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Epilepsia e convulsão

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SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
1 
 
Epilepsia e convulsão 
Abordagem inicial das principais bases farmacológicas na terapêutica 
 
DISTÚRBIOS DA CONVULSÃO: DEFINIÇÕES 
• Uma convulsão é a resposta a uma descarga 
elétrica anormal no cérebro; 
• Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir 
uma crise convulsiva; 
• 2/3 dos indivíduos que apresentam uma crise 
convulsiva jamais a apresentam novamente, então 
não será um caso de epilepsia; 
• 1/3 dos indivíduos continuarão a apresentar crises 
convulsivas recorrentes, condição dominada 
epilepsia; 
• Atividade elétrica anormal durante uma crise 
convulsiva pode ser detectada pelo registro 
eletroencefalográfico (EEG). 
CAUSAS DAS CONVULSÕES 
• Febre alta; 
• Infecções (AIDS, meningite, sífilis, tétano, 
malária); 
• Distúrbios metabólicos; 
• Exposição a drogas ou substancias toxicas; 
• Oxigenação insuficiente do cérebro (hipoxemia) 
• Abstinências (álcool, tranquilizantes, 
medicamentos para dormir); 
• Reações adversas a medicamentos de receita 
obrigatória; 
• Outras doenças (eclampsia, encefalopatia 
hipertensiva, lúpus eritematosos). 
É importante ressaltar que algumas causas podem ser 
tratadas, dessa forma a terapêutica pode-se basear nas duas 
condições, e não se restringir somente ao antiepiléptico. 
EPILEPSIA 
• Condição neurológica caracterizada por crises 
epilépticas repetidas; 
• Afeta cerca de 0,5 a 1% da população; 
• Cerca de 56% dos epilépticos apresentam crises 
tônico-clônicas durante a vida; 
• A epilepsia catamenial é um tipo específico de 
epilepsia, no qual a frequência das crises é 
intensificada durante certas fases do ciclo 
menstrual. 
TIPOS DE CONVULSÕES 
Geralmente, as crises simples conserva o nível de 
consciência e memória do paciente, de forma que ele tem 
ciência dos sintomas. Enquanto, as complexas o indivíduo 
tem um comprometimento da consciência. 
 
 
FÁRMACOS 
Convulsões parciais 
DROGAS 
ANTICONVULSIVAN
TES 
CONVENCIONAIS 
DROGAS 
ANTICONVULSIVAN
TES 
RECENTEMENTE 
DESENVOLVIDAS 
Carbamazepina (solução e 
comprimido) 
Fenitoína (comp.) 
Fenobarbital / gardenal 
(gotas e comp.) 
Primidona, 
Valproato (solução e comp.) 
Gabapentina, 
lamotrigina 
Obs.: Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, 
clonazepam, valproato de sódio são ofertados pelo SUS 
Convulsões generalizadas 
TIPO 
DROGAS 
ANTICONVULSIVANTES 
CONVENCIONAIS 
Crise de 
ausência 
Clonazepam (benzodiazepínico) 
Etossuximida, 
Valproato 
Tônico-clônica Valproato / ácido valpróico 
Mioclônica 
Carbamazepina; 
Fenitoína; 
Fenobarbital; 
Primidona; 
Valproato. 
 
TIPO 
DROGAS 
ANTICONVULSIVANTES 
RECENTEMENTE 
DESENVOLVIDAS 
Crise de ausência Lamotrigina 
C
o
n
vu
ls
ão
Parcial ou focal 
Simples 
Complexas 
Com generalização 
secundária
Generalizada 
Ausência (pequeno 
mal)
Tônico clônica 
(grande mal)
Mioclônica
SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
2 
 
