Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo altamente especializado, dinâmico, formado por células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos) e matriz extracelular calcificada pela deposição de cálcio e fosfato na forma de cristais de hidroxiapatita ([Ca3(PO4)2]Ca(OH)2). Osteoclastos e osteoblastos são as células responsáveis pela reabsorção e formação óssea respectivamente. É continuamente remodelado para garantia da integridade, autorreparação e adaptações às forças submetidas. Remodelação óssea: é um processo fisiológico que em resposta a sinais físicos e hormonais, inicia-se com o recrutamento de células precursoras de osteoclastos na superfície óssea a ser reabsorvida onde se fundem e transformam-se em osteoclastos multinucleados. Essa ativação dos osteoclastos vai ser intermediada por fatores e citocinas liberadas pelos osteoblastos e o contato célula a célula. Fator estimulante de colônia de monócitos (M- CSF): atua na proliferação de progenitores de osteoclastos, enquanto o ligante do receptor ativador do fator nuclear – KB (RANK-L) controla diretamente a diferenciação dessas células pela ativação com o receptor ativador do fator nuclear – KB (RANK). A ligação com RANK-L/RANK tanto na superfície de precursores de osteoclastos, quanto em osteoclastos maduros promove a reabsorção óssea por meio da inibição da apoptose, diferenciação e proliferação osteoclástica. A osteoprotegerina (OPG), também secretada pelos osteoblastos, tem efeito antagônico, liga-se ao RANK-L inibindo sua ligação com o RANK. Desta forma, o equilíbrio entre RANK-L/OPG, é essencial para a manutenção da densidade mineral óssea normal. Os osteoclastos ativados dão início a degradação do osso por meio da secreção de enzimas ácidas e hidrolíticas. A superfície reabsorvida é preparada por monócitos e macrófagos para adesão e início da formação óssea pelos osteoblastos. Ocorre uma complexa cascata de eventos envolvendo a proliferação e a maturação de células mesenquimais precursoras de osteoblastos que sintetizam proteínas da matriz óssea, principalmente colágeno, preenchem a cavidade reabsorvida com osteóide lamelar novo, e com a mineralização da matriz tem-se a formação do osso novo. Os osteoblastos envolvidos pela própria matriz extracelular sintetizada se diferenciam em osteócitos. Essas células constituem 90% das células ósseas adultas e encontram-se dispersas por toda matriz óssea em um estágio final de diferenciação. Os osteócitos estão ligados entre si por meio de processos dendríticos, o que permite a comunicação com a superfície óssea e o osso medular, dessa forma, em resposta a tensão mecânica, essas células têm o potencial de recrutar precursores de osteoclastos e células mesenquimais enviando sinais para reabsorção e formação óssea. Remodelação é regulada: por fatores locais e sistêmicos, incluindo forças elétricas, mecânicas, hormônios (paratormônio – PTH, hormônios da tireoide, vitamina D, estrógeno, andrógenos, cortisol, calcitonina, hormônio do crescimento). Interferências no mecanismo do remodelamento ósseo, que possam alterar o equilíbrio entre a reabsorção e formação, sendo favorecida e reabsorção óssea e implicam no desenvolvimento de doenças osteolíticas, sendo a mais comum a osteoporose. É uma doença esquelética sistêmica e progressiva caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da microarquitetura óssea, que torna o osso frágil e, por consequência, aumenta o risco de fraturas. Causa grande morbimortalidade, uma vez que as fraturas ocasionadas pela fragilidade óssea não causam diretamente a morte, mas a perda significativa do bem estar, qualidade de vida e dificuldade nas atividades cotidianas dos indivíduos acometidos. APG-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. A osteoporose é classificada em primária e secundária; Osteoporose Primária: Subdividida em tipo 1 e tipo 2; Osteoporose tipo 1 ou pós-menopausa: está diretamente ligada com a deficiência de estrógeno, atinge predominantemente o osso trabecular e é associada a fraturas nas vértebras e radio distal. Osteoporose tipo 2 ou senil: relacionada ao envelhecimento e aparece pela deficiência de cálcio, aumento da atividade do paratormônio e diminuição da formação óssea. Osteoporose secundária ou induzida: É dependente de múltiplas ações locais e sistêmicas que resultam na diminuição da formação e aumento da reabsorção óssea. É decorrente de processos inflamatórios como artrite reumatóide, desordens renais e por uso de drogas como corticóides, álcool e heparina Envelhecimento Mais prevalente Doenças metabólicas; Distúrbios hormonais: Hiperparatireoidismo; Medicamentoso: coricoterapia crônica; Doenças do colágeno; Envelhecimento Mais prevalente, principalmente em mulheres devido a menopausa. Alimentação