Serra da Capivara.
Nos anos 80 pesquisadores do NAP (Núcleo de Antropologia Pré-histórica) da UFPI (Universidade Federal do Piauí) iniciaram pesquisas arqueológicas em outras áreas do estado e descobriram que tal riqueza era extensiva a outras regiões. Dentre esses locais, destaca-se a área que corresponde ao Cânion do Rio Poti e entorno, principalmente nos municípios de Castelo do Piauí e Buriti dos Montes.
Os registros rupestres constituem importantes registros do passado da humanidade, pois muitas vezes fazem referência ao território, às condutas e às práticas cotidianas de seus autores, bem como aos comportamentos sexuais e religiosos (Alves et al. 2011); razão pela qual devem ser preservados (Lage e Borges 2005). Este tema é debate importante nas arqueociências, uma vez que integram parte do grande acervo do patrimônio cultural e arqueológico brasileiro. E seu estado conservação está diretamente associado à ações naturais intervenções antrópicas (Guidon e Lage 2002; Lage etal. 2017)
Os recentes trabalhos realizados na região próximo a castelo do Piauí vem estudando a arte rupestre com o foco nas pinturas e depósitos de alteração, descrevendo as semelhanças químico mineralógicas dos pigmentos e suportes, (LAGE 2020, CAVALCANTE 2009) porém pouco se tem se discutido sobre as gravuras no que tange a sua característica química, em muitos casos levantasse apenas as formas de como foram realizadas as gravações no suporte, deixando em aberto questões que implicam em sua conservação, o que podem ser respondidas com técnicas portáteis para investigar a interação com o meio em que se encontra o sitio e todos os vestígios.
Figura 1. Sítio arqueológicos estudados na cidade de Castelo do Piauí, pedra do castelo. 
Fonte: Acervo pessoal 2021.
O município de Castelo do Piauí está localizado aproximadamente 200 km de Teresina e recebe este nome devido a um monumento geológico distinto que lembra a estrutura de castelos medievais, com suas feições ruiniformes que destacam torres, também é possível notar as em sua formação grandes portais de entradas que dão acesso a espaçosos salões em seu interior, parte formados pela ação de agentes erosivos, mas há também ações antrópicas alterando a estrutura do monumento, ao longo dos anos a estrutura da pedra do castelo vem atraindo turistas dos mais variados tipos, sejam aqueles que apreciam a beleza impa do lugar aos que são motivados pela religiosidade. 
Mesmo se tratando de um monumento de valor histórico-cultural inestimável que descreve a ocupação do homem pré-histórico na região nordeste do Brasil, os sítios estão sujeitos a uma série de fatores naturais e/ou antrópicos que acabam por exigir ações de intervenção para a preservação das pinturas e gravuras que lá se encontram. 
O presente estudo tem como principal objetivo realizar a documentação fotográfica, descrição e exames por microscopia ótica e análises por Fluorescência de Raios X portátil (pFRX) dos sítios arqueológicos situados em Castelo do Piauí, além de analisar qual melhor forma de intervenção para garantir a preservação do patrimônio estudado, frente as intempéries naturais e as ações antrópicas.
Devido a interrupção das atividades acadêmicas presencias da universidade federal do Piauí do início ao fim do projeto de pesquisa, por conta da pandemia de síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), O trabalho de coleta de dados em sítios da região foi prejudicado, com isso foram realizados teste em laboratório para otimização das análises com o intuito de reduzir o tempo e aferir a penetração em material rochoso para ser aplicado em campo, os teste foram realizados em duas ligas metálicas distintas por meio de sobreposição de camadas, verificando os sinais analíticos para compreender o efeito no material, após a obtenção desses dados realizou-se um levantamento das amostras de sítios já trabalhados pelo grupo de pesquisa, foi possível notar que as amostras de pigmento que constam no inventario do laboratório de química analítica da UFPI no Centro de Ciências da Natureza as que obtinham os mesmos requisitos mínimos para análise comparativa são proveniente das expedições de 1985 do Parque Nacional Sete Cidades, localizado no município de Piracuruca, tendo em entre seus sítios o registro de pinturas e gravuras, além de ser aproveitado amostras não analisadas por técnicas atuais, assim o presente trabalho muda o local de abordagem e mantem os mesmos objetivos, aprimorando as respostas sobre amostras já analisadas por técnicas clássicas e comparando ou atualizando o status dessas nos bancos de dados do grupo de pesquisa. 
