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1 N esse tratado que todo aluno do CRMedway recebe, fizemos um compilado de vários checklists para que você consiga saber exatamente o que revisar perto de suas provas e o provável modo como os temas serão cobrados. Nesta coleção, teremos adaptações de checklists que já caíram em outros anos e alguns checklists “extras” exclusivos para os nossos alunos. Alguns temas aparecem mais de uma vez, para que você tenha mais clareza sobre possíveis caminhos que uma estação de prova prática pode tomar. Resumindo, esse material está absolutamente completo com tudo que você precisa saber para estar preparado para as provas práticas - e por isso mesmo o batizamos de Bíblia! Quanto aos alunos do CRMedway Presencial, pode gerar aquela dúvida: os checklists do presencial já estão aqui? Vou saber o que vai cair antes de chegar no curso? De modo algum! Lá você terá mais de 30 checklists novos, mas claro… somente após passar pelo curso! Se tiver qualquer dúvida em qualquer momento, fique à vontade para nos contactar via plataforma do CRMedway que estaremos ágeis para te responder. Introdução Aproveite! A tão esperada Bíblia de Checklists! ... tenho que te informar uma coisa. Ele faz parte de um curso todo estruturado para ensinar nossos alunos a pensar como a banca e entender a fundo os checklists, além de uma preparação completa para a prova multimídia: o CRMedway. A preparação para a prova prática vai além da Bíblia! Por isso, te convido a participar de um minicurso gratuito que nós da Medway fizemos, voltado para essa etapa do seu processo seletivo. São 3 aulas, 100% online e gratuitas, que vão te mostrar a prova prática como ela realmente é! E se Você Caiu Nesse Material por Acaso... Acessar Minicurso https://www.medway.com.br/area-do-aluno H oje, a Medway é um time formado por médicos recém-egressos ou ain da Residentes nas principais ins tituições do Brasil! USP, UNIFESP, UNICAMP e em todos os lugares que você sonha fazer a sua residência médica! Mas chegar até aqui não foi nada fácil. Durante nossa preparação, fomos obrigados a desembolsar um altíssimo valor para a realização de um curso prático presencial (atualmente em torno de R$ 8.000,00 para quem é aluno já matriculado no cursinho) e, mesmo assim, quando nos deparamos com a prova prática, vimos um cenário diferente do que havíamos treinado. Inconformados com tal situação, nós decidimos estruturar um curso prático que entregasse o REAL valor por trás da prova prática: o CRMedway. Através de simulações de estações exatamente da forma como elas são cobradas nos concursos, conseguimos transmitir a essência da segunda fase e o resultado final foi de mais de 500 alunos inscritos e incontáveis aprovações nos principais processos seletivos do país. Tudo isso a um preço justo, acessível, de forma 100% online e que permitiu com que todos os nossos alunos brigassem de “igual pra igual” com quem fez um curso prático presencial. Você pode conferir o que falaram do CRMedway 2020 na próxima página: Quem Somos O que Nossos Alunos Estão Falando! Conteúdos Em vez de simplesmente ler essa Bíblia, faça como o João recomenda na nossa aula do curso do módulo zero, sobre como e quando estudar: • Junte um grupo de amigos • Divida os checklists igualmente entre vocês (de preferência os que não estavam no curso) • Quem for o dono do checklist vai aplicar a estação com examinador nos outros alunos e dar a orientação ao ator da estação (se houver) • E como falamos… após ter treinado com checklists e estações existentes, vá para o que mais importa e onde você mais vai aprender: crie suas próprias estações e checklists! RECOMENDAÇÃO NÍVEL DE EVIDÊNCIA IA Sumário PALS........................................................................13 PALS 2.....................................................................17 PALS 3.....................................................................21 PALS 4.....................................................................25 PALS 5.....................................................................29 Febre Reumática.......................................................34 Convulsão Febril.......................................................39 Puericultura.............................................................44 Sarampo..................................................................48 Puericultura.............................................................52 Anafilaxia.................................................................57 Cetoacidose Diabética..............................................62 Neonatologia............................................................65 Síndrome Nefrótica..................................................69 Tuberculose na Infância.............................................73 TCE.........................................................................78 Pneumonia na Criança..............................................83 Pneumotórax Hipertensivo.......................................88 Neonatologia............................................................92 Aferição de Pressão Arterial......................................96 Icterícia Neonatal..................................................100 Puericultura............................................................104 Puericultura 2.........................................................110 Icterícia Fisiológica..................................................114 Asma......................................................................119 Artrite Séptica do Quadril.......................................124 Reanimação Neonatal..............................................128 GNPE.....................................................................133 Síndrome do Bebê Sacudido.....................................138 Doença de Kawasaki.................................................142 Otite Média Aguda..................................................146 Escabiose.................................................................151 Gastroenterite Aguda...............................................155 Neonatologia..........................................................160 Desidratação...........................................................164 Síndrome Metabólica...............................................168 Puericultura............................................................172 Celulite Orbitária....................................................177 Varicela...................................................................181 Anemia Falciforme..................................................186 Crupe Viral..............................................................192 Maus Tratos.............................................................197 Acidente Escorpiônico.............................................202 Reanimação Neonatal..............................................207 Puberdade Precoce...................................................212 Puericultura............................................................217 Depressão no Adolescente........................................222 Síndrome de Aspiração Meconial.............................227 Mononucleose Infecciosa.........................................231 Estado de Mal Convulsivo........................................235 12 Pediatria Capítulo 1 Os checklists abaixo não são oficiais e representam uma forma didática de orientar o aluno, elaborada pela Medway com base nos relatos dos candidatos. 13 Tema: PALS Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016 / UFPR 2016 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia boneco compatível com a idade e materiais necessários para PCR, incluindo desfibrilador, todos em cima de uma maca Início da Estação Caso Clínico: Lactente de11 meses é trazido pela mãe ao pronto socorro infantil com relato de ter engasgado com pedaço de carne há cerca de 30 minutos. Tarefa 01: Realize o atendimento. Após as medidas realizadas, a criança evoluiu irresponsiva. Tarefa 02: Prossiga com o atendimento. PALS 14 Orientações à Atriz: • Negava comorbidades. Outras informações, a mãe reforçava o que estava no caso clínico. Orientações ao Examinador: • Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava o seguinte impresso: Criança em regular estado geral, corada, hidratada, anictérica, acianótica, taquidispneica com estridor inspiratório, FR 50 irpm, salivação intensa, elevação torácica deficiente, incapaz de emitir sons. • Independente das manobras realizadas a criança tornava-se irresponsiva, com progressão para parada cardiorrespiratória com o seguinte ritmo abaixo: • Mencionar a chegada de um segundo socorrista após o primeiro ciclo de reanimação. • A criança retornava para ritmo organizado com pulso. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 15 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e definiu-se como médico? Paramentou-se e realizou impressão inicial? Solicitou exame físico do paciente? Iniciou avaliação ABCDE começando pela via aérea? Identificou obstrução por corpo estranho? Não fez tentativa de varredura digital às cegas em via aérea? Realizou manobra de 5 golpes nas costas e 5 compressões torácicas com técnica adequada? Repetiu a manobra de desobstrução? Chamou ajuda com carrinho de parada, solicitou monitorização e acesso venoso? Identificou ausência de responsividade da criança e ausência de respiração? Identificou ausência de pulso? Orientou à mãe sobre necessidade de manobras de ressuscitação cardiopulmonar e solicitou que se afastasse? Iniciou RCP e mencionou técnica para 1 socorrista (30 compressões para 2 ventilações) Checklist 16 Debriefing A obstrução de via aérea superior na pediatria pode ser cobrada na sua prova por diferentes etiologias: edema de via aérea, corpo estranho ou infecção de via aérea superior. Independente disso, é preciso classificá-la como leve ou intensa, para conduzir da maneira correta. Na suspeita de obstrução de via aérea, os sinais de alarme para gravidade são incapacidade de falar ou tossir, emissão de ruído agudo (estridor) durante a inspiração ou absolutamente nenhum ruído e incapacidade de emitir sons. Fique alerta nesse tema recorrente nas estações práticas, principalmente pela consequente evolução para prova de fluxograma de parada cardiorrespiratória e PALS! Escolheu o dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara (BVM) adequado (bolsa de lactente, máscara que cobre nariz e boca, sem cobrir os olhos do paciente) e solicitou materiais adequados para IOT/suporte ventilatório? Aplicou corretamente as ventilações (12 a 20 por minuto), utilizando técnica C-E e com oxigênio em alto fluxo conectado à BVM? Iniciou e orientou a para RCP em 2 socorristas, 15:2, trocando a cada 5 ciclos ou 2 minutos? Identificou o ritmo de AESP? Citou hipóxia como principal causa? Indicou necessidade de IOT? Indicou o uso de adrenalina a cada 3-5 minutos, com dose de 0,01 mg/kg? Identificou o retorno da circulação espontânea e indicou cuidados pós-parada? 17 Tema: PALS Caiu em: HIAE 2016 E 2020 / SCMSP 2019 / UFPR 2016 / USP-SP 2019 / USP-RP 2016 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (enfermeira) Cenário: Atendimento em pronto-socorro com materiais para PCR disponíveis Início da Estação Caso Clínico: Você está de plantão na emergência pediátrica e recebe um lactente de 9 meses com história de 1 dia com irritabilidade e choro. Ao exame físico: • Peso = 10kg; PA 60/40 mmHg; FC = 230 bpm; FR = 60 irpm; • Descorada, fontanela anterior normotensa. • Sem demais alterações ao exame físico. Tarefa 01: Solicita a enfermeira o que você quer fazer. Tarefa 02: Qual sua hipótese diagnóstica e conduta? PALS 2 18 Orientações à Atriz: • A enfermeira realizaria as condutas conforme solicitado e responderia após cada tarefa realizada. Por exemplo, após implantação de acesso periférico responderia "acesso periférico realizado". • Caso o candidato indicasse realização de adenosina, a enfermeira responderia que o medicamento não se encontrava disponível. • Caso o candidato indicasse realização de cardioversão sincronizada, a enfermeira colocaria cardioversor a disposição do candidato, já com pás pediátricas adequadas para a idade. Orientações ao Examinador: • Quando solicitada avaliação de ECG era apresentado o seguinte ritmo: TÉRMINO DA ESTAÇÃO 19 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Atribui funções cordialmente? Usa comunicação eficaz com enfermeira? Orienta aplicação de monitor cardíaco e oximetria de pulso? Orienta estabelecimento de acesso venoso periférico? Orienta administração de oxigênio suplementar? Solicita ECG em 12 derivações? Tarefa 02 Identifica taquicardia supraventricular? Identifica instabilidade? (hipotensão) Indica cardioversão sincronizada? Demonstra cardioversão sincronizada correta (coloca o dispositivo em modo sincronizado e pás sem se sobrepor)? Indica cardioversão sincronizada a 0,5 até 1 J/kg para choque inicial? Demonstra cardioversão sincronizada segura (carrega, isola e aplica corretamente)? Indica reavaliação do paciente em resposta ao tratamento? Indica realização de ECG em 12 derivações após cardioversão? Checklist 20 Debriefing A taquicardia supraventricular (TSV) é um ritmo rápido e regular, que muitas vezes, aparece de forma abrupta e pode ser episódico. Durante episódios de TSV, a função cardiopulmonar é influenciada pela idade da criança, duração da taquicardia, função ventricular de linha de base e frequência ventricular. Em bebês com função ventricular normal, a TSV pode ocorrer, mas não ser detectada por longos períodos (horas ou dias), até que o débito cardíaco seja significativamente afetado. No entanto, se a função miocárdica de linha de base estiver prejudicada (por exemplo em uma criança com cardiopatia congênita ou cardiomiopatia), a TSV poderá produzir sinais de choque em um período curto. Em bebês, a TSV frequentemente é diagnosticada quando os sintomas da ICC se desenvolvem. São sinais e sintomas comuns de TSV em bebês: irritabilidade, inapetência, respiração rápida, sonolência incomum, vômito e pele cor pálida, marmoreada, cinza ou cianótica. São sinais e sintomas comum de TSV em crianças mais velhas: palpitações, falta de ar, dor ou desconforto torácico, sensação de desfalecimento e desmaio. Para suspeitar de TSV na sua prova: • Bebês com FC ≥ 220 bpm • Crianças com FC ≥ 180 bpm 21 Tema: PALS Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016 / UFPR 2016 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 7 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com criança de 4 anos Início da Estação Caso Clínico: Criança de 4 anos é levada ao pronto-socorro com história de tosse, febre e dificuldade respiratória há 48 horas. Durante o atendimento, evolui com inconsciência. Tarefa 01: Realize o atendimento. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicitasse a característica o pulso e respiração do paciente, o examinador indicaria: ausência de pulso e apneia. PALS 3 22 • Caso o candidato solicitasse auxílio, o examinador referia que um assistente seria seu auxiliar. • Caso o candidato solicitasse a monitorização do paciente, as pás do desfibrilador seriam entregues ao candidato e, ao verificar o ritmo, o traçado abaixo seria exibido: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://br.depositphotos.com/stock-photos/eletrocardiógrafo.html (imagem de traçado de TV sem pulso) • No momento posterior, caso o candidato solicitasse novamente o ritmo, a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de TV sem pulso) • Novamente, no momento posterior, caso o candidato solicitasse o ritmo, a imagem a seguir seria fornecida: (imagemde traçado de TV sem pulso) 23 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Checa o pulso corretamente em até 10 segundos (carotídeo ou femoral)? Avalia respiração? Solicita auxílio de equipe? Solicita carrinho de parada com DEA ou desfibrilador manual? Inicia compressões torácicas com técnica correta? Indica frequência correta das compressões torácicas (100- 120)? Indica relação 30 compressões : 2 ventilações com um socorrista? Indica relação de compressão ventilação correta com a chegada de ajuda (15 compressões : 2 ventilações)? Solicita monitorização cardíaca e acesso vascular? Reconhece ritmo chocável e indica desfibrilação com carga correta (2J/kg)? Retorna à RCP pelas compressões torácicas? Realiza nova checagem de ritmo e indica nova desfibrilação na dose correta (4J/kg)? Retorna à RCP e indica adrenalina na dose correta (0,01mg/kg)? Checklist 24 Debriefing A taquicardia ventricular é definida através da presença de taquicardia com complexo QRS alargado (>0,09 segundos). A maioria das crianças que desenvolve uma TV possui doença cardíaca de fundo, síndrome de QT longo ou miocardite. Pode haver antecedentes de familiares de morte súbita sem explicação em crianças ou adultos jovens, sugestivo de cardiomiopatia. Outras causas de TV em crianças compreendem distúrbios hidroeletrolíticos e toxicidade farmacológica. A abordagem inicial é dada pela avaliação de pulso e respiração em 10 segundos. Lembre-se que para crianças abaixo de 1 ano, a avaliação do pulso deve ser realizada no pulso braquial e em maiores de 1 ano, pode ser realizada em pulso carotídeo ou femoral. Diante de um quadro de ausência de pulsos e respiração, deve-se acionar rede de suporte para ajuda e iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar. Lembre-se que na pediatria as compressões podem ser indicadas de maneiras diferentes quando há um ou dois socorristas. Na presença de um socorrista, a relação compressão:ventilação deve ser 30:2. Já na presença de dois socorristas, deve ser 15:2. Após a chegada de monitorização e desfibrilador é possível identificar o ritmo de parada cardiorrespiratória. Lembre-se que os ritmos chocáveis são taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular. Além disso, a dose inicial para desfibrilação deve ser 2J/kg, com máximo de 10J/kg. Um ponto-chave na abordagem da PCR com ritmo chocável, e abordado pela banca em questão, é lembrar que não se deve checar pulso após as descargas elétricas no paciente, sendo indicado retorno imediato à massagem cardíaca após a desfibrilação. Indica amiodarona ou lidocaína após 3a checagem de ritmo e indica desfibrilação? Não realiza checagem de pulso após tentativas de desfibrilação? 25 Tema: PALS Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016 / UFPR 2016 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com criança de 8 anos Início da Estação Caso Clínico: Paciente de 8 anos de idade internado na enfermaria, está irresponsivo ao chamado. Tarefa 01: Realize o atendimento. Orientações ao Examinador: • Caso o candiato solicitasse auxílio da equipe ou material de parada cardiorrespiratória, o examinador mencionava presença de outro socorrista juntamente do candidato. PALS 4 26 • Caso o candidatoo solicitasse verificação de ritmo, era fornecida o seguinte traçado eletrocardiográfico: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://br.depositphotos.com/169161024/stock-photo-ventricular-fibrillation-deadly-heart- rhythm.html (imagem de Fibrilação Ventricular) • Caso o candidato indicasse a intubação orotraqueal o examinador questionaria qual tubo ele deseja utilizar para o procedimento. • No momento posterior, caso o candidato solicitasse novamente o ritmo, a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de FV). • Novamente, no momento posterior, caso o candidato solicitasse o ritmo, a imagem a seguir seria fornecida: (imagem de traçado de FV). 27 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Checa pulso corretamente? (carotídeo ou femoral)? Solicita auxílio de equipe? Solicita carrinho de parada com DEA ou desfibrilador manual? Solicita monitorização cardíaca e acesso venoso periférico? Inicia RCP com compressões torácicas com técnica correta? Solicita ajuda para ventilação e inidica relação de compressão:ventilação 15:2 com dois socrristas? Indica verificação de ritmo cardíaco? Indica ritmo de fibrilação ventricular? Indica desfibrilação com carga correta (2J/kg)? Retoma RCP logo após desfibrilação? Indica necessidade de IOT? Indica tamanho de cânula (4+idade / 4 sem cuff ou com cuff 0,5 a menos)? Indica frequência de ventilação após IOT (10/min)? Indica checagem de ritmo cardíaco? Indica novamente desfibrilação? Checklist 28 Debriefing A fibrilação ventricular é definida pela atividade elétrica caótica, sem desfecho de débito cardíaco ou de presença de pulsos palpáveis. A FV pode ser precedida por um breve período de TV, com ou sem pulsos. A FV primária é incomum em crianças, podendo estar associada a malformações e traumas, como o impacto súbito no tórax de um objeto em movimento ou em uma colisão, provocando o "commotio cordis", levando a FV. Esta pode, ainda, deteriorar-se em ritmo de assistolia rapidamente. Para relembrar algumas das diferenças no manejo de parada cardiorrespiratória na criança, vamos relembrar a indicação do tamanho das pás pediátricas. Para crianças maiores de 10 kg ou com mais de 1 ano, indica-se as pás manuais grandes para adultos (8 a 13 cm). Já para crianças com menos de 10 kg ou com menos de 1 ano, indica-se as pás pediátricas (4,5 cm). O mais importante é a posição das pás de modo que elas não se encostem, com pelo menos 3 cm de distância entre elas. Caso não existam pás pediátricas disponíveis, pode-se aplicar em bebês as pás na posição anteroposterior. Retoma RCP logo após desfibrilação? Indica administração de adrenalina na dose correta? (0,01mg/kg) Indica nova checagem de ritmo? Indica novamente desfibrilação? Retoma RCP logo após desfibrilação? Indica amiodarona (5mg/kg)? 29 Tema: PALS Caiu em: HIAE 2016 e 2020 / USP-SP 2019 / SMCSP 2019 / USP-RP 2016 / UFPR 2016 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um manequim compatível com um lactente de 11 meses Início da Estação Caso Clínico: Criança de 11 meses internada na enfermaria por conta de uma bronquiolite. No exame físico, apresenta ECG = 3, FR = 4, pulso presente, PA = 62 x 43 (hipotenso para a idade); SatO2 = 80%; MV+ com sibilos. Tarefa 01: Realize o atendimento do lactente. Orientações ao Examinador: • O examinador deve se manter sem reações a qualquer conflito entre o candidato e à atriz. PALS 5 30 • Quando questionado, o examinador forneceria o dado de presença de pulso, com FC <60 bpm. • Quando o candidato considerasse a IOT, o examinador deveria mencionar para considerar a tarefa realizada. • Após 2 minutos de ventilação, caso o candidato indicasse presença de pulso ou respiração, o examinador forneceria que o paciente permanecia com FC <60 bpm. • Quando questionado, o examinador forneceria o seguinte ritmo: Orientações à Atriz: • A atriz deveria fazer papel da enfermeira de plantão na enfermaria. Essa profissional acabara de entrar no hospital, devendo se portar de maneira inexperiente, dificultando a condução da estação. Por exemplo, se o candidato pedisse um tubo ou outros materiais para a enfermeira, ela tinha dificuldades em encontrá-los e de se localizar na cena. Os materiais demoravam a chegar na cena e a enfermeira se apresentava bastante nervosa. Caso o candidato pressionar a enfermeira ou tiver postura grosseira, a atriz deve reagir com choro, piorando a condução do caso. • Além disso, alguns detalhes técnicos eram questionados pela enfermeira,como frequência de administração da adrenalina e o tamanho do tubo solicitado. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 31 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e definiu-se como médico? Paramentou-se, realizou impressão inicial e checou responsividade da forma adequada? (estímulo nos pés) Checou pulso braquial por até 10 segundos e respiração simultaneamente? Identificou insuficiência respiratória aguda OU parada respiratória? Chamou ajuda com carrinho de parada, solicitou monitorização e acesso venoso? Escolheu o dispositivo Bolsa-Válvula-Máscara (BVM) adequado (bolsa de lactente, máscara que cobre nariz e boca, sem cobrir os olhos do paciente) e solicitou materiais adequados para IOT/suporte ventilatório? Aplicou corretamente as ventilações (12 a 20 por minuto), utilizando técnica C-E e com oxigênio em alto fluxo conectado à BVM? Checou pulso após 2 min e diagnosticou parada cardiorrespiratória? Iniciou e orientou a enfermeira para RCP em 2 socorristas, 15:2, trocando a cada 5 ciclos ou 2 minutos? Identificou o ritmo de AESP? Citou os 5Hs e 5Ts? Indicou o uso de adrenalina a cada 3-5 minutos? Checklist 32 Identificou o retorno da circulação espontânea e indicou cuidados pós-parada? Apresentou postura acolhedora em relação à inexperiência da enfermeira, mantendo relação profissional construtiva? Instruiu adequadamente quando a enfermeira trouxe dúvidas ou dificuldade em algum procedimento/conduta? Tentou acalmá-la ao perceber ansiedade da profissional durante a condução da estação? Assumiu a posição de líder na condução da PCR, demonstrando relação respeitosa e ética com a equipe? Verbalizou e direcionou claramente os comandos, checando entendimento/compreensão pela equipe (contato visual)? Demonstrou segurança na condução da estação, apesar das informações escassas sobre o caso e da inexperiência da equipe? Debriefing A criança dessa estação apresentava critérios clínicos suficientes para diagnosticar insuficiência respiratória aguda com comprometimento neurológico, com pulso presente, sendo necessário iniciar as manobras de resgate ventilatório. Nesse caso, ainda havia indicação precisa para intubação orotraqueal, porém tal ação era postergada ao longo da estação pela dificuldade de interação com a equipe de suporte. De qualquer forma, estamos numa prova de fluxograma de insuficiência respiratória com bradicardia sintomática, sendo indicada a ventilação com bolsa-válvula- máscara com suporte de oxigênio. Ainda assim, a criança permanecia com FC<60 bpm. Após a identificação e abordagem da insuficiência respiratória com pulso sem sucesso, o PALS indicia o reconhecimento de parada cardiorrespiratória e início imediato das medidas de reanimação cardiopulmonar. Nesse caso, era preciso iniciar massagem cardíaca para RCP de qualidade. Na pediatria, não podemos esquecer das diferenças com a reanimação do adulto: a primeira delas é a checagem de pulso, sendo nos 33 menores de 1 ano, o pulso braquial e maiores de 1 ano, o pulso femoral ou carotídeo. A palpação deve ser feita sempre por pelo menos 10 segundos. Além disso, não devemos esquecer da diferença da relação de compressão ventilação na presença de mais de um socorrista. Sendo com 1 socorrista semelhante à reanimação cardiopulmonar dos adultos, com relação de 30 compressões para 2 ventilações e com dois socorristas a relação 15 compressões para 2 ventilaçòes. Por fim, devemos lembrar que, sendo a hipóxia a principal causa de PCR em crianças, o ritmo de parada para seguimento dos cuidados de reanimação será a Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP). Nesse sentido, é preciso reverter o quadro com a resolução da hipóxia com via aérea avançada definitiva (IOT) e de outras possíveis causas enquanto realiza todo o ciclo de RCP e aplicação de adrenalina na dose 0,01mg/kg (0,1ml/kg na concentração de 1:10.000), podendo ser repetida a cada 3-5 minutos. Entre as outras possíveis causas, devemos sempre considerar os 6Hs e 5Ts: Hipovolemia Tensão do tórax por pneumotórax Hipóxia Tamponamento cardíaco Hidrogênio (acidose) Tromboembolismo pulmonar Hipoglicemia Trombose coronariana Hipo/hipercalemia Toxinas (intoxicação) Hipotermia 34 Febre Reumática Tema: Febre Reumática Caiu em: Check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: pronto socorro infantil Início da Estação Caso Clínico: Escolar, 9 anos, é levado ao pronto-socorro com relato de febre diária (máximo 39oC) há 15 dias associada a dor, rubor e edema no joelho e tornozelo esquerdos. Poucos dias antes, apresentou quadro semelhante no joelho direito, que melhorou espontaneamente. Vem apresentando cansaço aos esforços, com limitação nas atividades. Houve controle da febre e da dor quando administrado anti-inflamatório não esteroidal. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Indique os exames que devem ser solicitados. Tarefa 03: Escreva abaixo o diagnóstico. 35 Tarefa 04: Escreva abaixo quais são os critérios maiores presentes no caso para este diagnóstico. Tarefa 05: Indique o tratamento. Orientações à Atriz: • A atriz (mãe), quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes: (1) Nega quadro anterior; (2) Relata amigdalite há 1 mês tratada com sulfametoxazol-trimetoprim; (3) Não observou alterações no humor ou na movimentação da criança. Orientações ao Examinador: Caso o candidato solicitasse o exame físico, receberia as informações a seguir: • Exame físico: • FC 110 bpm, FR 25 irpm, Sat: 96%, Tax: 38,5 C. • Ativo e reativo, corado, hidratado, acianótico, anictérico. • Presença de lesões cutâneas (mostradas na imagem). • Exame neurológico sem alterações. • ACV: RCR 2T, bulhas normofonéticas, com sopro sistólico 3+/6 em BEE. • AR: MV presente sem RA. • Abdome: sem alterações. • MMII: edema 2+/4+ em joelho e tornozelos esquerdos com hiperemia e dor à manipulação. 36 Os resultados de exames complementares a seguir seriam fornecidos independentemente da solicitação. • Exames: • ECG: sinais de sobrecarga ventricular esquerda. • Ecocardiograma: Valva mitral espessada com refluxo moderado e aumento de átrio e ventrículo esquerdos. • Radiografia de tórax: cardiomegalia e congestão pulmonar. • VHS: 60 mm/ hora. • ASO: 780 U. • Cultura orofaringe: negativa para S. pyogenes. • Havia uma folha de resposta para preencher a tarefa 03. • Caso a resposta anterior estivesse correta, você receberia as próximas tarefas 4 e 5. • Havia uma folha de resposta para preencher a tarefa 04. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 37 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se como médico? Manteve postura empática e respeitosa? Indaga sobre o quadro anterior semelhante? Indaga sobre infecção orofaríngea recente? Indaga sobre manifestações de coreia? Solicita exame físico? Tarefa 02 Solicita provas imunológicas (ASO)? Solicita ECG? Solicita ecocardiograma? Tarefa 03 Indica diagnóstico de febre reumática? Tarefa 04 Indica três critérios maiores: cardite, artrite, eritema marginado? Pontuação apenas se completo. Checklist 38 Tarefa 05 Indica internação hospitalar? Indica tratamento com penicilina benzatina agora? Indica tratamento com AAS e prednisona? (obrigatório indicar os dois) Planeja o acompanhamento: indica a necessidade de profilaxia secundária com penicilina? Debriefing Com o caso clínico e exame físico ficava fácil ter a febre reumática como hipótese diagnóstica, só não poderia deixar de lembrar dos critérios diagnósticos para solicitar os exames complementares corretamente. Questão extra da equipe medway, com tema recorrente em bancas de pediatria e de clínica médica. Não deixe de rever os critérios de profilaxia da febre reumática para finalizar a revisão desse conteúdo! 39 Tema: Convulsão Febril Caiu em: UFPR 2017 / UNESP 2016 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente Cenário: Pronto socorro infantil. Caso clínico inicialna porta da sala antes de entrar. Todas as tarefas eram fornecidas em cards Início da Estação Caso Clínico: Luana, 8 meses, previamente hígida, chega ao pronto-socorro em convulsão tônico-clônica generalizada, trazida pela mãe que relata quadro iniciado há aproximadamente 5 minutos. É levada a sala de emergência, ofertado oxigênio em máscara não-reinalante, solicitado acesso venoso e monitorização. Durante monitorização, paciente evolui com resolução espontânea da crise, sonolenta após. Sinais vitais: FC 145 bpm, SatO2 100% com máscara não-reinalante, 98% em ar ambiente, FR 31 irpm, PA: 78 x 62 mmHg, Temperatura axilar 38,9ºC. Cardioscopia em ritmo sinusal com QRS estreito. Após punção de acesso periférico, paciente melhora estado geral e sonolência, estando no momento chorosa e agitada. Tarefa 01: Realize o atendimento. Convulsão Febril 40 Tarefa 02: Qual a hipótese diagnóstica para a etiologia da crise convulsiva dessa paciente? Tarefa 03: Como você classifica essa crise dentro da etiologia que você definiu? Tarefa 04: Quais exames complementares você recomenda para a investigação da crise nesse paciente? Tarefa 05: Após ser liberada do pronto-socorro, seis horas após, a mãe retorna, pois paciente apresentou nova crise durante febre, dessa vez menor (37,9oC) que cessou no caminho para o pronto socorro. No momento, a criança apresenta-se sonolenta há 15 minutos. Como você define a crise febril nesse momento? Quais suas condutas? Orientações à Atriz: • A mãe refere que paciente iniciou febre há 48 horas, associado a diarreia e vômitos, com aproximadamente 4 a 5 perdas por dia, mantendo boa aceitação de líquidos, diurese preservada, com pouca aceitação de dieta sólida. Nega uso de medicações, internações prévias, cirurgias ou antecedentes de convulsão. • Após as especificações de conduta, caso o candidato perguntasse se existissem dúvidas, a mãe questionava alguns pontos: • Se a crise poderia recorrer? • Se a crise tem relação com o grau de febre? • Se o filho tem risco de epilepsia? 41 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e definiu-se como médico? Questionou o tempo de início dos sintomas, duração, recorrência, coloração da pele e comportamento durante a crise? Questionou tempo de início de febre? Checklist Orientações ao Examinador: • Quando solicitado exame físico, entrega os seguintes dados impressos: • Ao exame: • BEG, chorosa, corada, hidratada, anictérica, acianótica, febril. • Cardio: 2BRNF sem sopros audíveis • Pulmonar: MV presente simétrico, sem ruídos adventícios, sem sinais de desconforto respiratório • Abdome: Globoso, flácido, RHA+, aparentemente indolor a palpação, sem massas ou VCM • Membros: Sem edemas, sem lesões, pulsos cheios e simétricos, perfusão periférica de 2 segundos. • Otoscopia: Normal. • Oroscopia: Normal • Sem déficits neurológicos focais, sem rigidez nucal ou outros sinais meníngeos, pupilas fotorreagentes. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 42 Questionou sobre recorrência de crise convulsiva? Questionou sobre déficits focais? Questionou sobre outros sintomas associados (tosse, dispneia, diarreia ou vômitos)? Investigou sobre o uso de algum medicamento prévio? Investigou história prévia de convulsões? Investigou história familiar prévia de epilepsia? Questionou se a criança fez alguma dose de vacina nos últimos dias? Solicitou exame físico? Tarefa 02 Indicou diagnóstico de convulsão febril? Tarefa 03 Classificou a crise como simples? (crise convulsiva generalizada, duração menor que 15 minutos e não recorre em 24 horas). Tarefa 04 Não solicitou nenhum exame complementar no momento? Tarefa 05 Define recorrência de crise febril? Considera como crise complexa? 43 Debriefing Tema de convulsão febril é clássico na pediatria, tanto na prova teórica quanto prova prática, sendo importante abordagem nas clássicas bancas de prova de atendimento, como a UNICAMP. A estação carece de bagagem teórica sobre o tema, aproveite essa oportunidade para revisar as definições de convulsão febril simples ou complexa. Esse era o ponto-chave dessa estação. Indica necessidade de investigação com exames complementares? (considerar líquor e/ou tomografia computadorizada de crânio?) Pergunta se a mãe tem dúvidas? Esclarece que podem haver recorrências de crise febril? Esclarece que não existe relação com grau máximo de febre e/ou com velocidade de ascensão de temperatura? Esclarece que existe maior risco de evolução para epilepsia do que crianças sem crise febril? 44 Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Puérpera traz seu filho de 14 dias para consulta da Unidade Básica de Saúde e tem uma série de dúvidas. Trata-se de um recém-nascido a termo, com peso adequado para idade gestacional. Gestação e parto sem intercorrências. Encontra-se em aleitamento materno exclusivo. Tarefa 01: Responda as dúvidas maternas. Orientações à Atriz: • A atriz irá realizar uma série de perguntas, que devem ser respondidas: • Por enquanto ele está dormindo na minha cama. Eu quero colocar ele no berço, mas não sei onde deixar o bercinho. O que eu faço? • Ele tem que dormir em qual posição? Puericultura 45 • Na próxima semana eu vou ter que ficar com a minha mãe no hospital, porque ela vai fazer uma cirurgia. Ele vai ficar em casa com meu marido. Posso dar o leite em pó para ele só este dia? Como eu faço se ele quiser dar o meu leite? • Quais são as próximas vacinas que ele vai tomar e com qual idade? • Ainda não tem nenhuma marquinha no lugar da BCG. Meu filho mais velho teve que tomar duas doses. Vamos esperar até quando para fazer a segunda dose? • Eu trouxe o resultado do teste do pezinho. Você pode olhar e me dizer se está normal ou o que devo fazer? • Resultado teste do pezinho: • TSH = 6 mUI/dl (VR < 10 mUI/l) • Hb FA • Phe 1,7 mg/dl (VR< 2,5 mg/dl) • IRT= 80 ng/ml (VR< 70 ng/ml) • 17-OH- PROGESTERONA 4,2 ng/ml) (VR< 15 ng/ml) • Biotinidase atividade normal Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identificação mútua, cumprimentada e acolhe? Chama o paciente pelo nome e ouve atentamente as dúvidas, sem interrompê-lo? Solicita caderneta de saúde da criança? Checklist TÉRMINO DA ESTAÇÃO 46 Orienta riscos de síndrome de morte súbita do lactente? (como dormir na cama dos pais, tabagismo, objetos no berço) Orienta que a criança deve dormir apenas na posição supina? Orienta que deve ser oferecido leite materno ordenhado no período de ausência materna? Orienta que as próximas vacinas serão feitas em 2 meses? Orienta que será feita a vacina pentavalente? (considerar DTP + HiB + Hepatite B) Orienta que será feita a vacina pneumocócica 10- valente? Orienta que será feita vacina contra rotavírus? Orienta que será feita vacina contra poliomielite? Orienta que não há indicações para revacinação com BCG? Orienta que o rastreamento para fibrose cística está alterado? Orienta que o teste deverá ser repetido? Orienta que caso a alteração persista, o teste do suor deve ser realizado? Marca retorno e faz encaminhamento para repetir teste do pezinho? Debriefing Questão de puericultura com diversas orientações da neonatologia a serem relembradas. Questões como esta são recorrentes nas bancas de pediatria por serem de simples execução (demandam apenas da relação com ator/atriz) e pela extensa variação de subtemas inseridos. É possível abordar aleitamento 47 materno, calendário vacinal, exames de rastreio da neonatologia, prevenção de acidentes, crescimento e desenvolvimento, entre tantos outros. Nessa questão, a condução do atendimento com cordialidade permitiria que a atriz prosseguisse com os temas a serem cobrados pela banca. O ponto- chave é não perder muito tempo com excesso de orientações e permitir uma boa interaçãocom a atriz. 48 Tema: Sarampo Caiu em: HSL 2019 / SCMSP 2019 / PUCCAMP 2019 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 8-10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Lactente, 10 meses, morador de São Paulo, é levado a Unidade Básica de Saúde com história de febre alta, coriza, e tosse intensa. Situação vacinal atualizada para idade. Mantendo aceitação regular de líquidos e alimentos. Hoje foram notadas lesões cutâneas na região da cabeça. Tarefa 01: Complete a anamnese com perguntas pertinentes ao caso. Tarefa 02: Solicite dados adicionais do exame físico para sua completa avaliação diagnóstica. Tarefa 03: Nomeie a alteração observada na figura da esquerda. Sarampo 49 Tarefa 04: Indique sua principal hipótese diagnóstica e o tratamento. Tarefa 05: Indique outras medidas pertinentes para este caso. Orientações à Atriz: • Quando questionada, a mãe relatava: • Início dos sintomas há 3 dias; • Contato com o tia que estava com tosse e febre na última semana, mas não sabe o diagnóstico. • Ao final da anamnese, a placa a seguir seria fornecida. • Exame físico: • Regular estado geral, febril, hiperemia conjuntival, FR 35 irpm; MVUA, sem RA, sem sinais de desconforto respiratório. • As imagens a seguir seriam fornecidas ainda que não solicitadas. • Quando indagada, a atriz daria as seguintes informações: • Meu filho de seis anos já tomou duas doses da vacina. Eu tenho 25 anos e nunca tomei. Meu filho de 10 meses nunca tomou. • Criança não frequenta creche e permanece apenas em casa durante o dia. 50 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresenta-se como médico? Indaga sobre o início dos sintomas e sinais? Avalia história epidemiológica de contato com caso semelhante? Tarefa 02 Solicita avaliação da cavidade oral? Solicita avaliação das lesões cutâneas? Tarefa 03 Nomeia as manchas de Koplik? Tarefa 04 Indica o diagnóstico de um caso suspeito de sarampo? Tarefa 05 Solicita coleta de sorologia? Orienta o uso de vitamina A? Prescreveu antitérmico se febre? Checklist TÉRMINO DA ESTAÇÃO 51 Debriefing Pessoal, sarampo foi tema quente em 2020, principalmente nas bancas de São Paulo. Quem deseja realizar as provas do estado precisa estar sempre atento às medidas epidemiológicas e atualizações. Nesse caso, o mais importante para o diagnóstico era a pesquisa ativa ao tipo de exantema morbiliforme e às patognomônicas manchas de Koplik. Não se esqueça também da importância da vacinação de bloqueio até o terceiro dia de contato ou da aplicação de imunoglobulina até sexto dia de contato em pacientes imunodeprimidos, gestantes ou menores de 6 meses. Orientou mãe sobre possíveis complicações (pneumonia, encefalite, otite)? Indica que será feita a notificação imediata? Questiona contactantes no domicílio e na comunidade? Explicou o risco de contágio para pessoas não vacinadas? Recomenda que o irmão gêmeo receba uma dose da vacina tríplice viral e as demais doses do calendário normalmente? 52 Início da Estação Caso Clínico: Caso clínico: Mãe leva seu filho de 4 meses à consulta agendada de puericultura em Unidade Básica de Saúde. Tarefa 01: Realize o atendimento. Orientações à Atriz: • Ao ser questionada inicialmente, a mãe negava queixas e mencionava apenas ser uma consulta de rotina. • Caso o candidato avaliasse a carteira vacinal, o candidato receberá um card com a seguinte descrição de vacinar aplicadas: Puericultura Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde 53 • BCG e Hepatite B ao nascimento • Penta (DTP + HiB + Hepatite B), Poliomielite (VIP), Pneumocócica-10 e Rotavírus aos 2 meses. • Durante história alimentar, a mãe mencionava que achava que o filho sentia sede e queria saber se podia oferecer água. • A mãe tinha dúvidas sobre quando seriam os próximos retornos da criança em consulta. • Caso o candidato perguntasse, a mãe referia que não oferecia nenhum tipo de medicação profilática ao filho. Orientações ao Examinador: • Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava card com exame físico geral e entregava apenas dados adicionais que o candidato solicitasse. Por exemplo, se solicitasse o perímetro cefálico, este era fornecido. • Ao exame: • Criança ativa e reativa, corada, hidratada, anictérica, acianótica, eupneica, afebril. • MV presente bilateralmente sem RA. FR 30 irpm. • BRNF em 2T, sem sopros. FC 120 bpm. • Abdome sem alterações. • PC: 40 cm • Estatura: 60 cm • Peso: 8 kg • Caso o candidato solicitasse a caderneta da criança, eram fornecidas duas folhas: 01 com dados do nascimento e 01 com gráfico Peso x Idade em meses. • Dados do nascimento: Peso 3,4 kg / Estatura 49 cm / PC 35 cm 54 • Gráfico Peso x Idade: • Caso o candidato solicitasse avaliação da pega, as seguintes imagens eram fornecidas: TÉRMINO DA ESTAÇÃO 55 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se como médico? Manteve diálogo cordial e empático? Perguntou sobre alguma queixa da mãe referente ao paciente? Questionou sobre dúvidas relacionadas à amamentação? Solicitou caderneta de saúde da criança? Solicitou exame físico? Solicitou peso do paciente? Solicitou perímetro cefálico? Solicitou medida do comprimento? Preencheu os gráficos e orientou a mãe do paciente? Solicitou caderneta de vacinação? Indicou que a criança apresenta atraso vacinal? Indicou qual vacina está pendente? (certo apenas se mencionar Meningocócica-C) Esclareceu dúvidas sobre história alimentar da criança? Solicitou avaliação da pega na amamentação? Checklist 56 Debriefing Prova de atendimento, com tarefa única e na temática puericultura, você precisa estar atento aos ponto-chaves para garantir um bom desempenho. Vamos lembrar quais são eles? • Queixas e dúvidas • Amamentação e alimentação • Crescimento e desenvolvimento • Calendário vacinal • Prevenção de acidentes • Programação de puericultura Relembrando esses ponto-chaves fica difícil esquecer algum tema para abordar na interação a atriz em qualquer prova de puericultura! Corrigiu e orientou a forma correta de pega na amamentação? Reforçou os benefícios da amamentação? Contraindicou uso de água, papas e chás? Contraindicou uso de tela? Orientou prevenção de acidentes? Orientou retornos da criança com 6, 9 e 12 meses e depois aos 18 e 24 meses? Mencionou necessidade de vitamina A e vitamina D como profilaxia? 57 Início da Estação Caso Clínico: Paciente de 2 anos, trazido ao serviço de emergência pela mãe devido a manchas vermelhas pelo corpo há cerca de 30 minutos. Mãe relata que foi acionada pela escola há aproximadamente 30 minutos pois o paciente iniciou manchas vermelhas pelo corpo, acompanhada de choro intenso. Não apresentou febre, vômitos ou outros sintomas. A caminho do hospital notou que o filho estava cansado. Na triagem: REG, choroso, FC 140 bpm, FR 50 irpm, PA: 80/50 mmHg. Temperatura axilar 36oC, Saturação 02: 93% em ar ambiente. Peso: 10 kg. Anafilaxia Tema: Anafilaxia Caiu em: SCMSP 2018 / HIAE 2017 / HSL 2017 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente Cenário: Pronto socorro infantil. Caso clínico inicial na porta da sala antes de entrar. Todas as tarefas eram fornecidas em cards 58 Tarefa 01: Qual a hipótese diagnóstica e onde você atenderia esse paciente? Tarefa 02: Realize o atendimento. • O examinador fornecia o exame físico caso fosse iniciada a avaliação ABCDE. A: Via aérea pérvia (paciente chorando) B: FR 44 Sat 02: 93% em aa MV+ bilateralmente, sibilos bilaterais, TSD + C: FC 140 TEC = 2 segundos, pulsos cheios, PA 80/50 BRNF 2 t s/s D: ECG 15, ausência de sinais meníngeos E: placas urticariformes em troncoe membros inferiores. Tarefa 03: Quais condutas terapêuticas a serem realizadas? • Após realização de medidas terapêuticas paciente evoluiu com seguinte exame físico: A: Via aérea pérvia B: FR 25 Sat 02: 95% em aa MV+ bilateralmente sem RA C: FC 135 TEC = 2 segundos, pulsos cheios, PA 82/50 BRNF 2 t s/s D: ECG 15, ausência de sinais meníngeos E: placas urticariformes discretas em tronco e membros inferiores. Tarefa 04: Quanto tempo esse paciente deve ficar de observação? • Caso questionado, a mãe nega comorbidades e uso de medicamentos contínuos. Nega sintomas na última semana. Vacinação em dia, nega ter recebido vacina nos últimos dias. Nega alergias, última refeição na escola há cerca de 2 horas, não sabia dizer o que havia ingerido. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 59 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se como médico? Reconheceu choque anafilático? Encaminhou criança para sala de emergência? Tarefa 02 Solicitou monitorização, oxigenoterapia e acesso venoso periférico? Avaliou via aérea? Avaliou ventilação? Avaliou circulação? Avaliou nível de consciência? Avaliou a exposição do paciente? Tarefa 03 Posicionou o paciente em elevação de membros inferiores para prevenção de morte por colapso hemodinâmico (síndrome do ventrículo vazio)? Indicou adrenalina? Indicou dose correta? (0,01 mg/kg) Indicou via de administração correta? (intramuscular) Checklist 60 Descreveu local correto de aplicação? (região anterolateral da coxa) Prescreveu expansão volêmica com cristalóide entre 10- 20ml/kg? Indiciou repetir adrenalina após 5-15 minutos se ausência de resposta? Tarefa 04 Orientou observação por pelo menos 6 horas e/ou internação do paciente? Oriento afastamento de alérgenos? Orientou possibilidade de uso de adrenalina em caneta em caso de novos episódios de anafilaxia? Encaminhou paciente para imunologista? Debriefing Estamos diante de um caso clínico clássico das emergências pediátricas, ponto importante para estudo das provas práticas de pediatria e manejo de PALS, mas também muito frequente nas bancas de clínica médica. Não esqueça dos critérios diagnósticos de anafilaxia para conduzir essa estação: 1. Doença de início agudo (minutos ou várias horas) com envolvimento de pele, tecido mucoso, ou ambos (urticária generalizada, prurido ou rubor facial, edema de lábios, língua ou úvula) e pelo menos um dos seguintes: • Comprometimento respiratório (alto ou baixo - dispneia, sibilância, hipoxemia, broncoespasmo, estridor, redução do PFE) • Queda da PA ou sintomas de disfunção terminal de órgãos (síncope, hipotonia, incontinência) 2. Dois ou mais dos seguintes sintomas que ocorrem rapidamente após 61 exposição à provável alérgeno para determinado paciente (minutos ou várias horas) • Envolvimento de pele-mucosa (urticária generalizada, prurido e rubor, edema de língua, lábio e úvula) • Comprometimento respiratório (alto ou baixo - dispneia, sibilância, hipoxemia, broncoespasmo, estridor, redução do PFE) • Queda da PA ou sintomas de disfunção terminal de órgãos (síncope, hipotonia, incontinência) • Sintomas gastrintestinais persistentes (cólicas abdominais, vômitos) 3. Redução da PA após exposição a alérgeno conhecido para determinado paciente (minutos ou várias horas) 62 Início da Estação Caso Clínico: Criança de 10 anos com diagnóstico diabetes mellitus tipo 1 desde os 8 anos de idade, é levada ao pronto-socorro infantil devido rebaixamento de nível de consciência há cerca de 40 minutos. Mãe relata início de dor abdominal, diarreia e vômitos há cerca de 01 dia. Ao exame: Regular estado geral, ECG 13, FC 130 bpm, FR 30 irpm, PA 80x50 mmHg. Paciente encaminhada para sala de emergência. Tarefa 01: Quais exames você solicita para esclarecer sua principal hipótese diagnóstica? Tarefa 02: Separe os materiais e descreva o procedimento solicitado. Cetoacidose Diabética Tema: Cetoacidose Diabética Caiu em: SCMSP 2019 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador com boneco lactente e materiais para procedimento em cima de uma maca Cenário: Pronto socorro infantil 63 Tarefa 03: Indique o diagnóstico e a conduta. • Conforme o candidato solicitasse o exame, o examinador entregava o resultado. • Glicemia capilar: 450 mg/dl • Presença de corpos cetônicos em análise de urina • Outros exames não eram disponíveis • Caso o candidato solicitasse gasometria arterial, o examinador entregava a tarefa de número 02. • Na mesa de procedimento havia diversos materiais como bisturi, agulha de punção de líquor, pinças cirúrgicas, além de medicações como dipirona, adrenalina e morfina. • Ao final do procedimento o examinador fornecia uma análise com os seguintes dados: • PH 7,2 / PO2: 106mmHg / PCO2: 22 mmHg / BIC: 13 mEq/L • Caso o candidato solicitasse o valor de potássio era fornecido os seguintes valores • Na: 137 mmol/L • K: 6 mmol/L Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Solicita glicemia? Solicita pesquisa de corpos cetônicos na urina? (EAS ou urina tipo I ou urinálise ou EQU) Solicita gasometria arterial? Checklist TÉRMINO DA ESTAÇÃO 64 Tarefa 02 Separa material para o procedimento adequadamente? (seringa 3ml, luvas de procedimento, agulha, algodão e álcool) Solicita heparinização da seringa? Demonstra teste de Allen? Palpa pulso radial com os dedos indicador e médio? Introduz agulha entre 30 a 45°? Tarefa 03 Indicou o diagnóstico de cetoacidose diabética? Indica etapa rápida de solução fisiológica (10-20 ml/kg)? Solicita dosagem de potássio sérico? Indica início de insulina em infusão contínua (0,05-0,1 U/ kg/h) após primeira hora? Indica aferição da glicemia horária? Debriefing Estação curta duração envolvendo procedimento também pode estar dentro da sua prova de pediatria. Nessa questão, a maior parte da pontuação estava na realização correta do procedimento. Perceba que em toda prova é preciso observar em qual situação você se encontra, sendo uma prova curta com materiais de procedimento disponíveis, certamente em algum momento a estação culminará na execução do procedimento. Nessas situações, evite prolongar sua anamnese e acabar ficando sem tempo para o ponto-chave da estação. 