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SUMÁRIO URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NA FISIOTERAPIA 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2. ASPECTOS LEGAIS E COMPROMISSOS DO SOCORRISTA ................................... 2 2.1. CONSTITUIÇÃO ................................................................................................... 2 2.2. CÓDIGO PENAL ................................................................................................... 2 3. SINAIS VITAIS ................................................................................................................... 4 3.1. RESPIRAÇÃO ....................................................................................................... 4 3.2. VER, OUVIR E SENTIR ........................................................................................ 4 3.3. PULSO ................................................................................................................... 4 3.4. PRESSÃO ARTERIAL .......................................................................................... 4 3.5. TEMPERATURA ................................................................................................... 5 4. AVALIAÇÃO DO LOCAL E DO ACIDENTE .................................................................... 6 4.1. CONTROLE DA CENA E SEGURANÇA DO LOCAL ........................................ 6 5. TRIAGEM ........................................................................................................................... 7 5.1. TENDIMENTO INICIAL DA VÍTIMA ..................................................................... 7 5.2. ACIONE: BOMBEIRO - POLÍCIA - COPEL – SAMU .......................................... 7 6. ABORDAGEM PRIMÁRIA ................................................................................................ 8 6.1. A - VIAS AÉREAS COM CONTROLE CERVICAL. ............................................ 8 6.2. – RESPIRAÇÃO ................................................................................................... 9 6.3. C - CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIAS ........................... 10 6.4. D – ESTADO NEUROLÓGICO (NÍVEL DE CONSCIÊNCIA). ......................... 10 6.5. E – EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA ............................................................................. 11 7. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DA VÍTIMA ....................................................................... 12 8. DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS .......................................................................... 14 9. PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA - RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO PULMONAR ... 16 9.1. CORRENTE DE SOBREVIDA ........................ 16Erro! Indicador não definido. 9.2. RCP EM CRIANÇAS ........................................................................................... 19 10. FERIMENTOS – HEMORRAGIAS/CHOQUES ........................................................ 22 10.1. FERIMENTO...................................................................................................... 22 10.2. HEMORRAGIA .................................................................................................. 23 10.3. CHOQUE ........................................................................................................... 25 11. FRATURAS ................................................................................................................. 26 11.1. CLASSIFICAÇÃO: ............................................................................................. 26 11.2. SINAIS E SINTOMAS: ...................................................................................... 26 11.3. CUIDADOS GERAIS NO ATENDIMENTO DA FRATURAS:......................... 27 11.4. CUIDADOS GERAIS NO ATENDIMENTO DAS FRATURAS: ...................... 27 12. QUEIMADURAS .......................................................................................................... 31 12.1. CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS:....................................................... 31 12.2. ATENDIMENTO A VÍTIMA DE QUEIMADURAS: ........................................... 32 12.3. QUEIMADURAS QUÍMICAS: ........................................................................... 32 12.4. QUEIMADURAS PELO FRIO .......................................................................... 32 12.5. HIPOTERMIA .................................................................................................... 33 12.6. INSOLAÇÃO ...................................................................................................... 33 13. CHOQUE ELÉTRICO ................................................................................................. 34 14. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ....................................................................................... 35 14.1. DOENÇA CORONARIANA .............................................................................. 35 14.2. ANGINA DE PEITO ........................................................................................... 35 14.3. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............................................................... 35 14.4. DISPNÉIA .......................................................................................................... 35 14.5. SINCOPE OU DESMAIO .................................................................................. 36 14.6. COMA ................................................................................................................ 36 14.7. ACIDENTES VASCULARES CEREBRAIS (AVC).......................................... 36 14.8. ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO ............................................................. 37 14.9. ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO ..................................................... 37 14.10. CRISE CONVULSIVA ..................................................................................... 37 14.11. DIABETES MELLITUS .................................................................................... 37 14.12. ABDOME AGUDO .......................................................................................... 37 14.13. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS ....................................................................... 38 14.14. OFIDISMO ....................................................................................................... 38 15. PRIMEIROS SOCCORROS COM ÊNFASE EM ACIDENTES OFÍDICOS ............ 41 16. START- SIMPLES TRIAGEM E RÁPIDO TRATAMENTO ...................................... 43 16.1. TRIAGEM ........................................................................................................... 43 16.2. DIVISÃO NA TRIAGEM .................................................................................... 43 16.3. RESUMO ........................................................................................................... 43 17. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 45 1 1. INTRODUÇÃO As três principais causas de morte súbita são: doenças cardiovasculares, neoplasias (câncer) e o trauma. Nas três, a morte súbita advém da interrupção repentina das funções vitais básicas: respiração e circulação. Entretanto, na faixa etária de 05 a 49 anos, o trauma torna-se a primeira causa geral de mortalidade, chegando a responder por 50% (cinqüenta por cento) das mortes ocorridas entre 01 a 15 anos. A grande maioria das mortes é devida a traumatismos físicos, que ocorrem nas primeiras horas após o acidente, seja no próprio local, ou no hospital onde se dá o atendimento especializado. Embora os elevados índices de mortalidade sejam decorrentes, em grande parte, dos próprios índices de mortes e uma proporção elevadíssima de sequelas temporáriasou definitivas, são, potencialmente, evitáveis. Assim sendo, qualquer pessoa que presencie um acidente, estando adequadamente treinada, poderá marcar uma diferença entre a Vida e a Morte. A maioria dos acidentes não ocorre na presença de um médico. 