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1 FRONTEIRAS DA GLOBALIZAÇÃO_compressed

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Litosfera e 
relevo terrestre
Nesta Unidade vamos estudar a litosfera, camada externa da Terra que está sempre em constru-
ção e em transformação pela dinâmica natural dos agentes transformadores do planeta. Vamos 
conhecer as estruturas geológicas e as formas de relevo que servem de suporte para as atividades huma-
nas que nela acontecem e que muitas vezes provocam impactos ambientais preocupantes, como a 
erosão e a poluição dos solos. Veremos também que, apesar de todo o avanço tecnológico, alguns fenô-
menos naturais, como os terremotos e as erupções vulcânicas, não podem ser controlados, e acabam 
causando grandes prejuízos e danos para a sociedade. 
 Limites divergentes entre as 
placas tectônicas norte-americana e 
europeia, em Thingvellir National 
Park, na Islândia. Foto de 2013.
Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 70 4/13/16 4:32 PM
71
c a p í t u l o 6
 Acima, uma montagem de imagens obtidas por satélites, em 2013, mostra a configuração atual do planeta Terra. Entretanto, os 
continentes e oceanos nem sempre foram como conhecemos hoje. Para entender como o planeta chegou a essa configuração, é preciso 
compreender o processo de formação da Terra e suas esferas, a Teoria da Deriva dos Continentes e a Teoria das Placas Tectônicas. 
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 As esferas da Terra
A litosfera é a camada mais 
superficial do planeta Terra. 
Formada por rochas e minerais, 
ela faz parte do cenário onde se 
desenvolve a vida na superfície 
terrestre. Esse cenário, porém, é mais complexo 
e envolve também outras camadas, ou esferas, 
inti mamente relacionadas entre si. Vejamos quais 
são elas.
■■ Atmosfera: esfera gasosa que envolve a Terra.
■■ Hidrosfera: compreende as águas oceânicas, as 
águas dos rios e dos lagos, as águas subterrâ­
neas e as da chuva.
■■ Biosfera: esfera onde estão os seres vivos. 
As relações entre a litosfera, a atmosfera e a 
hidrosfera envolvem importantes processos: a ero­
são, que modela o relevo terrestre; o ciclo da água; 
os fenômenos meteorológicos que podemos per­
ceber no nosso dia a dia, como chuva, nevoeiro, 
queda de neve; entre outros.
A biosfera, por sua vez, estabelece as inter­
­relações entre as demais esferas: compreendendo 
toda a matéria orgânica pertinente à vida na su­
perfície da Terra, ela forma o que chamamos meio 
ambiente, que permite o desenvolvimento da vida 
no planeta. 
A ilustração da página 72 representa as relações 
entre essas camadas.
Neste capítulo estudaremos a formação e a evo­
lução da litosfera, ou esfera de rochas, ao longo do 
tempo geológico, a fim de entender como o planeta 
assumiu a atual configuração.
Litosfera: evolução 
geológica da Terra
Litosfera: é a 
esfera da Terra 
formada por 
rochas e 
minerais.
 Litosfera: evolução geológica da Terra C a p í t u l o 6
Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 71 4/13/16 4:32 PM
72 U n i d a d e 3 Litosfera e relevo terrestre
Período 
Jurássico
Período Triássico
Período Permiano
Período Pensilvaniano
Período Mississipiano
Período DevonianoPeríodo Pré-Cambriano
Período Siluriano
Período Ordoviciano
Células fósseis 
mais antigas
Mais antiga rocha 
datada da Terra
4,6 bilhões 
de anos
Período Cretáceo
Época Eocena
Época Paleocena
Época Oligocena
Período Terciário
Época Miocena
Época Pliocena
Época Pleistocena
Período Quaternário
Época Holocena
4 Ga
3 Ga
2 Ga
Evolução das células 
com núcleo
144 Ma
65 Ma
57 Ma
206 Ma 251 Ma 300 Ma
320 Ma
354 Ma
1 Ga
543 Ma
35 Ma
23 Ma
5 Ma
1.8 Ma
0,01 milhão 
de anos
510 Ma
439 Ma
409 Ma
Era
Período
Época
Era Cenozoica
Era M
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ica
Era
 Pa
leo
zo
ic
a
Período 
Cambriano
Ga: bilhão de anos
Ma: milhão de anos
 O tempo geológico conta a 
história da Terra
Para o estudo da formação da Terra, utilizamos 
uma noção de tempo bem mais ampla do que dias, 
anos, séculos e milênios, usados para regular o 
tempo das sociedades humanas; empregamos o 
tempo geológico, medido em milhões e bilhões 
de anos. 