65 Início da Estação Caso Clínico: Você é responsável pelo atendimento a um recém-nascido na sala de parto. Observe a foto a seguir. Considere que a avaliação está sendo feita no final do primeiro minuto de vida. Considere FC>100 bpm. Tarefa 01: Indique a pontuação do escore de Apgar deste recém-nascido. Tarefa 02: Indique os parâmetros avaliados para o cálculo desse escore. Neonatologia Tema: Neonatologia Caiu em: USP-SP 2020 e 2017 / USP-RP 2019 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e boneco compatível com recém-nascido Cenário: Alojamento conjunto do recém-nascido, oxímetro neonatal 66 Tarefa 03: Neste momento, o recém-nascido encontra-se com 30 horas de vida. Realize o teste do coraçãozinho. Tarefa 04: Indique sua conduta neste momento. Tarefa 05: Indique sua conduta após as medidas anteriores. Orientações ao Examinador: • No momento do teste do coraçãozinho, ao realizar o exame corretamente, o examinador fornecia o seguinte resultado juntamente com a tarefa 04: Resultado: Sat02 MSD 97% e Sat02 MID 93%. • Caso o candidato solicitasse novo exame em 1h, a prova iria prosseguir com a próxima placa: • O teste foi repetido após uma hora, com o seguinte resultado: • Sat02 MSD 96% • Sat02 MID 93% TÉRMINO DA ESTAÇÃO 67 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Indica escore de Apgar de 9? Indicou que perdeu um ponto por cianose de extremidades? Tarefa 02 Parâmetro avaliado: frequência cardíaca? Parâmetro avaliado: respiração? Parâmetro avaliado: cor? Parâmetro avaliado: irritabilidade reflexa? Parâmetro avaliado: tônus? Tarefa 03 Coloca sensor para oximetria no membro superior direito? Coloca sensor para oximetria em qualquer membro inferior? Tarefa 04 Orienta realização de repetiçãodo teste após 1 hora? Tarefa 05 Orienta realização de ecocardiograma em até 24 horas? (não considerando se indicado antes da repetição do teste). Checklist 68 Debriefing Lembre-se que o teste do coraçãozinho possui grande funcionalidade na avaliação de grandes cardiopatias congênitas dependentes de canal arterial e, por isso, sua indicação de realização se faz após 24 horas de vida. Nesse momento, começa o amadurecimento do fechamento do canal arterial, podendo-se detectar precocemente cardiopatias comprometedoras à vida. Faz parte do cotidiano do pediatra saber realizar esse teste de rastreio neonatal e o tema é recorrente nas grandes bancas do país. Não deixe de revisar outros testes de triagem neonatal. 69 Início da Estação Caso Clínico: Menino, pré escolar, 5 anos, é trazido à consulta com história de edema matutino observado há alguns dias nos membros inferiores e região peripalpebral. Mãe refere ter observado urina espumosa no período. Na HPP consta quadro de infecção respiratória alguns dias antes do início do edema. Exame físico: Bom estado geral. Corado. Hidratado. Discreto edema bipalpebral. Pulsos universalmente palpáveis com boa perfusão. Edema ++/4+ nos membros inferiores, com cacifo. MVUA, sem RA, FR=25 irpm. RCR, BNF, sem sopros. Abdome depressível, sem sinais de ascite. Estrutura 109 cm; PA= 100x60 mmHg; peso 20kg. EAS: Hematúria: ausente; proteinúria: 4+/4+; ausência de leucócitos, nitrito negativo. Síndrome Nefrótica Tema: Síndrome Nefrótica Caiu em: UFG 2019 / UNICAMP 2016 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz com boneco lactente Cenário: Pronto socorro 70 Tarefa 01: Com base na tabela anexa, interprete os níveis de pressão arterial e informe a mãe se a pressão aferida encontra-se normal ou alterada. Tarefa 02: Enuncie a principal hipótese diagnóstica. • Após enunciar sua hipótese, independente se correta ou não, o candidato recebe a placa a seguir e um bloco de receituário em branco. 71 Tarefa 03: Preencha o receituário com as medidas farmacológicas e não farmacológicas e faça as orientações pertinentes para o acompanhante. Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Indica que a criança está normotensa? Tarefa 02 Indica diagnóstico de síndrome nefrótica? Tarefa 03 Orienta a restrição de sódio? Orienta hábitos saudáveis: atividade física ou evitar repouso ou evitar sedentarismo? Prescreve anti-helmíntico? Prescreve diurético? Prescreve corticóide (2 mg/kg/dia)? Explicou a receita para a mãe? Indica retorno breve para reavaliação do quadro? Orientou a mãe sobre a evolução da doença e a ocorrência de novas descompensações? Checklist TÉRMINO DA ESTAÇÃO 72 Debriefing Prova direta e focada no tratamento, com oportunização de avaliar a aferição de pressão arterial na pediatria. Não se esqueça que os valores devem sempre serem padronizados com outras crianças de mesmo sexo, idade e estatura, sendo necessária avaliação através de percentil. Não deixe de revisar esse tema recorrente em provas práticas na pediatria, em clínica médica e nas grandes bancas com questões discursivas como da USP-SP. 73 Tema: Tuberculose na Infância Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Pré-escolar, 4 anos, é levado à consulta em Unidade Básica de Saúde para avaliação de quadro de tosse e febre que já vem durando cerca de dois meses. As anotações da caderneta de saúde mostram perda ponderal no período e, hoje, o peso da criança está abaixo do percentil 3. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Solicite dois exames necessários para a avaliação do caso. Tarefa 03: Indique seu diagnóstico e explique como será feito o tratamento. Tuberculose na Infância 74 Tarefa 04: Indique outras medidas pertinentes. Orientações à Atriz: • A atriz, quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes: • Lactente previamente hígido; • Relata que criança fez tratamento com amoxicilina por 10 dias há cerca de 3 semanas, sem qualquer melhora; • Não realizou nenhum exame até o momento; • Refere contato domiciliar com adulto com tuberculose, que já está em tratamento; • Relata febre baixa, máximo de 38,5OC. • Nenhuma particularidade relacionada ao aspecto da expectoração. • Durante a explicação de outras medidas pertinentes, a atriz questiona se não há necessidade de qualquer exame adicional. Orientações ao Examinador: • Ainda que não solicitado, o exame físico seria fornecido ao candidato: • Criança irritada, emagrecida. Ausência de adenomegalias. Corado, hidratado. Afebril ao toque. RCR, sem sopros. MVUA, sem RA. FR=40 irpm. Abdome sem alterações. • Quando solicitados, os exames eram fornecidos. Independente de estarem corretos, a placa com as tarefas 3 e 4 eram fornecidas ao candidato. • Prova tuberculínica: 11 mm 75 TÉRMINO DA ESTAÇÃO • Radiografia de tórax: Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre início dos sintomas? Questiona característica de tosse? Questiona sobre intensidade de febre? Questiona sobre quadros prévios e tratamentos já realizados para o quadro atual? Questiona sobre contato com paciente com tuberculose? Questiona sobre comorbidades prévias? Checklist https://images.app.goo.gl/y5nnynv6eUNGnREB7 76 Tarefa 02 Solicita radiografia de tórax? Solicita prova tuberculínica? Tarefa 03 Indica o diagnóstico de tuberculose pulmonar? Indica tratamento com esquema Rifampicina (R), Isoniazida (H) e Pirazinamida(Z)? Indica tempo de duração do tratamento corretamente? (2 meses RHZ e 4 meses RH)? Tarefa 04 Indica necessidade de avaliação de contactantes familiares? Indica notificação epidemiológica do caso? Indica retorno para reavaliação? Debriefing Estamos diante de uma prova de atendimento em UBS de uma criança com tosse, febre e emagrecimento, com história de contato com tuberculose e ausência de linfonodomegalia. Nesse caso, é preciso elucidar o diagnóstico de uma das doenças infecto-contagiosas mais comuns do nosso país: tuberculose! Atenção para alguns detalhes na pediatria: as crianças não são consideradas bacilíferas e o isolamento do Mycobacterium tuberculosis em meio de cultura é incomum, sendo, então, utilizada uma escala de pontuação para diagnóstico da criança. Avalia-se o quadro clínico, a história de contato, o peso, a prova tuberculínica e a radiografia de tórax conforme a tabela abaixo: 77 Crianças menores de 10 anos devem fazer o tratamento com três fármacos: Rifampicina, Isoniazida e Pirazinamida. O Etambutol não deve ser utilizado pela dificuldade de identificação precoce de neurite óptica nessa faixa etária. No adolescente, o tratamento é igual ao dos adultos, com esquema de quatro fármacos. O tratamento dura 6 meses independente da idade do paciente. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil.pdf 78 Tema: TCE Caiu em: USP-SP 2018 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Pronto-socorro infantil Início da Estação Caso Clínico: Criança, 3 anos, é levada ao pronto-socorro após ter sofrido queda da própria altura quando corria em um parquinho. Mãe assustou-se por perceber que a criança havia batido com a cabeça no chão. Tarefa 01: Complete a anamnese com informações pertinentes ao caso. Tarefa 02: Baseado nos dados obtidos e no exame clínico acima, indique a classificação deste trauma crânio encefálico. Cite o parâmetro que determina essa classificação. Aponte a conduta indicada para o momento. Tarefa 03: Foi optado pela equipe médica do pronto-socorro pela realização de tomografia computadorizada de crânio, com as imagens abaixo. Indique o diagnóstico radiológico. TCE 79 Tarefa 04: Indique qual a conduta para o casoneste momento. Orientações à Atriz: • Quando questionada, a atriz relatava as seguintes informações: • O evento ocorreu há 30 minutos; Houve perda de consciência; A perda de consciência durou 1 minuto; Criança não teve convulsão; Houve alteração de comportamento e a criança está muito agitada; Não teve vômitos; Não teve cefaleia; Não tem nenhuma outra doença. Orientações ao Examinador: • Era fornecido o seguinte exame físico após fim de anamnese: Criança com abertura ocular espontânea, fala palavras apropriadamente, obedecendo aos comandos verbais. Mostra-se bastante agitada e irritada • Durante a Tarefa 02 o examinador entrega uma folha conforme abaixo para preenchimento pelo candidato: • Classificação: • Parâmetro: • Conduta: • Durante a Tarefa 03, o examinador entregaria a seguinte imagem e uma folha conforme abaixo para preenchimento pelo candidato: • Diagnóstico radiológico: 80 TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona há quanto tempo ocorreu o evento? Questiona se houve perda de consciência? Questiona qual foi a duração da perda de consciência? Investiga a ocorrência de convulsão ou de movimentos anômalos? Questiona sobre alteração de comportamento ou déficit focal ou perda de memória ou alteração de sensibilidade? (considerar pelo menos um) Questiona se houve vômitos? Questiona se há cefaleia? Checklist 81 Questiona comorbidades? Tarefa 02 Classifica TCE como leve? Indica classificação com base na escala de coma de Glasgow? Indica realização de TC de crânio? Tarefa 03 Indica que TC de crânio encontra-se normal? Tarefa 04 Indica conduta de observação clínica? Debriefing Existem várias formas de classificar o TCE: Gravidade, mecanismo de trauma, mecanismo fisiopatológico de lesão, prognóstico, entre outras. Para determinar as condutas iniciais, usualmente usamos a classificação de gravidade para definir conduta. O escore mais utilizado para determinação de gravidade é a escala de coma de Glasgow (ECG), que faz avaliação objetiva de 3 aspectos clínicos: abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. A classificação de gravidade é conforme abaixo: • ECG de 15 a 13 = TCE leve • ECG de 12 a 9 =TCE moderado • ECG de 8 ou menor = TCE grave O estudo multicêntrico PECARN, realizado nos EUA em 2009, analisou mais de 40.000 casos de TCE em pediatria nos departamentos de emergência 82 de 24 instituições e gerou um protocolo de triagem distintos para pacientes menores e maiores de 2 anos conforme abaixo: PECARN, Pediatric Emergency Care Applied Research Network. Identification of children at very low risk of clinically-important brain injuries after head trauma: a prospective cohort study. Lancet, 2009. 83 Tema: Pneumonia na Criança Caiu em: USP-RP 2018 / CERMAM 2018 / HSL 2017 / HIAE 2015 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia um tubo orotraqueal simulando uma criança intubada com placas sinalizando monitores Início da Estação Caso Clínico: Pré-escolar, 4 anos, é levado ao pronto-atendimento com relato de febre e tosse iniciadas há 48 horas, com piora do desconforto respiratório na manhã de hoje. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Indique sua hipótese diagnóstica e defina a conduta neste momento. Tarefa 03: Pré-escolar encontra-se recebendo oxigenoterapia com máscara não Pneumonia na Criança 84 reinalante e está evoluindo com importante rebaixamento de nível de consciência e fadiga respiratória. Encontra-se hipotenso, com tempo de enchimento capilar prolongado. Indique sua conduta neste momento. Tarefa 04: Neste momento, a criança encontra-se em ventilação mecânica. Normotensa. Perfusão adequada. Já foi iniciada antibioticoterapia. Indique a conduta adicional necessária para a avaliação. Tarefa 05: Indique o procedimento necessário nesse momento. Orientações à Atriz: • A atriz, quando questionada, daria as seguintes informações: • Refere coriza e obstrução nasal no primeiro dia do quadro; Nega comorbidades; Refere aceitação de alimentos. Orientações ao Examinador: • Caso solicitado, era fornecido o seguinte exame físico: • Regular estado geral, corado hidratado. • RCR em 2T, sem sopros. FC 110 bpm. Pulsos universalmente palpáveis, com boa perfusão periférica. PA 90x60 mmHg. • MV diminuídos na base do HTD, roncos difusos. Tiragem subcostal. Batimento de aleta nasal. FR 53 irpm. Saturação O2 91% em ar ambiente. Ausência de estridor. • Restante do exame: nada digno de nota. 85 • Caso fossem solicitados, seriam fornecidos os seguintes exames: • Radiografia de tórax com derrame pleural à direita. • Hemograma Hb 11,5 g/dl; Ht 38%; Leucócitos 17.500cél/mm3 (6% bastões; 43% neutrófilos); Plaquetas 330.000/mm3. • Após a entrega dos exames ao candidato, a atriz iria manifestar preocupação, indicando piora do quadro clínico da criança, e a placa a seguir seria fornecida. • Independente da conduta indicada na Tarefa 03, a tarefa seguinte seria questionada. • Durante a Tarefa 04, caso fosse indicada toracocentese, era relatado pelo examinador saída de líquido de aspecto purulento. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre início do quadro? Questiona a presença de comorbidades? Indica avaliação de presença de estridor? Indica avaliação de frequência respiratória? Indica avaliação de sinais de desconforto respiratório (tiragem de fúrcula, diafragmática, intercostal e batimento de aleta nasal)? Questiona uso de medicamentos? Checklist 86 Tarefa 02 Indica diagnóstico de pneumonia? Solicita monitorização e acesso vascular periférico? Indica oxigenoterapia? Indica início de antibioticoterapia parenteral? Solicita radiografia de tórax? Tarefa 03 Indica intubação orotraqueal? Indica solução cristalóide intravenosa? Indica dose correta (10-20ml/kg)? Tarefa 04 Indica toracocentese diagnóstica? Tarefa 05 Indica necessidade de drenagem torácica? Debriefing Essa estação apresenta grau de dificuldade alto não pelo conteúdo teórico em si, mas principalmente pelo fato de cobrar a habilidade do candidato de se adaptar a diferentes cenários na mesma prova. Era preciso reconhecer os sinais de gravidade para conduzir o caso. Vamos lembrar quais são os sinais de gravidade mais importantes do desconforto respiratório agudo? 87 • Hipoxemia SatO2 <90-92% • TEC lentificado > 2s • Crianças com FR > 50 irpm e menores de um ano com FR > 70 irpm • Sinais de desidratação • Apneia ou importante dificuldade respiratória com sinais de tiragem intercostal, diafragmática, de fúrcula ou batimento de aleta nasal. No caso em questão, ao exame físico, a criança apresentava taquipneia com sinais de gravidade: tiragem subcostal e queda de saturação. Havia, então, indicação para internação e realização de radiografia de tórax, que apresentava derrame pleural à direita. Enquanto o candidato avaliava o resultado dos exames, a estação mudaria de conformação, com a atriz indicando piora do paciente e a entrega da tarefa de número 03. Nesse momento, com a presença do rebaixamento de nível de consciência e seguindo avaliação ABCDE, é preciso preservar a via aérea do paciente indicado a intubação orotraqueal e expansão volêmica. O ponto-chave da questão era não esquecer do exame que você estava analisando antes da instabilidade do paciente: a radiografia de tórax com uma complicação que poderia justificar o quadro clínico atual. Nesse caso, era preciso indicar a análisedo líquido pleural. O aspecto turvo do líquido é uma indicação de drenagem torácica, fechando essa estação difícil com chave de ouro! 88 Tema: Pneumotórax Hipertensivo Caiu em: UNIFESP 2019 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 7 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Centro de terapia intensiva, materiais para procedimento disponíveis em mesa na sala Início da Estação Caso Clínico: Escolar, seis anos, encontra-se internado em UTI pediátrica por quadro de asma grave, que evoluiu com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica. Vinha mantendo-se estável, quando apresenta súbita deterioração, com importante queda de saturação. Tarefa 01: Cite as principais causas para o quadro que devem ser avaliadas neste momento. Tarefa 02: Exame físico: Paciente com TOT com cuff tamanho 5, posição 16. Aparelho respiratório: Expansão torácica diminuída à esquerda, MV abolidos no hemitórax esquerdo, com hipertimpanismo à percussão ipsilateral. TEC Pneumotórax Hipertensivo 89 lentificado. PA 74x62mmHg. Presença de turgência jugular. Indique seu diagnóstico e conduta neste momento. Tarefa 03: Realize o procedimento médico. Orientações ao Examinador: • Independente das respostas na tarefa 1, a prova iria continuar com as informações e a tarefa seguinte. • Caso a Tarefa 02 fosse concluída apropriadamente, a prova prosseguia com a tarefa a seguir. • O material estaria disponível ao lado do manequim para realização do procedimento. (manequim de tórax com seringa, jelco e agulha) TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Cita deslocamento da cânula? Cita obstrução da cânula? Cita pneumotórax? Cita falha do equipamento? Checklist 90 Tarefa 02 Indica o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo? Indica toracocentese de alívio? (não aceitar se indicar radiografia de tórax previamente) Tarefa 03 Indica o material adequado e os cuidados de antissepsia? (cita seringa e jelco, não seleciona agulha) Indica o local de punção: 2º EIC, linha hemiclavicular no hemitórax esquerdo? Informou incisão correta na borda superior da costela inferior? Introduz e verifica o posicionamento correto (através de palpação de arcos costais)? Indicou drenagem torácica? Descreveu a localização anatômica correta? (5º EIC, na linha axilar média) Debriefing Não tem como abordar procedimento em prova de pediatria? Essa estação vem para mostrar que existem diversas formas de se abordar especificidades pediátricas práticas. Uma delas é manutenção da indicação de toracocentese de alívio no 2o EIC na linha hemiclavicular do tórax acometido. A recomendação do ATLS 10a Edição com toracocentese de alívio e drenagem torácica no 5o EIC é válida apenas para adultos! Além disso, não esqueçam de sempre avaliar o mnemônico DOPE em um paciente com intubação orotraqueal e súbita deterioração de estado clínico. 91 Você se lembra quais são os fatores a serem analisados? • Deslocamento da cânula; • Obstrução da cânula; • Pneumotórax; • Falha do equipamento. 92 Tema: Neonatologia Caiu em: USP-RP 2020 / USP-SP 2017 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 7 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (enfermeira) Cenário: Avaliação de caso de recém-nascido, solicitada por enfermeira em alojamento conjunto. Presença de boneco lactente e aparelho de oximetria de pulso em sala Início da Estação Caso Clínico: Você foi chamado no alojamento conjunto para avaliar um RN de 48h de vida e o enfermeiro irá lhe explicar o que fazer. Tarefa 01: Conduza o caso. Orientações à Atriz: • A atriz se apresentava como enfermeira, dizia estar com a avaliação clínica e laboratorial do paciente e questiona se haveria condições de alta. Neonatologia 93 • Se questionado sobre icterícia, alterações em diurese, evacuação e aleitamento ou outras pendências para alta, a enfermeira negava. • Quando questionada sobre testes de triagem neonatal, especificamente sobre o teste do coraçãozinho, a enfermeira dizia que o RN não havia realizado esse exame de triagem. • Quando o candidato solicitasse para realizar o teste do coraçãozinho, a enfermeira questionava como seria a realização do procedimento. • Caso o candidato explicasse corretamente a enfermeira realizaria o teste de triagem. O candidato também poderia demonstrar a realização do teste. • Caso o candidato solicitasse ecocardiograma, o enfermeiro respondia que o exame ainda iria demorar para ser realizado. Orientações ao Examinador: • Era entregue o seguinte resultado após a realização do primeiro teste do coraçãozinho: MSD 92% e MMII 96%. • Após a identificação da alteração pelo candidato, era entregue o resultado do exame repetido após 1 hora: MSD 92% e MMII 96% TÉRMINO DA ESTAÇÃO 94 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Perguntou sobre os testes de triagem neonatal: orelhinha, olhinho, coraçãozinho e linguinha? (considerar pelo menos 3 respostas corretas) Informa a necessidade de realização do teste do coraçãozinho pré-alta? Solicitou oxímetro de pulso? Executou corretamente ou orientou corretamente a execução à enfermeira? (oximetria no MSD e em um dos MMII) Concluiu que os valores de saturação estão anormais? Indicou repetir teste em 1 hora? Concluiu novamente que os valores de saturação estão anormais? Cancelou alta hospitalar? Solicitou internação para monitorização em UTI ou USI? Informou necessidade de realização de ecocardiograma? Orientou adequadamente a enfermeira sobre os procedimentos a serem tomados? Checklist 95 Debriefing Mais uma estação de pediatria em que pode ser abordado algum procedimento. O importante do teste do coraçãozinho é lembrar de avaliar a saturação em MSD (pré-ductal) e em um dos membros inferiores. A diferença igual ou maior que 3% entre as avaliações ou uma saturação abaixo de 95% indica alteração. Nesse situação, um teste alterado indica a repetição em 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes. Lembre-se que o teste do coraçãozinho possui benefício na avaliação de cardiopatias congênitas críticas dependentes de canal arterial e, por isso, sua indicação de realização se faz entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Nesse momento, começa o amadurecimento do fechamento do canal arterial, podendo-se detectar precocemente cardiopatias comprometedoras à vida. 96 Tema: Aferição de Pressão Arterial Caiu em: USP-RP 2019 / USP-SP 2020 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 7 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Pronto-socorro infantil. Na sala havia boneco compativel com idade de escolar, fita métrica, diferentes manguitos para aferição de pressão arterial, além de gráficos de percentil de PA e Estatura Início da Estação Caso Clínico: Uma criança de 6 anos é levada pela mãe para ser atendida no pronto atendimento em que você trabalha. Ao exame físico, a criança apresenta edema bipalpebral. Tarefa 01: Realize a aferição de pressão arterial. Tarefa 02: Interprete o resultado para a mãe. Tarefa 03: Indique a conduta para o caso. Aferição de Pressão Arterial 97 Orientações à Atriz: • A atriz era concordante com condutas orientadas pelo médico e negava qualquer queixa questionada. Orientações ao Examinador: • Era apresentado o seguinte gráfico para avaliação de pressão arterial: 98 • Era apresentado o seguinte resultado de aferição de pressão arterial: • PA 114x76 mmHg • Estatura percentil 50% TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Usa a fita métrica? Mede comprimento do braço corretamente (medida entre acrômio e olécrano)? Mede circunferência de braço no ponto médio do seu comprimento? Escolhe o manguito de tamanho adequado (altura de 40% da circunferência do braço e comprimento de 80 a 100% da circunferência do braço)? Posiciona o manguito de forma adequada? Palpa pulso radial? Localiza e coloca o estetoscópio sobre a artéria braquial? Tarefa 02 Utiliza gráficos depercentil de PA e estatura para classificar pressão arterial? Conclui que a pressão arterial está elevada? Checklist 99 Tarefa 03 Explica adequadamente o achado clínico e seu significado? Orienta a necessidade de exames laboratoriais para investigação (por exemplo urina tipo 1, proteinúria)? Finaliza adequadamente a consulta, programa reavaliação logo após ter resultado do exame? Debriefing A técnica para aferição de pressão arterial deve ser realizada com o paciente em repouso de cerca de 3 a 5 minutos, em posição sentada ou deitada com MSD na altura do precórdio. O estetoscópio deve ser posicionado no pulso braquial e deve-se realizar a palpação do pulso radial para verificar níveis corretos de insuflação do manguito para aferição. Na pediatria, deve-se medir as proporções entre manguito e braço do paciente para utilizar o dispositivo correto. A medida central para avaliar essa proporção é a circunferência do braço, obtida através da localização do ponto médio do comprimento do braço entre os pontos anatômicos acrômio (ombro) e olécrano (cotovelo). A bolsa do manguito (parte de insufla) deve conter em sua altura 40% da circunferência do braço e em seu comprimento, 80-100%. Além disso, deve-se ter conhecimento do percentil de Estatura/idade e sexo da criança para avaliar os níveis pressóricos no gráfico de PA esperada para a criança. Os níveis de PA podem ser definidos como: • PA normal: < P90 • PA elevada: ≥ P90 até P95 ou > 120x80 mmHg • Hipertensão estágio 1: ≥ P95 até < P95 + 12 mmHg ou PA entre 130 x 80 a 139 x 89 mmHg • Hipertensão estágio 2: superior ao estágio 1. 100 Tema: Icterícia Neonatal Caiu em: UNICAMP 2019 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: RN com 15 dias de vida, nascido de parto vaginal com 40 semanas, peso de nascimento 3.450g, AIG, com pré-natal com 8 consultas, sem intercorrências gestacionais, é levado pela mãe à Unidade Básica de Saúde para atendimento devido icterícia. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual sua principal hipótese diagnóstica? Solicite um exame laboratorial que auxilia em seu diagnóstico. Tarefa 03: Qual sua conduta? Icterícia Neonatal 101 Orientações à Atriz: • Durante o atendimento, caso questionado, a mãe relata icterícia com início no 8o dia de vida, porém que persistia até então, com início primeiro na face e nos olhos e com progressão para raiz de coxas. • A mãe nega intercorrências gestacionais ou após o nascimento. • Quando questionado, a mãe referia tipagem sanguínea O+ e RN também O+. • A mãe também negaria, se questionado, qualquer tipo de queixa na amamentação e descreveria técnica correta. • Caso questionado, a mãe relataria presença de urina que mancha a fralda (colúria) e fezes esbranquiçadas (acolia) há vários dias. • A mãe nega qualquer uso de medicamentos, águas ou chás. Orientações ao Examinador: • Caso solicitado, era entregue para o candidato o seguinte exame físico: • RN BEG, ativo e reativo, corado, hidratado, ictérico zona III de Kramer, acianótico, eupneico, afebril, com boa perfusão capilar periférica. • AR: MVUA sem RA. FR 40 irpm. • AVC: RCR em 2T, BNF, sem sopros. • Abdome: Globoso, peristáltico, timpânico, sem reação dolorosa à palpação. Fígado palpável a 4 cm de RCD. • MMII: sem edema, pulsos amplos e simétricos. • Genitália masculina típica. • Caso o candidato solicitasse Bilirrubina total e frações era entregue o seguinte resultado: 102 • Bilirrubina direta: 13,72 mg/dL; bilirrubina indireta: 3,39 mg/dL; • Outros exames eram indisponíveis no momento. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre o início da icterícia? Questiona sobre a gestação? Questiona sobre intercorrências ao nascimento? Questiona a tipagem sanguínea materna? Questiona história alimentar (aleitamento)? Questiona sobre sinais de colestase (colúria, acolia?) Questiona sobre sinais e sintomas gerais? (Vômitos, letargia, perda de peso?) Questiona sobre uso de medicamentos? Indica realização de exame físico? Classifica icterícia como patológica? Checklist 103 Tarefa 02 Indica provável diagnóstico de atresia de vias biliares? Solicita bilirrubina total e frações? Tarefa 03 Indica encaminhamento para especialista? Indica necessidade de cirurgia de Kasai ou portoenterostomia? Indica necessidade de realização de cirurgia no máximo até 6 a 8 semanas de vida? Indica necessidade de transplante hepático? Debriefing Estação considerada de alto grau de dificuldade pelo detalhamento cobrado na anamnese e valor de pontuação atribuído para essa tarefa. Chegar até o diagnóstico de Atresia de Vias Biliares não foi difícil diante de um quadro de icterícia persistente com sinais de colestase. Entretanto, se o candidato pulasse etapas da anamnese de avaliação de icterícia neonatal, ele perderia grande parte da pontuação total. Fica ligado em estações longas com prova de atendimento, certamente são bancas com clássico hábito de explorar o atendimento e anamnese! Vamos lembrar quando suspeitar de icterícia neonatal não fisiológica: • Início precoce? Antes de 24 horas de vida? • Níveis de bilirrubina estão elevados? (geralmente > 12mg/dl) • Houve aumento de níveis de bilirrubina > 5mg/dl/dia? • A icterícia alcança a zona III de Kramer? • Há sinais de colestase? • O quadro é persistente? (Nesse caso, lembre-se do diagnóstico diferencial com icterícia do leite materno!) 104 Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Você é o médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender pela primeira vez um lactente de 6 meses de idade trazido em consulta pela sua mãe. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Dê os informes e orientações para a mãe. Orientações à Atriz: • Durante o atendimento inicial se questionadas intercorrências na gestação, a atriz negava. Além disso, negava alterações de exames Puericultura 105 laboratoriais e sorológicos durante gestação e negava intercorrências no momento do parto. Todas essas respostas eram fornecidas apenas se questionadas. • Durante anamnese da criança, quando questionado sobre o histórico alimentar, a mãe refere que ele está só no peito. Nega dificuldade para amamentar. • Caso questionado, a mãe nega que criança está tomando qualquer tipo de medicação ou suplemento. • Em relação aos questionamentos sobre os marcos do desenvolvimento esperados para a idade de 6 meses, a atriz só confirmava os dados se o candidato perguntasse ativamente (criança sorri, emite sons em resposta à fala, segura brinquedos e os leva à boca, eleva a cabeça apoiando-se nos antebraços, rola). Orientações ao Examinador: • Ao questionar se a mãe havia trazido a caderneta da criança, o examinador entrega as curvas de crescimento da OMS e uma folha com o histórico vacinal, disponíveis a seguir: 106 Considere as marcações como vacinas aplicadas conforme o Programa Nacional de Imunizações. • Ao solicitar o exame físico, o examinador entregava uma folha com toda descrição do exame físico conforme abaixo: • PC: 43cm / Peso: 8,200kg / Altura: 68cm / IMC 17,73 kg/m2 • BEG, normocorado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril ao toque, eupneico, fácies atípica. Sem linfonodomegalias. • ACV: RCR 2T, BNF, sem sopros. FC: 136 bpm. • AR: MV presente e simétrico, sem ruídos adventícios. Sem sinais de esforço respiratório. FR: 40 irpm • Abdome: normotenso, distendido, RHA presentes e normoativos, timpânico, indolor a palpação, sem visceromegalias, sem massas palpáveis. • EXT: aquecidas, bem perfundidas, sem edema, pulsos palpáveis e simétricos.• Genitália: típica masculina, testículos tópicos, presença de fimose fisiológica. Ânus pérvio. • Oroscopia: mucosa normocorada, sem hiperemia ou placas exsudativas. • Neuro: ativa e reativa, tônus preservado, postura adequada, reflexos primitivos presentes e simétricos. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 107 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre intercorrências gestacionais? Solicita caderneta de saúde da criança? Questiona queixas atuais? Questiona história alimentar (aleitamento)? Questiona se criança rola ou sustenta corpo de bruços em antebraços? Questiona se criança segura e troca brinquedos entre as duas mãos? Questiona se criança sorri e prefere companhia dos pais? Questiona se criança emite sons ao estímulo? Tarefa 02 Indica que desenvolvimento se encontra adequado para a idade? Indica que crescimento está dentro de curva de normalidade, adequado para a idade? Indica atraso vacinal? Indica que criança deverá realizar segunda dose de vacinas pentavalente, antipoliomielite, antipneumocócica-10 e rotavírus? Checklist 108 Indica que deverá realizar primeira dose de antimeningocócica-C? Reforça retorno ao calendário vacinal? Indica introdução alimentar de forma lenta e gradual, até 3 vezes ao dia com alimentos complementares (frutas, legumes, cereais, tubérculos, carnes e ovos)? Reforça manutenção de aleitamento materno? Indica administração de sulfato ferroso profilático por via oral? Indica retorno em consulta de 9 meses ou se novas queixas? Debriefing Estação de puericultura de criança de 6 meses, idade em que deve-se realizar diversas orientações relacionadas à introdução alimentar e em que importantes marcos do desenvolvimento neuropsicomotor se desenvolvem. Sem dúvida uma estação com grau de dificuldade alto devido número de informações e orientações a serem realizadas para binômio mãe bebê. Lembre-se de seguir sempre o passo a passo da consulta pediátrica em prova de atendimento para não perder nenhuma pontuação. Você lembra como conduzir uma estação de puericultura à risca? Vamos lá! • Identificação • Anamnese gestacional • Anamnese pré-natal e parto • Anamnese da criança: • Queixas e dúvidas • Amamentação e alimentação • Introdução alimentar ao 6 meses • Introdução de profilaxia com sulfato ferroso • Crescimento e desenvolvimento 109 • Avaliar peso, estatura, IMC com gráficos da OMS • Avaliar: Motor / Adaptativo / Social / Linguagem • Calendário vacinal • Lembrar da contraindicação de vacina contra rotavírus para primeira dose se > 3 meses e 15 dias e para segunda dose se > 7 meses e 29 dias • Prevenção de acidentes • Reforçar cuidados com berço, prevenção de morte súbita do lactente, acidentes domésticos com fogo e altura, além de prevenção de acidentes de trânsito com recomendação de cadeiras adequadas. • Programação de puericultura • 7 consultas no primeiro ano de vida: 1a com 7 dias de vida / demais aos 1 - 2 - 4 - 6 - 9 -12 meses. 110 Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Atendimento em UBS com boneco compatível com lactente, estadiômetro e fita métrica em cima de maca de atendimento médico Início da Estação Caso Clínico: Um paciente de 9 meses vem a consulta de rotina acompanhado de sua mãe. Tarefa 01: Faça o atendimento e esclareça as dúvidas da mãe. Orientações à Atriz: • Quando questionadas queixas, a mãe negava. • Ao pedir o cartão de vacina e caderneta da criança, a mãe dizia que havia esquecido, mas relatava que a vacinação da criança estava em dia. Puericultura 2 111 • Atriz questionava de quanto em quanto tempo deveriam ocorrer às consultas. • O paciente estava em amamentação não exclusiva e a mãe falava que achava seu leite fraco. Apresentava dúvidas sobre a alimentação, o tipo de alimentação e a progressão dos alimentos. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato indicasse realização do exame físico, o examinador entregava o seguinte: • Exame físico: • Peso: 8.5 kg • Geral: BEG, ativo e reativo, normocorado, afebril ao toque, hidratado, sem edemas, ausência de linfonodomegalias palpáveis. • Respiratório: SatO2: 99% em ar ambiente, FR 35 irpm, ausculta com murmúrio presente difusamente sem ruídos adventícios. • Cardiovascular: pulsos presentes com boa amplitude, FC: 95 bpm, ausculta: bulhas cardíacas normofonéticas, com ritmo regular em 2 tempos, sem sopros. • Abdome: levemente globoso, RHA+, ausência de visceromegalias e tumorações palpáveis. • Extremidades: sem edemas, EC <2s. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 112 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresenta-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre queixas referentes ao paciente? Solicita caderneta de saúde da criança? Questiona presença de comorbidades? Questiona sobre hábitos alimentares da criança? Indica realização de exame físico? Indica necessidade de avaliar dados antropométricos (PC e estatura)? Solicitou ajuda de outra pessoa para realizar aferição da estatura? Realiza aferição de estatura com estadiômetro, com a parte fixa na porção cefálica? Realiza medida do perímetro cefálico corretamente (protuberância occipital a glabela)? Explica para a mãe sobre o intervalo correto entre as consultas (próxima com 12 meses e depois semestral entre 18 e 24 meses)? Orienta progressão de alimentar (alimentos de todos os grupos, amassados com progressão para sólidos e alimentação da família após um ano de idade)? Não recomenda o uso de leite de vaca? Explica benefícios do aleitamento materno, orientando manter até pelo menos 2 anos de idade? Orientou sobre prevenção de acidentes? 113 Debriefing Estação de puericultura, curta duração, em que era solicitada tarefa única para realizar o atendimento. Sem dúvida otimizar o tempo nessa estação é crucial para uma pontuação satisfatória. Era preciso, também, estar atento ao exame físico fornecido sem aferições e perímetro cefálico e estatura e analisar o cenário de prova: havia estadiômetro, fita métrica e boneco na sala! Certamente a banca estaria avaliando sua capacidade de realizar as aferições dessas medidas! Treinamento de prova prática é para não cair nessas pegadinhas na sua prova. Aproveite essa estação para reforçar sua atenção no conjunto da prova que você está realizando, beleza? Para relembrarmos detalhes sobre as aferições antropométricas: • O peso sempre deve ser realizado com recém-nascido completamente despido, inclusive sem fralda. Para crianças até 2 anos (ou até 16 kg), usamos a balança pediátrica e aferimos o peso com a criança deitada. • A estatura deve ser medida através do comprimento até os 2 anos de idade, e após, através da altura. Para realizar a medida do comprimento de uma criança com o estadiômetro, é necessária a ajuda da mãe ou de outra pessoa para fixar e pressionar os joelhos da criança à maca. A parte fixa do antropômetro é voltada para a cabeça, e a móvel para os pés. • O perímetro cefálico deve ser medido com fita métrica e possui como marcos anatômicos a glabela da criança e a proeminência occipital. 114 Tema: Icterícia Fisiológica Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Puérpera leva seu filho no quinto dia de vida para a consulta no posto de saúde. Trata-se de um recém-nascido a termo, com peso de nascimento de 3.000g. Mostra-se bastante preocupada por ter observado que o recém- nascido encontra-se com a face amarelada. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Classifique o seguinte achado no exame físico. Tarefa 03: Indique sua hipótese diagnóstica e oriente à paciente. Icterícia Fisiológica 115 Orientações à Atriz: • Quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes: • Início daicterícia há 48 horas; • Tipagem sanguínea materna AB+; • Ausência de colúria e acolia; • Pré-natal sem intercorrências; • Aleitamento materno exclusivo em regime de livre demanda. • Durante as orientações, a atriz questiona se não seria adequado o início de fórmula infantil. Orientações ao Examinador: • A placa a seguir, com dados do exame físico, seria fornecida ao candidato juntamente com imagem de recém nascido com a solicitação de classificação da icterícia. Placa 1: Recém-nascido ativo e reativo. Peso 2.800g. Corado. Mucosas hidratadas. Fontanela anterior normotensa. Icterícia 1+/4+ na face. Exame do aparelho respiratório e do aparelho cardiovascular: NDN. Abdome globoso, depressível, sem massas ou visceromegalias. Genitália masculina com testículos tópicos. Membros sem alterações. Reflexos primitivos presentes e simétricos. Placa 2: Classifique seguinte achado do exame físico: 116 (Imagem de RN com icterícia em face - Zona I de Kramer) Imagem acima foi recorte feito por mim a partir da seguinte imagem: https://images.app.goo.gl/mHN2vt8tx4ehSV488 TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre o início da icterícia? Questiona sobre a gestação? Questiona a tipagem sanguínea materna? Questiona sobre sinais de colestase (colúria, acolia?) Questiona história alimentar (aleitamento)? Indica realização de exame físico? Checklist 117 Tarefa 02 Caracteriza icterícia zona I de Kramer (em face)? Tarefa 03 Indica o diagnóstico de icterícia fisiológica? Tranquiliza a mãe sobre diagnóstico? Orienta aleitamento materno exclusivo? Orienta sinais de gravidade para retorno? (persistência de icterícia, irritabilidade, alterações no aleitamento, etc.) Debriefing Estação com baixo grau de dificuldade e focada na anamnese da neonatologia. Vamos relembrar quando suspeitar de icterícia não fisiológica? • Início precoce? Antes de 24 horas de vida? • Níveis de bilirrubina estão elevados? (geralmente > 12mg/dl) • Houve aumento de níveis de bilirrubina > 5mg/dl/dia? • A icterícia alcança a zona III de Kramer? • Há sinais de colestase (colúria, acolia, aumento de BD)? • O quadro é persistente? (Nesse caso, lembre-se do diagnóstico diferencial com icterícia do leite materno!) Se alguma dessas respostas for sim, estamos diante de um quadro de icterícia patológica, com necessidade de tratamento e investigação. O tratamento base é a fototerapia, que deve ser indicada conforme níveis de bilirrubina associados a idade gestacional, fatores de risco e horas de vida do recém-nascido. Essa indicação é realizada através da avaliação em gráfico com níveis adequados para realização de fototerapia no bebê. Para sua prova, sem aprofundar em muitos detalhes, o básico é saber indicar 118 fototerapia quando a icterícia é precoce (antes de 24 horas de vida) e se BT>17mg/dl. Lembre-se também que, apesar de pouco usada na atualidade, a exsanguineotransfusão é um recurso a ser utilizado em icterícias graves! Já a investigação inicial da icterícia patológica deve ser realizada conforme achados na anamnese, sempre buscando excluir incompatibilidade ABO ou Rh, esferocitose, deficiência de G6PD, sinais de colestase, hipotireoidismo. Os exames iniciais necessários são: • Bilirrubina total e frações indireta e direta; • Hemoglobina e hematócrito com morfologia de hemácias, reticulócitos e esferócitos; • Tipo sanguíneo mãe e RN para sistemas ABO e Rh (antígeno D); • Coombs direto no sangue de cordão ou do RN; • Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du) negativo; • Dosagem sanguínea quantitativa de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD); • Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (exame do pezinho); 119 Tema: Asma Caiu em: UNICAMP 2020 / UFES 2019 / SCMSP 2016 / UNIFESP 2015 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Criança de 8 anos vem à consulta de rotina na UBS trazido pela mãe, com queixa de episódios de falta de ar. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Solicite 2 exames. Tarefa 03: Indique a conduta para o caso. Asma 120 Orientações à Atriz: • Quando questionada, a atriz relata que a criança tem crises de falta de ar desde mais nova e que o quadro tem piorado nos últimos anos. • Ao questionar sobre histórico de internações devido o quadro, a mãe relatava que o mesmo havia internado há cerca de 3 meses e que na alta foi dado uma receita (neste momento a atriz entregava uma receita ao candidato - Na receita havia a prescrição de Montelucaste e corticoide inalatório). • Caso questionada, a mãe negava sintomas no momento. • Caso fosse questionado, a mãe queixava-se de sintomas diurnos cerca de 2 vezes por semana e sintomas sempre quando criança exposta a atividades físicas. Negava qualquer outra questão sobre sintomas noturnos ou uso de broncodilatador no último mês. • Quando questionada sobre controle ambiental, a mãe relatava possuir gato em casa. • Ao questionar antecedentes familiares, a mãe relatava que o pai da criança já teve bronquite. Orientações ao Examinador: • Ao solicitar o exame físico, a examinadora entregava imediatamente a folha com toda descrição do exame físico: • Geral: BEG, corado, hidratado, altura 1,28 m (p50) e peso 26 kg (p50). • ACV: RCR em 2T, BNF sem sopros. FC: 85 BPM, PA: 80x65 mmHg. • AR: MV+ bilateralmente, sem ruídos adventícios. Sao2: 99% em ar ambiente, FR: 18 irpm. • Abdome: plano, peristáltico, indolor a palpação profunda e superficial, ausência de tumorações e visceromegalias palpáveis. • Extremidades: sem edemas, panturrilhas livres, EC < 2 segundos. 121 TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questionou época de início do quadro? Questionou limitação de atividades diárias? Questionou uso de broncodilatadores de curta duração? Questionou presença de despertares noturnos? Questionou a presença de sintomas diurnos? Questionou exacerbações recentes / idas ao pronto socorro? Questionou internações prévias? Questionou uso de medicações? Questionou alergias? Questionou história familiar de atopia? Questionou sobre controle ambiental? Pediu autorização e realizou exame físico após lavagem adequada das mãos? Checklist • Após o candidato realizar a tarefa 02, o examinador não fornece resultados dos exames e apresenta a tarefa 03 ao candidato. 122 Tarefa 02 Solicitou 2 dos seguintes exames: Espirometria com prova broncodilatadora, radiografia de tórax, teste alérgico cutâneo, dosagem de IgE total e específicas. Classificou a asma corretamente como parcialmente controlada? (sintomas diurnos e limitação de atividade) Tarefa 03 Orientou a mãe sobre medidas de controle ambiental? Prescreveu broncodilatador de curta duração para crises? Orientou manter corticoide inalatório em dose baixa contínuo? Ensinou ou questionou sobre técnica correta de uso da broncodilatador? Orientou necessidade de vacinação anual para Influenza? Marcou retorno para acompanhamento do quadro? Debriefing Conseguiu relembrar o seguimento ambulatorial da asma nessa estação? Em uma prova longa e com várias pontuações em anamnese, é importante manter a sequência do atendimento na ponta da língua! Pra começar, em toda consulta ambulatorial de seguimento de paciente com asma é preciso Acessar - as queixas, os sintomas, o controle -, Ajustar - o tratamento, com modificação de acordo com risco do paciente, rever estratégias não farmacológicas e técnica de administração de medicação - e, por fim, Avaliar a resposta - exacerbações, função pulmonar, satisfação do paciente e da família. 123 A avaliação do controle para pacientes com 6 anos ou mais é feita através de 4 perguntas, com respostas avaliadas de acordo com sintomas nas últimas 4 semanas: • Sintomas diurnos > 2 vezes por semana? • Algum despertarnoturno pela asma? • Uso de medicação de alívio > 2 vezes por semana? • Alguma limitação de atividade por asma? Se a resposta for não para todas as perguntas, o paciente encontra-se num estágio classificado como Asma Controlada. Já se o paciente apresenta 1 ou 2 respostas positivas, classifica-se como Asma Parcialmente Controlada e se 3 ou 4 respostas positivas, como Asma Não Controlada. Para finalizar e gabaritar essa estação, era preciso relembrar os steps de tratamento de asma! Nos pacientes acima de 6 anos, como o caso em questão, trata-se de um paciente com asma parcialmente controlada, e sem uso de medicações de primeira linha, podendo ser indicado o Step 2 para controle e reavaliação após 4 semanas de tratamento. O Step 2 para crianças maiores ou iguais a 6 anos corresponde ao uso de corticoide inalatório em baixa dose contínuo associado ao broncodilatador de curta duração nas crises. Para ficar claro, o uso de montelucaste, antagonista do receptor de leucotrieno, pode ser recomendado, porém não é o tratamento de primeira escolha para controle da asma. 124 Tema: Artrite Séptica do Quadril Caiu em: HIAE 2017 Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Pronto-socorro infantil. Sala com manequim de pano, compatível com paciente pré-escolar Início da Estação Caso Clínico: João, 3 anos, é levado ao pronto-socorro com queixa de febre alta há dois dias, queixa de dor no joelho esquerdo e claudicação. Mãe nega qualquer quadro viral ou infeccioso recente. No exame físico: criança em regular estado geral; temperatura axilar 39oC; joelho esquerdo sem sinais de flogose. Tarefa 01: Faça o exame físico específico à queixa. Tarefa 02: Indique o exame que deverá ser solicitado neste momento. Tarefa 03: Indique sua hipótese e a conduta para a confirmação diagnóstica. Artrite Séptica do Quadril 125 Tarefa 04: Indique as duas principais intervenções terapêuticas. Orientações ao Examinador: • Ao realizar a avaliação da articulação do quadril ou outras avaliações, as seguintes informações seriam fornecidas ao candidato: • Mantém membro inferior esquerdo com flexão, abdução e rotação externa do quadril; • Dor à movimentação ativa e passiva do quadril esquerdo; • Incapacidade de sustentar o peso sobre o membro esquerdo; • Foi realizada radiografia da articulação do quadril, que não evidenciou alterações. • Caso fosse feita a solicitação de ultrassom de quadril, o examinador forneceria a imagem abaixo. Demais exames não estariam disponíveis. • USG Quadril apresentando derrame articular (imagem): • Caso o candidato solicitasse a punção articular e análise do líquido articular, seria fornecido o seguinte resultado: • Líquido sinovial: leucócitos 60.000 células/mm3, com predomínio de polimorfonucleares. Bacterioscopia com coloração de Gram com presença de cocos Gram-positivos. (http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=3236&idioma=Portugues) 126 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Indica avaliação da articulação do quadril? Indica inspeção ou avaliação estática da articulação? Indica avaliação de movimentação ativa e passiva? (considerar apenas se indicadas as duas avaliações) Tarefa 02 Solicita ultrassonografia do quadril? Tarefa 03 Indica o provável diagnóstico de artrite séptica de quadril? Tarefa 04 Indica internação hospitalar? Indica antibioticoterapia parenteral ou intravenosa? Cita necessidade de cobertura para staphylococcus aureus? Indica necessidade de drenagem cirúrgica? Checklist • Caso fosse feita a indicação de antibioticoterapia, o examinador questionaria qual o agente etiológico que deveria ser coberto. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 127 Debriefing Estações práticas com enfoque no exame físico são recorrentes nas provas de residência, desde a pesquisa de sinais de irritação peritoneal até o exame osteoarticular, como o abordado nessa estação! Não deixe passar o básico da avaliação articular para não perder nenhum ponto no check-list! A claudicação e a dor na articulação coxo-femoral são queixas frequentes que levam as crianças e adolescentes em busca de atendimento de urgência em ortopedia pediátrica. Esses sintomas são comuns a uma diversidade de doenças com amplo espectro de gravidade e tratamentos distintos. Nem sempre é fácil realizar o diagnóstico diferencial entre as principais afecções envolvidas na dor articular, mas podemos definir através da história, exame físico e exames de imagem! Vamos lembrar dos principais diagnósticos diferenciais de dor em articulação coxo-femoral na pediatria? • Doença de Legg-Calvé-Perthes (necrose avascular de cabeça femoral): Radiografia de quadril com colapso de epífise femoral e aumento de espaço articular. • Epifisiólise (deslizamento da epífise da cabeça femoral): Radiografia com linha de Klein. • Sinovite Transitória do Quadril: Após infecção respiratória viral. • Artrite séptica: USG com derrame articular. Diante de um exame físico com alteração clara de articulação coxo-femoral e radiografia sem alterações, o ultrassom torna-se o exame de eleição na pesquisa de edema e derrame articular. O ultrassom é exame de fácil execução, não invasivo, e habitualmente disponível na prática clínica pediátrica. É indicado para o diagnóstico das artrites sépticas, com alta sensibilidade para identificação de derrame articular. Encontrada a presença de líquido articular, é preciso especificar seu padrão celular. Sendo este sugestivo de infecção bacteriana, na faixa etária pediátrica, o principal agente etiológico é o staphylococcus aureus. A drenagem articular associada ao tratamento com antibioticoterapia intravenosa tornam-se as condutas de eleição na artrite séptica. Certo? 