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MICOLOGIA CLÍNICA TÓPICO 1 – MICOSES SUPERFICIAIS Algumas dessas lesões alteram a coloração da pele: Aumento da produção de melanina = lesão hipercrômicas Lesões que levam à perda de coloração = lesão hipocrômica As lesões hipercrômicas podem se apresentar ligeiramente elevadas, levemente descamativas, sem coceira ● lesões maculares, pouco descamativas. ● classificado como demáceo e pleomórfico (se apresenta de formas diversificadas) características conferem ao fungo uma patogenicidade que o caracteriza como oportunista. DIAGNÓSTICO ● bordas das lesões precisam ser raspadas entre lâmina e lamínula. ● amostra clarificada com KOH 20%, (pode usar azul de algodão para evidenciar hifas escurecidas pela produção de melanina) ● hifas também são septadas com septos irregularmente distribuídos. ● se inoculada em ASD (Ágar Sabouraud Dextrose): colônias de desenvolvimento lento, devem ser incubadas entre 25 e 30 °C. Na primeira semana, a colônia apresenta coloração enegrecida e aspecto leveduriforme cremoso. Após a segunda semana, o crescimento torna-se filamentoso, então é possível observar o micélio aéreo Microscopicamente, observam-se as hifas septadas escuras, tendo até 5 μm de diâmetro, com a presença de conídios uni ou bicelulares, separadas por um septo e gemulam a partir das hifas. Artroconídios arredondados, gemulados, também podem ser observados A pitiriasis versicolor também é uma patologia classificada como ceratofitose, pois acomete a região queratinizada da pele. Devido à maioria das lesões serem hipocrômicas, a doença também é chamada de doença da praia ou pano branco Manchas apresentam tamanhos variáveis, desde o tamanho da cabeça de um alfinete até manchas anulares ou manchas maiores, de formas irregulares, tomando grande extensão da superfície cutânea Contágio? • A pitiriasis versicolor é uma infecção fúngica de caráter crônico, com prevalência nos trópicos onde a incidência pode chegar a 40%. • Acomete ambos os sexos e apresenta maior frequência entre os adolescentes e adultos jovens. • A Malassezia sp. é considerado um fungo, parte da microbiota, alguns fatores têm sido citados como responsáveis pelo rompimento do equilíbrio parasito-hospedeiro, são eles: idade, má nutrição, gravidez, diabetes mellitus, terapia com imunossupressores e imunodeficiência, predisposição genética, assim como fatores que favorecem a oleosidade da pele Diagnóstico: ● coleta por descamação das bordas da lesão ● micológico direto é a forma mais fácil e precisa de concluir um diagnóstico ● exame microscópico→ Malassezia sp apresenta-se: - formato arredondado, caracteristicamente aglomerado - número variável de 5 a mais de 30 elementos - ainda podem ser evidenciados hifas curtas de parede grossa, septada, ligeiramente curvada e irregular - algumas vezes, há uma predominância quase absoluta das hifas em relação às leveduras Devido à característica lipofílica da Malassezia sp., o cultivo deve ser feito em meio que contenha ácidos graxos de cadeia longa, como óleo de oliva, girassol, milho ou soja, e incubados à temperatura de 35-37º C Quando se desenvolvem em cultura, levam em média de 7 a 10 dias para que suas colônias apresentem aspecto leveduriforme, pequenas, lisas, cremosas, mucoides e, geralmente, de colorações amareladas A infecção tem ampla distribuição geográfica, mas ocorre mais em regiões de clima tropical e temperado. No Brasil, a piedra branca geralmente acomete os cabelos e ocorre mais frequentemente em crianças do sexo feminino, com idade abaixo de 10 anos. O hábito de prender os cabelos molhados após o banho, o uso de cremes são condições que mantêm a umidade dos cabelos por mais tempo e favorecem a micose. Já nos pacientes homens adultos, tem sido registrado casos de piedra branca genital Micose assintomática, caracterizada pela presença de nódulos escuros firmemente aderentes ao pelo, afeta principalmente o comprimento dos cabelos. Essa micose é causada pelo fungo Piedraia hortae, fungo demáceo que apresenta Diagnóstico é realizado através do micológico direto do fio afetado. Utilizando KOH 20% para clarificar o nódulo, na microscopia pode-se observar hifas ramificadas e pigmentadas em uma coloração castanha, aderidas por uma substância rígida