2 ASPECTOS LEGAIS E COMPROMISSOS DO SOCORRISTA Os primeiros minutos em seguida a uma situação de emergência podem ser determinantes no destino de vítimas. É preciso agir rápido na tentativa de prestar imediatamente os primeiros socorros aos acidentados. Entretanto um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde das vítimas. Aspectos Legais dos Primeiros Socorros: 1.1. CONSTITUIÇÃO Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Da Saúde - Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 1.2. CÓDIGO PENAL - Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: – Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. – Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. Portanto, sempre que possível, deve-se deixar que o socorro seja prestado por uma equipe especializada. Realize o primeiro atendimento e acione o serviço médico de emergência para que o tratamento seja realizado de forma sistemática por profissionais preparados e equipamentos adequados. 3 Compromissos do socorrista: • Capacidade de improvisação. • Compromisso com a Vida. • Bom senso. • Reconhecer seus limites. • Saber o que fazer, e o que não fazer. • Paciência e calma. • Determinação. • Equipe de resgate. 4 2. SINAIS VITAIS São sinais que correspondem às funções vitais do organismo e são eles: • Respiração; • Pulso; • Pressão Arterial; • Temperatura. 2.1. RESPIRAÇÃO Executa os movimentos de inspiração e expiração com a participação dos músculos respiratórios. Esta função executa a troca gasosa, absorvendo o oxigênio (O2) e eliminando o dióxido de carbono (CO2). 2.2. VER, OUVIR E SENTIR Verificar os movimentos do tórax e abdómen, ouvir e sentir a saída de ar pelas narinas. Valores normais: • Adultos: 12 a 20 mrpm • Crianças: 20 a 30 mrpm • Bebês: 30 a 60 mrpm 2.3. PULSO É uma onda de sangue que passa ao longo de uma artéria, quando o coração contrai. As artérias radiais ao nível do punho são as mais usadas. A artéria carótida, a femural e a braquial são também sensíveis à palpação. A freqüência do pulso normalmente fica em: • Adulto – de 60 a 100 batimentos por minuto. • Crianças – de 80 a 120 batimentos por minuto. • Bebês – de 100 a 160 batimentos por minuto. Vítimas inconscientes - palpar o pulso carotídeo ou femoral. Vítimas conscientes - pulso radial. Nunca use o polegar para encontrar o pulso. 2.4. PRESSÃO ARTERIAL É a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão arterial é medida por esfignomanômetro e estetoscópio. 5 • Pressão Arterial Máxima: Sistólica, pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias quando o coração se contrai. • Valor normal: 100 a 140 mmhg. • Pressão Arterial Mínima: Diastólica, pressão que o sangue exerce quando o coração esta em repouso. • Valor normal: de 50 a 90 mmhg 2.5. TEMPERATURA É a diferença entre o calor produzido e calor perdido pelo organismo. É medida por termômetro e verificada em região axilar. • Valor normal: de 36.7º a 37.2 C. 6 3. AVALIAÇÃO DO LOCAL E DO ACIDENTE O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar rapidamente situações que coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequados, assegurando à vítima maiores chances de sobrevida. 3.1. CONTROLE DA CENA E SEGURANÇA DO LOCAL Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir sua própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhuma forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento disponíveis para aquela ocorrência. 7 4. TRIAGEM A triagem tem como objetivo classificar os pacientes politraumatizados no local do atendimento no intuito de evitar transferências inadequadas e empregar o tratamento correto necessário e imediato. Os sistemas de triagem têm em comum uma categoria de classificação, a imediata, em que a demora de minutos pode significar vida ou morte, incluindo-se nesse caso as situações de sangramento arterial, obstrução das vias aéreas, pneumotórax ou tamponamento cardíaco. Deve-se levar em consideração, ainda, o fato de que a capacidade do pessoal médico e a disponibilidade de equipamentos emergenciais são cruciais. 4.1. ATENDIMENTO INICIAL DA VÍTIMA O atendimento inicial à vítima visa a identificar situações que coloquem a vida da vítima em risco, iniciar suporte básico de vida e desencadear a continuidade dos cuidados necessários (acionar o serviço de atendimento pré-hospitalar quando houver ou transportar a vítima ao hospital). Antes de administrar cuidados de emergência, é preciso garantir as condições de segurança, para que não ocorra um novo acidente. • Minha segurança. • Segurança do local e da vítima. • Segurança dos demais presentes. • Informar-se com a vítima ou testemunhas como ocorreu o acidente, avaliar o mecanismo de injúria. Pode ser necessário isolar a área, sinalizar, acionar serviço de apoio. 4.2. ACIONE: BOMBEIRO - POLÍCIA - COPEL – SAMU Observe: Risco de ocorrer novos acidentes, vazamento de combustível (risco de explosão) desabamento, etc. 8 5. ABORDAGEM PRIMÁRIA O objetivo da avaliação primária é identificar situações de ameaça à vida e manejar de imediato a vítima. É feita sem mobilizá-la da posição inicial, salvo condições especiais, como risco de explosão incêndio, afogamento, desabamento. Aproxime-se e imobilize a cabeça da vítima com uma das mãos. Identifique-se e pergunte-lhe como está. Determine se está responsiva (consciente, acordada). Tente tranqüilizá-la e pergunte o que aconteceu. Esta abordagem inicial faz parte da abordagem primária da vítima! Siga os passos da ABORDAGEM PRIMÁRIA: • A (AIRWAY) – Vias aéreas com controle cervical. • B (BREATHING) – Respiração. • C (CIRCULATION) – Circulação com controle de hemorragias. • D (DISABILITY) – Estado Neurológico. • E (EXPOSSURE) – Exposição da Vítima. Só se avança para o passo seguinte após completar o anterior. 5.1. A - VIAS AÉREAS COM CONTROLE CERVICAL. Verificar a permeabilidade das vias aéreas, observando se não há existência de corpo estranho, trauma de face e pescoço, que podem levar à obstrução, utilizando a manobra modificada. Durante o exame e a manipulação das vias aéreas, deve-se tomar muito cuidado com a movimentação da coluna cervical. Se a via aérea estiver obstruída ,desobstrua, utilizando as técnicas corretas, de desobstrução, e se a vítima não responder, está inconsciente. A queda da língua contra a faringe (fundo da garganta) é causa freqüente de obstrução de vias aéreas. Essa situação prejudica a passagem de ar e, conseqüentemente, impede a respiração. Devemos manter a permeabilidade das vias aéreas para garantir a entrada de ar. Através da manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento, é possível tracionar a língua pra frente e liberar as vias aéreas, garantindo a passagem de ar. 9 Cuidado para não inclinar a cabeça da vítima de trauma para trás. Se ela apresentar trauma de coluna cervical, qualquer mobilização da cabeça pode provocar lesão na medula, com danos irreversíveis (paralisia e até morte). A manobra rolamento de 90º é indicada nas obstruções de vias aéreas por sangue, vômito e corpos estranhos. Caso esteja de bruços (decúbito ventral), o socorrista gira o corpo “em bloco”, de forma a manter alinhados cabeça, pescoço, ombros e tronco (manobra de rolamento 180º). Isso evita danos na medula, caso a vítima tenha fratura de coluna vertebral. 