Buscar

Unidade 02 - Resumo CC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIDADE 02 – OPERAÇÕES ENVOLVENDO COMPRAS E VENDAS
TÓPICO 01 - TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
- Lucro Real: Empresas que possuem uma receita anual superior a R$ 78 milhões de reais.
- Lucro Presumido: Empresas que possuem uma receita anual até R$ 78 milhões de reais.
- Simples Nacional: Empresas que possuem uma receita anual até R$ 4,8 milhões de reais.
Conforme a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, não poderão enquadrar-se no Simples Nacional as empresas que possuem atividades obrigadas ao Lucro Real. Além disso, não podem optar pelo Simples Nacional as empresas que tenham as seguintes características: tenha sócio domiciliado no exterior, de cujo capital participe entidade da administração pública, possua débito com o INSS ou ente federativo.
DIFERENÇAS ENTRE TRIBUTO CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO
TRIBUTOS CUMULATIVOS (cumulatividade)
Uma empresa comercial adquiriu uma mercadoria a prazo para estoque (efetuou uma compra). O valor da nota fiscal foi R$ 100,00, em que a mercadoria custou R$ 96,35 e o restante foi referente ao PIS e Cofins, nesse caso, usaremos 3,65% de alíquota, totalizando R$ 3,65. No caso da cumulatividade, tanto o valor da mercadoria quanto o valor de PIS e Cofins ou ICMS, por exemplo, será um custo, e tudo entrará no Estoque, compondo o custo da mercadoria.
A empresa não efetuou mais compras e não havia estoque inicial. No mesmo período, a empresa vendeu as mercadorias do estoque a prazo, totalizando uma receita de R$ 300,00. Sobre essa venda, houve a tributação de PIS e Cofins, por exemplo, totalizando R$ 10,95.
O lançamento contábil ficará assim:
O valor de PIS e Cofins, que estava embutido na compra, é considerado um custo e, por isso, entrou junto no valor do estoque, sendo baixado no momento da venda.
TRIBUTOS NÃO CUMULATIVOS
Uma empresa comercial adquiriu uma mercadoria a prazo para estoque (efetuou uma compra). O valor da nota fiscal foi R$ 100,00, porém, embutido nesse valor, há que se considerar PIS e Cofins, por exemplo. Para o caso de não cumulatividade, considera se 1,65% de PIS e 7,60% de Cofins sobre o total da nota fiscal, totalizando: R$ 9,25. Devido a não cumulatividade desse caso, PIS e Cofins não são considerados custos e não vão para o estoque. Eles são considerados “Tributos a recuperar” no Ativo e podem abater o valor a pagar no final do período. Assim, o lançamento contábil dessa compra será:
A empresa não efetuou mais compras e não havia estoque inicial. No mesmo período, vendeu as mercadorias do estoque a prazo, totalizando uma receita de R$ 300,00. Sobre essa venda, houve a tributação de PIS e Cofins, totalizando R$ 27,75.
 
VALOR DO PIS E Cofins: devido a não cumulatividade do caso, o valor de R$ 9,25 é abatido do valor total a pagar, ou seja: R$ 27,75 (vendas) – R$ 9,25 (compras) = R$ 18,50 (total a pagar no período).
No tributo não cumulativo, o tributo incidirá somente no valor acrescido, ou seja, o imposto, pago na etapa anterior (compra), será descontado na etapa subseqüente (venda), utilizando como base de cálculo, somente a diferença dos valores entre as etapas.
Além disso, não podemos esquecer que, nos casos de tributos não cumulativos, há mais um lançamento contábil:
Esse lançamento é a transferência do valor que foi pago sobre as compras (a recuperar) para a conta de passivo. Dessa forma, zeramos os tributos a recuperar no final do período e abatemos do valor que havia para pagar. Em razonete, os lançamentos ficariam assim:
TRIBUTOS CONFORME O REGIME DE TRIBUTAÇÃO
TRIBUTOS NO LUCRO REAL
- O Programa de Integração Social (PIS) é um tributo cobrado mensalmente e possui uma alíquota de:
1,65% sobre a receita bruta e compras
0,65% sobre as receitas financeiras 
- A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) também é cobrado mensalmente e possui uma alíquota de:
7,60% sobre a receita bruta e compras 
4% sobre as receitas financeiras
- O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é mensal e estadual (alíquota varia em cada Estado) que incidindo tanto na compra quanto na venda.
