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APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S. Epilepsi� → Definiçã�: É uma doença neurológica crônica caracterizada por uma hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebrais, que geram descargas elétricas sincrônicas anormais, podendo se manifestar de formas diversas, desde descargas interictais eletroencefalográficas até surtos prolongados causando crises epilépticas isoladas ou, em casos mais graves, assumindo a forma de estado de mal eletrográfico e/ou clínico de crises repetidas a curtos intervalos. Caracterizada por crises epilépticas recorrentes (pelo menos 2 ou + crises nos ultimos 12 meses, sem ser crises provocadas) → Etiologi�: ● Causa primária: casos em que a epilepsia é atribuída a um defeito genético. ● Secundária:um distúrbio estrutural ou metabólico, ou uma doença como: (Meningite; Encefalite; Neurocisticercose; Tuberculose; HIV; Malária cerebral; Pan-encefalite esclerosante subaguda; Toxoplasmose cerebral; Zika vírus; Citomegalovírus; Encefalite vírica). ● Criptogênica:quando a natureza da causa da epilepsia não é explicada. → Fatore� d� risc�: ● Processos degenerativos e vasculares na terceira idade; ● Causas infecciosas e parasitárias; ● Traumatismos cranioencefálicos; ● Início precoce das epilepsias; ● Tempo de duração das epilepsias, não controle e frequência das crises epilépticas; ● Regime de drogas antiepilépticas adotado. → �siopatologi�: → As crises resultam da descarga elétrica excessiva sincrônica [despolarização dos neurônios secundária a uma entrada de Na e saída de K],podendo ocorrer por: ● Falha no mecanismo de equilíbrio da membrana (hipóxia e hipoglicemia) com queda na produção energética. ● Excesso de neurotransmissores excitatórios (glutamato) comuns no período devido aos receptores NMDA. ● Diminuição de neurotransmissores inibitórios (GABA) que depende de piridoxina (Vit.B6) para sua síntese. ● Hipocalcemia, hipomagnesemia propiciando a entrada excessiva de Na dentro da célula, levando a despolarização. → Sinapse excitatória: provoca o influxo de íons Na+ na célula→ despolarização. → Sinapse inibitória, gera o influxo de íons Cl- → hiperpolarização. Ocorrem danos celulares e as consequência deletérias são fenômenos motores importantes e duradouros, são decorrentes do afluxo de íons cálcio durante a fase de despolarização e ativação de receptores de aminoácidos excitatórios, promovendo necrose celular aguda e morte celular apoptótica a longo APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S. prazo, configurando o dano celular excitotóxico. → Classificaçã�: Crise� general�ada� : Originam-se de estruturas corticais ou subcorticais distribuídas em ambos os hemisférios e rapidamente são propagadas. ● A consciência é quase sempre acometida pq o S. reticular ativador ascendente é acometido Crise� focai�: Surgem de redes neuronais limitadas a um hemisfério, onde podem permanecer localizadas ou secundariamente generalizar-se. Crise� general�ada� secundária�: Acontece quando as crises focais com a propagação das descargas, evoluir para crise tônico-clônica generalizada. Padrão oscilatório de inibição GABAérgica Subtip� d� Crise� general�ada�: → Crises Tônico-clônicas/ Convulsões tônico-clônicasgeneralizadas: Perda abrupta da consciência com contração tônica e depois clônica dos quatro membros(contração rapida e relaxamento), apnéia, liberação esfincteriana, sialorréia e mordedura de língua, durante cerca de um minuto. Acontece o grito epilético: na contração tônica o ar pode ser expulso através da glote fechada e ocorrência de período, confusão mental e sonolência. → Crises Clônicas: Ocorre abalos clônicos repetitivos com comprometimento da consciência. → Crises Tônicas: Contração muscular muito rapidas de 10 a 20 segundos. → Crises de Ausências Típicas: Breves episódios de comprometimento de consciência + piscamento, aumento ou diminuição do tono muscular e sinais início e término abruptos, geralmente ocorre várias vezes ao dia. São desencadeadas por hiperventilação → Crises de ausências atípicas: Há menor comprometimento da consciência , o início e o término são menos abruptos e o tono muscular mostra-se frequentemente alterado. Não são desencadeadas pela hiperpnéia. →Crise de Ausências mioclônicas: Perda de consciência e manifestações motoras importantes, abalos mioclônicos bilaterais. → Espasmos/Espasmos epiléticos: Contração tônica rápida(mais demorado que a mioclonia), pode ser em flexão ou em extensão. Ocorrem em salvas, especialmente ao despertar e durante a sonolência. No lactente são acompanhados por choro e normalmente é confundido por cólica pelos cuidadores. → Crises mioclônicas: Contrações musculares súbitas, breves, que se assemelham a choques. Ocorrem frequentemente após privação de sono, ao despertar ou ao adormecer e normalmente são desencadeados pela fotoestimulação intermitente . → Crises mioclono-atônicas: Principalmente em epilepsias da infância, mioclonia subita, geralmente em flexão, seguidos de perda do tono muscular com queda da cabeça e flexão dos joelhos seguida de relaxamento. → Crises atônicas: Perda ou diminuição abrupta do tono muscular por dois ou mais segundos., promovendo queda lenta se o indivíduo estiver em pé. Subtip� d� Crise� Focai�: → Crise parcial Simples/perceptiva: Há preservação da consciência. APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S. → Crises parciais complexas/Disperceptivel: Há comprometimento de consciência → Crises Focais Sensitivo-sensoriais: ● Com sintomas sensitivos-sensoriais elementares: Ocorrência de auras (parestesias, dor e sensações viscerais), visuais, auditivas, olfativas