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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 5 2 INTRADERMOTERAPIA ..................................................................... 6 2.1 Indicação ....................................................................................... 8 2.2 Contraindicações .......................................................................... 9 2.3 Profissional indicado para executar a intradermoterapia ............ 10 2.4 Como é feita a aplicação intradérmica ........................................ 11 2.5 Antes e depois da aplicação ....................................................... 11 2.6 Tratamento .................................................................................. 13 2.7 Benefícios do tratamento ............................................................ 15 2.8 Cuidados que devem ser tomados antes, durante e depois das aplicações...... .................................................................................................... 16 3 PREENCHIMENTO FACIAL .............................................................. 16 3.1 Como funciona ............................................................................ 18 4 TOPOGRAFIA FACIAL DAS ÁREAS DE INJEÇÃO DE PREENCHEDORES E SEUS RISCOS ................................................................. 19 4.1 Divisão da face ............................................................................ 20 4.2 Estruturas Anatômicas da Face .................................................. 30 4.3 Procedimentos Injetáveis de Harmonização Facial ..................... 34 4.4 Riscos Inerentes aos Procedimentos Injetáveis de Harmonização Facial.............. ................................................................................................... 36 5 TOXINA BOTULÍNICA ....................................................................... 38 5.1 Indicações ................................................................................... 40 5.2 Como age a toxina botulínica ...................................................... 43 3 5.3 Tratamento .................................................................................. 43 5.4 Modo de Aplicação ...................................................................... 44 5.5 Efeito colateral ............................................................................ 45 5.6 Cuidados e contraindicações ...................................................... 46 6 CARBOXITERAPIA ........................................................................... 47 6.1 Como é feita a carboxiterapia ..................................................... 48 6.2 Indicações ................................................................................... 48 6.3 Benefícios ................................................................................... 50 6.4 Profissionais que podem aplicar a carboxiterapia ....................... 51 6.5 Cuidados e contraindicações ...................................................... 51 7 MICROAGULHAMENTO ................................................................... 51 7.1 Como funciona ............................................................................ 52 7.2 Tratamento .................................................................................. 53 7.3 Finalização .................................................................................. 55 7.4 Sobre as agulhas ........................................................................ 55 7.5 Indicação ..................................................................................... 56 7.6 Contraindicações ........................................................................ 57 8 RADIOFREQUÊNCIA ........................................................................ 59 9 INTRADERMOTERAPIA CAPILAR ................................................... 60 9.1 A intradermoterapia capilar ......................................................... 61 10 CRIOLIPÓLISE .............................................................................. 62 10.1 Pré-tratamento ............................................................................ 63 10.2 Tratamento ................................................................................. 63 10.3 O Pós-tratamento ........................................................................ 67 4 10.4 Indicação .................................................................................... 67 10.5 Cuidados e contraindicações ...................................................... 68 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 70 5 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 6 2 INTRADERMOTERAPIA Fonte: dracleuniceaure.com.br A intradermoterapia é um procedimento originado na França em 1952 pela primeira vez realizado pelo Dr. Michel Pistor, médico ruralista do povoado De Bray Lu a 60 quilômetros da Capital Francesa (COSTA, 2019). Dr. Pistor, tratando um paciente com procaína, por via endovenosa, um anestésico local, disponível na época para o tratamento de asma brônquica pulmonar, ouviu do cliente o seguinte relato: – “Eu não melhorei da asma Doutor, porém, escutei o relógio de carrilhão bater à noite inteira, o que não acontecia há muito”. Pistor então teve a ideia de injetar a procaína próxima do pavilhão auricular em pequenas quantidades e na derme, aproximadamente a 4mm de profundidade (COSTA, 2019). Desta ideia inicial de Pistor passou-se a tratar várias patologias perto do pavilhão auricular como eczemas, inflamações em geral e distúrbio de articulação têmporo-mandibular (COSTA, 2019). 7 É claro que o tratamento não foi instituído para surdez, mas foi o ponto de partida para desenvolver a ideia na França e posteriormente em todo o mundo (COSTA, 2019). A intradermoterapia ou mesoterapia consiste na administração de substâncias ou enzimas abaixo da pele, em diferentes níveis, dependendo do local e da alteração a ser alcançada. O tratamento da lipodistrofia engloba gordura localizada e celulite, pois as substâncias melhorarão a perfusão local, promovendo quebra de gordura e proporcionando redução de medidas e melhora no quadro celulítico (GONÇALVES, 2020). É uma técnica que consiste na aplicação de medicamentos sobre a pele ou no subcutâneo. O processo tem origem francesa e possui o intuito de promover uma alta concentração do fármaco diretamente no local acometido, de forma a reduzir os efeitos colaterais. Com isto há uma absorção efetiva na região afetada, evitando a distribuição que ocorreria quando da administração oral (SILVA, 2020). Para o tratamento muitos medicamentos podem ser utilizados, dependendodo organismo da pessoa e do resultado esperado. A intradermoterapia vem sendo bastante usada no combate à gordura localizada e à celulite. Para tanto, um fármaco é aplicado na área específica (SILVA, 2020). A intradermoterapia é realizada com o uso de agulhas bem curtas, as quais irão depositar o medicamento em questão. São necessárias ao menos 10 sessões para que os resultados fiquem aparentes. Cada sessão dura em média 15 minutos. Pode-se fazer de 1 a 3 sessões por semana, com avaliações de 07 em 07 sessões (SILVA, 2020). É preciso ter cuidado na hora de escolher o local e o profissional que irá realizar o procedimento. Algumas complicações estão envolvidas e é necessário o conhecimento do corpo humano e de farmacologia para que se evitem maiores transtornos (SILVA, 2020). 8 2.1 Indicação Fonte: anacarolinasumam.com.br A técnica é indicada para tratamentos de celulite, gordura localizada, estrias, flacidez e desvitalização da pele da face, em homens e mulheres. Este é o tratamento mais recomendado pela Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética (SBBME) para a perda de gorduras localizadas (SOUZA, 2019). A técnica é indicada para homens e mulheres que desejam reduzir medidas, eliminar gorduras localizadas, diminuir a flacidez e reduzir as celulites. A intradermoterapia já vem sendo aplicada há um tempo e consiste na aplicação de fármacos em específicos sobre áreas bem delimitadas, de forma a promover uma melhor absorção e resultados mais rápidos (SOUZA, 2019). Os medicamentos são introduzidos no tecido subcutâneo e agem nas células de gordura. Locais como o queixo, o abdômen, os culotes e os flancos são os mais submetidos à prática. Gestantes, pessoas com problemas no coração ou sensíveis aos fármacos utilizados não devem praticar a intradermoterapia (SOUZA, 2019). 9 Apesar de seguro, este método ainda deixa os indivíduos vulneráveis a certas complicações. Para evitar transtornos é bom conversar com quem já fez em busca de indicações. É preciso um profissional capacitado e um lugar bem equipado para que o procedimento corra de acordo com o esperado (SOUZA, 2019). Quando um fármaco entra em nosso organismo pela via oral, ele passa por todo o sistema digestório, é filtrado pelo fígado, liga-se a algumas proteínas e a porção restante circula pelo sistema vascular atingindo todos os órgãos. Assim, após todas essas etapas, apenas uma pequena parte do fármaco vai para o alvo. Portanto, da dose inicial, apenas uma fração chega até o local que está a disfunção estética (SOUZA, 2019). A dose de um medicamento usado através das vias habituais é calculada baseada nessa parcela que age no ponto e o restante causa efeitos colaterais. O princípio básico da intradermoterapia é a aplicação mínima de medicamentos, próxima ao local onde vão agir (SOUZA, 2019). Quando o fármaco é aplicado no local, estará presente no ponto alvo em altas doses e quando é absorvida e distribuída estará diluída e com seu efeito muito diminuído para afetar os outros órgãos. Portanto, uma quantidade mínima de medicação aplicada através da intradermoterapia atinge apenas o local alvo e proporciona forte ação seletiva (SOUZA, 2019). 