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TEMA 3 - AGENTES PÚBLICOS - CONTEÚDO SALA DE AULA VIRTUAL

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Prévia do material em texto

· DESCRIÇÃO
Noções sobre agentes públicos e suas principais características como instrumento de materialização dos princípios da Administração Pública.
· PROPÓSITO
Compreender os principais conceitos e normas jurídicas relacionados ao regime jurídico aplicável aos agentes públicos, seus direitos e obrigações constitucionais e legais.
· PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos a Constituição Federal de 1988 e a Lei n. 8.112, de 10 de dezembro de 1990.
· OBJETIVOS
Módulo 3
Módulo 2
Módulo 1
Distinguir cada tipo de agente público e o tipo de regime a ele aplicável
Categorizar os direitos e deveres aplicáveis aos servidores públicos e as responsabilidades decorrentes de eventual conduta ilícita
Identificar as regras de acesso ao serviço público, estabilidade e direitos sociais aplicáveis aos agentes públicos
· INTRODUÇÃO
Vamos aprender sobre as principais características relacionadas aos agentes públicos, quais são os tipos de agentes identificados pela doutrina, assim como o regime jurídico atinente a cada um. Por fim, vamos descobrir como isso se relaciona com o conceito de cargo, emprego e função na Administração Pública.
MÓDULO 1
Distinguir cada tipo de agente público e o tipo de regime a ele aplicável
AGENTES POLÍTICOS, SERVIDORES ESTATAIS E SERVIDORES PÚBLICOS
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello (2003), a expressão “agentes públicos” engloba, de maneira genérica e indistinta, sujeitos que servem ao Poder Público — de forma ocasional ou esporádica — como instrumentos de sua vontade.
Em relação ao ordenamento jurídico normativo, o art. 2º da Lei n. 8.429/1992 define como agente público.
O Código Penal, por sua vez, em seu art. 327, prevê também a figura do “funcionário público”, expressão que corresponde à categoria de agente púbico, sendo este: “para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. Atualmente, a expressão “funcionário público” não é mais utilizada, embora o texto legal possa servir a título exemplificativo para conceituar agente público.
Para fins didáticos, deve-se considerar como agente público todo aquele que exerce função pública. Trata-se, portanto, de um gênero que abrange algumas espécies com características próprias, sendo alguns regidos por estatuto próprio, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por regime especial ou mesmo sem um vínculo específico com o poder público, quando há mera colaboração, conforme veremos.
Nesse sentido, o conceito de agente público é amplo, podendo ser dividido e classificado em espécies apontadas pelos autores. Embora existam nomenclaturas diferentes em alguns livros, para fins didáticos, é correto classificar os agentes públicos em três espécies:
Agentes políticos
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2011), não há uniformidade de pensamento quanto ao conceito de agentes políticos na doutrina. Apesar disso, o conceito mais adequado consideraria tais agentes como aqueles que desempenham “típicas atividades de governo e exercem mandato, para o qual são eleitos apenas os chefes dos poderes executivos federal, estadual e municipal, os ministros e secretários de Estado, além de senadores, deputados e vereadores”. A característica central seria a atividade de governo mediante eleição (salvo para Ministros e Secretários, os quais são nomeados livremente para auxiliar o chefe do Executivo). As regras, direitos e deveres dos agentes públicos estão estabelecidos em lei específica e pela Constituição Federal de 1988.
Particulares em colaboração com o poder público
Os particulares em colaboração com o poder público são aqueles que atuam, em situações excepcionais e sem perder a qualidade de particular, em nome do Estado. Essas situações excepcionais podem ser temporárias ou ocasionais, mesmo sem vínculo jurídico estabelecido. Eles são classificados em quatro espécies:
Servidores estatais
Os servidores estatais ou agentes administrativos são aqueles que exercem função pública mediante vínculo administrativo com o Estado. Nesse caso, há uma relação de trabalho de natureza profissional com os entes da Administração Pública. Geralmente, a doutrina caracteriza servidores estatais por critério de exclusão entre as classificações acima.