Como se vê, a noção de tempo para a Geologia 
é muito mais ampla do que para a História. Para a 
Geologia, um milhão de anos é um espaço de tempo 
“relativamente curto”. O tempo geológico é dividido 
em quatro unidades que se diferenciam por sua du­
ração temporal. Em ordem decrescente dessa dura­
ção, temos: éons, eras, períodos e épocas. 
O conjunto formado pelas unidades de tempo geo­
lógico é conhecido como escala geológica. Observe 
abaixo a ilustração que representa essa escala.
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 266.
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As esferas da Terra
Linha do tempo geológico da Terra
Atmosfera
Camada gasosa que 
envolve a Terra.
Litosfera
Camada sólida da 
Terra, formada por 
rochas e minerais.
Hidrosfera
Compreende as águas 
dos oceanos, rios, 
lagos e as águas 
subterrâneas e das 
chuvas.Biosfera
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73 Litosfera: evolução geológica da Terra C a p í t u l o 6
Tabela da escala geológica
Escala geológica
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Presente
Éon Era Período Época
Fanerozoico 
Cenozoica 
Quaternário
Holoceno
1,8
Pleistoceno
Terciário
Plioceno
Mioceno
Oligoceno
Eoceno
65
Paleoceno
Mesozoica 
Cretáceo 
Jurássico 
250
Triássico 
Paleozoica 
Permiano 
Carbonífero 
Devoniano 
Siluriano 
Ordoviciano 
543
 Cambriano 
2 500
Proterozoico – –
4 000
Arqueano – –
4 600
Hadeano – –
Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 248.
Métodos de datação
Vários métodos são empregados para determinar 
a idade de fósseis e estruturas geológicas, o que per-
mite reconstituir a história da Terra, embora nem sem-
pre seja possível obter datações precisas. Os principais 
são: a termoluminescência e os métodos de datação, 
baseados na medição da radioatividade (carbono-14, 
urânio-238, tório-230, potássio-árgon). A termolumi-
nescência consiste na medição da lumi nosidade que 
algumas substâncias apre-
sentam quando aquecidas. 
Por exemplo, ao ser aquecido, 
um objeto emite certa lumi-
nosidade em razão da radio-
atividade presente em sua 
massa; essa luminosidade é que vai indicar o tempo 
decorrido desde sua fabricação. Quanto aos métodos 
de medição da radioatividade, o principal é o que mede 
o carbono-14, elemento radioativo que é assimilado 
pelos seres vivos. Quando o ser vivo morre, a quanti-
dade desse elemento começa a decrescer, e com isso 
pode-se determinar a época em que ele morreu.
 Em grupo, realizem a atividade a seguir.
•	 Façam uma pesquisa mais detalhada sobre os 
métodos citados no texto que vocês acabaram 
de ler. Procurem saber que critérios são conside-
rados na escolha do método de datação, justifi-
cando sempre as afirmações. O grupo deve apre-
sentar suas conclusões para a classe.
Contexto e aplicação
Termoluminescência: 
emissão de luz em 
virtude do 
aquecimento de 
minerais entre 50 °C 
e 475 °C.
Geografia
e Química
Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 73 4/13/16 4:32 PM
74 u N I D a D E 3 Litosfera e relevo terrestre
 Origem, formação e 
camadas da Terra
A Terra teve origem há cerca de 4,6 bilhões de 
anos, muito tempo depois da formação do Universo, 
que teria surgido há cerca de 13 a 15 bilhões de anos 
com uma grande explosão: o big-bang.