128 Tema: Reanimação Neonatal Caiu em: UNESP 2019 / UFPR 2018 / UNIFESP 2018 / HSL 2018 / SCMSP 2016 Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Sala de parto com berço aquecido, boneco compatível com recém- nascido e materiais de reanimação cardio-pulmonar Início da Estação Caso Clínico: Você é médico pediatra na sala de parto do centro obstétrico e receberá o recém-nascido de Mariana, 28 anos, primigesta, com pré-natal sem intercorrências e parto por via vaginal. O obstetra acaba de retirar o recém- nascido e aguarda seu comando para clampeamento do cordão. Tarefa 01: Dê continuidade à assistência ao recém-nascido em sala de parto. Tarefa 02: No alojamento conjunto, você encontra o seguinte achado ao realizar o teste do olhinho. Qual o diagnóstico e conduta? Reanimação Neonatal 129 Orientações ao Examinador: • Caso o candidato questionasse, o examinador responderia que o recém- nascido é a termo, com 38 semanas, não está chorando e apresenta tônus fraco. • Caso o candidato mencionasse, o examinador orientaria para considerar o berço como aquecido. • Conforme o candidato indicasse aspiração de vias aéreas se necessário, o examinador responderia "considere feito". • Ao indicar avaliação de frequência respiratória e respiração, o examinador mencionaria FC = 80 bpm. • Caso o candidato mencionasse VPP com técnica correta e indicasse a reavaliação de FC e respiração após 30 segundos, o examinador mencionaria FC > 100 bpm. • Para a tarefa 02, o examinador forneceria a seguinte imagem: (imagem com ROV alterado - leucocoria) (https://pediatriaufcspa.wixsite.com/pediatria/teste-do-olhinho-alterado) TÉRMINO DA ESTAÇÃO 130 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Questiona se o RN é termo, prematuro ou pós-termo? Questiona se RN está respirando ou chorando? Questiona se o RN apresenta bom tônus? Indica clampeamento precoce de cordão umbilical? Posiciona-se na cabeceira de berço aquecido? Aquece o RN sob fonte de calor? Posiciona cabeça de RN? Menciona, se necessário, aspirar primeiramente a boca e depois narinas? Seca e estimula RN? Solicita oximetria em membro superior direito? Solicita monitorização cardíaca? Inicia VPP com bolsa-válvula-máscara? Inicia VPP com ofertade O2 a 21% (ar ambiente)? Realiza VPP com técnica correta (C e E adequada)? Indica frequência adequada de ventilação (40-60/min)? Checklist 131 Reavaliou FC e respiração novamente? Tarefa 02 Indica diagnóstico de leucocoria? Indica encaminhamento para oftalmologista? Debriefing Pessoal, em toda prova de fluxograma é preciso mencionar para o examinador cada passo que você dá! Desde o que até a descrição de como a atividade será realizada. Se vai indicar Ventilação com pressão positiva, é preciso indicar com qual fração de oxigênio e descrever a técnica correta de ventilação. Não deixe de conquistar seus pontos no check-list porque está realizando tudo corretamente. É preciso garantir pro examinador que você sabe o que está fazendo, beleza? Partindo desse conhecimento de prova prática, devemos conduzir o fluxograma de reanimação neonatal corretamente. Na sala de parto, depois de checar todo material, a primeira decisão é definir o momento de clampeamento do cordão umbilical. Para isso, é preciso responder a três perguntas: • Bebê a termo? • Respirando ou chorando? • Tônus adequado? Se as respostas para TODAS forem sim: o clampeamento de cordão deve ser entre 1 a 3 minutos e o recém-nascido deve ser conduzido à mãe. Se uma das respostas forem não, o recém-nascido deve receber a assistência neonatal: Aquecer; Posicionar; Aspirar se necessário; Secar. Tudo isso em 30 segundos! Na sequência, deve-se avaliar a frequência cardíaca e o padrão respiratório do RN. Se FC<100 bpm ou apneia ou respiração irregular, devemos iniciar a ventilação com pressão positiva (VPP) por 30 segundos. Caso o RN seja 132 a termo, devemos iniciar com FiO2 a 21% e, se for prematuro, a 30%! Tudo isso deve ser realizado em 1 minuto: o minuto de ouro! • Observações para você não comer bola na prova: • Se for aspirar, primeiro deve ser a boca e depois narinas; • Não secar RN com menos de 34 semanas; • FC deve ser avaliada no precórdio por 6 segundos. 133 Tema: GNPE Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz (mãe) Cenário: Atendimento Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Mãe leva filho de 8 anos em consulta, apresentando há 5 dias oligúria progressiva Relata estar preocupada, pois hoje o filho não teve diurese nenhuma vez. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Escreva o diagnóstico da lesão de pele abaixo? Tarefa 03: Escreva o principal agente etiológico do quadro atual do paciente? Tarefa 04: Indique sua hipótese diagnóstica e oriente o tratamento. GNPE 134 Orientações à Atriz: • Quando indagada, daria as seguintes informações pertinentes: • Início de redução de diurese progressivamente há cerca de duas semanas. • Nega febre, prurido ou outros sintomas. • Criança previamente hígida; • Relata uso de antibiótico por causa de umas lesões de pele há cerca de 3 semanas, mas não terminou o tratamento porque achou que não estava adiantando. • Caso o candidato solicitasse para ver as lesões ou pedisse para a mãe descrevê-las, a mãe diria que tem só algumas manchas na pele agora e que teria fotos das lesões antigas no celular. A atriz entregaria a seguinte imagem com a tarefa 02: • Caso o candidato questionasse se a mãe possuía dúvidas, a mãe perguntava quais seriam os sinais de alarme que deveria ficar atenta. (imagem de impetigo: crosta melicérica em triângulo nasal e em membros superiores/inferiores) (http://nantuconsultoria.com.br/impetigo-doenca-tipica-verao/) 135 Orientações ao Examinador: • Orientações ao examinador: • Independente da resposta do candidato na tarefa 02, o examinador forneceria a tarefa de número 03. • Juntamente com as tarefas de número 02 e 03 seria entregue uma folha- resposta para o candidato preencher: • Tarefa 02: • Tarefa 03: TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre a queixa principal? Questiona sobre duração dos sintomas? Questiona sobre uso de medicações? Questiona presença de febre? Questiona sobre prurido? Questiona sobre antecedentes patológicos? Checklist 136 Tarefa 02 Escreveu impetigo ou infecção bacteriana de pele? Tarefa 03 Escreveu agente etiológico Streptococcus pyogenes? Tarefa 04 Indicou hipótese diagnóstica de síndrome nefrítica ou de glomerulite aguda pós-estreptocócica? Indicou restrição hidrossalina, diurético, furosemida, controles de pressão arterial, peso e diurese? (considerar pelo menos 3) Indicou tratamento com antibiótico para profilaxia? Questiona a presença de dúvidas? Orientou mãe sobre sinais de alarme (cefaleia, dispneia, anúria)? Debriefing Um paciente com quadro de edema e oligúria após infecção de pele deve despertar em você o diagnóstico de síndrome nefrítica ou glomerulopatia pós-estreptocócica. Nesse caso, é importante lembrar que o diagnóstico é realizado quando existir um período de incubação de doença estreptocócica compatível com início de quadro renal. Lembre que o período de incubação da faringite é por volta de 1-3 semanas e da piodermite, 2-6 semanas. Além disso, podemos confirmar a doença estreptocócica através da detecção de Anti-estreptolisina O (ASLO) nas faringites e Anti-DNAse B nas piodermites. Por fim, podemos ainda observar uma queda transitória do complemento C3, com duração de no máximo 8 semanas. 137 O quadro clínico clássico é o início do quadro com oligúria, hipocomplementenemia (queda de C3), hematúria microscópica e proteinúria menor que 1g/dia. O tratamento é direcionado para redução do risco de complicações, com restrição hidrossalina, podendo caso a caso iniciar diuréticos e vasodilatadores. O uso de antibiótico é recomendado para evitar transmissão de cepa nefrogênica e não atua especificamente na evolução natural da síndrome nefrítica. A GNPE, em grande maioria dos casos, possui evolução benigna. Entretanto, é preciso saber indicar os riscos para o paciente e para a família. Entre eles, existe o risco de evolução de encefalopatia hipertensiva, edema agudo de pulmão e insuficiência renal aguda. 138 Tema: Síndrome do Bebê Sacudido Caiu em: UNIFESP 2020 / HIAE 2018 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com lactente de 10 meses Início da Estação Caso Clínico: Lactente de 10 meses é levado ao pronto-socorro com história de sonolência excessiva notada pela mãe quando chegou do trabalho. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso. Síndrome do Bebê Sacudido 139 Orientações à Atriz: • Quando questionada, a atriz apresentava-se bastante preocupada e relatava que trouxe a criança ao médico porque quando chegou em casa percebeu que ela estava muito quieta e não estava acordando direito. Refere que a vizinha ajuda a cuidar do paciente durante o dia, mas quem estava tomando conta hoje era o filho da vizinha porque ela teve que sair. • Caso questionada, a atriz nega febre ou outros sintomas prévios, além de relatar que ao sair de casa pela manhã, a criança estava bem. Nega qualquer comorbidade. Orientações ao Examinador: • O exame físico a seguir seria fornecido apenas caso o candidato solicitasse: Ao exame: Lactente sonolento, fontanela anterior normotensa. Escala de coma de Glasgow = 13. (Fundo de olho: imagem com hemorragia retiniana) (https://medicinacriticapediatrica.wordpress.com/tag/ hemorragia-retiniana-por-nino-sacudido/) • Caso o candidato solicitasse qualquer outro exame, este não estaria disponível. 140 TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre queixada mãe? Questiona manifestações clínicas associadas? (por exemplo febre, vômitos, tremores) Questiona presença de comorbidades? Solicita exame físico? Indica realização de fundoscopia? Tarefa 02 Indica diagnóstico de síndrome do bebê sacudido? Indica internação hospitalar? Solicita tomografia computadorizada de crânio? Solicita realização de inventário esquelético? Indica notificação do caso para o Conselho tutelar ou Vara da infância? Indica notificação do caso para à Vigilância epidemiológica ou SINAN? Checklist 141 Debriefing Questão que inicialmente nos apresenta um quadro clínico inespecífico de alteração do estado geral da criança, com alteração de nível de consciência, associada a uma história social duvidosa quanto aos cuidados do lactente. Diante da dúvida, na pediatria, sempre devemos pensar nas situações de maus- tratos, entre elas a síndrome do bebê sacudido. Quando um bebê é sacudido com força, seu cérebro sofre trauma decorrente das forças de aceleração, desaceleração e rotação, movimentando de forma brusca a massa encefálica do bebê. O choque com a calota craniana, promove diversos tipos de lesões teciduais e vasculares, ou por contusão, rompimento, ou cisalhamento, levando a hematomas, edema e sangramento. No exame físico, a presença de alteração do nível de consciência, decorrente de lesão cerebral, associada à presença de hemorragia retiniana na fundoscopia, são ponto-chaves para o diagnóstico da síndrome do bebê sacudido e início da investigação de maus-tratos na pediatria. Lembre-se que todos os exames devem ser direcionados com a suspeita e podem ser ampliados conforme o caso, sendo a avaliação de exames de imagem de crânio, a fundoscopia, hemograma com plaquetas, coagulograma os principais exames a serem solicitados. A avaliação radiológica deverá sempre ser realizada em crianças com idade inferior a 2 anos e naquelas que não se comunicam, mesmo não havendo evidências de trauma ósseo ao exame físico. Por fim, para definirmos a internação da criança, devemos considerar motivos clínicos para internação do paciente mediante gravidade das lesões, mas também devemos analisar o contexto social e risco ao qual o paciente é exposto. Lembre-se que estamos diante de um paciente vulnerável. Lembre-se que deve ser realizada notificação tanto para medidas epidemiológicas (SINAN) quanto para suporte social (conselho tutelar ou vara da infância) 142 Tema: Doença de Kawasaki Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com lactente de 18 meses Início da Estação Caso Clínico: Lactente, 18 meses, é atendida em emergência com relato materno de febre alta (39 a 39,5oC) e presença de exantema corporal mais intenso na região inguinal. Mãe observou, ainda, que os lábios da criança estão rachados. Tarefa 01: Realize o atendimento e solicite exame físico direcionado. Tarefa 02: Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso. Doença de Kawasaki 143 Orientações à Atriz: • Quando questionada, a atriz relatava que o quadro febril tinha início há 8 dias e que, no terceiro dia, a criança recebeu penicilina benzatina em outro serviço hospitalar por provável infecção de garganta. A atriz nega contato com casos semelhantes ou sintomas respiratórios associados. • Após a tarefa 02, a atriz indaga sobre as complicações da doença. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador questionaria "o que você deseja avaliar?" e conforme o candidato indicasse, eram fornecidas as seguintes informações: • Temperatura axilar 40oC; • Adenomegalia cervical, linfonodo de 2 cm, sem sinais de supuração; • Imagem de língua em framboesa com ressecamento de mucosa labial; • Imagem de hiperemia conjuntival; • Imagem de rash cutâneo difuso; (https://www.assignmentpoint.com/science/medical/kawasaki-disease.html) 144 • Caso o candidato solicitasse qualquer outro exame, este não estaria disponível. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona tempo de duração da febre? Questiona outros sintomas associados? Questiona sobre contato com casos semelhantes? Questiona sobre uso de medicamentos durante quadro atual? Indica avaliação de olhos? Indica avaliação de cavidade oral? Indica avaliação de adenomegalia? Indica avaliação de pele? Indica avaliação de extremidades? Tarefa 02 Indica diagnóstico de doença de Kawasaki? Orienta internação hospitalar? Checklist 145 Solicita realização de ecocardiograma? Indica imunoglobulina intravenosa 2g/kg? Indica ácido acetilsalicílico 80-100 mg/kg/dia? Orienta sobre risco de aneurisma coronariano? Debriefing Vamos relembrar quais são os critérios diagnósticos para doença de Kawasaki? • Febre alta por mais de 5 dias; • Adenomegalia cervical unilateral; • Alterações em mucosa oral; • Alterações oculares; • Alterações de extremidades; Lembre-se que a febre por mais de 5 dias é critério obrigatório associado a pelo menos 3 dos outros 4 achados clínicos. Em relação ao tratamento, devemos indicar imunoglobulina intravenosa na dose 2mg/kg e ácido acetilsalicílico de manutenção na dose 80-100mg/ kg/dia. As doses são costumam ser cobradas nesse assunto, então se atente a esse detalhe! 146 Tema: Otite Média Aguda Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com lactente de 18 meses Início da Estação Caso Clínico: Lactente de 1 ano e 6 meses, é levado ao ambulatório de pediatria com história de coriza e obstrução nasal há 3 dias. Desde a manhã de hoje vem apresentando febre de até 38,5oC e chorando um pouco mais do que o habitual. A mãe acredita que criança está com dor. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Solicite dados do exame físico fundamentais para a avaliação da queixa atual. Tarefa 03: Indique sua principal hipótese diagnóstica e o tratamento. Otite Média Aguda 147 Orientações à Atriz: • Quando questionada, a atriz nega vômitos, perda de consciência ou abalos. Relata que a criança tem se alimentado normalmente, não frequenta creche e nega uso de antimicrobianos recentemente. • Caso questionada sobre dor refere que, por vezes, a criança leva a mão na orelha, porém a impressão é de que a dor não é tão intensa. • Quando solicitada a caderneta de saúde da criança, a atriz relata que não trouxe, porém que as vacinações se encontram em dia. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador forneceria a seguinte placa: Ao exame: • Criança ativa e reativa, corada, hidratada, anictérica, acianótica. FC 110 bpm / Sat O2 96% / Tax 40oC. • AR: MV presente, com roncos difusos; • ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros; • Abdome: Flácido, peristáltico, timpânico, indolor, fígado palpável em RCD, sem massas; • Extremidades: aquecidas, perfusão adequada; • Neuro: ausência de sinais meníngeos. • Caso o candidato solicitasse, os seguintes achados do exame físico seriam complementados: • FR = 35 irpm • Otoscopia à direita e à esquerda conforme a imagem abaixo: 148 Imagem de MT abaulada (http://www.cochlea.eu/po/surdez/surdites-de-transmission) TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sinais gerais de alerta? (como vômitos persistentes, abalos, convulsões, consegue se alimentar normalmente) Questiona sobre intensidade de otalgia? Questiona sobre uso recente de antimicrobiano? Indica realização de exame físico? Tarefa 02 Indica avaliação de frequência respiratória? Checklist 149 Indica avaliação de otoscopia? Tarefa 03 Indica membrana timpânica abaulada? Indica diagnóstico de otite média aguda? Menciona OMA bilateral? Indica tratamento com amoxicilina50mg/kg/dia? Indica uso de analgésico? Indica retorno se ausência de melhora em 48 a 72 horas? Debriefing Diante de um quadro clínico de obstrução nasal, é preciso verificar sinais de alarme precocemente. Entre eles, a presença de estridor, sinais de esforço respiratório e taquipneia. O quadro respiratório de via aérea alta pode estar associado a importantes doenças na faixa pediátrica, por exemplo, podendo ser fator desencadeante de bronquiolite e crise de asma. Entretanto, na faixa etária pediátrica, não podemos deixar de associar aos quadros de via aérea alta a evolução clínica para quadro de otite média aguda (OMA). Lembre-se que as crianças possuem fatores anatômicos importantes que predispõe essa evolução clínica, como a retificação e encurtamento da tuba auditiva. Os sintomas de OMA podem ser inespecíficos, como irritabilidade e localização da dor. Já os sinais devem ser avaliados pela realização otoscopia, sendo o abaulamento de membrana timpânica o principal fator preditor de OMA. A maioria das etiologias de OMA são virais, com resolução com uso de analgésicos. Entretanto, alguns fatores podem indicar a presença de quadro 150 de etiologia bacteriana ou com maior evolução de gravidade, sendo indicado o uso de amoxicilina 45mg/kg/dia como primeira escolha. Vamos lembrar as indicações? • Se criança < 6 meses; • Se criança entre 6 meses e 2 anos com: • OMA bilateral ou • Presença de otorreia ou • Sintomas graves: • Dor moderada a grave; • Otalgia há > 48 horas • Febre ≥ 39oC; 151 Tema: Escabiose Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 ator Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Lactente, 9 meses, é levado a consulta não agendada para avaliação de lesões de cutâneas notadas há alguns dias. Pai informa que a criança parece estar irritada e incomodada desde o surgimento das lesões, principalmente no período noturno. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Indique sua hipótese diagnóstica e conduta ao caso. Escabiose 152 Orientações ao Ator: • Quando questionado, o ator relata que as lesões surgiram há 5 dias, sem outros sintomas associados. Refere que na casa moram apenas o pai, a mãe e a criança, e que ele (o pai) tem apresentado prurido na região genital e na região axilar há alguns dias. Relata que a mãe encontra-se assintomática. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador fornece a seguinte placa: • Exame físico sem alterações, exceto pelas lesões na imagem abaixo: (imagem de lesão de escabiose - pápulas hiperemiadas com tunelização) (https://www.portalped.com.br/sem-categoria/epidemiologia-tempo-de-afastamento- e-precaucao-para-as-principais-doencas-infectocontagiosas/attachment/escabiose/) TÉRMINO DA ESTAÇÃO • Caso o candidato indicasse avaliação de mãos e pés, o examinador referia que havia grande número de lesões nas extremidades com aspecto semelhante. 153 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre início das lesões? Questiona sobre outras manifestações associadas? Questiona contato com casos semelhantes? Questiona sobre contatos domiciliares? Indica realização de exame físico? Tarefa 02 Indica lesões em pápulas hiperemiadas? Indica lesão em tunelização? Indica avaliação de mãos e pés? Indica diagnóstico de escabiose? Indica tratamento de lactente com permetrina? Orienta o tratamento dos demais membros da família? Checklist 154 Debriefing Estação com tema clássico de atendimento em unidade básica de saúde, que se torna de grau moderado por ter como pontuação no check-list a descrição dermatológica da lesão. A escabiose é uma doença parasitária da pele, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, e se localiza na epiderme. Os ácaros cavam túneis na pele, dando o aspecto de tunelização na lesão. As lesões podem variar conforme a faixa etária e grau de imunidade do paciente. O principal sintoma da escabiose nos adultos é o prurido, principalmente à noite. Entretanto, na faixa etária pediátrica, esse sintoma pode se apresentar apenas como irritabilidade e choro excessivo, sendo o exame físico e descrição das lesões dermatológicas os grandes aliados no diagnóstico e indicação do tratamento correto. Em neonatos e crianças menores, a permetrina é aplicada na cabeça e no pescoço, evitando-se as regiões periorbital e perioral. Atenção especial é recomendada em áreas intertriginosas, unhas das mãos, artelhos e umbigo. 155 Tema: Gastroenterite Aguda Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro. Presença de um boneco compatível com lactente de 10 meses Início da Estação Caso Clínico: Cadu, 10 meses, é levado ao pronto-socorro pela mãe, apresentando história de vômitos e evacuações semilíquidas e volumosas. Mãe refere início dos sintomas há 3 dias, com febre baixa apenas no primeiro dia do quadro. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Você solicitaria algum exame para complementar sua avaliação? Se sim, qual? Gastroenterite Aguda 156 Tarefa 03: Indique a classificação do estado de hidratação desta criança e indique o plano terapêutico apropriado. Tarefa 04: Realize a prescrição. Orientações à Atriz: • Quando questionado, a atriz relata que não há sangue nas fezes e que o lactente consegue amamentar e alimentar sem dificuldade. Relata, ainda, apenas um episódio de vômito nas últimas 7 horas. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicite o exame físico, o examinador fornece a seguinte placa: Ao exame: Criança ativa e reativa, BEG, aceitando água normalmente, sinal da prega desaparece imediatamente, olhos normais. Peso = 9kg, a mesma aferição foi realizada em consulta de rotina há uma semana. • A tarefa 04 só seria fornecida caso o candidato indicasse o plano terapêutico correto. O examinador entrega um receituário a ser preenchido juntamente com a tarefa 04. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 157 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre a presença de sangue nas fezes? Questiona a presença de muco ou pus nas fezes? Questiona sobre frequência de vômitos? Questiona sobre aleitamento e alimentação? Tarefa 02 Indica que não há necessidade de exames complementares? Tarefa 03 Indica que a criança está hidratada? Indica tratamento com plano A? Tarefa 04 Orienta manter dieta habitual? Orienta uso de soro caseiro ou SRO após evacuações? Orienta ingesta de pelo menos 50-100ml de SRO/soro caseiro após cada perda? Orienta uso de zinco por 10 dias? (considerar também se 10 a 14 dias) Checklist 158 Debriefing Vamos relembrar como classificar o grau de desidratação para direcionar o tratamento da gastroenterite aguda? Orienta ondansetrona se náuseas ou vômitos? Contraindica outras medicações? Contraindica ingesta de refrigerantes ou adoçar bebidas? Orienta sinais de alarme para retorno (piora na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue nas fezes, redução de diurese)? Considerar correto pelo menos 3 sinais. Explica a prescrição para a mãe? Etapas A B C Observe Estado geral Bem, alerta Irritado, intranquilo Comatoso, hipotônico* Olhos Normais Fundos Muito fundos e secos Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes Sede Bebe normal, sem sede Sedento, bebe rápido e avidamente Bebe mal ou não é capaz de beber* 159 Explore Sinal da prega Desaparece rapidamente Desaparece lentamente Desaparece muito lentamente (mais de 2 segundos) Pulso Cheio Rápido, fraco Muito fraco ou ausente* Decida SEM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO Se apresentar dois ou mais sinais: COM DESIDRATAÇÃO Se apresentar dois ou mais sinais, incluindo pelo menos um dos destacados com asterisco (*): DESIDRATAÇÃO GRAVE Trate USE O PLANO A USEO PLANO B (pese o paciente) USE O PLANO C (pese o paciente) 160 Tema: Neonatologia Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em Alojamento Conjunto com um boneco correspondente a um recém-nascido. Sala com estadiômetro e fita métrica Início da Estação Caso Clínico: Você é médico neonatologista e recepciona um recém-nascido de 12 horas de vida no alojamento conjunto. RN termo, parto vaginal sem intercorrências. Sorologias maternas não reagentes. Tarefa 01: Realize e descreva o exame físico inicial do recém-nascido. Orientações ao Examinador: • As tarefas só serão pontuadas caso o candidato verbalize a descrição do exame físico. Neonatologia 161 • Quando o candidato realizasse o exame físico da genitália, a seguinte imagem seria fornecida: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/868 (imagem de genitália ambígua) Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Posiciona recém-nascido adequadamente? Expõe todo corpo do recém-nascido (retirando qualquer campo coberto)? Indica palpação de crânio e de fontanelas? Indica inspeção de lesões provenientes de trajeto de parto? Indica inspeção de nariz e perviedade de vias aéreas? Indica inspeção e avaliação de palato? Indica inspeção e avaliação de implantação de orelhas? Checklist 162 Indica inspeção e palpação de clavículas? Indica palpação pulsos axilares? Indica inspeção e ausculta de tórax? Indica ausculta de sistema cardiovascular? Indica inspeção, palpação e ausculta abdominal? Indica palpação de pulsos femorais? Indica inspeção de genitália? Indica presença de genitália ambígua? Não define sexo para o recém-nascido? Indica inspeção e palpação de coluna? Indica avaliação de fosseta sacral? Indica pesquisa de reflexos primitivos (pelo menos dois: preensão palmar, moro, reflexo plantar, reflexo de marcha, reflexo tônico-cervical)? Realiza aferição da estatura com estadiômetro, com a parte fixa na porção cefálica Realiza medida do perímetro cefálico corretamente (protuberância occipital a glabela) 163 Debriefing Dentre as várias situações que podem configurar uma emergência pediátrica no recém-nascido, as ambiguidades genitais surgem com uma importância enorme tanto do ponto de vista imediato, já que algumas etiologias (hiperplasia adrenal congênita, síndromes malformativas) colocam a vida da criança em risco, como a longo prazo, em que uma situação de definição de sexo mal resolvida acarretará prejuízos irreparáveis ao bem-estar psicossocial do paciente. Esse diagnóstico muitas vezes passa despercebido e essa estação nos auxilia a valorizar a realização de um exame físico minucioso no recém-nascido. Quando existe dúvida na ambiguidade da genitália, podemos usar os seguintes critérios diagnósticos: • Numa genitália de aspecto masculino: 1. Gônadas não palpáveis; 2. Tamanho peniano esticado abaixo de -2,5 DP da média de tamanho peniano normal para a idade; 3. Gônadas pequenas, ou seja, maior diâmetro inferior a 8mm; 4. Presença de massa inguinal que poderá corresponder a útero e trompas rudimentares; 5. Hipospádia. • Numa genitália de aspecto feminino: 1. Diâmetro clitoriano superior a 6mm; 2. Gônada palpável em bolsa labioescrotal; 3. Fusão labial posterior; 4. Massa inguinal que possa corresponder a testículos. 