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LÍRICA CAMONIANA E RESENHA LITERÁRIA

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A elevada qualidade da produção lírica de Camões faz com que ele seja considerado o maior poeta lírico em língua portuguesa de todos os tempos.
Busto do poeta português Luís 
Vaz de Camões em Lisboa, 
Portugal.
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O autor Luís Vaz de Camões
O maior representante do Classicismo português foi Luís Vaz de Camões, nascido na cidade de Santarém, em 
Portugal, em 1524 ou 1525 – não se sabe ao certo. Foi criado e protegido por um tio, cônego e chanceler da Universidade 
de Coimbra, que lhe patrocinou os estudos e lhe apresentou os autores clássicos, os quais formaram a sua base inte-
lectual e lhe possibilitaram assimilar a estética e a filosofia de sua época, como comprova sua obra.
A obra camoniana, dentro do contexto do século XVI, esteve imersa na prática da mimese, ou seja, em uma rede 
de imitações, alusões e recuperações que a aproximavam dos modelos de perfeição formal da Antiguidade clássica.
Camões, além de escrever, ainda lutou em várias guerras, sendo uma delas a Batalha de Alcácer-Quibir, na África, 
onde perdeu um dos olhos. 
Pouco se sabe sobre sua história: é certo que morreu pobre, doente e abandonado, mas deixando uma sólida obra, 
que o classifica como um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos e o precursor do português moderno. 
Sua obra é dividida em lírica e épica.
Afinal, quem foi Camões? Um poeta imortal, ilustre é verdade, mas um ilustre praticamente desco-
nhecido. Sua vida fervilhou de negativas — um desafio constante aos críticos e estudiosos. Sua vida, um 
rol de interrogações contínuas... Em que dia, em que mês, nasceu ele? Não se sabe. Em que ano? Dúvidas. 
Teria nascido em 1524? Ou 1525? E qual a sua cidade? Lisboa? Santarém? Coimbra? Alenquer? E quem é 
que sabe? E sobre seus pais? E sobre a sua infância? E a sua vasta cultura? Teria mesmo frequentado a 
Universidade de Coimbra?
Camões nasceu pobre, viveu na miséria. Quando voltou a Portugal, depois de 17 anos de “exílio”, 
recebeu de D. Sebastião, pela publicação de Os Lusíadas, uma pensão de 15 mil réis anuais, já que a epo-
peia era dedicada ao próprio rei. Muitos afirmam que, convertida a moeda em valor atual, a pensão seria 
razoável. Como se explica, então, que o poeta tenha morrido na mais completa penúria, sem um lençol 
sequer para envolver-lhe o corpo? Se, em vida, as dúvidas não cessam, depois de morto, o mistério per-
siste. [...] Afinal, o ano de sua morte seria 1579 ou 1580? [...]
GOMES, Valderez Cardoso. O eterno viajante. Entre Livros: Entre Clássicos, São Paulo, n. 4, p. 9-10, jun. 2005. 
Professor incentive que 
os alunos assistam ao 
documentário feito em 
Portugal sobre a vida e a 
obra de Camões. 
19
Habilidades da BNCC
EM13LP01, EM13LP45, 
EM13LP46, EM13LP48, 
EM13LP49, EM13LP52.
Nesta unidade você 
vai estudar:
O autor Luís Vaz de Camões
A lírica camoniana: a 
medida velha 
Camões lírico: 
a medida nova
Resenha literária
Lírica camoniana e 
resenha literária 3
Un
id
ad
e
Inicie a jornada!
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U3_P6.indd 19 29/07/21 08:47
A análise de documentos antigos e de entrevistas de campo ao longo dos 
últimos trinta anos tem mostrado que o português brasileiro já pode ser 
considerado único, diferente do português europeu, do mesmo modo que 
o inglês americano é distinto do inglês britânico. O português brasileiro 
ainda não é, porém, uma língua autônoma: talvez seja quando acumular 
peculiaridades que nos impeçam de entender inteiramente o que um 
nativo de Portugal diz. Veja no vídeo produzido pela equipe do portal 
Pesquisa Fapesp como a expansão do português no Brasil, as variações 
regionais com suas possíveis explicações e as raízes das inovações da 
linguagem estão emergindo por meio do trabalho de diversos linguistas. 
Leia mais em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ora-pois-uma-lingua-bem-
brasileira. Acesso em: 17 abr. 2021.
