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Medidas e Avaliação CURRÍCULO LATTES Claudiana Marcela Siste Charal ● Mestre em Promoção da Saúde no Envelhecimento Ativo (UniCesumar). ● Licenciatura Plena em Educação Física (Cesumar). ● Especialista em Neuroaprendizagem (UniCesumar). ● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino a Distância (UniFCV). ● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e Inovação (UniCesumar). ● Tutora Pedagógica (UniFCV). ● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação (UniFCV). ● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE). ● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2019 até os dias atuais. ● Experiência em gestão e empreendimento de academia de 2003 a 2015. ● Experiência em personal trainer de 2000 até os dias atuais. ● Experiência e atuação em ginástica coletiva, licenciada pela Les Mills International/Body Systems Brasil em 9 modalidades. Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7940297809849482 http://lattes.cnpq.br/7940297809849482 Greice Westphal ● Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina (PEF- UEM/UEL) na área de concentração em Desempenho Humano e Atividade Física com o orientador Prof. Dr. Nelson Nardo Junior. ● Doutoranda com período sanduíche na University of Ottawa no Ottawa Hospital Research Institute (uOttawa) no grupo Health Active Living and Obesity Research Group (HALO) em Ottawa, Ontário, Canadá com o orientador PhD. Jean-Philippe Chaput. ● Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (Unimep) na área de concentração em Avaliação e Reabilitação Funcional. ● Especialista em Educação Física Escolar, Recreação, Fisiologia do Exercício e Saúde (ASSESC). ● Graduada em Educação Física Licenciatura Plena (Univali). ● Pesquisadora do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO) vinculado ao Departamento de Educação Física (DEF) e Hospital Universitário de Maringá (HUM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). ● Experiência de atuação profissional na área de pesquisa científica, em específico no tratamento multiprofissional da obesidade, na avaliação e medidas de pessoas com obesidade, em programas de tratamento multiprofissional e em Bioestatística e Estatística voltado à pesquisa e artigos científicos. Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/6272228329261736 APRESENTAÇÃO DA APOSTILA Seja bem-vindo(a), querido(a) aluno(a)! Esta disciplina é dedicada a você, professor(a) em formação, a fim de fornecer instrumentos teóricos e práticos acerca do ensino de Medidas e Avaliação através de um conjunto essencial de conhecimentos teóricos e práticos sobre os principais conteúdos que cercam a disciplina. Para isso, nosso aprendizado começa na Unidade I, tratando dos Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física. Para tanto, conceituaremos através da literatura biometria, medidas e avaliação, iremos também definir e classificar aptidão física, testes, medidas e avaliações, além de diferenciá-las e apresentar as etapas básicas de avaliação. Já na Unidade II, nos dedicaremos a discutir sobre as Técnicas e Instrumentos de Biometria, Medidas e Avaliação. Assim, será fundamental conhecer os tipos de testes, os critérios para selecionar e validar os testes relacionados à aptidão física, para que, assim, possamos construí-los. Com o intuito de abranger todo o conteúdo, abordaremos também os seguintes temas: antropometria aplicada; objetivos e procedimentos para avaliação da aptidão física; métodos para avaliação dos níveis de atividade física; instrumentação para medidas e avaliação. Será neste sentido que a Unidade III será abordada, com o objetivo de apresentar a você as Baterias de Testes sobre aptidão física, composição corporal, além de discorrer sobre antropometria, protocolos de testes e procedimentos estatísticos: análises e interpretação dos resultados, programas e tendências. Na unidade que fecha a disciplina serão elencados os diferentes contextos em que a Biometria, Medidas e Avaliação são trabalhadas na área da Educação Física, para isso, dissertaremos sobre avaliação em educação física escolar; desenvolvimento de propostas para avaliação em Educação Física escolar nos diferentes níveis de ensino; avaliação nas diversas modalidades desportivas e a organização de ações mediante resultados das avaliações em diferentes contextos. Além disso, na apostila da disciplina Medidas e Avaliação, o(a) estudante irá perceber que ao longo das unidades aparecerão seções do tipo: “Saiba Mais”, “Reflita”, sugestões de livros e vídeos. Estas seções serão destacadas, a fim de garantir o aprendizado necessário e desejado por você, aluno(a). Assim, esperamos que esta disciplina possa agregar conhecimentos em sua formação! Bons estudos e divirta-se! UNIDADE I CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DE BIOMETRIA, MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal Professora Mestre Greice Westphal Plano de Estudo: ● Conceitos de biometria, medidas e avaliação; ● Definição e classificação da aptidão física; ● Definições e diferenciação de testes, medidas e avaliações; ● Etapas básicas de avaliação; ● Modalidades de biometria, medidas e avaliação; ● Áreas de Avaliação em Educação Física. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar biometria, medidas e avaliação; ● Definir e classificar aptidão física; ● Definir e diferenciar testes, medidas e avaliações; ● Classificar as etapas básicas de avaliação; ● Apresentar as modalidades de biometria, medidas e avaliação; ● Identificar as áreas de Avaliação em Educação Física. INTRODUÇÃO Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) à primeira unidade da disciplina Medidas e Avaliação. Espero que esta unidade lhe auxilie no aprendizado que teremos mais a frente em nossa disciplina. Nesta unidade, iremos entender o significado de biometria, medida, avaliação, aptidão física e teste, dessa forma você conseguirá ter um norte sobre o conteúdo que virá adiante. A fim de esclarecer o conteúdo, iremos diferenciar os conceitos de testes, medidas e avaliações, pois, muitas vezes, erroneamente, diversas pessoas acreditam ter significados semelhantes ou até mesmo iguais. Partindo desse assunto, iremos apresentar as modalidades existentes em biometria, medidas e avaliação, assim como as áreas de avaliação em que a Educação Física é atuante. Dessa forma, considerando a importância desses conteúdos como base para a disciplina, eles são a base para que você possa se aprofundar nos conteúdos específicos da disciplina Biometria, Medidas e Avaliação. Agora que você já sabe quais modalidades de biometria, medidas e avaliação vai aprender nesta unidade, quero convidá-lo(a) para vir conosco nesse mundo específico da nossa profissão. Vamos lá?! 1 CONCEITOS DE BIOMETRIA, MEDIDAS E AVALIAÇÃO 1.1 Conceito de Biometria Com o surgimento, em 1901, na Inglaterra, a Biometria teve como função tornar- se a ciência que estuda quantitativamente os fenômenos considerados essenciais para a conservação da vida (RAMALHO, 1940). A palavra Biometria vem do grego e refere-se à Bio (Vida) e Metria (Medidas), ou seja, Medidas da Vida (RAMALHO, 1940). Dessa maneira, a expressão Biometria remete a procedimentos de medida de diversos fenômenos biológicos. Esta ciência, portanto, refere-se às medidas corporais dos seres humanos e é denominada Biometria, ou seja, baseia-se em estudos referente às características físicas e o comportamento do indivíduo (GOMES; SILVA; VAZ, 2013). Já na décadade 70, Gomes de Sá (1975) destacava essa definição como simplista, podendo levar a interpretações ambíguas, o autor preferia entender a Biometria como “a ciência que procura traduzir numericamente os fenômenos biológicos, estabelecendo relações entre os dados assim obtidos, com o fim de determinar as leis que os regem” (p. 39). Esta é, sem dúvida, uma definição mais coerente, porém falta especificar os três níveis morfológico, fisiológico e psicológico, os quais estão subentendidos na expressão “fenómenos biológicos” e que são os níveis em que será estudado o indivíduo (GOMES; SILVA; VAZ, 2013). No contexto da Educação Física, a biometria tem como objetivo determinar as condições físicas dos indivíduos, através de diversas medidas, a fim de identificar o estado físico e mental para que se possa mensurar a atividade/exercício físico a ser prescrita, ou seja, a biometria objetiva em analisar as partes do corpo humano que podem ser medidas (GOMES; SILVA; VAZ, 2013). Silveira (1929) define biometria como o conjunto de processos matemáticos empregados em Biologia. Corroborando com o autor, Ramalho (1940) afirma que biometria é a ciência que tem como objetivo traduzir numericamente os fenômenos biológicos, estabelecendo relação entre os dados obtidos. Para Albrizio (2007), a biometria é um campo de conhecimento caracterizado pela “medida dos seres vivos”, sendo que seu objetivo é o estudo quantitativo das alterações das características das plantas e animais, e, a partir destes, foi