164 Tema: Desidratação Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Criança de 8 anos, 28 kg, chega ao consultório no colo do pai, em bom estado geral e chorosa, com lágrimas que escorrem pelo rosto. A mãe, desesperada, relata que a filha apresenta diarreia sem muco, pus ou sangue, além de vômitos, há 8 horas, sem melhora. Pai nega febre. Tarefa 01: Classifique a criança quanto ao estado de hidratação. Tarefa 02: Qual a sua conduta? Tarefa 03: A paciente retorna após 24 horas, com melhora de vômitos com uso de ondansetrona, porém ainda com presença de diarreia aquosa de grande quantidade. Está em regular estado geral, irritada, olhos fundos, com Desidratação 165 bastante sede, pulso forte e rápido. Classifique a criança quanto ao estado de hidratação. Tarefa 04: Qual a sua conduta neste momento? TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Indica ausência de sinais de desidratação? Tarefa 02 Indica tratamento domiciliar? Orienta manter dieta habitual? Orienta uso de soro caseiro ou SRO após evacuações? Orienta ingesta de pelo menos 100-200ml de SRO/soro caseiro após cada perda? Orienta uso de zinco por 10 dias? (considerar também se 10 a 14 dias) Orienta ondansetrona se náuseas ou vômitos? Contraindica outras medicações? Orienta sinais de alarme para retorno (piora na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue nas fezes, redução de diurese)? Considerar correto pelo menos 3 sinais. Checklist 166 Tarefa 03 Indica sinais de desidratação presentes ou desidratação em algum grau? Tarefa 04 Indica Terapia de Reidratação Oral em Unidade de Saúde? Indica 50-100ml/kg com SRO? Indica reavaliação preoce? Indica observação em Unidade de Saúde por pelo menos 4 a 6 horas? Debriefing Vamos relembrar os planos de tratamento diante de um quadro de desidratação? PLANO A: 1) Tratamento domiciliar; 2) Oferecer mais líquidos que o habitual para prevenir desidratação; a) Líquidos caseiros ou SRO após cada evacuação diarreica na dose de 50-100ml para menores de 1 ano, 100-200ml para 1 a 10 anos e a quantidade que o paciente aceitar para maiores de 10 anos. b) Não utilizar refrigerantes e não adoçar o chá ou suco. 3) Se o paciente não melhorar em dois dias ou se apresentar qualquer sinal de perigo, deve retornar imediatamente para serviço de saúde. Os sinais de perigo são: a) Piora na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, recusa de alimentos, sangue nas fezes, diminuição de diurese. 4) Orientar acompanhante para reconhecer sinais de desidratação. 5) Administrar zinco uma vez ao dia, durante 10 a 14 dias: 167 a) Até 6 meses: 10mg/dia. b) Maiores de 6 meses: 20mg/dia. PLANO B: 1) Tratamento por via oral em Unidade de Saúde; 2) Administrar solução de reidratação oral continuamente, até desaparecerem sinais de desidratação; Pode ser indicado receber entre 50-100ml/kg para ser administrado no período de 4-6 horas. 3) Durante a reidratação, reavaliar o paciente e estado de hidratação. a) Se desaparecerem sinais: retornar para plano A. b) Se continuar desidratado, indicar sonda nasogástrica. c) Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir para plano C. PLANO C: 1) Tratamento por via endovenosa em Unidade de Saúde; 168 Tema: Síndrome Metabólica Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Mãe traz Marcelo de 13 anos para consulta. Paciente está em acompanhamento de quadro de obesidade e vem hoje em retorno para checar exames. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Quais os critérios para definição de síndrome metabólica na infância/ adolescência? Tarefa 03: Dê o diagnóstico para a mãe e indique a conduta. Síndrome Metabólica 169 Orientações à Atriz: • Mãe se apresenta bastante preocupada com peso do filho e insiste para o candidato avaliar o resultado dos exames. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato mencionasse o exame físico, o examinador fornceria os seguintes dados: • PA 118x66 mmHg • Circunferência abdominal ≥ p90 • IMC = 31,32 kg/m2 (Escore z > +3) • O examinador entrega o seguinte resultado de exames para o candidato: • Triglicerídeos 183 mg/dl • Glicemia 100 mgdl • Colesterol total 177 mg/dl • HDL 39 mg/dl TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Checklist 170Questiona queixa da mãe? Apresenta postura empática com preocupação de mãe? Indica realização de exame físico? Indica avaliação de resultado de exames? Tarefa 02 Indica cintura abdominal ≥ p90 + pelo menos 2 dos seguintes: TGL ≥ 150 ou HDL < 40 ou PAS ≥ 130 mmHg / PAD ≥ 85 mmHg ou Glicemia jejum ≥ 100mg/dl ou DM2 Tarefa 03 Indica diagnóstico de obesidade grave? Indica diagnóstico de síndrome metabólica? Indica redução gradual de peso com planejamento nutricional e exercício físico? Indica retorno precoce para reavaliação? 171 Debriefing Vamos recapitular as definições de estado nutricional e de síndrome metabólica? • Síndrome metabólica (definição para 10 a 16 anos): • Circunferência abdominal ≥ p 90 e pelo menos 2: • TGL ≥ 150 ou • HDL < 40 ou • PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 85 mmHg ou • Glicemia jejum ≥ 100mg/dl ou DM2 • Estado nutricional: Z-score P/E ou IMC/(0-5 anos) IMC/(5-19 anos) EZ> +3 Obesidade Obesidade grave EZ> +2 Sobrepeso Obesidade EZ> +1 Risco de sobrepeso Sobrepeso +1 <EZ< -1 Eutrófico Eutrófico EZ< -2 Magreza Magreza EZ< -3 Magreza acentuada Magreza acentuada 172 Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Você é o médico de uma Unidade Básica de Saúde e irá atender pela primeira vez um lactente de 4 meses de idade trazido em consulta pela sua mãe. Tarefa 01: Realize o atendimento. Orientações à Atriz: • Se o candidato questionar, era fornecido o seguinte histórico gestacional: G1P1A0 • Quanto aos dados do pré-natal, se solicitados, a atriz relatava que Puericultura 173 realizou adequadamente. Se questionadas intercorrências na gestação, a atriz negava. Além disso, negava intercorrências no momento do parto. Todas essas respostas eram fornecidas apenas se questionadas. • Durante anamnese da criança, quando questionado sobre o histórico alimentar, a mãe refere que ele está só no peito. Nega dificuldade para amamentar, mas diz que estava pensando em começar a dar leite de vaca porque iria voltar a trabalhar. Orientações ao Examinador: • Ao questionar se a mãe havia trazido a caderneta da criança, o examinador entrega uma folha com o histórico vacinal, disponível nas próximas páginas. • Caso o candidato solicitasse o exame físico, o examinador informaria peso e comprimento ideais. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 174 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre a história gestacional? Questiona dados do pré-natal? Questiona sobre intercorrências na gestação? Questiona intercorrências no parto? Questiona intercorrências no período neonatal? Solicita caderneta de saúde da criança? Informa que a vacinação está em atraso? Indica vacinação de Pentavalente? Indica vacinação de Pneumocócica-10? Indica vacinação de Anti Poliomielite (VIP)? Indica vacinação de Meningocócica-C? Contra-indica a vacinação de contra rotavírus? Questiona sobre história alimentar? Checklist 175 Demonstra conhecimento sobre as vantagens do aleitamento materno exclusivo? (proteção imunológica, menor tempo de esvaziamento gástrico, maior vínculo mãe-bebê, etc) Orienta ordenha de leite materno para fornecer no período do trabalho? Orienta formas corretas de armazenamento do leite materno? (12 horas na geladeira ou 15 dias no congelador) Questiona dúvidas da mãe e verifica se mãe compreendeu as orientações? Debriefing É muito fácil se perder no tempo durante uma estação prática de puericultura, por isso, a grande dica é você considerar primeiro a duração da sua prova! Sendo uma estação longa, de atendimento, o ideal é seguir os pontos-chave do atendimento de puericultura. Vamos relembrar quais são eles? • Identificação • Anamnese gestacional • Anamnese pré-natal e parto • Anamnese da criança: • Queixas e dúvidas • Amamentação e alimentação • Crescimento e desenvolvimento • Calendário vacinal • Prevenção de acidentes • Programação de puericultura Já a prova de curta duração, se atente aos pontos mais recorrentes em prova para não deixar passar: amamentação, introdução alimentar e calendário vacinal! Em relação à vacinação dessa estação, o ponto principal é relembrar quais 176 as contra-indicações da vacina de rotavírus. Essa vacina não deve, de forma alguma, ser aplicada fora dos seguintes prazos estabelecidos: primeira dose até os 3 meses e 15 dias e a segunda dose somente se a primeira dose foi realizada e com limite máximo aos 7 meses e 29 dias! Vamos relembrar o calendário vacinal com as atualizações do PNI 2020? Idade Vacinas Ao nascimento BCG e Hepatite B. 2 meses Pentavalente (DTP + HiB + Hepatite B), Pneumocócica-10, Poliomielite (VIP) e Rotavírus. 3 meses Meningocócica-C. 4 meses Igual aos dois meses. • Segunda dose de Rotavírus: recomendada apenas até os 7 meses e 29 dias e se a primeira dose foi realizada até os 3 meses e 15 dias de vida. 5 meses 2ª dose de Meningocócica-C. 6 meses Pentavalente (DTP + HiB + Hepatite B) e Poliomielite (VIP). 9 meses Febre Amarela 12 meses Tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba), Meningocócica-C, Pneumocócica-10. 15 meses Hepatite A, DTP, Poliomielite (VOP), Tetraviral (SCR + Varicela). 4 anos DTP, Poliomielite (VOP), Varicela e Febre amarela. Adolescente HPV (meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos) e Meningocócica-ACWY (entre 11 e 12 anos). 177 Tema: Celulite Orbitária Caiu em: UFES 2020 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Criança de 8 anos com história de febre arrastada e que passou a apresentar há 01 dia edema palpebral, vermelhidão e secreção purulenta em olho esquerdo. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual a principal hipótese diagnóstica? Tarefa 03: Qual a principal causa da complicação que o paciente apresenta? Tarefa 04: Qual sua conduta para o caso? Celulite Orbitária 178 Orientações à Atriz: • Quando questionada, a mãe informava que a criança iniciou quadro há 5 dias, no início apresentando coriza nasal, nariz entupido, sem cefaleia. • Relata presença de febre de 39OC há 3 dias. • Diz que procurou médico há 2 dias e já estava fazendo uso de amoxicilina- clavulanato, porém relata persistência de febre e início de quadro ocular. • Mãe relata, quando indagada, que filho se queixa de dor à movimentação ocular, que tem saído secreção amarelada de olho, além de achar que está inchado e muito vermelho. Relata que achou o olho "mais pra frente". Nega fotofobia. • Durante todo atendimento a mãe se apresenta bastante preocupada e ansiosa, com medo do filho perder a visão. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicite realização do exame físico, o examinador fornece a seguinte imagem: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://eshoje.com.br/celulite-orbitaria-em-criancas-e- emergencia-medica-veja-como-prevenir/ (foto de olho hiperemiado, edema conjuntival à esquerda) 179 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona início do quadro? Questiona sintomas de obstrução nasal e/ou cefaleia? Questiona duração de febre? Questiona dor à movimentação ocular? Questiona presença de secreção purulenta? Questiona presença de edema conjuntival? Questiona presença de proptose? Questiona presença de fotofobia? Questiona uso de medicamentos? Indica realização de exame físico? Tarefa 02 Indica diagnóstico de celulite orbitária? Tarefa 03 Indica sinusite bacteriana como principal causa de complicação que o paciente apresenta? Checklist 180 Tarefa 04 Indica internação hospitalar? Indica antibioticoterapia endovenosa com penicilina ou outro antibiótico de mesmo espectro? Indica analgesia e antitérmico? Acolhe e conforta queixasda mãe? Debriefing Estação com grau de dificuldade alto por apresentar anamnese específica com grande pontuação no check-list. Além disso, pode ser comum confundir o quadro ocular com celulite periorbitária ou quadro de conjuntivite. Para não deixar essa estação passar, vamos relembrar que diante de um quadro ocular, precisamos realizar a anamnese direcionada afastando sinais e sintomas de maior gravidade, combinado? A hiperemia é sinal pouco específico, presente frequentemente em conjuntivite, celulite periorbitária e orbitária. Já a presença de dor à movimentação ocular, proptose e edema conjuntival (quemose) são altamente sugestivos de acometimento ocular pós-septal, que é justamente o que define a celulite orbitária. Não devemos confundir esse quadro que é grave e necessidade de tratamento intra-hospitalar com a celulite periorbitária. Esta apresenta acometimento pré-septal, ou seja, de partes moles e pele, em que o globo ocular é preservado! Para você dominar esse assunto, é importante lembrar que a causa de celulite orbitária mais comum na infância é a sinusite etmoidal! 181 Tema: Varicela Caiu em: UFG 2020 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Mãe leva seu filho de 2 anos ao pronto-socorro, com queixa de estar apresentando rash vesicular pruriginoso de distribuição centrípeta, com lesões em diferentes fases de evolução associado à febre baixa não aferida, iniciado há 3 dias. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual sua hipótese diagnóstica? Tarefa 03: Dê as orientações pertinentes para a mãe. Varicela 182 Orientações à Atriz: • Quando indagada, mãe relata início do quadro há 3 dias, com lesões vesiculares em tronco e que depois apareceram outras crostosas. Relata prurido intenso, atrapalhar criança a dormir. • Caso questionado, mãe relata que começou por conta própria AAS e prednisolona após ler na internet que seriam eficazes para reduzir a febre. • Caso o candidato orientasse afastamento da escola, a mãe questionava quando ele poderia retornar. • A atriz questionava quanto à vacinação para o irmão de 4 anos e a irmã caçula de 6 meses. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicitasse a realização do exame físico, o examinador forneceria a seguinte imagem: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://www.clinicabiblica.com/es/pacientes/noticias/1552-la-varicela-es-una-infeccion-viral (foto de criança com lesões papulares, crostosas e vesiculares 183 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre início do quadro? Questiona uso de medicamentos? Indica realização de exame físico? Tarefa 02 Indica o diagnóstico de varicela? Tarefa 03 Orienta que se trata de uma doença contagiosa? Orienta suspensão de AAS e prednisolona? Indica precaução de contato (escola e contactantes familiares)? Orienta retorno para a escola quando lesões estiverem secas ou crostosas? Recomenda vacinação contra a varicela para a irmão até o 5o dia do contato? Não recomenda vacinação contra a varicela para a irmã caçula de 6 meses? Orientou sobre a importância da vacinação de uma forma geral? Checklist 184 Debriefing A varicela ou catapora é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna, que se caracteriza por um exantema papulovesicular de distribuição centrípeta (cabeça e tronco) e com polimorfismo das lesões (mácula, pápula, vesícula e crosta). Em recém-nascidos e crianças com comprometimento imunológico, o quadro pode ser mais grave e potencialmente fatal, em virtude do comprometimento visceral da doença. Já em adolescentes e adultos, assim como nos imunodeprimidos, a varicela pode evoluir com complicações, principalmente respiratórias. Na imagem fornecida pelo examinador, observamos que o exantema é caracteristicamente centrípeto, com menor acometimento das extremidades. As lesões iniciais são máculas eritematosas que evoluem em 8 a 48 horas, progredindo para vesículas e crostas. O prurido é um sintoma característico e pode ser intenso e desconfortável, impedindo o repouso do paciente. A varicela possui evolução clinica de menor gravidade em crianças saudáveis, possuindo um alto índice de complicações em grupos de risco, como neoplasias, imunocomprometidos, gestantes e recém-nascidos. Dessa forma o uso de corticosteróides no quadro de varicela deve ser contraindicado. Além disso, o uso de ácido acetilsalicílico em quadros de varicela também deve ser contraindicado. O AAS predispõe ao risco de desenvolver síndrome de Reye, que é uma encefalopatia aguda não inflamatória associada à degeneração gordurosa hepática. A vacina contra varicela é recomendada para toda pessoa suscetível com mais de 12 meses de idade e que não apresente contraindicações para seu uso. Pode ser administrada em pessoas imunocompetentes suscetíveis em até 5 dias (preferencialmente 3 dias) após contato com um caso de varicela ou outro tipo de exposição ao VVZ, com grande probabilidade de prevenção ou diminuição da gravidade da doença. São consideradas suscetíveis as pessoas sem referência de ter tido a doença (diagnóstico clínico ou informação verbal) ou que não foram vacinadas. 185 Se uma situação epidemiológica (surto, epidemia, exposição intra-domiciliar ou em creche) justificar a utilização em crianças com menos de 12 meses, a primeira dose da vacina pode ser administrada a partir de 9 meses de idade, mas essa dose não é considerada imunogênica, pela possibilidade de interferência de anticorpos maternos. Uma segunda dose da vacina deve ser administrada 3 meses após a primeira dose. Esse intervalo não deve ser inferior a 4 semanas em nenhuma circunstância. 186 Tema: Anemia Falciforme Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Miguel, 12 anos, portador de doença falciforme, fenótipo SS. Vem trazido pela mãe que refere que paciente iniciou quadro de coriza e tosse há 3 dias, hoje de madrugada iniciou quadro de dor intensa em membro inferior direito, em joelho, com irradiação para quadril, com piora a deambulação, fazendo uso de dipirona de 6 em 6 horas, com pouca melhora. Nega febre, desconforto respiratório ou outros sintomas, refere uso adequado das medicações. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual quadro clínico é representado pela imagem abaixo? Anemia Falciforme 187 Tarefa 03: Qual a hipótese diagnóstica mais provável para a dor do paciente? Tarefa 04: Existe necessidade de investigação complementar para esse paciente? Se sim, quais exames você gostaria de solicitar? Tarefa 05: Qual sua conduta terapêutica para o quadro atual? Orientações à Atriz: • Quando indagada, mãe relata que paciente sempre tem crises de dor com procura de pronto-socorro. A última vez foi há 5 meses com necessidade de internação hospitalar. • Relata que quadro começou desde quando paciente tinha 6 meses, quando apresentou as mãos muito inchadas. Mãe conta que foi muito assustador, porque ele chorava muito. Diz que tem foto de como as mãos ficaram e mostra para o candidato a imagem abaixo. http://www.mppe.mp.br/mppe/files/GT-Racismo/39-Informativo_GT-Racismo_n_39.pdf (imagem de dactilite) • Mãe relata que paciente está em uso de Hidroxiureia desde os 2 anos. 188 Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicitasse o exame físico, o examinador forneceria a seguinte descrição: Ao exame: REG, descorado ++/4+, hidratado, anictérico, acianótico, afebril, SatO2 95%, FC: 132; FR: 29; PA: 98x71 Cardiovascular: 2BRNF, sem sopros. Pulmonar: MV+, simétrico, sem RA, sem sinais de desconforto respiratório. Abdome: Globoso, flácido, RHA+ sem massas ou dor à palpação abdominal. Membros: sem edemas, pulsos presentes e simétricos, com limitação a mobilização passiva e ativa de joelhoe articulação coxo-femoral a direita. Otoscopia e oroscopia: sem alterações. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona sobre frequência de crises álgicas? Questiona sobre última procura de pronto-socorro? Questiona sobre passado de crises álgicas? Checklist 189 Questiona uso de medicamentos para doença falciforme? Tarefa 02 Menciona quadro de dactilite / crise vaso-oclusiva? Tarefa 03 Menciona crise álgica ou crise vaso-oclusiva? Tarefa 04 Indica necessidade de solicitar exames adicionais? Solicita Hemograma, PCR, hemocultura? Solicita tipagem sanguínea? Solicita ureia, creatinina e Urina tipo 1 (EAS)? Solicita radiografia de tórax? Tarefa 05 Indica internação hospitalar? Indica analgesia com opióide (morfina)? Indica analgesia com analgésico comum de horário? Indica hidratação venosa com cristalóide conforme tolerância? 190 Debriefing A crise vaso-oclusiva é a principal manifestação da doença falciforme, sendo mais frequente e grave no paciente SS ou Sb0. Usualmente começa a aumentar de intensidade e frequência aos 6 meses de idade, quando os níveis de hemoglobina fetal se reduzem e o nível de hemoglobina S aumentam. É a principal causa de hospitalização e atendimento de urgência na doença falciforme. A manifestação inicial das crises vaso-oclusivas pode aparecer como dactilite, usualmente em crianças até 6 meses de idade, que consiste em dor, edema e hiperemia em dedos. O uso de hidroxiureia é recomendado para crianças com quadro vaso-oclusivo de repetição. A hidroxiureia diminui a produção de HbS e aumenta a produção de HbF, reduzindo o percentual dessa primeira a níveis menores e, assim, reduzindo a falcização. Usualmente, o diagnóstico de crise vaso-oclusiva é clínico, não dependendo de exames complementares para estabelecer o diagnóstico ou iniciar o tratamento adequado. Os exames complementares estão indicados para investigar causas precipitantes, sendo as infecções as mais comuns. O hemograma também pode ser de grande auxílio na investigação complementar para determinar o nível de Hb, que pode estar reduzido nos fenômenos vaso-oclusivos, além de fazer parte da investigação infecciosa, junto com o PCR. O exame sumário de urina (urina tipo 1) e função renal também estão indicados, pois alterações de função renal ou sinais de proteinúria em qualquer nível contra-indicam o uso de AINEs no tratamento do quadro álgico. Exames de imagem usualmente não são necessários num primeiro momento dos quadro de dor em membros, porém devem ser considerados se o paciente apresentar febre ou indícios de infecção em exames complementares, para a investigação de osteomielite. A radiografia de tórax pode ser solicitada para descartar a dúvida diagnóstica com síndrome torácica aguda. Esse paciente deve ser tratado com prioridade no serviço de urgência, 191 devido ao grande desconforto provocado por dor intensa, sendo que existem evidências de que o tempo para o início do tratamento influencia na resposta às medidas terapêuticas, pois o quadro álgico e o estresse persistentes levam a um aumento da falcização. Todo quadro álgico necessita de tratamento medicamentoso, sendo que os quadros leves podem ser tratados com analgésicos comuns e AINEs (se não houver contraindicação dos últimos). Quadros moderados ou graves indicam internação hospitalar e tratamento com opioides, sendo o mais utilizado a própria morfina, na dose inicial de 0,05 a 0,1 mg/kg/dose de 4/4 horas, sendo que as doses podem ser aumentadas a depender da resposta clínica do paciente. Os quadro álgicos normalmente são muito intensos, sendo que a dor não deve ser subestimada e o tratamento com opióides, quando indicado, não deve ser postergado. Existem evidências também que o uso de analgésico comum de horário, associado aos opióides, têm efeito sinérgico e estão relacionados a um melhor controle da dor, estando indicados numa abordagem inicial. 192 Tema: Crupe Viral Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Larissa, 7 anos, é trazida pela mãe ao pronto-socorro em que você trabalha com queixa de tosse e rouquidão. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual sua hipótese diagnóstica? Tarefa 03: Como você classificaria o quadro clínico atual de acordo com sua hipótese diagnóstica? Tarefa 04: Qual sua conduta terapêutica? Crupe Viral 193 Tarefa 05: Caso fosse solicitado exame de imagem como na figura abaixo, qual achado radiológico você esperaria encontrar? Orientações à Atriz: • Quando questionada, mãe refere início do quadro com tosse seca e febre não aferida há 3 dias, porém que percebeu piora nas últimas 12 horas com "tosse de cachorro e um barulho estranho quando respira". Mãe relata que ofereceu um chá de limão para a filha, mas que não melhorou. • Quando questionada, mãe nega presença de calafrios ou sudorese. Nega uso de medicações para a febre. • Caso questionado, mãe nega comorbidades. Orientações ao Examinador: • Caso o candidato solicitasse o exame físico, eram fornecidos os seguintes dados: REG, lúcida e orientada, corada, hidratada, anictérica, acianótica, eupneica, SatO2 em ar ambiente: 96%. Oroscopia: hiperemia de orofaringe. Ausência de adenopatias. Respiratório: expansibilidade normal, leve tiragem intercostal, estridor em repouso, timpanismo a percussão, MV+. FR: 25 irpm Cardiovascular: RCR em 2T, BNF, ausência de sopros. FC: 90bpm Abdome: globoso, flácido, indolor à palpação, ausência de VMG. Extremidades: bem perfundidas, sem edema, pulsos amplos. 194 • Durante a Tarefa 05 o examinador forneceria a seguinte imagem radiológica para o candidato: TÉRMINO DA ESTAÇÃO https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0a/ Wikipedia_article_in_VisualEditor_2018-02-12.png (radiografia com sinal da torre - crupe viral) Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico e acolhe paciente? Questiona tempo de início do quadro? Questiona característica da tosse? (pelo menos dois itens: início, duração, intensidade, secretiva ou seca, fatores de alívio e exacerbação) Questiona sobre febre? (pelo menos dois itens: tempo de instalação, se verificada em termômetro, se associado a calafrios, sudorese, ou se uso de medicações) Checklist 195 Questiona presença de comorbidades? Indica realização de exame físico? Tarefa 02 Indica diagnóstico de laringite viral ou crupe viral? Não solicita exames complementares? Tarefa 03 Classifica quadro como laringite viral moderada? (estridor em repouso sem alteração de nível de consciência) Tarefa 04 Indica uso de corticóide oral? Orienta necessidade de observação por 4-6 horas? Orienta à família a necessidade de minimizar eventos estressores para criança (manter em colo dos pais, por exemplo)? Tarefa 05 Indica sinal da torre ou edema de mucosa com restrição de luz traqueal? Debriefing O diagnóstico da laringite viral (ou crupe viral) é clínico, baseado na presença dos seguintes sintomas: tosse estridulosa, acompanhada ou não de rouquidão, estridor inspiratório, dispnéia, salivação e guinchos inspiratórios. 