Vá além
A lírica camoniana: a medida velha 
Camões é considerado o maior poeta lírico da poesia tradicional 
portuguesa. Sua obra lírica é composta de poemas escritos em medida 
velha (redondilhas) e em medida nova (sonetos), que tratam de diversos 
temas, como o amor, em sua dimensão espiritual e carnal, as adversida-
des da vida e dos sentimentos, a pátria e Deus. No tratamento do amor, 
Camões se vale do platonismo, para abordar o ser amado no plano ideal, 
e não real.
A poesia tradicional usa a medida velha, ou seja, as redondilhas 
menores e maiores, com cinco e sete sílabas métricas, respectivamente. 
B
Bem vejo que sois, Senhora,
extremo de fermosura,
para minha sepultura.
CC
Cleópatra se matou
vendo morto a seu amante;
e eu por vós, em ser constante.
Cassandra disse de Tróia
que havia ser destruída;
e eu por vós, d’alma e da vida.
DD
Dido morreu por Enéas,
e vós matais quem vos ama;
julgai se sois cruel dama!
Dianira, inocente,
da má morte causadora;
vós, da minha, sabedora.
E
Eurídice foi a causa
de Orfeu ir ao Inferno;
vos, de ser meu mal eterno.
CAMÕES, Luís de. Redondilhas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000163.pdf. Acesso em: 19 abr. 2021.
No caso das glosas anteriores, o autor emprega redondilhas maio-
res, retomando personagens da história e da mitologia clássica, como 
apregoa o Classicismo. 
Na cantiga a seguir, ele usa referências da poesia trovadoresca e pa-
laciana, quando o eu lírico dialoga com elementos da natureza, como 
a fonte. Ainda que algumas produções repitam as temáticas da mulher 
abandonada à espera do amado, à diferença das cantigas de amigo, 
Camões inova, escrevendo em terceira pessoa.
54.
Cantiga
a esta cantiga alheia:
Na fonte está Leanor
lavando a talha e chorando,
as amigas perguntando:
vistes lá o meu amor?
VOLTAS
Posto o pensamento nele,
porque a tudo o Amor a obriga,
cantava, mas a cantiga
eram suspiros por ele.
Nisto estava Leanor
o seu desejo enganando,
às amigas perguntando:
vistes lá o meu amor?
O rosto sobre üa mão,
os olhos no chão pregados,
que, do chorar já cansados,
algum descanso lhe dão.
Desta sorte Leanor
suspende de quando em quando
sua dor; e, em si tornando,
mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
que não quer que a dor se abrande
Amor, porque em mágoa grande
seca as lágrimas a mágoa.
Que, despois de seu amor
soube novas, perguntando,
d’emproviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor! 
CAMÕES, Luís de. Redondilhas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000163.pdf. Acesso em: 19 abr. 2021.
Outros poemas, como o anterior, apresentam um mote (estrofe 
com o tema) e glosas ou voltas (estrofes que desenvolvem o tema). 
O conteúdo resgata referências medievais: a partida do namorado, o 
sofrimento amoroso ou a mulher inacessível. 
Faça em sala: 1 e 2 | Faça em casa: 1 a 6
20
Literatura
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Camões lírico: a medida nova
A produção lírica camoniana, tanto a feita com a medida velha 
como a feita com a nova, trata dos seguintes temas:
Temas Descrição
Neoplatonismo: 
retomada de ideias 
filosóficas de Platão
Dois mundos: o inteligível (onde se 
encontram a essência, a verdade, o ideal: 
o Belo, a Bondade, o Amor, a Justiça) e o 
sensível (onde habitamos e onde o real se 
apresenta como sombra das ideias puras do 
mundo inteligível).
A alma é imortal e se origina no mundo 
inteligível. Quando vivem no mundo 
sensível, guardam lembranças do seu 
mundo original e vivem em busca do ideal 
existente na origem. 
A letra maiúscula, nos poemas, é usada 
para distinguir o universal do particular. 
Exemplo: Amor × amor.
Amor
A partir da visão platônica, o amor e a 
figura da mulher, na obra de Camões, são 
idealizados, mas também aparecem como 
uma manifestação carnal, terrena e erótica. 
Por isso, é comum encontrar a contradição 
que se manifesta pela antítese e pelo 
paradoxo, por expressarem ideias opostas. 
Desconcerto do 
mundo
O poeta revelaum mundo em que os 
valores (dever ser) idealizados nem sempre 
encontram ressonância nos modos de vida 
(ser). Por isso, trata da decepção de ver, no 
mundo, a manifestação da injustiça, da 
ambição, da maldade, entre outros valores e 
sentimentos.