2.2 Contraindicações O tratamento é contraindicado em casos de doenças de pele no local em que o produto será aplicado, para gestantes, lactantes, cardíacos, pacientes com doenças crônicas e também nos casos de alergia às substâncias que são utilizadas no processo. Por isso a consulta com o Biomédico Esteta é de grande valor na seleção do paciente e indicação do tratamento estético (COSTA, 2021). 10 2.3 Profissional indicado para executar a intradermoterapia O profissional indicado para realizar o procedimento é o biomédico esteta, que é capacitado e habilitado pelo seu conselho de classe. Considerando do ponto de vista técnico-legal, a intradermoterapia é uma técnica perfurocortante, escarificante e injetável com o uso de agulhas. De acordo com Resolução CFBM nº 241, de 29 de Maio de 2014, a aplicação de intradermoterapia é ato biomédico e o tratamento deve ser prescrito por biomédico esteta devidamente especializado e habilitado pelo Conselho (COSTA, 2021). Também em acordo com a Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013, este procedimento estético não é uma atividade privativa do médico e nem considerada como invasiva (COSTA, 2021). Fonte: sanebody.com.br 11 2.4 Como é feita a aplicação intradérmica A aplicação é feita usando-se agulhas bem fininhas e curtas, que introduzem pequenas quantidades do medicamento no tecido subcutâneo e dérmico, dependendo da finalidade do tratamento, para que eles atuem nas células de gordura quando utilizados para a redução de gorduras e celulite, e nas células dérmicas quando a finalidade é o tratamento a flacidez e estrias. As micro injeções perfuram a pele em uma profundidade de 0,5 milímetros a 4 milímetros levando a solução chamada de mescla, que consiste em um conjunto de aminoácidos, vitaminas, anestésicos, medicações lipolíticas, substâncias eutróficas, substratos nutrientes e extrato de enzimas e plantas. Todos que possuem autorização de uso pela ANVISA. Com finalidades diversas no tratamento estético (COSTA, 2021). Os medicamentos introduzidos aumentam a permeabilidade celular e promovem a vasodilatação, que favorece a chegada do material. O procedimento gera desconforto mínimo. Mas, para aqueles sensíveis a agulhas, anestesia local tópica é obtida através do uso de creme anestésico (COSTA, 2021). 2.5 Antes e depois da aplicação Para que os resultados fiquem evidentes é preciso ao menos de 10 sessões de intradermoterapia. Estas costumam ser agendadas já no primeiro dia, sendo que se pode fazer de 1 a 3 sessões por semana (COSTA, 2021). Durante o procedimento pode haver uma leve sensação de dor, por isto, caso seja possível, a pessoa deve ir ao local acompanhada de alguém. Os medicamentos são introduzidos com picadas sobre a pele e, dependendo do fármaco e da agulha utilizada, pode doer mais ou menos. Fenômenos locais são capazes dar origem a alergias. Para evitar esta complicação é indicado que se faça uma investigação de antecedentes alérgicos antes do início do tratamento (COSTA, 2021). 12 De uma forma geral, a intradermoterapia não expõe a pessoa a muitos riscos, no entanto, complicações sempre devem ser consideradas quando se trabalha com o corpo humano. Buscar por um profissional qualificado e por lugares com boas indicações são medidas que podem evitar danos futuros (COSTA, 2021). Antes da aplicação: • Deixe a pele bem limpa e livre de cremes. • Não faça sauna antes da sessão. O vapor é um vasodilatador e as chances de ocorrer sangramentos e manchas roxas na hora da injeção aumentam. • O uso de anticoagulantes como ácido acetilsalicílico (Aspirina) nos dias anteriores ao tratamento deixa o sangue mais fluido e, consequentemente, há mais possibilidades de ficar com manchas roxas (COSTA, 2021). Depois das sessões (até 72 horas) • Use roupas leves, como calças de ginástica; • Evite calça jeans; • Use roupas limpas; • Evite situações que possa contaminar o local das picadas; • Não use qualquer tipo de creme, pois podem desencadear uma reação inflamatória; • Tome banho com sabonete neutro e enxágue bem; • Evite depilar-se; • Não realize técnicas como massagens ou outras técnicas na área tratada após a aplicação; • No caso de aparecimento de hematomas, evite o sol (COSTA, 2021). 13 2.6 Tratamento Fonte: magrasssorocaba.blogspot.com.br A intradermoterapia propõe a introdução de medicamentos na derme, camada profunda da pele, através de agulha apropriada de quatro ou seis milímetros de comprimento. Os medicamentos devem ser administrados em pequenas quantidades em cada ponto de aplicação, no máximo 0,2 mililitros, e espalhados em todoleito a ser tratado com vários pontos neste mesmo leito (COSTA, 2021). Ao aplicar um medicamento perto do local afetado pela patologia o leito sanguíneo não deve ser atingido, portanto não se espalhe por todo organismo, a ação deste tratamento será muito mais efetiva que pelas vias tradicionais. Quando se da um medicamento pela via oral, este medicamento passa pelo tubo intestinal, atingindo a circulação venosa, passando pelo coração para daí atingir o tecido a ser tratado. Imagine que isto faz com que uma grande quantidade de medicação seja administrada para uma pequena quantidade atingir o tecido a ser tratado (COSTA, 2021). 14 Na intradermoterapia é necessária uma quantidade muito menor de medicamento, para tratamento de tendinites usamos até vinte vezes menos de anti- inflamatório por semana, evitando os efeitos colaterais esperados destes medicamentos como gastrites, entre outros (COSTA, 2021). Os resultados começam a aparecer após pelo menos 5 sessões, e isto é totalmente dependente das substâncias usadas, que deve ser devidamente selecionada para cada caso e para cada paciente, pelo profissional, que deve ser muito bem capacitado e treinado em seus conhecimentos, e duram em média 15 minutos cada uma (COSTA, 2021) As sessões devem ser realizadas uma vez por semana para tratamentos de celulite, estrias e gordura localizada e até duas vezes por semana para revitalização facial e flacidez de pele, e avaliações a cada 5 sessões (COSTA, 2021). A intradermoterapia é uma terapêutica considerada segura mesmo em caso de gestantes, diabéticos, crianças, idosos e mesmo concomitantemente a outros medicamentos, porém, não é usual, pois podem ocorrer alguns efeitos secundários tais como alergia a um dos componentes da solução injetada, eritema no local da injeção, dor no local da puntura, infecção no local quando não se respeita a assepsia prévia ou por má técnica, cicatrizes, necrose cutânea (COSTA, 2021). O princípio do tratamento baseia-se em conceitos muito conhecidos pela medicina clássica, que são três: 1. Estimulação neuro-sensorial da puntura; 2. Estimulação imunológica local da pequena irritação local provocada; 3. Efeito farmacológico do medicamento. Pode ser utilizado contra os seguintes itens: • Celulite • Gordura Localizada • Queda de Cabelo 15 • Estrias (COSTA, 2021) 2.7 Benefícios do tratamento Fonte: tratamentocapilar.net.br Alguns de seus benefícios são: • A existência de poucos efeitos colaterais, devido a ação do medicamento ser localizada, e não haver uma ação sistêmica. • É uma ótima opção para o verão, pois é um tratamento que apresenta efeito mais rápido, devido à aplicação direta do medicamento no local a ser tratado; • Promove a perda de 3 a 10 centímetros de gordura a cada sessão; • Ajuda a eliminar a flacidez, as estrias e as celulites; • Promove melhora da hidratação da pele e suavização das rugas em poucas sessões; 16 • E se feito por um biomédico estético, não possui riscos à saúde (COSTA, 2021). 2.8 Cuidados que devem ser tomados antes, durante e depois das aplicações. É recomendado que o paciente esteja com a pele limpa, livre de vestígios de produtos usados na pele, como hidratantes e maquiagens. O uso de substâncias anticoagulantes também deve ser interrompido dias antes à aplicação, um exemplo dessas substâncias é o ácido acetilsalicílico. Durante e após o tratamento, o paciente deve optar por roupas de tecidos mais leves e suaves (como o algodão), que não vão entrar em atrito com o local que está sendo tratado. Deve-se evitar principalmente usar jeans. Se surgirem hematomas, o uso de gelo ajuda a minimizá- los e nesse caso também é recomendável não expor a área ao sol. O paciente também não deve submeter outros tratamentos estéticos à área que está sendo tratada pela intradermoterapia sem o conhecimento e consentimento do biomédico esteta responsável (COSTA, 2021). 3 PREENCHIMENTO FACIAL O preenchimento facial é uma técnica imprescindível para o rejuvenescimento. De forma muito rápida, um sulco, uma depressão no rosto ou um lábio pode ser melhorado através dessa técnica (OLIVIERA, 2020). Um dos melhores e o mais seguro produto para o preenchimento facial é, sem dúvida, o ácido hialurônico, que é uma substância produzida naturalmente pelo nosso organismo e está presente principalmente na pele. Tem como função reter água, conferindo hidratação e volume. Gradualmente, com o passar do tempo e o processo natural de envelhecimento, o ácido hialurônico se degrada e o organismo diminui sua capacidade de produção. O resultado é a perda de volume, de contorno e o aparecimento de rugas (OLIVIERA, 2020). 