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Relatório de Inquérito Policial sobre Crimes Graves

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EGRÉGIA 2ªVARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DEJANEIRO – II TRIBUNAL DO JÚRI.
 
IP nº. 001-0001/2022
 
A Polícia Civil do estado de Minas Gerais, pelo Delegado de Polícia que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nestes autos que tratam dos crimes de Tortura, estupro e Homicídio Duplamente Qualificado, por Emprego de Tortura e Recurso que Causou a Impossibilidade de Defesa da Vítima, cometido contra FERNANDA NAVES, apresentar RELATÓRIO FINAL DE INQUÉRITO POLICIAL e representar por decretação de PRISÃO PREVENTIVA em desfavor de JAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR, nos termos que seguem:
 
1. DOS FATOS 
Consta dos autos que, no dia 14 de março de 2022, nesta Delegacia Policial, compareceu LENIEL BOREL DE ALMEIDA JUNIOR a fim de comunicar o desaparecimento de sua filha, FERNANDA NAVES, uma JOVEM de DEZENOVE de idade.
Segundo as oitivas preliminares, a jovem teria informado aos pais que viajaria, durante o fim de semana, com um grupo de amigas para o município de Ubatuba, município este localizado ao litoral norte do estado de São Pulo. Ao amanhecer da segunda-feira (14/03/2022), os pais, ao tentarem contato com a jovem não obtiveram êxito, vindo a contactar os pais das demais jovens do grupo, vindo a apurar que a viagem não havia acontecido. Após mais tentativas falhas de contatos dos pais com a jovem, estes compareceram a esta delegacia para comunicar o desaparecimento de sua filha. A autoridade policial de plantão lavrou o boletim de ocorrência de desaparecimento com Nº 001/2022, e determinou o inicio das buscas, vindo a ser informado pelos pais da jovem que o veiculo no qual ela havia saído de casa possuía o serviço de seguro e rastreador. que encontrada caída ao chão, hipotérmica e sem consciência, ao lado da cama, no apartamento onde residia com a mãe e padrasto, situado à Avenida Vice Presidente José de Alencar, nº. 1455, bloco 1, apartamento 203, condomínio Majestic, Cidade Jardim e, embora levada aoHospital Barra D`Or, onde foram realizadas manobras médicas, se constatou o óbito.Removido o corpo para o IML, após periciado, foi confeccionado oLaudo de Exame de Necropsia que apontou que houve morte, decorrente de AÇÃO CONTUNDENTE, que causou HEMORRAGIA INTERNA e LACERAÇÃO HEPÁTICA.
 
Há de se destacar que o mesmo Laudo também apontou outras lesões extremamente significativas, a saber: “o abdome, que é plano, com múltiplasequimoses violáceas, assim como em dorso”; “infiltração parietal direita e occipital”(lesões na cabeça, portanto); “o encéfalo encontrasse edemaciado, com alargamentodas circunvoluções e apagamento dos sulcos, ausência de infiltrações hemorrágicas”;“presença de grande quantidade de sangue em abdômen, de contusão renal à direita”;“presença de trauma com contusão pulmonar, principalmente à direita; os pulmõesexibem páreas de contusão que, aos cortes, dão saída a líquido avermelhadoespumoso”; “presença de hematoma retro aórtico”; “cavidade peritoneal contém sangue, presença de laceração hepática à direita e hemorragia retroperitoneal”.
 
 II.DAS PROVAS COLIGIDAS 
 
 II.a. DAS OITIVAS 
 
Em sede policial foram realizadas as seguintes oitivas, a seguir sintetizadas:
 
LENIEL BOREL DE ALMEIDA JUNIOR - PAI
 
LENIEL BOREL DE ALMEIDA JUNIOR , pai de HENRY BORELMEDEIROS, de quatro anos de idade, foi quem noticiou em sede policial o falecimentode seu filho, após ser orientado no Hospital Barra D´Or no sentido de que o corpo teriaque ser encaminhado ao IML, para realização de exame de necropsia, uma vez que nãohavia um diagnóstico causal para atestar aquele óbito e diante do estado em que acriança deu entrada no nosocômio, qual seja, tecnicamente morta, com uma série deequimoses pelo corpo e apresentando rigidez mandibular.Cumpre consignar que LENIEL prestou declarações em sede policialnaquele primeiro momento, tendo sido solicitada a remoção do corpo do Hospital BarraD´Or para verificação de óbito junto ao IML, antes, portanto, de tomar conhecimentodo teor do laudo de exame de necropsia e da causa da morte, que veio a ser“
 HEMORRAGIA INTERNA e LACERAÇÃO HEPÁTICA decorrentes de AÇÃOCONTUNDENTE 
”. Na ocasião, LENIEL informou ter sido casado com MONIQUEMEDEIROS por dez anos, tendo o casal se separado em meados de setembro de 2020, por iniciativa de MONIQUE. Desse modo, HENRY ficou sob a guarda da mãe,estabelecendo-se a visitação aos finais de semana ao pai. Tão logo se separaram,MONIQUE passou a namorar o vereador da cidade do Rio de Janeiro JAIRO SOUZASANTOS JUNIOR, conhecido como "DR. JAIRINHO". Após MONIQUE passar amorar com JAIRINHO, no condomínio Cidade Jardim – Majestic, LENIEL afirmouter ouvido por diversas vezes, do filho, que o mesmo não queria voltar para casa e preferia ficar com o pai ou com a avó materna. Disse ter ouvido um mês antes, do próprio HENRY, que o padrasto o abraçava de forma muito "apertada" e ele nãogostava. Diante da reclamação do filho, chegou a de forma amistosa conversar comJAIRO e pedir que o mesmo não mais abraçasse HENRY.Relatou que em 06/03/2021 pegou seu filho para passarem juntos o finalde semana e, no sábado, foram a uma festa infantil. Já no domingo, dia 07/03/2021,foram ao parquinho do Américas Shopping e, por volta das 19h, entregou a criança para a mãe. Por volta das 20h do dia 07/03/2021, ainda recebeu uma foto de MONIQUE,na qual HENRY aparece deitado na cama. Na madrugada do dia 08/03/2021, por volta das 04h30min, LENIELdisse ter recebido uma ligação de MONIQUE, pedindo para que fosse ao HospitalBarra D´Or, uma vez que HENRY estava sem respirar. Chegando ao hospital,encontrou MONIQUE e JAIRO, que disseram que HENRY teria feito um barulhoestranho durante a madrugada, e, quando eles foram até o quarto verificar o que estavaacontecendo, viram que a criança estava com os olhos virados e com dificuldade derespirar. Segundo MONIQUE, a mesma fez respiração boca-a-boca até chegarem aohospital, apesar de JAIRO ser médico e ela não ter nenhuma expertise médica ou de primeiros socorros. LENIEL chegou a presenciar os médicos tentando reanimar a criança, sem sucesso, tendo sido declarado o óbito às 05h42min. Por fim, disse que ocorpo médico não soube explicar a causa da morte.
MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DE ALMEIDA
 
MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DE ALMEIDA,devidamente acompanhada de seu advogado, foi ouvida nesta Delegacia Policial,ocasião em que narrou aspectos relevantes quanto ao seu relacionamento anterior,especificamente com LENIEL BOREL DE ALMEIDA JUNIOR, pai de HENRY.Já em relação ao relacionamento com JAIRO, MONIQUE afirmou quese conheceram em agosto de 2020, quando já estava separada de LENIEL, bem comoque começaram a namorar em outubro do mesmo ano. Dois meses depois, já no iníciodeste ano de 2021, passaram a residir no apartamento onde ocorreram os fatos apuradosneste Inquérito Policial.Especificamente quanto ao relacionamento de HENRY e JAIRO, disseque, já no primeiro encontro deles, até estranhou a simpatia de HENRY, a quem des-
creveu como um menino tímido, já que chegou a pedir um “abraço apertado”.
 Também vale destacar que MONIQUE afirmou que, embora existamtrês suítes no apartamento, HENRY dormia todos os dias junto a ela e JAIRO no quartodo casal, com exceção dos dias em que os pais da declarante os visitavam, quandoHENRY dormia no próprio quarto junto dos avós maternos e também dos dias em queHENRY dormia na casa dos avós maternos, em Bangu, o que se dava entre três e quatro
 
 
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vezes por semana. Sobre isto, ainda acrescentou que JAIRO nunca se incomodou enunca sequer comentou que seria melhor que HENRY dormisse no próprio quarto.Especificamente quanto ao relacionamento em casa, entre ela, JAIRO eHENRY, afirmou que era MUITO BOM, NÃO TENDO RELATADO QUAISQUERPROBLEMAS. Acrescentou, inclusive, que JAIRO e HENRY tinham boa relação e brincavam juntos, ocasionalmente.Embora a relação fosse boa, MONIQUE também afirmouque LENIEL, pai de HENRY, passou a fazer perguntas a este sobre o relacionamento dela com
JAIRO e que HENRY chegou em casa falando que não mais queria “abraço apertado”.
Informou, também, que JAIRO e LENIEL chegaram a conversar sobre isto e que ficoutudo bem.Quanto aos dias que antecederam os fatos ora apurados, disse que nosábado, dia 06 de março de 2021, LENIEL buscou HENRY para passarem o fim desemana juntos. Também disse que soube que, no domingo, foram a um parquinho eque nenhuma eventualidade lhe foi relatada acerca do período em que HENRY perma-neceu com o pai.MONIQUE também afirmou que LENIEL foi levar HENRY de voltano domingo à noite, por volta de 19:20H, ocasião em que este chorava muito e atéchegou a vomitar. Segundo MONIQUE, HENRY teria dito que queria ira paraBANGU, para a casa dos avós e não voltar para o apartamento. Cumpre acrescentarque MONIQUE disse que era comum HENRY vomitar quando chorava muito, sendoque não notou NADA DE ANORMAL na chegada dele, nem mesmo a falta de apetite,
 