semelhante ao cimento São raros os casos em que a cultura fúngica é solicitada, caso seja necessária, deve-se incubar o pelo ou cabelo afetado em ASD e incubar a 25 °C. O crescimento fúngico é lento, as colônias crescem em aproximadamente 21 dias . Incialmente, a colônia apresenta um aspecto leveduriforme de coloração enegrecida, tornando-se mais tarde uma colônia filamentosa. A colônia apresenta aspecto umbilicado, com textura aveludada, opaca e rígida A microscopia da colônia revela hifas septadas, acastanhadas, grossas, irregulares e numerosos clamidoconídios intercalares (Figura 18). Eventualmente, podem ser observados ascos se a lâmina for confeccionada com material do centro da colônia. Diagnóstico da piedra branca: ● exame micológico direto ● revela imediatamente o nódulo poliédrico, sendo essa a principal forma de diagnóstico dessa micose superficial Em raros casos, quando a cultura micológica é realizada, a amostra de pelo ou cabelo contendo o nódulo é inoculado no meio ASD e inoculado a 25 °C. O Trichosporon sp. desenvolve-se rapidamente, aparece bem no terceiro dia, como colônias de aspecto ceroso, cerebriformes, opacas e esbranquiçadas Microscopicamente, apresenta hifas hialinas e septadas que, nas extremidades, destacam-se e geram os artroconídios que apresentam a capacidade de gemular e garantir o crescimento do fungo. Blastoconídeos também podem ser observados Uma vez que os dermatófitos antropofílicos tendem a causar infecções não inflamatórias, de caráter crônico, ou seja, são mais difíceis de curar. Em contrapartida, os fungos zoofílicos e geofílicos tendem a causar uma intensa reação inflamatórias no hospedeiro, que respondem bem à terapia e, em raros casos, as infecções curam-se espontaneamente A infecção pode ser adquirida pela transferência direta de artroconídios ou hifas do fungo, ou poderá ocorrer de forma indireta através de material queratínico contendo elementos fúngicos de um hospedeiro infectando outro hospedeiro não infectado. Os elementos fúngicos podem permanecer viáveis em escamas de pele descamadas ou em pelos por longos períodos, e a infecção pode ser tanto por contato direto da pele ou indireto via fômites. Cada um dos gêneros de fungos filamentosos é caracterizado por um padrão específico de crescimento em cultura e pela produção de macroconídios e microconídios que permitem a sua diferenciação laboratorial EPIDERMOPHYTON sp. • Um dermatófito antropofílico, ou seja, causam sintomas apenas no homem, de distribuição cosmopolita (presente em todas as partes do mundo). • Dentro desse gênero, apenas uma espécie tem sido relatada como causadora de doenças em humanos: o Epidermophyton floccosum • Trata-se de um fungo associado à Tinea cruris, Tinea corporis e tinea pedis, causando a lesão chamada de pé de atleta, as lesões geralmente são pruriginosas e descamativas EPIDERMOPHYTON sp. • Quando semeado em ASD, sua colônia cresce no período de 7 a 10 dias, com pigmentação amarelo esbranquiçada de textura aveludada, com relevo umbilicado. • Após alguns dias em cultura, a colônia evolui para uma textura furfuráceo no centro, já o reverso da colônia apresenta coloração amarelada EPIDERMOPHYTON sp. • Na microscopia da colônia, o E. floccosum caracteriza-se pela presença de hifas septadas, com macroconídeos de parede lisa em formato de raquete, agrupados em cachos e, no interior de cada macroconídeo, observam-se de 2 a 5 septos. • E. floccosum é um dos poucos fungos que não produz microconídios. MICROSPORUM SP. • Microsporum sp. é o gênerodos dermatófitos que está associado a processos infecciosos tanto no homem quanto em animais. • É um dermatófito que pode ser geofílico quando transmitido ao homem pelo contato com o solo contaminado; ou zoofílico transmitido ao homem por diversos animais domésticos, principalmente felinos e caninos jovens. • Nesses animais, provoca alopecia. Já nos humanos, provoca lesões no couro cabeludo ou em regiões abundantes em pelos. • Tais lesões apresentam-se de forma descamativas, eritematosa, por vezes pruriginosas, com manchas circulares e alopecia MICROSPORUM SP. • Existem diversas espécies de Microsporum sp. associadas a processos infecciosos tanto no homem quanto em animais, no entanto, as espécies mais frequentemente isoladas são