17 As principais marcas de ácido hialurônico liberadas no Brasil são produzidas em laboratórios, de uma forma sintética, mas são semelhantes ao componente natural da pele, assim não causam alergias ou rejeições (OLIVIERA, 2020). A durabilidade do preenchimento varia de pessoa para pessoa e também conforme a técnica e o local aplicado, podendo durar de 09 a 18 meses, quando utilizado o Ácido Hialurônico. Na sequência serão apresentadas outras substâncias (OLIVIERA, 2020). Fonte: danirigo.com.br O preenchimento consiste em um procedimento onde se aplica materiais específico sob a pele, em rugas e depressões, diminuindo a sua profundidade, com o objetivo de restaurar o contorno e volume do rosto, melhorando do aspecto da região tratada (AVELAR, 2021). 18 O preenchimento, através de técnicas específicas é utilizado para correções de contorno do corpo, do rosto, do nariz, sendo que alguns chamam essa técnica de Bioplastia (AVELAR, 2021). 3.1 Como funciona Ao injetarmos o material sob a pele ele “empurra” a pele acima dele para fora, suavizando as rugas e sulcos nessa região. Após a aplicação ocorrem algumas reações que dependem do tipo de material utilizado (AVELAR, 2021). Preenchedores: São substâncias que promovem o preenchimento, aumento de volume no local aplicado (AVELAR, 2021). PMMA (polimetilmetacrilato, metacril ®): ao ser aplicado, ocorre uma reação micro inflamatório que envolve as partículas do polímero e promove a formação de um tecido que o envolve e o mantém no local (AVELAR, 2021). O PMMA é muito utilizado na Bioplastia. Preenchimento com ácido hialurônico: é uma substância presente naturalmente em nossa pele, mas que diminui, junto com as fibras de colágeno, ao envelhecer, levando à formação de rugas, sulcos e depressão da pele. O preenchedor utiliza um ácido hialurônico sintético, idêntico ao da pele, que irá substituir essa perda de volume e melhorando o aspecto e luminosidade da pele (AVELAR, 2021). As marcas mais comuns de ácido hialurônico são: Restylane®, Juvederm®, Teosyal® (GUSMÃO, 2021). O ácido hialurônico pode ser utilizado para o preenchimento de rugas, linhas de expressão, lábios, sulco-nasogeniano, “bigode-chinês”, rosto, preenchimento de grandes lábios (GUSMÃO, 2021). Indutores da formação de colágeno / Estimulação do colágeno: essas substâncias são injetadas na pele e estimulam o próprio organismo a formar novas 19 fibras de colágeno, promovendo uma grande melhora da flacidez da pele e também promovendo o preenchimento de rugas e sulcos do rosto (GUSMÃO, 2021). Como as fibras formadas, serão novamente degradadas com o tempo, essa é uma técnica temporária. Preenchimento com gordura própria (gordura autóloga, auto-enxertia, lipoenxertia): nesse método é colhida gordura da própria pessoa através de lipoaspiração e injetado no local desejado (GUSMÃO, 2021). Também podemos utilizar o preenchimento de gordura para rugas, linhas de expressão, para o rosto e também em preenchimento de glúteos (GUSMÃO, 2021). Antes do procedimento o paciente deve ser orientado sobre a técnica utilizada, sobre as queixas que possui e suas expectativas. Receberáorientação sobre o material utilizado (PMMA, ácido hialurônico, radiesse, sculptra, etc.) (GUSMÃO, 2021). Para iniciar, aplicamos primeiramente um anestésico tópico, para diminuir a sensibilidade à penetração da agulha que, dessa forma costuma ser um processo rápido e indolor (GUSMÃO, 2021). O material do preenchimento é injetado utilizando-se microcrânulas em diferentes camadas da pele, o ácido hialurônico (Restylane, Teosial, Juvederm) é injetado na derme superficial, mais superficial. O radiesse e o sculptra, são injetados um pouco mais abaixo. E por fim no processo de Bioplastia o PMMA é injetado, nas camadas mais profundas da pele (GUSMÃO, 2021). 4 TOPOGRAFIA FACIAL DAS ÁREAS DE INJEÇÃO DE PREENCHEDORES E SEUS RISCOS A classificação por zonas de risco da face, utilizada costumeiramente para o estudo da cirurgia dermatológica, pode servir de referência e auxiliar a prática do preenchimento cutâneo facial na nova abordagem terapêutica do rejuvenescimento. O conhecimento genérico de anatomia, porém, pode ser insuficiente e gerar dúvidas 20 durante a realização dessa técnica, principalmente no que se refere às áreas de injeção, bem como à profundidade dessas injeções (TAMURA, 2013). A injeção de preenchedores em camadas superficiais da pele, exceto na região da glabela, apresenta risco mínimo; entretanto, atualmente as técnicas evoluíram, e na maioria das vezes os procedimentos são realizados na hipoderme e até mesmo em plano supraperiostal (TAMURA, 2013). A pele é o maior órgão do corpo humano e também o mais visível. Por isso, sua aparência tem grande influência na vaidade e autoestima dos indivíduos, interferindo no psicológico e até em sua qualidade de vida. Padrões e gostos se modificam em diferentes épocas e culturas, mas desde o começo dos tempos o homem busca o que lhe é agradável esteticamente. E atualmente, com o avanço da tecnologia e comunicação, identifica-se a tendência da supervalorização da aparência e do potencial financeiro (SCHMIDT, 2021). O aumento dos procedimentos estéticos não-cirúrgicos se deu pela disponibilidade de materiais para preenchimento e também pela maior oferta de profissionais habilitados a realizar tais serviços. Um profissional bem preparado e munido de um minucioso conhecimento da anatomia facial é capaz de fazer modificações sutis em seu paciente para chegar ao resultado desejado9 . Porém, não se pode ignorar o fato de que por mais seguros que cuidados estéticos não- cirúrgicos possam parecer, qualquer procedimento pode causar eventos adversos ao paciente (SCHMIDT, 2021). 4.1 Divisão da face Diferentemente do que já foi descrito na literatura, a face foi dividida em 22 regiões, para adequação das áreas em que são realizados preenchimentos: frontal (1), temporal (2), glabelar (3), supercílio (4), pálpebra superior (5), pálpebra inferior (6), nasociliar (7), sulco nasojugal (8), sulco palpebral lateral (9), nasal (10), malar (11), zigomática (12), fossa canina (13), sulco nasolabial (14), lábio superior (15), lábio inferior (16), bochecha (17), pré-auricular (18), sulco lábiomentual (19), 21 mentual (20), região mandibular posterior (21) (borda anterior do masseter até o ângulo da mandíbula) e região mandibular anterior (22) (entre o sulco melolabial e a borda anterior do masseter). (TAMURA, 2013). FIGURA 1: Descrição abaixo: Região frontal (1) Essa área foi delimitada excluindo-se a glabela; foi traçada uma linha imaginária acima do supercílio, que se inicia nas regiões médio pupilares e se estende bilateralmente até a linha de implantação dos cabelos. Devemos levar em consideração que nessa área, pele, subcutâneo, músculo e aponeurose juntos resultam numa espessura relativamente fina situada sobre estruturas ósseas; qualquer preenchedor injetado nessa região pode resultar em nódulos ou formações lineares visíveis. Lembrar que no nível da borda do couro cabeludo, inicia-se a aponeurose do músculo frontal ou gálea (TAMURA, 2013). 22 Região temporal (2) A região temporal tem como limite medial a linha médio-pupilar em sua porção cranial; a linha de implantação dos cabelos na porção lateral; uma linha acima das sobrancelhas que se prolonga e contorna a borda orbitária lateral; e finalmente se fecha com o arco zigomático como referência do limite inferior. Essa região apresenta riscos devidos à presença da artéria temporal superficial, além do nervo e das veias. A injeção de preenchedores na derme dessa área apresentaria risco baixo, porém, a injeção de substâncias no subcutâneo pode levar não somente à lesão de veias, com formação de hematoma ou equimoses, como à lesão neural caso o procedimento seja realizado de forma intempestiva. A estrutura que gera mais atenção é a artéria temporal; sua canalização e a injeção intravascular de preenchedores poderá levar à necrose tecidual e à embolização do produto, podendo causar até a amaurose, tal como ocorre com vários outros ramos arteriais da região superior da face, pela presença de anastomoses entre artérias superficiais e profundas. Em geral os preenchimentos nessa área podem ser na derme, no subcutâneo ou supraperiostais. Quando a opção é preencher o subcutâneo deve- se atentar para a demarcação da árvore venosa visível, assim como das artérias. Quando a injeção é supraperiostal, os riscos de canalização vascular são menores, especialmente na fossa temporal (TAMURA, 2013). Regiões glabelar e do supercílio (3 e 4) Os limites da região glabelar são: inferiormente a área superior do dorso nasal e a porção medial do supercílio, e superiormente a linha que une segmentos de 1,5cm das linhas médio pupilares, na direção cranial. Já a região do supercílio corresponde à região com pelos, acompanhando a sobrancelha até sua porção lateral, onde há possibilidade de preenchimento. Devemos considerar a artéria supraorbital que surge através do forame supraorbital e que se origina da artéria carótida interna, e também a artéria supratroclear, ramo da artéria facial. Atualmente 23 não se aconselham mais injeções de produtos para preenchimento de rugas ou cicatrizes na região da glabela, devido à possibilidade de embolia arterial com conseqüente amaurose. Nessa região, assim como na temporal localizam-se artérias que podem estar anastomosadas e com fluxo sanguíneo direcionado a artérias terminais como a oftálmica e a retiniana. A embolização desses vasos poderá levar à amaurose imediata e irreversível, até bilateral. Além do