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Princípios de Climatologia e Hidrologia - Unidade IV

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Princípios de Climatologia e Hidrologia - Unidade IV
Unidade IV - Fontes de poluição Atmosferica
As fontes poluidoras, depois sofrem reações com os gases e umidade presentes na atmosfera, acabarão por afetar os seres vivos. Para que você entenda o que estamos falando, sugiro que você analise a figura abaixo:
Figura 01 - Origens e reações adversas na natureza dos poluentes.
É importante destacarmos que a poluição do ar pode ser local, quando os efeitos ligados se concentram na área imediata (pontuais) do local, ou planetário (extensas), quando as características do contaminante afetam o equilíbrio das áreas periféricas do planeta longe das áreas de emissão. Podem ser também fixas e móveis, além de antropogênicas e naturais. Vamos entendê-las.
Fontes Pontuais
Devido a terem uma dimensão menor em sua área de lançamento, são identificadas como pontos, fontes pontuais de poluição, como as chaminés de indústrias.
Fontes Extensas
Quando a área de extensão da fonte poluidora é maior do que um simples ponto, tendo por exemplos, pilhas de material seco, queimadas, solos descobertos liberando muitos particulados. 
Fontes Fixas
toda fonte de poluição que está fixada fisicamente em um espaço e libera poluentes, como os processos industriais, queima ao ar livre, queimadas e caldeiras. 
Fontes Móveis
Quando a fonte poluidora se move pelo espaço, como os meios de transporte em geral. 
Fontes Antropogênicas
Aquelas fontes de poluição causadas por fatores humanos. 
Fontes Naturais
Quando os poluentes são oriundos de fontes naturais como, vulcões, decomposição biológica, queimadas naturais e erosão eólica.
Figura 02 - Origens e interações da poluição atmosférica.
As substâncias usualmente consideradas poluentes do ar podem ser classificadas da seguinte forma: 
	Compostos de enxofre: SO2, SO3, H2S, sulfatos; 
	Compostos de nitrogênio: NO, NO2, NH3, HNO3, nitratos; 
	Compostos orgânicos de carbono: hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas, ácidos orgânicos;
	Monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2); 
	Compostos halogenados: HCl, HF, cloretos, fluoretos; 
	Material particulado: mistura de compostos no estado sólido ou líquido
Quadro 01 - Modalidade das fontes poluidoras.
 No Quadro 01 temos os seguintes gases:
	SOx - Óxidos de Enxofre;
	NOx - Óxidos de Nitrogênio;
	CO - Monóxido de Carbono;
	HC – Hidrocarbonetos;
	N2O - Óxido de Nitrogênio;
	MP - Material particulado.
Poluentes primários: são aqueles emitidos diretamente pela fonte poluidora.
Poluentes secundários: são aqueles poluentes formados a partir da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera. Um exemplo é a união do dióxido de enxofre, oriundo das fábricas, com o vapor de água e oxigênio na atmosfera gerando o ácido sulfúrico, formando a chuva ácida: SO2 + H2O + ½ O2 = H2SO4. Mas, pode acontecer com gases de dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio. Vamos voltar a esse assunto quando falarmos da chuva ácida. 
Figura 03 - Poluentes primários e secundários atmosféricos
Desta maneira, para se caracterizar um ar como poluído, precisamos analisar os poluentes de acordo com: 
	as fontes de emissão;
	a concentração;
	as interações - podem ser de ordem física (diluição dos poluentes), química (as reações com outros gases e radiação solar) e, também, aos receptores destes poluentes (humanos, animais, plantas e materiais). 
Índice de qualidade do ar
 Quando se busca qualificar se um ar está poluído, é importante salientar que, mesmo que consigamos manter as emissões para respeitar os limites ideais, dependendo das condições do tempo e da estação do ano, o ar pode ficar menos ou mais poluído, pois as chuvas, por exemplo, favorecem a maior diluição dos gases. No inverno, em algumas regiões do país, as condições meteorológicas se tornam desfavoráveis para a dispersão dos poluentes, como a cidade de São Paulo com a inversão térmica, que estudaremos melhor adiante. 