196 A crupe viral pode ser classificada em leve, moderada ou grave. Sendo a classificação baseada em sinais e sintomas a seguir: • Leve: tosse estridulosa, SEM estridor inspiratório em repouso, sem ou leve tiragem intercostal/supraesternal; • Moderada: estridor em repouso, pouca ou nenhuma agitação; • Grave: estridores expiratórios ou pouco audíveis, agitação ou letargia associado a confusão mental, rebaixamento de nível de consciência e cianose. O tratamento da laringite é realizado com corticosteroides, sendo a dexametasona a droga de escolha. A via de escolha deve ser a menos invasiva possível. A budesonida inalatória é uma opção se a criança estiver com vômitos, recusando a dexametasona oral. A inalação com adrenalinaé um recurso emergencial para pacientes com laringite grave. Seu efeito é imediato e tem duração máxima de duas horas. Nesse sentido, é preciso observar o paciente pelo risco de efeito rebote da medicação. O oxigênio deve ser fornecido apenas para pacientes hipoxêmicos (SatO2 < 92%). A internação do paciente com crupe leve/moderada deve ser indicada no contexto de refratariedade ao tratamento em urgência, mantendo estridor em repouso ou mantendo tiragens de fúrcula e intercostal. 197 Tema: Maus Tratos Caiu em: UNIFESP 2020 / HIAE 2018 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro com um manequim compatível com criança de 4 anos Início da Estação Caso Clínico: Menina, 4 anos de idade, vem trazida ao pronto-atendimento por sua tia, com queixa de dor e inchaço na coxa direita há 1 dia. A mãe da menina disse à tia que a criança brigou com o irmão de 3 anos e foi atingida por um cabo de vassoura. A tia não presenciou o ocorrido, mas como a menina está chorosa e não quer sair da cama, decidiu trazê-la para ser examinada. Tarefa 01: Faça o exame físico direcionado à queixa e descreva os seus achados. Tarefa 02: Elabore a hipótese diagnóstica e justifique. Maus Tratos 198 Tarefa 03: Solicite exames para investigação diagnóstica e interprete os resultados. Tarefa 04: Cite as condutas indicadas para essa paciente e informe a acompanhante. Orientações à Atriz: • Durante a anamnese, a tia se omitia em todos os questionamentos com "não sei" ou "não estava presente". Orientações ao Examinador: • Caso o candidato ao examinar o paciente realizasse a exposição completa do paciente, eram observadas no manequim diversas lesões contusas em variados estágios de evolução. A principal estava na coxa, porém também havia lesões no tórax e dorso. • Caso o candidato solicitasse exames para investigação, era entregue a seguinte radiografia da coxa com fratura em espiral do fêmur associada a calo ósseo. https://images.app.goo.gl/H3q6VipfuQUs2ZCS7 199 TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Tirou as roupas da paciente? Examinou o dorso da paciente? Descreveu hematomas/equimoses em vários estágios de evolução? Descreveu hematomas/equimoses em locais atípicos? Tarefa 02 Fez diagnóstico de abuso físico / violência física / maus tratos? Justificou a hipótese pela história? Justificou a hipótese pelas características das lesões? Tarefa 03 Solicitou radiografia? Solicitou hemograma? Solicitou coagulograma? Interpretou corretamente a radiografia? Checklist 200 Tarefa 04 Indicou internação? Informou a tia sobre a necessidade da internação? Justificou para a tia o motivo da internação? Informou a tia que o caso será notificado ao Conselho Tutelar / Vara da infância? Mencionou a necessidade de notificar o caso à Vigilância Epidemiológica? Debriefing De acordo com a Academia Americana de Pediatria (AAP), a identificação da violência física pode ser dificultada pelos seguintes fatores: é incomum haver testemunhas; os perpetradores dificilmente admitem suas ações; as vítimas frequentemente são pré-verbais ou estão muito machucadas ou assustadas para revelar o abuso; e as lesões podem ser inespecíficas. Por isso, é importante obter na anamnese informações sobre o ambiente em que a criança vive e estar atento ao histórico discrepante, como a incompatibilidade de informações relatadas e achados no exame físico. Alguns indicadores de violência na criança podem ser encontrados abaixo: • Introspecção, timidez e passividade exageradas; • Incompatibilidade entre dados do histórico e achados clínicos; • Omissão total ou parcial do histórico de trauma; • Informantes que mudam o histórico a cada vez que fornecem dados; • Demora inexplicável na procura de recursos médicos na presença de trauma evidente; • Crianças maiores que não querem relatar o que aconteceu, com medo de represálias; • Histórico de outras violências na família; 201 Além disso, deve-se atentar para a inspeção e exposição do paciente. A pele costuma ser a região acometida com maior frequência, podendo aparecer hematomas, escoriações e queimaduras. Deve-se prestar atenção especial quando houver hematomas no dorso, nas nádegas, na região genital e no dorso das mãos, já que esses são locais menos frequentes de lesões acidentais. Também se deve considerar suspeita de maus tratos quando as lesões se encontram em fases distintas de evolução, sugerindo traumas repetitivos. Em relação aos exames de investigação, deve ser solicitado hemograma com plaquetas e coagulograma para avaliar distúrbios hemorrágicos e possíveis complicações e radiografia de corpo inteiro para menores de 2 anos e de áreas suspeitas para maiores de 2 anos. A tomografia de crânio e fundo de olho devem ser solicitadas quando há suspeita de síndrome do bebê sacudido, na busca de de hemorragias. Lembre-se que são necessários dois tipos de notificação nos casos de maus tratos: uma para vigilância epidemiológica e outra para o conselho tutelar! 202 Tema: Acidente Escorpiônico Caiu em: USP-RP 2020 / USP SP 2020 Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Lactente de 8 meses chega no colo da mãe ao pronto-socorro, após ser encontrado no berço pela mãe sem reação, há 30 minutos. Exame físico: Ectoscopia: mau estado geral, sonolento, hipotônico, sudoreico, cianose de extremidades. Neurológico: Pupilas midriáticas, fotorreagentes. ACV: RCR 2T BNF sem sopros; presença de TJP; FC = 170 bpm; PA = 110 x 84mmHg; TEC = 4s. AR: MV+ com estertores crepitantes bilateralmente; SatO2 = 98%; FR: 52 irpm. Abdome: Flácido, peristáltico, sem massas ou visceromegalias. Membros: Sem edemas, panturrilhas livres. Acidente Escorpiônico 203 Exames laboratoriais disponíveis: • HGT = 358 • Leucograma = 20.100 sem desvio à esquerda • Potássio = 2,3 • Gasometria e outros exames indisponíveis Tarefa 01: Converse com a mãe sobre a gravidade do caso e os passos subsequentes. Orientações à Atriz: • Ao questionada sobre lesões de pele ou possibilidade de ingestão de alguma medicação, a atriz deveria dizer que não. • A atriz deve responder somente a perguntas específicas. Caso o candidato questionar se a mãe viu algum bicho na casa a atriz deve responder que não. Porém, se o candidato perguntar especificamente se a mãe viu um escorpião, a atriz deve responder "SIM". Orientações ao Examinador: • Demais exames eram indisponíveis. • Caso o candidato pergunte sobre alterações de genitália ou teste do pezinho ou alterações neonatais, o examinador responderia como tudo dentro da normalidade. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 204 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e definiu-se como médico? Questionou sobre ingestão acidental e/ou proposital de medicamentos. Questionou sobre comorbidades. Questionou sobre vômitos. Questionou sobre engasgos. Questionou especificamente sobre escorpião. Questionou e/ou buscou lesões na pele. Foi cordial e ofereceu medidas de conforto para a mãe. Informou sobre gravidade do caso, mencionando possibilidade de óbito. Indicou acidente escorpiônico como principal hipótese diagnóstica. Classificou acidente como grave. Indicou internação. Prescreveu soro antiescorpiônico ou antiaracnídico. Prescreveu analgesia. Checklist 205 Debriefing Entre os acidentes por animais peçonhentos, podemos caracterizar o escorpionismo como o mais comum em áreas com expansão urbana (estima- se em 3 casos/100.000 habitantes, com cerca de 8.000 acidentes/ano). Cerca de 50% dos casos ocorrem em São Paulo e Minas Gerais. E, por isso, o tema é recorrente em provas práticas e teóricas de grandes bancas do interior de São Paulo, como USP-RP, UNICAMP, UNESP e FAMERP. Os acidentes por aranha e escorpião possuem apresentações clínicas semelhantes, devido mesmo mecanismo de ação celularcom ativação de canais de sódio, produzindo despolarização das terminações nervosas pós-ganglionares, com liberação de catecolaminas e acetilcolina. Estes mediadores determinam o aparecimento de manifestações orgânicas decorrentes dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos. Já o acidente ofídico (cobras) diferencia-se por ter apresentação em áreas rurais, com predominância de sinais parassimpáticos, nefrotoxicidade, neurotoxicidade e, eventualmente, distúrbios de coagulação. O desbalanço entre os sistemas nervosos simpático e parassimpático é o responsável pelas formas graves do escorpionismo que se manifestam inicialmente com sudorese profusa, agitação psicomotora, hipertensão e taquicardia. Podem se seguir alternadamente com manifestações de excitação vagal ou colinérgica, nos quais sonolência, náuseas e vômitos constituem sinais premonitórios de evolução para gravidade e conseqüente indicação de soroterapia. Em caso de crianças, principalmente se a picada for por T. serrulatus, a presença de náuseas e vômitos requer o encaminhamento imediato a um serviço de saúde, para que a soroterapia seja instituída o mais rapidamente possível, dada a rápida progressão do envenenamento. Com base nas manifestações clínicas, os acidentes podem ser inicialmente classificados como: 206 Classificação Manifestações clínicas Soroterapia Leve Dor e parestesias locais Não indicada Moderado Dor local intensa associada a uma ou mais manifestações, como náuseas, vômitos, sudorese e sialorreia discretos, agitação, taquipneia e taquicardia 2 a 3 EV Grave Além das citadas na forma moderada, presença de uma ou mais das seguintes manifestações: vômitos profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorreia intensa, prostração, convulsão, coma, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar agudo e choque 4 a 6 EV 207 Tema: Reanimação Neonatal Caiu em: UNESP 2019 / UFPR 2018 / UNIFESP 2018 / HSL 2018 / SCMSP 2016 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 10 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em sala de parto com um boneco compatível com recém nascido e dois berços na sala (um aquecido e outro sem fonte de calor) Início da Estação Caso Clínico: Você é o pediatra de plantão e foi chamado para realizar assistência em um parto vaginal de mãe com pré-natal adequado. Tarefa 01: Solicite as informações que você gostaria de saber para iniciar o atendimento e prossiga com a assistência ao parto. Orientações ao Examinador: • Caso questionado, o examinador responderia que a gestação é de termo Reanimação Neonatal 208 (maior que 37 semanas), que o bebê está com respiração irregular e tônus fraco. • Caso questionado frequência cardíaca e padrão respiratório após os passos iniciais, o examinador forneceria o dado de FC<100 bpm e respiração irregular. • Caso o candidato mencionasse monitorização, o examinador consideraria monitorizado. • Caso questionado frequência cardíaca e padrão respiratório novamente, independente da medida efetuada pelo candidato diante de dados anteriores, o examinador forneceria o dado de FC<100 bpm e respiração irregular. • Independente das medidas efetuadas pelo candidato, caso ele solicite novamente FC e padrão respiratório, o examinador forneceria FC<60bpm. • Caso o candidato mencionasse reanimação cardiopulmonar da maneira correta e indicasse adrenalina endovenosa ou via traqueal, o examinador consideraria que o paciente retornou à FC>100bpm e padrão respiratório regular. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Questionou se o RN é termo, prematuro ou pós-termo? Questionou se RN está respirando ou chorando? Questionou se o RN apresenta bom tônus? Indicou clampeamento precoce de cordão umbilical? Checklist 209 Posicionou-se na cabeceira de berço? Escolheu incubadora com fonte de calor? Posicionou cabeça de RN? Mencionou, se necessário, aspirar primeiramente a boca e depois narinas? Secou e estimulou RN? Avaliou FC e respiração? Solicitou oximetria em membro superior direito e monitorização cardíaca? Iniciou VPP com bolsa-válvula-máscara no primeiro minuto de vida? Iniciou VPP com oferta de O2 a 21% (ar ambiente)? Realizou VPP com técnica correta (C e E adequada)? Indicou frequência adequada de ventilação (40-60/min) ou "aperta/solta/solta"? Reavaliou FC e respiração novamente? Indicou checar técnica de ventilação adequada? Realizou segundo ciclo de VPP com técnica correta? Reavaliou FC e respiração novamente? Indicou intubação orotraqueal? Indicou massagem cardíaca na frequência 3 compressões para 1 ventilação? Indicou oxigênio suplementar a 100%? 210 Considerou cateterismo venoso? Reavaliou FC e respiração novamente? Indicou adrenalina EV ou via traqueal? Debriefing Pessoal, em toda prova de fluxograma é preciso mencionar para o examinador cada passo que você dá! Desde o que até a descrição de como a atividade será realizada. Se vai indicar Ventilação com pressão positiva, é preciso indicar com qual fração de oxigênio e descrever a técnica correta de ventilação. Não deixe de conquistar seus pontos no check-list porque está realizando tudo corretamente. É preciso garantir para o examinador que você sabe o que está fazendo, beleza? Partindo desse conhecimento de prova prática, devemos conduzir o fluxograma de reanimação neonatal corretamente. Na sala de parto, depois de checar todo material, a primeira decisão é definir o momento de clampeamento do cordão umbilical. Para isso, é preciso responder a três perguntas: • Bebê a termo? • Respirando ou chorando? • Tônus adequado? Se as respostas para TODAS forem sim: o clampeamento de cordão deve ser entre 1 a 3 minutos e o recém-nascido deve ser conduzido à mãe. Se uma das respostas for não, o recém-nascido deve receber a assistência neonatal: Aquecer; Posicionar; Aspirar se necessário; Secar. Tudo isso em 30 segundos! Na sequência, deve-se avaliar a frequência cardíaca com estetoscópio no precórdio e o padrão respiratório do RN (não é frequência). Se FC<100 bpm ou apneia ou respiração irregular, devemos iniciar a ventilação com pressão 211 positiva (VPP) por 30 segundos. Caso o RN seja a termo, devemos iniciar com FiO2 a 21% e, se for prematuro, a 30%! Tudo isso deve ser realizado em 1 minuto: o minuto de ouro! Caso o RN persista com FC <100 bpm ou padrão respiratório irregular, devemos checar a técnica de ventilação e realizar VPP por mais 30 segundos! Caso apresente FC <60 bpm, deve-se iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar com realização de IOT e relação de 3 compressões torácicas para 1 ventilação. A adrenalina na PCR neonatal deve ser realizada preferencialmente pela via intravenosa, porém existe a possibilidade de realizar UMA dose via endotraqueal, através do tubo de IOT, até que seja estabelecida a cateterização no RN. Observações para você não comer bola na prova: • Se for aspirar, primeiro deve ser a boca e depois narinas; • Não secar RN com menos de 34 semanas; • FC deve ser avaliada no precórdio por 6 segundos. 212 Tema: Puberdade Precoce Caiu em: USP-RP 2018 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Mãe traz sua filha de 7 anos em consulta em Unidade Básica de Saúde com dúvidas sobre o desenvolvimento e crescimento. Tarefa 01: Realize o atendimento. Tarefa 02: Classifique o estágio puberal da paciente. Tarefa 03: Qual a principal hipótese e quais exames você solicitaria para iniciar a investigação? Puberdade Precoce 213 Orientações à Atriz: • Durante o atendimento, a mãe diz que está preocupada com a filha que está com apenas 7 anos e já começou a apresentar crescimento de mamas. • A mãe negava outras comorbidades ou quaisquer outros sintomas. Orientações ao Examinador: • Quando solicitado exame físico, o examinador forneceria a seguinte imagem: (imagem de telarca precoce) https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1646343914000625(imagem genitália com pilificação fina) http://repocursos.unasus.ufma.br/atencaobasica_20152/modulo_9/und1/13.html 214 • Após fornecimento das imagens, o examinador forneceria a tarefa de número 02. • Quando solicitado parâmetros de crescimento e estatura, o examinador forneceria os seguintes dados: • Velocidade de crescimento 8 cm/ano. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e definiu-se como médico? Questiona a presença de comorbidades? Questiona a presença de outros sintomas? Indica realização de exame físico? Indica aumento de broto mamário e mama? Indica ausência de pilificação? Solicita caderneta da criança / estatura do paciente / velocidade de crescimento? Indica pico de crescimento / estirão? Tarefa 02 Classifica o estágio puberal corretamente (M3 e P2)? Checklist 215 Tarefa 03 Indica Puberdade Precoce? Indica provável puberdade precoce central ou verdadeira (mais comum)? Indica realização de Radiografia para idade óssea? Indica realização de FSH e LH? Orienta e acolhe mãe de maneira adequada e empática? Debriefing Estação direta e sem rodeios, para prosseguir o candidato deveria dominar o assunto de puberdade precoce! Vamos revisar os principais pontos dessa estação? Para começarmos, vamos relembrar da classificação de Tanner para a avaliação puberal. Em pacientes do sexo feminino, definimos através do crescimento da mama e estágio de pilificação da genitália, conforme a seguir: Mama Pilificação M1: padrão infantil, pré-puberal. P1: padrão infantil, pré-puberal. M2: Telarca - presença de broto mamário subareolar e é o marcador do início do desenvolvimento puberal feminino. Esse início deve acontecer entre 8 a 13 anos, sendo fora dessa faixa etária considerado puberdade precoce ou atraso puberal. P2: Pubarca com pelo fino, mais escuro e na região de grandes lábios. Geralmente ocorre de 6 a 12 meses após a telarca. 216 M3: Aumento de mama e aréola. Associa-se ao pico de crescimento (estirão) - crescimento de 8-9 cm/ano P3: Pêlos em sínfise púbica, mais grosso e encaracolado. M4: Mama com duplo contorno e aumento de volume. P4: Pêlos com mesma distribuição, porém em maior quantidade. M5: Mama madura P5: Pêlos avançam para área de raiz de coxas. A apresentação mais comum de puberdade precoce no sexo feminino é a de etiologia Central ou Verdadeira. É dependente do estímulo de GnRH, aumento de FSH e LH e apresenta-se, principalmente, quando o desenvolvimento puberal se correlaciona com a fase de estirão e não está associada a outros sintomas. Os exames iniciais para seguimento devem ser a realização de idade óssea e dosagem de FSH e LH. A ressonância magnética de região de sela túrcica pode ser realizada na investigação de meninos com puberdade central ou meninas menores de 6 anos ou com alterações neurológicas associadas. Já o USG pélvico também pode ser realizado na dúvida diagnóstica e pesquisa de tumores gonadais. 217 Tema: Puericultura Caiu em: CERMAM 2019 / EMESCAM 2018 / UNESP 2018 / UNICAMP 2017 / USP-RP 2017 / UFPR 2015 Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em Unidade Básica de Saúde Início da Estação Caso Clínico: Mãe traz filho de 14 meses para consulta em pronto-socorro com queixa de coriza nasal e tosse há 2 dias. Durante o atendimento, você solicita a carteira de vacinação e verifica o seguinte: Puericultura Hepatite B BCG Polio VIP Rotavírus Penta (DTP+Hib +Hep B) Pneumo 10 Meningo C Febre Amarela Tríplice viral SCR Hepatite A Influenza HPV Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Tetra viral Realizado Realizado Realizado Realizado 218 Tarefa 01: Avalie e identifique se a Carteira de Vacinação do lactente está completa. Tarefa 02: Identifique o que está incompleto e questione à mãe os motivos de não ter realizado as vacinações. Tarefa 03: Responda às dúvidas da mãe. Tarefa 04: Complete a carteirinha, anotando as idades em que as vacinas em atraso deveriam ter sido realizadas. Orientações à Atriz: • Quando indagada, a mãe refere que não realizou a tríplice viral por medo de causar autismo, além de ter receio da vacina causar outras reações em seu filho. • A mãe relata que não realizou a vacinação contra gripe porque uma colega teve gripe após a vacina e porque não considera a gripe uma doença grave. Diz não ter motivo para ter vacina para uma doença tão leve. • Por fim, a mãe questiona se era importante ter realizado a vacinação contra rotavírus e questiona se ainda pode realizá-la. 219 Orientações ao Examinador: • Durante a tarefa de número 4 o examinador fornecer a seguinte tabela para o candidato completar: Hepatite B BCG Polio VIP Rotavírus Penta (DTP+Hib +Hep B) Pneumo 10 Meningo C Febre Amarela Tríplice viral SCR Hepatite A Influenza HPV Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Realizado Tetra viral Realizado Realizado Realizado Realizado TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Identifica-se como médico? Indicou que a caderneta de vacinação está incompleta? Tarefa 02 Indicou falta da vacina contra rotavírus? Checklist 220 Indicou falta da vacina contra tríplice viral? Indicou falta da vacina contra influenza? Tarefa 03 Orientou sobre a vacina tríplice viral? (menciona prevenção de sarampo, caxumba e rubéola) Indicou ausência de associação com autismo? Orientou sobre vacina contra influenza? Indicou que não causa gripe e reforça importância? Indicou importância da vacina contra rotavírus (prevenção de diarreia grave)? Contraindica a vacinação contra rotavírus neste momento? Tarefa 04 Escreveu em cartão dose de vacina contra rotavírus aos 2 e 4 meses? Escreveu em cartão dose de vacina tríplice viral aos 12 meses? Escreveu em cartão duas doses de vacina contra influenza a partir dos 6 meses? Debriefing Pensou que iria ficar livre de saber o calendário vacinal para sua prova prática? Fica ligado nesse conteúdo porque ele pode estar presente na sua prova teórica, prática e até mesmo multimídia, beleza? Essa estação ajudará você a revisar o calendário vacinal e a constatar a importância de dominar esse assunto para sua prova! 221 Nessa estação em questão, era preciso avaliar a situação vacinal da criança e considerá-la incompleta. Não foram realizadas a vacina contra tríplice viral (SCR), rotavírus e influenza. Por isso, era preciso reforçar o ajuste das vacinas em atraso com algumas ressalvas. Deve-se lembrar que a criança em questão apresenta contraindicação para realização da vacina de rotavírus! A primeira dose da vacina deve ser realizada apenas até os 3 meses e 15 dias e a segunda até 7 meses e 29 dias, sendo que a primeira dose deve ter sido feita! Como a criança já não tinha a primeira dose e já estava fora da faixa etária indicada, era preciso contraindicar a vacina de rotavírus. Em relação a vacina de influenza, também era preciso destacar algumas observações para ganhar a pontuação. Primeiramente, é preciso relembrar que a vacina contra influenza é realizada através de campanha, geralmente entre os meses de abril e maio. Dessa forma, era preciso verificar se na época da campanha a criança já tinha a idade indicada para realizar essa vacinação (ter mais do que 6 meses, lembra?). Feito o diagnóstico de atraso vacinal para vacina de influenza, deve-se orientar a família de mais um detalhe! É preciso lembrar que, quando feita pela primeira vez, devem ser realizadas duas doses da vacina contra influenza com intervalo de 30 dias! Após isso, nos anos seguintes, a criança pode receber apenas uma dose única a cada campanha. 222 Tema: Depressão no Adolescente Caiu em: USP-RP 2018 / HIAE 2019 Grau de dificuldade: moderado Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 ator Cenário: Atendimento em Unidade Básica de SaúdeInício da Estação Caso Clínico: Você é médico em uma Unidade Básica de Saúde e está em sua primeira semana de trabalho no local. Você realizará o atendimento de um paciente de 15 anos que acabou de se mudar para São Paulo, para sua área de atendimento. Hoje é a primeira vez que você irá atendê-lo. Ele veio sozinho, desacompanhado dos pais. Tarefa 01: Realize o atendimento e dê as condutas. Depressão no Adolescente 223 Orientações ao Ator: • Quando questionado, o ator se demonstraria desanimado, sem interesse em ir para a escola. Diz que é "zoado" pelo jeito que ele fala, devido sotaque do interior. Além disso, justifica as brincadeiras pelo fato de ser "muito magro". Relata que sintomas apareceram há cerca de 6 meses, quando mudou-se de cidade. • O ator diz ter dificuldades escolares, em aprender, devido às brincadeiras dos colegas. Dizia estar muito triste, pensando em abandonar a escola. • Caso questionado sobre rede de apoio, o ator dizia que era católico e que frequentava a igreja. Dizia não conversar com os pais sobre o assunto, apenas com uma tia. • Caso questionado, o ator mencionava anedonia, choro fácil, insônia e perda ponderal "perdeu peso nos últimos 3 meses e não queria sair de casa". • Caso questionado, o ator demonstrava ideações suicidas, sem tentativas ou planejamento. • O ator deve negar sintomas maníacos ou psicóticos. Nega uso de droga lícitas ou ilícitas. Nega comorbidades pessoais. Relata que a mãe faz uso de antidepressivo, mas não sabe o motivo. • O ator deve mencionar frase de desmotivação e desacreditação na vida: "Seria melhor se eu não existisse, não é Doutor?". • O ator deve verbalizar que não deseja que o médico conte aos pais o assunto em questão, principalmente ao pai que é militar e muito bravo. • Caso questionado sobre agressão física, o ator deve negar. Nega situações de violência familiar. Mas reforça que não deseja que o médico conte o assunto para os pais. 224 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e identificou-se como médico? Questionou a queixa principal e tempo de evolução? Questionou se paciente sente prazer nas atividades que antes gostava? Questionou se paciente se sente triste na maior parte do tempo? Questionou sobre alterações no padrão do sono? Questionou sobre alterações no apetite ou no peso? Questionou se paciente se sente culpado ou inútil? Questionou se paciente apresentou alterações de memória ou dificuldade de concentração? Questionou se paciente pensou em morte? Questionou ativamente se paciente pensou em suicídio? Checklist Orientações ao Examinador: • O examinador não interfere na interação do ator e candidato. TÉRMINO DA ESTAÇÃO 225 Questionou ativamente se paciente planejou ou tentou se matar? Questionou presença de episódios de mania (felicidade extrema, hiperssexualização)? Questionou presença de sintomas psicóticos prévios (acreditar em verdade irrefutável, ouvir vozes)? Questionou uso de drogas lícitas e ilícitas? Questionou sobre antecedentes familiares de doenças psiquiátricas? Questionou sobre comorbidades ou uso de medicações? Questionou sobre relacionamentos e rede de apoio? Não indicou necessidade da presença do pais para prosseguir o atendimento? Garantiu sigilo sobre o assunto para o adolescente? Indica gravidade do caso e oferece auxílio para abordar assunto com os pais ou tia? Indicou diagnóstico de transtorno depressivo? Apresentou postura empática e acolhedora? Ofereceu acompanhamento psicológico? Ofereceu apoio de equipe de saúde da área do paciente (multidisciplinar)? Prescreveu antidepressivo inibidor de recaptação de serotonina? Agendou retorno precoce? 