A teoria que explica a origem do planeta Terra é 
apenas uma hipótese. No início, ele foi, muito prova­
velmente, uma grande massa incandescente que apre­
sentava em alguns pontos frias camadas rochosas. 
Envolta em gases, a Terra sofria ataques de pedaços 
de rochas, meteoritos erestos de planetas mais anti­
gos, que abriam grandes crateras em sua superfície.
Ao mesmo tempo que perdia pedaços, e estes 
afundavam no manto derretido e se fundiam nova­
mente, a crosta terrestre tornava­se mais grossa. 
Quando isso acontecia, eram emitidas nuvens de 
gases que envolviam todo o planeta. Esses gases 
deram origem a grande parte da atmosfera terres­
tre, porém essa atmosfera primitiva ainda não con­
tinha oxigênio. O oxigênio só passou a fazer parte 
da atmosfera quando os organismos fotossintéti-
cos evoluíram. 
Vulcões lançavam lavas e 
mais gases sobre a superfície que 
se formava, e as lavas ajudavam a 
engrossar a crosta. Os gases eram 
lançados na atmosfera juntamen­
te com o vapor proveniente do 
resfriamento da Terra, e as nu­
vens formadas condensavam­se, 
fazendo com que caíssem as pri­
meiras chuvas na crosta já resfria­
da, formando os primeiros lagos 
e oceanos nas partes mais baixas 
do relevo. Posteriormente, nas 
porções mais elevadas da super­
fície desenvolveram­se os primei­
ros continentes e as primeiras 
montanhas.
Em seu processo de forma­
ção, a Terra conheceu altíssimas 
temperaturas. Grande parte do 
planeta se fundiu e houve uma 
acomodação desigual de seus 
componentes. Os materiais mais 
pesados afundaram e formaram 
o núcleo; os mais leves flutuaram 
para a superfície e formaram a 
crosta. Assim, o interior da Terra formou­se com 
três diferentes camadas: a crosta, parte externa, 
composta de materiais leves; o manto, a camada 
intermediária; e o núcleo, composto de materiais 
mais densos, separados por um manto.
Na crosta distinguem­se duas porções: a crosta 
oceânica e a crosta continental. Com a parte supe­
rior do manto, a crosta forma a litosfera, que repou­
sa sobre uma camada de material em estado de se­
mifusão, denominada astenosfera, como mostra a 
figura a seguir.
O manto é formado por minerais, principalmen­
te ferro e magnésio; apresenta temperaturas que 
variam entre 100 °C e 3 500 °C, e pode ser dividido 
em manto superior e manto inferior. 
O núcleo, a camada mais profunda, é formado 
principalmente por ferro e níquel e apresenta alta 
temperatura e alta pressão. 
Fotossintético: relativo à fotossíntese (processo no qual 
as plantas captam a energia luminosa e a convertem em 
energia química).
Magnésio: metal empregado principalmente em liga com 
alumínio.
Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. 
Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 10-11. 
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A estrutura da Terra
Crosta
Manto
Núcleo 
externo 
(líquido)
Núcleo 
interno 
(sólido)
Crosta 
oceânica
Crosta 
continental
Litosfera
Astenosfera
Manto 
inferior
Raio de 6 380 km
Manto superior
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75 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6
 A origem dos continentes
A atual configuração dos continentes na su­
perfície da Terra resultou de um processo que 
levou à fragmentação e ao afastamento das ter­
ras emersas a partir de um bloco único, denomi­
nado Pangeia.
Desde o final do século XVI, outros cientistas 
já suspeitavam de que os continentes se movi­
mentavam. Em 1596, o cartógrafo holandês 
Abraham Ortelius (1527­1598), em seu livro 
Thesaurus geographicus (Tesouros geográficos), 
chamou a atenção para os vestígios de uma pos­
sível separação dos continentes no passado, com 
base na similaridade geométrica das linhas cos­
teiras dos continentes europeu, africano e ameri­
cano: o encaixe entre Europa e América do Norte, 
e entre África e América do Sul. 