Um dos poemas mais conhecidos de Camões expressa esse conjun-
to de características. Leia-o com atenção.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo 
CAMÕES, Luís de. Sonetos. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000164.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021.
Observe que o poema é um soneto, ou seja, apresenta quatorze 
versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos. Note também que 
os versos são decassílabos e apresentam o seguinte esquema de ri-
mas: ABBA, ABBA, CDC, DCD. É perceptível, ainda, o uso de paradoxos 
para conceituar o amor, um sentimento que expressa contradições e 
que, na perspectiva do eu lírico, o inquieta e produz um sofrimento 
tratado de forma contida, sem exageros. Deve-se observar que essa 
constatação não é explicitada por uma visão subjetiva, 
pessoal, mas universal, porque se questionam aspectos 
da existência, comuns a qualquer ser humano, e não so-
mente ao eu lírico.
Converse com os colegas sobre as contradições encontradas 
no conceito de amor expresso no texto. Em seguida, relacione 
essa perspectiva com a prática amorosa atual. As pessoas ainda 
concebem o amor dessa forma?
Camões apresenta também, em alguns de seus poemas, uma refle-
xão mais emotiva da existência, caracterizada pelo pessimismo e pela 
visão do desconcerto do mundo, isto é, um mundo em desarmonia. 
A passagem do tempo e a morte também aparecem em seus poemas.
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
CAMÕES, Luís de. Sonetos. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000164.pdf. Acesso em: 21 mar. 2017.
Nos versos a seguir, manifesta-se o amor platônico, livre das pai-
xões carnais, idealizado, da mesma forma como é idealizada a mulher, 
vista como um ser superior (visão que é retomada, posteriormente, em 
outros momentos da nossa literatura). É com lucidez que o poeta trata 
da temática amorosa. 
Professor incentive a 
conhecerem a letra da 
música “Monte Castelo”, 
do grupo musical Legião 
Urbana, que usa trechos 
do poema de Camões.
21
Unidade 3
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Amor, que o gesto humano n´alma escreve,
vivas faíscas me mostrou um dia,
donde um puro cristal se derretia
por entre vivas rosas e alva neve. 
A vista, que em si mesma não se atreve,
por se certificar do que ali via,
foi convertida em fonte, que fazia
a dor aos sofrimento doce e leve.
Jura Amor que brandura de vontade
causa o primeiro efeito; o pensamento
endoudece, se cuida que é verdade.
Olhai como Amor gera num momento,
de lágrimas de honesta piedade
lágrimas de imortal contentamento.
CAMÕES, Luís de. Sonetos. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/bv000164.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021.
Resenha literária
A resenha é um gênero textual que visa à informação especializada 
e analítica. No caso específico da resenha literária, apresenta-se sinteti-
camente uma obra, a partir de seus aspectos artísticos mais relevantes. 
Normalmente, a perspectiva de apresentação é impessoal, ainda que se 
possa expressar a opinião crítica do autor, que, geralmente, é um espe-
cialista. Nesse sentido, diferencia-se do resumo ou da anotação, porque 
estes não analisam o texto de origem.
As principais características de uma resenha literária são:
• divulga obras literárias novas, atualizando os leitores dos lançamentos; 
• expressa ou não apreciação crítica da obra resenhada. Isso depende da 
intenção da produção textual. Quando expressa, a opinião ou a apre-
ciação deve ser baseada em argumentos consistentes e comprováveis;
• apresenta linguagem clara, direta e objetiva;
• ī�ǀŰ�ŃįŲĪƣż�ěƣĪǜĪ᠁�ĜǀƣƸż�Ī�ƫŏŲƸīƸŏĜż᠁�ƫĪŰ�ƫĪƣ�ƫǀƠĪƣǿĜŏÿŧ᠒
• apresenta uma estrutura que segue determinado padrão, como:
• ŏģĪŲƸŏǿĜÿğĘż�ģÿ�żěƣÿ�ᠤģÿģżƫ�ěŏěŧŏżŃƣĀǿĜżƫ᠀�ÿǀƸżƣ᠁�ƸőƸǀŧż᠁�ĪģŏƸżƣÿ᠁�ŧżĜÿŧ�
de publicação); 
• apresentação sucinta do panorama do livro a ser resenhado;
• comentário sobre a estrutura do texto: partes ou capítulos;
• síntese do texto por meio das anotações prévias;
• exposição de análise crítica; 
• conclusão com recomendação ou não o texto.