cuidado para não canalizar as artérias, devemos estar atentos para evitar injeções profundas na área dos forames supraorbital e supratroclear, prevenindo isquemia das estruturas que de lá emergem. Além do tratamento da sobrancelha nas porções média e lateral, pode- se eventualmente injetar preenchedores na porção medial (região nasociliar) para o tratamento do epicanto, lembrando que essa área não é isenta de riscos (TAMURA, 2013). Pálpebra superior (5) A discussão dessa área se faz porque atualmente têm sido injetados preenchedores em toda a sua porção superior, abaixo da sobrancelha para a correção do olhar “cadavérico”; a tentativa é corrigir a deficiência da bolsa de gordura dessa região e/ou a perda de sustentação que caracteriza um olhar “fundo”. A artéria palpebral superior em continuidade com a angular irriga essa área. Existe pouco tecido de sustentação local, bem como presença de pele e do músculo orbicularis oculi e, abaixo, as bolsas de gordura e a glândula lacrimal, com a possibilidade de acidente vascular (TAMURA, 2013). Pálpebra inferior, sulco nasojugal (goteira lacrimal) e região nasociliar (6, 7 e 8) Há indicação para a correção dessa região quando há resultado estético negativo após a retirada de bolsas de gordura em cirurgias palpebrais, perda de24 sustentação de toda a borda orbitária da pálpebra inferior ou pela exacerbação do sulco palpebromalar medial, inferior e/ou lateral por características familiares. Há íntima relação da área palpebral inferior com o sulco nasojugal (porção medial que acompanha a borda orbitária inferior medial) e com a região nasociliar. É importante atentar para a anatomia dessas regiões e considerá-las em conjunto. Sob estas últimas áreas localizam-se parte da artéria angular, a artéria palpebral inferior e a artéria infraorbitária que se junta à dorsal do nariz, podendo ocorrer necrose tecidual ou embolia. Os planos de menor risco para o preenchimento dessa área seriam o muscular e o supraperiostal, pois os vasos se encontram abaixo da derme e acima do músculo orbicularis oculi. O procedimento deve ser realizado com delicadeza e precisão, tanto com cânulas como com agulhas (TAMURA, 2013). Sulco palpebral lateral (9) Localiza-se na porção lateral da pálpebra inferior, sobre a borda orbitária lateral inferior. Nessa região deve-se atentar para a veia zigomático-palpebral que se encontra sob a pele (muitas vezes visível quando a pele é translúcida), cruzando quase perpendicularmente a borda infraorbital entre a sua região média e o terço lateral. Sua identificação prévia evitaria transtornos como equimoses e hematomas (TAMURA, 2013). Região nasal (10) Ao submeter o paciente à escultura nasal, alguns detalhes devem ser levados em consideração: - A artéria nasal dorsal encontra-se no tecido subcutâneo num plano abaixo da pele e acima do músculo dorsal nasal, podendo ter ramos que se anastomosam com as artérias infraorbitária e angular. - Pacientes que tenham sido submetidas à rinoplastia com concomitante cirurgia na região septal poderão ter a irrigação sanguínea comprometida. 25 As cirurgias plásticas reconstrutivas ou estéticas podem alterar sobremaneira a vascularização da ponta nasal, das narinas, da columela, da fossa canina, e eventualmente uma embolização poderia repercutir até nas artérias angulares. A manipulação das artérias etmoidais durante os procedimentos cirúrgicos aumenta o risco de acidentes vasculares oclusivos. Os ramos da columela e o nasal lateral irrigam a asa, o dorso e o ápice (ponta) nasais. As veias nasais laterais estão a dois ou 3mm do sulco alar e, como a artéria da columela, surgem profundamente na base nasal terminando na ponta, no plexo subdérmico. Os preenchimentos dessa região, especialmente os utilizados para afinar, alongar e diminuir a narina com o objetivo de ocidentalização do nariz negroide, requerem injeções laterais e mais profundas, bem como volumes maiores, condições essas que aumentam o risco (TAMURA, 2013). Região malar (11) Trata-se de área triangular infrapalpebral, limitada medialmente pela região nasal até a porção inferior do sulco nasolabial e, a partir desse ponto, por uma linha imaginária até o arco zigomático. A análise dessa área deve considerar os detalhes anatômicos descritos para a região nasociliar e sulco nasojugal lacrimal, desde que muitas vezes a sua correção associa, no mesmo momento, o tratamento destas outras regiões (TAMURA, 2013). A região malar é nutrida por ramos da artéria angular (facial/carótida externa) e por outra que emerge pelo forame infraorbitário (ramo da artéria carótida interna), juntamente com a veia e o sistema neural sensitivo do nervo infraorbitário. Quando se opta pela injeção retrógrada, os planos e localização do produto podem ser bem controlados. Já a injeção em bolus, quando realizada intempestivamente e sobretudo visando à reconstituição de volume na região supraperiostal pode levar à obstrução do forame infraorbitário, prejudicando a vascularização e podendo ocorrer até necrose neural. Nessa região, há uma camada espessa de tecido subcutâneo, bem como um compartimento de gordura. O plano médio do 26 subcutâneo, limite entre sua parte mais frouxa e a mais densa, característico dessa região, torna a injeção de preenchedores segura, pois as estruturas neurais importantes se encontram em planos mais profundos e os vasos principais se encontram margeando a linha lateral da região nasal (TAMURA, 2013). Região zigomática (12) Pela própria nomenclatura, a região zigomática se encontra lateral à malar, abaixo da temporal e anterior à préauricular. Sua principal estrutura é o nervo zigomático-facial (ramo do trigêmio) que emerge do forame que se localiza no osso zigomático, na zona lateral média. As considerações são as mesmas sobre a injeção de preenchedores com consequente obstrução do forame. Há um complexo arterial importante em planos mais profundos. Encontramos também a veia zigomático palpebral na maioria das vezes visível com a distensão da pele (TAMURA, 2013). Fossa canina (13) e sulco nasolabial (14) Com a técnica atual da reparação volumétrica da região malar, a região da fossa canina, bem como o sulco nasolabial estão sendo preenchidos com menos frequência e menor volume, diminuindo os riscos. Porém há diversos relatos de necrose nessa região incluindo a asa nasal, dorso nasal e parte da região paranasal. As duas principais causas dessa complicação são embolização ou compressão da artéria devidas à grande quantidade de produto injetado e, possivelmente, técnica intempestiva. Há sempre que considerar variações anatômicas muito comuns quando se analisa a anatomia da face. Os vasos principais são as artérias angulares e parte da artéria labial superior, que também podem ser comprometidas, dependendo da altura da injeção do preenchedor no sulco nasolabial (TAMURA, 2013). 27 Lábio superior e inferior (15 e 16) As artérias que irrigam os lábios são as labiais superiores e inferiores (ramos da artéria facial) que se anastomosam com as do lado oposto formando um círculo arterial ao redor da rima da boca. A posição das artérias é desfavorável às técnicas atuais de valorização do volume e do formato convexo dos lábios. O contorno labial, quando realizado num plano superficial, na pele, na mucosa ou em sua junção traz poucas complicações (TAMURA, 2013). As artérias labiais são curvas, onduladas e, portanto, é possível transfixá-las. Elas se encontram na visão anteroposterior, posteriores ao músculo orbicularis oris e relativamente superficiais na projeção do limite entre a mucosa úmida e seca dos lábios. Esta é a região de escolha de muitos profissionais para injetar o preenchedor com o objetivo de obter projeção anterior e volume dos lábios. Os hematomas são frequentes porque não há um tecido firme de contenção do sangramento arterial; portanto, a compressão do vaso transfixado durante o procedimento deve ser firme e prolongada (três minutos ou mais). Compressas geladas são úteis (TAMURA, 2013). Região da bochecha (17) Corresponde à região livre, “solta”, sem fixação; localizase até 1cm lateralmente ao ângulo da boca, é inferior à região zigomática, anterior à pré- auricular, superior à pré-mandibular (“buldogue”, “pré jowl”), e lateral à região malar. Nessa região distribuem-se os ramos arteriais oriundos da artéria facial que se dirigem para os lábios, contornando a região nasal (artéria angular) e incluindo parte do ducto parotídeo. A perda de volume é comum nos indivíduos que praticam esporte de forma intensa e frequente, pode ser constitucional, causada por drogas ou por doenças consumptivas; frequentemente é a única área que necessita de correção (TAMURA, 2013). 28 Região pré-auricular (18) Trata-se da área posterolateral ao limite da bochecha, incluindo 2cm anteriormente ao tragus até o mesmo. O limite superior é a região zigomática, e o inferior a zona do ângulo da mandíbula a 1,5cm da borda mandibular posterior. Nessa região, em ponto próximo ao tragus, emerge o nervo facial que vai inervar as diversas estruturas/regiõesda face; há ramos vasculares profundos oriundos da artéria carótida interna, mas a estrutura de maior importância é a glândula parótida, que se encontra abaixo do tecido subcutâneo. Portanto, o preenchimento dessa região é feito somente na pele e no tecido subcutâneo. Entre essa região e a bochecha a mais ou menos um terço anteriormente ao ângulo da mandíbula (entre a mandíbula anterior e posterior), encontra-se o trajeto da artéria facial, que já está se ramificando e distribuindo seus ramos para a região perioral e alguns para a área pré-tragal (TAMURA, 2013). Sulco labiomentual (19) O sulco labiomentual compreende uma porção em faixa que abrange área entre o ângulo lateral da boca até 1cm lateralmente a ele, seguindo-se caudalmente até a borda mandibular. Além dos ramos arteriais que irrigam os lábios superior e inferior, essa região apresenta uma trama vascular venosa superficial importante, com vasos calibrosos e que muitas vezes podem ser visualizados ao se distender a pele de pacientes com pele fina e do tipo I ou II. Frequentemente há equimoses e, não raramente, hematomas, pois a porção é livre e não há compartimentos ou limites para contenção do sangramento. Nesse local, ao ser transfixados vasos, deve ser feita compressão firme por alguns minutos (TAMURA, 2013). 