Figura 2. Parque Nacional de Sete Cidades. 
Fonte: Acervo pessoal 2021.
As amostras são do PARNA Sete Cidades, localizado no nordeste do estado a 184 Km da capital, com clima subúmida, com altitude que varia de 100 a 300m, com bioma que mescla entre cerrado e caatinga, os sítios presentes nesse trabalho foram o Salão do pajé, Sitio pedra do americano, Inscrição do lagarto e Inscrição dos seis dedos, as amostras.
2. Revisão de Literatura 
Segundo Celis e Contreras (2007), a arte rupestre, é o registro de atividades humanas pintadas ou gravadas sobre superfície rochosa onde acredita-se que, anterior ao período de invenção da escrita, as sociedades possivelmente registravam através de seus desenhos parte de suas vivencias, pensamentos e crenças. Para a produção da arte rupestre são utilizados dois métodos: o gravado, que compreende técnicas diversas de remoção ou abertura da superfície rochosa, a exemplo da picotagem e da abrasão e raspagem; e o pintado, representado por técnicas de adição de pigmentos de cores distintas, secos ou pastosos, através de pincéis, dedos ou carimbos. 
Segundo Prous (2012), existem aproximadamente oito tradições de arte rupestre distribuídas no território brasileiro, as pinturas são representadas pelas tradições: São Francisco, Planalto, Agreste e Nordeste. Três tradições são de Gravuras, a Meridional, litorânea e Geométrica. O autor inclui também a tradição Amazônica que tem em sua grande parte a presença de gravuras e pinturas.
O empenho no estudo e preservação da arte rupestre vem crescendo significativamente nas últimas décadas, em parte devido os impactos das alterações sofridas nos sítios, sejam alterações naturais como a geologia do sitio (intemperismo físico e químico), Índices pluviométricos (diários ou sazonais), indicies de insolação de Raios ultravioleta (UV) e raios infravermelho (IR), velocidades do vento (erosão eolítica), formação de microrganismos e plantas inferiores, fauna (insetos construtores, roedores, pássaros), ou ações de agentes antrópicos que podem ser de forma direta (vandalismo) e indireta ( turismo desordenado, poluição, e mudanças climáticas).Por serem monumentos de valor inestimável ações de investigação, controle e reparação das alterações do espaço que compreende os sítios arqueológico devem ser mediados por técnicas e exames que descrevam a realidade da arte rupestre e as alterações supracitadas. 
	As ciências naturais vêm contribuído sobremaneira nos estudos dos artefatos arqueológicos, fornecendo dados sobre produção, modo de vida, temporariedade, alimentação etc. Para tanto, a cadeia de eventos por qual os vestígios arqueológicos estão sujeitos desde a sua produção até os tempos de hoje são melhores compreendidos através do uso das técnicas analíticas sobretudo de caráter não destrutiva. Os dados por elas fornecidos podem auxiliar a reconstruir esta trajetória artefatual, contribuindo para o entendimento do comportamento das populações investigadas (LAGE e FARIAS FILHO, 2018). 
	
	Dentre as diversas interfaces das ciências naturais aplicadas à arqueologia tem-se a Arqueometria que muito auxilia nas pesquisas arqueológicas atualmente. Em especial, no estado do Piauí tem sido muito relevante para auxiliar na preservação e conservação de sítios de arte rupestres, os quais apresentam diversos problemas. Como forma de propor medidas preventivas em sítios de arte rupestre faz-se necessário conhecer a constituição química do suporte rochoso e do pigmento e dos depósitos de alteração para nortear as análises e intervenções necessárias. Em se tratando de preservação do patrimônio cultural que é a arte rupestre, os aparelhos portáteis levam vantagens sobre os de bancada pois excluem a etapa de coleta de amostras, permitem a realização das medidas in situ e principalmente não degradam os artefatos durante a realização das medidas analíticas, além de resultados rápidos e comparáveis a técnicas de referência. (OLIVEIRA,2011)
	O uso de técnicas físico-químicas em patrimônios histórico-culturais tem permitido uma melhor percepção da complexidade de degradação aos quais estão expostos. Muitas vezes, recursos não destrutivos são bastante específicos e permitem uma rica obtenção de informações sobre o objeto de estudo. A Fluorescência de Raios X, a título de exemplo, é um método bastante utilizado em “análises quantitativas e qualitativas multielementares de pigmentos” e suporte rochoso, pois através da estabilização de átomos estimulados, pode revelar a composição e a quantidade de elementos presentes no material estudado (FARIA et al. 2002; CALZA et al. 2006; OLIVEIRA, 2011).