M. canis e M. gypseum. • Microsporum canis, um dermatófito zoofílico que infecta o homem por meio do contato com animais domésticos infectados. Esse fungo provoca lesões no couro cabeludo, gerando alopecia e é mais comum nas crianças. • Colônia do M. canis apresenta crescimento rápido, que varia entre 6 a 10 dias. Em relação à macroscopia, as colônias são algodonosas, lembrando o aspecto de algodão ou penas de aves, por vezes, apresentam-se rugoso, as colônias apresentam uma coloração contendo micélio aéreo abundante MICROSPORUM SP. • A microscopia direta da colônia mostra, na maioria das vezes, uma grande quantidade de macroconídios em forma de fuso espiculado, também chamado de fusiforme. • Esses macroconídeos apresentam aspecto afilado, paredes grossas e com numerosos septos, cada um dos septos indica a presença de uma célula de reprodução fúngica. MICROSPORUM SP. • Microsporum gypseum 🡪 Trata-se de um fungo geofílico que infecta a pele dos humanos através do contato direto com o solo contaminado, por esse motivo, apresenta uma maior incidência em trabalhadores rurais e crianças nas épocas quentes e úmidas. • As lesões mais comuns são Tinea corporis, em locais com mais concentração de pelo ou Tinea capitis. • Em meio ASD, as colônias de M. gypseum são planas, arenosas, de cor caqui ou bege, com um relevo umbilicado de cor branca, enquanto o reverso pode se apresentar de esbranquiçado ou de alaranjado a castanho. O crescimento é relativamente rápido, de três a cinco dias MICROSPORUM SP. • Microscopicamente, o M. gypseum apresenta macroconídeos de aspecto cheio, simétricos, com paredes finas e rugosas, com não mais de seis células reprodutoras no interior de cada um, a extremidade proximal é truncada enquanto a distal é arredondada TRICHOPHYTON sp. • O gênero Trichophyton sp. é o mais frequente dos dermatófitos, são isolados de amostras clínicas de pele, cabelo e unha. • São fungos que apresentam a maior quantidade de espécies identificadas, e podem ser classificados como zoofílicos ou antropofílicos. • As principais espécies do gênero Trichophyton sp. isolados a partir de amostra humanas são: T. rubrum. T. mentagrophytes. T. tonsurans. T. schoenleinii. T. verrucosum. TRICHOPHYTON sp. • Trichophyton rubrum🡪 a mais frequentemente isolada de amostras clínicas humanas. É uma espécie antropofágica, ou seja, com a maior adaptação ao hospedeiro humano. Podendo causar tineas em todas as partes do corpo, desde Tinea capitis até onicomoicose. • O aspecto macroscópico das colônias apresenta textura algodonosa e presença de pregas radiais (relevo rugoso). Inicialmente, apresentam a coloração branca que pode evoluir para tons avermelhados. Em relação ao reverso da colônia, logo no início do crescimento, é possível observar um anel de pigmento vermelho, com o passar do tempo, essa pigmentação se expande para toda a colônia deixando com uma coloração vermelha escura no centro e mais vivo próximo das bordas TRICHOPHYTON sp. • A microscopia da colônia do T. rubrum pode apresentar algumas características que auxiliam na sua identificação. Observa-se a presença de microconídios regulares e piriformes (gota de lágrima) ligados às hifas com aspecto de “grampo de roupa no varal” e poucos macroconídios TRICHOPHYTON sp. • Trichophyton mentagrophytes🡪 um fungo zoofílico, no entanto, apresenta uma variante antrapofílica, também chamada de T. interdigitale. • A variante T. mentagrophytes apresenta uma colônia de textura arenosa ou furfurácea devido à abundante presença de microconídios, o revelo da colônia é plano a umbilicada e com círculos concêntricos. • O reverso da colônia apresenta relevo amarelo-acastanhado a marrom-avermelhado TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. • Ao analisar a microscopia da colônia, observa-se numerosos microconídios em cachos, formato arredondado e com parede fina. • Os macroconídios são raros, mas quando aparecem lembram “charutos”, podem ser retos ou levemente curvos, apresentam entre cinco a oito células no seu interior TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. • A variante T. interdigitale apresenta colônias planas a levemente umbilicadas, de coloração branca a creme, e superfície em aspecto aveludado. Seu reverso é pouco pigmentado e varia de amarelo a