Buscar

Termos técnicos ao comercio exterior Aula Trés

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/19
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERMOS TÉCNICOS NO
COMÉRCIO EXTERIOR
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/19
Prof. Luciana Mazzuti Leal
CONVERSA INICIAL
Estamos avançando em nossos estudos e, nesta aula, abordaremos negociação internacional,
acordos comerciais, parcerias comerciais, Incoterms e sistemática de importação.
A negociação internacional é a etapa precursora de um projeto de comércio exterior, sendo
necessário que as partes cheguem a uma concordância sobre determinado tema para que possam
avançar em um acordo benéfico para. As partes normalmente envolvem dois ou mais países e devem
sempre respeitar as regras da OMC ou os acordos bilaterais, ambos estabelecidos pelos governos e
atuantes nas mais diversas áreas, como desenvolvimento técnico-científico, infraestrutura, tributário,
dentre outros.
Para auxiliar nas negociações, contamos também com os Incoterms, que constituem um manual
que normatiza e padroniza as regras de transferências de responsabilidades financeiras e de seguro
envolvidas na movimentação internacional da carga.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Os países que buscam se desenvolver por meio do comércio exterior certamente têm como
estratégia oferecer qualidade e preços atrativos com o objetivo de se tornarem competitivos no
mercado externo. Para que essa estratégia possa ser eficiente, é necessário que as empresas e os
profissionais de comércio exterior sejam capazes de analisar os mercados e competidores a fim de se
colocarem no mercado.
Existem formas para isso acontecer e uma delas é a utilização das técnicas de negociação
internacional. A negociação internacional é um tema bastante complexo, pois envolve psicologia,
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/19
conhecimento do mercado, sazonalidade e técnicas para negociar com outros países. Cada país
possui culturas e idioma próprios e, principalmente, costumes em relação aos negócios, com os quais
o negociador deve estar muito atento.
TEMA 1 – NEGOCIAÇÃO INTERNACIONAL
O conceito de negociação pode ser definido como duas ou mais partes interagindo para chegar
a um consenso sobre o que lhes interessa, podendo ser um negócio, um acordo, um desconto, uma
meta ou um objetivo comum.
Na vida profissional ou pessoal somos obrigados a negociar praticamente todos os dias, mesmo
que involuntariamente, sobre os mais diversos assuntos: decisões familiares, atividades do dia a dia,
trabalho, melhor caminho para casa e até mesmo com amigos. Partindo dessa premissa, a
negociação internacional leva em conta os fatores acima na relação entre países, a fim de maximizar
os objetivos desejados de forma satisfatória para as partes. É importante considerar o ambiente
político e legal, já que esses dois fatores podem aproximar investidores com facilidades burocráticas,
estabilidade política e boa gestão econômica ou expeli-los, nos casos opostos.
1.1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
A linguagem e a comunicação são fatores muito importantes em uma negociação internacional.
É necessário que as partes compreendam o que está sendo proposto de forma clara e objetiva. Isso
pode parecer óbvio, mas é nessa parte que negociadores despreparados comentem.
As boas práticas utilizam o inglês como língua oficial nos negócios, porém o espanhol é muito
utilizado nos países da América Latina. A língua é a base de uma comunicação eficiente, entretanto
são necessários meios para uma boa comunicação. Atualmente, temos uma infinidade de meios para
nos comunicar, como telefone, e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook, Skype, dentre outros. No
mundo dos negócios, quanto mais rápida e clara a comunicação acontecer mais facilmente as
negociações se desenrolam.
É importante que todo negociador sempre formalize propostas e intenções em um negócio e a
forma mais eficiente de se fazer isso é por meio de um contrato ou por e-mail. Muito cuidado, pois
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/19
essa informação parece óbvia, mas em muitas negociações as partes negociam verbalmente e depois
se enfrentam legalmente em disputas comerciais.
1.2 ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
Nas negociações internacionais existe uma grande variedade de fatores a serem levados em
consideração, como a logística internacional, a forma de pagamento, os prazos de entrega, a
certificação de qualidade, dentre outros fatores que podem tornar uma negociação extremamente
difícil.