empregado através da medicina aos seres humanos. É importante entender que os estudos biométricos não se limitavam apenas às medidas físicas, estes também abrangem as faculdades mentais e comportamentais dos indivíduos, pois a partir da identificação dessas características seria possível realizar a intervenção visando o aperfeiçoamento das espécies, raças, inclusive nos seres humanos (BULMER, 2003). Assim, a biometria agrega, de forma multifacetada, diversas áreas de conhecimento, fundamentada em diferentes modelos de quantificação referentes aos fenômenos corporais, como: 1 - medidas morfológicas, por meio de recursos antropométricos (avaliação do peso, da altura, das circunferências (pescoço, cintura, abdômen e quadril) de envergadura, postural etc. (BLANCKAERT, 2001; SÁ et al., 2008); 2 - medidas fisiológicas, ocorrem de acordo com a medição da pulsação, a capacidade respiratória, a força, a pressão arterial, composições químicas dos líquidos corporais (exemplo: urina e sangue) entre outras (DASTON; GALISON, 2007); 3 - biotipologia, no qual analisa variações psicológicas a fim de estabelecer uma classificação dos indivíduos (GOULD, 2003). Para analisar as informações mensuradas nas medidas biométricas (corporais) dos indivíduos, são utilizados procedimentos estatísticos. Assim, parâmetros estatísticos, como a média e o desvio padrão, são utilizados, além de medidas de comparação, como testes inferenciais que avaliam se há diferenças entre grupos de interesse ou entre momentos de análise, principalmente com a finalidade de avaliar os efeitos de programas de intervenção de diversas naturezas (GOMES; SILVA; VAZ, 2013). Nesta mesma linha, porém com limites mais bem definidos, a área de Medidas e Avaliação em Educação Física concentrou a maior parte das publicações e também o espaço como componente curricular dos cursos de formação na área. Assim, na atualidade, são poucos os cursos que mantêm ambas as disciplinas na formação inicial. Deste modo, mais ênfase será dada neste curso para esta disciplina, destacando, quando for o caso, aspectos históricos e conteúdos da Biometria. 2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Assuntos relacionados à aptidão física são muito importantes para o profissional de Educação Física, uma vez que estão diretamente relacionados com a saúde e também com o desempenho esportivo. Por essa razão, são abordados praticamente em tempo integral no campo da Educação Física, seja na área do treinamento físico, na de crescimento e desenvolvimento ou na área de atividade física relacionada à saúde. 2.1 Conceito de Aptidão Física Aptidão Física, essas palavras isoladas têm significados diversos. Aptidão: qualidade do que está apto, capacidades naturais ou adquiridas, pode-se dizer também que é apenas capacidade, disposição ou até mesmo conjunto de requisitos necessários para exercer algo; enquanto a palavra Física refere-se ao corpo, material, está relacionada às leis da natureza. Dessa forma, ao unificar ambas as palavras – Aptidão Física – encontramos o significado de capacidade, habilidade, disposição material, que conduz e indica que o corpo do indivíduo está apto (MACHADO FILHO, 2012). A aptidão física é definida por Guedes (1996) como um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite às pessoas não apenas a realização das tarefas do dia a dia, como as ocupações ativas das horas de lazer. Além disso, permite enfrentar emergências imprevistas, sem fadiga excessiva. Aliado a essas características, destaca também a capacidade de evitar o aparecimento das funções hipocinéticas, ao mesmo tempo em que possibilita o funcionamento da capacidade intelectual em seu nível máximo, aliado ao sentido de alegria de viver. A aptidão física estaria ainda associada à capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem. Outra maneira de definir aptidão física encontrada na literatura, é a aptidão física como a capacidade de endurance (duração), continuação, resistência ao estresse e persistência em atividades físicas em circunstâncias difíceis (PELLEGRINOTTI, 1998). Na conferência sobre Exercício, Aptidão e Saúde realizada em Toronto, Canadá, em 1988, foi apresentado um esquema sobre as relações complexas entre: atividade física habitual, a aptidão física/fisiológica e a saúde, e outros fatores influenciadores, como apresentado na Figura 1. Figura 1 - Relações complexas existentes entre atividade física habitual, aptidão física e saúde Fonte: Bouchard et al. (1990). 2.2 Classificação da Aptidão Física A aptidão física, atualmente, pode ser classificada de acordo com diferentes concepções apresentadas a seguir. Além dessas concepções, detalhes e especificidades sobre esse tópico serão apresentados a seguir, dentro dessa disciplina/curso: 1- Aptidão física sob um ponto de vista geral: é a capacidade de realizar tarefas comuns do dia a dia com vigor e vivacidade, sem fadiga excessiva e com plena energia para poder realizar as atividades de lazer e também para enfrentar emergências imprevistas (BÖHME, 2003). 2- Aptidão física relacionada à Saúde, referente às ações energéticas auxiliando na realização das atividades cotidianas, que proporciona menor risco de doenças crônico-degenerativas, também pode ser considerada como um bem-estar geral e não apenas como prevenção de doenças. Os componentes de mensuração e avaliação relacionados às atividades físicas habituais são a resistência cardiorrespiratória; aptidão musculoesquelética e a composição corporal (MACHADO FILHO, 2012). 3 - Aptidão Física relacionada às habilidades esportivas (agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação motora) ou de performance motora. Estas, reconhecidamente com uma interferência de fatores genéticos, têm sua contribuição mais voltada para a realização de tarefas/atividades específicas, relacionadas ao desempenho esportivo (DARIDO; RANGEL, 2005; NAHAS, 2010; VERARDI et al., 2007). 4 - Aptidão física sob o ponto de vista médico: neste ponto, de acordo com Reid e Thomson (1985), a aptidão física compreende duas áreas: anatomia e fisiologia. No âmbito da anatomia, compreende-se o sistema musculoesquelético (ossos,articulações e músculos), e a suas inter-relações com a postura e habilidades básicas de locomoção (andar, correr e saltar). Já no campo da fisiológica está relacionado ao funcionamento dos sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular; aos aspectos antropométricos (percentual de gordura, composição corporal total e aspectos estéticos); a aptidão motora básica (nutrição e considerações fisiológicas (funcionamento dos órgãos dos sentidos, do sistema digestivo e dos órgãos internos e os aspectos endócrinos) (BÖHME, 2003). 3 DEFINIÇÕES E DIFERENCIAÇÃO DE TESTES, MEDIDAS E AVALIAÇÕES Caro(a) aluno(a), já definimos o que é medida e avaliação, porém vamos, neste momento, além de relembrar esses conceitos, entender o que são os testes e fazer uma comparação entre os três termos (testes, medidas e avaliações). Sabemos que a Educação Física é um campo do conhecimento no qual se utiliza o método de medidas e avaliação como instrumento, com a finalidade de auxiliar, acompanhar, intervir, prescrever e orientar a prática das atividades físicas entre os indivíduos, para tanto é indispensável obter conhecimentos e habilidades cada vez mais específicas sobre esse tópico (GUEDES; GUEDES, 2006). Por isso, é de suma importância compreender as diferenças dos significados entre os verbos: testar, medir e avaliar, além de classificar os escores obtidos. Com destaque aos objetivos de verificar a “normalidade” de acordo com padrões de distribuição de dados mediante recursos de estatística descritiva. Com isso, estabelecer as normas, padrões e/ou critérios considerados adequados ou desejáveis. 3.1 Conceitos Básicos: Testar, Medir e Avaliar 3.1.1 Testar Está relacionado ao desempenho do indivíduo diante a situações previamente organizadas e padronizadas. Um teste é uma situação na qual se solicita a alguém que demonstre certo aspecto de seus conhecimentos ou de sua capacidade. Para isso, normalmente, são utilizados instrumentos, procedimentos ou técnicas específicas para a obtenção da informação de interesse. Através dos testes é possível determinar os valores numéricos das medidas, o mesmo pode ser realizado através de uma prova escrita, um teste físico ou da observação da performance de um indivíduo. Exemplo: teste de Cooper - 12 minutos (resistência cardiorrespiratória), testes de sentar e alcançar (flexibilidade), entre outros (GUEDES; GUEDES, 2006). Existem duas áreas predominantes para a aplicação de testes: aquela que inclui os testes de campo e os testes desenvolvidos em ambientes laboratoriais, cada um com suas características, como apresenta a Figura 2 (GUEDES; GUEDES, 2006). Figura 2 - Tipos de testes e suas características Fonte: as autoras. 