marrom TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. • A microscopia da variante T. interdigitale revela numerosos microconídios subglobosos e piriformes, semelhante ao formato de pera. • Os microconídios estão dispostos ao longo da hifa ou podem se apresentar em um padrão de cachos de uva, além de eventuais gavinhas e clamidoconídios. TRICHOPHYTON sp. • Trichophyton tonsurans 🡪 um fungo antropofílico que acomete principalmente o couro cabeludo (tinea capitis), gerando uma lesão no cabelo do tipo endotrix, ou seja, dentro do pelo. • As colônias crescem com aspecto aveludado a furfuráceo com relevo umbilicado, a coloração da colônia varia do bege ao centro da colônia para o branco nas bordas. No reverso, varia de castanho-avermelhado no centro a amarelado nas bordas TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. • A microscopia do T. tonsurans raramente são observados macroconídios, quando eles aparecem são irregulares. Em contrapartida, os microconídios são numerosos, dilatados e com aspecto arredondado, por vezes irregulares em forma de balão, ou pinos de boliche dispostos lateralmente aderidos nas hifas. • Apresenta uma semelhança com antenas de TV, esse padrão é exclusivo dessa espécie TRICHOPHYTON sp. TRICHOPHYTON sp. • T. schoenleinil 🡪 espécie que causa lesões em pele glabra, couro cabeludo, podendo acarretar em uma alopecia definitiva, bem como também existem relados de onicomicoses associadas a essa espécie. • Quando cresce no ASD, as colônias apresentam aspecto glabroso, com diversas dobras apresentando um relevo cerebriformes, assemelha-se aos sucos do cérebro humano. A coloração pode variar entre um bege claro até um castanho escuro e o reverso tende a apresentar a mesma tonalidade da superfície TRICHOPHYTON sp. • Microscopia da colônia: Observamos apenas hifas que apresentam as pontas distais em formato de candelabros fávicos ou aspecto de algas marinas. • Os microconídios e macroconídios são ausentes, sendo que a diferenciação desta espécie será baseada apenas no aspecto das suas hifas TRICHOPHYTON sp. • T. verrucosum 🡪 é uma espécie de fungo zoofílico, que apesar de causar doença em humanos, os bovinos são os mais afetados. As lesões provocadas por este fungo são inflamatórias e localizam-se no couro cabeludo, na pele glabra, na barba (tinea barbae) e no bigode. • As colônias possuem crescimento lento, média de 20 a 25 dias. Macroscopicamente as colônias mostram-se com uma textura entre aveludada a algodonosa, com relevo rugoso ou cerebriformes, com coloração que varia de branco a amarelo e não apresenta pigmentação no verso da colônia. TRICHOPHYTON sp. • A microscopia da colônia apresenta microconídios alongados e raros macroconídios. É muito típico da espécie a presença de clamidioconidia ou "cadeias de pérolas".CANDIDÍASE CUTÂNEA • Micose oportunista provocada por qualquer levedura do gênero Candida sp. • A maioria das infecções por Candida tem origem endógena, ou seja, os microrganismos saprófitas passam a ser patógenos oportunistas. • Alguns desses fatores são predisposições intrínsecas como: a velhice, a gravidez, a prematuridade, o desenvolvimento de neoplasias, a presença de hemopatias, a AIDS entre outros. CANDIDÍASE CUTÂNEA Candidíase cutânea: acomete regiões de dobras das peles, locais quentes e úmidos são geralmente os mais comuns. A lesão apresenta-se em formato de placas eritematosas e a presença de lesões satélites é frequente Candidíase oral: a forma mais comum é a pseudomembranosa, popularmente conhecida como “sapinho” e é comum na infância. A lesão é caracterizada por placas esbranquiçadas na mucosa oral e bordas laterais da língua, abaixo da placa deixam uma região avermelhada. Além das crianças, essa lesão tem sido associada com quadro de AIDS nos pacientes soro positivos . CANDIDÍASE CUTÂNEA Onicomicose: acomete tanto as unhas das mãos quanto as unhas dos pés. A lesão começa na porção proximal da unha e pode se estender ao redor do leito ungueal, causando a infecção dos tecidos periungueais. Esse processo tende a se cronificar, ocasionando distrofia da lâmina e hipertrofia das dobras ungueais laterais e proximal. As unhas se tornam ressecadas, sem brilho, espessas, endurecidas com modificação da coloração para castanho-amarelada ou