Para alcançar os objetivos em uma negociação internacional, devemos imaginar que ambas as
partes têm objetivos a serem alcançados da melhor forma possível, porém nem sempre se consegue
tudo o que é esperado. Os negociadores podem utilizar técnicas e estratégias para melhorar o
desempenho e os resultados em uma negociação. Conforme o livro O Manual de Negociação, do
autor Chester L. Karras, temos mais de 200 táticas e estratégias para aplicar em uma negociação, por
exemplo:
Barganha: forma de jogar com os preços de um fornecedor para outro.
Acordos aos poucos: iniciar uma negociação com a metade da quantidade necessária e
aumentar a quantidade em troca de melhor preço.
Cansaço: forma de negociar com calma e devagar para cansar e motivar o vendedor a ceder aos
seus objetivos.
Sazonalidade: avaliar o início da negociação com antecedência das altas estações.
Mudar de negociador: no andar da negociação o negociador inicial sai de cena e combina com
um novo negociador os objetivos a serem atingidos.
Concessões: apresentar concessões pré-definidas no andamento da negociação.
Armadilhas: atuar com mentiras e táticas de jogador. Esta última tática foi colocada
propositalmente, pois, em regra, os negociadores devem estar atentos a estratégias de
negociadores mal-intencionados.
Além das técnicas práticas de negociação, é possível aprofundarmos o assunto com técnicas de
persuasão, estratégias psicológicas e uma infinidade de ferramentas disponíveis no mercado. A
persuasão e as técnicas psicológicas normalmente são aplicadas por negociadores altamente
preparados e capazes de atingir seus objetivos sem que uma das partes perceba. Se você tiver
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/19
interesse em se aprofundar no assunto, indicamos o livro O Poder da Persuasão, de Robert B. Cialdine.
Esse livro trata dos gatilhos mentais pré-programados nas pessoas, que são as formas como o ser
humano responde a estímulos e a relação do comportamento nas negociações.
Como percebemos, a negociação internacional é uma tarefa complexa e quanto maiores os
objetivos, mais capacitados devem ser os negociadores.
1.3 ERROS MAIS COMUNS NAS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Visto que os negociadores utilizam as mais diversas estratégias para negociar, é possível que
muitos cometam deslizes. Podemos elencar alguns erros conforme o livro Negociando Racionalmente,
de Max H. Bazerman:
Negociador se compromete com algo que não pode cumprir e não tem como voltar atrás.
O desejo de sempre vencer pode destruir a estratégia racional de negociação.
Desconhecer o outro negociador e sua área de atuação ou estar despreparado para negociar.
Blefar sem ter alternativa.
Não se comportar como cliente em uma compra.
Abrir muitas informações que não foram solicitadas.
Em uma negociação de alto nível, é possível perceber falhas e aproveitá-las a seu favor, já que o
mercado global é extremamente competitivo e a capacidade de negociação é um diferencial ao
profissional de comércio exterior.
TEMA 2 – ACORDOS COMERCIAIS
Os acordos comerciais têm relação direta com o que tratamos no tema 1, já que são
negociações internacionais entre países que buscam melhorar o ambiente de negócios entre as
partes e podem se dar das seguintes formas:
Acordos bilaterais: são acordos que visam a estabelecer o desenvolvimento saudável nos
negócios entre dois países a partir de regras pré-estabelecidas,que podem ser econômicas,
políticas, de infraestrutura, entre outras.
Blocos econômicos: são acordos feitos entre vários países que se reúnem com o mesmo fim de
desenvolvimento comercial. Existem acordos comerciais que se dão entre blocos e um país, é o
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/19
exemplo do acordo Mercosul com o México (ACE-53); entre blocos, como o caso do
Mercosul/Sacu (uma união aduaneira de países africanos) ou o mais recentemente assinado,
Mercosul/União Europeia.
Em quaisquer desses arranjos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) define regras para
que os acordos possam ser firmados.
