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GABARITO DISCIPLINA LET110 - Leitura e Produção de textos APLICAÇÃO 06/05/2020 CÓDIGO DA PROVA P001/P003 Texto para responder às questões de 1 a 5. Como a internet está matando a democracia Em entrevista à Pública, o pesquisador e autor inglês Jamie Bartlett diz que hoje em dia cuidar do nosso comportamento on-line é mais importante que votar. 19 de março de 2019 Ethel Rudnitzki “Fomos muito ingênuos”, adverte o pesquisador e jornalista inglês Jamie Bartlett. Para ele, nos primórdios da internet “havia uma ampla visão de que o simples fato de tornar a informação mais disponível e permitir que todos pudessem criar e compartilhar informação transformaria o nosso ambiente em mais informado, politizado e racional.” Não foi o que aconteceu, e segundo ele a radicalização atual nem era tão difícil de prever. Para Bartlett, os grupos radicais chegaram antes à internet por estarem fora dos jornais e do mainstream. “Mas o mais importante é que todos nós nos tornamos mais radicais”, explica. “Pulamos de um assunto para outro e somos apresentados a mais e mais conteúdos apelativos e sensacionalistas para manter nosso vício nas redes.” Como resultado, somos expostos a argumentos emocionais radicais e acabamos xingando e vociferando nas redes sociais. [...] Em entrevista à Pública, Bartlett fala sobre a radicalização promovida pelo ambiente on-line, desinformação, campanhas digitais e outros perigos da rede para a democracia. Mas, mais do que constatar os problemas, o pesquisador propõe soluções para avançarmos junto com a tecnologia. Entre elas, um departamento governamental dedicado a fazer uma auditoria de algoritmos e uma base de dados pública, com registros instantâneos, de toda propaganda eleitoral publicada nas redes. Leia a entrevista a seguir: O surgimento da internet, e depois das redes sociais, veio com a expectativa de uma maior democratização da informação e do debate público. Ao longo do tempo, essa ideia desapareceu. Pesquisadores, incluindo você, mostram que, ao contrário de democratizar, o ambiente virtual potencializou discursos radicais e extremistas. Por que isso aconteceu? A primeira coisa que precisamos entender é por que fomos tão ingênuos no início. Havia uma ampla visão de que o simples fato de tornar a informação mais disponível e permitir que todos pudessem criar e compartilhar informação transformaria o nosso ambiente em mais informado, politizado e racional. Eu penso que boa parte da razão para essa crença veio do fato de que a maioria das pessoas por trás dessa tecnologia são pessoas da costa oeste dos Estados Unidos, da Califórnia. Pessoas extremamente liberais e grandes defensoras dos poderes naturais da livre informação e alienadas das reais questões do mundo. E isso é só uma das explicações. Foi uma ingenuidade criar essas expectativas. As pessoas assumiram que a internet e as redes sociais seriam extremamente livres e que não haveria controle sobre as informações que estariam ali. Ninguém pensou nas consequências. Mas, olhando com mais atenção, era possível ver que não seria bem assim. Na maioria das novas tecnologias, são as pessoas mais radicais, marginais e até criminosos que primeiro aprendem suas possibilidades. Eles têm essa vantagem, pois, na maioria das vezes, os mais autoritários se consideram excluídos, então dedicam boa parte de sua vida a novas técnicas e tecnologias. [Adaptado de: https://apublica.org/2019/03/como-a-internet-esta-matando-a-democracia/] Questão 1.1 A resposta correta é: somos expostos a argumentos emocionais radicais, por isso acabamos xingando e vociferando nas redes sociais. Justificativa A relação entre a ideia presente na primeira oração, “somos expostos a argumentos emocionais radicais”, e nas orações seguintes, “acabamos xingando e vociferando nas redes sociais”, é de causa- consequência. A causa de as pessoas xingarem e vociferarem nas redes sociais é o fato de haver exposição de argumentos emocionais nessas mesmas redes. Dessa forma, o único conectivo que expressa de forma adequada essa relação, preservando o sentido original do trecho, é “por isso”. As demais alternativas apresentam conectivos que desempenham outras relações de sentido. Questão 1.2 A resposta correta é: são geralmente os primeiros a aprender sobre as novas tecnologias. Justificativa O trecho “Na maioria das novas tecnologias, são as pessoas mais radicais, marginais e até criminosos que primeiro aprendem suas possibilidades” permite a generalização do fato de que radicais, marginais e criminosos são os primeiros a aprender sobre as novas tecnologias. A expressão “na maioria das vezes” autoriza tal interpretação. As demais alternativas contêm interpretações não autorizadas pela leitura do excerto. Questão 1.3 A resposta correta é: Em entrevista à Pública, Bartlett fala sobre a radicalização