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Poluição atmosferica

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Poluição atmosférica
INTRODUÇÃO
A simples presença e interferência do homem na natureza vêm criando inúmeros problemas ambientais ao longo da história. Porém, foi a partir da Revolução Industrial que tal panorama se tornou mais marcante e a qualidade do ar, principalmente nas cidades, começou a piorar significamente. 
A degradação da qualidade do ar começou a aumentar à medida que os processos industriais começaram a lançar na atmosfera substâncias como monóxido e dióxido de carbono (CO e CO2, respectivamente), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), material particulado e inúmeros outros compostos orgânicos e inorgânicos. 
A poluição do ar é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a contaminação do ambiente por qualquer agente químico, físico ou biológico que modifique as características naturais da atmosfera (WHO, 2017). 
Os poluentes que geram grande preocupação em nível de saúde pública incluem o material particulado (MP), os óxidos de carbono (CO, CO2), os óxidos de nitrogênio (NO e NO2), o ozônio (O3) e o dióxido de enxofre (SO2) (WHO, 2017). A poluição atmosférica é considerada um dos tipos de exposição que mais afeta a saúde humana pela sua potencialidade de causar doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer, tendo também já sido associada ao desenvolvimento de diabetes mellitus, problemas reprodutivos e até obesidade. 
Expressa em números, a poluição atmosférica foi responsável por aproximadamente 7 milhões de mortes em todo o mundo em 2016. Dessas, 4,2 milhões foram causadas pela poluição do ar ambiente. Enquanto o restante (3,8 milhões de mortes) foi causado pela exposição à poluição do ar interna, grande parte dela devido à fumaça de fogões improvisados, como os que usam lenha ou carvão. A poluição do ar ambiente (externo) e do ar doméstico (interno) Existe uma cifra alarmante em relação à poluição do ar externo: quase toda a população mundial (cerca de 99%) respira níveis insalubres de partículas finas e dióxido de nitrogênio; e os habitantes de países de baixa e média renda são os mais expostos.
DITO ISSO, proteger o meio ambiente e a saúde humana dos efeitos da contaminação atmosférica, por meio da implantação de uma política contínua e integrada de gestão da qualidade do ar adotaNDO medidas preventivas e corretivas, e políticas públicas que corrijam as assimetrias NESSE TEMA É ESSENCIAL. 
NESTE TÓPICO SERÃO ABORDADOS OS TEMAS MAIS IMPORTANTES RELACIONADOS À POLUIÇÃO ATMOSFERICA, OS PRINCIPAIS POLUENTES, AS TÉCNICAS DE CONTROLE DE EMISSÃO E OES ESTUDOS DE DISPERSÃO.
DESENVOLVIMENTO
POLUIÇÃO ATMOSFERICA
A Resolução CONAMA Nº 491 de 19/11/2018 define como poluente atmosférico qualquer forma de matéria em quantidade, concentração, tempo ou outras características, que tornem ou possam tornar o ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade ou às atividades normais da comunidade. Essa definição é bastante ampla, pois considera não somente os efeitos deletérios sobre a saúde, fauna, flora e bens materiais, mas também o conceito mais subjetivo de bem-estar público. .
As fontes de emissões de poluentes atmosféricos podem ser fontes naturais, como vulcões e mares, porém na maior parte das áreas urbanas as atividades humanas são as principais fontes emissoras de poluentes (fontes antropogênica). Estas são queima de combustíveis, processos industriais, minerações, os carros, ônibus e caminhões e evaporação de combustíveis.
Sendo que Emissão pode ser definido como o lançamento na atmosfera de qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa. Sendo que emissão fugitiva trata-se de lançamento difuso na atmosfera de qualquer forma de matéria sólida, líquida ou gasosa, efetuado por uma fonte desprovida de dispositivo projetado para dirigir ou controlar seu fluxo e emissão pontual.
PRINCIPAIS POLUENTES
Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em primários e secundários, sendo que mais de 90 % dos problemas de contaminação do ar são causados pelos primários. Os poluentes contaminantes primários são aqueles emitidos diretamente da fonte de emissão, enquanto que os secundários são formados na atmosfera através da reação química entre dois ou mais poluentes primários, ou pela reação dos componentes primários com constituintes normais presentes na atmosfera
Os principais poluentes atmosféricos, chamados de poluentes regulamentados, são:
yy Dióxido de Enxofre (SO2) - é um gás tóxico e incolor, pode ser emitido por fontes
naturais ou por fontes antropogênicas e pode reagir com outros compostos na
atmosfera, formando material particulado de diâmetro reduzido. Entre os efeitos
a saúde, podem ser citados o agravamento dos sintomas da asma e aumento de
internações hospitalares, decorrentes de problemas respiratórios. São precursores da
formação de material particulado secundário. No ambiente, podem reagir com a água
na atmosfera formando chuva ácida.
