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DISTÚRBIOS ÓSSEOS E ARTICULARES -

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AULA DISTÚBIOS ÓSSEOS E ARTICULAÇÕES
Tecido ósseo faz reserva de cálcio no corpo, participa da hematopoiese no interior da medula óssea. É responsável pela movimentação do corpo, equilíbrio ácido-base.
É constituído por 3 células principais: osteócitos (manutenção da matriz óssea) , osteoblastos (dão origem aos osteócitos e sintetizam a matriz orgânica que preenche os ossos- mineralização) osteoclastos (reabsorção óssea). Além de células, o tecido ósseo é constituido por uma matriz extracelular, em que 20-30% não é mineralizada (é orgânica e rica em proteínas, em que tem o colágeno tipo I e as não colagenosas) e 70-80% sendo mineralizada (inorgânica e rica em sais: cálcio, fósforo, cristais de hidroxiapatita e magnésio).
Matriz orgânica: constituída pelas fibras colágenas, proporcionam flexibilidade e resistência à tensão. Os sais minerais mantém a rigidez e a resistência a compressão. A composição da matriz depende do tipo de osso, em como esse osso está se comportando no corpo.
Além de fibras colágenas e sais minerais, uma pequena porção da MEC tem proteoglicanos e as glicoproteínas e eletrólitos. Essa substância fundamental tem a função de fazer também a comunicação celular (célula-célula/célula-matriz) para manter também a matriz hidratada.
Tem as proteínas não colagenosas, entre elas tem: osteocina (sintetizada pelos osteoblastos durante o processo de formação óssea) elas sofrem um processo de carboxilação e com isso ela se liga com uma certa afinidade ao cálcio e aos cristais de hidroxiapatita e contribui para o processo de reabsorção óssea.
A fosfatase alcalina (expressa na superfície dos osteoclastos) é um bom marcador laboratorial e informa sobre o aumento da atividade e formação óssea. Quando o osso está em elevada atividade com relação a formação, então ele libera muita fosfatase alcalina que vai ser expressa no plasma e pode ser mensurada, só que no plasma existem várias funções da fosfatase alcalina, além da fração óssea, tem a fração cardíaca, hepática. Então ela acaba não sendo muito específica. Durante o processo de formação óssea, há expressão alta de fosfatase alcalina, mas como existem outras frações, se isso não for investigado com cuidado, por exemplo, com uma eletroforese, imunoeletroforese, a gente pode ficar na dúvida.
Em relação a osteocalcina, é sintetizada pelos osteoclastos e liga o cálcio com grande afinidade na MEC e com os cristais de hidroxiapatita, então ela ajuda a manter a integridade óssea. Isso é importante porque ela é rica nessa carboxila, e essa carga negativa atrai os cristais com isso ela sempre auxilia no processo de remodelação óssea.
A osteonectina é uma proteína não colagenosa que ajuda na remodelação óssea e manutenção da matriz. Então as proteínas auxiliam os osteoclastos mesmo sendo produzidas pelos osteoblastos.
Enquanto a osteonectina é uma proteína fosforilada, a osteocalcina é carboxilada. Mas basicamente elas tem uma função semelhante. 
Além dessas proteínas, existem várias proteínas não colagenosas. Como por exemplo: osteopontina (inibe a mineralização óssea, regula a proliferação celular e a reparação de tecidos), sialoproteína óssea (inibe a mineralização), glicoproteína ácida óssea 75 (liga cálcio, fixação de células ósseas), tudo isso para manter o equilíbrio ósseo.
Remodelação óssea: 
Tem atividade de formação (osteoblastos) e remodelação (osteoclastos). Quando pode haver um desequilíbrio: quando ocorre uma lesão, alguma doença, resumindo, algum dano ósseo.
Quando há uma lesão, os osteocitos que morreram nesse local, começam a expressar uma citocina que manda um sinal ativando os osteoclastos. Além disso, essas citocinas mandam sinal para os osteócitos para uma apoptose. Resumindo: essa citocina atrai osteoclastos para formar osteócitos maduros e leva a apoptose dos osteócitos locais. Então começa o ínicio da remodelação óssea, porque vai começa a eliminar essa matriz morta pelos novos osteoclastos e eles começam a remover o tecido lesionado. Quando o tecido for totalmente reabsorvido, os osteoblastos começam a povoar esse local e libera uma matriz não mineralizada (osteóide) que vai preenchendo esse tecido que foi reabsorvido. Essa matriz nova não tem fibras colágenas também não é rica em cálcio nem cristais de hidroxiapatita. Ela vai ficando aos poucos.