5.2. B – RESPIRAÇÃO Uma vítima só consegue falar se tiver ar nos pulmões e este passar pelas cordas vocais. Portanto se você perguntar para à vítima “ o que aconteceu ?” e esta responder normalmente é porque as vias aéreas estão permeáveis e a pessoa respira. Para determinar presença ou ausência de respiração espontânea, aproxime seu ouvido da boca e nariz da vitima, enquanto mantém as vias aéreas desobstruídas. • • Observar o tórax se faz movimento para cima e para baixo – VER • Ouça se há saída de ar durante a expiração – OUVIR • Sinta se há fluxo de ar – SENTIR Com a respiração presente, analise sua qualidade: • Rápida ou lenta • Regular ou irregular • Superficial ou profunda • Silenciosa ou ruidosa Se observar sinais que antecedem a parada respiratória, (respiração superficial, lenta ou irregular), mantenha-se de prontidão. Se a vítima não responde normalmente, examina- se as vias aéreas. 10 Se obstruída – (sangue, vômito, queda da língua e corpos estranhos), desobstruir, garantindo imobilização da coluna cervical. Se ausente – iniciar a respiração artificial. Resumindo, se a vítima não responde normalmente, examine-lhe as vias aéreas. Se obstruídas, utilize a manobra adequada para desobstruí-la. Então examine a respiração. Se ausente, inicie a respiração artificial, se presente, analise sua qualidade e vá ao passo C. 5.3. C - CIRCULAÇÃO COM CONTROLE DE HEMORRAGIAS A hemorragia é a principal causa de morte pós-traumática, porém pode ser plenamente avaliada e tratada. Se o pulso estiver ausente, deve-se iniciar as manobras de reanimação cárdio-respiratória. Avaliação de sinais de circulação. Respiração, movimentos e tosse (MRT). Havendo sinais de que a vítima respira, apresenta movimentos ou tosse, conclui-se que o coração bate e o sangue está circulando. Profissionais de saúde ou outros habituados a palpar pulso contatam a circulação através da palpação de pulso, radial ou carotídea.. Nessa fase do exame, também controle os pontos evidentes de sangramento externo, mediante compressão direta dos ferimento ou aplicação de curativos compressivos. • Circulação ausente - manobra de reanimação cardiopulmonar. • Circulação presente - avance ao passo D – estado neurológico. 5.4. D – ESTADO NEUROLÓGICO (NÍVEL DE CONSCIÊNCIA). Tomadas as medidas possíveis para garantir o ABC, importa conhecer o estado neurológico da vítima. Verificar o nível de consciência da vítima através do AVDI. Estabelecer se ela está: Alerta, reagindo a Voz, reagindo a Dor ou Inconsciente. As vítimas que apresentam nível de consciência alterado merecem observação cuidadosa dos itens ABC, pois podem estar apresentando lesões que podem resultar em risco de vida. Trata-se de avaliação rápida, que leva poucos segundos. Você terá desse modo, boa noção das condições da vítima. Se apresentar risco (pelo nível de consciência, ABC do atendimento inicial) Acione o serviço de atendimento pré- hospitalar da localidade, repassando ao médico o tipo de ocorrência, o mecanismo de trauma, as condições da vítima (se está ou não consciente – respirando, se respira e se tem circulação). 11 5.5. E – EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA Realizado pela equipe médica dentro do interior da ambulância para identificar lesões que não foram detectadas no exame primário. 12 6. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA DA VÍTIMA É na verdade, o exame físico do paciente, à procura de lesões que não são tão evidentes na abordagem primária da vítima. 1 - Só se inicia após completada a abordagem primária. 2 - Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na mesma ordem. • Crânio, face, pescoço, tórax, abdómen, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso. 3 - Fazer inspeção e palpação buscando: • Inspeção: cor da pele, simetria, alinhamento, deformidade, sangramento; • Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, temperatura, sudorese. 4 - Exame segmentar: • Cabeça: Palpe o crânio com os polegares fixos na região frontal, imobilizando a coluna cervical. Palpe as órbitas, os ossos nasais, os malares e o maxilar. • Simultaneamente, inspecione par cor e integridade da pele da face, hemorragia e liquorragia por nariz e ouvidos, hematoma retroauricular sugestivo de fratura de coluna cervical ou de base de crânio, simetria de face, hematoma, hemorragia, laceração dos olhos e fotorreatividade pupilar. Examine a boca e retire corpos estranhos eventualmente remanescentes. • Pescoço: Inspecione o alinhamento da traquéia e a simetria do pescoço. Palpe a coluna cervical, verificando alinhamento, crepitação, rigidez muscular. • Tórax: Palpe as clavículas, uma de cada vez, buscando crepitação e dor. • Inspecione a caixa torácica buscando simetria anatômica e funcional, respiração paradoxal, áreas de palidez, eritema ou hematoma e ferimentos. • Palpe em busca de rigidez, flacidez e crepitação. Examine até a linha axilar posterior. • Abdômen: Inspecione para sinais de contusão e mobilidade, palpe delicadamente, analisando sensibilidade e rigidez de parede. • Quadril: Afaste e aproxime as asas ilíacas em relação a linha média, analisando mobilidade anormal e produção de dor. • Membros inferiores: Inspecione e palpe da raiz das coxas até os pés. • Observe: sangramento, alinhamento, deformidade, flacidez, rigidez, crepitação. • Corte ou rasgue a roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Tire os sapatos. • Examine a mobilidade articular ativa e passiva. Execute movimentos suaves e firmes de flexão, extensão e rotação de todas as articulações. Palpe pulsos em tornozelos e pés. Teste sensibilidade e motricidade. Teste o enchimento capilar. • Membros superiores: Inspecione e palpe dos ombros às mãos. 13 • Observe sangramento, alinhamento, deformidade, flacidez, crepitação. • Palpe os pulsos radiais. Teste a mobilidade articular ativa e passiva. Execute movimentos suaves e firmes de flexão, extensão e rotação de todas as articulações. • Inspecione o enchimento capilar. • Dorso: Realize a manobra de rolamento para examinar o dorso. Inspecione para alinhamento da coluna e simetria das duas metades do dorso. Palpe a coluna em busca de edema, hematoma e crepitação. Durante todo o exame segmentar mantenha-se atento ao paciente para sinais de dor ou modificação das condições constatadas na abordagem primária. Finalize o exame secundário com as medidas de pressão arterial, freqüência cardíaca e freqüência respiratória. Após completar o exame, execute todos os curativos, imobilizações e outros procedimentos, antes de remover a vítima. 14 7. DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS A obstrução das vias aéreas impede a entrada de oxigênio e, se não reconhecida e tratada precocemente, podelevar o indivíduo à morte. Neste caso o socorrista pode atuar com eficácia mesmo, quando desprovido de equipamento, por meio de manobras manuais. As principais causas de obstrução de vias aéreas são: • Queda da língua na vítima inconsciente: Ocorre a queda da língua contra o fundo da garganta, impedindo a passagem de ar, sendo a causa mais freqüente. • Regurgitação do conteúdo do estômago: principalmente a vítima inconsciente vomita o conteúdo do estômago, que volta para o esôfago e pode ser aspirado para vias aéreas inferiores. • Corpo estranho (dente, prótese), alimentos (carne, chiclete, bala): também obstruem as vias aéreas em diferentes níveis. • Trauma de face: provoca sangramento no interior das vias aéreas. Quando a obstrução é por queda da língua contra o fundo da garganta, você já sabe a técnica de desobstrução de (manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo). Se a obstrução é por líquido (vômito ou sangue), a vítima deve ser lateralizada (em bloco), mantendo o alinhamento da coluna. • Obstrução das vias aéreas por corpo estranho • A obstrução das vias aéreas pode ser parcial ou total. • Na obstrução parcial, certa quantidade de ar passa pelas vias aéreas. • Neste caso, a respiração pode estar ruidosa e muito difícil, acompanhada de tosse. Na obstrução total, a vítima não consegue falar, respirar ou tossir. Não entrando ar nos pulmões, a vítima perde a consciência, podendo apresentar cianose e se o atendimento demorar, parada PCR Tratamento da obstrução das vias aéreas por corpo estranho Para adultos e crianças acima de um ano recomendam-se as compressões abdominais (manobra de Heimlich). Vítima sentada ou em pé – manobra de Heimlich • Ficar atrás da vítima, colocando-lhe os braços em volta da cintura. • Fechar uma das mãos e colocar o lado do polegar contra o abdome dela, pouco acima do umbigo. • Envolver a mão fechada com a outra mão e pressionar-lhe o abdome com um golpe rápido para cima. • Realizar cinco compressões abdominais (até cinco tentativas) até que o objeto seja expelido das vias aéreas ou o paciente fique inconsciente. Caso a vítima fique inconsciente devemos realizar manobras de RCP. • Fazer de cada golpe movimento separado e distinto. 