3.1.2 Medir O verbo medir remete ao ato de obter informações que possam ser descritas de maneira quantitativa. Desse modo, é utilizado para coletar informações obtidas por intermédio de um teste, atribuindo-se a ela um valor numérico. Essas medidas devem ser precisas e objetivas. Com isso, determina-se a quantidade daquilo que se pretende medir. Um exemplo disso é a medida da distância percorrida pelo avaliado durante a realização do teste de correr/andar de Cooper de 12 minutos (GUEDES; GUEDES, 2006). No campo da Educação Física existem diversos tipos de medidas, que podem ser divididas em dois grupos, como apresentado na Figura 3 (GUEDES; GUEDES, 2006): Figura 3 - Tipos de medidas e suas características Fonte: as autoras. 3.1.3 Avaliar Tem a função de interpretar os dados (quantitativos e qualitativos), objetivando fornecer um “parecer ou julgamento” de valores de acordo com os referenciais pré- estabelecidos. Ela agrega um componente qualitativo do que se mediu. Com isso, possibilita a identificação de um grau de importância que pode estar contido naquele dado objetivo – a medida. Mas, para isso, é necessária a comparação com um sistema de referência, seja ela para determinar o que é o normal – nas avaliações referenciadas por normas – ou o que é o ideal – nas avaliações referenciadas por critérios. Dessa maneira, na avaliação recorre-se a um processo interpretativo dos valores de um grupo ou do próprio sujeito, que, nesse caso, é considerada uma avaliação referenciada em si mesmo. A partir da avaliação, é possível identificar qual e como será realizado o trabalho, o que é ou foi mais eficiente, além de classificar os avaliados, analisando seu progresso, estabelecendo a efetividade do treinamento de acordo com os objetivos estabelecidos. Portanto, entende-se que a avaliação reflete em metas e objetivos através de comparações mediante um padrão referencial (GUEDES; GUEDES, 2006). Podemos destacar também que este processo é fundamental na prática docente, pois ele fornece elementos essenciais para o desenvolvimento de uma ação qualificada, a qual nos permite uma reflexão contínua no que se refere à escolha de competências, objetivos, conteúdos e procedimentos (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007). No âmbito da educação física, o ato de avaliar as condições físicas de um indivíduo é essencial, pois para a maioria dos indivíduos, talvez essa seja a única experiência de avaliação física que eles experimentem. Isso é lamentável, pois a cultura de se submeter a avaliações periódicas pode contribuir, em muito, para o conhecimento de si mesmo, a busca por objetivos realísticos e, em última análise, a valorização de valores que cada indivíduo possui, bem como da valiosa jornada para o aprimoramento das qualidades que possuímos. Além disso, pode-se considerar relevantes motivos da avaliação por possibilitar acompanhar a evolução das capacidades físicas diante um programa de intervenção, identificar problemas ou dificuldades pré-existentes que requeiram certos cuidados ou até mesmo a restrição de alguns tipos de exercícios, trabalhando com exercícios específicos e de forma segura. Desse modo, encontramos na literatura três tipos diferentes de avaliação, cada qual com sua peculiaridade. Assim, cabe ao profissional compreender cada um e estabelecer qual será o mais apropriado a ser utilizado com cada indivíduo, ou se ele utilizará todos os tipos sem escolher entre uma avaliação ou outra (GUEDES; GUEDES, 2006). A Figura 4 apresentará, de maneira clara e objetiva, os tipos e as descrições de cada um dos tipos de avaliação. Figura 4 - Tipos e descrições das avaliações Fonte: as autoras. Como descrito na figura apresentada, as avaliações têm diferentes propósitos e momentos de aplicação. A avaliação diagnóstica normalmente é aplicada antes de se iniciar um programa de exercícios, também com a finalidade de procurar pontos ou características de destaque, positivos ou negativos. Com essa análise torna-se mais claro o caminho a percorrer durante o programa que se tem pela frente. As avaliações formativas e somativas, normalmente, são aplicadas no ambiente ensino- aprendizagem. Sendo que a avaliação formativa tem como característica facilitar a assimilação de conteúdos no decorrer do programa instrucional. Ao passo que a avaliação somativa, normalmente é aplicada ao final do período instrucional e pretende verificar o quanto se assimilou durante esse período. Nesse sentido, as avaliações formativas tendem a fornecer um feedback a alunos e professores sobre o progresso observado durante o processo, enquanto a avaliação somativa visa analisar se determinado critério de aproveitamento foi atingido, a fim de que se possa fornecer uma certificação ou título ao final de um período instrucional ou curso. Dessa forma, os termos medida, avaliação e teste são aplicados em diferentes contextos no campo da Educação Física, conforme ilustrado pela Figura 5. Figura 5 - Esquema geral envolvendo os testes, medidas e avaliação em EF Fonte: Morrow Junior et al. (2003). Assim, podemos afirmar que o profissionalde Educação Física deve conhecer, de forma teórica e prática, uma série de procedimentos e situações nas quais serão necessários o planejamento e a aplicação de testes, medidas e avaliações para seu cliente/paciente/aluno. Como pode-se depreender, a situação em que se esteja e o perfil do público que está sendo atendido determinará, em grande medida, quais os procedimentos e rotinas mais apropriados. O importante é compreender que situações distintas requerem organização e padronização diferenciados, no entanto, o primordial do processo de medir, testar e avaliar pode ser entendido conforme a Figura 5. 4 ETAPAS BÁSICAS DE AVALIAÇÃO Então, aluno(a), agora podemos iniciar a aprendizagem específica sobre a avaliação, você deve estar se perguntando: “agora já sei a definição, a diferença entre avaliação, teste e medidas. Mas como realizo a avaliação propriamente dita?”. Antes de tudo vale a pena ressaltar que a realização da avaliação física é importante para que o indivíduo que deseja iniciar uma atividade física a realize de forma segura e orientada, pois é a partir dela que o profissional de Educação Física poderá realizar a prescrição de exercícios físicos e desportivos de acordo com o tipo, a intensidade, frequência, a duração da sessão de treino (CONFEF, 2021; GABER et al., 2011). A partir da avaliação física também é possível que o profissional possa identificar indivíduos com sintomas e/ou fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas, pulmonares, do sistema locomotor que podem se agravar dependendo do tipo e intensidade dos exercícios. Por isso, nesses casos, antes da realização da prescrição de exercícios deve-se solicitar que o avaliado procure um atendimento médico especializado, para que se identifique, de forma mais precisa, a extensão do problema e, após todos os procedimentos necessários, o profissional poderá prescrever os exercícios com segurança e respeitando as restrições existentes. Pensando nisso, caro(a) aluno(a), como você selecionaria o(s) instrumento(s) para realizar tal avaliação? Será que o instrumento escolhido é ideal ou confiável? Neste momento surgem diversas dúvidas. Portanto, a fim de esclarecer estes questionamentos que podem surgir durante a realização da avaliação, iremos apresentar algumas etapas fundamentais para que você, como avaliador(a), possa direcionar as suas ações. Vamos iniciar a avaliação? Como ponto de partida, o ideal é realizar a anamnese (questionário) com perguntas simples, porém de grande valor para o profissional, pois é neste momento que o avaliador conhecerá o histórico e hábitos do aluno/atleta/cliente (FONTOURA et al., 2013). Um questionário muito utilizado entre os profissionais de Educação Física atuantes em academias é o PAR-Q, este questionário foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde do Canadá e revisado por um Comitê Consultivo Técnico indicado pela Sociedade Canadense de Fisiologia do Exercício e Fitness (FONTOURA et al., 2013). O PAR-Q tem 7 questões, todas muito objetivas, e tem como finalidade verificar a prontidão dos indivíduos para a prática de exercícios físicos. Caso as respostas das 7 perguntas sejam todas negativas, assegura-se que o avaliado está pronto para iniciar um programa de exercícios. Esse mesmo tipo de questionário é recomendado antes da realização de um teste de esforço. Após realizar a anamnese, inicie a avaliação física, por meio das realizações das principais medidas antropométricas, de composição corporal e de aptidão física, de acordo com o perfil do avaliado e com os propósitos do programa de exercícios que se planeja realizar. Inicia-se, normalmente, pelas medidas ANTROPOMÉTRICAS: ● Medida da Massa Corporal: para realizar a medida da massa corporal total, chamada popularmente como “peso do indivíduo”, será utilizada uma balança (digital ou mecânica). ● Altura: a altura, também denominada estatura, é medida através do equipamento denominado estadiômetro. ● Índice de massa corporal (IMC): esse índice antropométrico tem como parâmetros as medidas de massa corporal e estatura. ● Circunferência ou Perímetro: para