Os osteoblastos que permaneceram nesse local vão se diferenciando em osteócitos e esses osteócitos vão povoando essa nova matriz e vai começar a mineralizar liberando as proteínas para atrair cálcio, cristais de hidroxiapatita. Os osteócitos vizinhos liberam uma proteína chamada isquerotina, estimulando esse processo a acontecer, porque vai fazer a transformação de osteoblastos em osteócitos. A isquerotina também tem a função de inibir a formação óssea e evitar que esse processo seja ativado continuamente, por meio também da inibição das funções dos osteoblastos para que eles não sintetizem mais uma nova matriz. E quando ela bloqueia isso, tranforma os osteoblastos em osteócitos.
*A isquerotina é produzida por osteócitos vizinhos da mineralização.
Esses osteócitos para controlar esse processo na matriz, vão liberando essa proteína na formação óssea.
Os osteoblastos só são ativos quando há um dano tecidual, ou quando eles precisam ficar remodelando a matriz óssea, para trocar matriz mineral velha por uma matriz mineral nova.
Quando os osteoclastos promovem a remodelação, os osteoblastos que estão no tecido, começam a preencher os espaços deixado pelos osteócitos, formando um osteóide ai quando esse espaço é preenchido, esses osteócitos vizinhos vem ao local e inibem isso liberando isquerotina, porque o espaço já foi preenchido demais. Então esses osteoblastos vão se transformar em osteócitos e vão começar a povoar essa nova matriz formada e ajudar na mineralização óssea.
Na artrite reumatóide, devido a uma inflamação começa a haver o desgaste do tecido e dos ossos que estão fazendo essa comunicação. Ela não é uma doença sistêmica como a osteoporose.
Essa atividade de formação e remodelação tem que estar em equilíbrio.
O tecido ósseo tem comunicação com outros tecidos e órgãos do nosso corpo, como os vasos sanguíneos, fazem as trocas de íons no equilíbrio ácido-base, libera fatores de crescimento fibroblástico auxiliando no relaxamento do vaso, inibe a liberação do paratormônio, auxilia no aumento da expressão de fosfato, inibe a síntese de vitamina D, libera prostaglandinas, aumenta a sensibilidade à insulina. O principal é em relação ao cálcio (osso-sangue) porque enquanto o paratormônio inibe os osteoblastos e aumentando os osteoclastos, ele está
aumentando a calcemia, porque ele atuando na remodelação óssea, ativando muito osteoclasto acaba liberando muito cálcio no sangue, quando isso acontece, os osteócitos do tecido ósseo manda um sinal para promover o equilíbrio, inibindo o PTH. Já a calcitonina, inibe os osteoclastos e consequentemente diminui a quantidade de cálcio no plasma.
Marcadores bioquímicos:
Eles vão avaliar a dinâmica entre a remodelação e reabsorção óssea.
Podem ser mensurados tanto no sangue quanto na urina, depende do teste que for realizado. Dosam hormônios para ver se tem alguma relação. 
Complementam os exames de densidade óssea, pra ver se ta tendo perda de matriz ou fragilidade óssea (microfissuras).
Porquê é importante a avaliação desses marcadores? Para avaliar se o paciente está com alguma fragilidade óssea. (osteoporose, osteomalácia, hiperparatireoidismo, osteogênese imperfeita, displasia fibrosa).
Marcadores de formação óssea: relacionados aos osteoblastos.
· Fosfatase alcalina total e fração óssea.
· Osteocalcina.
· PINP (propeptídeo aminoterminal do colágeno I) sérico: são liberados no plasma quando há atividade de formação óssea ai começa o preenchimento da matriz osteóide que é produzida pelos osteoblastos, e elas são ricas em colágenos, então se dosa através da PINP que acaba passando pro plasma.
Marcadores de reabsorção óssea: relacionados aos osteoclastos. 
· Calciúria. (relação cálcio-creatinina urina 24hrs).