Um ponto importante dos anticonvulsivantes é que eles 
não são utilizados somente para crises epilépticas, dessa 
forma podem ser usados também nas profilaxias de 
enxaquecas, como estabilizadores do humor e tratamento 
de dores neuropáticas. 
FISIOPATOLOGIA DA EPILEPSIA 
• Redução na atividade de neurônios inibitórios que 
modulam a condutância de canis de cloreto, 
resultando em uma redução/inibição da atividade 
GABAérgica; 
• Falhas nas correntes de Na+, dependentes de 
Ca++, prolongando a despolarização, como se 
estivesse uma carga elétrica excessiva 
o Canais de sódio estão ativados; 
o Canais de cálcio ativados; 
• ↑ Glutamato (neurotransmissor excitatório) nas 
áreas que circundam um foco epiléptico. 
DROGAS 
ANTIEPILÉPTICAS/ANTICONVULSIVANTES 
MECANISMO DE AÇÃO 
• Bloqueio dos canais de sódio voltagem 
dependentes 
• Aumento da neurotransmissão GABAérgica 
• Inibição da neurotransmissão glutamatérgica 
• Inibição dos canais de cálcio voltagem 
dependente tipo T 
Obs.: Apresentam características estabilizadoras de membrana 
INATIVAÇÃO DO 
CANAL DE NA+ QUE 
DIMINUI OS 
DISPAROS 
ELÉTRICOS 
Carbamazepina; 
Fenitoína; 
Topiramato; 
Lamotrigina; 
Valproato. 
POTENCIALIZAÇÃO 
DA TRANSMISSÃO 
SINÁPTICA MEDIADA 
POR GABA 
Vigabatrina; 
Valproato; 
Benzodiazepínicos; 
Barbitúricos 
Pregabalina; 
REDUÇÃO DO FLUXO 
DE Ca2+, DIMINUINDO 
A CORRENTE 
Valproato; 
Etossuximida. 
INIBIÇÃO DA 
NEUROTRANSMISSÃO 
GLUTAMATÉRGICA 
Topiramato; 
Fenobarbital; 
Lamotrigina; 
Felbamato. 
 
ESTADO MAL EPILÉPTICO 
• Caracterizado por convulsões continuas podendo 
levar a morte neuronal 
• Crises que superam 30 minutos ou que apresentam 
um intervalo de 5 minutos entre outro episódio; 
• Tratamento inicial: Benzodiazepínico 
(Diazepam), IV 
• Acompanhamento: Fenitoína e/ou Fenobarbital 
IV 
FENITOÍNA (HIDANTAL) 
• Eficaz contra todos os tipos de convulsões parciais 
e tônico-clônicas, mas não nas crises de ausência 
• Não é sedativa e não causa depressão generalizada 
do SNC 
• Altera o padrão das convulsões causadas por 
eletrochoque 
• Revolucionou o tratamento da epilepsia 
FARMACOCINÉTICA 
• Tem pouca solubilidade em água 
• Elevada ligação proteica 
• Absorção via oral é lenta e redistribui-se 
rapidamente depois de absorvida 
EFEITOS ADVERSOS 
• Hirsutismos, hiperplasia gengival, leucopenia, 
síndrome de Stevens-Johnson 
(hiperssensibilidade), teratogenicidade, ataxia e 
nistagmo, etc. 
• Anemia megaloblástica (diminuição de ácido 
fólico), por esse motivo os anticonvulsivantes são 
classe D ne gravidez, pois o ácido fólico 
principalmente no primeiro trimestre apresenta 
uma função essencial na formação do tubo neural. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Uma outra característica dos anticonvulsivante é que eles 
aceleram o metabolismo de várias drogas que se forem 
utilizadas simultaneamente, por exemplo, os 
anticonvulsivantes diminuem as concentrações dos 
anticonceptivos hormonais (independentemente do tipo) 
então caso for tratar uma epilepsia de uma mulher deve-se 
orienta-la sobre o método de barreira. Por isso opta-se por 
uma monoterapia 
 
SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
3 
 
CARBAMAZEPINA (TEGRETOL) 
• Utilizada no tratamento das convulsões parciais e 
tônico-clônica, mas não nas crises de ausência. 
• Tem respostas terapêuticas em pacientes 
maníaco-depressivos (estabilizadores de humor) e 
tem efeitos antidiuréticos, podendo resultando em 
um ganho de peso e retenção de liquido; 
• É absorvida lentamente por via oral. 
• Usada também para o tratamento da neuralgia do 
trigêmeo 
• É quimicamente relacionada c/ os ADTs 
• Diminui a ativação repetida dos potenciais de ação 
evocados por uma despolarização (bloqueio) dos 
canais de Na+ 
• O seu metabólito (10,11-epoxicarbamazepina) 
tambem contribui para a eficácia 
anticonvulsivante da droga 
FARMACOCINÉTICA 
• Absorção errática e variável 
• Possui metabólitos ativos 
• Seus níveis sanguíneos não se relacionam com a 
dose. 
• É potente indutor do metabolismo, o que pode 
acelerar o metabolismo de qualquer droga em uso 
associado. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Autoindução de metabolismo; 
• Náuseas e distúrbios visuais; 
• Supressão granulocítica; 
• Anemia aplástica (pode afetar a medula óssea). 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
• Fenobarbital, fenitoína, valproato: ↑ metabolismo. 
• Pode reduzir as conc. de valproato. 
• Podem ocorrer más formações associadas ao uso 
da carbamazepina durante a gravidez. 
• Devem-se monitorar a função renal e hepáticas 
quando do seu uso. 
ÁCIDO VALPRÓICO ou valproato (DEPAKENE) 
• Anticonvulsivantes utilizado, basicamente, em 
todos os tipos de crise convulsivas; 
• Amplo mecanismo de ação: 
o Inibe a deflagração repetida e mantida 
induzida pelos neurônios com abertura 
dos Canais de Na+; 
o ↑quantidade de GABA por estimular a 
descarboxilase do ácido glutâmico e por 
inibir as enzimas de degradação do 
GABA; 
o Produz reduções da correntede Ca++ de 
baixo limiar (corrente T). 
FARMACOCINÉTICA 
• Bem absorvido por via oral 
• Elevada ligação proteica 
• Elevada penetração cerebral 
• Inibe o metabolismo da fenitoína e fenobarbital. 
• Desloca essas drogas da albumina 
EFEITOS ADVERSOS 
• Tremor; 
• Náuseas e vômitos; 
• Enzimas hepáticas elevadas; 
• Aumento de peso e de apetite; 
• Mal formação do tubo neural quando usado na 
gravidez 
• Alopecia 
• Distúrbio da coagulação 
• Efeitos depressores: sedação, ataxia, fraqueza. 
FENOBARBITAL (GARDENAL E BARBITÚRICO) 
• Utilizado em convulsões parciais e tônico-
clônicas. 
• Liga-se diretamente no canal iônico e independe 
da presença do GABA em doses mais altas – 
apresenta um risco maior. 
• Prolonga o tempo de abertura dos canais cloreto. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Sedação, irritabilidade e hiperatividade em 
crianças e agitação e confusão no idoso, anemia 
megaloblástica (ácido fólico). 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
• Fenitoína -T conc. fenobarbital. 
• Ácido Valpróico – T conc. plasm. fenobarbital. 
• Fenobarbital -T metabolismo da carbamazepina 
ETOSSUXIMIDA (ZARONTIM) 
• Útil para crises de ausência, porem ele já saiu de 
mercado 
• Diminui a atividade de canais lentos de cálcio no 
tálamo. 
• É bem absorvida e tolerada – distúrbios 
gastrintestinais e sonolência 