29 Região mentual (20) A região mentual não apresenta estruturas de risco, porém o forame mentual pode sofrer injeção inadvertida de produto com comprometimento das estruturas que por lá passam, e cuja referência se faz grosseiramente pela linha mediopupilar que se destina à localização dos principais forames sensitivos da face. Na região do sulco labiomentual encontra-se o ramo arterial do lábio inferior, que cruza a região e o sistema venoso, que por estar próximo ao sistema de drenagem se torna mais calibroso, sendo frequente a presença de hematomas ou equimoses (TAMURA, 2013). Região mandibular posterior (21) Separamos a região mandibular posterior cuja área é a que se situa entre a borda anterior do masseter e o ângulo da mandíbula. Próximo à borda anterior do masseter, no osso mandibular, encontramos uma depressão em que a artéria facial se localiza. Essa depressão é criada pela própria artéria durante os anos da vida pulsando sobre o osso. Portanto, em geral, os preenchedores, sendo injetados na pele ou no tecido subcutâneo, não costumam traumatizá-la, mas procedimentos agressivos, realizados sem conhecimento anatômico, poderão resultar em lesão arterial séria (TAMURA, 2013). Região mandibular anterior (22) Essa região se localiza a 1cm posteriormente ao sulco melolabial (pois separamos a região lábiomentual para fins didáticos) e a borda anterior do masseter, representando na verdade a região denominada “pré jowl” ou “buldogue” deixando livre 1cm da área labiomentual em que podem ser aplicados preenchedores para a melhoria do contorno facial. Não apresenta estruturas de alto risco, e, em geral, não se preenche essa área porque pode haver piora da flacidez 30 local, podendo o peso do produto trazer um mau resultado quando o objetivo é obter um contorno facial para o rejuvenescimento (TAMURA, 2013). Só o conhecimento pormenorizado da anatomia facial permite que o profissional realize seus procedimentos com segurança. A correlação feita em áreas distintas pode ser útil para que o médico inicie sua prática com preenchedores. Devemos, no entanto, lembrar que não se sugere uma nova divisão anatômica, mas apenas uma separação das regiões faciais que são habitualmente tratadas por preenchedores para analisá-las individualmente (TAMURA, 2013). 4.2 Estruturas Anatômicas da Face A face humana é uma estrutura bastante complexa, composta por tecidos e órgãos que se entrelaçam em diferentes regiões e profundidades, na qual um estudo minucioso coadjuva no aprimoramento das técnicas utilizadas nos procedimentos injetáveis de estética facial. Para fins de harmonização facial, inicialmente devemos realizar uma avaliação da anatomia superficial da face, levando em consideração o fato de que a proporcionalidade é a característica mais relevante quando se trata de harmonia, e também, a naturalidade e suavidade de seus contornos (TAMURA, 2013). É possível dividir a estrutura dos tecidos moles faciais em cinco camadas distintas, unidas entre si pelos ligamentos retentores faciais: superficial (1), subcutânea (2), músculo-aponeurótica (3), tecido conjuntivo frouxo ou areolar (espaços alternados de tecidos moles e retenção de ligamentos) (4) e fáscia profunda (5). A pele é a camada que faz o limite do organismo com o meio externo, formada pela epiderme e pela derme. A primeira, mais superficial, é constituída pelo tecido epitelial e a segunda, mais espessa é formada pelos tecidos conjuntivos. Existe uma tela subcutânea que une a derme aos órgãos e tecidos, que apesar de chamada de hipoderme, não faz parte da pele. Para a finalidade deste estudo, foi 31 considerada a pele localizada em toda a região facial e a superfície externa dos lábios, abrangendo tecido epitelial, tecido conjuntivo e conjuntivo adiposo. A epiderme é a camada mais externa da pele e reveste toda a superfície do corpo (TAMURA, 2013). É composta por quatro ou cinco camadas distintas dependendo de sua localização: córnea, é a camada mais superficial da pele, é uma fina camada composta de 25 a 30 camadas de células mortas queratinizadas que servem de barreira impermeabilizando a pele; granulosa, contendo três a cinco camadas de células em fase de morte celular (apoptose); espinhosa, composta por camadas de oito a dez células organizadas que vão se achatando à medida que se aproximam da camada granulosa (a epiderme não é vascularizada, mas a partir desta camada, as células são nutridas por capilares que se encontram na derme); e basal, a camada mais profunda, composta por uma única célula epitelial em formato de cubo ou coluna. Nesta camada encontramos células de pigmentação (melanócitos), de defesa (Langherhans) e sensitivas (Merkel). Nos lábios, a epiderme possui cinco camadas, com a presença do estrato lúcido entre as camadas granulosa e córnea. Trata-se de uma fina camada, rica em queratina e composta por três a cinco células mortas, achatadas e translúcidas. Aderme é mais profunda e mais espessa e é composta portecido conjuntivo e apresenta vasos sanguíneos, nervos, terminações nervosas, vasos linfáticos e anexos cutâneos. É a derme que dá sustentação e fornece os nutrientes à epiderme (TAMURA, 2013). Ela se divide em duas regiões: uma superficial chamada de papilar, formada por tecido conjuntivo propriamente dito do tipo frouxo e outra profunda ou reticular, composta pelo tecido conjuntivo propriamente dito do tipo denso não modelado. É um tecido pouco distensível e bastante resistente à penetração de agulha . Em um estudo anatômico realizado em cadáveres foi avaliada a espessura da pele em 39 regiões diferentes do rosto humano e verificou-se que existe variações na profundidade da epiderme e da derme ao longo da face. Neste estudo utilizou-se um sistema métricodeespessura relativa(RT) definida por cálculos a partir do local anatômico mais fino. E a partir dele, todos os outros locais foram comparados proporcionalmente para chegar um múltiplo deste valor (TAMURA, 2013). 32 Atentar para estas variações de espessura nas regiões da face é imprescindível para definir as diferentes profundidades de agulha durantes os procedimentos. Existe uma técnica muito utilizada que indica a introdução de agulhas em diferentes ângulos para compensar essas variações de espessura. Porém esta técnica deve ser respeitada milimetricamente. A última camada da pele não faz parte dela propriamente. É a tela subcutânea ou hipoderme, formada por tecido conjuntivo frouxo, adipócitos entrelaçados com vasos sanguíneose fibras colágenas que reforçam a sua estrutura. Os adipócitos presentes na camada adiposa subcutânea são os responsáveis pelo armazenamento de triglicerídeos e estão associados ao armazenamento energético e homeostasia do organismo. Também têm a função de proteção física, isolante térmico e auxilia na movimentação dos músculos faciais. Essa gordura superficial fica distribuída em septos que se estendem entre os músculos e o tecido conjuntivo da pele e são chamados de falsos ligamentos de retenção. Nessa região encontramos também uma camada adiposa mais profunda, os verdadeiros ligamentos de retenção9 . São eles que criam o volume facial e estão inseridos nos ossos da face. Os ossos da face têm grande importância no contorno do rosto, uma vez que influenciam diretamente na definição e volume dos tecidos moles (TAMURA, 2013). Os ossos que se encontram nas regiões nasal, malar (zigomático e maxila superior) e mentual sustentam os enxertos profundos e preenchimentos da face . A face é composta por tecido muscular estriado esquelético. São músculos bastante superficiais que têm origem em ossos do crânio ou na fáscia e inserções na pele. Ao se contraírem não movimentam nenhuma articulação. Seus pontos de fixação e localização promovem a movimentação da pele, emtornodosolhos,boca e narinas, por isso são chamados de músculos da mímica ou expressão facial. No quadro 1, são apresentados os músculos da mímica facial, sua origem, inserção e movimento que provoca (TAMURA, 2013). 