· Hidroxiprolinúria.
· CTx séricoe NTx sérico.
· DPD e PYR. (estão associadas ao colágeno, uma delas tem maior afinidade enquando a outra tem menos, são identificadas também quando os osteoclastos estão em alta e liberam muito fragmento de colágeno durante a reabsorção óssea, então o colágeno vai ser quebrado e esses fragmentos ao serem liberados podem ser identificados no plasma.
· Fosfatase ácida tartarato resistente (TRAP 5b-5b).
MARCADORES DE ABSORÇÃO:
Fosfatase alcalina (ALP) total e fração óssea:
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O médico solicita muito a ALP. Ela representa o somatório total das várias isoenzimas dela, que são também do fígado, rins, etc.
Varia em relação a idade e sexo.
É importante no processo de mineralização óssea.
Elevado: fenômenos ósseos de grande intensidade, colestase, hepatites virais, doença de paget, tumores ósseos, hiperparatireoidismo, osteomalácia e raquitismo.
 Diminuído: uso de anticoncepcionais orais, hipolipemiantes, anticoagulantes e antiepiléticos.
*Muito requisitada para exames de mulheres para avaliar a menopausa
*A fosfatase alcalina hepática tem a fração parecida com a fosfatase óssea, então tem que ter cuidado para não confundir na hora de avaliar.
Osteocalcina:
 Proteína que é liberada na circulação quando as atividades osteoblásticas estão bem acentuadas, esses fragmentos C-terminais da osteocalcina são excretados na urina, já os fragmentos N-terminais ficam e permanecem no plasma.
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Ajudam a identificar perda óssea em mulheres na menopausa.
A variação dela no plasma tem influencia pela idade e o ciclo circadiano.
Varia seus valores de homem pra mulher.
Elevado: doença de paget, hiperparatireoidismo primário.
Diminuído: hipoparatireoidismo e hipotireoidismo.
PINP:
É o marcador mais sensível.
Ele está muito relacionado a quantidade de colágeno novo que vai sendo depositado durante a formação da matriz óssea nova.
Pode ser utilizado para monitorar a reabsorção óssea para avaliar as doenças decorrentes de erros.
Elevado: pessoas com turnover ósseo aumentado, como na doença de paget, na osteoporose pós-menopausa e em metástases ósseas, tratamento com drogas anabólicas como a teriparatida (útil na monitorização terapêutica).
Diminuído: terapia com inibidores do turnover ósseo (útil na monitorização terapêutica).
MARCADORES DE REABSORÇÃO:
Calciúria:
Relação cálcio/creatinina e cálcio em urina 24h.
Pode predizer que a atividade de osteoclastos está aumentada (PODE SER).
Esses marcadores devem ser analizados juntos.
A concentração do cálcio na urina reflete a absorção intestinal, a absorção óssea, a filtração e a reabsorção tubular renal.
Em urina de 24h a concentração de cálcio é útil na investigação dos efeitos da vitamina D e PTH sobre a reabsorção óssea, e na avaliação de nefrolitíase.
A medida do cálcio urinária é indicada no acompanhamento das terapias de reposição e na avaliação do metabolismo do cálcio nas doenças ósseas, na nefrolitíase, na hipercalciúria idiopática e nas doenças da paratireoide. Hipercalciúria: cálculos renais e osteoporose, hipertireoidismo, a acidose tubular renal, a sarcoidose e outras doenças granulomatosas, a intoxicação por vitamina D, os excessos de glicocorticóides, a doença de paget, a acidose tubular de albright, várias síndromes paraneoplásicas, a doença de addison.
Hipocalciúria: deficiência de vitamina D, hipocalciúria familiar,
hipoparatireoidismo, esteatorréia, osteomalácia e diuréticos tiazídicos.
Hidroxiprolinúria:
Aminoácido presente no colágeno, sendo abundante na matriz óssea.
*Quando a hidroxiprolina tá sendo liberada, a gente pensa o quê? Está tendo remodelação óssea, o colágeno tá sendo quebrado e sendo substituído, e esse colágeno que tá sendo processado, então os aminoácidos presentes no colágeno vão pro plasma, são filtrados e aparecem na urina 24h.
Elevada concentração sérica de hidroxiprolina representa a degradação de colágeno tecidual.