15 Compressão torácica – vítima em pé ou sentada • Recomendado para vítimas muito obesas ou em estágio avançado de gravidez. • Atrás da vítima, envolver-lhe o tórax com os braços, logo abaixo das axilas. • Colocar o lado do polegar do punho da mão no meio do osso esterno da vítima, com cuidado para afastar-se da porção inferior do osso esterno e das costelas. • Colocar a outra mão em cima da primeira e fazer cinco compressões para trás, ate que o corpo estranho seja expelido ou vítima se torne inconsciente. Caso isso ocorra, iniciar as manobras de RCP. 16 8. PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA - RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO PULMONAR Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação repentina dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. A circulação sanguínea deve ser restabelecida no período máximo de quatro minutos, sob pena de se instalarem alterações irreversíveis nos tecidos, principalmente no cérebro, um dos mais sensíveis à falta de oxigênio. Causas de parada cardiopulmonar • Obstrução de vias aéreas. inconsciência, trauma, corpo estranho • Afogamento • Overdose de drogas • choque elétrico • Ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio) • Trauma • Grandes hemorragias • Outros problemas clínico (AVC) CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA INTRA E EXTRA HOSPITALAR 17 18 19 8.1. RCP EM CRIANÇAS A reanimação cardiopulmonar em crianças é quase o mesmo para adultos com algumas diferenças devido as diferenças anatômicas e fisiológicas. Como as mortes nesta faixa etária são mais comuns devido ao trauma (acidentes de trânsito, afogamento, queimadura, FAB, FAF), a prevenção ganha em importância para estes casos, pois uma parada nestas situações só é revertida de 2 a 5% dos casos e a sua maioria desenvolve alguma complicação neurológica. A cadeia de sobrevivência na criança possui como primeiro elo a indicação de medidas de prevenção do trauma, pois é a primeira causa de morte em crianças acima de um ano. CORRENTE SOBREVIDA NA CRIANÇA Principais recomendações para o atendimento da PCR em bebês e crianças. RECOMENDAÇÕES COMPONENTES CRIANÇAS BEBÊS Reconhecimento Não responsivo (para todas as idades) Sem respiração ou apenas gasping Sem pulso para todas idades Sequência de RCP CAB Frequência de compressão 100 a 120 mpm Profundidade da compressão 5 cm 4 cm Retorno da parede do tórax Permitir retorno total do tórax e fazendo trocas a cada 2 min Interrupções das compressões Não mais que 10 segundos Vias aéreas Inclinação da cabeça com elevação do pescoço. Na suspeita de trauma, anteriorizar a mandíbula Relação ventilação/compressão antes da IOT 30:02 com apenas 01 socorrista 15:02 com dois ou mais socorristas Ventilação após IOT Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120 /min 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min) Desfibrilação Colocar o DEA assim que possível, minimizando as interrupções e as compressões. Fonte: Adaptado de Feriani et al, 2016 20 21 Desfibrilador Externo Automático O uso do DEA é grande nos Estados Unidos e tem demonstrado uma maior eficiência quando empregados por socorristas leigos em locais de grande público como aeroportos, shoppings, estádios, do que quando empregado somente pelo sistema médico de emergência. O DEA é um aparelho capaz de analisar o ritmo cardíaco e aplicar o choque quando necessário. Para isso o ritmo cardíaco apresentado pela vítima deve ser chocável, o que ocorre somente com a Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular sem perfusão (TV). Cerca de 70 % das PCS apresentam FV em algum momento da parada. Vítimas com parada devido a um trauma normalmente apresentam assistolia (sem ritmo). Aplicação do Choque Para a aplicação do choque o socorrista deve observar os mesmo sinais de parada citados acima: inconsciência sem resposta a estímulos, ausência de movimentos respiratórios e ausência de pulso. Verificado que a vítima está em parada o socorrista deve seguir os seguintes passos: • Ligue o DEA análise • Exponha o peito da vítima e fixe as pás auto-adesivas no tórax • Afaste-se da vítima e aguarde o DEA analisar o ritmo cardíaco • Após a análise o DEA indicará o choque ou não, se não for indicado avalie a vítima e inicie o RCP; • Com o choque indicado afaste todos da vítima e aplique o choque. Após o choque reinicie o RCP imediatamente com compressões torácicas, sem reavaliar o pulso e sem retirar as pás. Após o primeiro choque com o DEA, mais de 90% dos corações em FV respondem, retornando a um ritmo normal. Porém, muitas vezes o coração não consegue estabelecer este ritmo por mais de um minuto e precisa da aplicação de compressões torácicas para restabelecer o ritmo. 22 9. FERIMENTOS – HEMORRAGIAS/CHOQUES 9.1. FERIMENTO É qualquer lesão da pele (corte, perfuração), produzida pó traumatismo, em qualquer tipo de acidente. Classificação: Fechado: contusão • Equimose • Hematoma Aberto: ferida • Incisiva • Contusa • Perfurante • Transfixante • Escoriação • Amputação • Laceração Ferimento fechado ou contusão Lesão produzida por objeto contudente que atinge a superfície do corpo e, sem romper a pele, provocando extravasamento de sangue. • Hematoma – sinal arroxeado com inchaço no local. Ferimento aberto ou ferida É aberto quando rompe a integridade da pele, expondo tecidos internos, geralmente com sangramento. À vítima de ferimentos visa objetivos principais ao atendimento. • Proteger a ferida contra trauma secundário •Conter o sangramento antes de encaminhar a vítima ao hospital. • Proteger contra infecção. Feridas incisivas Aproxime e fixe suas bordas com curativo compressivo, utilizando atadura ou bandagem Feridas lacerantes Controle o sangramento, proteja com gaze estéril firmemente pressionada. Ferimentos por perfuração ou transfixação 23 Não retire objeto que esteja transfixado no corpo, pois pode produzir hemorragia severa além de geralmente agravar a lesão. • Faça o curativo de forma a fixar o objeto junto ao corpo, sem movê-lo. • Mantenha a pressão, fixando as ataduras com esparadrapo ou atadura ou bandagem. • Escoriações - Produzidas pelo atrito de uma superfície contra a pele. • Amputações - Sempre que uma parte do corpo é arrancada ou cortada. Atendimento específico para cada tipo de ferimento: • Lave a ferida com água corrente e sabão neutro. • Recubra a área escoriada com gaze estéril ou pano limpo. Fixe a gaze com fita adesiva ou, se a área lesada for muito grande, com atadura ou bandagem. Se tiver que improvisar, utilize pano limpo, como pano de prato ou fralda. Revisando • Evitar contato com sangue ou secreções. Usar luvas de proteção ou improvisar, envolvendo a mão em saco plástico limpo. • Informar sobre a natureza do agente causador. • Lembrar sempre da abordagem primaria, a prioridade é garantir vias aéreas permeáveis. • Cobrir o ferimento com gaze ou algum pano limpo e fixe o curativo. 9.2. HEMORRAGIA É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria. Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois representa uma ameaça à vida. A hemorragia abundante e não controlada pode causar choque e, possivelmente a morte. Tipos de Hemorragia: • Hemorragia externa - É o sangramento que pode ser observado. O sangramento de feridas, fraturas expostas, pelo nariz e de outras áreas traumatizadas, são exemplos de hemorragia externa. • Hemorragia interna - É o sangramento que extravasa para o interior do corpo, dentro dos tecidos ou cavidades. O sangramento de órgãos internos como o fígado, rim, baço, são exemplos de hemorragia interna. • Hemorragia arterial - A cor do sangue é de um vermelho vivo e sai sempre da lesão em jato intermitente. • Hemorragia venosa - A cor do sangue é de um vermelho mais escuro e sai em fluxo contínuo. • Hemorragia capilar - De coloração avermelhada e é facilmente controlada. 