No século XIX, suas ideias foram retomadas pelo 
geógrafo francês Antonio Snider­Pe llegrini (1802­ 
­1885), que inseriu, em sua obra A criação e seus mis-
térios desvendados, um mapa elaborado em 1858, 
mostrando que a América e a África já teriam forma­
do um único continente. Snider­Pellegrini baseou­se 
principalmente em evidências paleontol—gicas, 
como a presença de fósseis de plantas e animais idên­
ticos encontrados em diferen­
tes partes da Terra — hoje se­
paradas —, por exemplo, mas 
que teriam vivido nos mesmos 
lugares, em épocas anteriores.
Apresentamos a seguir duas teorias que se com­
plementam e que procuram explicar as etapas des­
se processo, responsável também pela formação 
do relevo da Terra e pelas transformações que ocor­
rem na crosta.
Leitura e reflexão
 Iceberg Isostasia
Paleontológica: 
referente a formas de 
vida que existiram em 
períodos geológicos 
passados.
Geografia
e Física
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O princípio da isostasia
O princípio da isostasia (do grego isos = igual e 
stasis = equilíbrio) explica o estado de equilíbrio dos 
blocos continentais que flutuam sobre o manto: os 
blocos mais pesados (cadeias de montanhas) mergu-
lham mais profundamente no manto do que os mais 
leves (planícies e depressões). Por tanto, quanto mais 
alto e mais pesado for o bloco terrestre, maior será a 
parte mergulhada no manto, compensando sua altura.
Podemos dizer que o conceito de isostasia ba-
seia-se no princípio do equilíbrio hidrostático de 
Arquimedes, que diz: “um corpo, para flutuar, des-
loca uma massa de água equivalente à sua própria 
massa”. Porém, como o manto sobre o qual repou-
sam os continentes não é comparável à água, uma 
vez que é um fluido mais viscoso, o equilíbrio não é 
tão perfeito como o hidrostático, daí a denominação 
equilíbrio isostático.
A crosta continental (menos densa) flutua sobre 
o manto e se aprofunda nele como um iceberg no 
oceano (observe as imagens abaixo). Nos locais onde 
o manto é mais espesso, o mergulho da crosta con-
tinental é mais profundo. Assim, o volume relativa-
mente menos denso da crosta em relação ao manto 
permite que as montanhas mais altas se equilibrem, 
do mesmo modo que o volume submerso do iceberg, 
mais leve do que o volume de água deslocado, per-
mite que ele flutue.
 Dê um exemplo diferente do que foi citado no texto para ilustrar o princípio da isostasia.
Cadeia de 
montanhas
Manto
Crosta
Planícies
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76 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre
■■ Teoria da Deriva dos Continentes, defendida 
pelo meteorologista alemão Alfred Lothar 
Wegener (1880-1930), em 1912;
■■ Teoria das Placas Tectônicas, desenvolvida na 
década de 1960 pelos geólogos americanos Harry 
Hess (1906-1969) e Robert Dietz (1914-1995), que 
comprovaram e explicaram melhor a Teoria da 
Deriva dos Continentes, como veremos a seguir.
 Teoria da Deriva dos 
Continentes
Em 1912, o meteorologista alemão Alfred Lothar 
Wegener retomou as ideias de Ortelius e de Snider­ 
­Pellegrini, elaborando a Teoria da Deriva dos 
Continentes. Segundo Wegener, há 200 milhões de 
anos teria existido um único supercontinente, a 
Pangeia (do grego, ‘todas as terras’), cercado por um 
único oceano, o Pantalassa (palavra grega que sig­
nifica ‘todos os mares’). Nessa época, a Pangeia teria 
iniciado seu processo de fragmentação, dando ori­
gem aos atuais continentes.