Leia os dois excertos de uma resenha da obra Os Lusíadas, de Luís 
Vaz de Camões.
ESTRUTURA
Assim como a Odisseia, de Homero, o poema de Camões é 
composto de cinco partes: proposição, invocação, dedicatória, 
narração e epílogo. Na proposição — que aparece no Canto I, da 
primeira à terceira estrofe —, o autor nos apresenta o tema de 
seu poema: a viagem de Vasco da Gama às Índias e as glórias 
do povo português, comandado por seus reis, que espalharam 
a fé cristã pelo mundo. 
A segunda parte – também no Canto I, quarta e quinta 
estrofes – consiste na invocação das musas do rio Tejo, as Tá-
gides. Essa é mais uma indicação de que Camões retirou seu 
modelo da cultura greco-latina.
Para os gregos, o poeta era um instrumento de uma força 
superior. Na dedicatória — Canto I, da estrofe 6 a 17 —, o poe-
ta, após inúmeros elogios, dedica a obra ao rei dom Sebastião, 
a quem confia a continuação das glórias e conquistas que se-
rão narradas em seguida. Na Narração, o poema propriamente 
se desenvolve — do Canto I, estrofe 18, ao Canto X, estrofe 144. 
Nela, é contada a navegação de Vasco da Gama às Índias e as 
glórias da história heroica de Portugal. 
O epílogo – Canto X, estrofes 145 a 156 – consiste num la-
mento do poeta, que, ao deparar com a dura realidade do reino 
português, já não vê muitas glórias no futuro de seu povo e 
se ressente de que sua “voz enrouquecida” não seja escutada 
com mais atenção. 
TRÊS EPISÓDIOS
Existem três episódios em Os Lusíadas que merecem des-
taque por sua importância: o de Inês de Castro, o do Velho do 
Restelo e o do Gigante Adamastor. 
O episódio de Inês de Castro aparece no Canto III, du-
rante o relato de Vasco da Gama ao governante de Melinde. 
Trata-se da história do amor proibido de Inês, dama de com-
panhia da rainha, pelo príncipe dom Pedro. Ao saber do en-
volvimento do príncipe com ela e preocupado com a ameaça 
política oferecida por Inês, que tinha parentesco com a no-
breza de Castela, o rei dom Afonso manda executar a jovem. 
O rei percebe então que o amor de Inês por seu filho era 
sincero e decide mantê-la viva, mas o povo, representando o 
interesse do Estado, o obriga a executar a moça. Dom Pedro, 
ausente do reino na ocasião do assassinato, inicia depois uma 
vingança sangrenta contra os executores e coroa o cadáver de 
Inês, aquela “que depois de ser morta foi rainha”.
O relato sobre o Velho do Restelo encontra-se no Canto IV. 
Na praia lisboeta de Restelo, um velho profere um discurso 
poderoso contra as empresas marítimas de Portugal, que ele 
considera uma ofensa aos princípios cristãos, uma vez que a 
busca de fama e glória em terras distantes contraria a vida de 
privações pregada pela doutrina católica. 
O episódio do Gigante Adamastor figura no CantoV. Ele 
aparece quando Vasco da Gama e sua tripulação se dirigem ao 
Cabo das Tormentas, ou Cabo da Boa Esperança, personificado 
pela figura de Adamastor. Esse gigante da mitologia grega se 
apaixonara pela ninfa Tétis, que o rejeitara. Peleu, o marido 
de Tétis, transformou então o gigante em pedra. Mais uma 
história de Camões em que o amor, “áspero e tirano”, causa o 
infortúnio a quem se deixa levar por ele. 
OS LUSÍADAS, de Luís de Camões: análise e resumo. Guia do Estudante, 10 
jun. 2015. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/
analise-os-lusiadas-de-luis-de-camoes. Acesso em: 19 abr. 2021.
Faça em sala: 3 e 4. | Faça em casa: 7 a 12
22
Literatura
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1. Leia o texto a seguir.
12.
Cantiga
a este mato alheio:
Menina dos olhos verdes,
porque me não vedes?
VOLTAS
Eles verdes são,
e têm por usança
na cor, esperança
e nas obras, não.
Vossa condição
não é d’olhos verdes,
porque me não vedes.
Isenções a molhos
que eles dizem terdes,
não são d’olhos verdes,
nem de verdes olhos.
Sirvo de giolhos,
e vós não me credes
porque me não vedes.