226 Debriefing Essa estação demandou um conhecimento sobre os direitos da criança e do adolescente! Entre 12 e 18 anos, os adolescentes já têm sua privacidade garantida, principalmente se com mais de 14 anos e 11 meses, considerados maduros quanto ao entendimento e cumprimento das orientações recebidas. Entre os 12 e 14 anos e 11 meses, o atendimento pode ser efetuado, devendo, se necessário, comunicar os responsáveis. Nesse caso, o paciente apresentava sintomas depressivos graves, porém sem risco iminente de suícidio ou de risco à vida. Deve-se conduzir o atendimento conforme o direito da criança e do adolescente, acercando-se de meios para acionamento de rede de apoio. É importante verbalizar a gravidade e compartilhar com o paciente os riscos iminentes, tendo uma postura empática e acolhedora, a fim de reforçar a necessidade do paciente dividir esse problema com familiares ou rede de apoio. Além disso, era preciso lembrar os critérios diagnósticos pelo DSM-V para chegar à conclusão de que se trata de um transtorno depressivo grave. Critérios Diagnósticos – Transtorno Depressivo Maior (DSM-V): • Apresentar cinco dos sintomas abaixo, sendo que, obrigatoriamente, o sintoma 1 OU 2 deve(m) estar presente(s): 1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias; 2. Interesse ou prazer marcadamente diminuídos em relação a todas ou quase todas as atividades, quase todos os dias; 3. Perda ou ganho de peso significativo; 4. Insônia ou sono excessivo quase todos os dias; 5. Agitação ou lentidão psicomotora quase todos os dias; 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; 7. Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva, quase todos os dias; 8. Habilidade reduzida de pensar ou se concentrar, quase todos os dias; 9. Pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio. 227 Tema: Síndrome de Aspiração Meconial Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em UTI neonatal Início da Estação Caso Clínico: Você é médico residente da UTI neonatal e é chamado pelo interno do hospital para discutir o caso clínico de um recém-nascido com desconforto respiratório. O paciente é um recém-nascido do sexo masculino de 41 semanas e 5 dias, nascido de parto cesáreo por sofrimento fetal agudo e asfixia, presença de intenso líquido meconial ao nascimento. No momento, encontra-se em UTI neonatal com grave desconforto respiratório iniciado nas primeiras horas de vida. Tarefa 01: Descreva os achados radiológicos associados ao quadro clínico, presentes na imagem abaixo: Síndrome de Aspiração Meconial 228 (imagem de síndrome de aspiração meconial - acervo pessoal) Tarefa 02: Cite dois fatores de risco associados ao quadro clínico do paciente. Tarefa 03: Qual sua hipótese diagnóstica para o desconforto respiratório do paciente? Orientações ao Examinador: • Nenhuma informação adicional seria fornecida ao candidato. • Todas as tarefas deveriam ser escritas em cartão resposta conforme exemplo a seguir: Tarefa 01: Tarefa 02: Tarefa 03: TÉRMINO DA ESTAÇÃO 229 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Descreveu infiltrado pulmonar grosseiro? Descreveu volume pulmonar aumentado / hiperinsuflação? Tarefa 02 Citou sofrimento fetal agudo ou asfixia? Citou pelo menos um dos seguintes fatores de risco: sexo masculino, termo, pós-termo, líquido aminiótico meconial? Tarefa 03 Indicou diagnóstico de síndrome de aspiração meconial? Checklist Debriefing Estação sobre desconforto respiratório do recém-nascido com abordagem direta aos principais pontos-chave do diagnóstico. Para realizar o diagnóstico dos distúrbios respiratórios do recém-nascido é preciso associar a história materna e fatores de risco os quais o bebê apresenta, além de associar a evolução clínica com a imagem radiológica. No caso do paciente em questão, este apresentou uma história de parto associado a líquido meconial, sofrimentofetal agudo e asfixia. Dentro do útero é possível que o feto elimine mecônio sem apresentar necessariamente a aspiração desse conteúdo com repercussões clínicas. Entretanto, se estado 230 de hipóxia/asfixia persistente, o recém-nascido apresenta como reflexo o aumento da motilidade intestinal, abertura do esfínceter anal e liberação intra-uterina de intesa quantidade de conteúdo meconial. Somando-se a isso, ocorre a aspiração de conteúdo meconial para vias aéreas altas que, na tentativa de inspiração ao nascimento, é translocado para as vias aéreas inferiores. Tal fato leva a um infiltrado pulmonar de conteúdo meconial, podendo levar a obstrução total ou parcial de vias aéreas inferiores. A imagem radiológica característica é um infiltrado pulmonar grosseiro associado a hiperinsuflação pulmonar devido quadro obstrutivo. Pode-se ainda estar associada a imagem de atelectasia, decorrente de obstrução total de bronquíolos pulmonares, ou imagem de pneumotórax devido maior ocorrência de barotrauma pulmonar. A síndrome de aspiração meconial geralmente leva à sintomas nas primeiras horas de vida e está associada a gravidade no recém-nascido, geralmente necessitando de suporte ventilatório e cuidado de UTI neonatal. 231 Tema: Mononucleose Infecciosa Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: baixo Tempo da estação: 5 minutos Ator/examinador: 1 examinador e 1 atriz Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: Mãe traz seu filho, José Eduardo de 8 anos, ao pronto-socorro com queixa de dor de garganta há um dia. Mãe refere ausência de sintomas antes da dor de garganta, mas diz que há 10 horas apresentou febre não aferida. Tarefa 01: Realize o atendimento. Orientações à Atriz: • A atriz queixa-se de que o filho apresentou dor de garganta há cerca de 1 dia, com dificuldade para engolir. Relata presença de febre alta, Mononucleose Infecciosa 232 (imagem de faringite com placas de pus) https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringite_estreptocócica • Ao solicitar teste rápido para pesquisa de s. pyogenes, o examinador fornece a seguinte informação: resultado positivo. • Caso o candidato solicitasse cultura de orofaringe, o examinador mencionaria que exame se encontra indisponível. TÉRMINO DA ESTAÇÃO com sudorese, iniciada há cerca de 10 horas. Nega sintomas de tosse ou coriza associados. Nega comorbidades ou uso de medicações. Nega contactantes sintomáticos. • Após diagnóstico, a atriz questiona ao candidato se o que o filho tem é grave. Orientações ao Examinador: • Ao solicitar o exame físico, o examinador fornece os seguintes dados e a imagem abaixo: BEG, acianótico, anictérico, eupneico, fácies de dor. Presença de adenopatia cervical anterior dolorosa única. AR: MV presentes bilateralmente, sem RA. FR: 25 irpm ACV: RCR em 2T, BNF, ausência de sopros. FC: 90bpm Abd: globoso, flácido, indolor a palpação, ausência de VMG. Ext: bem perfundidas, sem edema. Oroscopia: 233 Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Apresentou-se e identificou-se como médico? Questionou queixa principal e duração dos sintomas? Questionou presença de tosse ou coriza nasal? Questionou contactantes com sintomas semelhantes? Questionou uso de medicações? Questionou comorbidades? Indicou realização de exame físico? Indicou realização de swab de orofaringe ou teste rápido para pesquisa de streptococcus pyogenes? Indicou Penicilina Benzatina IM? Orientou uso de analgésicos? Orientou mãe sobre risco de febre reumática caso não ocorra tratamento correto? Checklist Debriefing Dentre as bactérias que provocam faringite ou amigdalites, o Streptococcus pyogenes (Estreptococo do grupo A) é o que merece mais destaque, não só por ser a forma mais comum de faringoamigdalite bacteriana, mas também porque é a forma de infecção de garganta que mais causa complicações. 234 O S. pyogenes é responsável por cerca de 30% dos casos de faringite nas crianças e 10% nos adultos. O grande problema das faringites estreptocócicas não costuma ser a inflamação da garganta em si, mas sim o risco de complicações. As crianças são as principais vítimas dessas complicações, sendo elas o grupo que mais necessita de tratamento com antibióticos para prevenção. Algumas complicações são graves, inclusive com risco de morte, como é o caso da síndrome do choque tóxico por Estreptococo. Outras, podem causar lesões de órgãos, como os rins no caso da glomerulonefrite pós- estreptocócica, ou o coração na febre reumática. Há também situações mais simples, como a escarlatina, que é uma erupção de pele que costuma ser benigna e de fácil tratamento. Entre as possíveis complicações da faringoamigdalite estreptocócica, podemos destacar: • Febre reumática. • Glomerulonefrite pós-estreptocócica 235 Tema: Estado de mal convulsivo Caiu em: check-list extra Grau de dificuldade: alto Tempo da estação: 8 minutos Ator/examinador: 1 examinador Cenário: Atendimento em pronto-socorro Início da Estação Caso Clínico: João Lucas, 6 anos, antecedente de Encefalopatia crônica não progressiva secundária a anóxia neonatal, em uso de Topiramato e Carbamazepina, além de dieta cetogênica para epilepsia de difícil controle. Chega ao pronto-socorro em quadro convulsivo, com crise parcial complexa caracterizada por movimentos clônicos em membro superior direito e membro inferior direito. Mãe refere que paciente tem entrado e saído de crise nos últimos 40 minutos, não recuperando o nível de consciência entre as crises. Paciente vinha apresentando quadro de febre, com aumento de secreção na traqueostomia, com aspecto purulento, medicado hoje há aproximadamente 4 horas. Recebeu todas as medicações em horários habituais, última dieta hoje há aproximadamente 4 horas via gastrostomia. Estado de Mal Convulsivo 236 Tarefa 01: Neste momento, paciente se encontra em sala de emergência. Realize o atendimento. Tarefa 02: Qual a medida terapêutica inicial para controle da crise de paciente? Se a crise não for abortada nessa primeira medida, qual o próximo passo? Tarefa 03: Quais os exames complementares devem ser coletados nesse momento? Tarefa 04: Após as medidas iniciais adotadas por você, o paciente mantém quadro convulsivo. Qual seu próximo passo? Tarefa 05: Após medidas adotadas, paciente evolui com parada dos sinais clínicos de crise, porém mantém sonolência e não recupera estado neurológico basal, qual o próximo passo para investigação? Orientações ao Examinador: • Caso o candidato indique checar responsividade do paciente, o examinador deveria informar que o paciente está irresponsivo, porém com pulso e respirando. • Caso o paciente indique realização de avaliação ABCDE ou exame físico as seguintes informações seriam fornecidas: A: vias aéreas pérvias B: MV+ simétrico com roncos disseminados, TSD presente, TQT sem alterações locais, com secreção amarelada abundante. FR 37 irpm, Sat O2 99% com O2 em alto fluxo. 237 C: BRNF em 2T, sem sopros, sem sinais de hepatomegalia ou congestão. FC 168 bpm, descorado 1+/4, PA 109x76, pulsos e perfusão periféricos normais. D: REG, apresentando movimentos clônicos em MSD e MID, com olhar fixo, pupilas isocóricas, midriáticas pouco responsivas a estímulo luminoso. E: sem escoriações em pele, afebril. • Após a avaliação inicial, o examinador forneceria as tarefas seguintes independente se as respostas forem corretas ou equivocadas. • Caso o candidato solicitasse os exames indicados, o examinador forneceria o dado de normalidade. TÉRMINO DA ESTAÇÃO Itens avaliados Sim Não Tarefa 01 Indicou monitorização cardíaca, acesso venoso periférico e oferta de oxigênio suplementar? Checou responsividade do paciente? Indicou avaliação ABCDE? Tarefa 02 Indicou que paciente se encontra em estado de mal convulsivo (recorrência de crise em mais de 30 minutos)? Indicou benzodiazepínico EV? (considerar midazolam EV ou IM ou diazepam EV) Indicou repetir benzodiazepínico se crise persistir? Checklist 238 Tarefa 03 Indicoudosagem de eletrólitos, função renal e hepática (considerar se mencionar pelo menos 2)? Indicou realização de glicemia? Tarefa 04 Indicou ataque com fenitoína ou fenobarbital ou ácido valpróico? Tarefa 05 Indica realização de eletroencefalograma de urgência? Debriefing O estado de mal convulsivo corresponde a crise epiléptica contínua ou que se torna reentrante, sem recuperação de nível basal de consciência entre episódios por 30 minutos ou mais. Crises epilépticas com duração maior que 5 minutos tem indicação de tratamento imediato, pois tem grandes chances de evoluir para estado de mal. A primeira linha de tratamento abortivo para crise epiléptica prolongada é o benzodiazepínico, sendo o midazolam a primeira opção terapêutica, visto que pode ser usado IV ou IM. O Diazepam é outra opção, porém só deve se feito por via venosa. Se a crise persistir por 5 minutos após a primeira dose, uma segunda dose pode ser administrada. Devem ser descartados distúrbios hidroeletrolíticos que possam desencadear crises epilépticas: dosagem de sódio, potássio, cálcio e magnésio estão indicados, além de função renal e hepática. Distúrbios metabólicos também devem ser descartados, sendo indicado glicemia capilar e dosagem de glicose sérica. As medicações anticonvulsivantes devem ter seu nível sérico dosado a medida da disponibilidade. 239 Na vigência de convulsão refratária a benzodiazepínicos, usualmente, é preferido o uso da fenitoína ao fenobarbital, visto que o segundo apresenta maior depressão cardiovascular e pode trazer mais efeitos colaterais. Contudo, em algumas situações clínicas especiais pode ser optado pelo fenobarbital, por exemplo em pacientes que já fazem uso de barbitúrico. Estudos mostram que não existe inferioridade do valproato e do Levetiracetam quando comparados a Fenitoína, porém sua disponibilidade é limitada nos serviços brasileiros. Em todo paciente em estado de mal epilético está indicado o EEG na urgência, pois o paciente pode apresentar atividade epileptiforme não convulsiva, com as mesmas consequências de lesões neurológicas das convulsões clínicas persistentes. Se paciente mantiver atividade elétrica epileptiforme nesse momento, está indicado o uso de medicação EV contínua para controle da crise. A droga mais usada no nosso meio é o Midazolam em infusão contínua, porém o fenobarbital e o propofol também podem ser usados em situações especiais. Essas drogas, em infusão contínua, apresentam maior chance de depressão cardiorrespiratória e necessitam de intubação orotraqueal para proteção de via aérea e muitas vezes os pacientes necessitam de drogas vasoativas para manter a perfusão periférica, sendo assim, esses pacientes têm indicação de cuidados de terapia intensiva. 240 Nossa Missão T odos os nossos esforços na Medway são voltados para uma única missão: melhorar a assistência em saúde no Brasil. Através de um ensino sólido em Medicina de Emergência e uma excelente preparação para as provas de Residência Médica, acreditamos que tornamos nossos alunos médicos ainda melhores do que eram antes! Então, em 2018, criamos o CRMedway, o maior curso online preparatório para as provas práticas do Brasil. Como o projeto deu muito certo e mais de 500 alunos ficaram satisfeitos, em 2019 fizemos a primeira edição do CRMedway Presencial. Foram mais de 2000 alunos conosco enfrentando o duro ano preparatório para as provas de residência, e os resultados não podiam ser melhores! 241 Porém, nossa missão não pode parar aí. Sabemos que o caminho para uma aprovação em São Paulo é ainda mais árduo, tanto pela alta concorrência quanto pelo diferente formato de cobrança (mais imagens e assuntos não abordados tradicionalmente em Cirurgia, por exemplo). Por isso, em 2020, trabalhamos incansavelmente para oferecer também um preparo excepcional para as principais provas teóricas do estado de São Paulo! Convido você a conhecer um pouco mais sobre o nosso Intensivo São Paulo! Com o Intensivo São Paulo, você: • Terá aulas direcionadas para cada assunto mais cobrado dentro de cada grande área, para cada instituição! Ou seja, são 40 aulas destrinchando o que cada banca específica gosta de cobrar. Saiba exatamente o que cai (e o que não cai) na prova que você quer prestar! • Estudará da melhor maneira para alavancar seu desempenho: através de questões comentadas pelo nosso time de professores, formados recentemente nas melhores instituições de São Paulo, e com a visão de dentro da instituição! Vamos te dar uma ideia do que cada serviço gosta de cobrar e quais os pontos fortes daquela área! • Participará de “calls” exclusivas com nosso time de professores semanais, além de realizar simulados específicos para cada instituição, com questões originais no padrão de cada banca! • Receberá Guias Estatísticos de cada processo seletivo, para priorizar os assuntos que mais caíram nos últimos 5 anos e que você não pode deixar de dominar. • Perderá o medo de qualquer questão com imagem radiológica, depois de assistir nosso Curso de Imagens, incluído no Intensivo São Paulo. • Transformará as questões de cirurgia, sabidamente o “calcanhar de Aquiles” da maioria dos candidatos, no seu maior diferencial na hora da prova, pois montamos um curso extra da área para você parar de vacilar nessas questões! CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS https://intensivo.medway.com.br 242 N osso curso é focado na prova prática como ela realmente é. Através de uma revisão cuidadosa de mais de 500 estações dos últimos anos, desenvolvemos uma metodologia de ensino toda baseada em checklists, para você conquistar o máximo de pontos na sua segunda fase no fim do ano. Sem enrolação. Sem “oba oba”. Aqui, trazemos a essência da prova prática pra você gabaritar qualquer checklist em estações de habilidades ou imagens e a parte de componente de audiovisual dentro das provas de multimídia. E em 2020, nós vamos entregar um curso ainda mais completo e com mais novidades, tanto para quem se inscrever no CRMedway Online, quanto para quem vier ao CRMedway Presencial! Com o CRMedway você estará preparado para os dois componentes principais de uma prova prática: 1. Prova de Habilidades • Você aprenderá a organizar e estruturar o raciocínio clínico diante de qualquer estação prática. • Dominará, de uma vez por todas, o medo e a ansiedade que aflige todos o s candidatos . • Receberá mais de 300 checklists baseados em estações anteriores, para treinar exaustivamente! • Terá acesso às estações mais frequentes e de que forma elas são cobradas. • Assistirá a lives das principais instituições do país com comentários das estações cobradas nos anos anteriores . 243 2. Prova de MULTIMÍDIA • Com ele, você terá acesso a um curso de imagens completo, pra te ensinar não apenas as imagens mais frequentes mas como fazer a descrição de cada uma delas, dos principais exames diagnósticos: Rx, TC, RNM, USG e outros exames frequentes! • Você também vai dominar as imagens não radiológicas de cada uma das 5 grandes áreas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, GO e Medicina Preventiva)! • Por fim, com + de 100 provas multimídia e diversas delas sendo realizadas ao vivo, você também terá um treinamento profundo do componente audiovisual e dos diversos formatos de cobrança possíveis dentro de uma prova multimídia! • Tudo isso com nosso com um time de professores aprovados e todas as instituições que você sempre sonhou! CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS https://cr.medway.com.br/ 244 C urso completo que tem um único objetivo. Alavancar os seus estudos e a sua performance para que você alcance um desempenho superior a 80% nas provas ao final do ano, independente do nível em que você se encontre hoje. É um curso intensivo, totalmente online, em que apresentamos os principais conceitos que diferenciam aqueles que são aprovados em todas (ou quase todas) as instituições que prestam prova daqueles que não são aprovados em nenhuma. Trabalhamos a fundo conceitos essenciaiscomo Planejamento, Organização, Motivação, Constância, Priorização, Mindset, dentre muitos outros! Se quiser conferir de perto todo esse conteúdo, clique no botão: Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos nossos alunos estão falando: CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS https://mentoria.medway.com.br/ 245 S ob o lema “A Emergência como ela Realmente é”, agregamos toda nossa experiência na sala de emergência mais complexa do Brasil e toda a didática “Medway” para ensinar tudo aquilo que gostaríamos de ter aprendido antes de enfrentarmos nossos temidos plantões de PS. Esteja preparado para qualquer “perrengue” que poderá aparecer na sua emergência, seja ela do melhor hospital da cidade, seja no postinho! Baseado no método de simulações realísticas, você verá o atendimento das principais patologias dentro do departamento de emergência e saberá exatamente o que fazer quando se deparar com os pacientes graves no seu plantão! Além de todo o treinamento de pronto-socorro e emergência, o PSMedway Avançado engloba também um curso completo de intubação orotraqueal e outro de eletrocardiograma, para você dominar TODO e QUALQUER plantão que caia na sua mão! Chega de depender de alguém para laudar o ECG, ou de ter medo de intubar! Se ainda tem dúvidas se essa é a melhor solução pra você, veja o que alguns dos nossos alunos da primeira turma estão falando: CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS https://ps.medway.com.br/ 246 Ficou com Alguma Dúvida? N ós respondemos 100% das pessoas que entram em contato com a gente. Seja pra pedir uma orientação quanto a melhor forma de se preparar para a residência médica, prova prática ou para o primeiro plantão no PS, nós estamos com você. Então não guarde suas dúvidas! Teremos o maior prazer em te responder. Basta enviar um email para alexandre.remor@medway.com.br que nós mesmos te responderemos! Grande abraço e sucesso na sua jornada! 247 PALS PALS 2 PALS 3 PALS 4 PALS 5 Febre Reumática Convulsão Febril Puericultura Sarampo Puericultura Anafilaxia Cetoacidose Diabética Neonatologia Síndrome Nefrótica Tuberculose na Infância TCE Pneumonia na Criança Pneumotórax Hipertensivo Neonatologia Aferição de Pressão Arterial Icterícia Neonatal Puericultura Puericultura Icterícia Fisiológica Asma Artrite Séptica do Quadril Reanimação Neonatal GNPE Síndrome do Bebê Sacudido Doença de Kawasaki Otite Média Aguda Escabiose Gastroenterite Aguda Neonatologia Desidratação Síndrome Metabólica Puericultura Celulite Orbitária Varicela Anemia Falciforme Crupe Viral Maus Tratos Acidente Escorpiônico Reanimação Neonatal Puberdade Precoce Puericultura Depressão no Adolescente Síndrome de Aspiração Meconial Mononucleose Infecciosa Estado de Mal Convulsivo sumário Button 7: Page 1: Page 12: Page 13: Page 14: Page 15: Page 16: Page 17: Page 18: Page 19: Page 20: Page 21: Page 22: Page 23: Page 24: Page 25: Page 26: Page 27: Page 28: Page 29: Page 30: Page 31: Page 32: Page 33: Page 34: Page 35: Page 36: Page 37: Page 38: Page 39: Page 40: Page 41: Page 42: Page 43: Page 44: Page 45: Page 46: Page 47: Page 48: Page 49: Page 50: Page 51: Page 52: Page 53: Page 54: Page 55: Page 56: Page 57: Page 58: Page 59: Page 60: Page 61: Page 62: Page 63: Page 64: Page 65: Page 66: Page 67: Page 68: Page 69: Page 70: Page 71: Page 72: Page 73: Page 74: Page 75: Page 76: Page 77: Page 78: Page 79: Page 80: Page 81: Page 82: Page 83: Page 84: Page 85: Page 86: Page 87: Page 88: Page 89: Page 90: Page 91: Page 92: Page 93: Page 94: Page 95: Page 96: Page 97: Page 98: Page 99: Page 100: Page 101: Page 102: Page 103: Page 104: Page 105: Page 106: Page 107: Page 108: Page 109: Page 110: Page 111: Page 112: Page 113: Page 114: Page 115: Page 116: Page 117: Page 118: Page 119: Page 120: Page 121: Page 122: Page 123: Page 124: Page 125: Page 126: Page 127: Page 128: Page 129: Page 130: Page 131: Page 132: Page 133: Page 134: Page 135: Page 136: Page 137: Page 138: Page 139: Page 140: Page 141: Page 142: Page 143: Page 144: Page 145: Page 146: Page 147: Page 148: Page 149: Page 150: Page 151: Page 152: Page 153: Page 154: Page 155: Page 156: Page 157: Page 158: Page 159: Page 160: Page 161: Page 162: Page 163: Page 164: Page 165: Page 166: Page 167: Page 168: Page 169: Page 170: Page 171: Page 172: Page 173: Page 174: Page 175: Page 176: Page 177: Page 178: Page 179: Page 180: Page 181: Page 182: Page 183: Page 184: Page 185: Page 186: Page 187: Page 188: Page 189: Page 190: Page 191: Page 192: Page 193: Page 194: Page 195: Page 196: Page 197: Page 198: Page 199: Page 200: Page 201: Page 202: Page 203: Page 204: Page 205: Page 206: Page 207: Page 208: Page 209: Page 210: Page 211: Page 212: Page 213: Page 214: Page 215: Page 216: Page 217: Page 218: Page 219: Page 220: Page 221: Page 222: Page 223: Page 224: Page 225: Page 226: Page 227: Page 228: Page 229: Page 230: Page 231: Page 232: Page 233: Page 234: Page 235: Page 236: Page 237: Page 238: Page 239: Page 240: Page 241: Page 242: Page 243: Page 244: Page 245: Page 246: Page 247: Button 2: Button 3: Button 4: Button 5: