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ENZIMAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM INTRODUÇÃO A BIOQUÍMICA PROFA. DANIELE BEZERRA DE SOUSA Parte 1 PLANO DE AULA Contéudo Conceito de enzimas Enzimas X catalisadores químicos/sintéticos Sítio ativo Cofatores e coenzimas Modelos de interação enzima-substrato Cinética enzimática Manutenção da Vida Celular As reações químicas nos seres vivos devem ocorrer em velocidades adequadas e de forma específica Enzimas São proteínas responsáveis pela catálise das reações dos sistemas biológicos (aumentam a velocidade de uma reação sem alterar a constante de equilíbrio ou a variação de energia livre) Enzimas • Reações de quebra de nutrientes e construção de macromoléculas • Reações para obtenção de energia (função neural, contração muscular, etc) Vantagens das enzimas em relação a outros catalisadores • Alta eficiência catalítica – muito maior do que os catalisadores sintéticos; •Aumentam em torno de 1017 a velocidade das reações; • Alto grau de especificidade; • Funcionam em condições específicas de pH e temperatura Característica Enzimas Catalisadores QUÍMICOS Especificidade ao substrato alta baixa Natureza da estrutura complexa simples Sensibilidade à T e pH alta baixa Condições de reação (T, P e pH) suaves drástica (geralmente) Custo de obtenção (isolamento e purificação) alto moderado Natureza do processo batelada contínuo Consumo de energia baixo alto Formação de subprodutos baixa alta Separação catalisador/ produtos difícil/cara simples Atividade Catalítica (temperatura ambiente) alta baixa Presença de cofatores sim não Estabilidade do preparado baixa alta Energia de Ativação baixa alta Velocidade de reação alta baixa A atividade catalítica da enzima depende da integridade da sua conformação nativa Sítio ativo – Região da enzima onde ocorre a reação Substrato – Molécula que é ligada no sítio ativo e age sobre a enzima. Algumas características do sítio ativo: • É uma fenda tridimensional formada por diferentes grupos oriundos dos aminoácidos • Ocupam uma pequena porção da molécula – OBS: Demais aminoácidos da proteína – Podem estar envolvidos na regulação da enzima, podem interagir com outras proteínas ou moléculas, podem trazer os substratos para os sítios ativos etc. • São microambientes especiais • São ligados a seus substratos através de interações fracas • Assumem uma forma que só é complementar à do estado de transição depois que o substrato estiver ligado. O sítio ativo é específico para o substrato Substrato – Molécula que é ligada no sítio ativo e age sobre a enzima. •Cofator (íons inorgânicos - Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+) •Coenzima – complexo orgânico ou molécula orgânica não-proteica Atuam como transportadores de grupos químicos. Durante a catálise localizam-se no centro ativo juntamente com o substrato. Cofatores e Coenzimas INDISPENSÁVEIS ao crescimento e às funções normais dos animais superiores. São requeridas na dieta em pequenas quantidades (g ou mg diários). Vitaminas HIDROSSOLÚVEIS LIPOSSOLÚVEIS TIAMINA (B1) A RIBOFLAVINA (B2) D ÁCIDO PANTOTÊNICO (B3) E NICOTINAMIDA (B5) K PIRIDOXINA (B6) BIOTINA (B7) ÁCIDO FÓLICO (B9) COBALAMINA (B12) ÁCIDO ASCÓRBICO (C) Classes de enzimas International Union of Biochemists (IUB) Componentes da reação enzimática E + S E S E + P E - Enzima S - Substrato(s) ES - Complexo Enzima -Substrato P – Produto(s) Como as enzimas afetam a velocidade das reações? G* = Energia livre do estado de transição As enzimas (catalisadores) aumentam as velocidades de reação diminuindo as energias de ativação E + S E S E P E + P Energia de ativação – é a quantidade de energia livre requerida para levar os reagentes ao estado de transição. Como ocorre a interação ENZIMA - SUBSTRATO Mecanismos ainda não bem definidos. •Ligações covalentes transitórias entre substratos e grupos funcionais da enzima (cadeias laterais de aminoácidos, íons metálicos, coenzimas) •Interações não-covalentes entre a enzima e o substrato – Grande parte da energia requerida para diminuir as energias de ativação é derivada de interações fracas Interação ENZIMA-SUBSTRATO Cada interação fraca no complexo ES libera uma pequena quantidade de energia livre que confere estabilidade à interação. Energia de Ligação (ΔGB) •É a energia derivada da interação enzima-substrato. •É a principal fonte de energia livre usada pelas enzimas para diminuir as energias de ativação das reações Interação ENZIMA-SUBSTRATO Modelo 1 - Chave e Fechadura Não leva em consideração a flexibilidade conformacional Interação ENZIMA-SUBSTRATO Modelo 2 – Encaixe induzido Modelo 2 – Encaixe induzido Interação ENZIMA-SUBSTRATO Interação ENZIMA-SUBSTRATO Modelo 2 – Encaixe induzido • Determinar as constantes de afinidade do S e dos inibidores; • Conhecer as condições ótimas da catálise; • Ajudar a elucidar os mecanismos de reação; • Determinar a função de uma determinada enzima em uma via metabólica. Estudos de Cinética Enzimática Estudos de cinética enzimática são feitos com base na velocidade inicial – V0 Efeito da concentração do substrato sobre a velocidade de uma reação catalisada por enzimas Em qualquer instante numa reação enzimática ou a enzima estará na forma livre E (livre) ou na forma ES Enzima saturada – quando toda a enzima estiver na forma ES – Velocidade máxima (Vmax) E + S K1 K-1 ES K2 E + P Etapa rápida Etapa lenta Formação do complexo Enzima-Substrato (ES) Velocidade de uma reação (V) = k. [Reagente(s)] Essa equação expressa algebricamente o gráfico de velocidade e foi deduzida baseada na hipótese de que a etapa limitante numa reação enzimática é a quebra de ES para formar P e E livre. Constante de Michaelis-Menten E + S K1 K-1 ES K2 E + P Etapa rápida Etapa lenta •Estado Estacionário V0 formação de ES = V0 quebra de ES (1) •[ Et ] = [ E ] + [ ES ] (2) •V0= k2 [ ES ] (etapa limitante) (3) Vmax= k2 [ ES ] •Em Vmax [ Et ] = [ ES ] (4) E + S K1 K-1 ES K2 E + P Etapa rápida Etapa lenta •Estado Estacionário V0 formação de ES = V0 quebra de ES (1) •V0 formação de ES = k1 [E] [S] (5) •V0 quebra de ES = k2 [ES] + k-1 [ES] (6) V0 formação de ES = V0 quebra de ES (1) •V0 formação de ES = k1 [E] [S] (5) •V0 quebra de ES = k2 [ES] + k-1 [ES] (6) k1 [E] [S] = k2 [ES] + k-1 [ES] k1 ([Et] – [ES]) [S] = k2 [ES] + k-1 [ES] k1 [Et] [S] - k1 [ES] [S] = [ES] (k2 + k-1 ) k1 [Et] [S] = [ES] (k2 + k-1 ) + k1 [ES] [S] k1 [Et] [S] = [ES] (k2 + k-1 + k1 [S]) [ES] = k1 [Et] [S] / (k2 + k-1 + k1 [S]) Colocando [ES] em evidencia [ES] = k1 [Et] [S] / (k2 + k-1 + k1 [S]) [ES] = [Et] [S] / [(k2 + k-1 )/ k1] + [S] Lembrando que V0= k2 [ ES ] (etapa limitante) (3) então [ ES ] = V0/ k2 V0/ k2 = [Et] [S] / Km + [S] V0 = k2 [Et] [S] / Km + [S] Lembrando que em Vmax [ Et ] = [ ES ] (4) E que Vmax=K2 [ES] V0 = Vmax [S] / Km + [S] Dividindo por k1 Km é igual a concentração do substrato que resultará na ocorrência de uma reação na metade da velocidade máxima. Km alto – baixa afinidade entre a enzima e o substrato Km baixo – alta afinidade entre a enzima e o substrato ENZIMA SUBSTRATO Km (mM) Catalase H2O2 25 Hexoquinase ATP 0,4 D-Glicose 0,05 D-Frutose 1,5 Quimotripsina Gliciltirosinilglicina 108 N-benzoiltirosinamida 2,5 Equação de Lineweaver-Burk Muitas enzimas que obedecem a cinética de Michaelis- Menten apresentam mecanismos de reações diferentes, com número de etapas diferentes; Estudos de Cinética Enzimática Km = K2 + K-1/K1 Vmax = K2 [Et] A etapa limitante pode nem sempre ser a 2 • Kcat – Constante de velocidade que descreve a etapa limitante de qualquer reação catalisada por enzimas na saturação. Estudos de Cinética Enzimática Melhor forma de comparar eficiência catalítica = Kcat/Km
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