Haviam de ser,
porque possa vê-los,
que uns olhos tão belos
não se hão-de esconder;
mas fazeis-me crer
que já não são verdes,
porque me não vedes.
Verdes não o são
no que alcanço deles;
verdes são aqueles
que esperança dão.
Se na condição
está serem verdes,
porque me não vedes?
CAMÕES, Luís de. Redondilhas. Disponível em: 
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000163.pdf. 
Acesso em: 17 abr. 2021.
a) Qual é a medida usada por Camões nesse poema?
Camões usa a medida velha, redondilhas menores, ou seja, versos 
com cinco sílabas métricas.
b) Separe as sílabas métricas da estrofe a seguir, numerando-as e 
destacando a última sílaba métrica.
Eles verdes são,
e têm por usança
na cor, esperança
e nas obras, não.
Vossa condição
não é d’olhos verdes,
porque me não vedes.
E/les/ ver/des/ são/,
e/ têm/ por/ u/san/ça
na/ cor/, es/pe/ran/ça
e/ nas/ o/bras/, não/.
Vos/sa/ con/di/ção/
não/ é /d’o/lhos/ ver/des,
Por/que/ me/ não/ ve/des.
c) Qual é o esquema de rimas da estrofe?
O esquema é ABBAACC.
2. O poema termina com uma pergunta. Qual seria a resposta que o eu 
lírico não compreende ou não quer compreender?
A resposta seria que os olhos da donzela estão verdes, porque vê a outra 
pessoa, que não é o eu lírico. 
3. Leia o poema a seguir.
A Morte, que da vida o nó desata,
os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contr’ele espada
fera, e co’Tempo, que tudo desbarata.
Duas contrárias, que ~ua a outra mata,
a Morte contra o Amor ajunta e altera:
~ua é Razão contra a Fortuna austera,
outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.
Mas mostre a sua imperial potência
a Morte em apartar dum corpo a alma,
duas num corpo o Amor ajunte e una;
porque assi leve triunfante a palma,
Amor da Morte, apesar da Ausência,
o Tempo, da Razão e da Fortuna.
NICOLA, José de. Literatura portuguesa: da Idade Média a Fernando Pessoa. 
São Paulo: Scipione, 1990. p. 66.
1 2 3 4 5
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Unidade 3
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a) O poema lido trata de qual tema?
O poema trata da constatação das forças contrárias que regem a vida, 
mas que, apesar de parecerem opostas, estão mais próximas do 
que imaginamos.
b) Segundo o eu lírico, qual é a diferença entre os termos
I. morte e amor?
A morte desata os nós, os laços que mantêm a vida; o amor cria 
esses laços.
II. ausência e tempo?
A ausência fere, e o tempo cura, faz a perda não ter sentido.
c) A que conclusão chega o eu lírico a respeito da relação entre o amor, 
a morte, o tempo, a razão e a fortuna?
O eu lírico conclui que é possível amar apesar da morte e que todos 
os outros aspectos perdem sentido diante da existência do amor.
d) Obseve os substantivos grafados com letra maiúscula. Que efeito 
deseja alcançar o poeta com esse recurso?
O poeta deseja personi�car os substantivos grafados com iniciais 
maiúsculas, atribuindo-lhes um sentido universal. Exemplos: Morte, 
Amor, Ausência, Tempo, Razão e Fortuna. 
Leia o texto a seguir para responder à questão 4.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía*.
(Luís de Camões, 20 sonetos. Campinas: Editora da Unicamp, p. 91.)
*soía: terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo 
do verbo “soer” (costumar, ser de costume).
4. (Unicamp-SP) Indique a afirmação que se aplica ao soneto escrito por 
Camões.
a) O poema retoma o tema renascentista da mudança das coisas, que o 
poeta sente como motivo de esperança e de fé na vida.
b) A ideia de transformação refere-se às coisas do mundo, mas não afeta 
o estado de espírito do poeta, em razão de sua crença amorosa.
c) Tudo sempre se renova, diferentemente das esperanças do poeta, 
que acolhem suas mágoas e saudades.
d) Não apenas o estado de espírito do poeta se altera, mas também a 
experiência que ele tem da própria mudança. Resposta: D.
1. (Fuvest-SP) Na Lírica de Camões:
a) o verso usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.
c) cantar a pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros 
do século XX. Resposta: D.
e) a mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de 
espiritualidade.
Leia o texto a seguir para responder às questões 2 e 3.