moderna (altos índices de alimentos processados); Sedentarismo da vida moderna. Tem se 2 mecanismos principais e alguns fatores que influenciam o aparecimento dessa patologia. Embora não seja completamente entendido esse processo de reabso rção óssecausada pela deficiência de esteroides, estima-se um envolvimento do AUMENTO DA DE Processo natural de envelhecimento: Caracterizado por uma série de alterações bioquímicas que podem ser as responsáveis pelo declínio mecânico deste tecido, aumentando a incidência de fraturas em idosos Privação estrogênica: Causa predominante da perda óssea inicialmente acelerada e depois mais lenta em mulheres na pós- menopausa, e também como um contribuinte significativo para a perda óssea observada nos homens a partir dos 30 anos; A deficiência desse hormônio resulta em aumento da remodelação óssea e em desequilíbrio onde a reabsorção sobrepõe a formação. O estrógeno inibe a fusão e diferenciação de precursores de osteoclastos devido a sua ação sobre os monócitos, promovendo a redução plasmática de interleucina 1 (IL-1) e o Fator de Necrose Tumoral alpha (TNF-α). As duas citocinas citadas estimulam a secreção de outras citocinas como a Interleucina 6 (IL-6) e M-CSF que regulam a ativação dessas células [20,21]. Nos osteoblastos, o estrógeno age via receptor α18 induzindo a síntese de colágeno e promovendo a liberação de fatores como o TGF-β que atua sobre os osteoclastos, inibe a reabsorção óssea e estimula a apoptose dessas células. Fatores associados: A patogênese da perda óssea é senescência relacionada com várias alterações no organismo e está relacionada com alguns fatores: Deficiência relativa de cálcio consequência da DIMINUIÇÃO NA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO desse mineral pelo intestino e da MAIOR EXCREÇÃO URINÁRIA, corroboram para que haja uma maior ingestão oral de Ca, senão predomina um equilíbrio negativo! Associada a essa ingesta de cálcio, há uma deficiência de vitamina D, que está relacionada com a absorção do mineral → lembrar que já existe uma deficiência de absorção de cálcio intrínseca aos mecanismos de senescência intestinal, então a deficiência de vit D soma a esse processo. Predisposição genética; Insuficiência do pico de massa óssea; Imobilização; Falência gonadal; Ingestão inadequada de cálcio e vitamina D; Além de hábitos de vida e outros fatores ambientais (tabagismo, alcoolismo, uso de medicações, em especial os glicocorticoides etc.). Esteroides sexuais: estrogênio e testosterona. APG-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. Os pacientes normalmente são assintomáticos, a menos que tenhamsofrido alguma fratura. As fraturas não vertebrais são tipicamente sintomáticas, mas cerca de dois terços das fraturas por compressão vertebral são assintomáticas (embora os pacientes possam ter dor lombar crônica subjacente devido a outras causas como osteoartrite); Fratura por compressão vertebral: é sintomática começa com dor aguda que normalmente não se irradia, é agravada pelo suporte de peso, pode ser acompanhada de sensibilidade no ponto espinhal e tipicamente começa a diminuir em 1 semana. A dor residual pode durar meses ou ser constante, caso em que deve-se suspeitar de fraturas adicionais ou doenças subjacentes da medula espinal. Múltiplas fraturas de compressão torácica: causam, eventualmente, cifose dorsal, com lordose cervical exagerada (“corcunda”). O estresse anormal em músculos e ligamentos da coluna pode causar dor crônica, persistente e limitante, particularmente na região lombar. Os pacientes podem ter dispneia devido à diminuição do volume intratorácico e/ou saciedade precoce decorrente da compressão da cavidade abdominal à medida que a caixa torácica se aproxima da pelve. Densidometria Óssea: Marcadores ósseos: Os marcadores bioquímicos da remodelação óssea têm sido empregados para melhorar a sensibilidade e especificidade do diagnóstico da osteoporose, uma vez que a densitometria óssea é uma medida pontual e estática e não reflete as alterações dinâmicas que o tecido ósseo esta sofrendo no momento do exame Fosfatase Alcalina Total; Pró peptídeo do colágeno tipo 1; Calciúria; Exames de Imagem: RX, TC e RM. Recomenda-se o uso de cálcio em todos os pacientes que não apresentem ingestão adequada do mesmo. Nos casos de uso crônico de glicocorticoide ou não ganho de massa óssea ou a presença de escore Z menor que menos 2 DP: indica a associação de cálcio com vitamina D. Quando houver fratura ou não resposta ou intolerância ao cálcio associado à vitamina D: está indicado o bisfosfonato (alendronato- 35 mg/semana para crianças com até 30 KG e 70 mg/semana para aquelas com peso superior) por no máximo um ano, com reavaliação da densitometria óssea no final desse período.
Compartilhar