A excreção urinária de hidroxiprolina reflete o metabolismo ósseo.
Reabsorção e destruição óssea -> crianças, doença de paget, fraturas e hiperparatireoidismo. 
Marcadores de reabsorção relacionados aos osteoclastos:
DPD e PYR:
Quando o colágeno tá sendo quebrado durante a reabsorção óssea, ele vai liberando todas essas proteínas.
Podem ser dosadas na urina de 24h
Alguns fármacos reduzem os níveis desses marcadores no plasma.
A quantidade urinária de DPD e PYR urinárias refletem a reabsorção óssea (atividade osteoclástica)
Esses marcadores permitem detecção de alterações de forma mais rápida que a densitometria óssea.
DPD é mais sensível que PYR.
Elevado: osteoporose, doença de paget, metástases ósseas, hiperparatireoidismo e hipertireoidismo. 
Diminuído: hipotireoidismo.
NTx:
Usado para avaliação da velocidade de reabsorção nos processos ostroporóticos. Excelente marcador de reabsorção óssea pelos osteoclastos liberando porções de colágeno na circulação que são excretadas na urina.
Não apresenta variações com a dieta sendo o principal colágeno dos ossos, e uma queda superior a 30% na sua concentração basal indica um bom resultado terapêutico.
Elevado: reabsorção óssea acelerada, menopausa, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, doença de paget.
Diminuído: controle pós-tratamento. Espera-se tipicamente decréscimo de 30 a 40% nos níveis de N-telopeptideo basal após 3 meses de terapia anti-absorvida na monitoração da terapia.
CTx:
Fragmento de peptídeo derivado da porção caroxi terminal do colágeno tipo 1.
Útil para a memorização da resposta ao tratamento, bifosfonatos e estrógenos reduzem os níveis de telopeptídeos após 3 meses de terapia adequada, em 30% a 40%.
Pico de excreção ocorre eentre 5 e 8 horas, refletindo um aumento do turnover ósseo pela noite, com níveis mais baixos entre 14 e 23 horas.
Elevado: crianças, pacientes com osteoporose, osteomalácia, Osteodistrofia renal, em uso de corticoide, doença de paget, hiperparatireoidismo e hipertireoidismo.
Diminuído: hipoparatireoidismo.
DPD e PYR:
São moléculas ligadoras do colágeno, ou seja, constituem as ligações cruzadas da estrutura helicoidal do colágeno tipo 1.
A quantidade de DPD e PYR urinária refletem a reabsorção óssea (atividade osteoclástica) sendo excretadas na proporção de 3:1, então tem mais DPD na urina do que PYR.
DPD é mais sensível que PYR.
Esses marcadores permitem detecção de alterações de forma mais rápida que a densitometria óssea.
Esses marcadores permitem a detecção de alterações de forma mais rápida na densitometria óssea, então pra investigar se a pessoa está sofrendo de alguma doença relacionada a reabsorção óssea, a DPD na urina já é bem avaliada e mais sensível que a densitometria, que é nos processos iniciais danosos a matriz, já consegue se identificar.
Elevado: osteoporose, doença de paget, metástases ósseas, hiperparatireoidismo e hipertireoidismo. 
Diminuído: hipotireoidismo.
Forfatase ácida tartarato-resistente (TRAP-5b):
Tá presente nos ossos, na próstata, nas plaquetas. 
Produzida pelos osteoclastos no processo de remodelação óssea.
Auxilia na manutenção da matriz.
Existem outras isoformas dessa mesma enzima em outros tecidos.
Então, no laboratório faz tratamento enzimático com a tartarato e se não for degradada a enzima, ela é a fração óssea.
Os níveis séricos sofrem ação cicardiana.
Elevado: patologias que aumentam o turnover ósseo, em pacientes com fraturas vertebrais, osteoporose.
*CURIOSIDADES:
Os hormônios gonadais (progesterona e estrógeno) eles aumentam a absorção de cálcio, preservam os osteoblastos e estimulam a apoptose dos osteoclastos, então eles mantém um equilíbrio na remodelação e formação óssea.
Distúrbios articulares:
A articulação é a estrutura central do sistema articular, considerada ponto de conexão entre 2 ou mais ossos, permitindo que o esqueleto permaneça estável e tem a função de amortecer impactos.