24 Métodos de Controle de Hemorragia Externa Compressão direta – Usar uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, pressionando-o com firmeza; Use uma atadura, tira de pano ou outro recurso que tenha à mão para amarrar a compressa no lugar; caso não possua uma compressa ou pano limpo, comprimir a ferida com os dedos ou mão, evitando uma hemorragia abundante. Elevação do membro atingido – Quando uma extremidade é elevada de forma que a área ferida fica acima do nível do coração, a gravidade ajuda a diminuir o fluxo de sangue. Esse método deve ser utilizado simultaneamente com o da pressão direta. Não deve ser usado em caso de fraturas e luxações ou objetos empalados na extremidade. Pressão digital sobre o ponto de pulso – A pressão sobre o pulso de artéria é utilizada quando os dois métodos anteriores falharam ou quando não se tem acesso ao local do sangramento (esmagamento, extremidades presas nem ferragens). É a pressão aplicada com os dedos sobre os pontos de pulso de uma artéria contra uma superfície óssea. É necessário habilidade do agente e conhecimento dos pontos exatos de pressão das artérias. Principais pontos: • Artéria Braquial: Para sangramentos de membros superiores. • Artéria Femural: Para sangramentos de membros inferiores. • Artéria Temporal: Para sangramentos de couro cabeludo. Aplicação de gelo: O uso de compressas frias ou bolsa de gelo pode diminuir o sangramento interno ou mesmo interromper sangramentos venosos e capilares. Nas contusões a aplicação de gelo previne a equimose ( mancha roxa). Deve-se, no entanto, evitar o uso prolongado pois pode diminuir a circulação causando lesões de tecidos. Hemorragia nasal: • Manter a pessoa sentada com a cabeça reta. • Orientar para cuspir, se o sangramento for intenso e não deglutir. • Aplicar compressa de gelo na testa (base do nariz) Atendimento da vítima com hemorragia interna Para suspeitar que uma vítima esteja com hemorragia interna é importante conhecer o mecanismo de lesão. Os traumas contusos são as principais causas de hemoragias internas (acidentes de trânsito, quedas chutes e explosões). Alguns sinais de alerta para suspeitar de hemorragia interna são: Fratura da pelve ou ossos longos (braços ou coxa), rigidez abdominal, área de equimose em tórax e abdómen, ferida penetrante em tórax, crânio ou abdómen. O tratamento de uma hemorragia interna só pode ser obtido através de alguma intervenção cirúrgica, para localizar o órgão que foi principalmente afetado e os vasos que estão lesados. Com esse tipo de tratamento só pode ser realizado sob cuidados médicos em ambiente hospitalar, as medidas de atendimento inicial consiste em abordar adequadamente a vítima, prestando atenção ao A-B-C-D; 25 Aquecer a vítima com cobertores, não dar-lhe nada para comer ou beber e imediatamente acionar o serviço de atendimento pré-hospitalar, se existente, ou conduzir a vítima a um hospital. 9.3. CHOQUE Choque hipovolêmico O tipo mais comum de choque que o socorrista vai encontrar no atendimento pré-hospitalar. Sua característica principal é a diminuição acentuada do volume de sangue. Pode ser causado pelos seguintes fatores: Perda direta de sangue: hemorragia interna e externa; Perda de plasma: em caso de queimaduras, contusões e lesões traumáticas; Perda de líquido pelo trato gastrointestinal: provoca desidratação, pode ser por vômito ou episódios de diarréia. No caso de fratura de fêmur, estima-se a perda de aproximadamente 1 litro de sangue É uma condição de extrema gravidade, cuja identificação e atendimento fazem parte da abordagem primária da vítima. Apenas o controle das vias aéreas, da respiração e do grande sangramento tem prioridade sobre o TRATAMENTO DO CHOQUE. O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição de líquidos (soluções salinas ou sangue). Choque anafilático Resulta de uma reação de sensibilidade a algo a que o paciente é extremamente alérgico; como picada de inseto (abelhas, vespas), medicação, alimentos, inalantes ambientais,etc. A reação anafilática ocorre em questão de segundos ou minutos após o contato com a substância a que o paciente é alérgico. Alguns sinais e sintomas são característicos: • Pele avermelhada, com coceira ou queimação; • Edema de face e língua; • Respiração ruidosa e difícil devido ao edema de cordas vocais; e • Finalmente queda da pressão arterial, pulso fraco, tontura, palidez e cianose; e até coma. O paciente em choque anafilático necessita de medicação de urgência para combater a reação, administrada por médico. 26 10. FRATURAS É uma interrupção na continuidade de um osso. 10.1. CLASSIFICAÇÃO: Quanto ao traço da fratura: • Incompleta - Ocorre a lesão óssea, mas não rompe a continuidade óssea. • Completa - Os fragmentos ósseos perdem a continuidade, ficando desviados ou não. Quanto à exposição do foco da fratura: • Fechada – O foco da fratura esta protegido por partes moles e com pele íntegra. • Aberta ou exposta – O foco da fratura está em contato com o meio externo. A pele é rasgada ou aberta pela mesma força que quebrou o osso ou pela força que faz o osso perfurar a pele. 10.2. SINAIS E SINTOMAS: • Dor; • Deformidade; • Impotência funcional; • Aumento de volume ( inchaço); • Crepitação, sensação audível causada pelo atrito dos fragmentos ósseos fraturados. 27 10.3. CUIDADOS GERAIS NO ATENDIMENTO DA FRATURAS:• Se não existir um serviço de atendimento à emergências onde você se encontra, imobilizar as fraturas para transportar a vítima de modo mais confortável e com o máximo de cuidado. • Não mover a vítima até que as fraturas estejam imobilizadas, com exceção se a vítima estiver perto de fogo, explosões, etc... Nestes casos, a vítima deve ser resgatada no sentido do maior eixo do corpo. • Reduzir a dor. • Evitar maiores lesões nos tecidos moles ao redor da fratura. • Para Fraturas abertas, controlar o sangramento e cobrir a ferida com curativo limpo antes de imobilizar. • No caso de fratura exposta não tente colocar o osso no lugar; • Se tiver fratura em joelho, tornozelo, punho e cotovelo, não tentar retificar a fratura; • Imobilizar todas as fraturas até a articulação anterior e posterior; • Aplicar uma leve tração enquanto imobiliza e manter até que a tala esteja no lugar; • As talas devem ficar firmes, mas não tão apertadas a ponto de interferir na circulação. 10.4. CUIDADOS GERAIS NO ATENDIMENTO DAS FRATURAS: Fraturas de extremidades: • Na fratura de ossos longos, execute suaves manobras de alinhamento e tração, antes de imobilizá-los. • Apóie o membro fraturado, uma das mãos acima, outra abaixo do foco de fratura, e faça leve tração. O alinhamento deve ser natural, se persistir a deformidade, não force. • Mantenha a tração até que a tala de imobilização esteja no lugar. • Imobilize a fratura, incluindo a articulação antes e depois da fratura. Braço e antebraço • Imobilize toda a extremidade superior junto ao corpo o tórax. • Posicione o cotovelo a 90º e a bandagem triangular para realizar uma tipóia. Punho • Imobilize desde a raiz dos dedos até o cotovelo, mantendo o punho em extensão. Dedos da mão • Imobilize desde a ponta dos dedos até o punho, com os dedos e semiflexão (mão semifechada). • Coloque um acolchoado na palma da mão, que abranja o punho. • Coloque e prenda atadura desde o cotovelo até a ponta dos dedos. 