	A descoberta dos raios X ocorreu quase que acidentalmente em 1895 com o físico alemão Wilhelm Conrand Roentgen, ao realizar descargas elétricas dentro de um tulbo de vidro, foi possível notar que placas fotográficas de papel escuro próximas ao tudo ficavam sensibilizadas, a primeira aplicação dos raios X foi na medicina e posteriormente na indústria e logo depois na pesquisa. Na medicina usado para a radiografia, e tratamento de câncer. Na indústria vem sendo empregado para inspecionar amostras variadas, alumino, ferro, aço, e materiais fundidos, são usados para controle de qualidade na indústria eletrônica e controle de praga na agronomia. Na pesquisa científica são usados nas mais variadas linhas, sendo algumas a Difratometria de raios, que corresponde a analise de estrutura e constituição química, identificando a composição mineralógica da amostra. A fluorescência de raios X, que possibilita a determinação da composição química presente em amostras, permitindo analises qualitativas e quantitativas. Na arqueologia o uso do raio X foi fundamental para verificação de procedência de artefatos de porcelanato das dinastias Ming e Qing, (1389 - 1644) outros períodos foram analisados para estabelecer procedência material, peças do período Xuante (1426 - 1435) pela razão MnFe e Mn/Co. a escolha da técnica se justifica por essa preservar as amostras analisadas. 
Ao expor os átomos de uma amostra à radiação de alta energia (E), como raios X, o normal é que os elétrons de camadas mais internas sejam deslocados para a camada mais externa, isso se a energia for suficiente para que ocorra esse salto, o elétron que fez o referido salto é denominado de Fotoelétron (JENKINS, 1999) e a diferença dessa energia é descrita pela equação (Ec = E -E0) apresentada na Figura 3.
Figura 3. Representação do efeito fotoelétrico
Fonte: Adaptada de Jenkins (1999)
A espectrometria de Fluorescência de Raios-X é uma técnica não destrutiva que permite identificar os elementos presentes em uma amostra (análise qualitativa) e desse modo estabelecer a proporção em que cada elemento se encontra. A FRX utiliza uma fonte de radiação de elevada energia (radiação gama ou radiação X) que é necessária para provocar a excitação dos elétrons nos átomos da substância que se pretende analisar (OLIVEIRA.2011).
	Esse efeito cria uma vacância na camada interna do átomo, deixando-o instável e para voltar ao seu estado mais estável (estado fundamental) dois processos são possíveis de acontecer, um radioativo e outro não. O radioativo é conhecido como fluorescência (de raio x) e só ocorre devido aos saltos energéticos dos elétrons das camadas internas para as externas, porém é necessário que haja perda de energia, já que os elétrons externos (E1 e E2) tem maior energia em comparação aos mais internos (E0). Essa diferença energética ocorre na forma de emissão de raios X (Figura 2). 
3. Metodologia 
	O levantamento bibliográfico realizado na literatura especializada foi a primeira etapa do trabalho e seu foco foram os assuntos que abordassem estudos mineralógicos e arte rupestre, Arqueometria e conservação de arte rupestre. A pesquisa bibliográfica focou sobretudo na riqueza arqueológica da região do Parque Nacional Serra da Capivara no Sudeste do Piauí, os trabalhos desenvolvidos por uma equipe interdisciplinar, chefiada pela Dra. Niède Guidon, desde os anos 70 (Guidon 2008, 2007, 2004, 2003, Santos et al. 2003, Valadas et al. 2003, Guidon et al.2002, Arnaud et al.1984). Esses trabalhos evidenciaram uma arte rupestre muito rica, tanto do ponto de vista estilístico quanto da técnica de execução dos grafismos e diversidade de cores que permitem realizar as análises físico-químicas para fornecer dados sobre a técnica de execução dos grafismos; casos de pinturas retocadas; superposições; técnica de fabricação dos pigmentos; constituição química dos pigmentos; localização de fontes de matéria-prima; relações existentes entre pinturas rupestres e camadas estratigráficas; bem como sobre o estado de conservação (LAGE, 1997).