promovida pelo ambiente on-line, pela desinformação, pelas campanhas digitais e sobre outros perigos da rede para a democracia. Justificativa A leitura do trecho, bem como a compreensão global do texto permitem inferir que a radicalização é promovida por três fatores: o ambiente on-line, a desinformação e as campanhas digitais. Para se evidenciar isso, é necessária a repetição da contração pela/pelas. A esse procedimento, conforme estudamos, dá-se o nome de paralelismo. Já a preposição “sobre”, na parte final do trecho, retoma o verbo “falar” e a preposição que o acompanha. É também um exemplo de paralelismo. As demais alternativas não resolvem o problema de paralelismo, até reforçando-o em alguns casos. https://apublica.org/2019/03/como-a-internet-esta-matando-a-democracia/ Questão 1.4 A resposta correta é: Houve certa ingenuidade na previsão de que a internet tornaria o acesso à informação mais democrático. Justificativa Conforme anunciado desde o título dado à entrevista, “Como a internet está matando a democracia”, Jamie Bartlett considera que era possível, no início da internet comercial, prever que ela não poderia ser livre e democrática. O trecho “Eu penso que boa parte da razão para essa crença veio do fato de que a maioria das pessoas por trás dessa tecnologia são pessoas da costa oeste dos Estados Unidos, da Califórnia. Pessoas extremamente liberais e grandes defensoras dos poderes naturais da livre informação e alienados das reais questões do mundo. E isso é só uma das explicações. Foi uma ingenuidade criar essas expectativas.” resume a posição do entrevistado. As demais alternativas contradizem a posição defendida por Barlett. QUESTÕES DISSERTATIVAS Questão 2 Faça uma paráfrase da entrevista com Barlett, que você leu para responder às questões. Atente-se para o uso correto dos tempos verbais e para a abrangência dos temas discutidos pelo pesquisador na entrevista. Lembre-se: a paráfrase não é uma cópia. Você deve usar suas próprias palavras e sua compreensão do texto lido para redigir sua resposta. Rubricas | critérios de correção Abrangência dos principais temas abordados pelo entrevistado: 100% – Abordou todos os temas na paráfrase: comportamento on-line, ingenuidade dos primórdios da internet; radicalização atual e sua relação com as redes sociais; soluções propostas pelo pesquisador (departamento governamental dedicado à auditoria e base de dados da propaganda eleitoral); alienação dos “criadores” da internet comercial; aprendizado inicial de novas tecnologias por radicais, marginais e criminosos. 87% – Abordou quase a totalidade dos temas. 75% – Abordou parcialmente os temas. 50% – Abordou apenas um ou dois temas. Descontos: - 37% para problemas de linguagem que impeçam a compreensão de um ou mais trechos; - 25% para problemas de linguagem que dificultem a compreensão de um ou mais trechos; - 25% para muitos trechos de cópia; - 25% para uso incorreto e/ou oscilante dos tempos verbais, sobretudono discurso relatado (exemplo: O aluno começa no presente, ‘Barlett diz que [...]’, e depois passa para o pretérito: ‘o pesquisador afirmou que [...]’); - 12% para registro muito informal e/ou próximo da oralidade. Questão 3 Considere o excerto “não há política sem discurso, não há vida política sem a ação das palavras, que significam e ressignificam as coisas” (ALAVINA, 2016). Posicione-se criticamente sobre a afirmação. Seu texto deve conter três parágrafos. O primeiro deve apresentar claramente a posição defendida por você. O segundo deve trazer argumentos que sustentem sua posição. O terceiro deve apresentar uma breve conclusão a partir dos argumentos expostos, retomando a posição defendida no primeiro parágrafo. Rubricas | critérios de correção Clareza da posição assumida pelo autor do texto: 50% – posição claramente assumida no 1º parágrafo do texto. 25% – posição apenas inferida pela leitura e/ou posição claramente assumida no 2º ou no 3º parágrafos do texto. 0 – não é possível identificar uma posição defendida pelo aluno. Organização do texto: 50% – o texto apresenta três parágrafos e o conteúdo de cada um segue o que foi solicitado. 37% – o texto apresenta três parágrafos, mas em um deles não se apresenta o conteúdo solicitado. 25% – o texto apresenta apenas dois parágrafos, mas contém a posição (clara ou inferida), os argumentos que a sustentam e uma conclusão. 12% – o texto apresenta dois ou menos parágrafos e não contém a totalidade dos conteúdos exigidos. Descontos: - 37% para problemas de linguagem que impeçam a compreensão de um ou mais trechos; - 25% para problemas de linguagem que dificultem a compreensão de um ou mais trechos; - 25% para muitos trechos de cópia; - 12% para registro muito informal e/ou próximo da oralidade. [Não descontar nota no caso de o texto conter mais de 3 parágrafos]
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