realizar essa medida, é utilizada uma fita métrica antropométrica, estas fitas são específicas para essa finalidade, por não serem feitas com material que possa sofrer alteração (extensão ou encurtamento) com o passar do tempo. ● Diâmetro ósseo: é mensurado por meio do instrumento denominado paquímetro ou antropômetro. ● Dobras cutâneas: o instrumento utilizado para verificar a espessura das dobras cutâneas é o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas, espessímetro ou plicômetro. Após realizar a avaliação antropométrica, se possível o ideal seria realizar a avaliação de aptidão física, a fim de avaliar os níveis da capacidade funcional do aluno, como, por exemplo: Capacidade aeróbica; Flexibilidade; Resistência; Equilíbrio; Agilidade; Potência; Coordenação; Velocidade. Assim, o profissional estará com os dados suficientes para planejar e estruturar um programa de atividade física específico para o aluno/cliente/atleta de acordo com os objetivos, metas e limitações, garantindo a segurança e a eficácia do treinamento. SAIBA MAIS É importante considerar que, para cada modalidade, existe alguma particularidade relacionada aos critérios de avaliação, como, por exemplo, a qualidade do teste (referente à validade, reprodutibilidade e objetividade), aspectos práticos (referente à viabilidade – equipamentos, as instalações, a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados e a economia do teste, que se relaciona aos recursos financeiros disponíveis), aspectos pedagógicos (relaciona-se à facilidade de entendimento e à motivação) e a utilização dos resultados (compreende a especificidade e a prescrição), aspectos práticos (evidencia a viabilidade), ou seja, está relacionada a parte de equipamentos, instalações, equipe técnica, tempo de disponibilidade, número de avaliados (ROJAS; BARROS, 2003). Geralmente, um “bom” teste possui três aspectos fundamentais referentes à qualidade dele, ou seja, para selecionar um teste mais eficaz você deve considerar a validade (validade face e/ou de lógica, de conteúdo, de construção, concorrente e preditiva), a reprodutividade, que se divide em fidedignidade e objetividade, sendo a primeira sinônimo de erro intra-avaliador, ou seja, a influência do avaliador sobre o fenômeno em avaliação, enquanto que a segunda, a objetividade, é sinônimo de erro inter-avaliador, indicando o quanto de variação dos escores (resultados da medida) pode ser atribuído à influência de diferentes avaliadores (ROJAS; BARROS, 2003). #SAIBA MAIS# REFLITA A avaliação por norma se relaciona ao conceito de normalidade, oriundo da distribuição dos dados e uma determinada população. Utilizando-se recursos estatísticos, como as medidas de posição, também chamada de medidas de tendência central e de dispersão, consegue-se descrever um padrão de distribuição que é semelhante, em diferentes populações. A partir desse padrão define-se parâmetros como a média, a mediana, o desvio padrão e a variância. Além desses, também são definidos os intervalos percentílicos que representam o posicionamento de referência a partir dos quais são assumidos pontos de corte que indicam uma condição de risco, para valores muito baixos, um intervalo reconhecido como normal, e estratos correspondentes a valores elevados. Um exemplo desse tipo de classificação são as tabelas de peso para a idade, altura para a idade utilizadas para avaliar o crescimento de crianças. Esse tipo de recurso também é utilizado na classificação do IMC de crianças e adolescentes ou ideais (classifica os indivíduos em “normal” e “subnormal”). A avaliação referenciada por critério, por sua vez, baseia-se em valores associados a um menor risco àsaúde, por exemplo, na medida da pressão arterial, os pontos de corte indicativos de pré-hipertensão e hipertensão são atualizados, periodicamente, conforme as evidências científicas associadas a estes valores. Fonte: Guedes e Guedes (2006). #REFLITA# 5 MODALIDADES DE BIOMETRIA, MEDIDAS E AVALIAÇÃO 5.1 Modalidade de Biometria A Biometria tem sido utilizada na área de Educação Física com diversas finalidades. Entre as mais conhecidas estão a organização dos dados nas chamadas fichas biométricas. Essas fichas reúnem informações sobre o indivíduo que está sendo avaliado, normalmente reunindo parâmetros antropométricos, de crescimento e desenvolvimento, de composição corporal e, em alguns casos, dados posturográficos. Os objetivos dessas medidas estão relacionados aos objetivos do programa de exercícios e/ou treinamento que se pretende realizar. A Biometria também é empregada em estudos biotipológicos, que determinam o tipo físico do avaliado, ou somatotipologia, que determinam o somatópico e a sua relação com as modalidades esportivas de interesse. Para a aplicação dessas classificações são necessárias as medidas antropométricas, de composição corporal e diâmetros ósseos (WEIS; MULLER, 2021). 5.2 Modalidade de Medida Quando estamos nos referindo ao avaliado, podemos dizer que existem dois tipos de medidas: a medida formal, que é a medida na qual o avaliado possui conhecimento de que está sendo medido; e a medida informal, quando o avaliado não possui conhecimentos prévios sobre o que será medido (FONTANA; RIEHL, 2008). Também encontramos as avaliações referentes ao desempenho do indivíduo, são elas: normas de referência (relativo ao desempenho do indivíduo comparado ao resultado do mesmo grupo) e critérios de referência (comparação dos resultados com um padrão construído em um determinado grupo - faixa etária, atletas, sexo) (FONTANA; RIEHL, 2008). E, por fim, as avaliações podem ser classificadas como: ● Diagnóstica: esta avaliação é realizada no início do programa para conhecer as condições do avaliado e elaborar o programa, treinamento ou plano de atividades. Refere-se à uma análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, grupo ou equipe, tendo como objetivo melhorar esses aspectos. ● Formativa: este tipo de avaliação auxilia na evolução dos alunos/indivíduos, permitindo ajustes ao programa/treinamento. Indica ao profissional de Educação Física, se está havendo progresso no ensino/aprendizagem de determinada habilidade, mostrando se objetivos estão sendo atendidos adequadamente e no tempo certo. ● Somativa: esta avaliação é realizada ao final do programa ou treinamento, indicando os resultados obtidos. Demonstrando a evolução do aluno e o resultado final em relação à evolução dos objetivos propostos (FONTANA; RIEHL, 2008). SAIBA MAIS Avaliação formativa e somativa A avaliação ocorre em duas perspectivas: formativa e somativa. As avaliações formativas são iniciais ou intermediárias, tais como a administração de um pré-teste e a subsequente avaliação do resultado. A avaliação formativa deveria ocorrer por meio de processo de instrução, treinamento ou pesquisa. Medida, avaliação e feedback contínuos são essenciais. Por exemplo, após uma cirurgia no ombro, o objetivo pode ser recuperar a amplitude articular de movimento da articulação do ombro. Essas avaliações contínuas não precisam envolver testes formais; a simples sequência de observação e feedback entre o estudante ou o participante e o instrutor ou o líder costuma ser adequada. As avaliações somativas são avaliações que normalmente ocorrem no final de um período de instrução ou de treino. Na qualidade de estudante, você está interessado na avaliação somativa – a nota – que receberá no final do semestre. A diferença entre avaliação formativa e somativa pode parecer meramente a diferença no momento da aplicação dos testes. No entanto, é o uso dos dados coletados que distingue a avaliação formativa e a somativa. Assim, em algumas situações, o mesmo dado pode ser usado para a avaliação formativa e para a somativa. Fonte: Morrow Junior et al. (2003). #SAIBA MAIS# 6 ÁREAS DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA Neste tópico, caro(a) aluno(a), vamos abordar as áreas em que a Educação Física atua realizando avaliações físicas. Dessa forma, iremos dar enfoque na área escolar, em academias de ginástica/musculação e em treinamento desportivo. 