Tipos:
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Fibrosa:
Apresentam entre as peças que se articulam tecido conjuntivo fibroso.
Ossos mais estáveis.
Elas podem ser classificadas em suturas, sindesmoses e gonfoses. 
Cartilaginosas:Tecido de conexão entre as peças ósseas é cartilaginoso.
Sinovial:
O bservadas na união entre ossos longos, apresentam como principal característica a capacidade de movimentação.
P ossui uma cápsula que liga as extremidades dos ossos e delimita a cavidade articulas, que é cheia de líquido sinovial (rico em hialuronato e moléculas de agrecan, o qual ajuda a lubrificar as superfícies da articulação e no amortecimento de impactos.
Osteoartrite:
Inflamação da articulação.
Os condrócitos começam a expressar muitas citocinas inflamatórias quando ocorre a perda da integridade da articulação, quando essa MEC que preenche essa articulação vai sendo perdida com o tempo, por exemplo: idade, perda de proteoglicanos, perda de agrecanos, essa resistência aos impactos vai sendo perdida, com isso vai havendo o choque de osso com osso, então esse choque vai desgastando a cartilagem e esse dano tecidual vai levar a expressão de citocinas inflamatórias teciduais, desenvolvendo uma inflamação que é doloroso, leva a infiltração de vasos, a presença de fatores de crescimento que vai começar a consumir a matriz.
Então, ocorre perda de MEC, de cartilagem.
A osteoartrite é uma doença que é consequência de outras diversas doenças articulares.
Artrite reumatóide:
Incidência e prevalência variáveis entre as diferentes regiões.
Pode ser autoimune ou pode ser uma doença articular associada a um caráter genético.
Faixa etária: 30 aos 50 anos.
Predomínio no sexo feminino 3-4-1.
Sintomas sistêmicos: fadiga, mal-estar, febre, dores musculoesqueléticas
Sintomas articulares: inflamações articulares entre joelhos, falanges, pés. Manifestações extra-articulares: vasculite, atrofia da pele e do músculo, nódulos subcutâneos, linfadenopatia, esplenomegalia e leucopenia. Etiopatogene:
Fatores genéticos: genes de citrulinização e genes do MHC II (HLA-DR) 
Fatores hormonais: papel dos estrógenos
Fatores imunológicos: imunidade inata -> autoimunidade adaptativa
Fatores ambientais: tabagismo, poluição, infecções oportunistas. 
 Conjunto de fatores:
Os fatores levam a uma resposta imune, e com isso ocorre uma ativação do MHC II a produzir anticorpos contra esses antígenos ambientais e esses anticorpos levam a uma resposta autoimune atacando o sistema articular, ativando macrófagos sinoviais que leva a degradação da matriz, dano nos condrócitos.
Critérios de classificação:
1. Rigidez matinal 
2. Artrite de 3 ou mais articulações
3. Artrite de mãos
4. Artrite simétrica
5. Nódulo reumatóide
6. Fator reumatóide positivo
7. Alterações radiográficas
Os critérios de 1 a 4 devem estar presentes por pelo menos 6 semanas, e o diagnóstico é altamente sugestivo quando quatro dos sete critérios são preenchidos.
Achados laboratoriais:
· Leucócitos normais ou discretamente aumentados
· Anemia discreta
· Aumento da proteína C reativa (PCR)
· Aumento de fator reumatóide (FR)
· Aumento de anticorpo anti-CCP
Uma avaliação mais objetiva da atividade da doença deve ser feita utilizando-se algum dos índices de atividade clínica como DAS, DAS28, CDAI e SDAI. Os escores desses índices indicam atividade da doença e ajudam a observar eficácia terapêutica.
Interpretação SDAI:
<3,3 – remissão
3,3 a <11 – baixa atividade
11 a <26 – atividade moderada
>26 – alta atividade
Interpretação CDAI:
<2,8 – remissão
2,8 a <10 – baixa atividade
10 a <22 – atividade moderada
>22 – alta atividade
Interpretação DAS28:
<1,6 – remissão
1,6 a <3,2 – baixa atividade
3,3 a <3,7 – atividade moderada
>3,7 – alta atividade
Interpretação DAS28:
<2,6 – remissão
2,6 a 3,2 – baixa atividade 
>3,2 a 5,1 – atividade moderada
>5,1 – alta atividade
Fator reumatóide:
Anticorpo produzido em resposta a artrite reumatóide. 