 
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 já que ele poderia ter comido algo com o pai e também esclareceu que HENRY certa-mente falaria caso estivesse com fome.Em sequência, disse que, já por volta de 20:00H, decidiu dar banho emHENRY, sendo que NÃO NOTOU QUALQUER ANORMALIDADE OU MACHU-CADO. Quanto ao ânimo de HENRY ao voltar para casa após o passeio com o pai,disse que ele estava tranquilo e carinhoso.Quando perguntada se HENRY se queixou de algo ou alguma dor, res- pondeu que NÃO, bem como que ELE APARENTAVA ESTAR BEM DE SAÚDE eque não tinha conhecimento de que houvesse ocorrido qualquer acidente ou machucadorecentemente.Após o BANHO, ela colocou HENRY para dormir no quarto do casal,como de costume e até chegou a mandar uma foto para LENIEL, em que HENRYsorria. Na sequência narrada por MONIQUE, após HENRY ter dormido, ela eJAIRO ficaram na sala assistindo série até 01:50H, aproximadamente. Nesse período,entretanto, HENRY acordou e se levantou por três vezes, então ela o levou de volta àcama. A fim de que o barulho da TV não interferisse no sono de HENRY, ela e JAIROdecidiram parar de assistir série na sala, tendo se dirigido ao quarto de hóspedes paraassistir mais episódios da série. No referido quarto de hóspedes, MONIQUE disse que JAIRO logoadormeceu, e, apesar de não ter visto o momento em que ele tomou as medicações de
 
 
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costume que utiliza para dormir, disse acreditar que ele as tomou, uma vez que nãodorme sem. Ela, MONIQUE, por sua vez, negou ter tomado qualquer medicamento.MONIQUE também disse ter dormido, recostada em um travesseiro, e, já por volta de 03:30H, acordou quando viu a TV ligada e JAIRO dormindo ao seulado. Em sequência, acordou JAIRO, que foi ao banheiro, enquanto ela se dirigiu paraa suíte, onde se deparou com HENRY caído, com mãos e pés gelados, sem responderaos seus chamados e com olhos revirados.Diante do encontrado, gritou por JAIRO e levaram HENRY ao HospitalBarra D`or. Cumpre acrescentar que MONIQUE afirmou que JAIRO não fez manobrade socorro em HENRY, bem como que MONIQUE afirmou que, já no carro, no cami-nho do hospital e a pedido de JAIRO, chegou a fazer respiração boca a boca emHENRY, embora não tenha qualquer conhecimento de como realizar tal manobra desocorro. Quanto a pedir a JAIRO, médico, para fazer qualquer manobra de socorro,MONIQUE disse que sequer pensou nisso, já que nunca o viu atuar como médico.MONIQUE ainda relatou que HENRY foi atendido imediatamente asua chegada no hospital e que, no decorrer do atendimento, vários familiares foramchegando no hospital.Ainda, segundo MONIQUE, após terem lhe dado a notícia do óbito, umamigo de LENIEL, que se apresentou como SID e policial civil se prontificou a ajudarcom os trâmites de liberação do corpo, bem como avisou que haveria perícia no imóvel.
 
 
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Ressalte-se que MONIQUE afirmou que possuíam o hábito de tranca-rem o apartamento, bem como que apenas a empregada ROSANGELA possuía a cópiada chave. Cabe consignar que MONIQUE afirmou que na manhã do dia 08 de marçode 2021, ROSANGELA esteve no apartamento e efetuou a limpeza do local, antes da perícia, portanto.Acerca de ROSANGELA saber do que havia ocorrido, MONIQUEdisse que no dia nem contou a ela sobre a morte de HENRY, apenas lhe deu o dia defolga, por volta da hora do almoço.Já em relação à perícia, MONIQUE disse que estava em casa quandoela foi realizada, porém não mais dormiu no apartamento após a morte de HENRY,tendo ela voltado a residir com seus pais e JAIRO com os pais dele.Quanto ao
relacionamento com JAIRO, MONIQUE disse que “
eles es-tão juntos e pretendem passar por isso unidos
”.
 Especificamente quanto ao que acredita que tenha provocado as lesõesque levaram HENRY a óbito, MONIQUE disse que, não tem certeza, mas imagina queseu filho HENRY tenha acordado, ficado em pé sobre a cama, se desequilibrado, ouaté tropeçado no encosto da poltrona, e caído ao chão. Acrescentou, ainda que,
“
casosoubesse que alguém tivesse provocado a morte de seu filho HENRY, ela própria ma-taria o responsável, que não esperaria a ação da polícia
”. No mesmo sentido, disse que“
 NÃO ACREDITA QUE "JAIRINHO" TENHA FEITO QUALQUER COISA CON-TRA SEU FILHO, ATÉ PORQUE A RELAÇÃO ENTRE ELES ERA BOA E ELESEMPRE TENTAVA CATIVAR O AMOR DE HENRY
”.
 
 
 
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Quanto ao que relatou no hospital sobre o ocorrido, disse que sequer serecorda com detalhes deste momento, já que estava extremamente nervosa até pelacircunstância em que seu filho HENRY se encontrava. No término do depoimento, a pedido do advogado de MONIQUE, foramfeitas as seguintes perguntas:
“
Que, ao término do depoimento, a pedido de seu advo-gado, foi perguntado à declarante se ela havia entrado em "sono profundo" ou se apenascochilou assistindo o episódio a que se referiu, ou seja, pouco antes de encontrar seufilho caído ao chão, ocasião em que a declarante respondeu que NÃO entrou em sono profundo, até por ter acordado com o som da televisão; Que, também a pedido de seuadvogado, foi perguntado à declarante se era comum JAIRINHO dormir à noite todaou se costumava acordar algumas vezes durante a noite, ocasião em que a declaranterespondeu que ele costumava dormir a noite toda; Que, a pedido do advogado, foi per-guntado à declarante qual o tipo de ar condicionado existente nos quartos, respondeuque todos são aparelhos imóvel são "de janela", com exceção ao da sala.
JAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR
JAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR 
, em suas declarações, devida-mente acompanhado de seu advogado, afirmou que jamais exerceu medicina, emboraformado, tendo sido eleito como vereador do município do Rio de Janeiro logo apóster se formado.Após narrar sobre seus filhos e relacionamento amoroso pretérito, disseque conheceu MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DE ALMEIDA em agosto
 
 
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de 2020, quando já estava separado, bem como que o relacionamento entre eles setornou mais sério a partir de outubro de 2020. Tal como MONIQUE, JAIRO confirmouque passaram a morar juntos no condomínio Majestic em janeiro de 2021.Acerca do primeiro encontro com HENRY, também narrou as circuns-tâncias em que este quis dar um abraço nele, bem como que os encontros, mesmo antesde morarem todos juntos, sempre transcorreram sem anormalidades.Quanto a quem frequentava o apartamento, JAIRO respondeu que, alémdeles três (ele próprio, MONIQUE e HENRY), os pais de MONIQUE raramente iam para lá, bem como que havia uma empregada, ROSANGELA, e uma babá, THAYNÁ.Quanto à relação com LENIEL, pai de HENY, disseque o encontrouduas ocasiões, sendo que em uma delas aquele pediu para que ele não abraçasse
HENRY, de forma “forte”.
Quando perguntado se LENIEL de alguma forma interferiano relacionamento entre ele e MONIQUE, respondeu que não, bem como que não sen-tia quaisquer ciúmes de LENIEL.Sobre a rotina na residência, esclareceu que a regra era que HENRYdormisse com eles no quarto do casal ou até mesmo que MONIQUE dormisse comHENRY no quarto deste, porém afirmou que isto não trazia a ele qualquer tipo de in-satisfação, já que, comumente, HENRY passava os finais de semana na casa dos avósmaternos, bem como as vezes estes vinham até o apartamento deles, ocasião em queHENRY dormia com os avós em seu próprio quarto, ou seja, tal rotina não trazia mai-ores insatisfações porque não interferiam tão significativamente na intimidade do casal.
 
 
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Especificamente quanto a HENRY, disse que ele era um menino muito"doce" e tranquilo na maioria dos dias. Já quanto aos últimos dias que antecederam osfatos ora apurados, narrou que na quinta-feira sua sogra foi para o apartamento deles,onde permaneceu até sábado pela manhã, quando LENIEL foi buscar HENRY para passarem o final de semana. Quando perguntado se houve algum problema nesse perí-odo em que HENRY passou com LENIEL, respondeu que, até onde sabe, não.Especificamente quanto à volta de HENRY, já no domingo, JAIROdisse que, por volta de 18:00H, LENIEL fez contato com MONIQUE, dizendo que irialevar HENRY de volta para casa, conforme combinado, tendo chegado por volta de19:30H. Narrou, ainda, que, desta vez, MONIQUE demorou um pouco mais,cerca de 30 minutos, razão pela qual ele se preocupou e resolveu descer para ver o queestava acontecendo, porém, assim que o elevador em que estava chegou no térreo, jáse encontrou MONIQUE com HENRY em seu colo, a qual lhe narrou que HENRY,como de costume quando voltava da casa do pai, estava um pouco triste e chateado,razão pela qual ela o levou até uma padaria próxima e comprou algumas coisas paracasa.Após isto, disse que subiram os três para o apartamento, momento emque o declarante voltou a assistir série na sala, enquanto MONIQUE foi dar banho emHENRY. Já por volta de 21:00H, MONIQUE retornou à sala, disse que havia colocadoHENRY no quarto do casal para dormir, daí continuaram assistindo série.
 