Assim as interações que existem entre as fontes de poluição e as condições atmosféricas irão definir o nível de qualidade de ar que, por conseguinte, determinarão a gravidade dos efeitos da poluição nos receptores. Desta maneira, o monitoramento da qualidade do ar tem que ser feito de forma sistemática e respeitando um número específico de poluentes, que são definidos a partir de sua importância (maior frequência e problemas gerados) e dos instrumentos disponíveis para o monitoramento. 
Fique atento(a), os gases que servem como indicadores da qualidade do ar. 
São aqueles que se encontram no quadro 01. 
Mas, o que seria o padrão ideal para dizermos que a qualidade do ar de uma região está boa ou ruim? 
Os governos dos países, estados e municípios estabeleceram que alguns poluentes teriam que ter uma quantidade limite na atmosfera e, para isso, tiveram que fazer pesquisas com o intuito de conhecer, avaliar e, também, controlar esses poluentes, que se tornaram indicadores e, a partir deles, medimos o padrão de qualidade do ar. 
Figura 04 - Comparativo dos Padrões Nacionais de Qualidade do Ar. 
Sendo:
(1) Média Aritmética Anual
(2) Média horária
(3) Máxima média móvel obtida no dia
(4) Média Geométrica Anual
(5) Medido nas partículas totais em suspensão
De acordo com a Resolução CONAMA 491/2018, que revogou e substituiu a antiga CONAMA 03/1990, temos dois padrões de qualidade do ar:
	Padrão de qualidade do ar intermediário (PI): são aqueles padrões estabelecidos como valores temporários a serem cumpridos em etapas.
	Padrão de qualidade do ar final (PF): valores guias estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde - OMS / 2005.
Então, vimos que existem vários poluentes e que precisamos controlar e monitorar as suas emissões, para avaliar o quanto uma população está exposta aos poluentes atmosféricos. Também se deve realizar o monitoramento das empresas para sabermos se elas estão emitindo as quantidades estabelecidas, os estudos epidemiológicos. 
Assim, de acordo com o CONAMA 491/2018, o índice de qualidade do ar, como o nome já diz, determina a qualidade do ar de acordo com a quantidade de poluentes atmosféricos existentes em um espaço. Esse índice possui seis níveis de qualidade: 
Figura 05 - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar pelo CONAMA nº 491/2018. 
Para se ter um controle da poluição atmosférica, é necessário haver um programa de controle que objetive a manutenção das concentrações de poluentes que não causem problemas à saúde das pessoas e danos ao meio ambiente em geral. Por isso são estabelecidos os padrões de qualidade, monitoramento do ar e os estudos meteorológicos da área. Estes estudos meteorológicos visam monitorar e estudar a relação da poluição com: 
	A direção e velocidade dos ventos;
	A temperatura;
	A pressão;
	A estabilidade;
	A radiação;
	A umidade relativa;
	A precipitação.
Por isso que, para se ter um monitoramento da qualidade do ar, com segurança, é necessário ter uma rede sólida e conectada aos dados meteorológicos. Isso porque, devido às condições do tempo, pode acontecer de um poluente ser direcionado a outra região. Como consequência da mudança na direção dos ventos, a chuva tem o poder de “limpar” o ar, fazendo com que os poluentes que estão no ar sejam levados ao solo. Assim, se a umidade do ar estiver muito baixa acaba por deixar mais sensível as vias respiratórias superiores aos poluentes da área. Dessa maneira, é necessária uma quantidade menor de poluentes para prejudicar a saúde das pessoas. 
Nesse cenário, existem monitoramentos que são feitos 24h por dia e, desta forma, é possível identificar os horários de picos de emissão de poluição, favorecendo, assim, o acúmulo de dados que possibilitará uma atuação eficiente no controle e evitando que, nas horas críticas de emissões, ultrapassem a qualidade de ar considerada como adequada, mas, caso ultrapasse, serve para tomar decisões de mitigação de danos e retorno ao nível desejável. Assim, as medidas de controle de poluição do ar podem ser preventivas ou corretivas.
Como prevenir ésempre melhor do que remediar, as medidas de prevenção podem ser tanto de ordem de planejamento urbano quanto ambiental e, também, através de equipamentos. 
Em relação ao planejamento urbano e ambiental temos:
	planejar de maneira adequada o uso e a ocupação do solo;
	distribuir de maneira adequada e inteligente as fontes poluidoras fixas; 
	empregar barreiras artificiais e/ou naturais para diminuir a propagação da poluição;
	zonear as áreas residenciais visando a livre circulação de ventos, principalmente se forem zonas de edificações;
	maximizar as vias de veículos para que haja menos engarrafamentos, pois é nestes momentos em que há uma maior liberação de poluentes. 
	incentivar o uso dos transportes públicos
Já em relação ao uso de equipamentos e planejamento nas indústrias para se reduzir as emissões de poluentes, deve-se considerar:
	as alturas das chaminés não podem ser baixas. Assim, quanto mais altas melhor a dispersão;
	o uso de matéria-prima e combustíveis que gerem resíduos menos poluidores;
	processos industriais mais ecofriendly;
	a manutenção e a operação dos equipamentos;
	melhorar o processo de combustão para que haja um melhor aproveitamento energético;
	instalações de equipamentos de controle de emissões de poluentes, como Ciclone, Lavador de Gases, Filtro de Mangas e Precipitador Eletrostático
As mudanças climáticas e os efeitos da poluição atmosférica
A intensa atividade econômica humana criou uma poderosa pressão antropogênica sobre o meio ambiente que, infelizmente, acabou levando à várias violações dos processos de equilíbrio que ocorrem no nosso planeta e se manifestou por uma série de problemas ambientais, como a chuva ácida, a inversão térmica e o efeito estufa que acabou gerando as mudanças climáticas. Dito isso, convido você a conhecer um pouco mais a respeito da chuva ácida. Vamos lá!
Chuva Ácida
 
A chuva ácida é um tipo de precipitação meteorológica que é uma mistura de água e pequenas partículas de óxido de nitrogênio e dióxido de enxofre em concentrações que excedem a quantidade aceitável.
As fontes de chuva ácida podem ser por processos naturais, como atividade vulcânica ou decomposição de resíduos vegetais, bem como por atividades humanas, pelas emissões de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio na atmosfera a partir da combustão de combustíveis fósseis e motores. 
Dessa maneira, a chuva ácida é formada quando as emissões de gases reagem com água, oxigênio e outros elementos químicos na atmosfera para formar vários compostos ácidos (poluentes secundários). 
Os impactos da chuva ácida no meio ambiente podem ser:
	acidificação do solo e corpos d'água;
	inibição e morte de plantas;
	destruição de edifícios, e monumentos de arquitetura.
O dióxido de enxofre (SO2) é formado em grandes quantidades durante a combustão de combustíveis ricos em enxofre, como carvão e óleo combustível (o teor de enxofre neles varia de 0,5 a 5-6%). Outras fontes são usinas de energia (~40% das emissões antrópicas na atmosfera), produção metalúrgica, vários processos tecnológicos químicos e uma série de empresas de construção de máquinas.
Figura 06 - Formação da chuva ácida 
A acidez possui uma escala logarítmica de concentração de íons de Hidrogênio e que é chamada de “potencial Hidrogeniônico” (pH). Essa escala vai de 0 a 14, onde 7 o pH é neutro e, quanto mais baixo que 7 a numeração for, o pH é mais ácido e, quanto mais alto que 7 a numeração for, o pH é mais básico. Porém, não podemos esquecer que a água da [chuva já é naturalmente ácida, com pH em torno de 5,6 devido a presença de vários gases ácidos entre esses o Dióxido de Carbono (CO2) e Óxidos de Nitrogênio (NO e NO2), mas a chuva ácida preocupa quando atinge valores abaixo do pH 5, com casos que chegaram a pH 4,0. 
Inversão Térmica
Em condições normais, o ar atmosférico tende a diminuir 1°C a cada 180 m de altitude. Isso acontece porque o calor emanado do solo pela reflexão da luz solar se dispersa cada vez que ele sobe (por está percorrendo grandes distâncias verticais cada vez mais ao subir), então esse ar, antes quente (leve) e perto do solo (superfície), vai se esfriando e se tornando mais pesado (parte superior). Ao se tornar pesado ele desce, empurrando o ar quente que está em baixo para cima, então esse que desceu esquenta e o que subiu esfria, formando um ciclo chamado de Convecção do ar. Isso é que faz os ventos e as brisas que conhecemos.
Figura 07 - Processo de circulação dos ventos quentes e frios. 
O fenômeno da inversão térmica ocorre quando, em noites claras (noites sem nuvens), o solo esfria rapidamente (devido a presença de massas de ar fria e seca). O ar da superfície, por sua vez, fica mais frio e mais pesado que o outro na camada imediatamente superior, assim o ciclo da Convecção do ar é prejudicado, fazendo com que não haja renovação do ar. Isto acontece mais durante o inverno formando os nevoeiros. Além disso, esse fenômeno climático é comum em manhãs e noites frias. Geralmente, a inversão é quebrada quando o ar que está em contato com o solo restaura sua temperatura normal, tornando-se quente. Isto pode ser uma questão de horas, mas, em condições meteorológicas adversas, a inversão térmica pode persistir durante vários dias. É importante destacarmos que a poluição nos grandes centros urbanos pode agravar os efeitos da inversão térmica e isso acontece porque os gases emitidos por carros, indústrias e estabelecimentos comerciais ficam retidos na superfície durante o dia, por não estar acontecendo a circulação do ar.
As mudanças climáticas e o efeito estufa
 
Quando estudamos os efeitos da radiação solar no planeta Terra e a sua interação com os gases, estávamos começando a entender sobre o efeito estufa. Vimos que uma parte da energia do Sol fica retida em nosso planeta em forma de calor e isso acontece graças aos gases de efeito estufa que se encontram na nossa atmosfera, sendo o mais importante o Dióxido de Carbono (CO2). 
Dessa maneira, os raios solares passam livremente pelos gases de efeito estufa que aquecem a Terra, porém esses gases retêm uma parte significativa da radiação térmica, impedindo-a de retornar ao espaço sideral. 
Se os gases de efeito estufa desaparecessem, a temperatura média do planeta seria de -18ºC e, assim, as plantas não cresceriam em lugar nenhum. Atualmente a temperatura média da Terra é de 15ºC, quer dizer, uma diferença de 33º comparada com os -18ºC de um planeta sem gases de efeito estufa.
No período da glaciação, a temperatura média da Terra era de 4ºC mais baixa dos 15ºC da média atual, ou seja, era de 11ºC, mesmo com os gases de efeito estufa presentes. Pensando nisso, então como seria se fosse -18ºC ?
Figura 08 - Como ocorre o efeito estufa. 
Então vimos que o efeito estufa é necessário para a permanência da vida na Terra, mas o problema é quando o equilíbrio passa a ser quebrado e é isto que está causando o aquecimento global.
Nos últimos anos, a temperatura média na Terra aumentou 1,1°C e esse número continua aumentando. Para o planeta, são mudanças sérias que podem levar a desastres naturais, extinção de animais, fome e outras consequências graves. A causa do aquecimento global foi o aumento do efeito estufa na atmosfera. Assim, é possível entendermos o que é o aumento desse efeito e se podemos influenciar as mudanças climáticas da Terra.
Para que possamos entender o que está acontecendo, é importante saber que os gases do efeito estufa são:
Dioxido de Carbono (CO²)
É responsável por 80% da massa total de gases de efeito estufa. Fontes naturais de CO2 são vulcões, plantas em decomposição e resíduos de animais. Além disso, ele é secretado durante a respiração por quase todos os seres vivos. Outras fontes de dióxido de carbono são antropogênicas, ou seja, associadas à atividade humana. Assim, desde o início da revolução industrial, o teor de dióxido de carbono na atmosfera terrestre aumentou 149%.
Metano (CH4)
Permanece na atmosfera por cerca de 12 anos, mas seu efeito sobre o climaé 25 vezes mais forte que o CO2. Fontes de metano são a extração e o processamento de hidrocarbonetos, bovinos, plantações de arroz. Em comparação com os níveis pré-industriais, a concentração de CH4 aumentou 262%. 
Óxido Nitrozo (N2O)
é formado pela agricultura e pela queima de combustíveis fósseis e resíduos. O óxido nitroso absorve radiação infravermelha 310 vezes mais forte que CO2, portanto, mesmo um ligeiro aumento em sua concentração é suficiente para aumentar significativamente o efeito estufa. 
Ozônio Troposférico(O3)
ao contrário do ozônio estratosférico, que protege a Terra da radiação ultravioleta prejudicial, o troposférico é um poluente do ar que faz parte da poluição e aumenta o efeito estufa. 
Vapor
sua concentração na atmosfera depende da temperatura do ar. Dessa maneira, quanto mais quente, mais rápida a umidade evapora. Lembre-se que acúmulos de vapor de água (nuvens) são capazes de absorver calor e refleti-lo ao chão. 
Há muitas razões para o aumento do efeito estufa e, como já vimos, o principal é o excesso de gases estufas oriundos da queima do carvão mineral, petróleo e gás natural. O aumento no número de animais para a pecuária também se torna um fator importante porque, devido às peculiaridades da digestão, os ruminantes emitem cerca de 20 gramas de metano para cada quilograma de ração comido. Assim, as 1,5 bilhões de vacas que vivem na Terra afetam o clima da mesma forma que 10% das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Não podemos esquecer as derrubadas das árvores e incêndios florestais, pois as plantas, além de absorverem o CO2 para a fotossíntese, elas retêm em si carbono e, quando são queimadas, no processo de combustão, o carbono se une ao O2 e se torna CO2 indo para a atmosfera. 
Figura 09 - Como a agropecuária afeta o meio ambiente 
Além do que já foi dito, o uso de fertilizantes nitrogenados favorece o aumento de N2O na atmosfera. Isso porque, quando esses fertilizantes se encontram no solo, eles são processados por bactérias que liberam o N2O. E nas áreas urbanas, devido ao maior número de veículos, há uma maior liberação de CO2 e o escape do carro libera cerca de 10% de CO2. 
Desde o início do século, a temperatura média na Terra aumentou 0,75 graus. Parece que isso não é muito, mas não devemos esquecer que uma diferença de apenas 4 graus levou a eras glaciais. Portanto, nos acordos internacionais há um limite para o aumento da temperatura: 2 graus é a linha que não devemos cruzar. Para isso, é necessário reduzir as emissões de CO2 em 70%, mas isso parece ser impossível, porque se não for mudada as formas de obtenção de energia, será necessário parar a energia mundial e, portanto, a economia. Desta maneira, muitos acreditam que o único caminho é encontrar meios tecnológicos para reduzir não as emissões, mas o teor de CO2 na atmosfera.
O clima está em constante mudança. Na Terra, fica mais quente e mais frio porque a circulação atmosférica flutua. A proporção da massa de ar, proveniente do oceano ou formada em terra continental, pode ser diferente. 
Assim, as mudanças climáticas acontecem de forma gradual, e a humanidade já experimentou períodos semelhantes de aquecimento e resfriamento, como por exemplo o aquecimento de mais de 2 graus que já ocorreu no Hemisfério Norte entre 1000 e 1300, neste período a Groenlândia (Greenland) foi descoberta e colonizada, razão pela qual recebeu um nome tão estranho para os padrões de hoje, Greenland, que significa terra verde. E então a era quente foi substituída por uma pequena era do gelo, que durou até meados do século XIX. Estava tão frio que o Tâmisa, rio que corta Londres na Inglaterra, congelava regularmente. Como você deve ter percebido, desde a década de 1970, o aquecimento foi agravado pelo acúmulo de CO2 na atmosfera por fatores antropogênicos, mas a próxima era glacial definitivamente acontecerá daqui há 10 mil anos.
Em relação às mudanças climáticas atuais, as previsões indicam que o aquecimento será maior em altas latitudes, especialmente no hemisfério norte, e de alguma forma menor em baixas latitudes. Isso é consistente com a visão geral de mudanças climáticas do passado, notavelmente as eras glaciais, que mostram os trópicos como regiões mais estáveis do que as regiões polares.
Desde 1988, existe o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que, uma vez a cada dois ou três anos, publica relatórios resumindo todas as pesquisas climáticas. Muitos modelos climáticos do aumento da temperatura média anual já foram criados e, em 2015, foi adotado o Acordo de Paris, segundo o qual cada país se comprometeu a reduzir as emissões de CO2, assim, no âmbito deste acordo, foi anunciado o limite de aumento de temperatura. 
Isso porque as consequências do aquecimento global, de até 2ºC, para os estados insulares, já é muito perigoso. Se o oceano começar a subir, além da perda de terras emersas, ocorrerá a salinização das águas subterrâneas e das principais fontes de água doce nas ilhas, portanto, eles defenderam a redução do limite oficial permitido para 1,5ºC, mas, para outros países, este é um limite muito difícil e que é praticamente inatingível.
Nesse cenário, o maior risco climático recai sobre países com um território pequeno. Isso porque toda a sua economia está adaptada às mesmas condições climáticas e, em caso de alterações climáticas graves, não há margem de manobra e não há espaço que permita deslocar, por exemplo, a agricultura. 
Se o nível da água subir na Holanda, eles terão que construir barragens. Se a desertificação começar na África, será impossível influenciá-la e ondas de migração populacional começarão. 
Figura 10 - Evidências do aquecimento global já em andamento. 
Segundo o IPCC, este aumento do nível do mar acontece pelo derretimento das geleiras e que, desde o início da década de 1960, o gelo marinho no Hemisfério Norte tem se tornado 40% mais fino e, se continuar nesse ritmo, em 2100 eles terão se derretido, então muitas ilhas e regiões terão partes de seus territórios inundados. Nesse cenário, o nível do mar, até 2100, aumentará 28-55 cm com previsões positivas e 63-101 cm com as previsões não positivas.
Recife, por exemplo, é a capital do Brasil mais vulnerável ao avanço do mar. 
Outra questão sobre o avanço do mar é a invasão da água salgada em rios de água doce que pode levar à morte de organismos vivos que vivem lá, a chamada intrusão salina. 
Mas, as consequências das mudanças climáticas não param por aí! É previsto o desaparecimento, em apenas 50 anos, de ⅓ de espécies de flora e fauna, principalmente dos trópicos e, até 2100, o número de pinguins imperadores poderá diminuir em até 90%. 
Outro problema, como vimos no decorrer do material de estudo, são repetições mais rápidas das inundações e secas mais severas o que atrapalhará na produção de alimentos fazendo o PIB mundial cair 20% até 2100 e, segundo dados do IPCC, em 2080, haverá mais de 600 milhões de pessoas sofrendo com escassez de alimentos. 
Sobre a acidificação oceânica, o excesso de CO2 aumenta a acidez da água do mar e essas mudanças afetam negativamente a imunidade dos organismos vivos e mata os corais, o conhecido fenômeno dos corais esbranquiçados.
Cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) descobriram que as conchas de caranguejos que vivem em diferentes partes do Oceano Pacífico são parcialmente dissolvidas por água ácida, o que os torna presas fáceis para outros animais.
Apesar de termos lido sobre os fatores antrópicos que influenciam nas mudanças climáticas, existem fatores naturais que também influenciam, como:
● Atividades vulcânicas:
os vulcões em atividade emitem grandes quantidades de particulados (cinzas) e gases que acabam por afetar o clima da Terra, porque mudam o equilíbrio nos processos de absorção, transmissão e reflexão da energia solar.
● Tectônica global:
a distribuição e o acúmulo de energia pela radiação solar é diferente nos continentes e oceanos. Logo, no decorrer dos 4,5 bilhões de vidada Terra as configurações dos continentes variaram bastante e, com isso, a forma de distribuição da energia e, consequentemente, o clima. No Paleozoico e Mesozoico, por exemplo, a Antártida era tropical e o próprio clima do planeta era mais quente do que atualmente. Isso tudo devido aos continentes estarem unidos em um único continente, a pangeia. Só um adendo que, no Mesozoico, a partir do período Jurássico os continentes começaram a se separarem. 
● Ciclo de Milankovitch:
são ciclos orbitais do planeta que alteram os climas.  Na década de 1920, o geofísico e astrônomo sérvio Milutin Milanković afirmou que mudanças cíclicas, nos parâmetros do movimento orbital e rotacional da Terra, afetam o clima da Terra.
● Excentricidade:
descreve a forma da órbita da Terra. Ele varia da órbita, sendo quase um círculo perfeito para ser um oval, e retorna à forma quase circular. Leva 100.000 anos para a órbita realizar esse ciclo. No inverno (hemisfério norte), a órbita é quase circular, com a Terra sendo um pouco mais próxima do Sol em janeiro do que em julho. Portanto, neste momento, a excentricidade da órbita tem muito pouco efeito no clima do planeta durante um ano. No entanto, se a órbita fosse um oval pronunciado, a excentricidade seria um fator dominante que afetaria o clima, com a Terra sendo mais quente quando estava mais perto do Sol. A diferença entre as estações também seria mais acentuada.
● Obliquidade:
O eixo de rotação da Terra é inclinado em relação à linha perpendicular ao plano da órbita da Terra e varia entre 22,1 e 24,5 graus. O valor atual da inclinação é de 23,5 graus e está diminuindo. Além disso, é importante destacarmos que o período do ciclo da obliquidade é de cerca de 41.000 anos e, quando a inclinação tem menor valor, as estações são mais suaves e comparáveis umas às outras. Já quando a inclinação tem maior valor, as estações são mais extremas.
● Precessão:
o eixo de rotação da Terra oscila, o que significa que o Polo Norte  nem sempre aponta na mesma direção no decorrer dos milhares de anos – segue um caminho circular com um período de cerca de 26.000 anos. E, junto com a posição da Terra em sua órbita, acaba afetando as estações dos anos, antecipando os equinócios.
● Atividades solares e o Campo magnético da Terra:
a priori, o Sol passa por ciclos que duram entre 11, 22 e 720 anos, porém, em estudos mais recentes, observou-se um ciclo periódico de 125 anos de resfriamento ou aquecimento das temperaturas da Terra, que pode ser consequência de um ciclo solar de 125 anos também. Esses ciclos são relacionados a um aumento ou a uma diminuição das atividades solares, em que são notadas mais manchas e menos manchas respectivamente, logo, quanto mais atividade solar maior energia o Sol envia à Terra que mais aquecida fica. Mas, você deve estar se perguntando: qual a relação com o campo magnético? Quando o campo magnético da Terra está fraco, mais raios cósmicos e plasma solar entram no planeta, gerando mais núcleos de condensação aumentando a nebulosidade e aí a temperatura diminui, mas, se o campo magnético estiver forte, ele vai proteger a Terra desses “particulados cósmicos” e, se o Sol estiver em máxima atividade, a energia  passará, mas os “particulados” do plasma solar serão “filtrados” e então não gerará tantos núcleos de condensação, logo, irá aumentar a temperatura no planeta.
● Oscilação Decadal do Pacífico (ODP):
os oceanos, como já estudamos, possuem um papel muito importante no controle do clima do planeta. Embora ainda não seja bem esclarecido as causas e impactos no clima, a ODP deve possuir uma importante influência. Com eventos que variam de 20 a 30 anos, a ODP possui duas fases: uma fria e uma quente. Na fase fria há uma diminuição da temperatura e na fase quente um aumento. Os fenômenos do El Niño e La Niña são produtos da Oscilação Decadal do Pacífico, onde na La Ninã há o resfriamento das águas do Pacífico e no El Niño o aquecimento que acabam por influenciar nas distribuições de chuvas em todo planeta. No Brasil a La Niña favorece as chuvas no Sertão brasileiro e secas no Sul e Sudeste, já com El Niño é o inverso
Referências Bibliográficas
APA. Poluição do ar. Disponível em: LINK. Acesso em: 02 ago. 2022. 
AZEVEDO, Amanda Maria. Educa Mais Brasil. Inversão Térmica. Disponível em: LINK. Acesso em: 05 ago. 2022.
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