33 Quadro 1. Músculos da mímica facial Músculo Origem Inserção Movimento que provoca Músculo frontal Aponeurose epicrânica Pele da sobrancelha e aponeurose epicrânica Enruga a testa e movimenta o couro cabeludo Músculo corrugador do supercílio Fáscia acima da sobrancelha Raiz do nariz Retrai a sobrancelha sentido linha média Músculo prócero Dorso do osso nasal Pele, na região da glabela Movimenta os supercílios e a fronte Músculo orbicular Ossos mediais da órbita Tecido da pálpebra Fecha os olhos e comprime o saco lacrimal Músculo nasal Maxila e cartilagem nasal Aponeurose do nariz Alarga e comprime as narinas e abaixa as cartilagens nasais Músculo levantador do lábio superior Parte superior da maxila e osso zigomático Orbicular da boca e pele acima do lábio Levanta o lábio superior e expoe os dentes superiores Músculo levantador da asa do nariz e do lábio superior Maxila Asa do nariz e no lábio superior Eleva e everte o lábio superior e dilata as narinas Músculo zigomático maior Zigomático Pele, no ângulo boca e orbicular da boca Eleva e everte o ângulo da boca Músculo zigomático menor Zigomático Lábio superior Eleva o lábio superior, expondo os dentes superiores Músculo levantador do ângulo da boca Maxila Orbicular da boca Levanta o lábio superior Músculo risório Fáscia da bochecha Orbicular da boca, no canto da boca Puxa o ângulo da boca lateralmente Músculo bucinador Maxila e mandíbula Orbicular da boca Comprime a bochecha Músculo abaixador do septo nasal Acima do dente incisivo medial Cartilagem do septo nasal Movimenta a asa do nariz Músculo orbicular da boca Fáscia contornando os lábios Mucosa dos lábios Fecha e enruga os lábios Músculo depressor do ângulo da boca Mandíbula Orbicular da boca e pele do lábio inferior Abaixa o canto da boca Músculo depressor do lábio inferior Músculo mentual Canto inferior do orbicular da boca Abaixa o lábio inferior Músculo mentual Mandíbula Orbicular da boca Eleva, everte e protrai o lábio inferior; enruga a pele do queixo Músculo platisma Fáscia do pescoço e tórax Margem inferior da mandíbula Abaixa a mandíbula e lábio inferior 34 A face é altamente vascularizada e inervada. A irrigação se dá basicamente pela artéria carótida externa no terço médio e nas regiões temporal e parietal. Nas regiões anterior e dos olhos podemos encontrar ramos da artéria carótida interna. A artéria dorsal do nariz divide os sistemas arteriais através das artérias oftálmica e facial. A artéria facial é o ramo lateral da artéria carótida externa que chega à face. Em seu trajeto ascendente, a artéria facial se ramifica em artérias labiais superior e inferior, na altura dos lábios e artéria angular, na lateral do nariz. Na altura dos olhos, ela realiza uma anastomose com a artéria dorsal do nariz (ramificação da artéria supratroclear, advinda de ramificações da carótida interna). A artéria supratroclear segue um trajeto medial à fronte. Ainda na fronte, acima dos olhos temos a artéria supraorbital. Abaixo dos olhos encontramos a artéria infraorbital. A região do mento é irrigada pela artéria mentual (TAMURA, 2013). Os principais nervos que encontramos na face são o trigêmeo e o nervo facial. Estes nervos possuem sua própria trajetória e se subdividem na face dando origem a vários outros nervos. O nervo trigêmeo é um nervo sensitivo, mas também fornece estímulo motor para os músculos da mastigação. Se divide em três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O nervo oftálmico origina os nervos frontal, lacrimal e nasociliar. O nervo frontal origina os nervos supraorbital e supratroclear. O nervo maxilar se ramifica originando o nervo infraorbital e o nervo zigomático (que se divide em zigomaticofacial e zigomaticotemporal). O nervo mandibular dá origem ao nervo auriculotemporal, alveolar e mentual. O nervo facial é essencialmente motor e é o responsável pela inervação dos músculos da mímica facial. Este nervo se distribui por toda face após sua passagem pelo forame estilomastóideo. Divide-se em ramos temporais, zigomáticos, bucais, mandibulares marginais e cervicais (TAMURA, 2013). 4.3 Procedimentos Injetáveis de Harmonização Facial 35 Para este estudo, foram selecionados os dois procedimentos de estética facial minimamente invasivos mais procurados no Brasil atualmente segundo os estudos realizados: toxina botulínica e preenchimento facial com ácido hialurônico. A Toxina Botulínica (TXB) é uma neurotoxina usada na estética para atenuar rugas e suavizar linhas de expressão facial, sendo geralmente aplicada nas regiões de testa, glabela, região dos olhos e nariz (TAMURA, 2013). A neurotoxina mais utilizada atualmente é o tipo A (TXB-A) dentre as quais, 3 tipos principais são encontradas no mercado: Toxina Onabotulínica A, Toxina Abobotulínica A e Toxina Incobotulínica A, todas com mecanismo de ação semelhante, impossibilitando a liberação do neurotransmissor acetilcolina, que promove a contração muscular. O efeito paralisante da toxina pode ser percebido entre 24 e 48h e não é permanente, pois o corpo inicia um rebrotamento neural entre 2 e 6 meses após a aplicação e a função motora começa a reaparecer em torno de 3 a 4 meses com seu retorno total até 6 meses após tratamento. O preenchimento facial é um procedimento estético realizado com materiais biocompatíveis e semipermanentes. O sucesso da técnica se deve à previsibilidade de resultado, segurança e efeito imediato. Indicado para preenchimento dérmico de linhas e dobras e também para volumização de lábios, queixo e bochechas (TAMURA, 2013). Dentre os preenchedores disponíveis, o mais utilizado é o Ácido Hialurônico (AH), um preenchedor não permanente com ação de 6 a 24 meses após aplicação que não necessita de realização de teste cutâneo prévio para sua aplicação. Écomercializado em forma de gel e pode ser armazenado a temperatura ambiente (TAMURA, 2013). O AH retém água e preenche os espaços intercelulares disponíveis na derme promovendo aumento volumétrico no local aplicado pois é uma molécula altamente higroscópica, que pode reter cerca de 1000 vezes o seu tamanho em moléculas de água. Sua degradação é isovolêmica, ou seja, ele é absorvido aos poucos pelo organismo sem perder seu efeito estruturale mantém as propriedades de biocompatibilidade. Em função destas características, o AH é muito utilizado na 36 correção de rugas, linhas e sulcos, preenchimento de lábios, queixo, bochechas e harmonização de assimetrias e proporções na face (TAMURA, 2013). 4.4 Riscos Inerentes aos Procedimentos Injetáveis de Harmonização Facial São considerados Eventos Adversos quaisquer incidentes que venham acarretar algum tipo de dano ao paciente e estão normalmente associados ao tipo de produto utilizado e à forma de aplicação. No caso da TXB-A, pode-se observar o excesso de relaxamento do músculo alvo ou da musculatura adjacente, normalmente causadas por falha na reconstituição da toxina, excesso de produto e/ou falhas na técnica de aplicação. Alguns casos descritos na literatura são assimetrias, ptose papebral, formação de bolsas na região dos olhos por diminuição da metabolização hídrica da região, encurtamento ou limitação do sorriso, paresia e/ou parestesia dos labios, disfagia. Todos estes eventos são causados por efeito da toxina em músculos adjacentes ao musculo-alvo. Nossas expressões são resultado da combinação da ação de diversos músculos. Ao relaxar um único músculo, podemos interferir em variadas expressões faciais do paciente, o que torna fundamental para o profissional que realiza tal procedimento, um forte conhecimento anatômico e aguçado senso estético. Nos procedimentos de preenchimento facial, as áreas mais acometidas por EA são glabela, sulco nasogeniano e sulco nasolabial. Os EAs mais severos relatados são isquemia por compressão vascular e embolia causada pelo depósito do produto de forma intravascular, que podem levar a graves complicações . Os nervos encontram-se, em sua maior parte, superficializados na face, o que os torna bastante vulneráveis a lesões durante procedimentos estéticos. Estas lesões podem levar a alterações na motricidade e sensibilidade da região enervada. Apesar dos nervos serem estruturas altamente especializadas, eles possuem muito pouca capacidade de regeneração . 37 Necrose é a morte tecidual resultante de uma isquemia, que pode ocorrer por injeção intravascular do material, provocando embolia vascular ou pela compressão do vaso pelo produto aplicado, impedindo o fluxo sanguíneo. As áreas de maior risco são a glabela e a região nasal, devido a suas características anatômicas. Além da necrose, a interrupção do suprimento sanguíneo pode acarretar outros problemas, como é o caso da compressão dos vasos que alimentam o globo ocular, que levam a uma cegueira irreversível. Assim como no tratamento com TXB-A, para a realização de preenchimento facial, também se faz necessário o domínio de vários fatores importantes, como conhecimento do tipo e comportamento do material preenchedor, definição de local, técnica e volume a ser aplicado, uso de agulha ou microcânula, além de domínio e ciência sobre a melhor técnica para cada procedimento (técnica linear, em leque, crosshatching, multipuntura, bolus, torre, entre outras). Tão importante quanto todos estes quesitos, é o conhecimento da anatomia e fisiologia da região a ser trabalhada, pois as formas mais graves de Eas normalmente são relacionadas com a falta de preparo do profissional, uso incorreto de técnicas de aplicação, escolha inadequada do produto e, principalmente, o desconhecimento anatômico muscular e de vasos e nervos da face. Os procedimentos injetáveis de estética avançada são uma ótima opção no propósito de harmonização facial, diminuindo a necessidade de cirurgias para obtenção de um resultado estético desejado. Porém, apesar de minimizados os riscos quando comparado às cirurgias plásticas, estes procedimentos não estão livres da possibilidade de ocorrência de eventos adversos. Pode-se perceber, a partir da exposição da anatomia facial e do conhecimento dos riscos envolvidos nos procedimentos, que a face é uma estrutura complexa que requer um estudo detalhado por parte do profissional que se propõe a trabalhar com os procedimentos estudados, e mostra-se de fundamental importância um profundo conhecimento anatômico na tentativa de minimização de erros previsíveis durante a realização de procedimentos injetáveis de estética avançada com propósito de harmonização facial. 