e gustativas. ● Com sintomas experienciais: Alucinações multissensoriais, como déjà vu, estados de sonho, alucinações complexas e a Síndrome de Alice no país das maravilhas. → Crises motoras focais: ● Com sinais motores elementares clônicos: contrações musculares ativadas pelo córtex motor primário contralateral. → Crises motoras tônicas assimétricas: Contração desigual ou assíncrona de grupos musculares de ambos os lados, podem ser acompanhadas por grito ou murmúrio. A consciência em geral. → Crises com automatismos típicos do lobo temporal: Movimentos coordenados e repetitivos que se assemelham a movimentos voluntários (envolve os dedos, mãos, língua e lábios) frequentemente há comprometimento da consciência. → Crises com Automatismos Hipercinéticos: Execução de movimentos que, quando rápidos, parecem violentos.. → Crises com Mioclonias Negativas Focais: Breves períodos de atonia focal com perda do tono postural que podem ser evidenciados quando o paciente exerce uma atividade tônica. → Crises Motoras Inibitórias: Paresia de membros ou períodos de afasia ( transtorno de linguagem: envolve area de wernick). → Crises Gelásticas: O riso de caráter incomum, estereotipado e inapropriado, associadas aos hamartomas hipotalâmicos. Ex: coringa. → Crises Hemiclônicas: Manifestações motoras unicamente ou de modo predominante em um só lado do corpo. Crises prolongadas causam hemiconvulsão-hemiplegia-epilepsia. → A� Manifestaçõe� Clínica� da� Crise� Focai� Sã� d� Acord� co� su� Orige�: →Crises do lobo temporal: Manifestações límbicas e fenômenos primitivos da esfera olfativo-alimentar em decorrência da ativação de estruturas arqui corticais como a amígdala. Mal-estar; sintomas autonômicos como midríase, palidez, sudorese e taquicardia; sintomas psíquicos como manifestações diafásicas, dismnésias (déjà/jamais vu/entendu, estados de sonho) ou afetivas (medo, irritabilidade, raiva). Alucinações e ilusões como as olfatórias são associadas a descargas na região amigdaliana e uncus (crises uncinadas); as auditivas sugerem envolvimento do giro temporal superior e as visuais, da transição têmporo-occipital. → Crise do lobo frontal: Crises motoras tônicas assimétricas e vocalização, bloqueio da fala e movimentos complexos;incontinência urinária; movimentos adversos e depois controversos da cabeça e dos olhos; queda, sintomas autonômicos e generalização, automatismos e alucinações olfatórias.→ Crises dos Lobos Parietal e Occipital: APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S. Sensações parestésicas ou disestésicas, principalmente da face e do braço, que podem assumir marcha jacksoniana, freqüentemente seguidas de fenômenos motores nos membros envolvidos. Distúrbios da imagem corporal podem, ainda, ocorrer nas crises parietais. Crises visuais caracterizam-se por alucinações elementares, como luzes ou cores, embora possa ocorrer perda visual crítica → Diagn�tic�: ● Baseado em dados clínicos: mínimo de 2 crises epilépticas ou + no intervalo de 12 meses; ● Eletroencefalograma:analisa a atividade elétrica cerebral espontânea e a hiperexcitação. ● Vídeo-EEG: Análise não apenas das descargas que ocorrem espontaneamente entre as crises, mas também dos próprios eventos epilépticos. ● TC: Permite o diagnóstico das malformações arteriovenosas, acidentes vasculares, lesões calcificadas e dos tumores do sistema nervoso, diagnóstica a lesão associada às crises epilépticas ● RM: identificação não-invasiva das áreas ativadas pelas crises em pacientes com crises focais, → Tratament� → Medidas preventivas: regularização dos hábitos de sono e evitar os estímulos desencadeantes nas epilepsias reflexas → Cuidados pré e pós-natais, imunização, prevenção de traumatismos cranianos, controle das doenças infecciosas e parasitárias, instituição precoce do tratamento e adesão ao mesmo e reabilitação psicossocial e vocacional, educação familiar e da comunidade, objetivando a reintegração social das pessoas com epilepsia. → Tratamento Medicamentoso: É preciso tratar todo indivíduo que tenha risco de apresentar outra crise sem tratamento. A escolha da droga antiepiléptica é feita de acordo com o tipo de crise, eficácia e efeitos colaterais. APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S. → Tratamento cirúrgico: É considerado quando a epilepsia se mostra refratária ao tratamento clínico. ● lobectomia temporal ou a amigdalo- -hipocampectomia seletiva: nos casos de epilepsia do lobo temporal, particularmente a decorrente de esclerose mesial proporcionam chances de 75% de controle completo das crises, enquanto em outras epilepsias focais as chances se aproximam de 50%. ● Calosotomia: que pode ser útil em pacientes com crises de queda, como as verificadas em epilepsias generalizadas sintomáticas. ● Transecção subpial múltipla: visa à desconexão da área epileptogênica situada sobre córtex eloqüente. Referências: BEGHI, Ettore. The epidemiology of epilepsy. Neuroepidemiology, v. 54, n. 2, p. 185-191, 2020. CARVALHO, Fernanda Cruz et al. Epilepsia, do diagnóstico ao tratamento: revisão de literatura. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 2, p. 8988-8997, 2022. CINTRA, Marcelo Pereira; YUEN, Chan Tiel. Epilepsia e depressão: abordagem na atenção primária como estratégia de saúde pública. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 10, p. e8845-e8845, 2021. NITRINI, Ricardo et al. Semiologia neurológica. In: A neurologia que todo médico deve saber [3. ed.]. Atheneu, 2015. SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora, 2016. APG S3P1-Epilepsia| 5°Período, Ilana Maria Maia S.
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