- O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um imposto mensal e incide sobre compras e vendas em indústrias.
Nota fiscal de compra de mercadorias para revenda em junho de 2019. A empresa Comercial Brasil Ltda adquiriu a prazo do Fornecedor ABC Ltda. 10 unidades para o estoque, totalizando R$ 130.000,00. Nesse caso, como PIS e Cofins no Lucro Real são não cumulativos, há o crédito na compra.
A empresa Comercial Brasil Ltda teve rendimentos da aplicação neste mês. Neste caso, há incidência de PIS e Cofins sobre a receita financeira do período.
Não podemos esquecer da incidência de PIS e Cofins sobre vendas. A empresa Comercial Brasil Ltda vendeu a prazo 5 mercadorias, totalizando uma venda de R$ 90.000,00.
 
Apuração do PIS e Cofins de junho: considerando que não houve nenhuma outra compra e nenhuma outra venda, apuraremos o PIS e o Cofins do período de junho/2019. Para tanto, temos que confrontar os valores a recuperar e a pagar:
(1) Créditos fiscais da compra; (3) Débito fiscal da venda;
(2) Débito fiscal da aplicação financeira; (4) Transferência entre contas
 
Ao efetuar os lançamentos em razonetes, percebemos que o saldo a pagar era menor que o saldo a recuperar de tributos. Assim, zeramos as contas de PIS e Cofins a pagar e transferimos o saldo para PIS e Cofins a recuperar. Não haverá PIS e Cofins a pagar nesse período, e o saldo final de R$ 656,35 e R$ 3.017,55 ficará acumulado para o mês seguinte.
O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é mensal e estadual. Dessa forma, a alíquota varia conforme cada Estado. Além disso, incide sobre compras e vendas.
É importante prestar atenção que a compra foi feita pela Comercial Brasil Ltda. que é uma empresa situada em Santa Catarina. Já o fornecedor, a empresa ABC, está situada no Rio Grande do Sul. Por isso, a alíquota utilizada foi de 12%, visto que todas as mercadorias que entram em Santa Catarina devem possuir a alíquota de ICMS de 12%:
A contabilização é sempre como débito na conta de ICMS a recuperar.
Ao observarmos a nota fiscal de venda, percebemos que a Comercial Brasil Ltda. efetuou uma venda para um cliente domiciliado em Santa Catarina. A alíquota utilizada foi de 17%:
Considerando que não houve nenhuma outra compra e nenhuma outra venda, apuraremos o ICMS do período de junho/2019. Para tanto, temos que confrontar os valores a recuperar e a pagar:
(1) Compra; (2) Venda; (3) Transferência entre contas.
 
Ao efetuar os lançamentos em razonetes, percebemos que o saldo a pagar era menor que o saldo a recuperar de tributos. Assim, zeramos a conta de ICMS a pagar e transferimos o saldo para ICMS a recuperar. Não haverá ICMS a pagar nesse período e o saldo final de R$ 300,00 ficará acumulado para o mês seguinte.
Considerando que não houve nenhuma outra compra e nenhuma outra venda, iremos apurar o IPI do período de junho/2019. Para tanto, temos que confrontar os valores a recuperar e a pagar:
(1) Compra; (2) Venda; (3) Transferência entre contas.
Ao efetuar os lançamentos em razonetes, percebemos que o saldo a pagar era menor que o saldo a recuperar de tributos. Assim, zeramos a conta de IPI a pagar e transferimos o saldo para IPI a recuperar. Não haverá IPI a pagar nesse período, e o saldo final de R$ 4.000,00 ficará acumulado para o mês seguinte.