Tão intenso é o brilho da poesia camoniana para os falan-
tes de língua portuguesa que, afora os estudiosos da literatura, 
poucos acham necessário conhecer o estreito contato de Ca-
mões com poetas contemporâneos, tanto antecessores, como 
sucessores seus, na Europa e mesmo na América. Mas é sabido 
que, no século XVI, fazer poesia não era uma atividade isolada, 
envolvendo, pelo contrário, os poetas numa rede de alusões, re-
cuperações, imitações – para usar o termo forte da época.
Depois do apogeu da lírica trovadoresca [...] é na Tosca-
na que encontramos uma poesia que, embora prolongando a 
(poesia) provençal, eleva o “amor gentil” a conceito metafísico, 
próprio dos corações nobres e virtuosos; do mesmo modo, 
nessa poesia, a figura feminina reúne noções como de reflexo 
da bondade e beleza sobre-humanas, donna angelicata sem-
pre, que estimula o amante para a contemplação divina.
Dessa poesia, conhecemos, sobretudo, as obras da tríade 
composta por Guido Guinizzelli, Cavalcanti e Dante Alighieri, 
que, versejando em língua toscana e em gêneros recentes, 
como o soneto, a canção e a balada, fornecem ao século XIV 
italiano uma feição algo distinta da restante poesia europeia 
do período. Essa lírica, que consagra o amor à poesia e o poeta 
ao amoroso, triunfa em formalizar uma linguagem em termos 
de estilo, sintaxe, léxico, metros, acentuações e gêneros que se 
mostram adequados a uma concepção poética diversa, a qual 
se tornou conhecida como “doce estilo novo” [...]
A esses poetas se sucedem Francesco Petrarca, Matteo 
Frescobaldi, Giovanni Boccaccio, Cino Rinuccini e outros, 
por cuja poesia – sobretudo pelo Canzoniere de Petrarca – as 
Faça em casa
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Literatura
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convenções da lírica toscana se difundem por toda Europa, 
tornando-se o modelo de uma legião de poetas cortesãos. [...]
Por meio da introdução da métrica, gêneros e os tópicos 
da lírica petrarquista em Espanha, “é acolhida pela poesia por-
tuguesa, com Camões na posição principal, que com mestria 
modula a língua portuguesaà melodia desse novo estilo do já 
tão antigo Trezentos italianos, incorporando, ao mesmo tem-
po que as tópicas, seus gêneros poéticos, tais como as canções 
éclogas, elegias e sonetos, é claro, numa excelente combina-
ção de imitativo stili, imitativo vitae. [...]
MUHANA, Adma Fadul. Constelação europeia. Entre Livros: 
Entre Clássicos, São Paulo, n. 4, p. 28-29, jun. 2005.
2. O excerto recupera o conceito de medida nova, adotada por Camões 
em sua poesia lírica. De acordo com o texto, essa medida triunfa na for-
malização de vários aspectos da linguagem, como:
a) estilo, sintaxe, léxico, metros, acentuações e gêneros. Resposta: A.
b) tema, sintaxe, léxico, metros, acentuações e gêneros.
c) estilo, sintaxe, léxico, metros, acentuações e fonética.
d) ĪƫƸŏŧż᠁�żƣƸżŃƣÿǿÿ᠁�ƠƣżƫŽģŏÿ᠁�ŰĪƸƣżƫ᠁�ÿĜĪŲƸǀÿğƛĪƫ�Ī�ŃįŲĪƣżƫ᠇
3. O excerto começa e conclui tratando do mesmo tema, às vezes pouco 
compreendido hoje em dia. Essse tema está relacionado à:
a) crítica de antecessores do Classicismo lusitano.
b) negação da obra de Camões por seus sucessores.
c) produção literária isolada de Camões em Portugal.
d) imitação de expoentes da arte como estilo da época. Resposta: D.
4. Leia o excerto a seguir, de uma trova de Camões.
Trovas
{Vós} sois üa dama
das feias do mundo;
de toda a má fama
sois cabo profundo.
A vossa figura
não é para ver;
em vosso poder
não há fermosura.
CAMÕES, Luís de. Redondilhas. Disponível em: 
www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000163.pdf. 
Acesso em: 19 abr. 2021.
A estrofe do poema de Camões, reproduzida na questão 1, da seção 
Faça em sala, por sua temática e estrutura:
a) emprega a medida nova usada no Classicismo.
b) mescla a medida velha com a cantiga de amor.
c) resgata as cantigas satíricas trovadorescas. Resposta: C.
d) afasta-se da métrica e temática medievais.