38 5 TOXINA BOTULÍNICA A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida pela mesma bactéria que causa intoxicação alimentar, o Clostridium botulinum. Embora seja uma substância altamente tóxica que afeta o sistema nervoso causando paralisia e morte, a toxina botulínica é usada há muitos anos por especialidades médicas como Oftalmologia e Neurologia para tratar doença como o estrabismo, espasticidade, distonia cervical, distonias focais e blefarospasmos. Essa toxina também tem sido muito eficaz em tratamentos estéticos para a correção de rugas dinâmicas ("pés de galinha", rugas da testa ou entre as sobrancelhas) (MARTINEZ, 2018). O Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbica (prolifera em ambientes pobres em oxigênio), gram-positiva, formadora de esporos, que possui formato de bastão. São organismos comumente encontrados em solos e sedimentos marinhos, como também se desenvolvem em enlatados ou nos alimentos mal conservados causando envenenamento. Sua toxina é tão poderosa que cerca de um micrograma é letal para os seres humanos (MARTINEZ, 2018). A toxina botulínica age bloqueando a produção ou a liberação de acetilcolina nas sinapses e junções neuromusculares. Especificamente, para fazer com que os músculos se contraiam, os nervos libertam a acetilcolina. Esta se liga aos receptores nas células do músculo e faz as células musculares contraírem. A toxina botulínica age então, impedindo a liberação da acetilcolina e, consequentemente, impede a contração das células musculares (MARTINEZ, 2018). A fim de afetar a liberação de acetilcolina, a toxina botulínica é injetada no músculo. Por isso esta toxina é muito utilizada no campo da estética, pois as rugas dinâmicas são devidas à contração muscular. Logo, injetando a toxina, esta irá paralisar os músculos que formam as rugas (MARTINEZ, 2018). O tratamento envolve a injeção de quantidades muito pequenas de toxina botulínica diretamente nos músculos faciais para relaxá-los, utilizando-se de uma 39 pequena agulha. Os efeitos colaterais das injeções incluem reações alérgicas, erupções cutâneas, coceira, dor de cabeça, dor de garganta, dificuldade para engolir, dificuldade em respirar, náuseas e fraqueza. Pacientes também se queixam de dor e sensibilidade no local da injeção (MARTINEZ, 2018). Os efeitos da toxina botulínica começam a ser percebidos dentre alguns dias após a injeção. Eles atingem seu pico geralmente dentro de duas semanas, e então desaparecem gradualmente nos próximos 2 a 3 meses. Quando os efeitos da toxina desaparecem após alguns meses, a reinjeção é necessária para o prosseguimento de relaxamento muscular (MARTINEZ, 2018). Fonte: www.brasilao.com É importante ressaltar que injeções de toxina botulínica não devem ser utilizadas durante a gravidez ou durante o aleitamento. Também é desaconselhável 40 para pessoas com certas condições neurológicas como a doença neuromotora ou miastenia grave (MARTINEZ, 2018). O BOTOX® é a marca mais conhecida de comercialização da toxina botulínica e foi a primeira a ser liberada para o uso estético. Foi aprovada no Brasil somente em 2002 para o uso cosmético e tem sido utilizada desde então por vários centros estéticos (MARTINEZ, 2018). Essa substância vem sendo pesquisada e estudada por várias décadas. Os estudos foram iniciados em razão desta (toxina botulínica) ser uma substância que pode ser encontrada em determinados alimentos e levar ao botulismo. O primeiro uso desta sustância de forma terapêutica foi feito poroftalmologistas, para o tratamento de espasmos involuntários da musculatura das pálpebras. O estudo desta toxina no tratamento de rugas iniciou-se há cerca de 10 anos (GIACOMAZZI, 2019). 5.1 Indicações É usada no tratamento de vários distúrbios médicos. Na dermatologia e na Cirurgia dermatológica é usada para corrigir rugas de expressão, assimetrias faciais e casos de sudorese excessiva (hiperidrose) nas mãos, pés, axilas, face e região inguinal. Muitas vezes é aplicada também para melhorar o resultado estético de uma cirurgia, mantendo a área operada em repouso enquanto ocorre a recuperação completa (MENDONÇA, 2019). Por inibir as contrações musculares, a toxina botulínica está indicada para eliminar ou amenizar temporariamente as rugas em torno dos olhos, os "pés de galinha" e as rugas entre as sobrancelhas. Está indicado para as chamadas rugas dinâmicas ou rugas de expressão que são aquelas que surgem com a movimentação dos músculos da face (sorriso, preocupação, ansiedade...) (SOUZA, 2020). Dentre as indicações da toxina botulínica tipo A aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estão distonias; desordens 41 autônomas caracterizadas por hipersecreção; uso cosmético; hiperatividade muscular involuntária; desordens dolorosas musculoesqueléticas; dor de cabeça (SOUZA, 2020). Como em estrabismo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, distonias, espasticidade e bruxismo. Além das indicações terapêuticas, o medicamento é amplamente conhecido no tratamento de linhas faciais hipercinéticas e para o tratamento da hiperidrose palmar, plantar e axilar (SOUZA, 2020). A toxina botulínica é também utilizada para tratamento em crianças com problemas musculares. Esta toxina permite, que depois de aplicada na zona em causa (ex: pernas), a criança tenha mais flexibilidade muscular (SOUZA, 2020). Aplicada diretamente nos músculos comprometidos, a toxina provoca um relaxamento e bloqueia a atividade motora involuntária, o que reduz a dor e aumenta a amplitude de movimento dos pacientes. O relaxamento e a melhora na movimentação são fundamentais em todas as etapas do tratamento – permitem que o fisioterapeuta maneje os membros afetados, por exemplo. O tratamento com a toxina pode reduzir o uso de medicação antiespástica e, inclusive, retardar ou evitar intervenções cirúrgicas (SOUZA, 2020). A toxina botulínica tem sido utilizada para tratamento de rugas de expressão, sorriso deprimido, e também para tratamento de hiperidrose palmar e ou axilar (SOUZA, 2020). O efeito começa após 24 horas da aplicação e é bem notável após 3 dias. Se necessário alguma complementação, esta deverá ser realizada 20 dias após a aplicação (SOUZA, 2020). Em 2007, os tratamentos estéticos não cirúrgicos lideraram o ranking do ASAPS (Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética) com 9.621.999 procedimentos realizados. Entre os que se destacam como os mais populares e os mais procurados são a aplicação com Toxina Botulínica Tipo A (2.775.176) e o preenchimento com ácido hialurônico (1.448.716) (SOUZA, 2020). Os dados confirmam a tendência de que os pacientes buscam tratamentos mais simples, práticos e não invasivos. Ao todo, em 2007, os tratamentos não 42 cirúrgicos atingiram 82% dos procedimentos estéticos, contra os 18% restante, que foram cirúrgicos. Desde 1997, estes dados representam um incremento de 754% para os procedimentos não cirúrgicos contra 114% para os cirúrgicos (COSTA, 2019). Fonte: draugustocesar.com As mulheres representam o público que mais procura o procedimento, mas a preferência dos homens também cresce de forma interessante (91% mulheres e 9% homens). A faixa de idade em que se concentrou o maior número de tratamentos compreende pessoas entre 35 e 50 anos (46% do total), seguido pelas pessoas entre 19 e 34 anos (21% do total), mais de 65 (6% do total) e por último, menos de 18 anos (menos de 2% do total) (COSTA, 2019). Quanto maior for a concentração, maior o efeito e a duração. 43 5.2 Como age a toxina botulínica A toxina relaxa o músculo onde é aplicada ou promove a redução ou parada na produção de suor nos locais onde for injetada. Desta maneira elimina ou suaviza asrugas de expressão localizadas nas laterais dos olhos (pés de galinha), entre as sobrancelhas, na testa, pescoço, ao redor da boca e na área do decote. Quando aplicada nas axilas ou nas palmas, permite que pacientes portadores de hiperidrose levem uma vida normal sem os inconvenientes e constrangimentos causados pela sudorese excessiva e sem a necessidade de afastamento de suas atividades diárias. Pode aplicar a toxina para minimizar assimetrias da face causadas por paralisias, retirada de tumores ou hipertrofias musculares como a do músculo masseter (JORNAL SUDOESTE DO ESTADO, 2020). 5.3 Tratamento Em consultório ou ambulatório médico. Na maioria dos casos não é necessária anestesia, apenas o uso prévio de cremes anestésicos para tornar mais confortável o procedimento (GIACOMAZZI, 2020). O tratamento envolve injeções de pequenas quantidades de toxina botulínica nas áreas afetadas, é bem tolerado e demora poucos minutos, sem necessidade de afastamento ou período de recuperação prolongado (GIACOMAZZI, 2020). A toxina botulínica inicia o efeito em 3 a 7 dias após o tratamento. A melhora geralmente dura de 3 a 6 meses, antes do término gradual do efeito e da volta da ação muscular ou da sudorese. Antecipa-se que o paciente médio necessitará de reaplicações em intervalos variados (GIACOMAZZI, 2020). A aplicação é feita através do uso de agulhas finas na área a ser corrigida. Deve ser feita por um profissional médico treinado e experiente, no consultório e sem a necessidade de anestesia (SOUZA, 2020). O paciente sente apenas a dor da picada da agulha sendo esta perfeitamente suportável. 