 
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JAIRO também narrou que HENRY se levantou cerca de duas vezes,tendo MONIQUE o levado de volta para a cama, motivo pelo qual mudaram-se para oquarto de hóspedes, a fim de não perturbar o sono de HENRY.Ressalte-se que JAIRO acrescentou que, como de costume, tomou amedicação que faz uso para dormir (Luvox, Patz e Rivotril) ainda na sala e que, já noquarto de hóspedes, seguiram assistindo a série NARCOS, até que ele adormeceu.Ainda, segundo JAIRO, num dado momento, ele foi acordado por MO- NIQUE para que fossem ao quarto de casal. Narrou que se levantou e foi ao banheiro,quando ouviu MONIQUE lhe chamando de forma alterada, diferente do que normal-mente faz. Ao se dirigir ao quarto, se deparou com MONIQUE sentada na cama, comHENRY no colo, falando que este estava gelado e com o olho "virando", razão pelaqual, imediatamente, colocou as duas mãos no braço de HENRY e percebeu que eleestava realmente com a temperatura bem abaixo do normal e com a boca aberta, pare-cendo que estava respirando mal, sendo que não sabe precisar se estava ou não respi-rando. Diante do quadro, ele pegou uma manta, ajudou a enrolar HENRY e, com MO- NIQUE, se dirigiu imediatamente ao hospital BARRA D`or.Quando perguntado se, como médico, foi capaz de distinguir o que es-tava acontecendo, respondeu que achou que HENRY havia bronco-aspirado, bemcomo que, no caminho do hospital, achou que ele estava evoluindo mal, pois ele nãorespondia à respiração boca a boca que MONIQUE fazia, nem aos outros estímulos,como chamamento. Apesar do quadro, negou ter feiro qualquer manobra médica emsocorro de HENRY, ainda no quarto ou no caminho, tendo apenas orientado, já no
 
 
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carro, que MONIQUE soprasse a boca de HENRY para estimular a ventilação, sendoque não se recorda se MONIQUE chegou a fazer massagem cardíaca.Quando perguntado a razão de, sendo médico, não ter tentado qualquermanobra em socorro da vítima, respondeu que a última massagem cardíaca que reali-zou foi em um boneco quando ainda cursava a faculdade de medicina e achou que seriamais eficaz providenciar o socorro imediato.JAIRO também afirmou que, durante o atendimento, chegaram váriosfamiliares de HENRY, inclusive LENIEL, e dele próprio, a saber, seu pai e seu cu-nhado, JULIO ANDRADE, sendo que, já por volta de 05:30H, uma médica veio dar anotícia do falecimento.Quanto aos acontecimentos posteriores, disse que, por volta de 09:00H,foi até o apartamento, onde se viu que ROSANGELA (empregada) já se encontrava, para calçar um sapato, pois estava de chinelos e achava que teria que ir à Delegacia para ver a tramitação da liberação do corpo. Ressalte-se que, segundo narrado, JAIROnão contou a ROSANGELA sobre o ocorrido.Quando perguntado quanto tempo ficou em casa, disse que foi apenaso tempo de calçar os sapatos, ou seja, cerca de dois minutos. No caminho para a Dele-gacia, entretanto, recebeu uma ligação de sua assessora, que levaria MONIQUE à De-legacia, a qual disse que a presença deles não era mais necessária, já que LENIELestava resolvendo tais questões.
 
 
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Diante disto, todos se dirigiram ao aparamento, tendo JAIRO narradoque lá chegou por volta de 10:00H. Segundo declarado, quando chegou, se deparoucom MONIQUE, ROSANGELA e CRISTIANE (assessora) no apartamento.Indagado se MONIQUE comentou algo com ROSANGELA, respon-deu que sim, que ela contou o que havia acontecido, entretanto MONIQUE já estavamuito "aérea" neste momento.Já quanto à perícia, confirmou que estava no apartamento quando elafoi realizada.Especificamente quanto aos ferimentos em HENRY, JAIRO respondeuque, como médico, classificaria as lesões como significativas, porém afirmou que nãoviu qualquer evento que entenda capaz de produzir tais lesões descritas no Laudo deExame de Necropsia, bem como que não tem ideia do que possa ter acontecido.Por fim, quando perguntado sobre já ter respondido a algum processo,respondeu que não, mas que sua ex-mulher, ANA CAROLINA, mãe de seus dois filhosmais novos, fez um registro contra ele, em decorrência de ciúmes. Sobre tal ocorrência,esclareceu que jamais precisou sequer prestar depoimento a respeito dos fatos, pois, pelo que soube, sua própria ex-mulher esteve na delegacia e "retirou" tais acusações.
 
 
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LEILA ROSANGELA DE SOUZA MATTOS (EMPREGADA)
 
LEILA ROSANGELA DE SOUZA MATTOS
, chamada apenas deROSANGELA em outros depoimentos, prestou declarações que foram assistidas peloadvogado de JAIRO e MONIQUE, uma vez que assim foi requerido a este Delegadode Polícia.
 
Quanto às suas funções no apartamento de JAIRO e MONIQUE, disseque trabalha lá desde 08 de janeiro de 2021,
durante a semana, onde lava, passa, arrumae cozinha, com exceção das quintas-feiras, já que, em tais dias, trabalha da casa DonaMANUELA (mãe de JAIRO) passando roupas, sendo que esta casa se situa emBANGU. Sobre seu horário de trabalho, respondeu que entrava entre 07:30H e 08:00He saía por volta de 14:00H.Quanto à relação familiar que presenciava, disse que só viu MONIQUE,JAIRINHO e HENRY, todos juntos, apenas por três vezes e, em uma delas, chegou a presenciar quando HENRY, ao ver que JAIRINHO havia chegado, saiu correndo emdireçãoa este, falando "tio Jairinho, tio Jairinho" e o abraçou.ROSANGELA também narrou que JAIRINHO não ficava sozinho comHENRY e que os viu juntos apenas por três vezes.Perguntada se na semana anterior à morte de HENRY, trabalhou noapartamento, respondeu que sim e que não viu ninguém no apartamento além deMONIQUE, JAIRO, THAYNÁ (babá) e HENRY. Quanto aos avós maternos, disseque não os viu, mas soube que a avó iria dormir lá na sexta-feira, dia 05 de março.
 
 
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Indagada quanto ao seu trabalho realizado no dia 08 de março de 2021,dia do falecimento de HENRY, respondeu que chegou em seu horário rotineiro, ou seja, por volta de 07:30H, porém nada havia de anormal, salvo a constatação de que a luz dasala estava acesa, o que não era comum.Acerca do estado dos quartos, cumpre destacar que ROSANGELAafirmou que:
“
Que, perguntada se os demais cômodos estavam como de costume,respondeu que sim; Que, perguntada se as televisões estavam desligadas, respondeuque sim, todas; Que, perguntada sobre as camas, respondeu que o quarto de HENRYestava da mesma forma que deixou na sexta-feira; Que, perguntada sobre os demaiscômodos, disse que o quarto do casal estava com a cama desarrumada, como decostume, como se alguém tivesse dormido, sendo que a poltrona estava com o encostoencostado na cama e, também como de costume, havia um travesseiro sobre a cama,encostado no encosto da poltrona; Que, perguntada se havia alguma razão para tal poltrona ficar encostada na cama, respondeu que acredita que era para que HENRYnão caísse da cama, que era para "escorar" HENRY; Que, perguntada se era normalesta disposição de móveis, ou seja, poltrona com encosto encostado na cama,travesseiro encostado no encosto da poltrona e sobre a cama, a declarante respondeuque sim, já que, rotineiramente, HENRY dormia no quarto do casal; Que, perguntadade qual lado estava a poltrona, disse que era do lado esquerdo da cama, de quem aobserva de frente, ou seja, ao entrar no quarto e se visualizar a cama, a poltrona estavaencostada na cama do lado esquerdo; Que, perguntada se havia algo no chão,respondeu que não e que não viu nada de anormal, tendo acrescentado que havia umtapete pequeno de cada lado da cama; Que, perguntada sobre o quarto de hóspedes,a declarante afirma que havia um travesseiro como se alguém tivesse apenas se
 
 
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recostado, porém NÃO APARENTAVA QUE ALGUÉM TIVESSE DORMIDO ALI, porque a cama estava arrumada
(...)”.
 
Quando perguntada se alguém entrou em contato com ela naquelamanhã, respondeu que, por volta de 09:15H, JAIRINHO entrou no apartamento, tirouos chinelos, calçou os sapatos e saiu de novo, porém nada comentou sobre o ocorrido.Posteriormente, 09:46H, MONIQUE ligou para ela disse que poderia tirar o resto dodia de folga. Diante disto, acabou seus afazeres e, quando saia do apartamento eaguardava o elevador, viu quando MONIQUE chegou com um casal que ela,ROSANGELA, desconhecia.Descrevendo a cena, ROSANGELA disse que MONIQUE estava atécom a cara inchada de tanto chorar, o que a fez perguntar sobre o que havia ocorrido,tendo sido lhe respondido que HENRY tinha passado mal na madrugada e falecido.Segundo ROSANGELA, todos entraram novamente no apartamento e,logo em seguida, JAIRINHO chegou, momento em que ela foi embora.Quanto à entrevista que deu a uma emissora de televisão, disse queestava passando roupas na casa de Dona Manuela, mãe de JAIRINHO, e TALITA, queé irmã deste, ainda pela manhã, disse que ela (ROSANGELA) teria que ir até oadvogado porque, provavelmente, seria chamada para depor. Mais tarde, neste mesmodia, na casa de Dona MANUELA, chegou THAINÁ em um carro, conduzido por umhomem que ela desconhecia, o qual as levou até o escritório, onde falaram com oadvogado, o qual fez várias perguntas e, depois, deram entrevista à emissora.
 
 
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ROSANGELA DE MEDEIROS COSTA E SILVA (AVÓ MATERNA)
 
ROSANGELA DE MEDEIROS COSTA E SILVA
, avó de HENRYe mãe de MONIQUE, compareceu nesta Delegacia Policial e seu depoimento tambémfoi acompanhado pelo advogado de MONIQUE E JAIRO, a pedido desse.Em suas declarações, ROSANGELA ressaltou que possuía ótimarelação com seu neto HENRY, sendo que, inclusive, ele morava na casa dela, junto deMONIQUE até que se mudaram para o condomínio Majestic com JAIRINHO.
ROSANGELA também confirmou que HENRY tinha predileção pelasua casa em Bangu e que dormia na casa dela cerca de três a quatro vezes por semana. No mesmo sentido, confirmou que também passou a visitar e dormir no apartamentodo Majestic com frequência, sempre que HENRY a convidava.Acerca do temperamento de HENRY, disse que era um menino muitointeligente, doce, tímido, introvertido e muito educado. Acrescentou que HENRY erauma criança normal, que não tinha brincadeiras agressivas, que gostava de correr e queMONIQUE era uma mãe muito zelosa.Já quanto a LENIEL, disse que este estava sempre muito distante, porcausa do trabalho, mas, quando estava presente, era um bom pai.
 
 
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Ainda sobre LENIEL, disse que mantinham uma boa relação e que estefrequentava sua casa mesmo após a separação, sendo que chegou a declarar que tal fato possa ter gerado algum ciúme em JAIRO.Já sobre o relacionamento entre JAIRO e HENRY, ROSANGELAdisse ter presenciado este levando presente e chocolates e que, em uma ocasião, chegoua aplicar uma injeção em HENRY, já que este estava resfriado e com febre. Sobre estaocasião, detalhou que seu filho segurou HENRY, para que ele não visse JAIRO fa-zendo aplicação, bem como que tiveram esse cuidado para que não criasse qualquertipo de problema na relação dos dois.Quando indagada sobre a última vez em que esteve com seu netoHENRY, antes do ocorrido, respondeu que no sábado, dia 07/03/2021, pela manhã, bem como afirmou que HENRY estava ótimo, sem nenhum problema de saúde, semnenhum machucado e sem nenhuma mancha roxa. Além disto, disse que HENRYnunca chegou à sua casa machucado, que nunca o viu roxo ou com marcas pelo corpo.Após LENIEL buscar HENRY, ROSANGELA voltou para sua casa emBangu e, já no dia 08/03/2021, de madrugada de domingo para segunda, por volta das04 horas da manhã, sua filha MONIQUE ligou gritando: "MÃE, MÃE, HENRY, oHENRY não tá respirando".Diante disto, junto de seus familiares, partiram em direção ao hospital, porém, ainda no caminho, recebeu de MONIQUE a notícia de que HENRY havia fa-lecido.
 