Inicialmente as analises seriam realizadas em sítios da região do município de castelo do Piauí, e foi feito um levantamentos de dados fundamentais para realizar as intervenções e analises das gravuras e pinturas que se encontram no município, dentre os dados foi realizado um acompanhamento climático por meio dos dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE) durante o período de doze meses afim de compreender as condições ambientais em que se encontram os sítios, afim de realizar o planejamento das ações de conservação, notou-se que as temperaturas variam de 32 °C a 38°C ao longo do ano de 2020, a vegetação da região é de campo cerrado, com manchas de cerradão e caatinga arbórea e arbustiva, seu clima é definido como Tropical alternadamente úmido e seco, a duração do período seco é de seis meses, segundo CEPRO (2011). 
	Figura 4: dados da temperatura media ao longo de doze esses na região de castelo do Piauí.
Fonte: Acervo pessoal 2021.
O mesmo estudo foi realizado para o município de Piracuruca, foi possível observar as condições climáticas fundamentais para a conservação da arte rupestre, que torna a experiência de campo vantajosa, ao ser aliado à temperatura da rocha, humidade do ambiente, direção e velocidade dos ventos nos sítios estudados, mineralogia das pinturas e suporte rochoso além da forma de aplicação de pintura e confecção dos grafismos, esses dados podem ser usados para compreender os processos de degradação e promoverações que contribuam com o manejo e conservação dos sítios, os dados de precipitação e temperatura ao longo do ano de 2020 e descrito na tabela 1.
Tabela 1: Media de temperatura e precipitação do município de Piracuruca no ano de 2020.
	Mês
	Mínima (°C)
	Máxima (°C)
	Precipitação (mm)
	Janeiro
	24°
	34°
	174
	Fevereiro
	24°
	33°
	212
	Março
	24°
	32°
	339
	Abril
	24°
	31°
	316
	Maio
	24°
	32°
	164
	Junho
	23°
	33°
	29
	Julho
	23°
	34°
	10
	Agosto
	24°
	35°
	2
	Setembro
	25°
	37°
	2
	Outubro
	26°
	37°
	7
	Novembro
	26°
	37°
	7
	Dezembro
	26°
	36°
	68
Fonte: Autor 2021.
Os dados de temperatura são importantes na conservação de sítios com gravuras rupestres, uma vez que as formações geológicas sofrem dilatação térmica quando expostas a elevados níveis de térmicos, os indicies pluviométricos também são fundamentais em modelos de previsão de conservação geológico e de arte rupestre. (Alloza al 2010).
	As técnicas de exames portáteis facilitam os trabalhos em campo, dentre as mais confiáveis estão a microscopia ótica usb portátil, que revela dados sobre a aplicação de pigmentos, estado de conservação de suporte rochoso e depósitos de alteração, registrando com uma câmera CCD de 1220x720 pixels, o instrumento usado nos exames foi o de modelo ProScope HR CSI com câmera acoplada de ampliação de 50X que permite melhor visualização das forma que foi aplicada a tinta e qual estado fixação no suporte rochoso.
	As análises de pFRX dos pigmentos, suporte rochoso, gravuras e depósitos de alteração mais relevantes, a fim de conhecer suas propriedades química elementar será realizada em um espectrômetro da Thermo Fisher Scientific, modelo Niton XL3t Ultra portátil, equipado com tubo de raios-X com um anodo de prata e um detector de deriva de silício (SDD) o qual permite uma melhor resolução para os espectros, menor sobreposição e contagem mais rápida de elétrons. O tubo possui uma voltagem máxima de 50 kV, corrente de 200 µA e 2W de potência, apresenta uma câmera CCD acoplada que permite visualizar o ponto no qual foi feita a medida e registrá-lo junto ao resultado analítico.
	O analisador foi configurado para o Modo Mineração Cu/Zn o qual funciona com quatro filtros distintos a fim de que forneçam uma melhor sensibilidade para vários elementos. Os filtros são denominados “Main, Low, High e Light” os quais estão descritos com a faixa de elementos que abrangem (Tabela 2).
Tabela 2. Filtros utilizados no Modo Mineração, tempo de leitura e elementos analisados pelo pFRX. 