Assim como sugeriu Ortelius, a principal evidência 
da teoria de Wegener era a possibilidade de um en­
caixe perfeito entre a costa ocidental da África e a 
costa oriental da América do Sul. Mais perfeito seria 
esse ajuste se fossem consideradas as plataformas 
continentais dos dois continentes. Além disso, a teoria 
se fundamentava também em 
evidências paleontológicas, pa-
leoclim‡ticas e nas semelhan­
ças das estruturas geológicas 
das terras analisadas. As seme­
lhanças maiores estariam entre Europa e América do 
Norte e entre Austrália, África e Índia, além da citada 
anteriormente, entre África e América do Sul.
Outro grande defensor da Teoria da Deriva dos 
Continentes, Alexander du Toit (1878­1948), profes­
sor da Universidade de Johannesburgo, na África do 
Sul, propôsque, na Era Mesozoica, a Pangeia teria 
se dividido em dois continentes: Laurásia (América 
do Norte e Eurásia), ao norte, e Gondwana (América 
do Sul, África, Antártida, Austrália e Índia), ao sul. 
As duas partes eram separadas pelo mar de Tétis.
A partir daí, as divisões foram se sucedendo até 
os continentes atingirem sua configuração atual:
■■ Há mais ou menos 130 milhões de anos, a 
América do Norte separou­se da Eurásia.
■■ Há cerca de 125 milhões de anos, a América do 
Sul começou a se separar da África, formando 
o Atlântico Sul. A Antártida e a Austrália se 
afastaram da África, formando o oceano Índico.
■■ Há aproximadamente 65 milhões de anos, a 
Índia soltou­se da África e chocou­se com a 
Eurásia. Do choque surgiu a cordilheira do 
Himalaia. Com o isolamento das águas do 
Índico, formou­se o mar Mediterrâneo.
EUROPA
ÁFRICA
AMÉRICA
DO
SUL
EUROPA
ÁFRICA
ATLÂNTIDA
ÁSIA
AUSTRÁLIA
Adaptado de: TERRE. In: FuTuRA-SCIENCES.COm. Disponível em: <www.futura-sciences.com/magazines/terre/
infos/actu/d/geologie-derive-continents-alfred-wegener-100-ans-43241/>. Acesso em: 10 out. 2015.
Mapas de Snider-Pellegrini
Paleoclimático: 
referente a climas 
que existiram em 
períodos geológicos 
passados.
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 Em 1858, o geógrafo Antonio Snider-Pellegrini fez esses dois mapas para mostrar como a África e a América do Sul se encaixavam.
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77 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6
Apesar de seus estudos, Wegener não conseguiu 
explicar um ponto fundamental: por que os conti­
nentes teriam se movimentado pela superfície ter­
restre durante o passado da Terra. Por isso suas 
ideias foram recebidas com desconfiança pela co­
munidade científica da época e consideradas fanta­
siosas ou, até mesmo, absurdas. Após a morte de 
Wegener, em 1930, a Teoria da Deriva dos Con ti­
nentes caiu no esquecimento.
 Teoria das Placas Tectônicas
A possibilidade de ter havido uma “Deriva dos 
Continentes” voltou a ser considerada quando novas 
técnicas foram desenvolvidas e utilizadas na fabrica­
ção de equipamentos como o batiscafo e o sonar, que 
permitiram conhecer melhor o fundo dos oceanos.
Durante a década de 1960, os geólogos ameri­
canos Harry Hess e Robert Dietz conseguiram a 
explicação para o que tanto intrigava Wegener. 
A resposta estava no fundo dos oceanos. Por isso 
suas conclusões, expressas a seguir, foram chama­
das de Teoria da Expansão do Fundo dos Oceanos. 
■■ As rochas do fundo dos oceanos são de formação 
mais recente do que as das bordas continentais.
■■ Ao longo das cordilheiras submarinas (dorsais 
oceânicas), abrem­se fendas por onde passa o 
material magmático, que após resfriar­se forma 
uma nova crosta, causando a expansão do fundo 
dos oceanos.
■■ Existem diferentes tipos de limite entre as pla­
cas tectônicas, o que permite que verdadeiras 
“esteiras rolantes submarinas” sejam responsá­
veis pela movimentação das placas tectônicas.