 
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ROSANGELA informou, ainda, que, já no hospital, se deparou comMONIQUE desolada, na companhia de JAIRINHO, CRISTIANE e outras pessoas.Indagada se perguntou a MONIQUE o que tinha acontecido comHENRY, respondeu que sim, porém não se lembra qual foi a resposta de sua filha,sendo que não se lembra se ela falou que HENRY tinha se acidentado ou dado qualqueroutra razão para o ocorrido.ROSANGELA também informou que MONIQUE tem residido com elaem Bangu desde o ocorrido e que, quando perguntou a esta o que havia ocorrido, MO- NIQUE lhe disse que acha que acordou para ir ao banheiro e encontrou HENRY jácaído no chão, sem respirar e pálido, sem passar qualquer outro detalhe.Quando perguntada sobre seu conhecimento sobre a causa da morte deHENRY, respondeu que, pelo que soube, foi um problema no fígado, uma hemorragia,que, pelo que saiba, foi devido a uma queda.ROSANGELA também falou que JAIRINHO foi à sua casa após amorte de HENRY cerca de três vezes, porém ressalvou que não costuma ficar em casa.Quanto a LENIEL, disse que teve um contato apenas por telefone, ocasião em que estedisse que eles tinham que ter força.Perguntadase conversou com JAIRINHO e MONIQUE a respeito dosfatos, ROSANGELA disse que sim, mas que, PARA SE POUPAR, NÃO QUIS SA-BER MAIORES DETALHES E NÃO SE LEMBRA SE ALGUM DETALHE LHEFOI CONTADO.
 
 
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Por fim, quando perguntada sobre o dia em que foi intimada, a razão deter ligado para o advogado, a declarante respondeu que MONIQUE havia lhe faladoque, caso a polícia procurasse a procurasse, ela deveria ligar para o Dr. ANDRE, ad-vogado dela e JAIRO.
THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA (BABÁ)
 
THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA
,
 prestou declarações queforam assistidas pelo advogado de JAIRO e MONIQUE, uma vez que assim foirequerido a este Delegado de Polícia.
 Quanto ao serviço que prestava, THAYNA disse que iniciou suas ativi-dades em 18 de janeiro de 2021 na casa de MONIQUE e JAIRINHO, no condomínioMajestic, bloco 01 ap 203, de segunda a sexta feira, tendo esclarecido que, em razãode a escola em que HENRY estudava trabalhar em sistema hibrido de ensino, ou seja,aulas presenciais e aulas online, ela alternava o horário de entrada da seguinte maneira:quando HENRY ia para a aula presencial, chegava ao trabalho por volta das 11:30H,mas quando HENRY assistia à aula em casa, online, chegava ao trabalho por volta das9:00H.Quanto ao temperamento de HENRY, disse que ele sempre assistiu àsaulas de forma bem tranquila e concentrado e nunca demonstrou qualquer irritação ouqualquer outra inquietação enquanto estudava, o classificando como uma boa criança,que se comunicava normalmente e mantinha um relacionamento normal com as outras
 
 
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crianças do condomínio. Acrescentou que HENRY era uma criança perfeita como qual-quer outra e nunca percebeu inaptidão alguma para qualquer atividade.Especificamente quanto ao relacionamento de JAIRINHO e MONI-QUE com HENRY, disse que esteve na presença dos três por poucas vezes, no máximo, por quatro vezes, sem que se passasse de 02:00H em cada ocasião, mas NÃO PERCE-BEU NADA DE ANORMAL. Também narrou que costumava dar banho no menino e NUNCA VIU QUALQUER MARCA DE VIOLÊNCIA no corpo de menino.Quanto ao dia dos fatos ora apurados, afirmou que não foi trabalhar, jáque MONIQUE ligou , por volta das 8:30H e disse: " THAYNA , VOCÊ NÃO PRE-CISA IR TRABALHAR HOJE. HENRY CAIU DA CAMA! ESTOU EM CHOQUE,PERDI MEU BEM MAIS PRECIOSO!".A babá também narrou ocasiões em que HENRY fazia algumas per-guntas que não são comuns a crianças, como por exemplo: "TIA, A BUNDA DA MI- NHA MÃE É DE QUEM ? " e "POR QUE EXISTE SEPARAÇÃO?".Indagada sobre eventual retorno ao apartamento depois da morte deHENRY, disse que a última vez que esteve no apartamento foi dia 05 de março de 2021, bem como não foi mais procurada por MONIQUE e nem por JAIRINHO, porém, nodia 18 de março, sua mãe entrou em contato pedindo que fosse até a casa de THALITA(irmã de JAIRINHO), pois o advogado de JAIRINHO queria lhe fazer algumas per-guntas.
 
 
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Sobre tal ocasião, narrou que, ao chegar a casa de THALTA, não che-gou nem a sentar, pois o motorista chegou para levá-la, juntamente com ROSANGELA,até o escritório do advogado, lá chegando por volta das 17:00H.Já no escritório, disse que o advogado fez algumas perguntas, a orien-tou a dizer apenas a verdade quando intimada para depor e perguntou se ela estariadisposta a dar uma entrevista, o que foi aceito por ela.
VIZINHOS – CONDOMÍNIO MAJESTIC
 
Foram intimados e ouvidos, em sede policial, todos os moradoresvizinhos das unidades adjacentes ao apartamento 203, onde se deu o evento, no intuitode verificar a possibilidade de estes terem ouvido algum barulho oriundo do imóvel,naquela ocasião.Compareceram
RICARDO ARGENTO DA COSTA
, morador daunidade 204,
LIDIA DE LIMA FERREIRA
, moradora da unidade 201,
HAROLDODE ALMEIDA
, morador da unidade 202,
CELSO FAJARDO
, morador da unidade303 e
SORAIA CAMARGOS DE MORAIS SOUSA
, moradora da unidade 103,todos do bloco 01, do condomínio Majestic. Contudo, não trouxeram informações que pudessem contribuir com as investigações. Todos afirmaram que teriam ido dormir porvolta das 22h, naquela data, não tendo ouvido qualquer barulho que chamasse a atenção.Os vizinhos de andar esclareceram, ainda, que em razão da planta dos imóveis elocalização dos cômodos, também não seria possível escutar barulho oriundo dosquartos de outros apartamentos.
 
 
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HAROLDO DE ALMEIDA
 acrescentou que os apartamentos possuem silicone em volta das portas e janelas, o que impede bastante a saída de som.
SORAIA CAMARGOS DE MORAIS SOUSA,
moradora da unidade103, afirmou que em um domingo do mês de janeiro, não sabe precisar a data, teriaescutado uma briga no apartamento acima, iniciada por volta das 22h30 e se estendendoaté 01h aproximadamente, em razão da qual chegou a ligar para a portaria cerca de trêsvezes, pedindo que tomassem uma providência. Durante a incisiva discussão, teriainclusive escutado um homem gritar “ENFIA A FACA MESMO, ENFIA A FACAMESMO”, ouvindo em seguida gemidos de dor. A testemunha ressaltou não poderafirmar que os moradores atuais eram os mesmos da discussão ocorrida neste referidodomingo.
 
 Nenhum dos vizinhos que prestaram declarações em sede policial,segundo os mesmos, conhecia ou teve qualquer tipo de contato com o casal JAIRO eMONIQUE, que residia no apartamento do Majestic há cerca de três meses.Foi ouvida ainda a babá
ONOCLEIDE TATIANA PESSOAPEREIRA
, que trabalha para RICARDO ARGENTO DA COSTA, informando que nodia 05 de março de 2021, por volta das 10h, estava com as crianças na “brinquedoteca”do condomínio, quando HENRY chegou acompanhado de sua avó materna. HENRYteria brincado normalmente até que sua avó disse que teria que subir com ele, pois iriatrabalhar, momento em que presenciou a criança chorando, dizendo que não queriasubir, pois queria continuar brincando.
 
 
 
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CORPO MÉDICO - BARRA D´OR 
 
Foi intimado a prestar declarações em sede policial todo o corpo médicoda emergência pediátrica do Hospital Barra D´Or envolvido no atendimento à vítimaHENRY BOREL MEDEIROS, naquela madrugada de 08 de março de 2021.Preliminarmente, cumpre consignar que as médicas que tiveram este primeiro contato com a criança foram uníssonas em afirmar que HENRY já chegouMORTO ao Hospital Barra D´Or, em parada cardiorrespiratória e apresentando rigidezde mandíbula, sinal característico de rigidez cadavérica, não apresentando qualquerresposta às diversas manobras de ressuscitação realizadas, ou seja, em nenhummomento foi detectada frequência cardíaca ou respiração. Ademais, as médicasobservaram e relataram a presença de equimoses pelo corpo de HENRY, localizadasem diversas regiões do corpo.Ressalte-se que a rigidez cadavérica, de acordo com a tanatologiaforense, é um sinal tardio (consecutivo) de morte e começa a se instalar paulatinamente,de cima para baixo, iniciando-se pelas massas musculares menores e, mais tarde, asmassas musculares maiores. A rigidez da musculatura da mandíbula (Masseter) éevidenciada após cerca de duas horas do óbito.A pediatra
MARIA CRISTINA DE SOUZA AZEVEDO
, primeiramédica a ter contato com a vítima, relatou que na madrugada de 08 de março de 2021estava de plantão na emergência pediátrica do Hospital Barra D`Or, quando, por voltade 03h50min, HENRY BOREL MEDEIROS deu entrada no hospital. Imediatamentese deu início ao atendimento, tendo a médica levantado a blusa da vítima e constatado
 
 
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a presença de equimoses,razão pela qual cortou suas vestes. A médica detalhou aslesões observadas, quais sejam, “
equimoses na região toracoabdominal, supra pubiana,especificamente acima do pênis, antebraço esquerdo, mais especificamente próximoao punho, e em ambas as coxas, especificamente na parte anterior e superior das coxas,todas com a mesma característica, em pequenos círculos, além de uma escoriação nonariz”
.Informou que a criança deu entrada no hospital em paradacardiorrespiratória, ou seja, tecnicamente morta, pálida, com as equimoses járelacionadas e com trismo, denotando rigidez da mandíbula. Esclareceu que, em algunscasos, se consegue reverter o quadro de PCR a partir de manobras de ressuscitação, porém, no caso de HENRY, este não apresentou resposta a qualquer das manobrasefetuadas ao longo de aproximadamente duas horas, ou seja, em nenhum momento foidetectado batimento cardíaco ou respiração, concluindo-se que HENRY já chegoumorto ao hospital. Informou terem sido realizadas massagens cardíacas, ventilação comAMBU e oxigênio, além de procedimentos para intubação orotraqueal e medicaçãovenosa contendo adrenalina, sem resposta alguma do paciente.Sobre eventual relato sobre o que havia acontecido com HENRY, disseter ouvido de MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DE ALMEIDA e de JAIROSOUZA SANTOS que haviam escutado um barulho no quarto e lá foram para ver oque havia acontecido, ocasião em que se depararam com a HENRY "
 pálido, com asmãos e pés gelados e sem respirar 
". Em sede policial, lhe foi apresentado o Laudo deExame de Necropsia, no qual a médica afirmou que “
não foram descritas lesões típicasde manobras de ressuscitação, quais sejam, fratura do esterno, fratura de costela equebra de dente, esta última, decorrente de intubação”
.
 