O Imposto Sobre Serviço (ISS) é um imposto cumulativo, municipal e mensal. É calculado sobre o valor do serviço prestado, e a Constituição Federal (1988) indica que a alíquota mínima possível é 2% e a máxima 5%. Cada município possui a sua legislação, e a alíquota varia de serviço para serviço.
Digamos que a empresa Comercial Brasil também preste serviços. No caso da NFS nº 5, foi um serviço no valor de R$ 4.500,00 com uma alíquota de 5%.Sabemos que o ISS é um imposto cumulativo, em que não há possibilidade de crédito, apenas de pagamento.
Conforme o lançamento contábil, e considerando que não houve outras prestações de serviço no período, o valor de ISS a pagar no mês é R$ 225,00.
TRIBUTOS NO LUCRO PRESUMIDO
Uma compra de mercadorias só há o crédito de ICMS e IPI (se for indústria). Por exemplo, compra de mercadorias para revenda no valor de R$ 10.000,00 com ICMS de 12%:
ALÍQUOTAS
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): varia conforme o produto
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): varia conforme o Estado e produto
ISS (Imposto Sobre Serviço): varia conforme serviço e Município (mínimo 2% e máximo 5%)
IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica): 15%
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): 9%
Regulamento do imposto de renda (Decreto nº 9.580/2018) regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do IRPJ e CSLL no Lucro Presumido:
Dessa forma, a estrutura de cálculo fica assim:
Uma empresa do setor de comércio, optante pelo lucro presumido, obteve no primeiro trimestre de 2019 uma receita de vendas no valor de R$ 50.000,00. Nesse período, um cliente efetuou uma devolução no valor de R$ 500,00. A empresa obteve R$ 1.000,00 de juros de aplicação bancária. A partir dessas informações, qual o valor de IRPJ e CSLL a pagar?
Sobre a receita bruta aplicamos os percentuais de presunção, que no caso do exemplo é uma empresa do setor de comércio, tendo 8% de presunção para IRPJ e 12% para CSLL, e chegamos ao lucro sobre vendas. E só depois de aplicarmos o percentual de presunção que adicionamos as outras receitas e somamos ao lucro sobre vendas, chegando finalmente ao LUCRO PRESUMIDO. É sobre o lucro presumido que aplicamos as alíquotas de 15% para IRPJ e 9% para CSLL.
Dessa forma, no primeiro trimestre de 2019 a empresa irá pagar R$ 744,00 de IRPJ e R$ 624,60 de CSLL.
TRIBUTOS NO SIMPLES NACIONAL
Alíquotas variam conforme a faixa de faturamento da empresa e do seu setor de atuação. E não podemos esquecer: todos os tributos são pagos em uma única guia de arrecadação: PIS, Cofins, IRPJ, CSLL e ICMS, ISS, IPI (quando for o caso).
A Lei do Simples Nacional é a Lei nº 123/2006. Lá, constam cinco anexos que norteiam a tributação das empresas, conforme seu faturamento e atividade. Conforme a tabela:
Anexo I: refere-se a comércio Anexo II: refere-se à indústria Anexos III a V: referem-se a serviços.
FAIXA E ALÍQUOTAS DOS ANEXOS DO SIMPLES NACIONAL
O valor devido mensalmente pelas empresas do Simples será determinado mediante aplicação de alíquota efetiva, ou seja, não podemos pegar a alíquota que consta nos anexos e aplicar ao faturamento mensal, precisamos encontrar a alíquota efetiva. O cálculo é feito conforme segue:
- RBT12 corresponde à receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração;
- Aliq é a alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar;
- PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar.
Anexo I – Comércio. Em empresas que possuem receita bruta de até R$ 180.000,00 nos últimos 12 meses, aplica-se uma alíquota nominal de 4%. Suponha que a empresa tenha uma receita bruta dos últimos 12 meses de R$ 140.000,00, e que a receita bruta do mês seja R$ 10.000,00:
Anexo I, com receita bruta dos últimos 12 meses entre R$ 180.000,01 até R$ 360.000,00. Suponha que a empresa tenha uma receita bruta dos últimos 12 meses no valor de R$ 300.000,00 e que a receita bruta do mês seja R$ 25.000,00. Percebemos que, nesse caso, conforme a segunda faixa, há a parcela a deduzir: 
TÓPICO 02 – OPERAÇÕES DIVERSAS QUE AFETAM AS COMPRAS E AS VENDAS DE MERCADORIAS
DEVOLUÇÕES
É debitada em conta de devolução, e creditada em conta Caixa, Clientes ou Banco.