De acordo com a doutrina, os servidores estatais ou agentes administrativos podem ser divididos em três espécies:
2
Os militares são considerados com regime jurídico diferenciado e, portanto, estudados em disciplina própria: o Direito Militar.
REGIME ESTATUTÁRIO, TRABALHISTA, ESPECIAL E JURÍDICO ÚNICO
Os servidores estatais ou agentes administrativos são submetidos a certos regimes jurídicos de acordo com sua classificação. Esses regimes variam quanto às garantias, direitos, vantagens, responsabilidades, entre outros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO:
1) Em sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu aborda um princípio que se encontra expresso na Constituição de 1988 e tem natureza de cláusula pétrea:
a) Soberania popular.
b) Autonomia dos estados da Federação.
c) Autonomia do poder judiciário.
d) Separação dos poderes.
e) Federação
Comentário:
A alternativa “D” está correta.
O autor francófano fora pioneiro na doutrina ao defender a separação dos Poderes, juntamente com o sistema de freios e contrapesos no controle recíproco entre esses. E, assim, previu o constituinte brasileiro, estabelecendo tal separação como sendo cláusula pétrea. Vejamos:
“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
III - a separação dos Poderes.”
2) Em relação à organização dos Poderes e do sistema de freios e contrapesos no Direito Constitucional brasileiro, assinale a alternativa correta
a) Utilizada em inúmeros países, entre eles o Brasil, a ideia de tripartição dos Poderes do Estado em segmentos distintos e autônomos entre si, Legislativo, Executivo e Judiciário, foi instituída por Aristóteles.
b) A Constituição Federal adotou o princípio da indelegabilidade de atribuições de maneira absoluta, não havendo nenhuma exceção a essa regra.
c) A elaboração de medidas provisórias pelo presidente da República constitui função atípica do Poder Executivo.
d) As funções atípicas permitem que o Poder Legislativo fiscalize o Poder Executivo.
e) A edição de leis delegadas integra o rol de funções típicas do presidente da República.
Comentário:
A alternativa “C” está correta.
Aristóteles, apesar de identificar as distintas funções do estado, não cuidou da funcionalidade dessa separação, concentrando-as ainda na figura de uma única pessoa, o soberano; o princípio da indelegabilidade de atribuições é regra, mas há exceções como as funções atípicas conferidas a cada Poder; é função típica do Legislativo fiscalizar o Poder Executivo, sendo função atípica desse último poder a edição de medidas provisórias e leis delegadas.
MÓDULO 2
Identificar as atribuições, a estrutura, o funcionamento do Poder Legislativo e seus mecanismos de controle
PODER LEGISLATIVO
Estrutura e composição
Estruturalmente, o Poder Legislativo da União é um órgão bicameral, composto por duas casas legislativas, — a Câmara dos Deputados, que representa o povo, nos termos do art. 45 da CF/88 — e o Senado Federal, representando a vontade dos estados e Distrito Federal, a teor do art. 46 da CF/88, sem haver primazia de uma casa sobre a outra. A junção dessas duas casas forma o que se denomina de Congresso Nacional.
O bicameralismo federativo originou-se nos Estados Unidos, e se baseia na ideia de divisão entre os representantes do povo e dos estados, com o objetivo de evitar à época, que, nas colônias mais populosas, fosse concentrado o Poder Legislativo da federação em detrimento dos estados menores. Por isso, há uma forte ligação entre federação, Senado Federal e Poder Legislativo.
O deputado federal deve ser brasileiro (nato ou naturalizado), maior de 21 anos e estar em pleno exercício dos direitos políticos.Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário simples, que determina a vitória de quem recebeu o maior número de votos na eleição. Cada senador deve ser brasileiro (nato ou naturalizado), maior de 35 anos e estar no gozo pleno dos direitos políticos.
Os territórios federativos e municípios não possuem representantes no Senado.