amarelo-esverdeada CANDIDÍASE CUTÂNEA • Micológico direto: serão evidenciadas as estruturas leveduriforme, pseudo-hifas e hifas verdadeiras CANDIDÍASE CUTÂNEA • Colônia: apresenta colônias arredondadas semelhantes às bacterianas, apresenta consistência cremosa, cor creme http://www.youtube.com/watch?v=q8DocJCrH38 ● As lesões de micoses subcutâneas se manifestam a partir do ponto de inoculação direta do fungo nas camadas mais profundas da pele ● inoculações ocorrem geralmente em decorrência de algum acidente com traumatismo. ● fungos causadores dessas lesões habitam o solo e os vegetais em decomposição (saprófitos) e são mais frequentes em locais de climas tropicais e subtropicais. ● Ao contrário das micoses superficiais, podem permanecer isoladas ou podem se espalhar para outros tecidos através da via linfática ou hematológica. ● quando chegam na corrente sanguínea, elas deixam de ser micoses cutâneas e passam a ser micoses sistêmica O fator ocupacional é muito presente nesse tipo de micose, pois acomete, sobretudo, floristas, jardineiros, fazendeiros, horticultores, feirantes, sendo as pessoas mais expostas a entrarem em contato com os agentes fúngicos ● Forma clínica mais comum é a linfo cutânea que compromete pele, tecido subcutâneo e gânglios linfáticos regionais. ● Na pele, forma-se uma lesão ulcerada que pode permanecer apenas no ponto de inoculação, essa lesão cutânea inicial é chamada cancro esporotricótico. ● Dependendo da imunidade do hospedeiro, as células fúngicas são drenadas da lesão e caem na circulação linfática. Nesse caso, dá-se origem ao aparecimento de um nódulo linfático acima da lesão inicial. Posteriormente, vários nódulos idênticos aparecem ao longo do vaso linfático que, então, serão chamados de lesão gomosa Ao contrário da maioria das micoses, o exame direto geralmente é negativo, então, deve-se proceder com a cultura da amostra clínica. O ideal será incubar a placa a 25 °C para que o fungo cresça na forma filamentosa. Cresce bem em meios ASD, no qual o crescimento da colônia é rápido, ocorre entre três a cinco. Em temperatura ambiente, incialmente, a colônia apresenta uma coloração clara, que varia de branca a creme com o passar do tempo e torna-se negra devido à síntese de melanina. De relevo rugoso, a colônia apresenta aspecto aveludado com pontos cremosos Na microscopia da colônia filamentosa (25 a 30 °C), observam-se hifas delicadas, com 1 a 2 µm de diâmetro, septadas. São observados conídios ovalados, piriformes ou esféricos, isolados ou agrupados como pétalas de uma flor, em forma de “margaridas”, e implantados na extremidade de curtos conidióforos A cromoblastomicose, no Brasil, também é conhecida como micose de Pedroso e Lane, doença de Carrion ou doença de Fonseca. É uma micose caracteriza-se por lesões iniciais, que podem estar localizadas em qualquer local da pele, como pápulas verrucosas ou ulcerações de caráter crônico e que evoluem de meses a anos. Não são lesões autolimitadas e com o tempo adquirem aspecto eritematoso, escamoso, papular e granulomatoso nodulares. Além disso, as lesões sangram e eliminam líquido seroso da massa ulcerada formando crostas e contraindo um formato semelhante ao de um couve-flor No micológico direto, os fungos se apresentam como células fúngicas globosas, ovaladas, parede espessa, coloração escura, com ou sem septo interno e são denominados corpos fumagoides Material das lesões deve ser cultivado em ASD suplementado com glicose, que pode ser adicionado de cloranfenicol e cicloheximida, que são inibidores de crescimento bacterianos e fungos contaminantes. Os agentes da cromoblastomicose se desenvolvem lentamente, podendo levar até 25 dias para crescer. As colônias apresentam aspecto aveludado ou algodonoso, variando da cor esverdeada a marrom-escuro ou negro, com hifas septadas escuras O gênero Cladophialophora sp. é caracterizado por conidióforos de tamanhos variados que suportam conídios unicelulares, em cadeias ramificadas. A formação dos conídios se dá por brotamento, assim, o conídio distal é o mais jovem O gênero Cladophialophora sp. é caracterizado por conidióforos de tamanhos variados que suportam conídios unicelulares, em cadeias ramificadas. A formação dos conídios se dá por brotamento, assim, o conídio distal é o mais