Anticorpo que se liga a anticorpo.
Pode preceder a doença em anos.
Como ele também está presente em inflamações, então achar o FR na dosagem não significa que tem artrite, você tem que casar os complementos.
Elevado: 
· Severidade da doença
· Progressão da doença mais rápida.
· Pior evolução. 
· Manifestações extra-articulares.
Função:
Sendo específico para as células B, ele captura e apresenta antígeno estranhos como um complexo imune para as células T.
O FR se liga a superfície da cartilagem, que contém um complexo imune e ativa o sistema complemento.
Prova do látex ou reação de Waaler Rose:
Partículas de látex estabilizadas com gamaglobulina humana purificada são aglutinadas macroscopicamente quando o fator reumatoide está presente na amostra em concentrações iguais ou maiores que 8 UI/ml.
Anticorpo Anti-CCP:
 A citrulina é um aminoácido resultante de modificação da arginina pela enzima peptidil-argininna-deaminase (PAD).
Anticorpos dirigidos contra a citrulina
(anti-CCP) são encontrados em pacientes
com AR.
 Possui maior especificidade para AR maior
que o fator reumatóide. Nos pacientes
com AR de inicio recente é importante
ferramenta para o diagnostico precoce, 
predizando evolução mais agressiva de
AR.
 A determinação conjunta com o fator
reumatoide determina especificidade próxima de 110% para o diagnostico de AR. Locais que ocorre citrulinação:
FIBRINA, CITOQUERATINA, VIMENTINA, FILAGRINA, COLÁGENO.
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES):
· Doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas.
· Causa desconhecida (pode estar relacionada à genes de suscetibilidade HLA-DR2 e HLA-DR3). 
· Afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva (9x)
· A idade de inicio da doença varia de 2 a 90 anos.
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A pessoa que tem lúpus produz muitos autoanticorpos contra vários tecidos do corpo, e eles vão fazendo complexos antígeno-anticorpo que podem disparar a atividade do sistema complemento que vão leva a um dano tecidual.
Pode levar a ativação de macrófagos, linfócitos, etc. que vai danificando o tecido progressivamente. 
Existem autoanticorpos que vão sendo dirigidos aos DAMPs, então tecidos que já estão danificados, vão danificando mais ainda o tecido, como por exemplo: DNA de filamento duplo/simples, histonas, nucleossomos, deposição de imunoglobulinas e complemento no rim e na junção dermoepidérmicas. Anormalidades das células T e B.
Diagnóstico: critérios ACR: diagnostico do
LES.
Índice SLEDAI: atividade do LES
Quantificação do complemento:
C3 (90 A 180) C4 (10,0 a 40) CH50 (60 a
144).
FATOR ANTINUCLEAR (FAN):
Anticorpos antinucleares (ANA) detectados
por imunofluorescência indireta em substratos de células humanas (Hep2) 
Cerca de 98% dos pacientes com LES não tratado apresentam FAN.
Não existe relação entre os títulos de FAN e a atividade da doença. Após o teste de triagem positivo, deve ser feita a dosagem de autoanticorpos separadamente. Falso-negativo: presença de anticorpos anti-SSA/Ro, anticorpos anti-DNA de fita simples e durante o uso de corticoide ou outra terapia imunossupressora. Falso-positivo: artrite reumatóide, esclerodemia, síndrome de sjorgen, hepatite autoimune, infecções crônicas, na presença de anticorpos heterofilicos.
OBS: isolado não é diagnóstico de LES, sendo necessário observar os demais critérios.
O laboratório se baseia através da fluorescência do anticorpo.
Células Hep2 (linhagem de células tumorais derivadas de carcinoma laríngeo humano):
Exibem de maneira clara as várias estruturas celulares: citoplasma, núcleo e nucléolo e em multiplicação apresentam também de forma clara, as diferentes fases do ciclo celular.
Cada antígeno se comporta diferentemente em cada fase do ciclo células: permite uma associação do padrão morfológico com o autoantígeno e o autoanticorpo em questão.