Poder Legislativo nos Estados e Distrito Federal
Nos Estados, diferentemente do que ocorre na União, o Poder Legislativo é unicameral, pois é formado por apenas uma casa, que é a Assembleia Legislativa, conforme previsão do art. 27 da CF/88. No Distrito Federal (DF), o Poder Legislativo também é unicameral. O órgão legislativo do DF é chamado de Câmara Legislativa, conforme prevê o art. 32 da CF/88.
O número de deputados desses órgãos equivale ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze.
Poder Legislativo nos municípios
Seguindo essa linha, nos municípios, o Poder Legislativo repete o modelo unicameral, cuja representação é feita pela Câmara Municipal ou Câmara de Vereadores.
Funcionamento e atribuições da Câmara dos Deputados e Senado Federal
Conforme o art. 57 da CF/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esse período anual é denominado de sessão legislativa.
Já a legislatura corresponde ao período de 4 anos de funcionamento do Poder Legislativo, nos termos do art. 44 da CF/88. Assim, a legislatura é composta de quatro sessões legislativas ordinárias.
Nos períodos de 18 a 31 de julho e 23 de dezembro a 1º de fevereiro, há o recesso parlamentar, quando poderá ocorrer a convocação extraordinária do Congresso Nacional, a teor do art. 57, §6º, da CF/88. Nesse chamamento, o Congresso apenas poderá deliberar sobre a matéria para a qual foi convocado, salvo se houver medidas provisórias em vigor, que serão automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Em razão da Emenda Constitucional 50/2006, não há mais pagamento de parcela indenizatória nas sessões extraordinárias, como se vê no art. 57, § 7º da CRFB/88.
As sessões serão regidas consoante aos regimentos (regulação interna) das Casas. O Congresso Nacional possui três regimentos:
· O dele próprio.
· O regimento da câmara.
· O do senado, sendo o primeiro adotado nas hipóteses em que as duas casas se reúnem conjuntamente. 
Em relação aos órgãos diretivos, a mesa do Congresso nacional, na forma do art. 57, § 5º da CF/88, será presidida pelo presidente do Senado Federal (que também preside a mesa do Senado Federal), e os demais cargos serão desempenhados alternadamente pelos ocupantes de cargos assemelhados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Em relação às atribuições, as atividades legislativas do Congresso Nacional estão regidas no art. 48 da CRFB/88 (em rol não exaustivo), mas exigem a coparticipação do Executivo (mediante a sanção) para a formação das leis. A atividade deliberante, que dispensa a participação do Poder Executivo, está presente nos arts. 49 da CF/88 (matérias de competência do Congresso Nacional).
Atribuições da Câmara dos Deputados
O art. 51 da CF/88, dispõe sobre a competência privativa da Câmara dos Deputados, reguladas por meio de Resolução, dispensando sanção e o veto do chefe do Executivo:
 
Frise-se que essas matérias acima são reguladas por meio de Resoluções, que dispensam sanção e o veto do chefe do Executivo.
Atribuições do Senado Federal
Já os assuntos de competência privativa do Senado encontram-se no art. 52, I a XV da CF/88, as quais, da mesma forma que a Câmara dos Deputados, dispensam a participação do Poder Executivo, senão vejamos:
 
 
Atribuições do Senado Federal
As comissões são subconjuntos de parlamentares organizados com o objetivo de tratar de um tema específico, as quais são constituídas na forma e atribuições dispostas nos regimentos do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado ou no ato que resultar sua instituição.
Para fins de classificação, há as seguintes comissões:
Comissões Parlamentares de Inquérito
As Comissões Parlamentares de Inquérito consistem no principal instrumento de fiscalização político-administrativa a ser desempenhada pelo Poder Legislativo e estão dispostas no art. 58, §3º, da CF/88.