Assim, a retomada das ideias de Wegener sobre 
a deriva dos continentes e as descobertas sobre a 
expansão do fundo dos oceanos permitiram a ela­
boração da Teoria das Placas Tectônicas.
Equador
OCEANO
PANTALASSA
Configuração atual
De 135 milhões a 125 milhões de anos
L A U R Á S I A
G O N D W A N A
65 milhões de anos
0 5 350 km
Mar de TŽtis
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De 250 milhões a 300 milhões de anos
Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 12-13.
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A deriva dos continentes
Batiscafo: pequeno submarino utilizado no estudo das 
profundezas dos oceanos.
Sonar: equipamento que recolhe ecos do fundo dos oceanos.
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78 u N I D a D E 3 Litosfera e relevo terrestre
 As placas tectônicas e seus limites
A litosfera não é uma crosta contínua: ela está 
dividida em placas com espessura bastante variada, 
as chamadas placas tectônicas ou litosféricas, que 
flutuam sobre a astenosfera, onde o material pas­
toso está em estado de semifusão (reveja a figura 
“Estrutura da Terra”, na página 74).
As maiores placas tectônicas são: Norte­
­Americana, Sul­Americana, do Pacífico, Antártica, 
Indo­Australiana, Euro­Asiática e Africana. Existem 
também placas menores, como as de Nazca, de 
Cocos, do Caribe, da Anatólia, da Grécia e outras.
Como vimos, as placas movimentam­se sobre o 
manto. A velocidade dessas placas é de 2 a 3 cm/ano, 
com diferenças de uma placa para outra. No fundo 
dos oceanos, novas extensões de crostas se formam.
Nas regiões de contato das placas estão as zonas 
geologicamente mais instáveis da Terra, onde 
ticoolar Árticoolar Árolar Árolar Árolar Árticoticoolar Árolar ÁrticoticoticoticoticoCírculo Polar ÁrCírculo Polar ÁrCírculo Polar ÁrCírculo olar ÁrCírculo Círculo Círculo Polar Árolar Árolar Árolar ÁrCírculo PPolar ÁrCírculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Polar ÁrPolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árticoolar Árticoticoticoticoticoticoticoticoticoticotico
Círculo Polar Antártico
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Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
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0º
Limite de placa
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DO
PACÍFICO
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DE COCOSOCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
PLACA
DE NAZCA
PLACA
NORTE-AMERICANA
PLACA
SUL -AMERICANA
PLACA
AFRICANA
PLACA
INDO-AUSTRALIANA
PLACA
EURO-ASIÁTICA
PLACA DAS
FILIPINAS
PLACA
DA GRÉCIA
PLACA ANTÁRTICA
PLACA
IRANIANA
PLACA DA
ANATÓLIA
PLACA
ARÁBICA
Direção do deslocamento das placas
PLACA
DO CARIBE
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0 2 670 5 340 km
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 54.
Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 13.
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A expansão do fundo dos oceanos
Placas tectônicas
O rifteamento e a expansão ao longo de uma zona estreita 
criaram a Dorsal Mesoatlântica, uma cadeia de montanhas 
mesoceânicas onde vulcões e terremotos se concentram.
Dorsal Mesoatlântica
Placa
 Nort
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na Placa Euro-Asiática Rifte: fraturas na 
crosta oceânica e na 
continental, 
provocadas por forças 
tectônicas, que levam 
ao desenvolvimento 
de vales profundos.
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79 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57.
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Esquema ilustrativo de fossa abissal
ocorrem as atividades responsáveis pelas modifica­
ções na crosta: as atividades vulcânicas e os terre-
motos, ou abalos sísmicos. É por isso que regiões 
localizadas nos limites das placas tectônicas, como 
Japão, México, Califórnia, Oriente Médio e Itália, 
entre outras, são mais sujeitas a esse tipo de fenôme­
no. As áreas mais estáveis, como o território brasilei­
ro, localizam­se no interior das placas. Mas isso não 
exclui a possibilidade de que ocorra algum tremor 
no país, associado a falhas e deslocamento interno 
de blocos na parte superior da crosta. A maioria dos 
tremores é, em geral, de baixa intensidade, e muitas 
vezes nem chegam a ser percebidos pela população.