44 Com o paciente assentado ou recostado são feitas três aplicações entre as sobrancelhas e três na parte externa de cada olho (no local correspondente aos "pés de galinha") (SOUZA, 2020). O efeito do botox inicia-se 48 a 72 horas após a aplicação e tem efeito máximo em 1 semana. A duração é em média de 4 a 6 meses podendo aumentar com sucessivas aplicações. A aplicação poderá ser repetida após o término do efeito (SOUZA, 2020). 5.4 Modo de Aplicação Fonte: www.drjorgepinto.com.br Sua administração é feita através de injeção intramuscular. Após a injeção, a toxina botulínica produz atrofia das fibras musculares pelo período de quatro semanas (NOGUEIRA, 2021). Depois de quatro meses, ou mais, o processo normaliza e a placa da junção neuromuscular volta a atividade (NOGUEIRA, 2021). 45 Este processo de volta de atividade da placa neuromuscular ocorre por formação de novas placas (NOGUEIRA, 2021). Num período de quatro a seis meses inicia a total regeneração da placa neuromuscular e a restauração dos movimentos musculares (NOGUEIRA, 2021). Logo a seguir à injeção da toxina botulínica pode ocorrer uma alteração histopatológica que pode durar até três anos (NOGUEIRA, 2021). A duração varia de indivíduo para indivíduo. Para alguns pesquisadores, os efeitos terapêuticos da toxina botulínica, após vários tratamentos, duram mais; para outros, a durabilidade diminui a cada vez que se repete a aplicação de toxina (NOGUEIRA, 2021). A resistência à toxina botulínica ocorre por aplicações repetidas com dosagens altas. É melhor utilizar a mesma marca de toxina, pois os graus de pureza são diferentes (NOGUEIRA, 2021). Não é necessário fazer anestesia para a sua aplicação. Pessoas sensíveis podem usar pomada anestésica uma hora e meio antes da aplicação. Após a injeção da toxina botulínica o paciente pode sentir uma ardência no local. Podem surgir hematomas no local aplicado que desaparecem quatro dias depois (NOGUEIRA, 2021). Trêsdias após a injeção da toxina botulínica já pode se notar sua ação, que vai aumentando, gradativamente, até o período de quatro meses, aproximadamente. A pele fica mais lisa, sem rugas, e a pessoa apresenta uma aparência mais suave. 5.5 Efeito colateral Os efeitos colaterais são mínimos e geralmente relacionados ao local da injeção. Dores ou uma leve contusão, mesmo sendo incomuns, podem ocorrer ao redor do local da injeção. Maquiagem pode ser usada após o tratamento. Uma dor de cabeça temporária não é incomum após a aplicação na área da testa, especialmente após o primeiro tratamento (SOUZA, 2020). 46 Em raras situações, o paciente pode desenvolver fraqueza temporária dos músculos vizinhos e um abaixamento da sobrancelha ou da pálpebra. Todos estes possíveis efeitos são leves e temporários e na maioria dos casos não limitam significativamente as atividades rotineiras (SOUZA, 2020). A toxina botulínica é a substância causadora do botulismo, portanto seu uso para fins terapêuticos foi, por muitos anos, prorrogado devido ao medo de que essa forma de utilização também pudesse desencadear a doença. Depois de muito estudo percebeu-se que se essa substância fosse utilizada em pequenas quantidades não haveria chance de desenvolvimento do botulismo, mas sim a possibilidade de correção de alterações relacionadas à contração muscular em determinados locais do corpo (SOUZA, 2020). 5.6 Cuidados e contraindicações Após a aplicação o paciente deve permanecer, no mínimo quatro horas, sem manipular os locais das aplicações. Deve evitar massagens e, principalmente, não deitar durante as quatro primeiras horas. Os efeitos são melhores se o paciente movimentar insistentemente os músculos trabalhados, franzindo ou enrugando a testa, as sobrancelhas ou os olhos, também por um período de 4 horas (SOUZA, 2020). Contraindicações Coagulopatias (doenças que afetam a coagulação do sangue); Quininas (parar 2 semanas antes da aplicação); AAS (analgésico à base de ácido acetilsalicílico tipo melhoral e outros); Miastenia Grave (fraqueza); Gravidez; 47 Amamentação; Em tratamentos com antibióticos do grupo dos aminoglicosídeos; Apresentando infecção, ou reação inflamatória, no local da aplicação (COSTA, 2020). 6 CARBOXITERAPIA Fonte: www.bioesteticars.com A carboxiterapia é um tratamento estético realizado através da infusão de gás carbônico em diferentes camadas da pele. O método é usado desde 1777 para 48 tratamentos da pele e, desde as primeiras observações científicas, mostrou eficácia em regeneração dos tecidos e melhora da circulação sanguínea (REDAÇÃO, 2013). 6.1 Como é feita a carboxiterapia A carboxiterapia é feita com o uso de um aparelho acoplado a um cilindro de gás carbônico medicinal. Este equipamento regula a vazão do gás (que pode atingir, no máximo, 80ml de gás por minuto) para uma seringa com agulha de calibre mínimo. A profundidade da aplicação da agulha varia em cada caso. Para tratamento de celulite a agulha é inserida entre a pele e a gordura, já no tratamento da estria, o gás carbônico é aplicado dentro da cicatriz (REDAÇÃO, 2013). O gás carbônico atua dilatando os vasos sanguíneos e estimulando a formação de novos vasos sanguíneos, promovendo melhor irrigação de sangue nos tecidos e, consequentemente, melhor oxigenação da região tratada. O gás carbônico atua também no rompimento de fibroses do tecido subcutâneo. Alguns estudos mostram o favorecimento de formação de colágeno e elastina e efeito lipolítico (quebra das células de gordura) decorrente da carboxiterapia (REDAÇÃO, 2013). 6.2 Indicações Recomenda-se, principalmente, o uso da carboxiterapia para o tratamento da celulite. O desenvolvimento da celulite passa por três fatores: edema, gordura e fibrose - a carboxiterapia é o único tratamento que atua nesses três níveis. O edema é resolvido pela dilatação dos vasos e otimização da circulação, a fibrose é rompida pela injeção de gás, e a gordura mais facilmente queimada pelo aumento do metabolismo que ocorre no local. É o tratamento mais completo em comparação com outros, como endermologia e drenagem linfática, por exemplo (LANDIM; COLANERI, 2020). 49 No caso da estria, o gás carbônico atua distendendo o tecido desta cicatriz - a elevação visível durante o tratamento. O descolamento preenche essa região de gás carbônico e estimula a formação de colágeno no local. Os benefícios são muito mais visíveis para estrias novas, avermelhadas. Estrias brancas são mais antigas e fibras elásticas que já estão totalmente rompidas não se regenerarão. Da mesma maneira a carboxiterapia atua no tratamento de cicatrizes e no tratamento de fibroses decorrentes de cirurgias plásticas, como a lipoaspiração, por exemplo. O ácido carbônico rompe a fibrose e ameniza irregularidades (LANDIM; COLANERI, 2020). No caso das olheiras, a carboxiterapia estimula a melhora da circulação e formação de novos vasos sanguíneos que amenizam a aparência escurecida. Para a flacidez da pele, o benefício está na formação de colágeno e elastina (LANDIM; COLANERI, 2020). Os resultados da carboxiterapia no tratamento da gordura localizada são mais discretos. Além de melhorar a circulação e a queima de gordura no local, a carboxiterapia, segundo estudos publicados no ano de 2001 no periódico Aesthetic Plastic Surgery, promove a quebra das células de gordura a partir da estimulação de seus receptores beta adrenérgicos (LANDIM; COLANERI, 2020). A carboxiterapia está especialmente indicada para: • Celulite: reduz o inchaço local e queima a gordura da celulite devido ao aumento da circulação no local. • Estrias: alonga os tecidos do local e preenche a região com gás, estimulando a produção de colágeno. • Gordura localizada e flacidez: melhora a circulação sanguínea no local da injeção, facilitando a queima de gorduras (LANDIM; COLANERI, 2020). Além disso, a carboxiterapia também pode ser utilizada como terapia complementar à lipoaspiração, podendo ser feita em todas as regiões do corpo, inclusive nos seios (LANDIM; COLANERI; 2020). 50 6.3 Benefícios A Carboxiterapia vem sendo muito bem recomendada por médicos e especialistas da área. Ela atua em diversas áreas do corpo: Remoção de olheiras; Remoção de celulite; Remoção de gorduras localizadas, reduzindo medidas; Remoção de estrias; Combate a flacidez; Remoção de varizes; Rejuvenescimento facial e corporal; (OLIVEIRA, 2020). Fonte: pocosdecaldas.portaldacidade.com 51 A Carboxiterapia também é indica no pré e pós a Lipoescultura, pois ajuda a evitar fibroses. E também é recomendada em tratamentos de microangioplastia, arterioplastia, reumatologia e diversos tipos de cicatrizações (OLIVEIRA, 2020). 6.4 Profissionais que podem aplicar a carboxiterapia Por se tratar de um procedimento invasivo - que perfura a pele através da injeção - a carboxiterapia só pode ser realizada por médicos. A sugestão é que a carboxiterapia seja feita por profissionais especializados em estética, como o dermatologista e o cirurgião plástico (OLIVEIRA, 2020). 6.5 Cuidados e contraindicações A carboxiterapia está contraindicada em casos de infecção ativa na região a ser tratada e doença pulmonar que cause retenção de gás carbônico, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Não são necessários cuidados especiais antes ou depois do tratamento (OLIVEIRA, 2020). 7 MICROAGULHAMENTO O microagulhamento ou a indução percutânea de colágeno (IPCA) tem atraído muito a atenção das pessoas que apostam em tratamentos clínicos ou estéticos para cuidar da beleza da pele, pois pode tratar diversos aspectos da pele, especialmente facial (DOMENICO, 2020). O microagulhamento (indução percutânea de colágeno) é uma técnica que utiliza um aparelho manual,
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