6.1 Avaliação na Educação Física Escolar Podemos afirmar que as aulas de Educação Física são alguns dos momentos mais propícios para desenvolver habilidades motoras, por meio da prática desportiva entre as crianças e adolescentes. Porém, existem diversos fatores individuais que podem interferir nos objetivos da disciplina, como: i) desenvolvimento e maturação do aluno; ii) nível das habilidades e nível de expressão das aptidões; iii) interesses e motivação para a prática. Diante da necessidade e da importância das aulas de Educação Física, principalmente em relação aos efeitos positivos e benefícios advindos da prática regular de exercícios e da melhoria nos níveis de aptidão física, muitos professores de Educação Física utilizam de indicadores como frequência cardíaca (FC) a fim de garantir e ensinar sobre tais conceitos em suas aulas (LOPES, 2013). Para auxiliar o professor a realizar as avaliações, foi elaborado, em 2015, um manual de testes e avaliação pelo PROESP-BR (Projeto Esporte Brasil), este manual tem como objetivo apoiar o professor de Educação Física na avaliação dos padrões de crescimento corporal, estado nutricional, aptidão física para a saúde e para o desempenho esportivo em crianças e adolescentes. Considerando a precariedade de algumas escolas brasileiras, o PROESP (GAYA et al., 2015) desenvolveu uma bateria de testes para o uso dos professores de Educação Física, independentemente de suas condições de trabalho. A seguir os testes indicados: ● Medidas de Crescimento Corporal - Massa corporal (peso); Estatura (altura) Envergadura. ● Testes de Aptidão Física relacionada à Saúde - Composição corporal (Índice de Massa Corporal (IMC); Aptidão cardiorrespiratória (Teste da corrida/caminhada dos 6 minutos); Flexibilidade (Teste de sentar e alcançar); Resistência muscular localizada (Nº de abdominais em 1 minuto – Sit-up). ● Testes de Aptidão Física relacionados ao Desempenho Esportivo - Força explosiva de membros superiores (Arremesso de medicineball (2 kg); Força explosiva de membros inferiores (Salto horizontal (em distância); Agilidade (Teste do quadrado (4 metros de lado); Velocidade (Corrida de 20 metros); Aptidão cardiorrespiratória (Corrida de 6 minutos). 6.2 Avaliação em Academias de ginástica e musculação A avaliação física em academias geralmente é realizada quando o aluno/cliente efetiva sua matrícula, ou seja, inicia suas atividades naquele estabelecimento, ou após um período que pratica um treinamento sistematizado. A avaliação tem por objetivo, primeiramente, identificar as condições físicas do indivíduo; também é utilizada como forma de verificar e monitorar a qualidade do treinamento e a evolução do indivíduo perante o ciclo do treinamento prescrito. Assim, a avaliação se torna de extrema importância no âmbito da Educação Física no ramo das academias de ginástica/musculação. Portanto, partindo desses princípios, podemos entender que a avaliação física é importante, pois, ao realizar a avaliação antes de iniciar as atividades físicas, o indivíduo diminui as probabilidades de colocar sua saúde em risco, pois é capaz de revelar as condições físicas, as limitações potenciais do aluno/cliente, eventuais alternativas e preferências que se mostram adequadas etc. (COSTA, 2007). Quando se trata de um aluno/cliente que já é praticante, a avaliação se tornaessencial, a fim de verificar a eficácia do programa de treinamento prescrito para ele, assim, é possível ser reformulado e/ou reorganizado de acordo com os objetivos estabelecidos a serem alcançados (CAZÓN; MELO, 2010). Dessa maneira, a avaliação beneficia o aluno/cliente com um treinamento personalizado, que considera as suas necessidades e potenciais, assim, permitindo melhores resultados (CAZÓN; MELO, 2010). 6.3 Avaliação em Treinamento Desportivo O treinamento esportivo é determinante para o aprimoramento do desempenho físico. Dessa forma, a avaliação física tem aspecto crucial nesse cenário. Diferentemente da população em geral, os atletas lutam para superar os seus limites. E isso é um pré-requisito essencial para o sucesso no meio esportivo. Portanto, no campo do rendimento físico-esportivo, de forma geral e com especificidades de acordo com uma modalidade específica, é necessário analisar um conjunto de capacidades físicas e psicológicas para que se possa alcançar o potencial de desempenho pretendido (KISS; BÖHME, 2003). Dessa forma, é necessário que a avaliação realizada englobe todas as variáveis indicadoras das capacidades mais relevantes na modalidade esportiva, de tal modo que se possa maximizar o desempenho e minimizar os riscos de lesões e de insucesso nas competições. Para isso, geralmente é aconselhável utilizar condições que simulem a prática competitiva da modalidade em questão (CURRELL; JEUKENDRUP, 2008). Nesta área de atuação, em que pequenos detalhes podem fazer toda a diferença entre a conquista de recordes e títulos ou a desclassificação e perda de patrocínios, as avaliações físicas devem estar voltadas para a aplicação de testes regulares, de tal modo elaborados e válidos para a predição do desempenho esportivo que assegurem ao atleta e à equipe que a produtividade esperada tenha todas as condições de ser alcançada. Para isso, os profissionais atuantes nesse setor devem estar continuamente se aperfeiçoando e se especializando, pois as margens para erro são muito reduzidas (CURRELL; JEUKENDRUP, 2008). Vale ressaltar que a partir da avaliação é possível trabalhar com o atleta treinamentos, visando a relação entre carga de treino e os riscos de lesões. Assim, podemos compreender que a avaliação física tem um papel fundamental no que diz respeito ao treinamento esportivo, pois é capaz de potencializar o rendimento e fornecer um feedback ao atleta, também classifica os atletas devido à capacidade de alcançar o desempenho e rendimento desejado, além de auxiliar o profissional de Educação Física na indicação de exercícios, no planejamento das atividades, no controle do programa, escolha das melhores condições e contínuo aprimoramento do treinamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim da Unidade I, portanto espero que você tenha aprendido e se encantado pela disciplina Medidas e Avaliações. Para deixar registrado, vamos recapitular nosso conteúdo, dessa maneira, anseio que você possa levar por toda sua carreira acadêmica a aprendizagem desta unidade, as medidas corporais dos seres humanos e ter como objetivo determinar as condições físicas dos indivíduos. Essas medidas estão relacionadas com os dados quantitativos, que se almeja medir, porém ela fornece informações que precisam ser avaliadas, já que a avaliação envolve a análise dos dados obtidos mediante a comparação com padrões de referência. Esse processo vai possibilitar o uso de dados quantitativos e qualitativos, a fim de possibilitar os ajustes necessários em programas de treinamento com interesse em atingir os objetivos esperados. A aptidão física está associada à capacidade de realizar tarefas físicas sem cansaço excessivo. Pode-se dizer também que é apenas capacidade de viver, com disposição ou até mesmo um conjunto de requisitos necessários para se exercer alguma função. E, por fim, também aprendemos que a Educação Física atua a fim de realizar avaliações físicas no âmbito escolar, no treinamento esportivo e em academias de ginástica/musculação. Assim, caro(a) estudante, acreditamos que com o decorrer dos estudos, você estará cada vez mais motivado(a) a aprender sobre os desafios da disciplina “Medidas e Avaliação''. Portanto, nos encontramos nas próximas unidades. Até mais! LEITURA COMPLEMENTAR GUEDES, D. P. Procedimentos clínicos utilizados para análise da composição corporal. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 15, n. 1, p. 113-129, 2013. MONTEIRO, A. B; FERNANDES FILHO, J. Análise Da Composição Corporal: Uma Revisão De Métodos. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v. 4, n, 1, p. 80-92, 2002. OLIVEIRA, R. R.; SANTOS, M. G. Componentes da aptidão física relacionada à saúde. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 169, jun. 2012. LIVRO • Título: Fisiologia do exercício: Energia, nutrição e desempenho humano • Autor: Frank I. Katch, Victor L. Katch, William D. Mcardle • Editora: Guanabara Koogan • Sinopse: Como na publicação da primeira edição de Fisiologia do Exercício | Nutrição, Energia e Desempenho Humano, em 1981, esta oitava edição reflete a continuação do compromisso dos autores de integrar os conceitos e a ciência das diferentes disciplinas que contribuem para uma compreensão mais abrangente e a valorização da fisiologia do exercício na atualidade. Estruturada em duas partes, oito seções e 33 capítulos, esta obra foi revisada e atualizada para oferecer, de modo didático e objetivo, o melhor conteúdo sobre nutrição, transferência de energia e treinamento físico, e sua relação com o desempenho humano. Características especiais: Maior ênfase na correlação entre os conceitos teóricos e a prática Projeto gráfico elaborado especialmente para integrar texto e figuras de modo adequado para o estudo Mais de 500 figuras que proporcionam melhor compreensão dos assuntos. Foco nas contribuições de pesquisadores para o conhecimento sobre fisiologia do exercício, por meio de entrevistas com proeminentes estudiosos deste campo Recursos pedagógicos, incluindo Objetivos do capítulo e Questões discursivas, que propõem perguntas para reflexão sobre conceitos complexos, e boxes PSC (Para seu conhecimento), que apresentam informações científicas atualizadas. Atualizações que refletem os mais recentes achados da área, além de novas informações sobre nutrição esportiva, aptidão e treinamento, composição corporal e controle de peso. Exercício em diferentes ambientes, atividade física e saúde, e biologia molecular. Material suplementar online, incluindo questões de avaliação, referências bibliográficas e apêndices com informações adicionais. FILME/VÍDEO • Título: I am Bolt • Ano: 2016 • Sinopse: Durante um ano, Usain Bolt foi acompanhado pela equipe dos documentaristas Benjamin Turner e Gabe Turner, inclusive na Rio 2016, o que resultou em um filme de 1h47. O objetivo do ícone do atletismo com “I Am Bolt” é mostrar para os fãs que não é nada fácil chegar ao topo e ainda mais difícil se manter no local mais alto do pódio por tanto tempo. REFERÊNCIAS ALBRIZIO, A. Biometry and anthropometry: from Galton to constitutional medicine. Journal of Anthropological Sciences, v. 85, p. 101-123, 2007. BLANCKAERT, C. Lógicas da antropotecnia: mensuração do homem e bio-sociologia (1860-1920). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 21, n. 41, p. 145-156. 2001. BOUCHARD, C.; SHEPHARD, R. J.; STEPHENS, T.; SUTTON, J. R.; MOPHERSON, B. D. Exercise, Fitness and Health. A Consensus of Current Knowledge. Champaign: Human Kinetics, 1990. BULMER, M. G. Francis Galton: pioneer of heredity and biometry. Baltimore: John Hopkins University Press, 2003. CAZÓN, R. L.; MELO, M. F. Utilização de avaliação física nas academias de Planaltina, DF.Revista Digital, Buenos Aires, ano 14m n. 142, mar. 2010. COSTA, Roberto Fernandes da. “Avaliação física": a melhor forma de você praticar exercícios físicos. São Paulo, 2007. CURRELL, K.; JEUKENDRUP, A. E. Validity, reliability and sensitivity of measures of sporting performance. Sports Medicine, Auckland, v. 38, n. 4, p. 297-316, 2008. DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. DARIDO, S. C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. Para ensinar educação física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2007. DASTON, L.; GALISON, P. Objectivity. New York: Zone Books. 2007. FONTANA, K. E.; RIEHL, O. Curso à Educação Física. 4. sem., 4. mód., 1. cap. Medidas e Avaliação em Educação Física. Brasília: Universidade de Brasília, 2008. FONTOURA, A. S. et al. Guia Prático de Avaliação Física. Uma Abordagem Didática, Abrangente. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2013. GABER, C. E. et al. 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Objetivos de Aprendizagem: ● Compreender os tipos de testes; ● Conceituar e contextualizar os critérios para seleção e validação de testes; ● Conhecer a construção dos testes ● Estabelecer a importância da antropometria aplicada para a saúde; ● Estudar os objetivos e procedimentos para avaliação da aptidão física; ● Compreender os métodos para avaliação dos níveis de atividade física; ● Conhecer os instrumentos para medidas e avaliação. INTRODUÇÃO Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade da nossa apostila de Medidas e Avaliação, “Técnicas e Instrumentos de Biometria, Medidas e Avaliação”. Você deve estar se perguntando, o que são essas técnicas e instrumentos para medidas e avaliação? Calma, nós vamos aprender juntos! Nesta unidade, iremos apresentar como funcionam esses conceitos na prática e como devem ser aplicados nos diferentes públicos-alvo (criança, adolescente, adulto e idoso). Vamos estudar a diferenciação dos tipos de testes com exemplos, os critérios utilizados para seleção e validação de testes de aptidão física, como é feita a construção dos testes, o que é, e para que serve a antropometria aplicada, quais são os objetivos e procedimentos para a avaliação da aptidão física, os métodos para avaliação dos níveis de atividade física e, para fechar essa unidade, quais são os principais instrumentos utilizados na rotina dos profissionais no campo de medidas e avaliação em Educação Física. Vamos aprender juntos sobre essas técnicas e instrumentos da área de Biometria, Medidas e Avaliação. Vamos lá?! 1 TIPOS DE TESTES O teste, como dito anteriormente, na Unidade I, é um método utilizado para verificar a qualidade, desempenho ou o comportamento do aluno/indivíduo, mediante a um procedimento padronizado para se obter uma informação ou resultado.Além disso, é um instrumento utilizado para avaliar as habilidades nos domínios cognitivo, psicomotor e afetivo (FREITAS, 2004; GUEDES; GUEDES, 2006). Os testes são, normalmente, classificados de acordo com o ambiente onde eles são aplicados, como de campo ou de laboratório, conforme está apresentado na Figura 1, a seguir. Figura 1 - Tipos de testes e exemplos Fonte: as autoras. Os testes de campo têm como característica a fácil aplicação, equipamentos não tão sofisticados, de baixo custo. Por essas características não necessitam, em muitos casos, que os avaliadores tenham um elevado grau de especialização. Além disso, eles geralmente são aplicados em grupos de pessoas/avaliados em um tempo de coleta de dados relativamente curto (FREITAS, 2004; HEYWARD, 2013). Os testes de laboratório utilizam equipamentos elaborados/especializados, que normalmente apresentam custos elevados, necessitando um ambiente adequado, com climatização, iluminação, segurança dos equipamentos e dos avaliados, e avaliadores especializados para manusear os aparelhos, que muitas vezes requerem um tempo de aplicação maior. Por essas razões, os testes de laboratório, na maioria das vezes, são utilizados na realização de pesquisas e estudos de pós-graduação (FREITAS, 2004; HEYWARD, 2013). 2 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO E VALIDAÇÃO DE TESTES DE APTIDÃO FÍSICA Neste tópico, abordaremos os critérios para seleção e validação de testes de aptidão física. Esses critérios são denominados critérios de autenticidade científica, definidos como: validade, fidedignidade, objetividade, padronização e viabilidade (FONSECA, 2012; TRITSCHLER, 2003). Esses critérios estão presentes no Quadro 1. Quadro 1 - Critérios de autenticidade científica Validade Veracidade de um teste Fidedignidade ou Confiabilidade Consistência de um teste (reprodutibilidade da medida ou resultado) Objetividade Exatidão do resultado do teste quando utilizado por mais de um avaliador Padronização Uniformidade em todos os procedimentos Viabilidade Condição de aplicação com êxito Fonte: as autoras. Na sequência são apresentados os conceitos de cada critério de autenticidade científica de maneira detalhada (ROJAS; BARROS, 2003; TRITSCHLER, 2003). ● Validade: refere-se à capacidade do teste medir o que realmente se propõe a fazer, com um menor índice de erro possível; ● Fidedignidade ou Confiabilidade: refere-se à medida da reprodutibilidade do teste, quando é aplicado repetidamente, nas mesmas pessoas, na mesma avaliação, fornecendo dados similares ou iguais, indica o grau de precisão com que determinada característica é analisada. ● Objetividade: refere-se ao grau de concordância com o valor verdadeiro de um teste, quando mensurados por dois ou mais avaliadores, comparando os resultados obtidos com intervalo de tempo reduzido, ou no mesmo momento. Portanto, o teste deve apresentar resultados idênticos ou muito próximos para uma pessoa avaliada e reavaliada em seguida. ● Padronização: o teste deve seguir os mesmos procedimentos, com instruções claras, para que qualquer avaliador possa compreendê-lo e aplicar corretamente, por meio de uma normatização. ● Viabilidade: refere-se a condições necessárias para a aplicação do teste, como os custos, tempo despendido, riscos e benefícios da aplicação. É importante destacar que os critérios tradicionais utilizados para seleção e validação de testes de aptidão física são: Validade, Fidedignidade e Objetividade (ROJAS; BARROS, 2003). Figura 2 - Critérios utilizados para os testes de Aptidão Física Fonte: adaptado de Freitas (2004), Heyward (2013) e Rojas e Barros (2003). Para um melhor entendimento sobre os níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade, Safrit (1981) sugere a Tabela 1 para determinar se um teste atinge níveis adequados em relação aos critérios de autenticidade científica, podendo ser considerado excelente, bom, regular ou fraco (SAFRIT, 1981). Tabela 1 - Níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade Nível Validade Reprodutibilidade Objetividade Excelente 0,80-1,00 0,90-1,00 0,95-1,00 Bom 0,70-0,79 0,80-0,89 0,85-0,94 Regular 0,50-0,69 0,60-079 0,70-0,84 Fraco 0,00-049 0,00-0,59 0,00-0,69 Fonte: Safrit (1981). 3 CONSTRUÇÃO DE TESTES Antes de pensar ou de assumir a tarefa de partir para a construção de um teste, o ideal é se certificar de que isso realmente é necessário. Em outras palavras, buscar na literatura especializada evidências de que o teste em questão realmente não foi alvo do trabalho de outros pesquisadores. Com isso em mente, o resultado desse trabalho tende a ser bem mais promissor. Para a construção de um teste é necessário levar em consideração alguns elementos importantes, como a objetividade, a reprodutibilidade e a validade do teste, apresentado no tópico 2. Além disso, é importante ressaltar os tipos de validade de um teste, que é um conhecimento básico sobre medidas e avaliações, utilizando abordagens qualitativas ou quantitativas. Somente quando um instrumento é válido, é possível considerar as informações obtidas para a avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006). Desta forma, para definir o grau de validade de um instrumento é importante destacar a sua finalidade, a interpretação e os escores, e principalmente a aplicação, em outras palavras, para quem será aplicado, o público-alvo, se é compatível com a idade, gênero e o ambiente a ser realizado o teste de maneira geral (FREITAS, 2004). No que se refere à construção de testes, há diferentes tipos de validade: 1 - validade de face ou lógica; 2 - validade de conteúdo; 3 - validade de constructo; 4 - validade concorrente e; 5 - validade preditiva. 