	Filtros
	Tempo (s)
	Elementos analisados
	Main
	30
	Sb, Sn, Cd, Ag, Mo, Nb, Th, Zr, Y, Sr, U, Rb, Bi, Au, Se, As, Pb, W, Zn, Cu, Ni, Co,
	Low
	30
	Fe, Mn, Cr, V, Ti
	High
	30
	Cr, V, Ti, Ca, K, Nd, Pr, Ce, La, Ba, Sb, Sn, Cd, Ag
	Light
	30
	Al, P, Si, Cl, S, Mg
Fonte: Adaptado de R. Fajber, G.J. Simandl. Geological Fieldwork 2011, Paper 2012-1. p. 199-210
4. Resultados e discussão
	A Figura 4 apresenta os resultados da análise pFRX de ligas metálicas distintas, afim de compreender a penetração do raio X em amostras arqueológicas, com isso minimizar os efeitos de matriz que podem inferir falso positivo quanto as concentrações minerais encontradas nos artefatos. Foram utilizadas duas ligas, Ferro (uma barra) e Alumínio (folhas de alumínio), as analises foram feitas com os parâmetros fundamentais (PF), filtros definidos em modo minério Cu/Zn e 120 segundos.
Figura 5: (A) folhas de alumínio, (B) bloco de ferro, (C) ligas para analises de penetração. 
 
Fonte: Acervo pessoal 2021.
	Os resultados da análise de penetração de raio X demonstrou com clareza qual profundidade chega podem chegar os raios de analise sem interferência, determinando assim uma otimização de analise, reduzindo o trabalho em campo e tornando mais confiável os dados obtidos.
Figura 6: Espectro de florescência de raio x portátil do teste de penetração em liga metálica. 
Fonte: Acervo pessoal,2021
	A determinação da profundidade foi feita com base na espessura das folhas de alumínio, essas foram postas sobre as barras de ferro formando uma cobertura simétrica, e posteriormente analisadas, as analises foram realizadas de forma crescente, com uma folha e prosseguiram até o sinal caraterístico do ferro entra no limite de detecção do aparelho, e possível notar que o sinal de ferro (6,405 Kα) fica menor a medida que as folhas de alumínio são agrupadas, por sua vez o sinal de Alumínio (1,407 Kα) tem acréscimo significativo ao longo da adição de folhas sobre o bloco de ferro. Posteriormente foram realizadas medidas com o auxilio de um paquímetro profissional, para conhecer a espessura das folhas e determinar a penetração dos raios nas amostras. 
	Usando um paquímetro universal MTX matrix, de 150mm e com erro de ±0,02 mm, as folhas de alumínio foram medidas, para realizar as medições foram agrupadas um total de dez folhas, e feita a estimativa da espessura de uma única folha isso correspondeu a 0,1mm. O sinal de ferro na analise tp14 está no limite da detecção, essa analise foi realizada com 26 folhas de alumínio, determinando assim a profundidade máxima de penetração do pFRX em 2,6mm ±0,02.
	Após conhecer os dados de penetração dos raios proveniente da técnica de Raio X portátil, os parâmetros estabelecidos foram usados em amostras do PARNA Sete cidades, a tabela 3 demostra a relação das amostras analisadas e as cores referenciadas pelo código Munsell. Os resultados dos exames de micro usb revelam que os fragmentos retirados das amostras dos sítios do parque de castelo têm coloração distinta entre si, revelam a fixação dos pigmentos no suporte e qual o estado de conservação e pode ser visualizada na figura 7.
Figura 7: Exame de microscopia USB com ampliação de 50X.
Fonte: Autor, 2021.
	Os resultados dos exames de micro usb revelam que os fragmentos retirados das amostras dos sítios têm coloração distinta entre si, revelam a fixação dos pigmentos no suporte e qual o estado de conservação, além de indicar o local onde foi efetuado as analises de pFRX e o tamanho da amostra, isso facilita o entendimento quanto a composição elementar do material pictórico, as mostras são predominantemente de coloração vermelha, com variações perceptíveis aos tons mais claros, as que estão com maior aderência ao suporte tem um destaque quanto a sua intensidade, como vemos nas amostras 7CISD 01- 03, 7CSP 01-02 e 7CPA 01- 05, as que com aderência comprometida apresentam uma cor menos vibrante e discreta. Oque podemos verificas nas amostras 7CSP 01- 06, 7CPA 01-14 e 7CISD 01-06. Ainda sobre as amostras foi possível notar que a amostra 7CISD 01-12tem boa parte do suporte rochoso exposto e fina cobertura de pigmento.
Tabela 3. Classificação dos pigmentos rupestres segundo o Código de cores Munsell.