28 Tornozelo e pé • Imobilize desde a raiz dos dedos até o joelho. • Mantenha o tornozelo a 90º • Retire o sapato e não apóie o pé. Fratura de crânio É a quebradura de estrutura óssea que forma a cabeça. É grave pois pode fazer lesão cerebral. • Manter a vítima deitada, quieta com a cabeça levemente elevada; • Se necessário, proteger a ferida, cuidado para não comprimir o local; • Manter vias aéreas abertas; • Não dar nada por via oral; • Transportar. Fratura de coluna As lesões de colunas devem ser manipuladas cuidadosamente para prevenir lesão medular e nervosa. Sinais e Sintomas • Perda de controle motor (paralisia); • Perda de sensibilidade (anestesia). Cuidados: O modo como as vítimas de lesão de coluna são manipuladas faz a diferença entre recuperação total, seqüela permanente e morte. Fratura de coluna cervical – é próprio de lesões de medula espinhal, na altura do pescoço. As vítimas com lesão de coluna e pescoço, em acidentes de carro, devem ser imobilizadas dentro do carro, mantendo nariz e umbigo alinhados e depois, retiradas com tábua de dorso; Devem ser transportadas em decúbito dorsal (de costas), de lado, se devidamente imobilizada, para facilitar saída de secreções; A pessoa deve ser extremamente cuidadosa; Cabeça, pescoço e tronco devem ser alinhados com uma leve tração aplicada ã cabeça para evitar qualquer movimento. Fratura de Pélvis: • Deve ser considerada perigosa porque pode perfurar bexigas, intestinos ou outros órgãos com fragmentos ósseos • Não rolar a vítima, erguê-la de preferência com quatro pessoas; • Colocar protetor entre as coxas; • Enfaixar juntos joelhos e tornozelos; • Enfaixar o quadril com bandagens longas e largas. Fratura de nariz: Geralmente há deformidade considerável, dor intensa, edema e sangramentos. 29 • Usar compressas frias; • Usar dois rolos de bandagem, um de cada lado do nariz e fixá-los com fita. Fratura de clavícula, escápula e lesões de articulações do ombro: • Deve ser imobilizada colocando o braço dobrado na frente do peito em uma tipóia. Fratura de costela: Resulta de trauma sobre a grande costal • Aplicar três faixas largas para cobrir toda a caixa torácica no local da fratura; • Pedir que a vítima expire e atar um nó a cada expiração. Fratura de úmero: Uma fratura difícil de imobilizar. • Colocar o braço afetado em uma tipóia bem junto ao corpo. Uma pequena tala pode ser usada na lateral do braço, junto com a tipóia. Se o braço estiver estendido e não conseguir fletir o cotovelo, pode-se usar uma tala no braço todo. Fratura de antebraço: • A imobilização pode ser feita por talas acolchoadas, infláveis ou mesmo revistas, jornal dobrado, arames, etc. Fratura de coxa (fêmur): Quando ocorre esta fratura, freqüentemente, há considerável sangramento que leva ao choque. • Manter a vítima deitada e aquecida; • Colocar a perna em posição mais próxima do normal, através de uma leve tração (não fazer tração se for fratura exposta); • A tração deve ser mantida durante a imobilização para reduzir a dor; • Imobilizar com duas talas acolchoadas, uma medial e outra lateralmente e ambas fixadas com bandagens em gravata. Fratura de perna: Para tratar as vítimas de fraturas da perna, alinhar o membro o mais próximo possível da posição normal, fazendo leve tração, imobilizar como a uma fratura de fêmur, podendo nesses casos usar talas infláveis inteiriças que dão excelente imobilização. Todo material para a imobilização, sejam – talas de madeira, papelão, revistas, arames, etc... devem ser preparados antes de se iniciar os cuidados. Fraturas de cotovelo, punho, joelho e tornozelo: Devem ser imobilizadas como se encontram. Se houver fratura em articulação (joelho, tornozelo, punho e cotovelo), não tente retificar a fratura, imobilize na posição em que se encontra a deformidade. 30 REVISANDO • Deixe firmes as talas, mas não apertadas a ponto de interferir na circulação. • Forre toda a tala e coloque estofamento extra nos locais da deformidade. • Se necessário, improvise a imobilização com uso de tábua de madeira, bastão, ramo de árvore, revista, livro, papelão, lenço, gravata, pedaço de lençol, frauda, rda, etc. • Após proceder à imobilização da fratura, transporte da vítima ao hospital. • Caso esteja aguardando o serviço de atendimento pré-hospitalar, apenas mantenha a tração do membro fraturado. 31 11. QUEIMADURAS É uma lesão freqüente, sendo os acidentes domésticos os maiores responsáveis. São causadas por agentes físicos e químico nas suas diversas formas, é mais freqüentemente causada por fogo, raios de sol, substâncias químicas, líqüidos e objetos quentes, vapor, eletricidade. Atinge pessoas de todas as idades, mas em maior incidência as crianças, trazendo-lhes graves conseqüências à qualidade de vida. Os principais agentes responsáveis pela queimadura são: • Agente térmico – gases, líqüidos em temperaturas elevadas. • Substâncias químicas – ácidos e álcalis corrosivos. • Eletricidade – o choque elétrico pode provocar queimadura em todo o trajeto da corrente pelo corpo. • Radiação – radiação ionizante (Raio X) raios ultravioleta. 11.1. CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS: As queimaduras são classificadas conforme sua profundidade e extensão da lesão. Profundidade • Primeiro grau – queimadura superficial que se restringe à epiderme camada superficial da pele. Apele fica avermelhada e quente, a dor é leve e moderada ardência (queimadura solar). • Segundo grau – atingindo a epiderme e derme, a pele avermelhada com bolhas, superfície úmida e dor severa. • Terceiro grau – a mais grave, atinge a espessura total da pele (epiderme, derme até o subcutâneo), podendo atingir nervos, músculos e até ossos. Sua característica costuma ser escuras, com aspecto de couro ou pele esbranquiçada, parecendo cera.A superfície seca tem aparência carbonizada. Geralmente é indolor, por causa da destruição das terminações nervosas. Quanto à sua extensão: Mede-se extensão da queimadura calculando a área queimada da superfície corporal, quanto maior a extensão maior risco à vítima. • Queimaduras de grande extensão: maior que 10% da área corporal atingida. • Queimaduras de pequena extensão: menor, igual á 10 % da área corporal atingida. Local atingido do corpo Sua gravidade varia de acordo com a localização na superfície do corpo. Queimaduras que atingem mãos, pés e genitais são consideradas graves, e vias aéreas, bastante grave. 32 Queimaduras de vias aéreas por inalação de gazes quentes, fumaça ou vapor podem levar à obstrução de vias aéreas por edema na boca ou garganta, sendo uma emergência que exige atendimento médico de imediato. 11.2. ATENDIMENTO A VÍTIMA DE QUEIMADURAS: A segurança de quem presta socorro deve ser reforçada quando for atender vítima de queimadura, precavendo-se contra as chamas, os gases tóxicos e a fumaça. Interrupção do processo de queimadura em caso de fogo, apague com água ou abafe com cobertor, começando sempre da cabeça ou rolando a vítima no chão. Conduta: • Afastar a vítima da origem da queimadura • Cuidado com sua segurança pessoal • Não descuidar da abordagem primária – A B C • Resfriar a lesão com a temperatura ambiente • Proteger o paciente com lençóis e/ou cobertores • Evitar o uso de gelo no local Vaso constrição • Não transportar o paciente envolto em panos úmidos Hipotermia • Remover jóias e vestes • Não utilizar: manteiga, dentifrícios, pomadas, etc • Manter bolhas intactas • O2 em altas concentrações • No exame secundário – Avaliar pela regra dos nove a SCQ 11.3. QUEIMADURAS QUÍMICAS: As queimaduras químicas ocorrem por contato da pele com substâncias cáusticas. Normalmente, as queimaduras por álcalis são mais graves que as causadas por ácidos, porque aqueles penetram mais profundamente nos tecidos. O princípio básico do tratamento consiste em irrigar a área queimada para retirada de toda substância cáustica, que continua a reagir enquanto permanecer em contato com os tecidos. • Usar luvas, óculos, vestes apropriadas • Remover vestes contaminadas do paciente • Remover resíduos sólidos antes da irrigação • Irrigação com água • Mantenha o A B C 11.4. QUEIMADURAS PELO FRIO 33 Temperaturas próximas ou abaixo do ponto de congelamento podem produzir isquemia tecidual, congelamento e, assim, lesões teciduais. Áreas mais comumente afetadas: dedos, mãos, pés, face e orelhas. A pele se apresenta acinzentada ou amarelada e fria; a vítima se queixa de dor ou amortecimento local; as lesões mais profundas deixam a pele com aspecto de cera; dor e amortecimento desaparecem, porque as terminações nervosas estarão lesadas. Lesões superficiais podem ser tratadas por reaquecimento, colocando a região atingida em contato com superfície corporal aquecida. Lesões profundas só devem ser reaquecidas em ambiente hospitalar. 