1- Validade Face ou de Lógica: o instrumento parece medir o que se propõe a medir e os instrumentos de medida produzirão escores representativos de alguma característica ou comportamento, é necessário determinar até que ponto esses escores podem trazer informações sobre o que pretende avaliar (GUEDES, D.; GUEDES,J., 2006). Exemplo: Questionário de Qualidade de Vida. 2- Validade de Conteúdo: refere-se ao grau em que o conteúdo de um instrumento reflete adequadamente o constructo que está sendo medido (KIMBERLIN; WINTERSTEIN, 2008). Enfatizando, se o conteúdo está presente nas duas versões do teste, necessariamente as medidas obtidas na versão curta deverão correlacionar-se com as da versão longa (ROJAS; BARROS, 2003). Exemplo: questionário de atividade física habitual (IPAQ). 3- Validade de Constructo: é a extensão em que um conjunto de variáveis representa realmente o construto a ser medido (HAIR JUNIOR et al., 2006; MARTINS, 2006). Comparação de escores obtidos entre dois grupos diferentes em relação ao atributo que se pretende avaliar (ROJAS; BARROS, 2003). 4- Validade Concorrente: relação estatística entre os escores produzidos pelo instrumento de medida e indicadores de mesma natureza. Investiga a concordância entre o desempenho de um teste e a condição corrente do que se pretende avaliar (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006). Pode ser verificada aplicando- se ambos, o teste-alvo e o “padrão-ouro”, ao mesmo tempo (SOUZA; ALEXANDRE; GUIRARDELLO, 2017). 5- Validade Preditiva: o teste pretende predizer, por meio de uma equação matemática, a condição futura do examinado quanto a algum critério específico. Nesse caso, um teste tem validade preditiva se as medidas que ele permite obter são significativamente correlacionadas com uma característica, comportamento ou desempenho apresentados no futuro (ROJAS; BARROS, 2003). Portanto, alguns tipos de validade requerem a aplicação de testes estatísticos. Assim, primeiro analisam o coeficiente de correlaçãoentre os escores obtidos pelos instrumentos de medida. Em seguida, verificam em uma tabela de referência, como a apresentada por Tritschler (2000 apud GUEDES; GUEDES, 2006), com os resultados do coeficiente de correlação para a interpretação da validação de instrumentos ou testes na área da Educação Física. Tabela 2 - Coeficientes de Correlação Referência para Interpretação de Validação de Instrumentos Coeficiente de Correlação Validação do Instrumento 0,90-0,99 Excelente 0,80-0,89 Muito Boa 0,70-0,79 Aceitável 0,60-0,69 Questionável Fonte: adaptado de Tritschler (2000 apud GUEDES; GUEDES, 2006). 4 ANTROPOMETRIA APLICADA A antropometria é o método mais utilizado para a avaliação do estado nutricional individual e coletivo, nos diferentes ciclos da vida, como a infância, adolescência, adultos jovens, meia idade e idosos. De uma forma geral, é a aplicação de medições para o estudo do tamanho, da forma, dimensões físicas, maturação, crescimento e a composição corporal, classificando os indivíduos em “graus” de nutrição e adequação. É um procedimento não invasivo, de baixo custo e “fácil” operacionalização e padronização, apresentando boa precisão e acurácia (FERREIRA; LOPES; RIBEIRO, 2015; FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008). Para aprender melhor sobre este tópico na Educação Física, os métodos mais utilizados na antropometria aplicada são: massa corporal, estatura, comprimentos, diâmetros, perímetros e dobras cutâneas (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008; KISS, 2003). Por meio dessas medidas é possível estratificar graus de nutrição e risco relacionado à saúde. Também é possível obter informações que, em combinação com os resultados de testes motores, podem gerar um escore que serve de indicativo sobre o potencial que uma pessoa tem em relação ao desempenho esportivo em determinada modalidade. O peso para a idade e a estatura para a idade são indicadores muito valiosos da condição de vida, e especificamente da nutrição das crianças. Eles são usados por pediatras para avaliar o estado de saúde e o crescimento adequado da fase de crescimento, desde bebê a criança. O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um sistema de informações do Ministério da Saúde para promover a informação contínua sobre condições nutricionais de diferentes grupos populacionais e os fatores que as influenciam. Para a classificação do estado nutricional são utilizados índices antropométricos. O índice é a combinação entre duas medidas antropométricas (ex. peso e altura) ou entre uma medida antropométrica e uma demográfica (ex. peso por idade, altura por idade). Para explorar esse tópico de forma mais concreta, vamos apresentar os índices preconizados pela Vigilância Nutricional e SISVAN para cada fase do curso da vida (SISVAN, 2004). O índice usado para medir a relação entre o peso e a idade das crianças é chamado de: Criança Peso/Idade (P/I). Este índice é classificado em percentis para avaliação do estado nutricional de crianças. Conceito: o peso por idade expressa a relação entre a massa corporal e a idade cronológica da criança. É o índice utilizado para a avaliação do estado nutricional, principalmente para caracterização de baixo peso. Essa avaliação é muito adequada para o acompanhamento do crescimento infantil e reflete a situação global do indivíduo, porém, não diferencia o comprometimento nutricional atual ou agudo dos pregressos crônicos. Método de cálculo: o peso da criança é aferido de acordo com métodos preconizados e é registrado em quilos. A idade da criança é calculada em meses. Os valores são identificados no gráfico de crescimento infantil, segundo o sexo. Este gráfico corresponde a curvas que refletem o crescimento de uma população de referência e constam os percentis de peso por idade, e devem ser observados os pontos de corte para interpretação. Interpretação: são definidos quatro pontos de corte para o indicador de Peso por Idade (P/I) (percentis 0,1,3,10 e 97), permitindo a seguinte classificação do estado nutricional infantil: ● P/I abaixo do percentil 0,1: criança com peso muito baixo para a idade. ● P/I maior ou igual ao percentil 0,1 e menor que o percentil 3: criança com peso baixo para a idade. ● P/I maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança em risco nutricional. ● P/I maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com peso adequado para a idade (eutrófica). ● P/I maior ou igual ao percentil 97: criança com risco de sobrepeso. Usos: permite avaliação do estado nutricional de crianças e o acompanhamento do crescimento infantil. Limitações: a partir do indicador de peso por idade, não é possível diferenciar se o comprometimento nutricional é atual/agudo ou pregresso/crônico. De forma semelhante é avaliado o índice peso/altura (P/A). Este índice dispensa a informação da idade; expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e altura. É utilizado tanto para identificar o emagrecimento da criança, como para o excesso de peso. Método de cálculo: a altura da criança, quer seja o comprimento no caso de crianças menores de 2 anos de idade (medida aferida com o indivíduo deitado) ou a estatura para crianças de 2 anos ou mais (medida aferida com o indivíduo em pé) é registrada em centímetros. O peso da criança é registrado em quilos. Tanto as medidas de altura como de peso são avaliadas segundo métodos preconizados e em seguida tais valores são identificados em gráficos de peso por altura, segundo o sexo. Este gráfico corresponde a curvas que refletem a distribuição desse índice em uma população de referência, isto é, aquela que inclui dados referentes a indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias. Nesse gráfico são apresentados os percentis do índice de peso por altura e a intersecção da medida de peso da criança com sua altura possibilitará a identificação da faixa de percentil que se encontra o indivíduo, devendo ser observados os pontos de corte para sua interpretação. O percentil de peso por altura em que se encontra a criança também pode ser identificado por meio de tabelas que apresentam diferentes valores de peso em função da altura e do sexo do indivíduo. Interpretação: são definidos três pontos de corte para o indicador de Peso por Altura (P/A) (percentis 3, 10 e 97), permitindo a seguinte classificação: ● P/A abaixo do percentil 3: criança com baixo peso para sua altura. ● P/A maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança com risco de baixo peso para