	Amostras
	Código Munsell
	Sitio 
	7CPA 01- 07
	10 R 3/7
	Sitio pedra do americano
	7CISD 01- 03
	2,5 YR 6/8
	Inscrição dos seis dedos
	7CSP 01- 06
	5YR 8/7
	Salão do pajé
	7CPA 01- 05
	10 R 3/6
	Sitio pedra do americano
	7CSP 01-02
	10 R 3/7
	Salão do pajé
	7CPA 01-14
	5YR 8/8
	Sitio pedra do americano
	7CISD 01-12
	10 R 3/7
	Inscrição dos seis dedos
	7CISD 01-14
	5YR 8/7
	Inscrição do largato
	7CISD 01-06
	2,5 YR 6/8
	Inscrição dos seis dedos
Fonte: Autor, 2021.
	As análises de realizadas por florescência de raio x portátil descrevem o perfil mineralógico das amostras escolhidas, e são apresentadas na figura 7. É possível comparar os níveis de concentração elementar, uma vez que as amostras não apresentaram elementos marcadores singular. 
Figura 8: Espectro de florescência de raio x portátil das amostras analisadas.
Fonte: Autor, 2021.
	Os dados de pFRX indicam que as amostras com maior fixação e mais intensidade em suas cores também são as que apesentam maior teor de Ferro em sua composição, as amostras que tem menos fixação como a amostras 7CISDO 12 que tem uma fina camada de pigmento e a amostras 7CISPA1-14 que em exame de micro usb apresenta coloração menos intensa também apresentam teores mínimos dos elementos pigmentantes , os teores dos elementos que são associadosao pigmento com o alumínio, ferro e manganês estão presente em todas as amostras, variando conforme a intensidade e espessura aplicada no suporte, o teor de argônio que teve destaque na amostra 7CPA 01-05 deve-se pela possível variação do ponto de analise na amostra, o ponto spot tem diâmetro de 3mm como é possível verificar na figura 7, devido o tamanho da amostra as interferências proveniente do ar são mais facilmente percebidos em amostras consideradas pequenas, na amostras 7CSP 01-06 que apresenta maior parte de suporte rochoso o teor de silício, oque indica que suporte foi analisado com maior intensidade, devido a profundidade de penetração do raio x.
5. Conclusão 
	As análises preliminares realizadas nas ligas metálicas por meio de pFRX permitiu que as analises fossem realizadas de forma mais rápida e com melhor aproveitamento, além de permitir a compreensão do quanto do suporte rochoso é analisado junto com a pintura, esses parâmetros quando aplicados nos futuros trabalhos de campo vão agilizar ainda mais os processos de coleta de dados, os fatores naturais que contribuem para as degradações dos sítios arqueológicos podem ser previstos com o auxílio de dados de observatórios climáticos e cruzados com os bancos de dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, as técnicas de exames e analise quando empregadas em pinturas servem para nortear as ações de conservação dos sítios de arte rupestre, permitindo maior compreensão da mineralogia do suporte rochoso e dos depósitos de alteração, com isso apesar de não realizar as etapas de campo o presente trabalho obteve êxito em analisar de forma rápida e precisa amostras de sítios com as mesmas características do trabalho inicial.
6. Referências
Alloza, R, Arranz, E, González, JM, Baldellou, V, Resaho, M, Marzo, P & Vanhaecke, F 2009, 'A conservação da arte rupestre: estudo dos fatores de deterioração e da composição química dos pigmentos', em A arte rupestre da Bacia do Mediterrâneo da Península Ibérica. 10 anos na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, Generalitat Valenciana, Valência.
Alves, M. J., W. O. Barros, B. S. Lopes, B. B. Farias F., C. A. Sousa, F. E. P. Santos, A. Freitas, M. C. S. M. Lage. 2019. Semelhanças químico-estruturais entre pigmentos de pinturas rupestres pré-coloniais de São Miguel do Tapuio, Piauí, Nordeste do Brasil. Arqueología Iberoamericana 44: 10-21
Alves, T. L. et alii. 2011. Pigmentos de pinturas rupestres pré-históricas do sítio Letreiro do Quinto, Pedro II, Piauí, Brasil. Química Nova 34/2: 181-185
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CAVALCANTE, Luis Carlos Duarte; RODRIGUES, Pablo Roggers Amaral. Análise dos registros rupestres e levantamento dos problemas de conservação do sítio Pedra do Atlas, Piripiri, Piauí. CLIO. Série Arqueológica (UFPE), v. 24, p. 154-173, 2009.
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Relatório. Iniciação Científica UFPI. 	 	10/10

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