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AVA 2_Economia Politica

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
ECONOMIA POLÍTICA NAS ELEIÇÕES 
 
AVA 2 
 
 
 
 
Aluno: Lais do Prado Gomes 
Matrícula: 20211302395 
Curso: Ciências Econômicas 
 
RIO DE JANEIRO 
2021 
2 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
O presente trabalho baseia-se na seguinte situação problema: 
O Brasil está inserido em séria crise política e econômica. Nosso déficit público alcançou 
níveis alarmantes. O desemprego aumenta e a inflação pressiona. A moeda desvalorizada 
ainda sinaliza para o aumento das exportações, mas a queda no preço das commodities no 
mercado internacional nos prejudica. Diante deste quadro, desenvolva uma crítica a 
proposta de um candidato fictício, que deseja se eleger pregando a ideia de que o governo 
deveria aumentar a contratação de funcionários e as linhas de financiamento, já que assim o 
fazendo estaria estimulando a demanda interna e fazendo com que o país retome seu 
crescimento, assim como fez Roosevelt durante a Grande Depressão nos Estados Unidos. 
E propõe-se a analisar a questão com base em uma das correntes teóricas estudadas, 
utilizando argumentos da própria teoria, e estabelecendo comparações com o caso norte-
americano suscitado pelo candidato. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
Brum (1999) relata que Marx trouxe grande contribuição para a compreensão do 
capitalismo, além da construção de um método de análise da sociedade. Sua análise provocou 
forte impacto no mundo e colocou em evidência a realidade da prática capitalista e suas 
nefastas consequências sociais. A burguesia não só aprofundara a divisão da sociedade em 
classes opostas como também se apropriara do Estado, manobrando-o em benefício próprio. 
A partir daí, surge o socialismo, sistema econômico cujas principais características são: i) 
Socialização dos meios de produção - toda a estrutura produtiva da economia é de 
propriedade da sociedade; e ii) Inexistência de divisão de classes - como todos os meios de 
produção são de posse da sociedade, existiria apenas uma única classe, o proletariado. 
Segundo Izidoro (2014), “o socialismo pretende criar uma sociedade superior baseada em 
três pontos principais: 
1. Planejamento econômico: a economia estaria protegida de crises, pois não estaria 
sujeita às leis do mercado, e o controle e o planejamento econômico ficariam a cargo da 
coletividade. 
3 
 
2. Igualdade social: a estrutura social seria simplificada ao máximo e não haveria, 
portanto, classes privilegiadas; para isso, seria preciso que os bens dos mais ricos fossem 
considerados de todos; isso se daria por meio da expropriação de tais bens; 
3. Estado de bem-estar social: ao se beneficiar do desenvolvimento causado pela 
industrialização, o socialismo poderia oferecer, de forma igualitária, condições para que 
se criasse um Estado de bem-estar social para todos, sem distinção. 
Diante de tais mudanças, acabariam também as discriminações sociais, sexuais, religiosas, 
entre outras, relativas à liberdade de cada pessoa e coletiva. Além do mais, o desenvolvimento 
de cada indivíduo seria condição básica para que todos os demais se desenvolvessem.” 
Pode-se perceber, então, a importância do papel do Estado na economia para os socialistas, 
com atuação ativa e centralizadora, como proprietário dos meios de produção. Toda a renda 
nacional deve ser repartida de forma equitativa entre a sociedade, de forma a eliminar as 
desigualdades econômicas. 
Essa ideia surge como uma reação ao capitalismo e aos capitalistas, que, de acordo com Marx 
e sua Teoria de Mais-Valia, se apropriam do valor excedente de trabalhador, tornando-o sua 
fonte e origem de lucro, acumulando-o e convertendo-o em capital. Com maior capital, os 
capitalistas teriam maior poder de compra da mão-de-obra assalariada, podendo negociar 
salários cada vez menores e, assim, obtendo lucros cada vez maiores, gerando um ciclo infinito 
de ampliação da desigualdade social. 
De acordo com Netto e Braz (2006): 
“o tempo de trabalho se desdobra em duas partes. Numa delas, o trabalhador produz o valor 
correspondente àquele que cobre a sua reprodução – é a esse valor que equivale o salário que 
recebe; tal parte da jornada denomina-se tempo de trabalho necessário. Na outra parte, ele 
produz o valor excedente (mais-valia) que lhe é extraído pelo capitalista; tal parte denomina-se 
tempo de trabalho excedente. A relação entre trabalho necessário e trabalho excedente fornece 
a magnitude da taxa de mais-valia que é, decorrentemente, a taxa de exploração do trabalho 
pelo capital.” 
Deste ponto de vista, acredita-se que aumentar a contratação de funcionários por parte do 
governo pode ser sim uma boa estratégia de estímulo econômico. Um Estado gerador de 
empregos, também é um Estado distribuidor (indiretamente) de renda. 
4 
 
Sabe-se que o Brasil não é um país socialista e, portanto, o Estado não é o único proprietário 
dos meios de produção. No entanto, a partir dos anos 50, durante o processo de industrialização 
brasileiro, houve grande participação do Estado na economia, substituindo a iniciativa privada 
nos setores de combustível, energia elétrica, minérios, siderúrgica, telecomunicações e outros. 
Ao longo das décadas seguintes, especialmente após os anos 90, a participação estatal reduziu 
ou foi eliminada em alguns destes setores, mas o Brasil segue proprietário de alguns importantes 
meios de produção, como, por exemplo, no setor de combustíveis, sendo sócio majoritário da 
Petrobras. 
E, baseado na Teoria de Mais-Valia de Marx, supõe-se que a exploração do excedente do 
trabalhador, por parte dos Estado, não tenha taxas de mais-valia tão altas quanto quando 
exploradas pelos capitalistas. Além disso, o lucro obtido com esta exploração, pertencendo ao 
Estado, pertence, então, à sociedade e, ao menos em teoria, desconsiderando casos de má gestão 
e/ou corrupção, pode ser revertido em benefício de todos. 
Ou seja, o aumento da contratação de funcionários por parte do governo poderia atenuar a 
crise de duas maneiras: i) diretamente, através do aumento da demanda interna após queda do 
desemprego; e ii) indiretamente, através de políticas de auxílio social possibilitadas pelo o lucro 
obtido com o aumento de produção, resultante do aumento da contratação de funcionários. 
Já com relação ao aumento das linhas de financiamento, a medida poderia ser benéfica no 
curto prazo, pois, sim, poderia aumentar a capacidade de investimento, aumentando, 
consequentemente, a capacidade produtiva e a oferta de empregos, de forma a estimular a 
demanda interna. 
No entanto, no médio e longo prazo, ela favoreceria apenas os detentores de capital, os únicos 
com acesso a esses financiamentos. Diante de uma classe de trabalhares afundada em crise, sem 
acesso a capital e refém de níveis alarmantes de desemprego, os capitalistas teriam altíssimo 
poder de negociação do valor desta mão de obra. Os salários seriam baixíssimos, a taxa de mais-
valia, altíssima, os lucros seriam alcançados, através da exploração da classe trabalhadora, e o 
financiamento seria liquidado. Mas pode-se observar que, embora a crise possa ser atenuada e, 
em partes, a demanda interna possa aumentar (visto que os capitalistas voltam a lucrar e, 
portanto, a consumir), a concentração de renda só se ampliaria, e as classes mais baixas 
seguiriam à margem dessa recuperação desigual. 
5 
 
Nos Estados Unidos dos anos 30, após a Grande Depressão de 1929, medidas semelhantes 
foram adotadas por Roosevelt (presidente da nação norte americana entre 1933 e sua morte, em 
1945) como resposta à crise. O pacote de medidas recebeu o nome de New Deal. 
A proposta do então presidente norte americano foi influenciada pela teoria econômica de 
John Keynes, economista britânico que defendeu a inexistência do princípio de equilíbrio 
automático da economia e a essencialidade de o Estado atuar como interventor na estrutura 
econômica. A perspectiva de atuação econômica via o capitalismocomo um modo de 
produção integrado, em que o aumento do consumo estimularia um desenvolvimento em 
cadeia de todos os setores econômicos. 
Sobre a eficácia das medidas adotadas, Gonçalves apud Izidoro (2014) afirma que: “o New 
Deal (política do presidente Franklin Delano Roosevelt de fazer obras públicas pró-ativas 
para gerar empregos) apenas suavizou a crise. Ao contrário do que os keynesianos [...] gostam 
de dizer, não foi o New Deal que tirou os Estados Unidos da crise. E sim os esforços pela 
entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial. A economia americana ficou dez anos no 
buraco.” 
Já para Poggi, “a construção do Estado reformista iniciado com o New Deal fora um 
processo único no desenvolvimento político e histórico dos EUA. Seus frutos geraram desde o 
alargamento qualitativo considerável na sociedade política e uma melhor distribuição de renda 
nacional até a profunda revolta por parte de setores mais conservadores. Entretanto, a gama de 
discursos contra hegemônicos se apresentava ainda de modo demasiado pulverizado, sem 
constituir um bloco sólido, organização coletiva ou projeto minimamente unificado capaz de 
deter o avanço keynesiano. Novos conflitos não tardariam a aparecer, evidenciando feridas 
que mesmo temporariamente estancadas, teimavam em sangrar. A Guerra Fria vem, então, 
aquecer as turbinas do conservadorismo em direção a uma reação organizada e também a dos 
movimentos sociais democráticos na tentativa urgente de manter vivas suas tão prezadas 
políticas de inclusão.” 
Os autores diferem com relação ao sucesso da política de Roosevelt, mas, como citou Poggi, 
é importante reconhecer o mérito dessa “nova política” como contraponto ao liberalismo da 
Escola Clássica, valorizando o papel do Estado e incentivando uma atuação mais ativa em 
prol de garantir o benefício da sociedade. 
 
6 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do exposto, conclui-se que a proposta apresentada pelo candidato fictício apresenta 
pontos positivos e outros temerosos. Acredita-se que a geração de empregos sempre pode ser 
uma boa saída para sociedades em crise. No entanto, as consequências do aumento das linhas 
de financiamento podem ser arriscadas, beneficiando apenas algumas camadas da sociedade 
(as já menos prejudicadas) e, além disso, elevando o risco de agravamento dos alarmantes 
níveis de déficit público. 
 
REFERÊNCIAS 
IZIDORO, Cleyton. Economia e Política. São Paulo: Pearson, 2014 
NETTO, J.; BRAZ, M. Economia Política: uma introdução crítica. 8 ed. São Paulo: Cortez, 
2006 
POGGI, Tatiana. Os opositores conservadores do New Deal. Revista Eletrônica Da 
ANPHLAC, (7). https://doi.org/10.46752/anphlac.7.2008.1420, 2013. 
https://doi.org/10.46752/anphlac.7.2008.1420

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