sua altura. ● P/A maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com peso adequado para sua altura. ● P/A maior ou igual ao percentil 97: criança com risco de sobrepeso para sua estatura. Quanto ao índice P/A, existe a possibilidade de não ser identificado um parâmetro segundo a referência adotada. Isso ocorre quando há um peso muito baixo ou muito alto em relação à determinada altura, ou uma altura muito baixa ou muito alta em relação a determinado peso. Limitações: não oferece um diagnóstico preciso de sobrepeso e obesidade, apenas de excesso de peso de uma forma geral. A informação sobre a idade da criança não é considerada na avaliação desse índice. Dessa forma, existe a possibilidade de uma criança apresentar P/A adequado, mas não ter as medidas isoladas de peso e de estatura adequadas para sua idade. Seguindo os mesmos procedimentos descritos em relação às medidas P/I e P/A, obtém-se também as medidas de Altura/Idade (A/I). O indicador de Altura por idade (A/I) expressa o crescimento linear de crianças e corresponde ao dado que melhor representa o efeito cumulativo de situações adversas sobre o crescimento da criança. É considerado como o índice mais sensível para aferir a qualidade de vida da população infantil.Trata-se de um índice incluído, recentemente, na Caderneta de Saúde da Criança. Os métodos de cálculo e Interpretação são idênticos aos do índice P/A, sendo utilizados também os mesmos pontos de corte para o índice de Altura por idade (percentis 3, 10 e 97), permitindo a seguinte classificação do crescimento infantil: ● A/I abaixo do percentil 3: criança com altura baixa para a idade. ● A/I maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança com risco para altura baixa para a idade. ● A/I maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com altura adequada para sua idade. ● A/I maior ou igual ao percentil 97: criança com altura elevada para sua idade. Usos: permite avaliar o crescimento linear de crianças. Permite a identificação de efeitos adversos acumulados sobre o crescimento da criança. Limitações: não é possível determinar o estado nutricional global da criança a partir desse índice. 4.1 Estado Nutricional de Adolescentes Índice: índice de Massa Corporal (IMC) em percentis para avaliação do estado nutricional de adolescentes. O IMC é o indicador utilizado para avaliar a proporção entre o peso e a altura de adolescentes. As medidas de peso e altura do indivíduo devem ser avaliadas, segundo métodos preconizados, e registradas, respectivamente, em quilos e em metros. O IMC é calculado pela relação entre o peso dividido pelo quadrado da altura do indivíduo, expresso pela fórmula a seguir: IMC = Peso (kg) Altura (m)2 Para adolescentes, isto é, indivíduos com idade maior ou igual a 10 anos e menor de 20 anos, a classificação do estado nutricional é realizada a partir da identificação do percentil de IMC por idade e sexo. O valor obtido de IMC e a idade do adolescente devem ser identificados no gráfico de IMC por idade, segundo o sexo do indivíduo. Este gráfico corresponde a curvas que refletem a distribuição desse indicador em uma população de referência, isto é, aquela que inclui dados referentes a indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias. No gráfico, são apresentados os percentis do indicador de IMC por idade. A intersecção da medida de IMC do adolescente com sua idade possibilitará a identificação do percentil de IMC por idade do indivíduo, devendo ser observados os pontos de corte para sua interpretação. O percentil de IMC por idade em que se encontra o adolescente também pode ser identificado por meio de tabelas que apresentam diferentes valores de IMC em função da idade e do sexo do indivíduo. Interpretação: são definidos dois pontos de corte para o indicador de IMC por idade para adolescentes (percentis 5 e 85), permitindo a seguinte classificação: ● Percentil de IMC por idade abaixo de 5: adolescente com baixo peso. ● Percentil de IMC por idade maior ou igual a 5 e menor que 85: adolescente com peso adequado (eutrófico). ● Percentil de IMC por idade maior ou igual a 85: adolescente com sobrepeso. Limitações: não permite a avaliação da composição corporal do indivíduo. Por exemplo, caso seja identificado um alto valor de IMC, não é possível afirmar, com exatidão, que o indivíduo apresenta excesso de gordura corporal, tendo em vista que há casos em que tal valor pode ser atribuído ao excesso de massa muscular, como no caso de atletas e de pessoas que realizam o treino com pesos habitualmente. 4.2 Estado Nutricional em Adultos Índice: a fórmula do índice para identificar o estado nutricional dos adolescentes é a mesma para adultos, o que muda é a interpretação dos resultados do IMC para avaliação do estado nutricional de adultos. Para adultos (indivíduos com 20 anos ou mais e menores de 60 anos de idade) não são necessários cálculos adicionais para a interpretação do indicador de IMC. Portanto, o estado nutricional será determinado a partir do valor bruto de IMC. A classificação do estado nutricional de adultos é realizada a partir do valor bruto de IMC. Nesse caso, são definidos três pontos de corte para o indicador de IMC (valores de IMC de 18,5, 25,0 e 30,0), permitindo a seguinte classificação: ● Valores de IMC abaixo de 18,5: adulto com baixo peso. ● Valores de IMC maior ou igual a 18,5 e menor que 25,0: adulto com peso adequado (eutrófico). ● Valores de IMC maior ou igual a 25,0 e menor que 30,0: adulto com sobrepeso. ● Valores de IMC maior ou igual a 30,0: adulto com obesidade. As limitações do IMC para adultos são as mesmas descritas na classificação dos adolescentes. Além disso, o IMC também é utilizado na avaliação do estado nutricional de idosos (indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos). A classificação do estado nutricional de idosos, assim como a de adultos, é realizada a partir do valor bruto de IMC. Porém, para esse estágio de vida são definidos dois pontos de corte distintos daqueles de adultos para o indicador de IMC (valores de IMC de 22,0 e 27,0), permitindo a seguinte classificação: ● Valores de IMC menor ou igual a 22,0: idoso com baixo peso. ● Valores de IMC maior que 22,0 e menor que 27,0: idoso com peso adequado (eutrófico). ● Valores de IMC maior ou igual a 27,0: idoso com sobrepeso. REFLITA Na antropometria aplicada, é necessário avaliar e classificar o seu aluno, por meio do IMC, corretamente. Com essas informações, é possível planejar um treino físico adequado, sem correr o risco de lesionar ou sobrecarregar algum membro ou articulação do seu aluno. Por isso é tão importante levar em consideração essas informações, para que você tenha segurança e conhecimento para a prescrição do exercício físico! Fonte: as autoras (2021). #REFLITA# 5 OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Desde a clássica publicação de Carl Caspersen, Kenneth Powell e Gregory Christenson, em 1985, na revista científica Public Health Report, a Educação Física e áreas afins passaram a dispor de uma terminologia apropriada para importantes componentes de estudo, como a atividade física, e exercício e a aptidão física (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Esses autores tiveram o cuidado de diferenciar conceitos que vinham sendo tratados de forma confusa e, muitas vezes, intercambiável e este fato representava uma barreira à melhor compreensão desses distintos fenômenos. Assim, estabeleceram: Atividade Física é todo movimento produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético. Sendo o exercício físico um subconjunto da atividade física. A diferença é que este é planejado, estruturado e repetitivo, tendo como objetivo a melhoria ou a manutenção da aptidão física. Por sua vez, a aptidão física é um conjunto de atributos que são relacionados à saúde ou ao desempenho físico, sendo que o grau em que as pessoas possuem esses atributos pode ser medido com testes específicos (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Destaca-se, dessa forma, que desde a sua definição operacional a aptidão física assumiu dois grupos de atributos, sendo que entre os atributos relacionados à saúde incluíram-se a resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a composição corporal e a flexibilidade. Ao passo que os atributos relacionados ao desempenho esportivo foram a agilidade, o equilíbrio, a coordenação, a velocidade, a potência e o tempo de reação. Desse modo, torna-se claro que os objetivos relacionados à avaliação da aptidão física dividem-se nestes dois ramos: a avaliação de componentes relacionados à saúde e, por outro lado, dos componentes relacionados ao desempenho esportivo (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Com base no descrito acima, dependendo do público a ser avaliado e dos objetivos do programa a que estarão vinculados definir-se-á a bateria ou conjunto de testes mais apropriado. Sabemos que uma das funções da Educação Física na escola é auxiliar
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