11.5. HIPOTERMIA Hipotermia é o resfriamento generalizado do organismo, que ocorre pela exposição a temperaturas baixas mas acima do ponto de congelamento. • Hipotermia grave - temperatura corporal abaixo de 32 graus Celsius. • Hipotermia moderada - temperatura corporal reduzida para baixo 34 graus Celsius. Um paciente com hipotermia pode ficar desorientado, confuso, perder a coordenação ou ficar inconsciente. 11.6. INSOLAÇÃO A insolação ocorre quando o sistema de controle de temperatura do corpo falha e a temperatura corporal sobe para um nível perigosamente alto. Os pacientes com insolação podem ter pele quente, seca, avermelhada, batimentos cardíacos acelerados e ficarem desorientados, confusos ou inconscientes. È uma condição que oferece risco de morte. 34 12. CHOQUE ELÉTRICO A eletricidade é uma forma de energia (corrente elétrica) que pode fluir entre dois pontos, desde que entre eles exista uma diferença de potencial elétrico (voltagem ou tensão), ou seja, desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica que o outro. Durante o atendimento, primeiramente garanta a própria segurança e dos demais presentes na cena, depois não tocar na vítima antes de se certificar de que o circuito já tenha sido interrompido. Desligar a chave geral nos ambientes domiciliares e industriais. Chamar a companhia de energia elétrica nos acidentes em via pública. Se as vítimas estiverem dentro de veículo em contato com um cabo energizado, orienta-Ias para que lá permaneçam até a chegada dos técnicos da companhia de energia elétrica. Se há risco real de incêndio, desabamento ou explosão, orienta-Ias para saltar do veículo sem estabelecer contato simultâneo com a terra. Realize após a cena estiver segura a abordagem primária e depois do paciente estabilizado inicie a abordagem secundária. 35 13. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS As doenças cardiovasculares ocupam a primeira causa geral de mortalidade em nosso meio.Mais de 250.000 brasileiros morrem por ano de decorrência principalmente do infarto agudo do miocárdio (IAM). É fundamental para o socorrista saber identificar sinais e sintomas que possam sugerir uma situação de emergência clinica e as medidas a serem tomadas. 13.1. DOENÇA CORONARIANA O coração tem seus próprios vasos sangüíneos para suprir a intimidade do músculo cardíaco de O2 e nutrientes e remover CO2 e outros detritos. Quando as artérias coronarianas estão prejudicando na sua função de transportar sangue, o suprimento de O2 para o miocárdio è reduzido: como conseqüência, sua função de bomba estará comprometida. Ao processo lento e gradual de oclusão dos vasos sangüíneos chamados aterosclerose. 13.2. ANGINA DE PEITO Situações de estresse emocional ou esforço físico fazem com que o coração trabalhe mais, exigindo maior fluxo de sangue pelas artérias coronárias para suprir o músculo cardíaco. Quando as artérias coronárias se estreitam pela aterosclerose, não são capazes de suprir o aumento da demanda de sangue pelo músculo cardíaco. 13.3. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Condição em que ocorre necrose ( morte ) de parte do miocárdio como resultado da falta de oxigênio. Isso acontece por estreitamento ou oclusão de artéria coronária que supre de sangue a região. O infarto agudo do miocárdio (IAM) è a causa mais freqüente de morte súbita (50 % das mortes ocorrem nas primeiras horas). A causa principal do IAM è a aterosclerose das coronárias, que pode ser desencadeada por esforço físico, situações de estresse, fadiga, mas também no repouso. A principal complicação do ritmo cardíaco. Drogas, como a cocaína, podem provocar IAM por espasmo do vaso. 13.4. DISPNÉIA 36 O termo dispnéia significa a repicarão difícil. Não è uma doença primária, mas surge como conseqüência de condições ambientais trauma e doenças clínicas, como por exemplo, obstrução das vias aéreas por corpo estranho, doenças pulmonares (bronquite crônica e enfisema), condições cardíacas, reações alérgicas, pneumotórax, asma brônquica etc. 13.5. SINCOPE OU DESMAIO Caracteriza – se por qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não necessite manobras especificas para a recuperação. O termo lipotimia tem sido utilizado para designar episódio de perda incompleta de consciência. A causa fundamental da sincope è a diminuição da atividade cerebral, podendo ser classificada em: • Sincope Vasogênica - Mais freqüente, acontece devido à queda súbita da PA, por causa emocional, dor súbita esforço físico, ambiente lotado, cena de sangue, calor excessivo etc. • Sincope Metabólica - Quando a causa è por alteração metabólica, como na diabete ou hipoglicemia. • Sincope Neurogênica - Agressão direta ao encéfalo, como em trauma, intoxicações exógenas, hipertensão intracraniana etc. 13.6. COMA As alteraçõesdo nível de consciência variam de uma confusão menta até coma profundo. Na prática, é útil classificar em subcategorias pacientes com alteração do nível de consciência de acordo com o estágio em que ele se encontre, sendo importante registrar as respostas do paciente aos vários estímulos realizados. As subcategorias de alteração do nível de consciência são: • Confusão – incapacidade de manter uma linha de pensamentos ou ação coerente com desorientação no tempo e no espaço. • Sonolência- dificuldade de se manter em alerta • Estupor- dificuldade de despertar reposta incompleta aos estímulos dolorosos e verbais. Com respostas motoras adequadas. • Coma Superficial- respostas motoras desorganizadas aos estímulos dolorosos, não apresenta resposta de despertar. • Coma Profundo- completa falta de resposta a quaisquer estimulo. 13.7. ACIDENTES VASCULARES CEREBRAIS (AVC) AVC è uma desordem do sistema cardiovascular, causada por oclusão ou ruptura de um dos vasos que suprem o cérebro de sangue. Embora ocorram 37 predominantes nas pessoas mais idosas, freqüentemente surpreendem jovens, comprometendo sua capacidade de laborativa. 13.8. ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO O vaso pode ser obstruído por trombo ou êmbolo, ou sua luz comprimida por tumor ou trauma. 13.9. ACIDENTE VASCULAR HEMORRÁGICO Ruptura da parede de um vaso sangüíneo provocando hemorragia cerebral. 13.10. CRISE CONVULSIVA A convulsão è uma desordem cerebral. Durante breve período de tempo, o cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados ao resto do corpo, iniciando as crises convulsivas, também conhecidas por ataques. Ela è a mais comum na infância, quando è maior a vulnerabilidade a infecções do sistema nervoso central ( meningite ), acidentes ( traumatismos do crânio ) e doenças como sarampo, varicela e caxumba, cujas complicações podem causar crises epilépticas. Traumatismo cranioencefàlico, infecções, parasitoses (principalmente neurocisticercose), malformações e tumores cerebrais e abuso de drogas e álcool são as causas mais comuns de convulsão em adultos. Quando a vitima apresenta crises convulsivas repetidas ao longo de sua vida caracteriza- se então uma doença denominada epilepsia, que não è contagiosa. 13.11. DIABETES MELLITUS Diabete é uma doença de evolução crônica em que o organismo è capaz de utilizar a glicose para produção de energia por diminuição ou ausência de insulina. Sem a insulina, a glicose não entra na célula, se acumulando na circulação e como conseqüência, ocorre um aumento do volume urinário na tentativa de eliminar o excesso de açúcar da corrente sangüínea. Esta reação è a principal responsável pelos sintomas do diabete. 