 
 
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A pediatra
VIVIANE DOS SANTOS ROSA
 relatou que na madrugadade 08 de março de 2021, estava de plantão na emergência pediátrica do Hospital BarraD´Or, quando por volta das 04h, foi acionada por uma auxiliar de enfermagem que lherelatou que havia uma "criança parada", ou seja, em parada cardiorrespiratória.Imediatamente se dirigiu ao atendimento e, ao chegar à maca em que HENRY seencontrava, já se deparou com a Dra. MARIA CRISTINA realizando manobras deressuscitação. A médica observou que HENRY já estava “
cianótico, pálido, comextremidades frias, sem respiração, sem batimentos cardíacos e pupilas midriáticas,tecnicamente morto
”. Esclareceu que, muito embora a parada cardiorrespiratóriaimplique em morte, se realizam manobras de ressuscitação, já que é possível que o paciente se recupere. HENRY, no entanto, não apresentou resposta ou recuperação emnenhum momento, não tendo a médica sequer conseguido constatar pulso periférico,mesmo durante a massagem.Indagada se viu alguma lesão em HENRY, informou ter visto “
umaescoriação no nariz, cerca de três equimoses ovalares na região do pulso esquerdo,algumas outras equimoses no abdômen e membros inferiores”
. Como foi quemrealizou a primeira intubação em HENRY, constatou que a criança apresentava rigidezde mandíbula, dificultando, portanto, a abertura oral.Indagada se houve relato sobre o que havia ocorrido, afirmou ter ouvidoda mãe da vítima, MONIQUE MEDEIROS, que ouviu um barulho no quarto, se dirigiuaté o local e encontrou a criança "
 fria, gelada, com as mãos roxas e com dificuldade para respirar 
".
 
 
 
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A pediatra
FABIANA BARRETO GOULART DELEAGE
 relatouque na madrugada do dia 08 de março estava em casa, quando, por volta das 04h20min,a Dra. MARIA CRISTINA ligou e lhe informou sobre a entrada de uma criança em parada cardiorrespiratória. Imediatamente se dirigiu ao hospital, chegando emaproximadamente dez minutos à emergência pediátrica. HENRY já estava sendoatendido pela equipe médica de plantão, à qual se juntou. Já estavam sendo realizadosos procedimentos de ressuscitação, tais como massagem cardíaca, ventilação eadrenalina, porém em nenhum momento HENRY respondia aos estímulos. Durantetoda a manobra de ressuscitação, HENRY estava em assistolia, ou seja, não possuíanenhuma frequência cardíaca. No momento de intubá-lo, a médica percebeu que suamandíbula estava rígida, característica de trismo, dificultando a abertura oral, masapesar disso, conseguiram realizar o procedimento sem causar nenhum dano ao paciente. Indagada sobre a que atribui o trismo, a médica FABIANA afirmou que,embora não seja médica legista, em seu entendimento, se tratava de rigidez cadavérica.
 
Durante tais manobras, JAIRO SOUZA SANTOS se aproximou e perguntou se já haviam intubado HENRY, tendo a médica FABIANA sinalizado queHENRY já estava intubado. JAIRO perguntou então se teria como fazer algumacirurgia para reverter tal situação, tendo a médica respondido que não, dizendo queHENRY "
estaria parado
", ou seja, a prioridade seria ressuscitá-lo e não dar diagnósticocirúrgico, continuando o atendimento, sem entender bem tal pergunta. Indagada seHENRY possuía lesões pelo corpo, respondeu que observou “
algumas equimoses,todas em formato de circunferência, com diâmetro aproximado de um centímetro, noabdome e antebraço, próximo ao punho”.
 
 
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A médica FABIANA foi quem deu a notícia da constatação de óbito deHENRY a MONIQUE, JAIRO e ao pai LENIEL. Sobre a reação de todos à notícia, amédica afirmou que o pai estava mais exaltado, porém seria incapaz de aferir o impactoemocional em cada um deles. Indagada se, na ocasião, houve algum pedido para que oóbito fosse atestado no hospital, afirmou que não, mas que apenas perguntaram o porquê de não ser atestado ali e qual seria o procedimento a ser seguido, sem, entretanto,lhe solicitarem nada. A Diretora, Dra. TAÍSSA, ligou para pediatria e pediu para falarcom a médica FABIANA, informando que o corpo deveria ser encaminhado para oIML, corroborando o que já havia dito aos parentes de HENRY.
 
A Diretora Operacional do Hospital Barra D´Or,
TAÍSSA COELHOREZENDE
, relatou que em 08 de março de 2021 estava em sua residência, em escalade sobreaviso administrativo, quando por volta das 06 horas, entrou em contato com aDra. FABIANA BARRETO, pediatra, como de rotina do sobreaviso, para averiguar sehouve alguma alteração no período noturno. A pediatra FABIANA então informou quehavia dado entrada uma criança, já morta, cerca de duas horas antes e que tentaramdiversas manobras de ressuscitação ao longo desse período, sem sucesso. FABIANAlhe informou que o menino, em nenhum momento, respondeu aos procedimentosrealizados, não tendo reagido a qualquer estímulo, tendo dado entrada já morto, emPCR, inclusive com rigidez mandibular. A Diretora perguntou o que aconteceu, eFABIANA respondeu que os pais teriam relatado que ouviram um grito, um barulhovindo do quarto do menor, e, ao chegarem ao cômodo, o encontraram desacordado,sem respirar e gelado. TAÍSSA perguntou se durante o exame físico algo haviachamado a atenção, ao que FABIANA respondeu que sim, que a criança apresentavamúltiplas equimoses na região toracoabdominal. Diante destas circunstâncias, asmédicas chegaram à conclusão que o atestado de óbito não poderia ser fornecido pelo
 
 
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hospital, devendo o corpo ser encaminhado ao Instituto Médico Legal, para realizaçãode necropsia.Indagada se JAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR, padrasto de HENRY,tentou fazer a liberação rápida do corpo do menino no Hospital Barra D´Or, sem que ocadáver fosse devidamente encaminhado ao IML, respondeu que desconhece, nãotendo recebido nenhum contato nesse sentido. Acrescentou que, em cinco anos deemergência pediátrica no hospital, é a primeira vez que uma criança saudável chegamorta, sendo uma situação completamenteatípica.
 
A Coordenadora Médica da Emergência Pediátrica do Hospital BarraD´Or,
CARLA CRISTIANE DALL OLIO
, informou que não participou doatendimento a HENRY, tendo chegado ao hospital por volta de 07h20min, quando ocorpo já estava sendo preparado para ser encaminhado ao setor de conservação.Relatou que, na ocasião, teve contato apenas com LENIEL, que lhe perguntou sobre ostrâmites a serem seguidos diante do falecimento de HENRY. A coordenadora respondeuque o corpo deveria ser encaminhado ao IML, já que não havia um diagnóstico causal para atestar aquele óbito, uma vez que HENRY chegou tecnicamente morto ao hospital.LENIEL afirmou que de fato preferia que o corpo de HENRY fosse encaminhado aoIML, uma vez que queria uma resposta sobre o que havia provocado a morte de seufilho. Nesta oportunidade, a coordenadora informou ainda que as câmeras do HospitalBarra D´Or não estavam funcionando, uma vez que houve manutenção no setor.
 
 
 
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DÉBORA MELLO SARAIVAIntimada, compareceu em sede policial
DÉBORA MELLO SARAIVA
,que manteve um relacionamento amoroso com JAIRO SOUZA SANTOS por cerca deseis anos, entre idas e vindas. A relação teve início em 2014, quando DÉBORAconheceu JAIRINHO na Câmara dos Vereadores, onde trabalhava como assessora.Esclareceu que, concomitantemente, JAIRINHO mantinha um relacionamento com amãe de seus filhos, ANA CAROLINA, mas afirmou que, à época, não sabia queestavam juntos. DÉBORA disse que, durante o relacionamento, já teria inclusiveouvido um áudio no qual ANA CAROLINA dizia que se JAIRINHO ficasse com ela,iria expor algo que sabia sobre o vereador. DÉBORA disse não saber dizer à qualexposição ANA CAROLINA se referia.Informou que seu relacionamento com JAIRINHO era conturbado, commuitas brigas e ofensas, mas nunca chegou a ser agredida fisicamente. Indagada seJAIRINHO tinha contato com seus filhos ENZO (de oito anos) e CLARA (de 12 anos),respondeu que sim, embora pouco.
 