• Reduz as correntes de Ca2+ de baixo limiar 
(corrente T) nos neurônios do tálamo 
EFEITOS ADVERSOS: Náusea, anorexia, letargia e 
tonturas; muito raramente reações de hipersensibilidade; 
ideação suicida 
SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
4 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
• CLONAZEPAM (Rivotril)– útil na terapia das 
crises de ausência bem como nas convulsões 
mioclônicas de crianças. remédio ansiolítico e 
anticonvulsivante 
• DIAZEPAM – tratamento do estado/mal 
epiléptico. Desenvolve rapidamente tolerância ao 
efeito anticonvulsivante, mas não ao efeito 
ansiolítico. 
• Facilitam a ligação do GABA pelo receptor 
GABAA – apresenta um menor risco. 
• Aumenta a frequência de abertura do canal 
cloreto. 
• Risco de dependência. 
NOVAS DROGAS ANTIEPILÉTICAS (↑ preços) 
• Vigabatrina (Sabril) 
• Lamotrigina (Lamictal) 
• Gabapentina (Neurontim) 
• Tiagabina (Gabitril) 
• Topiramato (Topamax) 
• Lacosamida (Vimpat) 
• Levetiracetam (Keppra) 
LEVETIRACETAM (KEPPRA) 
• Bloqueia os canais de Ca voltagem dependentes 
• Reduzem a excitabilidade neuronal mediada por 
NT excitatórios 
• Potencializa o efeito inibitório do GABA 
• Pode ser usado como substituto do valproato 
• USOS: crises parciais em adultos e crianças acima 
dos 6 anos 
• Crises mioclônicas em adultos e crianças acima 
dos 12 anos 
• Crises tônico-clônicas generalizadas em adultos e 
crianças acima dos 6 anos 
PARTICULARIDADES 
• CLASSE C PARA GRAVIDEZ (Usar somente se 
benefícios > malefícios) 
• NÃO INTERAGE NA FARMACOCINÉTICA 
DOS CONTRACEPTIVOS HORMONAIS 
EFEITOS COLATERAIS 
• Hostilidade, agressividade, insônia, ideação 
suicida, instabilidade emocional, tontura, cefaleia, 
astenia, anorexia e agitação. 
LACOSAMIDA (VIMPAT) 
• Bloqueia lentamente os canais de sódio 
dependentes de voltagem 
• Estabilizam as membranas neuronais 
hiperexcitáveis 
• USOS CLINICOS: crises parciais com ou sem 
generalização. 
• GRAVIDEZ: CLASSE C (usar somente se 
benefícios> malefícios) 
EFEITOS COLATERAIS 
• Tontura 
• Confusão mental 
• Insônia 
• Cefaleia 
• Depressão 
• Distúrbios cognitivos 
• Diplopia 
CANABIDIOL (CBD) 
MECANISMOS DE AÇÃO 
• Baixa atividade pelos receptores canabinóidescb1 
e CB2, porém inibe a enzima responsável por 
degradar o endocanabinoide Ananadamida. 
• A ANANDAMIDA ativa CB1, reduzindo a 
excitabilidade neuronal. 
• ANANDAMIDA também ativa os receptores 5-
HT1A, aumentando a biodisponibilidade de 
serotonina (justifica seu uso clinico na 
ansiedade/depressão). 
ANTICONVULSIVANTES E GRAVIDEZ 
• A maioria das drogas são teratogênicas. 
• As crises epiléticas materna podem afetar o feto 
(Hipóxia fetal). 
• Preferir a monoterapia – risco/benefício. 
• Modificações farmacocinéticas 
• Aumenta o risco de malformações 
• Todos são categoria C (sem estudos em gravidas) 
• Diminuem os efeitos dos anticoncepcionais. 
• Uso de folato no primeiro trimestre. 
RISCOS 
• Anormalidades cardíacas 
• Fenda palatina 
• Defeitos crânio-faciais 
• Hipoplasia ungueal 
• Retardo do desenvolvimento 
• Espinha bífida (1-2%) 
• Deficiência de Folato (anemias) 
• Sangramento fetal (diminuição da % de vitamina 
K)

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