EXEMPLO: cliente devolveu uma mercadoria que tinha sido vendida por R$ 10.000,00, à vista, e que tinha um custo de R$ 3.000,00. O lançamento na empresa vendedora fica assim:
O lançamento, para o comprador (cliente), deve ser realizado na entrada de uma conta do Ativo, sendo Caixa, Banco ou Fornecedores, e na saída do Estoque. Fica assim:
DEVOLUÇÕES NO LUCRO REAL
O cliente devolveu uma mercadoria que tinha sido vendida por R$ 10.000,00, à vista, e que tinha um custo de R$ 3.000,00, se a empresa vendedora fosse do Lucro Real, o lançamento, na empresa vendedora, fica assim:
Houve cálculo de tributos no momento da venda, então, na devolução, também, acontecerá isso, pois já que a empresa teve uma devolução, precisamos fazer um estorno dos tributos que tinham sido pagos. Dessa forma, faremos um lançamento na conta do imposto a recuperar, no ativo circulante, e o estorno na conta de despesa com o imposto (Nesse caso, utilizamos 17% para o ICMS).
Neste regime de tributação, as alíquotas de PIS e COFINS são 1,65% e 7,60%, respectivamente. Poderia haver o lançamento em IPI a recuperar, caso fosse uma indústria.
Supondo que o cliente, também, seja do Lucro Real, o lançamento da devolução de compra ficaria assim:
O valor do imposto a recuperar não vai para o estoque, mas, sim, para uma conta do ativo: Pis a recuperar, por exemplo. No momento da devolução, acontecerá a mesma coisa, assim, precisamos fazer a saída do estoque e o estorno dos tributos a recuperar, gerando um crédito nos tributos a pagar.
DEVOLUÇÕES NO LUCRO PRESUMIDO
Utilizando o mesmo exemplo, o lançamento do vendedor ficaria assim:
Lembre-se de que as alíquotas de PIS e COFINS, no Lucro Presumido, são: 0,65% e 3%.
Suponha que o cliente seja do Lucro Presumido. O lançamento da devolução de compra ficaria assim:
Não há o lançamento de PIS e de COFINS a pagar, porque no Lucro Presumido, o PIS e a COFINS são cumulativos, ou seja, não geram um direito a crédito na compra. Dessa forma, como a empresa não se beneficiou com um crédito quando comprou, não precisará pagar PIS e COFINS no momento da devolução.
DEVOLUÇÕES NO SIMPLES NACIONAL
O lançamento do vendedor ficaria assim, considerando que a alíquota efetiva, nesse caso, seja de 5,32% (mas a alíquota varia, conforme a faixa de faturamento, conforme vimos no tópico anterior):
Suponha que o cliente, também, seja do Simples Nacional. O lançamento da devolução de compra ficaria assim:
No caso do Simples Nacional, na devolução de compra, não há nenhum lançamento em tributos a recuperar, visto que, nesse Simples Nacional, todos os tributos são cumulativos, ou seja, não geram direito a crédito fiscal. Assim, esse comprador não conseguiu aproveitar créditos no momento da compra, e, também, não pagará no momento da devolução.