Para a criação, necessita preencher os seguintes requisitos:
a) Requerimento de um terço dos membros da Câmara e/ou um terço das assinaturas de senadores; podendo ser a CPI instaurada em uma das Casas ou nas duas, desde que o requerimento seja subscrito por deputados e senadores.
b) Apuração de fato determinado, isto é, tem que tratar de alguma situação específica; nada impede que os fatos surgidos durante as investigações que tenham relação com o fato principal também sejam apurados.
c) Prazo certo, mas conforme orientação do STF são admissíveis prorrogações sucessivas do prazo inicialmente fixado para uma CPI, desde que durante o período relativo à legislatura em que se iniciou.
Tomando como base a Constituição Federal e a jurisprudência do STF, a CPI pode, por autoridade própria, ou seja, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, desde que haja fundamentação, observadas todas as formalidades legais:
 
Por outro lado, a CPI não possui poderes ilimitados, há temas que estão protegidos pela chamada cláusula de reserva de jurisdição, isto é, apenas por ordem judicial tais atos podem ser determinados. Desse modo, a CPI não pode: 
Vale ainda registar que as CPIs não têm atribuição para investigar fatos de competência dos estados, Distrito Federal e dos municípios, tendo em vista o princípio federativo, devendo tais fatos serem investigados por CPIs estaduais, distrital ou municipais.
Eventuais abusos ou ilegalidades realizadas por essas comissões poderão ensejar demanda no Supremo Tribunal, nos termos do art. 102, I, “i”, da CF/88.
Imunidades
As imunidades parlamentares são prerrogativas conferidas aos congressistas pela Constituição, asseguradoras do exercício do mandato com plena liberdade. Constituem verdadeiros instrumentos de independência do Poder Legislativo e de garantia da democracia.
Tais prerrogativas não são privilégios nem violam o princípio de igualdade, pois não são concedidas em virtude da pessoa do parlamentar, mas em razão da importante função por ele exercida.
Tanto é que subsistem durante o estado de defesa e o estado de sítio, somente podendo ser suspensas, no último caso, pelo voto de dois terços dos membros da Casa respectiva e para atos incompatíveis com a execução daquela medida (art. 53, §8º, CF/88).
As imunidades podem ser de dois tipos: imunidade material e imunidade formal.
Imunidade material (Freedom of Speech)
Conforme o art. 53 da Constituição Federal dispõe, os deputados e os senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
Trata-se da chamada imunidade material, também chamada de inviolabilidade parlamentar, que enseja a irresponsabilidade civil e penal do parlamentar por suas palavras, opiniões e votos, assegurando que o congressista desempenhe sua atividade com ampla liberdade de manifestação. Não abrange agressão física.
Cumpre ter presente que as opiniões ofensivas proferidas por deputados federais e veiculadas por meio da imprensa, em manifestações que não guardam nenhuma relação com o exercício do mandato, não estão abarcadas pela imunidade material prevista no art. 53 da CF/88 e são aptas a gerar dano moral.
Registre-se, ademais, que a imunidade material é de ordem pública, não podendo existir renúncia pelo parlamentar.
Imunidade formal (Freedom from arrest)
A imunidade formal divide-se em três espécies:
Imunidade em relação à prisão
Desde a expedição do diploma, os parlamentares federais não poderão ser presos, salvo em flagrante delito de crime inafiançável. Diante disso, os congressistas não poderão sofrer prisão preventiva, temporária, bem como de natureza civil.
Quanto às medidas cautelares, o STF entende ser possível a aplicaçãodelas contra os congressistas. Se houver restrição direta ou indiretamente do mandato, estas devem ser encaminhadas também à Casa respectiva para deliberação (ADI 5526/DF, 2017).
É importante afirmar que a votação dos congressistas não mais será secreta, consoante regra anterior à EC n. 35/2001, e sim pelo voto aberto, implementando-se, por meio dessa nova sistemática, a transparência que deve sempre imperar nesse tipo de apreciação.
Além disso, é possível a prisão de parlamentares federais em razão da sentença judicial transitada em julgado (ou seja, quando não mais couberem recursos), o Tribunal entendeu que as penas impostas poderão ser executadas imediatamente.