Os limites das placas tectônicas estão sempre 
em movimento, mas não acontecem da mesma 
forma. Daí podermos considerar três tipos prin­
cipais de limites: convergentes, divergentes e 
transformantes.
 Limites convergentes
Há pontos onde as placas se encontram e coli­
dem, os chamados limites convergentes, ou zona desubducção. Nesses limites, uma das placas mergu­
lha por baixo da outra e retorna à astenosfera. 
Assim como há dois tipos de crosta (oceânica e 
continental), há também as placas continentais, que 
formam as terras emersas, e as placas oceânicas, 
que formam o fundo dos oceanos. Por isso, há dife­
rentes tipos de limite convergentes.
■■ Encontro de uma placa oceâ nica com uma placa 
continental. Quando isso acontece, geralmente 
formam­se fossas abissais. 
Um exemplo é a fossa Peru­
­Chile, onde a placa de Nazca 
mergulha sob a placa Sul­ 
­Americana, como se pode 
ver na figura abaixo.
■■ Encontro de duas placas oceânicas. Nesse caso, 
podem dar origem a arcos vulcânicos, que são 
cadeias de montanhas ou ilhas vulcânicas forma­
das próximo aos continentes, em limites conver­
gentes de placas tectônicas. O arquipélago japo­
nês e a fossa do Japão resultam desse tipo de li­
mite, como mostra a primeira figura da página 80.
■■ Encontro de duas placas continentais. Nesse 
caso, a subducção do tipo oceânica não ocorre. 
Em vez de uma placa mergulhar sob a outra, 
geralmente elas se sobrepõem. O exemplo mais 
conhecido é o choque da placa Euro­Asiática 
com a placa Indiana, que originou a cadeia do 
Himalaia (veja a segunda figura da página 80).
Fossas abissais: 
são as depressões 
mais profundas 
encontradas no 
fundo dos 
oceanos.
Quando uma placa oceânica encontra uma placa 
continental, a placa oceânica entra em subducção 
e um cinturão de montanhas vulcânico se forma 
na margem da placa continental.
Placa 
Sul-Americana
Placa de Nazca
Cordilheira dos Andes
Fossa Peru-Chile
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80 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57.
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57.
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Encontro de placas oceânicas
Encontro de placas continentais
 Limites divergentes
Esse tipo de limite também é chamado 
cristas em expansão, ou margens constru-
tivas. Nesses pontos as placas estão em 
processo de separação: o magma vindo do 
interior da Terra causa o afastamento das 
placas tectônicas e, consequentemente, a 
formação de uma nova crosta oceânica, ou 
seja, um novo assoalho oceânico, como se 
pode ver na figura ao lado e na figura que 
mostra a expansão do fundo dos oceanos, 
que apresentamos na página 78. São exem­
plos de formações de limites divergentes 
as cordilheiras submarinas Mesoatlântica 
e Mesopacífica. 
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 
4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 52.
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Afastamento das placas
Quando duas placas oceânicas 
convergem, formam uma 
fossa de mar profundo e um 
arco de ilhas vulcânico.
Arquipélago japonês 
(arco de ilhas)
Fossa do Japão
Quando duas placas 
continentais colidem, 
a crosta é amassada e 
espessada, formando altas 
montanhas e um planalto.
Himalaia
Planalto do Tibete
Placa 
Euro-Asiática
Placa 
Euro-Asiática
Placa do Pacífico
Placa Indo-Australiana
Em limites 
divergentes, as 
placas afastam-se 
e formam uma 
nova litosfera.
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81 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6
 Limites transformantes
Neste caso, as placas deslizam horizontalmente 
uma ao lado da outra, ao longo de uma linha conhe­
cida como falha de transformação. São as chamadas 
zonas de conservação, uma vez que não há destrui­
ção nem formação de novas crostas, e a área da pla­
ca permanece constante.