DEVOLUÇÕES DE VENDAS EFETUADAS EM EXERCÍCIO SOCIAL ANTERIOR
Pode acontecer de uma venda realizada em outubro de 2019 ser devolvida, por algum motivo, em janeiro de 2020. Dessa forma, essa devolução é referente a uma venda feita no exercício anterior, ou seja, em 2019. Não faz muito sentido contabilizar essas devoluções como as do mesmo exercício, já que elas nada têm a ver com as vendas efetuadas nesse exercício. Assim, é, tecnicamente, correto proceder com um registro que não mais estará cancelando vendas, nem alterando as receitas líquidas ou o lucro bruto apurado no exercício. Para tanto, o registro será feito em forma de cancelamento, nesse exercício, de um lucro bruto apurado no exercício anterior, o qual, ora, será tratado como uma despesa operacional. Pode-se abrir uma conta especial para o registro da receita perdida do exercício anterior, e outra para o registro do custo recuperado, totalizando-as em um único grupo, intitulado de "Prejuízo na Devolução de Vendas de Exercício Anterior", ou, então, utilizar uma única conta para esse mesmo fim.
DEVOLUÇÕES DE VENDAS EFETUADAS EM EXERCÍCIO SOCIAL ANTERIOR – LUCRO REAL
Considere a empresa Comercial Brasil, enquadrada no Lucro Real, que efetuou uma venda de mercadorias no valor de R$ 62.500,00, com um custo da mercadoria vendida no valor de R$ 25.000,00, em novembro de 2019. O comprador devolveu a mercadoria em janeiro de 2020. Houve a incidência de 17% de ICMS, nessecaso.
1) Lançamento do registro da devolução em janeiro de 2020:
2) Pelo registro do ICMS:
3) Pelo registro do crédito fiscal de PIS e COFINS: 
4) Registro da reentrada das mercadorias no estoque: 
Demonstrando que a devolução, fora do prazo, gerou um prejuízo de R$ 21.093,75.
Como aparece na DRE?
Supondo que, em janeiro de 2020, antes da devolução, a empresa tenha tido R$ 200.000,00 de vendas, R$ 50.000 de CMV, 26,25% de tributos sobre vendas e R$ 20.000,00 de Despesas Operacionais.
DEVOLUÇÕES DE VENDAS EFETUADAS EM EXERCÍCIO SOCIAL ANTERIOR – LUCRO PRESUMIDO
Considere a empresa Comercial Brasil, enquadrada no Lucro Presumido, que efetuou uma venda de mercadorias no valor de R$ 62.500,00, com um custo da mercadoria vendida no valor de R$ 25.000,00, em novembro de 2019. A devolução foi feita em janeiro de 2020. Houve a incidência de 17% de ICMS, neste caso.
1) Lançamento do registro da devolução em janeiro de 2020: 
2) Pelo registro do ICMS:
 
3) Pelo registro do crédito fiscal de PIS e COFINS: 
4) Registro da reentrada das mercadorias no estoque: 
No caso do Lucro Presumido, o que muda são as alíquotas de PIS e de COFINS, as quais são, respectivamente, 0,65% e 3%.
Como aparece na DRE?
Supondo que, em janeiro de 2020, antes da devolução, a empresa tenha tido R$ 200.000,00 de vendas, R$ 50.000 de CMV, 20,65% de tributos sobre vendas e R$ 20.000,00 de Despesas Operacionais.
DEVOLUÇÕES DE VENDAS EFETUADAS EM EXERCÍCIO SOCIAL ANTERIOR – SIMPLES NACIONAL
Considere a empresa Comercial Brasil, enquadrada no Simples Nacional, que efetuou uma venda de mercadorias no valor de R$ 62.500,00, com um custo da mercadoria vendida no valor de R$ 25.000,00, em novembro de 2019. A devolução foi feita em janeiro de 2020. Vamos considerar a alíquota efetiva de 5,32% para o cálculo do imposto.
1) Lançamento do registro da devolução em janeiro de 2020:
2) Pelo registro do Simples Nacional pago:
3) Registro da reentrada das mercadorias no estoque:
No caso do Simples Nacional, não há o lançamento de impostos para recuperar, mas, sim, o lançamento de estorno em Simples Nacional a pagar no Passivo Circulante.
Como aparece na DRE?
Supondo que, em janeiro de 2020, antes da devolução, a empresa tenha tido R$ 200.000,00 de vendas, R$ 50.000 de CMV, 5,32% de tributos sobre vendas e R$ 20.000,00 de Despesas Operacionais.