 Narrou que no ano de 2015, chegou a passar cerca de um mês em Angrados Reis na casa de sua madrinha FLAVIA, tendo JAIRINHO alugado um apart hotelna mesma localidade, para ficar próximo. Disse que JAIRINHO chegou a visitar a casa,onde fizeram um churrasco, ocasião em que teve breve contato com seus filhos,chegando a brincar com as crianças. Indagada se ENZO, à época com três anos de idade,se machucou durante este período, respondeu que sim, pois este teria sofrido umacidente brincando com a irmã e caído da rede, batendo com a cabeça. Informou que omenino foi socorrido pela avó materna e que, logo após, veio embora para o Rio de
 
 
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Janeiro com JAIRINHO e ENZO no mesmo carro. Naquela oportunidade, JAIRINHOnão chegou a examinar ENZO, mas, tão logo chegaram ao Rio de Janeiro, DÉBORA ea avó materna levaram o menino a um hospital na Lagoa, indicado por sua tia KÁTIAe por JAIRINHO, apesar de DÉBORA morar no Méier. ENZO teve de ficar internado,em observação, e teve alta no dia seguinte.DÉBORA afirmou que seu relacionamento com JAIRINHO terminouem outubro de 2020, após descobrir que o mesmo estava com MONIQUE. Nãoobstante, voltaram a ter contato em dezembro de 2020. Em janeiro de 2021, encontrou pessoalmente JAIRINHO por três vezes e chegaram a “ficar”, há cerca de um mês.Informou, ainda, que se falavam com frequência, por telefone ou mensagem, inclusiveera rotineiro conversarem de madrugada, acrescentando que mesmo tomando remédios,JAIRO demorava a dormir e não tinha um sono pesado. Disse ainda que, na data dofato, 08/03/2021, JAIRNHO mandou uma mensagem à 01h47min da madrugada, ondedizia "PELO AMOR DE DEUS", respondendo a uma mensagem que DÉBORA haviamandado às 15h57min do dia 07/03/2021, dizendo "TO CANSADA DE VOCÊ!".
 
Já no dia 08/03/2021, pela manhã, às 11h46min, ou seja, logo após amorte de HENRY, JAIRINHO continuou a conversa iniciada no dia anterior,normalmente, sem mencionar absolutamente nada sobre o ocorrido. JAIRINHOconversou pelo
WhatsApp
 com DÉBORA, sobre uma infecção urinária desta, como senada tivesse acontecido, agindo normalmente, nada mencionando acerca de qualquer problema ou tragédia que teria ocorrido. Em nenhum momento o vereador comentousobre a morte de seu enteado, inclusive DÉBORA não soube do falecimento deHENRY por JAIRINHO, mas sim por amigos em comum e depois pela mídia.
 
 
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Acrescentou que, no sábado, 20/03/2021, quando foi intimada a prestardeclarações em sede policial, entrou em contato com THALITA, irmã de JAIRINHO,tendo este a telefonado em seguida para falar sobre o assunto, não comentandodiretamente sobre o falecimento, apenas disse que DÉBORA deveria ficar tranquila, jáque estaria sendo intimada somente para falar sobre o relacionamento dos dois, bemcomo se ele era agressivo, etc, mas nada falou a respeito da morte de HENRY ou seusentimento sobre.
 
Ainda no dia 20/03/2021, o advogado de JAIRINHO, Dr. ANDRÉ,ligou para DÉBORA através do número de CRISTIANE, assessora do vereador, paraacalmá-la, afirmando que não precisava entrar em pânico, que deveria comparecer àDelegacia e dizer a verdade, falando sobre o relacionamento do casal, que não seria“
nada de mais
”. A testemunha foi questionada se possui o contato do DR. ANDRÉ erespondeu que sim, pois CRISTIANE a teria passado no sábado (20/03), mas que nãoteria falado com o causídico pelo número dele, mas sim pelo de CRISTIANE. Acresceu,também, que JAIRINHO ainda a ajuda financeiramente. Por fim, DÉBORA franqueouacesso a seu aparelho telefônico, bem como à sua conversa com JAIRINHO noaplicativo
WhatsApp
, autorizando a exportação integral da mesma, no interesse dedemonstrar a verdade dos fatos.
 
 NATASHA DE OLIVEIRA MACHADO
NATASHA DE OLIVEIRA MACHADO,
 que manteve umrelacionamento amoroso que durou cerca de dois anos com JAIRINHO, compareceuem sede policial no intuito de prestar esclarecimentos que pudessem auxiliar naelucidação da morte de HENRY BOREL MEDEIROS.
 
 
 
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Esclareceu que tal relacionamento teve início em 2010, época em que o pai de JAIRINHO, conhecido como CORONEL JAIRO, estava em campanha eleitoral para deputado. Àquela altura sua filha, K. O. D. P., tinha 03 (três) anos de idade.Questionada sobre como era o relacionamento, afirmou que JAIRINHO sempre foimuito educado e solícito, descrevendo o relacionamento como bom.Disse que sua filha K. O. D. P., a partir de determinado momento (oqual não se recorda com exatidão), passou a não querer mais estar em sua companhiaquando estava com JAIRINHO. K. O. D. P. chorava e pedia para ficar com a avómaterna. Normalmente, a testemunha forçava para que sua filha fosse, até porqueacreditava que se tratava apenas de ciúme "
normal de criança
", já que era o primeirorelacionamento sério que tinha, após ter se relacionado com o pai da menor. Apesar deraras, algumas vezes JAIRINHO ficava sozinho com K. O. D. P. e até chegou a levá-la para lanchar no Mc Donald´s. NATASHA parou de insistir que K. O. D. P. aacompanhasse com JAIRINHO, quando viu que a resistência dela a este se tornou maisséria, sendo que K. O. D. P. chorava muito e chegava a vomitar de tanto nervosismo. NATASHA inclusive chegou a morar com JAIRINHO em um flat, no pontal do Recreiodos Bandeirantes, mas K. O. D. P. permaneceu morando com a avó materna.Em uma das viagens que fez apenas com JAIRINHO e sua filha para acasa que o vereador tinha em Mangaratiba, JAIRINHO, como fazia ocasionalmente, aincentivou a tomar um "
remedinho para dormir 
". Na ocasião, NATASHA desconfiouque JAIRINHO estava lhe dando tal medicação para que, quando estivesse dormindo, pudesse ligar para a ex, ANA CAROLINA, razão pela qual fingiu que tomouamedicação, mas escondeu o comprimido sob o travesseiro e fingiu que dormia. Pouco
 
 
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tempo depois, percebeu que JAIRINHO se levantou e saiu do quarto, tendo atestemunha aguardado alguns minutos e o acompanhado. Ao chegar à sala, se deparoucom JAIRINHO em pé, segurando K. O. D. P. pelos braços, enquanto a menor estavaem pé no sofá. Aparentemente, JAIRINHO apenas segurava KAYLANE, ou seja, nãoestava fazendo algo agressivo, porém a menina estava assustada. Relatou que, assimque o abordou, JAIRINHO imediatamente disse que K. O. D. P. havia tido um pesadeloe acordado, perguntando à criança: "NÃO FOI, K.?". K. O. D. P. respondeu que sim,tendo NATASHA levado a filha para dormir na cama do casal com ela, enquantoJAIRINHO foi dormir no outro quarto.A testemunha NATASHA também foi questionada acerca de algumoutro evento relevante entre K. O. D. P. e JAIRINHO, e disse que uma vez, quandodiscutiram em um restaurante na Barra da Tijuca ou Recreio, não se lembrando ao certo,resolveu voltar para casa a pé com sua filha e saiu do restaurante caminhando com K.O. D. P.. JAIRINHO, então, foi de carro atrás e, ao chegar ao lado delas, abriu a portae mandou que entrassem. Como NATASHA se recusou, JAIRINHO pegou K. O. D. P. pela cintura e a colocou bruscamente no carro, momento em que NATASHA começoua gritar. JAIRINHO saiu com o carro, fez o retorno e voltou até onde NATASHA estava,tendo esta observado que K. O. D. P. já estava sentada no banco de trás. NATASHAentrou no carro e começou a perguntar para K. O. D. P. se estava tudo bem e a acalmá-la, não se recordando para onde foram após este episódio.
 
 NATASHA contou ainda que na constância do relacionamento comJAIRO, apesar de terem ocorrido discussões, nunca houve agressões físicas. A relaçãoteve fim quando soube que ANA CAROLINA FERREIRA NETO, mãe da filha deJAIRINHO, estava novamente grávida deste e que o casal estava comemorando,
 
 
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 passando a não mais querer manter o relacionamento com JAIRINHO, que não aceitouo término, passando a ter comportamento agressivo.
 
Por várias vezes JAIRINHO perseguiu NATASHA, segundo ela relatou,inclusive houve ocasiões em que ele a aguardava em frente à casa de suas amigas,gritando e a chamando no portão. Indagada se houve agressões físicas, respondeu quesim, algumas vezes, todas em razão de se recusar a conversar sobre reatarem orelacionamento ou até por ciúmes. NATASHA afirmou que JAIRINHO já chegou asegurá-la pelo pescoço e até a rasgar sua roupa na rua, especificamente quando a viuchegando de uma "balada". Houve um episódio, no ano de 2012, em que NATASHAse recusou a conversar com JAIRINHO, tendo este então a puxado pela grade do portãoda casa de sua mãe, fazendo com que batesse seus seios contra a grade. Nesta ocasião, NATASHA ainda estava com pontos da cirurgia de implante de silicone que havia feito,sendo que tal agressão acarretou a "abertura" de alguns dos pontos, sendo necessárioque retornasse antecipadamente ao médico cirurgião Dr. OLYNTHO GONÇALVES,que, à época, tinha consultório na Barra da Tijuca.
 
Já passado cerca de um ano e meio do fim do relacionamento, NATASHA soube por sua mãe, SELMA SILVA DE OLIVEIRA, que K. O. D. P. teveuma crise de choro quando assistia a um programa sobre maus tratos a crianças.SELMA disse que nesta oportunidade, K. O. D. P. lhe confidenciou que JAIRINHOhavia batido nela algumas vezes. NATASHA então foi falar com sua filha, à época comcerca de seis anos de idade, que relatou que algumas vezes em que esteve sozinha comJAIRINHO, este a levava até o carro e dizia coisas como "VOCÊ ATRAPALHA AVIDA DA SUA MÃE", "A VIDA DA SUA MÃE IA SER MAIS FÁCIL SEM VOCÊ", bem como dava "mocas" em sua cabeça e torcia suas pernas e braços. K. O. D. P.
 
 
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afirmou que em uma das vezes, JAIRINHO a levou em um lugar onde havia uma camae uma piscina, onde afundou sua cabeça embaixo d`água.
 