2.1 ACORDOS BILATERAIS
Na área econômica, esses acordos são conhecidos como Acordos de Complementação Econômica
(ACE) e visam a estabelecer benefícios tributários e burocráticos nas relações comerciais entre os
países, por exemplo, zerando a alíquota do imposto de importação ou reduzindo a burocracia; o
imposto de importação é cobrado na entrada de produtos estrangeiros no país. Conforme o
Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Brasil possui sete ACE:
Brasil – Uruguai (ACE-02)
Brasil – Argentina (ACE-14)
Brasil – México (ACE-53)
Mercosul – Peru (ACE-58)
Brasil – Suriname (ACE-41)
Brasil – Venezuela (ACE-69)
Brasil – Paraguai (ACE-74)
Os bilaterais podem ser utilizados por exportadores e importadores a fim de verificar se suas
operações estão contempladas nos acordos por meio da NCM dos produtos. O código de cada ACE,
por exemplo Brasil/ Argentina (ACE-14), é utilizado no registro da importação junto à Receita Federal.
Imagine que uma empresa importadora brasileira deseja importar peças automotivas do México
e precisa saber se existe um ACE entre Brasil e México para que possa fazer a importação com
isenção ou redução do imposto de importação. Antes de iniciar a importação, o importador pergunta
ao exportador a NCM do produto e envia ao despachante aduaneiro. O despachante analisa a NCM
na Receita Federal para confirmar se o importador pode utilizar do ACE –53 Brasil/México e reduzir a
alíquota de importação. Veremos adiante que serão necessários documentos comprobatórios para
utilização dos ACE.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/19
2.2 ACORDOS ENTRE BLOCOS ECONÔMICOS E PAÍSES
Diferente dos acordos bilaterais entre apenas dois países, os acordos de blocos econômicos são
formados por um grupo de países que se unem para reduzir barreiras e impostos entre os
participantes. Podemos citar como exemplo de blocos econômicos o Mercosul e a União Europeia.
Na mesma pesquisa feita no item 2.1, é possível encontrar os acordos entre blocos econômicos
conforme abaixo:
Mercosul (ACE-18)
Mercosul – Chile (ACE-35)
Mercosul – Bolívia (ACE-36)
Mercosul – México (ACE-54)
Automotivo Mercosul – México (ACE-55)
Mercosul – Peru (ACE-58)
Mercosul – Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59)
Mercosul – Colômbia (ACE-72)
Mercosul – Cuba (ACE-62)
Mercosul/Índia
Mercosul/Israel
Mercosul/Egito
Similar aos acordos bilaterais, os acordos entre blocos econômicos e países visam a beneficiar os
signatários. Agora, reflita: existe algum documento necessário para que uma importação usufrua um
acordo bilateral ou entre blocos econômicos? A resposta é sim; o principal e obrigatório documento
é o Certificado de Origem.
2.3 CERTIFICADO DE ORIGEM
O Certificado de Origem (CO) é um documento emitido por órgãos autorizados pelo governo de
um país que garantem procedência e confirmam a chamada Regra de Origem, na qual se estipula
percentual de produção nacional, não apenas a origem do produto a ser exportado, evitando, assim,
beneficiar países que não fazem parte do acordo.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/19
Para conhecer entidades autorizadas a emitir o certificado, basta fazer uma consulta simples no
portal do Ministério da Economia (MDIC). Os requisitos analisados para emissão do Certificado estão
contidos nas regras gerais e podem ser resumidos da seguinte maneira:
Insumos originários: totalmente obtidos, integralmente elaborados ou totalmente produzidos.
Exemplo: molho de pimenta produzido com matéria-prima brasileira.
Insumos não-originários: há critérios de qualificação de origem, que são o salto tarifário, o valor
de conteúdo regional e os requisitos produtivos.
Como exemplo prático dessa explicação, temos, de acordo com o MDIC:
uma determinada empresa A do Brasil exporta o produto lata de alumínio com tampa, classificado
na NCM 7612.90.19 para a empresa B do Uruguai. Para esse produto ser considerado originário do
Brasil, no âmbito do regime de origem do Mercosul, deve estar classificado em uma posição
tarifária distinta dos insumos não-originários. Considerando que o produto contém os seguintes
insumos de terceiros países: bobinas de alumínio (NCM: 7606.92.00); verniz externo (NCM:
3209.10.20); e tampa de alumínio (NCM: 8309.90.00), em relação ao produto final, é possível
verificar que houve mudança de classificação tarifária dos insumos não originários (salto de
posição). Portanto, o produto é considerado originário do Brasil.
Observe um modelo de certificado de origem do ACE 18, Mercosul:
Figura 1 – Modelo de certificado de origem
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/19
Fonte: MDIC.