Imunidade em relação ao processo
Atualmente, a partir da Emenda Constitucional 35/2001, para a instauração de processo criminal contra parlamentares federais, não há mais necessidade de autorização legislativa.
Desse modo, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares tramita normalmente, podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua sustação. Conforme o texto constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em julgado) e deve, obrigatoriamente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora.
Os legitimados para solicitarem a sustação de ações criminais contra parlamentares são quaisquer partidos políticos com representação na Casa do denunciado do parlamentar acusado.
Prerrogativa de função
De acordo com o art. 53, §1º, da CF/88, os deputados e senadores, desde a diplomação, estão sujeitos a julgamento, em relação aos processos penais, perante o Supremo Tribunal Federal.
Nesse julgamento, definiu-se ainda que, após o final da instrução processual pela Corte, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar as ações penais não será mais modificada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo, ocorrendo a perpetuação do foro perante o STF.
A prerrogativa, no entanto, não se estende à improbidade administrativa. Atualmente, não há dúvida de que a competência é do juízo de 1º grau (ADI 2860 e 2797).
Imunidades dos deputados estaduais, distritais e vereadores
Segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades formais e materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88 (ADI 5823 MC/RN, julgado em 8/5/2019 (Info 939).
Já para os vereadores, a imunidade material somente é configurada se a manifestação tiver sido praticada in officio ou propter officium e na circunscrição municipal (art. 29, VIII, da CF/88 e RE 600063/SP, STF, rel. Min. Barroso).
Obrigação de testemunhar e Forças Armadas
Os parlamentares federais não serão obrigados a testemunhar acerca de informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, tampouco sobre pessoas que lhe confiarem ou deles receberam informações (art.53, §5º, da CF/88). Cuida-se de ato discricionário atribuído ao congressista (não é obrigado a testemunhar) e não engloba o direito de testemunhar na qualidade de cidadão comum, uma vez que nessa modalidade é obrigado a testemunhar.
A incorporação às Forças Armadas de deputados e senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
Perda do mandato
O art. 55 lista as hipóteses de perda do mandato do parlamentar, dentre os casos, a doutrina distingue as situações de cassação e extinção do mandato. A cassação refere-se à perda do mandato em razão do parlamentar ter cometido falta funcional, já a extinção do mandato diz respeito à ocorrência de ato ou fato que torne automaticamente inexistente o mandato, como morte, renúncia etc.
Em todos os casos, serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.
VERIFICANDO O APRENDIZADO:
1) Pedro, deputado federal, após iniciar um debate para defesa de um projeto de lei acabou por agredir a honra de Carlos, senador da República, ao acusá-lo de fato descrito como crime. Carlos, que, além de político, é jornalista, acabou por utilizar o espaço do seu programa de tv semanal para ofender a honra de Pedro, com acusações que, igualmente, não guardam relação com o mandato parlamentar.
Com base no caso hipotético e das imunidades parlamentares conforme a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Não há imunidade material na conduta praticada por Pedro.
b) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos.
c) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil.
d) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos deputados estaduais.
e) A imunidade material engloba agressão física.
Comentário:
A alternativa “B” está correta.
As manifestações realizadas fora da Casa Legislativa, para que sejam protegidas pela imunidade, exigem que sejam realizadas no exercício do mandato ou em razão dele, ou seja, deve ter relação com o mandato parlamentar. Já aquelas dentro do recinto parlamentar, estão presumivelmente amparados pela imunidade, independentemente de qualquer comprovação de conexão com o mandato, razão pela qual Carlos não tem imunidade. Não há imunidade em agressão física. Por fim, segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades formais e materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88.
2) (FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase). Ocorreu um grande escândalo de desvio de verbas públicas na Administração Pública Federal, o que ensejou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos deputados federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI conseguem que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de presidente da Comissão. Por não possuir formação jurídica e desconhecer o trâmite das atividades parlamentares, o referido presidente, sem consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de iniciativas, expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos. Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências prescindiria de efetivo mandado judicial. Assinale a opção que indica a única providência que o deputado M poderia ter tomado, prescindindo de ordem judicial.