DESCONTOS COMERCIAIS (incondicionais)
São aqueles concedidos ao comprador no momento da compra, seja pela grande quantidade que está sendo vendida, ou o cliente é um comprador especial, ou por diversos outros motivos. Apesar de aparecerem nas notas fiscais, os valores de descontos incondicionais não são registrados na contabilidade, em que as vendas e compras são contabilizadas diretamente pelo valor líquido.
NF de venda da Comercial Brasil:
O valor dos produtos era R$ 90.000,00 e no momento da venda a empresa Comercial Brasil deu um desconto de R$ 1.000,00 ao cliente XYZ Comercial Ltda. Isso gerou um valor total da venda no valor de R$ 89.000,00. Sendo assim, é importante notarmos que os tributos serão calculados sobre os R$ 89.000,00 e não sobre os R$ 90.000,00. Caso não haja a atenção necessária nesses fatos, a empresa pagará mais impostos que o necessário. Da mesma forma, o cliente XYZ vai registrar uma compra no valor de R$ 89.000,00 no seu estoque.
FRETES SOBRE COMPRAS
Os fretes sobre compras são custos das mercadorias e devem ser incorporados no estoque de mercadorias ou matéria-prima, dependendo do setor, quando se referirem à compra de matéria prima ou mercadoria para revenda. E assim como as compras, em alguns casos os fretes geram direito a crédito fiscal, tanto de ICMS, como de PIS e COFINS.
FRETES SOBRE COMPRAS – LUCRO REAL
- Conforme a Lei 10.833/2003 (BRASIL, 2003), que trata sobre a não cumulatividade do PIS e da COFINS, a empresa do Lucro Real pode descontar créditos calculados em relação aos fretes sobre bens adquiridos para revenda e bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.
- A empresa do Lucro Real pode aproveitar créditos de PIS e COFINS nos seus fretes sobre compras de matéria-prima ou mercadorias para revenda, que foram pagos por sua conta, ou seja, que a empresa teve que pagar para suas compras chegarem até a empresa.
EXEMPLO – CONHECIMENTO DE FRETE:
A mercadoria, que nesse caso é cimento, vai para Dourados/MS na empresa Material de Construção e Projeto Eng. Ltda. Mais abaixo o tomador do serviço, que foi a própria Material de Construção e Projeto Eng Ltda que solicitou o serviço, ou seja, que pagou o serviço. Dessa forma, considerando que a empresa é do Lucro Real, pode creditar-se de PIS e COFINS. Além disso, sobre o frete há ICMS, logo há também o direito a crédito desse imposto. 
Em uma empresa do Lucro Real, o lançamento de um frete sobre compras de mercadorias ou matéria prima, pago pelo comprador, no valor de R$ 5.000,00 a prazo, e 12% de ICMS, ficaria assim:
FRETES SOBRE COMPRAS – LUCRO PRESUMIDO
PIS e a COFINS são tributos cumulativos, ou seja, não geram direito a crédito, e logo, os fretes sobre compras também não dão direito a esse crédito. E no que se refere ao ICMS, há o aproveitamento do crédito. 
EXEMPLO: Frete sobre compras a prazo de uma empresa, no valor de R$ 5.000,00 com 12% de ICMS.
FRETES SOBRE COMPRAS – SIMPLES NACIONAL
Todos os tributos são cumulativos e dessa forma, não geram direito a crédito fiscal de nenhum imposto. Como exemplo, o lançamento contábil de um frete sobre compras de uma empresa do Simples Nacional, no valor de R$ 5.000,00 ficaria assim:
Só gera o direito a crédito de ICMS se o conhecimento de frete tiver o imposto destacado, ou seja, se vier de uma empresa do Simples Nacional, não haverá a possibilidade de aproveitar o imposto.
COMPARATIVO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO EM FRETES
FRETES SOBRE VENDAS
Não passa pelo estoque, nem pelo custo da mercadoria vendida, e é lançado diretamente em despesas com transporte nas vendas.
O lançamento, tanto para empresas do Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional, ficaria assim:
BONIFICAÇÕES
- Uma bonificação de mercadoria ou produto é uma quantidade do estoque que é oferecida ao cliente por diversos motivos, seja por ser um bom comprador ou uma promoção.