Para concluir, ressaltamos que o Certificado de Origem garante a procedência de um produto e
faz jus ao direito de utilização dos benefícios em acordos bilaterais ou por meio de blocos
econômicos.
TEMA 3 – PARCERIAS COMERCIAIS
As parcerias comerciais no comércio internacional se dão principalmente por meio dos acordos
celebrados pelos governos, sejam eles, como vimos anteriormente, entre blocos ou bilaterais.
Os países todos se beneficiam desses acordos e parcerias nas suas trocas comerciais; não apenas
enviando e recebendo mercadorias que passam fisicamente pelas aduanas, mas também tecnologias
e serviços considerados bens intangíveis, os quais são tratados por acordos específicos. Um exemplo
é o acordo de coprodução cinematográfica entre Brasil e Israel, aprovado pelo Decreto n. 143/2016,
em vigor desde 2017.
Os acordos que tratam de bens intangíveis, assim como os que tratam das mercadorias, também
estabelecem regras mínimas que devem ser obedecidas para que a transferência de recursos dos
governos envolvidos aconteça em sua plenitude.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/19
É importante entender que os acordos comerciais e as parcerias se formam com a intenção de
benefício e desenvolvimento mútuo. Sendo assim, eles seguem protocolos e prazos bem
estabelecidos para seu cumprimento e por isso é importante que sejam constantemente consultados
pelas partes negociantes. Cabe a cada um saber de suas obrigações para poder usufruir plenamente
do estabelecido.
TEMA 4 – INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS (INCOTERMS)
Os Termos Internacionais de Comércio, conhecidos como Incoterms, organizam e determinam as
responsabilidades do exportador e do importador nas questões que se referem à transferência física
da mercadoria e do seguro de transporte, ou seja, regram o que tange a logística internacional. Essas
responsabilidades também incluem riscos logísticos, incertezas, complexidades dos processos e
empresas terceirizadas envolvidas (Segalis et al., 2012).
É de responsabilidade da International Chamber of Commerce (ICC) manter atualizadas essas
regras, bem como adequá-las aos novos movimentos da logística internacional. Até a última
atualização, nesse ano de 2020, os termos eram revistos a cada dez anos, porém, a velocidade com
que os negócios e principalmente a logística internacional têm mudado faz a ICC pensar em
atualizações mais dinâmicas.
Mais importante que decorar os termos é entender do que eles fundamentalmente tratam. Esses
termos foram criados originalmente com o propósito de facilitar a comunicação e o entendimento
entre importadorese exportadores naquilo que diz respeito à logística de entrega da mercadoria e
do seguro do transporte envolvido.
Vale saber que os Incoterms não são imposições, mas, sim, uma forma de facilitar a negociação.
Assim, comprador e vendedor podem definir fora do que reza o termo, quem ficará responsável pelo
desembaraço da carga na origem; caso não haja outro acordo, valerá a regra. Também não é
necessário que se use o Incoterm vigente, porém, é preciso lembrar de indicar qual versão das regras
está sendo usada, por exemplo, FOB Santos, Incoterm 2010.
Para facilitar o entendimento dos termos, podemos dividi-los em:
Família E: o único termo é EXW (Ex-works), no qual há menor responsabilidade para o
exportador, que deixa a mercadoria em sua fábrica/armazém livre para o importador coletar.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/19
Indicado para quem tem pouco conhecimento da logística internacional.
Família F (FOB, FAS e FCA): aqui a responsabilidade do exportador é de contratar transporte na
origem. Deve entregar a mercadoria em um terminal conforme o modal acordado; é também
responsável pelo desembaraço da carga. Sua responsabilidade cessará após o carregamento
em equipamento de transporte internacional.
Família C (CPT, CIP, CFR e CIF): esses são os termos que dão ao exportador a responsabilidade
do transporte principal (o de longo curso). Nessa família encontramos dois Incoterms que
colocam a responsabilidade de contratação de seguro de transporte internacional nas mãos do
exportador, são eles o CIF e o CIP.
Família D (DAP, DPU e DDP): temos aqui o maior grau de responsabilidade do exportador, vez
que esses termos designam a entrega (delivery) da mercadoria no destino, ou seja, o
exportador será responsável por contratar transporte e entregar a mercadoria no destino,
conforme acordado, podendo ser com impostos inclusos ou não.