Com base no caso hipotético e das imunidades parlamentares conforme a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que, embora sem flagrância, configuram crime e há comprovado risco de que voltem a ser praticadas.
b) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que realize a interceptação das comunicações telefônicas (“escuta”) de prováveis envolvidos.
c) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente motivo, apresentaram público e notório aumento do seu padrão de consumo.
d) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas supostamente envolvidas no esquema de desvio de verba.
e) Nenhuma das alternativas.
Comentário:
A alternativa “C” está correta.
A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá: Determinar as diligências, as perícias e os exames que entenderem necessários, bem como requisitar informações e buscar todos os meios de prova legalmente admitidos; determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do investigado. Cabe ressaltar que a quebra do sigilo telefônico não se confunde com as interceptações telefônicas. A quebra do sigilo telefônico incide sobre os registros telefônicos da pessoa. Além disso, não tem poder de decretar preventiva nem busca e apreensão, uma vez que são medidas que estão na reserva de jurisdição, necessitando de ordem judicial.
MÓDULO 3
Reconhecer os sistemas de governo, os processos e as classificações conceituais em torno do Poder Executivo
PODER EXECUTIVO
Sistemas de governo: Presidencialismo e Parlamentarismo
A chefia do Poder Executivo foi confiadapela Constituição Federal ao presidente da República, a quem compete seu exercício, auxiliado pelos ministros de Estado, compreendendo, ainda, o braço civil da administração (burocracia) e o militar (Forças Armadas), concentrando na figura de uma única pessoa a chefia dos negócios do Estado e do Governo.
Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos atos de chefia de Estado, de Governo e de Administração. A acumulação dessas funções revela que o legislador constituinte adotou o sistema de governo denominado de presidencialismo, tema que será tratado a seguir.
No sistema de governo, há uma preocupação de como se dá a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, subdividindo-se em duas espécies:
Eleição e mandato do presidente da República
Será considerado eleito presidente o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não computando os em branco e os nulos (art. 77, §2º, da CF/88). O presidente e o vice são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, isto é, ganha quem obtiver a maioria dos votos válidos.
A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Impedimento e vacância
Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos cargos, serão sucessivamente convocados ao exercício da presidência:
Registre-se que somente o vice-presidente da República possui legitimidade para suceder o presidente, ou seja, ocupar esse cargo de forma definitiva, as autoridades acima elencadas deverão assumir o cargo apenas de maneira provisória.
Desse modo, ocorrendo de ambos os cargos ficarem abertos temporariamente (presidente está em viagem e o vice está licenciado para tratamento médico, por exemplo), as autoridades listadas ocuparão o cargo temporariamente, até que o presidente retome ou o vice esteja liberado para assumir interinamente a vaga.
Da mesma forma, se ambos os cargos ficarem definitivamente vagos (vacância permanente dos cargos de presidente e de vice-presidente da República), os residentes da Câmara, do Senado ou do Supremo Tribunal Federal, somente assumirão a presidência provisoriamente, até que ocorra a nova eleição.
Agora, no caso de ambos os cargos ficarem vagos, a solução é a realização de novas eleições. Há duas regras sobre esse tema:
Registre-se que, em ambas as situações, os recém-eleitos assumirão o cargo apenas para cumprir o tempo que restou do mandato de seus antecessores, na forma do art. 81, § 2º da CF/88. Trata-se do que se denomina de “mandato tampão”.
Por fim, de acordo com o art. 83 da CF/88, o presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do país por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. Essa norma é de observância obrigatória no âmbito dos estados e municípios.