Leia a “Cantiga 12”, de Luís de Camões, para responder às questões 5 e 6.
5. Como se nomeiam os versos que aparecem ao lado direito do poema?
a) Redondilhas.
b) Mote. Resposta: B.
c) Glosas.
d) Voltas.
6. A cor verde atribuída aos olhos está relacionada ao sentimento de: 
a) esperança. Resposta: A.
b) dor.
c) decepção.
d) crença.
Responda às questões 7 e 8 com base no soneto de Camões apresenta-
do na questão 4 da seção Faça em sala.
7. (UNIFIPMoc-MG) O verso que representa o pessimismo do eu lírico é:
a) “Continuamente vemos novidades...” 
b) “... tomando sempre novas qualidades...” 
c) “...e, em mim, converte em choro o doce canto.” Resposta: C.
d) “O tempo cobre o chão de verde manto”
e) “E, afora este mudar-se cada dia.”
8. (UFBA) A leitura dos dois tercetos permite inferir:
(01) Há ritmos diferentes de mudança, a depender do momento da 
vida do indivíduo. 
(02) A rejeição da instabilidade se torna maior, com o passar do 
tempo, em decorrência da sabedoria e da experiência adquiridas.
(04) Há diferenças entre os processos de mudança na natureza e 
aqueles que ocorrem com o ser humano.
(08) O processo de mudança na vida dos indivíduos cessa com o 
decorrer do tempo, atingindo-se a estabilidade.
(16) A ilusão de que nada é permanente acompanha o ser humano 
em todos os momentos de sua existência.
(32) Cada vez que algo muda no universo mudam-se também as 
concepções mais arraigadas dos indivíduos.
(64) O processo de mudança exterior ao indivíduo é sempre 
ĜżŲƫƸÿŲƸĪ᠁�ĪŰěżƣÿ�Ŋÿšÿ�ǀŰÿ�ŰżģŏǿĜÿğĘż�Ųÿ�łżƣŰÿ�ģĪ�ƠĪƣĜĪƠğĘż�
dessa mudança. 41 (1 1 8 1 32).
9. (Enem) Leia o texto a seguir.
O livro It – A Coisa, de Stephen King
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata 
cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e 
Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da 
confiança e... do medo. O mais profundo e tenebroso medo. 
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, 
um ser sobrenatural e maligno, que deixou terríveis marcas 
de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos vol-
tam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a peque-
na cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, 
dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a 
atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue 
que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enig-
ma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. 
O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. 
Em It – A Coisa, clássico de Stephen King em nova edição, os 
amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar 
os próprios limites.
Disponível em: www.livrariacultura.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017.
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Unidade 3
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Relacionando-se os elementos que compõem esse texto, depreende-se 
que sua função social consiste em levar o leitor a:
a) compreender a história vivenciada por amigos na cidade de Derry.
b) interpretar a obra com base em uma descrição detalhada.
c) avaliar a publicação com base em uma síntese crítica.
d) adquirir a obra apresentada no site da livraria. Resposta: D.
e) argumentar em favor da obra resumida.
10. (Enem) Leia o texto a seguir.
Porta dos Fundos: contrato vitalício
Diretor: Ian SBF;
Tempo: 1 h 46 min;
Brasil, 2016.
O primeiro filme do grupo humorístico Porta dos Fun-
dos, conhecido por seus mais de 12 milhões de assinantes 
no YouTube, estreou para o público brasileiro que curte as 
esquetes na internet. O desafio do grupo foi transformar os 
vídeos curtos em um longa para o cinema, que, apesar de 
grande investimento do elenco e dos produtores, não em-
polga tanto. O enredo conta com a dupla Rodrigo (F. Porchat) 
e Miguel (G. Duvivier), que, vencedores em Cannes, no auge 
de suas carreiras, decidem assinar um contrato vitalício em 
que o ator Rodrigo deverá participar de todos os filmes do 
produtor Miguel. A produção do filme maluco conta com o 
ótimo elenco do Porta dos Fundos: uma famosa blogueira, um 
jornalista de fofoca, um agente de celebridades, uma dire-
tora de elenco radical, um detetive, um ajudante e atores. 
O ponto forte do filme é satirizar justamente o mundo das 
celebridades da internet e do cinema, ou seja, eles mesmos 
neste momento.
Disponível em: www.criticasde�lmes.com.br. 
Acesso em: 12 dez. 2017. (adaptado).