Agora, observe as responsabilidades das Incoterms.
Figura 2 – Responsabilidades por Incoterm
Crédito: Smile ilustras.
São os Incoterms que determinam as responsabilidades do exportador e do importador nos
diversos serviços envolvidos na cadeia de transporte, porém, eles não dispensam um contrato de
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/19
compra e venda ou um documento claro com essas informações. Os Incoterms, por exemplo, não
tratam de transferência de propriedade da mercadoria.
Para ampliar seu conhecimento, veja o glossário dos termos:
EXW (Ex-works): sem transporte, na fábrica, local de origem, do exportador.
FOB (Free on Board): livre do transporte principal, entregue embarcado no navio, mercadoria
desembaraçada.
FCA (Free Carrier): livre do transporte principal, porém, entregue ao transportador em local
designado pelo importador.
FAS (Free Alongside Ship): entregue no costado do navio, é utilizado para embarque de
automóveis geralmente.
CFR (Cost and Freight): transporte principal por conta do exportador; vendedor entrega carga
ao transportador no navio designado pelo importador.
CIF (Cost, Insurance and Freight): transporte principal e seguro de transporte é por conta do
exportador, mercadoria entregue no porto de destino.
CPT (Carriage Paid To): transporte principal pago pelo exportador (usado para transportes
rodoviários ou aéreos).
CIP (Carriage and Insurance Paid): transporte principal e seguro pagos pelo exportador,
mercadoria entregue no destino, aeroporto ou armazém, para outros modais que não marítimo.
DAP (Delivery at Place): entregue no local de destino, pronta para desembaraço, no meio de
transporte designado.
DDP (Delivery Duty Paid): exportador entrega no destino com obrigações (impostos) pagos em
local designado.
DPU (Delivery at Place Unloaded): exportador entrega a mercadoria no destino, local designado,
descarregada do meio de transporte local.
Falamos bastante até aqui dos termos, mas vale dizer que os Incoterms só podem ser usados
para comércio de mercadorias, não sendo aplicados às transações internacionais de serviços.
TEMA 5 – SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO
A sistemática de importação são etapas que pessoas físicas ou jurídicas (empresas) devem
executar seguindo normas e regulações da Receita Federal e recolhendo os impostos devidos. Uma
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/19
empresa pode importar por conta própria após habilitação (importação direta) ou com auxílio de
outra empresa já habilitada (importação indireta), também conhecida como comercial importadora
ou trading (o que não dispensa sua habilitação).
A habilitação é conhecida como Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar)
e deve ser feita pelas empresas que desejam operar no comércio exterior brasileiro de forma on-line
no site <https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao>; sem essa
habilitação não é possível importar. Existem três tipos de Radar:
Expresso: empresa pode importar até 50 mil dólares americanos a cada seis meses, não
cumulativo.
Limitado: empresa pode importar até 150 mil dólares americanos a cada seis meses, não
cumulativo.
Ilimitado: empresa pode importar acima de 150 mil dólares americanos, sem restrição.
Os tipos de Radar se aplicam à pessoa física, porém o Radar para pessoa física não pode
ser utilizado para importações com finalidade de comercialização, neste caso para empresas.
O Radar tem vencimento de seis meses caso não utilizado. Se vencer, o importador deverá
solicitá-lo novamente, como se fosse a primeira vez. Assim que aprovado pela Receita Federal, a
pessoa física ou empresa é habilitada a utilizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex)
e pode fazer sua primeira importação respeitando o tipo do seu Radar conforme acabamos de ver. Se
a empresa não possuir o Radar, não pode operar no Siscomex e, consequentemente, não pode
importar.
5.1 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX)
O Siscomex, instituído pelo Decreto n. 660, de 25 de setembro de 1992, é um sistema
informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das
operações de comércio exterior, por meio de um fluxo único e automatizado de informações.
O Siscomex permite acompanhar a saída e o ingresso de mercadorias no país, uma vez que os
órgãos reguladores do governo podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no
processamento de operações para uma melhor gestão de processos. Por intermédio do próprio
https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/19
sistema, o importador troca informações com os órgãos responsáveis pela autorização e fiscalização
(Brasil, 1992).
5.2 DESPACHANTE ADUANEIRO
Despachante aduaneiro é o profissional que atua como representante legal da pessoa física ou
empresa perante a Receita Federal no âmbito das atividades de comércio exterior pelo Siscomex.
Existem empresas especializadas no despacho aduaneiro que são conhecidas como comissárias de
desembaraço aduaneiro.
As pessoas físicas ou empresas importadoras contratam as comissárias de desembaraço
aduaneiro e ou despachantes aduaneiros para representá-las junto às aduanas e aos órgãos de
fiscalização.
5.3 PEDIDO INTERNACIONAL
O pedido internacional é o documento que confirma a intenção de aquisição de um produto ou
serviço de um fornecedor internacional. Nesse documento serão determinadas as condições
comerciais negociadas entre o exportador e o importador sobre os detalhes do negócio ou relação
comercial, manifestando assim as intenções de vontade de duas ou mais partes para criar relações
comerciais ou de serviços.
5.4 DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO
Os documentos exigidos pela Receita Federal são: conhecimento de carga, fatura proforma,
fatura comercial e romaneio de carga. Para cada transporte existe um documento chamado
Conhecimento de Transporte, um tipo de conhecimento de embarque. Esse documento é emitidopelo transportador e possui quatro funções:
Define a contratação da operação de transporte internacional da origem até o destino.
Comprova o recebimento da mercadoria na origem e a obrigação de entregá-la no lugar de
destino.
Constitui prova de posse ou propriedade da mercadoria.
Ampara a mercadoria e descreve a operação de transporte.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/19
A Fatura Comercial é o documento que contém todos os dados do negócio tomando como base
o Regulamento Aduaneiro, Decreto n. 6.759, de 05 de fevereiro de 2009. Esse documento deverá ser
apresentado para a Receita Federal em sua forma original, carimbada e assinada a punho, com
caneta esferográfica azul ou preta.
O romaneio de carga é o documento que apresenta como a importação está montada em suas
embalagens ou disposta dentro de um caminhão, contêiner ou pallet, número e tamanho das caixas,
e disposição da organização dos produtos, visando a facilitar a vistoria da Receita Federal, caso
necessário.
5.5 REGISTRO DA IMPORTAÇÃO
A nacionalização da carga está diretamente relacionada ao registro da Declaração de
Importação.
A Declaração de Importação (DI) é o documento registrado pelo importador ou representante
legal que lhe atribui numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano e que
consiste na prestação das informações correspondentes à operação de importação, contendo dados
de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias. O registro da DI caracteriza o início do
despacho de importação.
Atualmente, a Receita Federal trabalha na simplificação do processo de importação aos moldes
do que já aconteceu (e continua se atualizando) na exportação com a DU-E, digitalizando também a
DI, a chamada Duimp. O pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de
mercadorias, assim como os demais valores exigidos em decorrência da aplicação de direitos
antidumping, compensatórios ou de salvaguarda, será efetuado no ato do registro da respectiva DI.
5.6 PARAMETRIZAÇÃO E CANAIS DE CONFERÊNCIA
A parametrização é a análise fiscal da importação pela Receita Federal e está amparada no artigo
21 da Instrução Normativa n. 680, de 02 de outubro de 2006. Ela ocorre após o registro da
Declaração de Importação no Siscomex e será submetida a um dos canais de conferência aduaneira,
que podem ser:
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/19
Canal Verde: importação parametrizada em canal verde significa desembraço automático da
mercadoria, dispensada de análise dos documentos ou análise física da mercadoria pela Receita
Federal. Na importação, desembraço é o processo pelo qual a importação passa até ser liberada
ou nacionalizada. A importação é chamada de desembraçada quando a carga se encontra
liberada pela Receita Federal. Dizer que a carga está desembraçada é a mesma coisa dizer que
ela foi liberada.
Canal Amarelo: importação parametrizada em canal amarelo significa desembaraço não
automático da mercadoria, sendo necessário apenas exame documental da importação pela
Receita Federal. Os documentos (item 6.3) são enviados de forma eletrônica no Siscomex e, não
havendo nenhuma irregularidade, a carga é desembraçada pela fiscal em que o processo foi
direcionado.