Atribuições do chefe do Poder Executivo Federal
O art. 84 da CRFB/88 traz o quadro exemplificativo de atribuições do chefe do Executivo Federal, as quais dividimos em três categorias. Tais funções inclusive já objeto de apreciação nesse material, no entanto, vale listá-las mais uma vez, para fins de aprendizagem no resumo e tabela abaixo:
 
Há atribuições do presidente da República que podem ser delegadas aos ministros de Estado, ao PGR e ao AGU:
a) Possibilidade de expedir decretos autônomos sobre: organização e funcionamento da administração pública, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
b) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei.
c) Prover os cargos públicos federais, na forma da lei.
Imunidades e prerrogativa de foro do presidente da República
É importante ressaltar que, diferentemente do Poder Legislativo, a Constituição não atribuiu ao presidente da República a inviolabilidade quanto às palavras, opiniões (imunidade material).
Apesar disso, a Carta da República contempla um conjunto de prerrogativas formais, relativas à prisão, ao processo e à inibição da responsabilidade penal durante o seu mandato, por atos estranhos à função presidencial. Passa-se, nesse momento, à análise de cada um isoladamente.
A imunidade formal do presidente da República pode ser:
 
O art. 86, §4º, da CF/88 dispõe ainda acerca inibição de responsabilidade penal, também chamada de imunidade formal “temporária” ou irresponsabilidade penal relativa, ao determinar que o presidente, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Por isso, não poderá ocorrer processo criminal contra o presidente da República durante o seu mandato por crime ocorrido antes da diplomação ou durante o mandato, mas sem relação com as funções presidenciais.
Registre-se que o governador de estado não goza de imunidade formal e de imunidade material na mesma extensão que o presidente da República.
Responsabilização do presidente da República: crimes de responsabilidade e crimes comuns
O presidente da República pode ser responsabilizado por crimes de responsabilidade e crimes comuns.
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, de natureza política, praticadas no exercício da função pública, dispostas na Lei 1.079/50, sujeitando-se os infratores ao processo de impeachment.
Por outro lado, o art. 85 da Constituição Federal prevê ainda outra lista de atos cometidos pelo presidente tidos como crimes de responsabilidade.
O processo de impeachment tem as seguintes fases:
Conforme o art. 86, §§ 1º e 2º da CF/88, o presidente da República ficará suspenso de suas funções: nas infrações penais comuns, se admitida a acusação pelo Senado Federal. Decorrido o prazo de cento e oitenta dias e o julgamento não estiver concluído, encerrará o afastamento do presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
Vale lembrar que, no caso da ex-presidente Dilma, o Senado decidiu que as penas não são cumulativas e, apesar de condená-la à perda do cargo, manteve os seus direitos políticos, seguindo o disposto no art. 68 da Lei 1.079/50. 
Quanto aos crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal já assentou, pacificamente, englobar todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais (STF, RTJ 33/590, HC 69.344-RJ, Rel. Min. Néri da Silveira). 
Nessa modalidade, o presidente da República será processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação (art. 86 da Constituição Federal), exercendo um juízo de admissibilidade político, conforme já analisado no caso de crimes de responsabilidade. A necessidade de licença não impede o inquérito policial, nem o oferecimento da denúncia, contudo, somente impede o seu recebimento, que é o primeiro ato de prosseguimento praticado pelo Supremo Tribunal Federal. 
A decisão prolatada no julgamento realizado no STF pode ser pela absolvição ou pela condenação. Na última situação, será aplicada uma pena a ser cumprida e o presidente poderá vir a ser preso, a teor do art. 86, § 3º, CF/88.
VERIFICANDO O APRENDIZADO:
1) Sobre o poder executivo, a Constituição Federal determina que: 
a) O presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do país por prazo superior a 5 dias, sob pena de perda do cargo.
b) Em caso de impedimento do presidente e do vice-presidente da República, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da presidência o presidente do Supremo Tribunal Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
c) O presidente da República tomará posse em sessão do Congresso Nacional, sendo dispensável a participação do vice-presidente daRepública.
d) Será considerado eleito presidente da República o candidato que, registrado por partido político, com idade mínima de 35 anos, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os votos brancos e nulos.
e) Se houver vacância no cargo de presidente e vice-presidente da República ocorrida nos dois primeiros anos de mandato, ocorrerá eleição indireta.