Nesse texto, um trecho que traz uma marca linguística da função ava-
liativa da resenha é:
a) “Porta dos Fundos: contrato vitalício; Diretor: Ian SBF; Tempo: 1 h 46 
min; Brasil, 2016.”
b) ᡆ��ƠƣŏŰĪŏƣż�ǿŧŰĪ�ģż�ŃƣǀƠż�ŊǀŰżƣőƫƸŏĜż Porta dos Fundos [...] estreou 
para o público brasileiro que curte as esquetes na internet.”
c) “O enredo conta com a dupla Rodrigo (F. Porchat) e Miguel (G. 
Duvivier) [...]”.
d) ᡆᠢ᠇᠇᠇ᠣ�ż�ÿƸżƣ�¦żģƣŏŃż�ģĪǜĪƣĀ�ƠÿƣƸŏĜŏƠÿƣ�ģĪ�Ƹżģżƫ�żƫ�ǿŧŰĪƫ�ģż�ƠƣżģǀƸżƣ�
Miguel.”
e) ᡆ��ƠƣżģǀğĘż�ģż�ǿŧŰĪ�ŰÿŧǀĜż�ĜżŲƸÿ�ĜżŰ�ż�ŽƸŏŰż�ĪŧĪŲĜż�ģż�Porta dos 
Fundos [...]”. Resposta: E.
11. (Unesp) No soneto, o eu lírico:
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
alguma coisa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.
(Sonetos, 2001.)
a) suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe sejam subtraídas.
b) expressa o desejo de que sua amada seja em breve restituída à 
vida.
c) expressa o desejo de que sua própria vida também seja 
abreviada. Resposta: C.
d) suplica a Deus que sua amada também se liberte dos 
sofrimentos terrenos.
e) lamenta que sua própria conduta tenha antecipado a morte da 
amada.
12. (Mack-SP) Leia o texto seguinte e responda ao que se propõe.
O amor é feio
Tem cara de vício
Anda pela estrada
Não tem compromisso
[...]
O amor é lindo
Faz o impossível
O amor é graça
Ele dá e passa.
A. Antunes, C. Brown, M. Monte. O amor é feio. (Fragmento).
Cotejando a letra dacanção com os famosos versos camonianos “Amor 
é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente”, afirma-se 
corretamente:
a) Assim como Camões, os compositores tematizam o amor, valendo-se 
de uma linguagem espontânea, coloquial, como prova o uso da 
expressão cara de vício.
b) O caráter popular da canção é acentuado pelo uso de redondilhas, 
traço estilístico ausente nos versos camonianos citados. Resposta: B.
c) A concepção de amor como sentimento contraditório, típica de 
Camões, está ausente na letra da canção, uma vez que seus versos 
não se compõem de paradoxos.
d) A ideia de que a dor do amor não é sentida pelos amantes, presente 
nos versos de Camões, é parafraseada nos versos “Anda pela estrada / 
Não tem compromisso”.
e) A canção recupera o tom solene e altissonante presente nos versos 
camonianos.
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Literatura
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Chegamos ao final da unidade 3. Observe, com atenção, o esquema que sintetiza os principais aspectos dos conteúdos trabalhados. Em seguida, 
responda às questões propostas.
1. Por que Camões é considerado o maior poeta lírico tradicional da língua portuguesa?
Camões é considerado o maior poeta lírico tradicional da língua portuguesa pelo volume de suas produções e pelo elevado teor lírico dos seus textos, 
sempre escritos com extrema qualidade técnica e temática.
2. Em que situações da vida diária as pessoas leem resenhas literárias?
As pessoas, na vida diária, leem resenhas literárias para conhecer novas obras e para decidir sobre a leitura de alguma obra em especial, a partir 
de informações especializadas de quem já as leu. 
Junte os pontos
Resenha literária
Gênero textual que
objetiva a informação.
Divulgação de obras
literárias.
Apresenta apreciação
crítica (ou não).
Linguagem clara, direta e
objetiva.
Texto e sintético.
Estrutura padrão.
O autor
Luís Vaz de Camões
Poesia lírica:
medida velha e medida nova
Lírica
camoniana
e resenha
literária 
Maior representante do 
Classicismo português.
Pouca informação sobre
sua vida.
Escreveu poesia
lírica e épica. Temas: amor espiritual
e carnal, adversidades
da vida e dos sentimentos,
pátria, Deus, neoplatonismo,
desconcerto do mundo.
Medida velha: retoma aspectos
da poesia medieval. Redondilhas
maiores e menores.
Medida nova: sonetos
decassílabos.
Rigor formal.
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Unidade 3
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