jovem O gênero Phialophora sp. apresenta fiálides que ocorre na porção terminal ou ao longo das hifas. Os conídios ovais e pequenos são formados na extremidade da fiálides e podem se acumular ao redor dessa área, dando a aparência de “flores em vaso” O tipo rinocladiela, do gênero Rhinocladiella sp., distingue-se dos demais por apresentar conidióforos simples, com conídios alargadas semelhante à forma de bastão. Dessas células conidiogênicas, originam-se conídios ovalados distribuição lateral, apical ou lateral É uma micose subcutânea, crônica, porém benigna. A doença caracteriza-se por apresentar lesões isoladas ou disseminadas na pele e nos tecidos subcutâneos. A infecção raramente atinge o sistema linfático, não se manifesta por disseminação visceral, somente na forma cutânea A infecção foi observada pela primeira vez por Jorge Lobo, no Recife, em 1931, em um paciente proveniente da região amazônica. Acomete mais frequentemente seringueiros, garimpeiros e lavradores, predominando em indivíduos do sexo masculino em contato constante com solo e vegetais. Não se conhece a transmissão inter-humana ● A lesão apresenta característica granulomatosa, podendo se apresentar como nódulos queloidianos, semelhantes a verrugas, com consistência rígida, lisa e brilhante ● podem apresentar de forma ulcerosa, com coloração escura, com pequenas escamas e crostas na pele. As lesões ocorrem através de inoculação traumática do fungo, isso explica o aparecimento de lesões em locais específicos do corpo, como nos pavilhões auriculares ● micromorfologia com células redondas de tamanho uniforme medindo, em geral, de 5-6 μm a 12-14 μm, com parede de duplo contorno ● núcleos basofílicos ou anfofílicos e reprodução por gemulação simples ou brotamento em dois ou mais pontos distintos da cápsula MICETOMAS EUMICÓTICOS • Micetoma é uma infecção crônica de pele e tecido subcutâneo, causada pela inoculação direta do agente por trauma. • São lesões produzidas por espécies de bactérias dosgêneros Actinomyces sp. e Nocardia sp. ou por fungos que nos tecidos formam emaranhado de filamentos ou hifas conhecidas como grãos. • Os agentes mais envolvidos são: Pseudoallescheria boydii, Acremonium falciforme, Acremonium killiense, Acremonium recifei (grãos brancos), Madurella grisea, Madurella mycetomatis e Pirenochaeta romeroi (grãos negros). Clinicamente, o micetoma é caracterizado quando apresenta a tríade de sinais contendo: Tumefação granulomatosa. Formação de abscessos e fístula. Eliminação de grãos (aglomerados de hifas). MICETOMAS EUMICÓTICOS • A doença começa, na maioria dos casos, como um nódulo único, pequeno e, geralmente, indolor. • Conforme o fungo se multiplica, a lesão aumenta lentamente, disseminando-se para os tecidos subjacentes como tecido muscular e ósseo, levando à deformidade do membro. • Quando não tratada, a doença tende a adquirir um caráter crônico e progressivo, nos casos mais complicados pode ocorrer a coinfecção por outras bactérias levando à formação de abcessos locais, osteomielite e, apesar de raro, pode ocorrer óbito http://www.youtube.com/watch?v=BEJ8m_yIGbA PARACOCCIDIOIDOMICOSE PARACOCCIDIOIDOMICOSE Micológico direto da amostra clínica coletada, como: escarro, fluídos, secreções e fragmentos de tecido. Tais amostras são analisados entre lâmina e lamínula, podendo ser utilizado o clarificante KOH 10–40% dependendo da espessura da amostra. Ao microscópio observam-se as estruturas do fungo, caracterizadas por células esféricas de tamanhos variáveis de 10 a 40 até 60 μm. Apresenta paredes grossas e dupla membrana de onde os múltiplos brotos permanecem ligados à célula-mãe. Esse aspecto é clássico do paracoco e é conhecido como leme de navio Esse fungo é dimórfico de acordo com a temperatura em que está incubado, é filamentoso à temperatura ambiente (25–30° C) e leveduriforme nos tecidos (35–37° C). Indica-se que as amostras sejam incubadas entre 30º C a 35° C, as colônias leveduriformes apresentam relevo cerebriformes e enrugadas, textura glabrosa. Cuja microscopia revela as formas características leveduriforme células esféricas de tamanhos variáveis, paredes grossas e dupla membrana. COCCIDIOIDOMICOSE • É uma micose sistêmica, acomete predominantemente o sistema respiratório de humanos e uma grande diversidade de animais. • A doença é causada pela inalação de artroconídios de fungos do gênero Coccidioides sp. • É uma micose endêmica causada por duas espécies: C. immitis e C. posadasii COCCIDIOIDOMICOSE • Após inalação dos artroconídios, o período de incubação varia de 7 a 21 dias, para que, então, a doença na sua forma pulmonar se instale. • O paciente pode manifestar perda de peso, tosse persistente, dor torácica e hemoptise, provocadas por nódulos múltiplos. • Esses nódulos recebem o nome de coccidioma, sendo, em muitos casos, confundida com a tuberculose pulmonar. • A disseminação da doença pode ocorrer através das vias hematogênica e linfática, atingindo diversos órgãos e sistemas. • Em aproximadamente 40% das pessoas infectadas, desenvolve-se pneumonia aguda. COCCIDIOIDOMICOSE • Os fungos do gênero Coccidioides sp. são indistinguíveis, ou seja, dificilmente as espécies são identificadas corretamente. • Trata-se de um fungo saprófita presente no solo, preferencialmente de áreas desérticas e semidesérticas. • Outra característica importante é o dimorfismo por temperatura, sendo que à temperatura ambiente se apresentam como fungos filamentosos e à temperatura do corpo 36 °C, apresentam-se na forma de leveduras. • O diagnóstico presuntivo tem por base dados epidemiológicos, sintomas clínicos e detecção de anticorpos. • No entanto, a confirmação pode ser tanto através dos testes moleculares quanto à pesquisa das estruturas fúngicas nas amostras clínicas. COCCIDIOIDOMICOSE • MICOLÓGICO DIRETO: Deve ser realizada a pesquisa das esférulas endosporuladas na amostra, trata-se de uma estrutura membranosa, hialina e arredondada contendo diversos endoconídios no seu interior. COCCIDIOIDOMICOSE • CULTURA: Tem sido mais comum que esse fungo seja cultivado na sua forma filamentosa. • Para o desenvolvimento das hifas, as placas devem ser incubadas entre 24 °C a 28 °C e, ao se desenvolver em cultura, observam-se colônias algodonosas e brancas. COCCIDIOIDOMICOSE • Na microscopia da colônia filamentosa, são observadas a formação de hifas hialinas com numerosos artroconídios em forma de barril, que podem estar intercalados por células desprovidas de material citoplasmático. Os artroconídios são facilmente destacáveis do micélio aéreo, facilitando a dispersão pelo ar HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE HISTOPLASMOSE • A comprovação da infecção ocorre com o isolamento do fungo em cultura, pois é o método mais seguro, entretanto, apresenta a desvantagem de ser ter crescimento lento. • Quando incubado à temperatura ambiente (25 °C), a colônia tem aspecto algodonoso de coloração branca e se apresenta como leveduras intracelulares com brotamento em cultura a 37 ° C HISTOPLASMOSE • Microscopicamente, observam-se hifas delicadas, septadas, com microconídios lisos e produz macroconídios esféricos grandes (8 a 15 μm) de parede espessas com projeções puntiformes, também chamados de macroconídios tuberculados BLASTOMICOSE • É causada pelo fungo da espécie Blastomyces dermatitidis. • é um fungo dimórfico e saprófita capaz de provocar doença no homem e em animais. E • ́ enfermidade endêmica, confinada a regiões especificas da América do Norte e diagnosticada com menor frequência nas Américas Central e do Sul. • Aparentemente, esse fungo tende a degradar matéria orgânica em decomposição, os conídios fúngicos são aerossolizados no ar pelo fungo que está crescendo no solo ou detritos de folhas. Dessa forma, a blastomicose inicia-se geralmente nos pulmões, após inalação desses conídios aerossolizados. • Os conídios se estabelecem e se desenvolvem nos pulmões, a etapa seguinte é passar do pulmão para a corrente sanguínea, onde são disseminados por todo o corpo através da via hematogênica e tendem a se instalar em tecidos como os rins, os ossos e a pele BLASTOMICOSE • A blastomicose é uma infecção crônica, granulomatosa e supurativa que pode ser classificada de acordo com suas manifestações clínica em: • Forma pulmonar aguda e crônica. • Forma cutânea de evolução crônica. • Forma cutânea de inoculação primária. • Forma disseminada • A forma pulmonar é a mais comum e manifesta-se com sintomas semelhantes ao de uma gripe na fase aguda. • Na cronificação da doença, os sintomas pulmonares permanecem, além do paciente apresentar também dor torácica e emagrecimento. • Geralmente, é durante essa fase que ocorre a disseminação hematogênica para os demais tecidos BLASTOMICOSE • Para o diagnóstico laboratorial, o material clínico pode ser biópsia tanto de tecido pulmonar quando de lesões de pele, além de amostras de raspados de pele, pus, escarro, urina e Líquor. • CULTURA: Por se tratar de um fungo dimórfico por temperatura, ao incubar o fungo à temperatura ambiente, ele se desenvolve no seu formato filamentoso. A colônia apresenta aspecto algodonoso de coloração amarelada ao centro e branca nas bordas. BLASTOMICOSE Já a microscopia revela a presença de hifas hialinas septadas de onde brotam os conídios de forma individual. Os microconídios são arredondados ou piriformes, formato de gota, eles podem brotar diretamente da hifa ou desenvolver um conidióforo e brotar da extremidade distal http://www.youtube.com/watch?v=gyc7sDqiIag Caso seja necessário, a cultura é feita em ASD, entre 30 e 35 °C. Dentro de 72 horas as colônias são brancas com aspecto mucoide e viscoso por causa da cápsula. O aspecto microscópico da colônia é semelhante ao de outras leveduras, como Candidasp., nesse caso, provas bioquímicas, são necessárias para confirmação do gênero e da espécie Para o diagnóstico laboratorial, as amostras que costumam ser analisadas são: escarro, lavado brônquico. No exame micológico direto, observa-se hifas hialinas de cerca de 4 µm de diâmetro, septadas e bifurcadas e a presença dos conídios. Quando corado com coloração de Gram, as hifas adquirem coloração roxa, facilitando sua identificação O meio de cultivo ideal é o ASD suplementado com cloranfenicol, entre 25 e 27 °C, por dois a quatro dias. As colônias crescem e, rapidamente, demonstram-se filamentosas ocupando praticamente a placa inteira e de textura furfurácea, devido à enorme quantidade de conídios. As colônias apresentam-se com variação de cores entre preto, verde e amarelo, sendo que a diferenciação entre as espécies pode ser realizada com base nessas características macroscópicas e microscópicas da colônia Aspergillus flavus Aspergillus fumigatus. Aspergillus niger. Crescimento em ASD, os resultados negativos da cultura são comuns, ocorrendo em cerca de 40% das vezes. Quando crescem, as colônias do gênero Rizhopus sp. apresentam aspecto algodonoso, inicialmente de coloração esbranquiçada que se torna enegrecida com o tempo. A microscopia revela hifas cenocíticas demáceas, além de esporangióforos demáceos cheios de esporangiósporos Mucor circinelloides FUSARIOSE O gênero Fusarium sp. representa um grupo de fungos saprófitas que habitam comumente o solo, água e vegetais. Apesar de serem fungos saprófitas, o gênero tem sido associado também ao surgimento de micoses oportunistas em indivíduos imunocomprometidos. As fusarioses, micoses causadas pelo gênero Fusarium, podem se manifestar em diversas formas, como ceratite fúngica, especialmente entre usuários de lentes de contato; micetoma nodular subcutâneo, a marca registrada da fusariose disseminada; onicomicose e a colonização da pele queimada FUSARIOSE O diagnóstico das fusarioses é uma combinação entre os achados clínicos e laboratoriais, sendo que as culturas do sangue e do material para biópsia são úteis para estabelecer o diagnóstico laboratorial de infecção por Fusarium sp. Para o diagnóstico, cerca de 75% dos pacientes com fusariose disseminada apresentarão culturas de sangue positivas. Em cultura no ASD, as colônias de Fusarium sp. crescem rapidamente à temperatura ambiente, com aspecto algodonoso de coloração branca que com o tempo podem variar bastante entre: azulada, bege, salmão e violeta FUSARIOSE A microscopia da colônia revela presença de hifas hialinas septadas, irregulares em ramificações de 45°. São evidenciados microconídios, formados de uma ou duas células, ovoides a cilíndricas, e são geralmente suportados como bolas mucosas ou cadeias curtas. Além disso, os macroconídios são fusiformes ou falciformes e compreendem muitas células, lembram o aspecto de uma banana. Essa é a principal característica microscópica que auxilia na diferenciação do gênero Fusarium sp. de outros fungos http://www.youtube.com/watch?v=53YPgsC_6Hg
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