Questionada se procurou a polícia a respeito das agressões que sofreraou que sua filha relatou, respondeu que não, pois acreditava que, por ele "
ter dinheiro
",não "
daria nada para ele
", que seria a palavra dela contra a dele. NATASHA afirmouque já conversou com K. O. D. P. sobre as agressões outras vezes, tendo a filha, hojecom treze anos, relatado sempre a mesma história. Após a morte de HENRY sernoticiada na mídia, NATASHA resolveu conversar com sua filha acerca dos fatos queela havia relatado, perguntando se queria denunciar, pois ficou com uma "
 sensação deter sido negligente
", então quis fazer algo. K. O. D. P., no entanto, demonstrou estarcom medo de fazê-lo.
 
Ato contínuo, NATASHA localizou o perfil de LENIEL BOREL DEALMEIDA JUNIOR, pai de HENRY, a quem disse para que "
não desistisse
", e que"
 fosse atrás
", porque não havia acontecido só com o filho dele, que tinha acontecidosua filha também e que, caso ele quisesse conversar, estaria à disposição. Dias depois,LENIEL respondeu e ligou para NATASHA, que contou algumas coisas que haviamacontecido e, a partir daí, marcaram um encontro no escritório do advogado deLENIEL. Quando do encontro, LENIEL e seu advogado perguntaram se NATASHAestaria disposta a depor e denunciar o ocorrido à polícia e, embora K. O. D. P. tenhademonstrado estar com medo, decidiu fazê-lo. Nesta oportunidade, NATASHA secomprometeu a conversar com sua filha se esta estaria disposta a prestar depoimentona Delegacia da Criança e JOVEM Vítima.
 
 
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Ressalte-se que diante da notitia criminis, houve encaminhamento àDelegacia da Criança e JOVEM Vítima – DCAV, gerando procedimento próprio.BRUNA DE OLIVEIRA MACHADO – IRMÃ NATASHA
 
BRUNA DE OLIVEIRA MACHADO
 acompanhou sua irmã NATASHA em sede policial e pôde corroborar alguns fatos envolvendo sua sobrinhaK. O. D. P.. BRUNA relatou que quando sua irmã namorava JAIRO, toda vez que elea buscava, K. O. D. P., à época com aproximadamente quatro anos de idade, dizia quenão queria ir e, por vezes, vomitava de tão nervosa. BRUNA relatou que sua sobrinhanão gostava de estar com a mãe na presença de JAIRO, pois tinha medo dele e preferiaficar a tia ou a avó materna.Também contou que perguntou à sobrinha se desejava ajudar no casodo menino HENRY, quando este foi televisionado, mas K. O. D. P., hoje com trezeanos, somente chorava. BRUNA revelou que em 20/03/21, às 15h17min, JAIRO atelefonou, alegando “
ter ligado para a BRUNA errada
” e começou a perguntar comoestava sua irmã, além de perguntar a idade de sua sobrinha, K. O. D. P., e também deseu filho, o que a deixou com medo de que JAIRINHO pudesse fazer alguma covardiacom as crianças, ou até com NATASHA. Acrescentou que já presenciou JAIROagredindo sua irmã, às vésperas das eleições de 2012, ano em que foi reeleito. Nestaocasião, BRUNA ouviu gritos na rua e, quando saiu para ver, JAIRO estava segurandosua irmã pelo ombro e batendo com os seios desta no carro. NATASHA estava operadae as agressões fizeram com que os pontos operatórios se abrissem e deixassem os seiosem carne viva. BRUNA foi quem limpou as feridas e, no dia seguinte, NATASHA foiao médico para realizar enxerto.
 
 
 
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OLYNTHO GONÇALVES NETO – MÉDICO NATASHA
 
O médico apontado por NATASHA como responsável por sua cirurgiade implante de silicone, bem como pelo procedimento realizado em razão da “abertura”dos pontos ocasionada pelas agressões relatadas,
OLYNTHO GONÇALVES NETO
,foi intimado e ouvido em sede policial, porém em razão do tempo transcorrido, não serecordou prontamente da paciente NATASHA, apesar de não descartara possibilidadede ter realizado tal procedimento, se comprometendo a verificar as documentações de pacientes arquivadas em seu consultório.
 
ERICA MAMEDE - PSICÓLOGA
 
A psicóloga
ERICA MAMEDE
, que acompanhava HENRY BORELMEDEIROS em sessões de terapia desde 04 de fevereiro de 2021, foi ouvida em sede policial e, cientificada de suas prerrogativas funcionais, manifestou interesse em prestar declarações estritamente necessárias ao caso.
 
O motivo que teria feito com que LENIEL e MONIQUE, pais deHENRY, procurassem tal acompanhamento psicológico, segundo MONIQUE, teriasido o fato de HENRY não estar querendo ficar na escola, nem na casa de sua mãe,desejando somente ficar na casa dos avós maternos, em Bangu. HENRY frequentouum total de cinco sessões apenas, uma por semana, sendo o tratamento finalizado porsua morte precoce. A psicóloga relatou que na primeira sessão, HENRY não desgarrouda mãe, e que a partir da segunda sessão, passou a explorar o espaço lúdico da criança,tendo as demais sessões transcorrido da mesma maneira.
 
 
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Quanto à sua percepção em relação às poucas sessões realizadas comHENRY, a psicóloga informou que foi possível identificar que o espaço da casa dosavós maternos era agradável ao menino, pela figura do avô e que, somente na últimasessão, HENRY mencionou que morava um “tio” em sua casa. ERICA perguntou quemera esse "tio" e HENRY respondeu “TIO JAIRINHO”. Quando a profissional perguntou quem era JAIRINHO, HENRY respondeu que não sabia, dizendo emseguida que estava com saudades de seu pai. Acrescentou que HENRY nunca chegoua comentar sobre JAIRINHO, tendo sido esta a única vez em que mencionou seu nome,não transparecendo medo na ocasião.FLAVIA DE MEDEIROS MESQUITA SARGO - PROFESSORA
 
FLAVIA DE MEDEIROS MESQUITA SARGO
, professora deHENRY no Colégio Marista São José Barra, prestou declarações em sede policial,informando que HENRY era aluno novo do colégio, razão pela qual não chegou aestabelecer muita ligação com o mesmo, até pelo fato de estarem funcionando emsistema híbrido de ensino, em razão da pandemia. Com relação ao comportamento deHENRY, a professora respondeu que era uma criança alegre, falante, participativa emuito interessada. Disse que HENRY, na escola, nunca reclamou do ambiente familiare acrescentou se recordar de que o menino sempre comentava sobre a avó, repetindosistematicamente que gostava da casa da avó, em Bangu.
 
 
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 II.b.
 
 DA BUSCA E APREENSÃO E DEMAIS MEDIDAS REPRESENTADAS 
 
A partir dos elementos até então colhidos, foi confeccionadarepresentação em que se pleiteava busca e apreensão nos imóveis onde estavamresidindo MONIQUE, JAIRO (JAIRINHO) e LENIEL. Além disto, houverepresentação por interceptação telefônica e telemática, extração de dados e também por interdição do apartamento (local do crime), por trinta dias, a fim de viabilizarexames periciais.Tais representações obtiveram parecer favorável do ExcelentíssimoRepresentante do Ministério Público e foram todas deferidas por este egrégio juízo.
 
Uma vez expedidos os mandados de busca, foi deflagrada ação policialem 26 de março de 2021, a qual culminou com a apreensão de vários aparelhos detelefonia celular e demais objetos descritos nos autos.
 
Há de se ressaltar que foi necessária a deflagração imediata de operação para a busca e apreensão, uma vez que, pela grande cobertura midiática da investigação,havia sério receio de que os investigados pudessem se desfazer de seus aparelhostelefônicos. Em razão disto, como os celulares foram logo apreendidos, a
interceptação deferida não gerou qualquer efeito probatório relevante
, tal comose infere da informação prestada pelo Setor de Busca Eletrônica desta DelegaciaPolicial.
 
 
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 II.c.
 
 DAS PROVAS PERICIAIS e OUTROS DOCUMENTOS DE RELEVÂNCIA TÉCNICA
 
Aos autos, em primeira fase de investigação, foram juntados:
 
- Laudo de Exame de Necropsia - do qual se extrai a
MATERIALIDADE DELITIVA
, uma vez que apontou que houve morte, decorrentede AÇÃO CONTUNDENTE, que causou HEMORRAGIA INTERNA eLACERAÇÃO HEPÁTICA. No mesmo Laudo também constam outras lesõesextremamente significativas, a saber: “
o abdome, que é plano, com múltiplasequimoses violáceas, assim como em dorso”; “infiltração parietal direita e occipital”(lesões na cabeça, portanto); “o encéfalo encontra-se edemaciado, com alargamentodas circunvoluções e apagamento dos sulcos, ausência de infiltrações hemorrágicas”;“presença de grande quantidade de sangue em abdômen, de contusão renal à direita”;“presença de trauma com contusão pulmonar, principalmente à direita; os pulmõesexibem páreas de contusão que, aos cortes, dão saída a líquido avermelhadoespumoso”; “presença de hematoma retro aórtico”; “cavidade peritoneal contém sangue, presença de laceração hepática à direita e hemorragia retroperitoneal 
”;- Laudo Complementar de Necropsia;
 
- Laudo de Exame de Local;- Boletim de Atendimento Médico do Hospital Barra D´Or;
 
 
 
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- Laudo de Perícia Criminal em Equipamento Computacional Portátil,referente ao telefone celular de
MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DEALMEIDA
.
 
 II.c.1
 
 DO LAUDO DE PERÍCIA CRIMINAL EM EQUIPAMENTOCOMPUTACIONAL PORTÁTIL (TELEFONE DE MONIQUE)
 
 Neste tópico há de se registrar, preliminarmente, que o laudo deextração de aparelho celular em referência, até por seu vasto conteúdo, segue emapenso físico, no qual há outros pontos destacados, não sendo a análise a seguir expostaexauriente.
 
 Nesta ordem de ideias, embora haja vasto conteúdo do mesmo laudoem apartado, não há como se relegar as informações ABSOLUTAMENTECONTUNDENTES advindas do que foi destacado pelos próprios peritos, quando daconfecção do referido Laudo Pericial.Chamam a atenção os
 prints
 de diálogos de
WhatsApp
 encontrados nagaleria do telefone de MONIQUE MEDEIROS DA COSTA SILVA DE ALMEIDA,onde foram registradas imagens estáticas, inclusive com fotografias, de conversa quemanteve com THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA, babá de HENRY. Os referidos“prints” foram captados em 12 de fevereiro de 2021, portanto, menos de um mês antesdo crime.
 