- Existe bonificação que está ligada com uma operação de compra, como é o caso dos descontos comerciais que foi comentado anteriormente.
- Existe também a bonificação que não está vinculada a uma operação de compra, em que o vendedor resolve em qualquer tempo, independente de venda anterior, dar bonificações ao cliente.
- A bonificação concedida pelo vendedor é uma despesa com bonificação, não passando pelo custo da mercadoria vendida. Para quem recebe a bonificação irá fazer um lançamento de entrada no estoque (caso seja mercadoria) ou em despesa. Já o crédito, será em receita com bonificação.
BONIFICAÇÕES – LUCRO REAL
Considere a empresa Comercial Brasil, do Lucro Real, que emitiu uma nota fiscal de bonificação para seu fiel cliente XYZ Comércio, que revenderá a mercadoria recebida em bonificação. Supondo que a bonificação seja no valor de R$ 500,00, e que no momento de adquirir esse produto, a empresa Comercial Brasil aproveitou-se de ICMS com uma alíquota de 17%, e de PIS e COFINS, o lançamento no vendedor será assim:
No caso dessa bonificação, há o pagamento de ICMS, visto que a Comercial Brasil, ao adquirir anteriormente essa mercadoria, aproveitou-se do crédito do ICMS. Com isso, precisa pagar o ICMS na saída, mesmo sendo uma bonificação. Mesma coisa acontece com o PIS e a COFINS, visto que no momento da entrada da mercadoria, a Comercial Brasil aproveitou-se desses tributos, logo, terá que pagar na saída, mesmo sendo bonificação.
Lançamento do cliente XYZ Comércio, que também é uma empresa do Lucro Real, e usará a bonificação como mercadoria para revenda:
Caso contrário, o lançamento iria direto para uma conta de uso ou consumo, ou outra despesa, exemplo:
O crédito é em conta de Receita com bonificação, noentanto, essa receita não se caracteriza como receita financeira, e o cliente não precisará pagar PIS e COFINS sobre ela (0,65% e 4% para receita financeira).
BONIFICAÇÕES – LUCRO PRESUMIDO
Considere a empresa Comercial Brasil, do Lucro Presumido, que emitiu uma nota fiscal de bonificação para seu fiel cliente XYZ Comércio, que revenderá a mercadoria recebida em bonificação. Supondo que a bonificação seja no valor de R$ 500,00, e que no momento de adquirir esse produto, a empresa Comercial Brasil aproveitou-se de ICMS com uma alíquota de 17%, o lançamento no vendedor será assim:
No lucro presumido não há aproveitamento de crédito de PIS e COFINS na compra, então na saída desta bonificação, também não há pagamento de PIS e COFINS.
Lançamento no cliente XYZ Comércio, que também é uma empresa do Lucro Presumido, e usará a bonificação como mercadoria para revenda:
Não houve crédito de PIS e COFINS no recebimento dessa bonificação, pois em empresas do Lucro Presumido não compõem essa operação.
Caso a empresa não utilizasse a bonificação como mercadoria para revenda, o lançamento seria em conta de despesa e não haveria crédito de ICMS:
BONIFICAÇÕES – SIMPLES NACIONAL
Considere a empresa Comercial Brasil, do Simples Nacional, que emitiu uma nota fiscal de bonificação para seu fiel cliente XYZ Comércio, que revenderá a mercadoria recebida em bonificação. Supondo que a bonificação seja no valor de R$ 500,00, o lançamento no vendedor será assim:
Não há o pagamento de ICMS ou PIS e COFINS sobre essa bonificação.
Lançamento no cliente XYZ Comércio, que também é uma empresa do Simples Nacional, e usará a bonificação como mercadoria para revenda:
Não há o aproveitamento de crédito de nenhum tributo, visto que o Simples Nacional não possibilita esse benefício, por isso também não acontece na bonificação.
Caso a mercadoria recebida como bonificação não fosse utilizada para revenda, o lançamento seria assim:

Outros materiais