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A questão da calamidade no Estado do Rio de Janeiro

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Faculdade Presbiteriana Mackenzie
Aluna: Bianca Benincasa de Souza de Lima
Matr.: 42101964
Disciplina: Contabilidade Geral
Prof.: Yasmin Monteiro
 Trabalho sobre o Regime de Recuperação Fiscal.
Este trabalho tem início com a questão da calamidade no Estado do Rio de Janeiro.
Uma série de fatores levou à situação em que o Estado do Rio de Janeiro se encontra hoje. Desde a corrupção, evidenciada pelo fato de que, nos últimos seis anos, este mesmo número de governadores, seis, terem tido algum tipo de problema com a Justiça, sendo afastados do cargo que exerciam ou até mesmo presos, que foi o caso de cinco deles. Passando pela obrigação do Estado com dívidas que se ancoravam na expectativa, que não se consumou, de recebimentos de ICMS e royalties do Petróleo, além do altíssimo custo da folha salarial estadual. O resultado foi que o Estado passou a não ter condições de arcar com suas dívidas e uma grave consequência disso era exatamente arcar com compromissos decorrentes da realização, no Estado do Rio de Janeiro, das olímpiadas de 2016, o que afetaria não apenas o próprio Estado, mas também a União.
Assim, diante da absoluta irresponsabilidade fiscal que imperou no Estado, a União “abraçou” a ideia da Calamidade Pública Financeira, visto que o Artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal não fala nisso, antes, fala apenas de Calamidade Pública, entendido como fruto de algo imprevisível (como a Pandemia da COVID-19, por exemplo), o que não era o caso do caos fiscal do Estado.
Neste contexto, o governador em exercício à época, Francisco Dornelles, editou o decreto 45.692 de 17 de junho de 2016 (depois detalhado pela Lei Ordinária nº 7.483 de 08 de novembro de 2016). Ambos reconheciam o estado de calamidade pública no âmbito da administração financeira, do Estado do Rio de Janeiro.
Dentre os efeitos práticos mais sensíveis decorrentes deste estado de calamidade está o fato de que o governo estadual está autorizado, pelo seu tempo de vigência, a não atender os limites do endividamento e de gastos com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101 de 2000). Embora a União tenha solicitado contra partidas junto a administração pública, como por exemplo, a privatização da CEDAE e a proibição da contratação de novos servidores, além da proibição de renúncias e incentivos fiscais. 
De acordo com o Regime de Recuperação Fiscal, o desequilíbrio financeiro é considerado grave quando a receita corrente líquida (RCL) anual do Estado é menor do que a dívida consolidada ao final do último exercício; o somatório das suas despesas com pessoal, juros e amortizações seja igual ou maior que 70% da RCL e o valor total de obrigações seja superior às disponibilidades de caixa. Só poderá aderir ao RRF o Estado que cumprir esses três requisitos de entrada.
Neste pensamento, o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), aprovado pela Lei Complementar Federal nº 159/2017, foi criado para fornecer aos Estados com desequilíbrio financeiro grave, instrumentos para o ajuste de suas contas. Dessa forma, ele complementa e fortalece a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não trazia até então previsão para o tratamento de casos como esse.

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