13.12. ABDOME AGUDO 38 Doença de elevada incidência que, às vezes, acarreta problemas e dificuldades sérios com relação ao diagnóstico e ao tratamento, pondo em risco a vida do doente. Isso ocorre porque as causas são múltiplas, muitas até graves. Entre elas, apendicite, obstrução intestinal, hérnia estrangulada, úlcera perfurada, gravidez ectópica, inflamação da membrana da cavidade abdominal (peritonite). 13.13. INTOXICAÇÕES EXÓGENAS Venenos são substâncias químicas que podem causar dano ao organismo. Os envenenamentos são, na sua maioria, acidentais, mas resultam também de tentativas de suicídio e, mais raramente, de homicídio. Não existem muitos antídotos (antagonistas específicos dos venenos) eficazes, sendo muito importante identificar a substância responsável pelo envenenamento o mais breve possível. Caso isso não seja possível no início, posteriormente devem ser feitas tentativas de obter informações (e/ou amostras) da substância e das circunstâncias em que ocorreu o envenenamento. Um veneno pode penetrar no organismo por diversos meios ou vias administração, são eles ingestão, inalação, absorção e injetado. 13.14. OFIDISMO É um conjunto de fatores relacionados com acidentes ofídicos, tais como: • Reconhecimento das cobras; • Distribuição Geográfica; • Características; • Prevenção; • Primeiros Socorros. As cobras peçonhentas pertencem a dois grupos e quatro gêneros. Grupo Crotalíneo: Bothrops, crotalus e lachesis Gênero Bothrops: Possuem cabeça triangular, dentes inoculadores de veneno, fosseta loreal, cauda lisa e fina. Jararaca, urutu, jararacuçu, jararaca pintada, etc... São mais de trinta variedades. Sinais e sintomas LOCAL - Inchaço, vermelhidão, dor - evolui equimose até necrose; GERAL - Náusea, vômito, sudorese, diminuição PA, choque, hemorragias, insuficiência renal aguda. 39 Cascavel. Sinais e sintomas LOCAL - Quase ausentes, inchaço, pouca dor ou formigamento. GERAL - Dor de cabeça, náusea, prostração, sonolência, turvação de vista, dificuldade para deglutir, dores musculares. Gênero Lachesi: Possuem a cabeça triangular, dentes inoculadores de veneno fosseta loreal, cauda com escamas arrepiadas no final (ponta de osso). Surucucu. Sinais e sintomas LOCAL - Inchaço, vermelhidão, dor - evolui equimose até necrose; GERAL - Transpiração, dor de cabeça, diarréia, náuseas, vômitos, insuficiência renal aguda. Gênero Micrurus: Possuem cabeça redonda, pequenos dentes que inoculam veneno, não possuem fosseta loreal, possuem anéis coloridos. 40 Coral. Sinais e sintomas LOCAL - Quase ausentes. GERAL - Náusea, vômitos, prostração, sonolência, perda de equilíbrio, fraqueza muscular, paralisia flácida podendo chegar a parada respiratória. Prevenção • Uso de botas de cano alto ou de perneiras de couro com botinas, pode evitar até 80% dos acidentes. • Uso de botinas pode evitar até 60%. • Uso de sapatos pode evitar 50%. • Uso de gravetos ou pedaço de pau para remexer buracos, folhas secas, vãos de pedras, ocos de tronco ... • Uso de luvas longa, de roupas de couro, de calças compridas e camisas de mangas longas. 41 14. PRIMEIROS SOCCORROS COM ÊNFASE EM ACIDENTES OFÍDICOS • Mantenha o acidentado calmo e em repouso; • Evite que ele ande, corra, se agite ou se locomova pelos seus próprios meios; • Lave o ferimento com água e sabão. • Transporte -o cuidadosamente, porém com rapidez, procurando mantê-lo calmo e esperançoso do tratamento eficaz; • Encaminhar para um hospital mais próximo para receber o soro específico, dentro do menor tempo possível, em quantidade suficiente. Aranha marrom (Loxosceles) Pouco agressiva, pequena, encontrada no interior das residências, tem hábitos noturnos. A picada ocorre quando a aranha é comprimida contra o corpo, não produzindo dor imediata. Entre seis a 12h, ocorre um vermelhidão, edema duro e dor local; entre 24h e 36h aprece um ponto de necrose; até 72h, febre, mal-estar e ulceração local. Na forma mais grave pode ocorrer ainda náuseas, vômitos, urina escura e insuficiência renal aguda. Tratamento: Anti-sepsia, curativo local, compressas frias e soroterapia específica. Aranha Armadeira ( Phoneutria) Encontrada em bananeiras, folhagens, tem coloraçãao marrom escura com manchas claras e atinge 12 cm, esta aranha é muito agressiva, na sua picada podem ser encontradas duas marcas em forma de pontos, ocorre dor imediata, edema. Nas crianças, registram-se sudorese, náuseas, vômitos, hipotenção e choque. 42 Tratamento: Suportivo e sintomático; nos casos mais graves está indicado a soroterapia. Tarântula (Lycosa) Pouco agressiva, causando acidentes leves, não faz teia e é encontrada em jardins. Tratamento: Analgésico. Lagartas (Lonomia) Também chamadas de taturanas, possuem o corpo revestidos de espinhos com poderosa toxinas, vivem agrupadas em troncos de árvores, causando acidente pelo contato com seus espinhos. A vítima pode apresentar dor local em queimação, vermelhidão, edema, cefaléia, náuseas e vômitos, podendo ocorres após 72h manchas pelo corpo,manifestações hemorrágicas, podendo evoluir para insuficiência renal e morte. Escorpiões (Tityus) Existem diversa espécies, mas duas merecem atenção médica O escorpião marrom (tityus bahiensis) e amarelo (Tityus serrulatus), a vítima apresenta dor, queimação podendo ocorrer sudorese, arritmias cardíacas, edema agudo do pulmão e choque. 43 15. START- SIMPLES TRIAGEM E RÁPIDO TRATAMENTO 15.1. TRIAGEM OBJETIVO: DAR O MELHOR TRATAMENTO POSSÍVEL ÀS VÍTIMAS A postura de atendimento individualizado “todos os esforços para uma só vitima”, deve dar lugar a uma postura de atendimento baseada nos princípios de triagem. Num acidente com múltiplas vitimas é importante que o caos da cena não seja simplesmente transferido para o hospital mais próximo. Não adianta levar até o local um numero grande de ambulâncias, socorristas, médicos e enfermeiros, além da população, trabalhando desordenadamente, sem uma coordenação. A palavra triagem significa classificar, separar. Consiste numa avaliação rápida das condições clínicas. É um processo que determina prioridades de ação. 15.2. DIVISÃO NA TRIAGEM • Triagem inicial para dimensionar recursos. • Triagem da gravidade de todas as vitimas com identificação e separação das mesmas • Triagem nas áreas de prioridades. • Gastando no processo de triagem no máximo de 60 a 90 segundos por vitima. No método START usa a escala de trauma revisada. Avalia-se a respiração, circulação, nível de consciência. Dividindo as vitimas em 4 categorias de prioridades e utilizar cartões coloridos para definir cada uma das prioridades. 15.3. RESUMO O atendimento em situações de múltiplas vitimas impõe basicamente três princípios: TRIAGEM – TRATAMENTO – TRANSPORTE. 44 Triagem de todas as vitimas, tratamento médico no local para estabilização das vitimas e transporte para o hospital mais adequado. Fluxograma – START 45 16. REFERÊNCIAS Acidentes ofídicos. Prevenção e primeiros socorros. Florianópolis: Gráfica da PMSC, 1994. Advanced emergency care paramedic pratical. Pensylvania: Lippincott Company, 1990. CAMPBELL, John Emory. Basic trauma life support - Advanced prehospital care, 2 Ed. Mariland: Prentice-Hall, 1988. CAROLINE, Nancy L. Emergency care in the streets. 5 Ed. Boston: Little, Brown, 1995. International Fire Service Training Association. Hazardous materials for first responders. Oklahoma: IFSTA, 1994. Manual do curso de formação de agentes de socorros urgentes. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, 1990. MARTINI, Antonio C. Turiani. Manual de socorro básico de emergência. São Paulo: IMESP, 1989. National Association of Emergency Medical Technicians. Pre-hospital trau life support. Basic and advanced. 3 Ed. Missouri: Mosby-Year Book, 1994. PHTLS - Basic and Advanced, Pré-Hospitalar Trauma Life Support. Sétima Edição, Rio de Janeiro, 2011. Suporte Básico De Vida Para Profissionais De Saúde. American Heart Association, 2011, Guarulhos-SP. OLIVEIRA, B.F.M; PAROLIN, M.K.F; VALLE, E.T - TRAUMA - ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR. Editora Atheneu, 2002, Rio de Janeiro, Brasil. TIMERMAN, Sergio. Suporte Básico de Vida. Editora Manole,2011, São Paulo. 46
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