 
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Sobre a referida conversa, constante nos
 prints
 de tela destacados nolaudo, em que se observam, inclusive, FOTOGRAFIAS E VÍDEO, há de se fazer asseguintes considerações:
 
- restou, de forma indubitável, demonstrado um
EPISÓDIO DEVIOLÊNCIA
 em que HENRY, após, estranhamente, ter ficado no quarto do casal a portas fechadas SOZINHO com JAIRINHO, queixou-se de DOR NO JOELHO,MANCAVA e PEDIA PARA QUE NÃO FOSSE LAVADA SUA CABEÇA, POISESTAVA DOENDO.
 
- no relato de THAYNA à MONIQUE, a babá afirmou que HENRYcontou a ela que JAIRINHO havia DADO UMA “BANDA” E CHUTADO ELE, sendoque continuou com “TODA VEZ FAZ ISSO”, a indicar uma
ROTINA DEVIOLÊNCIA
. Ressalte-se, ainda, que à indagação de MONIQUE sobre se o fato teriaocorrido no quarto do casal ou no de HENRY, THAYNA respondeu “E SEMPRE NOSEU QUARTO”.
 
- no mesmo
 print 
 a que se refere o item anterior, também fica evidentea
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
 imposta por JAIRINHO a HENRY, de apenasquatro anos de idade, quando se infere que THAYNA narrou à MONIQUE o que foi aela relatado por HENRY sobre JAIRINHO, ou seja, que ele teria dito a HENRY queele “NÃO PODE CONTAR”,“QUE ELE PERTURBA A MÃE DELE”, “QUE TEMQUE OBEDECER A ELE” e que “SE NÃO VAI PEGAR ELE”.
 
 
 
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- os
 prints
 demonstram que JAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR(JAIRINHO)
MENTIU
 quando prestou depoimento, afirmando ter ótima relação comHENRY.
 
- os
 prints
 demonstram que MONIQUE MEDEIROS DA COSTASILVA DE ALMEIDA
MENTIU
 sobre a relação entre JAIRINHO e HENRY, tendonegado saber de qualquer evento, afirmando, ainda que o relacionamento entre os doisera
MUITO BOM, NÃO TENDO RELATADO QUAISQUER PROBLEMAS naconvivência. MONIQUE, além de ter mentido,
SE OMITIU
 diante de OBRIGAÇÃOLEGAL, uma vez que é agente garantidora, na forma prevista no artigo 13 §
2º, “a”,
do Código Penal, MANTENDO TAL VERSÃO MENTIROSA MESMO APÓS OADVENTO DA MORTE DE SEU FILHO.
- os
 prints
 demonstram que
THAYNA DE OLIVEIRA FERREIRA, babá de HENRY, ouvida na qualidade de TESTEMUNHA,
MENTIU
, quando afirmouque NÃO PERCEBEU NADA DE ANORMAL e que NUNCA VIU QUALQUERMARCA DE VIOLÊNCIA.
II.d.
 
 DAS PRISÕES TEMPORÁRIAS E NOVA BUSCA E APREENSÃO DEFERIDAS NESTES AUTOS 
 
A partir dos elementos até aquele momento coligidos, foi confeccionadarepresentação por decretação de prisão temporária dos então investigados e também por expedição de busca e apreensão para a casa de THAYNA DE OLIVEIRAFERREIRA. A referida representação obteve parecer favorável do Exmo. Dr. Promotorde Justiça e foi deferida em douta decisão proferida por este egrégio juízo.
 
 
 
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A operação foi deflagrada em 08 DE ABRIL de 2021, ocasião em queJAIRO e MONIQUE foram presos. Paralelamente, também se obteve êxito naapreensão do aparelho telefônico utilizado por THAYNA. Ressalte-se que houverepresentação para extração de conteúdo da referida mídia, a qual obteve parecerfavorável do Ministério Público e foi deferida por este egrégio juízo.Impende salientar que, na ocasião da prisão, JAIRO e MONIQUEarremessaram os aparelhos celulares que utilizavam pela janela da suíte na qual foramencontrados, tendo sido ambos os aparelhos arrecadados e apreendidos pelos policiaiscivis, conforme informação acostada. Da mesma forma, requereu-se autorização judicial para a extração do conteúdo dos referidos aparelhos, tendo sido tal medidadeferida.
 
 II.e.
 
 DAS OITIVAS POSTERIORES E NOVAS PROVAS JUNTADAS 
 
PABLO DOS SANTOS MENESES – REDE D´OR 
 
Compareceu ainda a esta UPAJ, no intuito de colaborar com asinvestigações,
PABLO DOS SANTOS MENESES
, Conselheiro do Instituto D`Or eexecutivo do alto escalão da área de saúde, ao qual JAIRO SOUZA SANTOS JUNIORrecorreu, na data da morte de HENRY, na tentativa de fazer a rápida liberação do corpono Hospital Barra D´Or, sem que o cadáver fosse devidamente encaminhado ao IML.
 
PABLO relatou que, na madrugada do dia 08 de março de 2021, precisamente às 04h57min, JAIRINHO lhe enviou uma mensagem, dizendo
"AMIGO,
 
 
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 ASSIM QUE PUDER ME LIGA
". Em seguida, às 06h56min, JAIRINHO tentou novocontato, desta vez, em duas ligações de
WhatsApp
.
 
Como PABLO não atendeu a taisligações, às 06h57min, JAIRINHO mandou mensagens de texto novamente, insistindo"
 AMIGO, ME DÊ UMA LIGADA"; "COISA RÁPIDA"; "PRECISO DE UM FAVOR AQUI NO BARRA D`OR
". JAIRINHO ainda disse "
 É RÁPIDO
", tendo, em seguida,insistido com duas novas ligações, às 07h17min. Ao desligar uma ligação de trabalho,PABLO avisou a JAIRINHO, "
 PODE LIGAR AMIGO
".Ao atender ao telefonema de JAIRINHO, o executivo se desculpou pelademora no retorno da ligação, indagando sobre o que JAIRINHO estaria precisando.JAIRINHO então respondeu, em tom calmo, tranquilo e sem demonstrar qualqueremoção: "
 ACONTECEU UMA TRAGÉDIA
", dizendo que o filho de sua mulher haviamorrido e que a mãe estava sofrendo muito e pedindo agilização do óbito, desejandodesta forma, que o óbito fosse atestado no hospital, sem que o corpo fosse encaminhadoao IML. PABLO lamentou e disse que ligaria então para o hospital, para se inteirar doocorrido, pedindo que JAIRINHO fornecesse o nome completo do menino.Ao ligar para o Hospital Barra D´Or, o executivo pediu para verificar oque estava acontecendo, sendo informado que a situação “requeria IML”, com aseguinte explicação: "
Criança chegou em PCR, previamente hígida, apresentavaalgumas equimoses pelo corpo. Óbito sem causa definida. Pais separados. Pai desejaque leve o corpo ao IML. Padrasto é médico e quer que dê o atestado
", o que lhecausou estranheza e desconforto. Enquanto PABLO estava em ligação com o BarraD`Or, JAIRINHO enviou outra mensagem, que dizia "
 AGILIZA OU EU AGILIZO OÓBITO. E A GENTE VIRA ESSA PÁGINA HOJE"; "VÊ SE ALGUÉM DÁ O ATESTADO PRA GENTE LEVAR O CORPINHO! VIRAR ESSA PÁGINA
".
 
 
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Ao desligar a ligação com o Barra D`Or, o executivo enviou aJAIRINHO mensagem repassando a situação que lhe foi informada, sobre o estado queo menino havia dado entrada no hospital. No mesmo momento, JAIRINHO fez umaligação, tendo PABLO retornado e dito a JAIRINHO que não havia a menor possibilidade de o óbito ser atestado pelo hospital, em vista da situação já relatada emmensagem, razão pela qual o corpo deveria ser encaminhado ao IML. JAIRINHO perguntou "
TEM CERTEZA QUE NÃO TEM MESMO NENHUM JEITO?
", ao quePABLO respondeu que não, que seria impossível, tendo então JAIRINHO respondido"
SE NÃO TEM JEITO, VAMOS FAZER O QUE TIVER QUE SER FEITO
".Diante da negativa contundente, em seguida, JAIRINHO enviou novamensagem, dizendo "
 AMIGO, A MÃE QUE PEDIU"; "MAS VAMOS FAZER O QUETIVER QUE SER FEITO
". Após, JAIRINHO passou a ligar insistentemente, não tendoo executivo atendido a nenhuma das ligações, tendo em vista que se sentiucompletamente desconfortável com aquele pedido, com a situação e com ocomportamento de JAIRINHO diante desta.
 
 No dia 11 de março de 2021, JAIRINHO ainda tentou novo contato comPABLO, através de ligações de
WhatsApp
, não tendo novamente o executivo atendidoou retornado a nenhuma dessas, não mantendo mais nenhum tipo de contato comJAIRINHO.
 
Ressalte-se que, visando colaborar com as investigações, o executivoforneceu quatro "
 prints
" de tela, contendo as conversas descritas, que manteve comJAIRO SOUZA SANTOS JUNIOR.
 
 
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ANA CAROLINA FERREIRA NETO – EX-MULHER DE JAIRINHO
 
ANA CAROLINA FERREIRA NETO
, mãe de MARIA LUIZA, dequatorze anos de idade e de JAIRO, de oito anos de idade, dois dos três filhos deJAIRINHO, também prestou declarações em sede policial.Esclareceu ter mantido um relacionamento amoroso conturbado com oindiciado, no período compreendido em 1998 a 2019, marcado por diversos episódiosde infidelidade por parte do mesmo, ao longo destes vinte e um anos. Afirmou queJAIRINHO sempre teve um perfil de "namorar as amantes”, que a perseguiam eafrontavam. Em 29 de dezembro de 2013, inclusive, dois dias após terem se casado em
 
 
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uma cerimônia religiosa, relatou que arrumava suas malas para a viagem de lua de mel,quando recebeu uma ligação de "número restrito", de uma mulher, a ofendendo eafirmando que JAIRINHO, que tinha acabado de sair de casa sob alegação que iriaencontrar um amigo, estaria na verdade indo encontrá-la. ANA CAROLINA nãoacreditou, desceu e viu JAIRINHO ainda no carro, indo até ele e pegando seu aparelhocelular, constatando que, de fato, ele falava com uma mulher. Então, ANA CAROLINAsubiu para seu apartamento de cobertura, tendo JAIRINHO subido atrás. Iniciou-seuma discussão, tendo ANA afirmado que não

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