São descritos vários padrões morfológicos diferentes de coloração imunofluorescente com importância clinica.
Os resultados são expressos em títulos (maior diluição do soro que ainda apresenta reatividade). 
Anticorpos Anti-DNA:
São encontrados em cerca de 40 a 70% dos pacientes com LES ativo.
Ds-DNA é encontrado no LES e sua presença é um dos critérios da ACR para o seu diagnostico. 
Referência: não reagente até 1/10. Podem ocorrer com baixos títulos na AR,hepatite crônica ativa, lúpus induzido por drogas, síndrome de sjogren, doença mista do tecido conjuntivo, miastenia gravis, esquistossomose e malária.
OBS: níveis crescentes ou altos títulos de anticorpos anti-dsDNA associados a baixos níveis de complemento quase sempre significam exacerbação da doença ou doença em atividade.
Autoanticorpos Anti-eritrocitários:
C oombs indireto – pesquisa anticorpos irregulares:
D etectam anticorpos IgG ou frações do complemento ligadas as hemácias que pode ocorrer em situações patológicas levando principalmente a hemólise. 
Positivo LES: presença de anticorpos aderidos as hemácias que levam a aglutinação celular.
Espondilite aquilosante: 
Afeta primariamente a coluna e as articulações lobossacras.
Artrite articulas periférica em 30% dos casos: infiltrado inflamatório nas articulações sacro- iliacas na coluna e vertebras.
Achados laboratoriais: FR (-) FAN (-)
Anemia leve em 25% dos casos
90% dos indivíduos são HLA-B27 positivos.
ARTRITE PSORIÁTICA: 
É uma poliartrite erosiva assimétrica que ocorre em cerca de25% dos pacientes com psoríase. Achados laboratoriais: FR (-) FAN (-)
HLA-B17 positivo em torno de 35% dos casos
HLA-CW6 -> psoríase e para artrite psoriática.
FEBRE REUMÁTICA:
Doença reumática, inflamatória de origem autoimune, em resposta do organismo a infecções por estreptococos do grupo A.
Sintomas: febre, poliartrite, nódulos subcutâneo, prostração e sintomas cardíacos.
Achados laboratoriais: cultura de garganta positiva para a bactéria (os sintomas devem ser levados em consideração no diagnostico)
Anticorpo anti-streptolisina O (ASO) elevado: só não tem valor diagnostico.
Eleva-se no inicio da infecção e diminui gradativamente.
A doença pode ser confundida por infecção por outra espécie de estreptococos do grupo A.
Tem que fazer a cultura e avaliar os anticorpos no sangue, porque sozinho não fecha diagnostico.
ARTRITE GOTOSA:
Caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue e surtos de artrite aguda secundários ao depósito de cristais urato de sódio nas articulações.
Afeta pequenas articulações das extremidades: articulação metatársica falandiana do dedo grande do pé. Joelho e tornozelo.
Achados laboratoriais: elevação do ácido úrico.
Durante o metabolismo das xantinas, o ácido úrico vai sendo formando para ser excretado, de acordo com sua dieta, se ela for muito proteica (carnes vermelhas, por exemplo) ele possui um limiar renal (10%) caso ultrapasse tem um dano e esse ácido vai se acumulando no sangue e formando cristais nos rins e também o deposito nas articulações.
ARTRITE SÉPTICA:
Doença infecciosa das articulações e, em alguns casos, suas manifestações podem simular o principio de uma AR.
Achados laboratoriais:
Leucocitose
Analise do liquido sinovial: cultura positiva para as bactérias.
Hipoglicemia e aumento concomitante de lactato.
PROVAS INESPECÍFICAS PARA AVALIAÇÃO DE DISTURBIOS OSSEOS E ARTICULARES: Hemograma:
aumento do numero total de leucócitos
Trombocitopenia: diminuição do numero normal de plaquetas 
Anemia
Urina:
Proteinúria, hematúria, cilindros hemáticos.
Clearance de creatinina abaixo do normal. 
Proteína c reativa:
Proteína plasmática que sofre elevação da inflamação. 
Nas doenças reumatológicas, tem valores acima de 0,5mg/dl
Maria Eduarda Henrique.
Biomedicina 6.º período.

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