Comentário:
A alternativa “D” está correta.
A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. Para concorrer ao cargo de presidente, o indivíduo precisa ser brasileiro nato, contar com idade mínima de 35 anos, ter filiação partidária e estar em gozo dos direitos políticos (art. 14, §3º, VI, “a”, da CF/88). Será considerado eleito presidente o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não computando os votos branco e nulos (art. 77, §2º, da CF/88). Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos cargos, serão sucessivamente convocados ao exercício da presidência: presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Senado Federal e ministro presidente do Supremo Tribunal Federal.
2) (FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase) Em determinado órgão integrante da administração pública federal, vinculado ao Ministério da Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) cargos estavam vagos. O presidente da República, mediante decreto, delegou ao ministro da Fazenda amplos poderes para promover a reestruturação do aludido órgão público, inclusive com a possibilidade de extinção dos cargos vagos.
Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta:
a) Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de funções e cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é inconstitucional por ofensa ao princípio da reserva legal.
b) A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao presidente da República a possibilidade de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos, não admitindo que tal competência seja delegada aos ministros de Estado.
c) O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma vez que o presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a delegação dessa competência aos ministros de Estado.
d) A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, ainda que vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso de gastos orçamentários com pessoal; portanto, o decreto presidencial é inconstitucional.
e) A Constituição Federal permite apenas que a reestruturação do aludido órgão público, inclusivamente com a possibilidade de extinção dos cargos vagos, mediante lei de iniciativa privativa do presidente da República.
Comentário:
A alternativa “D” está correta.
O presidente da República poderá delegar algumas atribuições aos ministros de Estado, PGR, e ao advogado-geral da União. Essas atribuições estão elencadas no § único do art. 84 da CF/88, como a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
ConclusÃO
· CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Como vimos, não é possível compreender uma sociedade sem que esteja firmada sobre as bases do poder, afinal ele é algo tão essencial e necessário como a existência do próprio Estado.
Na realidade, o que se buscou ao longo da história, de Aristóteles a Montesquieu, é a forma de distribuição e limitação desse poder, consolidando-se na figura da tripartição dos Poderes. Na contemporaneidade, a ideia de controle, de fiscalização e de coordenação recíprocos tornou-se o foco na separação dos Poderes.
Não há como conceber um Estado democrático de direito desprovido de Poderes de Estado e Instituições, independentes e harmônicos entre si, bem como da previsão de direitos fundamentais e instrumentos que propiciem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos.
Apesar das críticas conceituais, o modelo tripartite continua assim cumprindo o seu papel unificador da ordem jurídica e constitucional, fixando e, ao mesmo tempo, aumentando o campo de competência dos Poderes do Estado. Além disso, tem se revelado como princípio de moderação, racionalização e limitação do poder político em prol da paz, da liberdade e da democracia.
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· REFERÊNCIAS:
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
BARCELLOS, A. P. de. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
BARROSO, L. R. O  novo  direito  constitucional  brasileiro:  contribuições  para  a  construção  teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Fórum, 2012.
BOBBIO, N. Intelectuais e vida política na Itália. In: BASTOS, E. R.; RÊGO, W. D. L. (Org.). Intelectuais e política: a moralidade do compromisso. São Paulo: Olho d’água, 1999.
BOURDIEU, P. Estrutura, habitus e prática. In: MICELI, Sérgio (Org.). A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2004.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos. Petrópolis: Vozes, 1994.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
MASSON, N. Manual de Direito Constitucional. 5. ed. Bahia: Juspodivm, 2017.
MONTESQUIEU. O espírito das leis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MORAES, A. de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. São Paulo: UNB, 2004.
· EXPLORE MAIS:
Para saber mais sobre como o STF vem apreciando a imunidade parlamentar, confira uma compilação sobre o tema em: A Constituição e o Supremo. Portal do STF.
· CONTEUDISTA:
Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira

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