yy Dióxido de Nitrogênio (NO2) - é um gás poluente com ação altamente oxidante, sua
presença na atmosfera é fator chave na formação do ozônio troposférico. Além de
efeitos sobre a saúde humana apresenta também efeitos sobre as mudanças climáticas
globais. Altas concentrações podem levar ao aumento de internações hospitalares,
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decorrente de problemas respiratórios, problemas pulmonares e agravamento à
resposta das pessoas sensíveis a alérgenos. No ambiente pode levar a formação
de smog fotoquímico (Reações químicas causadas pela luz solar. O efeito visível disto é uma camada roxa acinzentada na atmosfera.) e a chuvas ácidas.
yy Hidrocarbonetos (HC) - compostos formados de carbono e hidrogênio e que podem se
apresentar na forma de gases, partículas finas ou gotas. Podem ser divididos em HCT
- hidrocarbonetos totais e HCNM - hidrocarbonetos não metano, compreendem os HC
totais (THC) menos a parcela de metano (CH4). São precursores para a formação do
ozônio troposférico e apresentam potencial causador de efeito estufa (metano).
yy Material Particulado (MP) - é uma mistura complexa de sólidos com diâmetro reduzido, cujos componentes apresentam características físicas e químicas diversas. Em geral o material particulado é classificado de acordo com o diâmetro das partículas, devido à relação existente entre diâmetro e possibilidade de penetração no trato respiratório. As fontes principais de material particulado são a queima de combustíveis fósseis, queima de biomassa vegetal, emissões de amônia na agricultura e emissões decorrentes de obras e pavimentação de vias. Estudos indicam que os efeitos do material particulado sobre a saúde incluem: câncer respiratório, arteriosclerose, inflamação de pulmão, agravamento de sintomas de asma, aumento de internações hospitalares e podem levar à morte.
yy Monóxido de Carbono (CO) - é um gás inodoro e incolor, formado no processo de
queima de combustíveis. É emitido nos processos de combustão que ocorrem em
condições não ideais, em que não há oxigênio suficiente para realizar a queima completa
do combustível. A maior parte das emissões em áreas urbanas são decorrentes dos
veículos automotores. Este gás tem alta afinidade com a hemoglobina no sangue,
substituindo o oxigênio e reduzindo a alimentação deste ao cérebro, coração e para
o resto do corpo, durante o processo de respiração. Em baixa concentração causa
fadiga e dor no peito, em alta concentração pode levar a asfixia e morte.
yy Ozônio (O3) – é um poluente secundário, ou seja, não é emitido diretamente, mas
formado a partir de outros poluentes atmosféricos, e altamente oxidante na troposfera
(camada inferior da atmosfera). O ozônio é encontrado naturalmente na estratosfera
(camada situada entre 15 e 50 km de altitude), onde tem a função positiva de
absorver radiação solar, impedindo que grande parte dos raios ultravioletas cheguem
a superfície terrestre. A formação do ozônio troposférico ocorre através de reações
químicas complexas que acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos
orgânicos voláteis,na presença de radiação solar. Entre os efeitos à saúde estão
o agravamento dos sintomas de asma, de deficiência respiratória, bem como
de outras doenças pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e cardiovasculares
(arteriosclerose). Longo tempo de exposição pode ocasionar redução na capacidade
pulmonar, desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida.
Além dos poluentes regulamentados, entre outros, os poluentes normalmente monitorados
na qualidade do ar e controlado nas fontes de emissão são listados a seguir:
Substâncias Inorgânicas Classe I: somatória de Mercúrio e seus compostos, Tálio e
seus compostos e Cádmio e seus compostos.
yy Substâncias Inorgânicas Classe II: somatória de Arsênio e seus compostos, Cobalto
e seus compostos, Níquel e seus compostos, Selênio e seus compostos e Telúrio e
seus compostos.
yy Substâncias Inorgânicas Classe III: somatória de Antimônio e seus compostos,
Cromo e seus compostos, Chumbo e seus compostos, Cianetos e seus compostos,
Fluoretos e seus compostos, Cobre e seus compostos, Manganês e seus
compostos, Platina e seus compostos, Paládio e seus compostos, Ródio e seus
compostos, Vanádio e seus compostos e Estanho e seus compostos.
FONTES FIXAS X FONTES MÓVEIS 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente – MMA (2016), a qualidade do ar no ambiente urbano é determinada por sistemas complexos de acordo com a sua natureza ou pela área que ocupam, sendo estes sistemas divididos em duas ordens chamadas de fontes poluidoras – fontes fixas e fontes móveis. As fontes fixas são definidas pelo MMA (2016) como “as que ocupam uma área relativamente limitada, permitindo uma avaliação direta na fonte”, e consistem 17 basicamente nas indústrias, nas queimas de lixos urbanos, nos fornos e nas caldeiras. Desta forma, são fontes fixas as “atividades da indústria de transformação, mineração e produção de energia através de usinas termelétricas” (MMA, 2016)
As fontes móveis se tornaram o foco problemático devido à grande expansão da indústria automobilística, pois segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA (2009) a emissão de poluentes atmosféricos geradas tem sido significativamente maiores que a quantidade absorvível pelo ambiente, e isso ocorre devido ao “aumento exponencial dos veículos em circulação somado à deficiência crônica dos sistemas de transporte de massa, a intensificação do tráfego nos grandes centros urbanos que geram congestionamentos constantes”.
PRINCIPAIS TECNICAS PARA CONTROLE DAS EMISSOES – TÓPICO 3
O Controle de emissões consiste de procedimentos destinados à redução, à prevenção da liberação de poluentes para a atmosfera e implantação de equipamento de controle de poluição do ar, que é dispositivo que reduz as emissões atmosféricas.
MONITORAMENTO 
Programas de monitoramento são importantes em avaliações de impacto
ambiental, pois fornecem informações relevantes a respeito da extensão da poluição, do
impacto ambiental provável e da deterioração ou da melhoria gerada numa escala
temporal e espacial; permitem avaliar a eficiência de ações mitigadoras adotadas com o
propósito de reduzir ou eliminar a origem da contaminação e podem ser utilizados na
avaliação de normas ou guias que estejam em vigor, elaborados com fins de proteção
ambiental (Raya-Rodriguez, 2000).
Dentre os objetivos do monitoramento de emissões destacam-se (ETI, 2000):
• Determinar as concentrações máximas de materiais poluentes na zona
monitorada;
• Determinas as concentrações representativas da poluição nas zonas de alta
densidade de população;
• Determinar o impacto sobre a qualidade do ar das principais fontes ou categorias
de fontes de emissão de poluentes;
• Determinar a poluição geral de fundo (background);
• Determinar a amplitude dos transportes de poluição nas zonas povoadas;
• Determinar o impacto da poluição do ar sobre a vegetação nas zonas rurais e
urbanas;
• Determinar o impacto relativo de fontes naturais e antropogênicas.
Classe de poluentes que atua como indicadores da qualidade do ar – Topico 3
ESTUDO DE DISPERSÃO ATMOSFÉRICA
A DISPERSÃO DE POLUENTES – CAP-3
FATORES QUE INFLUENCIAM
Dentro do licenciamento ambiental, o Estudo de Dispersão Atmosférica (EDA) é uma
ferramenta poderosa para antecipar e prevenir os efeitos negativos da implantação e
operação de um empreendimento ou atividade, sendo que seu uso é requerido para o
licenciamento de novas fontes e ampliação de fontes existentes.
Estudos de Dispersão Atmosférica consiste numa simulação de como os poluentes
atmosféricos se propagam e dispersam. Nos dias de hoje, recorre-se a sistemas computorizados
que através da resolução de equações matemáticas, numéricas e algoritmos simulam o
comportamento dos mesmos na atmosfera, de acordo com os conhecimentos atuais.
Os modelos de dispersão permitem estimar ou prever o comportamento de poluentes atmosféricos emitidos por uma determinada fonte, como uma unidade industrial, ou a poluição gerada pelo tráfego automóvel, DEVIDO Á COMPLEXIDADE DOS PROCESSOS QUE INFLUENCIAM O TRANSPORTE DE ESPECIES QUIMICAS NA ATMOSFERA
Para a elaboração de um modelo de dispersão atmosférica, são considerados os seguintes dados:
yy Condições meteorológicas, como a direcção e velocidade do vento, temperatura
atmosférica e condições de turbulência.
yy Parâmetros de emissões, como a localização da fonte de emissão, a sua altitude,
velocidade, temperatura e caudal mássico
yy Condições topográficas.
yy Localização e volume de obstruções, como pontes ou edifícios, que podem afetar o
percurso das emissões poluentes.
Os modelos de dispersão podem incluir um módulo de pré-processamento de dados,
meteorológicos ou de outro tipo, para adaptar os dados de entrada ao sistema, assim como um módulo de pós-processamento para permitir a visualização dos resultados sob a formagráfica, dispostos em mapas ou exportar para programas.
O PRINCIPAL MODELO – PLUMA GAUSSIANA -TÓPICO 3

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