Canal Vermelho: importação parametrizada em canal vermelho significa desembaraço não
automático da mercadoria, sendo necessário exame documental da importação e física da
mercadoria pela Receita Federal. Nesse caso, a importação passa pelo rito do canal amarelo
descrito acima e quando o fiscal direcionado do canal amarelo liberar a análise documental, o
processo de importação será direcionado para exame físico da mercadoria por um novo fiscal.
Não havendo nenhuma irregularidade, a carga é desembraçada pela fiscal em que o processo
foi direcionado.
Canal Cinza: importação parametrizada em canal cinza significa desembaraço não automático
da mercadoria, sendo necessário exame documental da importação e física da mercadoria pela
Receita Federal, além de verificação de indícios de fraude, principalmente referente ao preço
declarado na Declaração de Importação.
Após a parametrização e, em casos de conferência, o importador apresentar os documentos
exigidos, a importação será liberada e a última atividade do importador será emitir a nota fiscal de
entrada.
TROCANDO IDEIAS
Considerando os acordos comerciais celebrados pelo Brasil, seja no âmbito do Mercosul, seja
bilateralmente, comente os benefícios que eles trazem à economia local. Compartilhe conosco sua
opinião.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/19
NA PRÁTICA
Atividade prática
Para realizar a atividade proposta, leia o conteúdo desta aula e a matéria jornalística. Bons
estudos e bom trabalho!
Mercosul e União Europeia fecham acordo de livre comércio após 20 anos
Este é o maior acordo já firmado pelo Mercosul e abrange bens, serviços, investimentos e
compras governamentais
O Mercosul e a União Europeia finalizaram nesta sexta-feira, 28, as negociações para o
acordo entre os dois blocos. O tratado, que abrange bens, serviços, investimentos e compras
governamentais, vinha sendo discutido há duas décadas por europeus e sul-americanos.
A rodada final de negociações foi iniciada por técnicos na semana passada. Diante do
avanço nas tratativas, os ministros do Mercosul e da União Europeia foram convocados e, desde
a quinta-feira, 27, estão fechados em reuniões na Bruxelas.
O acordo entre Mercosul e União Europeia representa um marco. É segundo maior tratado
assinado pelos europeus – perde apenas para o firmado com o Japão, segundo integrantes do
bloco – e o mais ambicioso já acertado pelo Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai.
Com a vigência do acordo, produtos agrícolas de grande interesse do Brasil terão suas
tarifas eliminadas, segundo o governo, como suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas,
limões, entre outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais.
Fonte: Revista Exame, Caderno Economia – 28 jun. 2019.
Agora, faça o que se pede:
1. Com base no texto, elabore e fundamente sua opinião sobre os benefícios e as
oportunidades que os acordos comerciais trazem aos signatários, considerando o ponto de
vista do empresário brasileiro.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/19
2. Comente como nosso país pode ser mais competitivo considerando o conteúdo exposto
nesta aula.
FINALIZANDO
Chegamos ao final desta aula. Seu objetivo principal foi entender o que são os acordos
comerciais e como eles interferem na dinâmica de comércio internacional. Também compreendemos
que existem importantes conceitos de negociação que devem ser levados em consideração desde o
início de uma tratativa de compra e venda internacional, a despeito dos contratos e dos Incoterms.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Institui o Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex. Decreto n. 660 de 25
de setembro de 1992. Brasília, 1992. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0660.htm>. Acesso em: 09 set. 2020.
BRASIL. Ancine. Decreto n. 143/2016. Disponível em: <https://www.ancine.gov.br/pt-
br/legislacao/acordos-internacionais/acordos-bilaterais/israel>. Acesso em: 09 set. 2020.
ICC. International Chamber of Commerce. Rules for any mode or modes of transport. 2010.
Disponível em: <https://iccwbo.org/resources-for-business/incoterms-rules/incoterms-rules-2010/>.
Acesso em: 09 set. 2020.
MDIC. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Certificado de
Origem Digital. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/deint/coreo/se
minario/Seminrio-COREO-2017_COD.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020.
SEGALIS, G. et al. Fundamentos de exportação e importação. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2012.
25/09/2022 12:02 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/19

Continue navegando