Geralmente, as falhas transformantes estão no 
fundo dos oceanos. No continente, a mais conhecida 
é a falha de San Andreas (Califórnia, Estados 
Unidos). Com cerca de 1 300 km de comprimento, 
essa falha é limite da placa do Pacífico com a placa 
Norte­Americana, que deslizam horizontalmente 
uma pela outra cerca de 5 cm por ano.
Nesses deslizamentos as placas podem se resva­
lar e causar terremotos de grandes proporções na 
superfície terrestre, como o que provocou grave des­
truição na cidade de São Francisco, nos Estados 
Unidos, em 1906. 
Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2006. p. 52.
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Deslizamento horizontal das placas
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 Vista aérea do planalto de Carrizo, com destaque para a falha 
de San Andreas, na Califórnia, Estados unidos. Foto de 2014.
Terremotos: sem hora marcada
Poucas catástrofes naturais são tão devastadoras quanto 
os terremotos. mas o que mata não é o tremor do chão, e 
sim as coisas que o homem constrói em cima dele.
Você pensa que está pisando em terra firme? 
Provavelmente, nunca passou por um terremoto. É 
assustadora a sensação de que o chão onde seus pés se 
apoiam se voltou, de repente, contra você. Charles 
Darwin (1809-1882), o famoso biólogo inglês, foi pego 
por um tremor violentíssimo durante suas pesquisas no 
Chile, em 1835. “Um terremoto destrói, em apenas um 
segundo, a mais arraigada de nossas convicções, a de 
que caminhamos sobre terreno sólido”, comentou 
Darwin. “Isso gera um sentimento de insegurança que 
só pode ser entendido plenamente por quem passou por 
essa experiência.”
O terremoto acontece, quase sempre, sem aviso 
prévio. Primeiro, surge um barulho abafado, como o 
de um trem se movimentando debaixo da terra. 
Depois, o chão começa a sacudir. Na maioria das 
vezes, a turbu lência dura poucos segundos e causa, 
no máximo, um susto. A tragédia ocorre quando o 
tremor é prolongado ou intenso. O mundo vem abaixo, 
literalmente. Prédios, pontes e viadutos desmoronam. 
O solo se racha e, em alguns casos, passa para o 
estado líquido, afundando tudo o que existe em cima 
dele. [...]
Ampliando o conhecimento
Em limites de falhas transformantes, as placas 
deslocam-se horizontalmente uma em relação à outra.
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82 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre
Da ira divina ao movimento das placas
A Terra chacoalha muito mais do que a maioria das 
pessoas imagina. Todo ano, acontecem 50 mil terremotos, 
dos quais uns 100 são fortes a ponto de provocar danos 
em áreas povoadas. Os abalos que arrasam cidades 
inteiras, como este que você vê na foto abaixo, ocorrem 
com uma frequência de um por ano, em média.
Os gregos antigos atribuíam os terremotos à fúria 
dos deuses. Já os chineses acreditavam que o mundo 
repousava sobre o lombo de um boi — de vez em quando, 
o animal trocava seu ponto de apoio de uma pata para 
a outra, fazendo a terra balançar. Na tradição japonesa, 
quem sustentava o peso do planeta era um peixe 
gigantesco, mergulhado na lama das profundezas e 
vigiado de perto por um deus, Kashima, que o mantinha 
quieto. Quando Tóquio foi destruída por um terremoto, 
em 1855, não foi difícil entender a causa da tragédia. 
Kashima tinha saído de viagem, em peregrinação a um 
templo distante. O peixe aproveitou para cometer uma 
de suas travessuras.
O primeiro a explicar os terremotos sem recorrer a 
deuses ou bichos mitológicos foi o filósofo grego 
Aristóteles (384-322 a.C.). O subsolo estaria repleto de 
“vapores” que, ao emergir para a superfície, sacodem o 
chão. A teoria de Aristóteles é furada, mas valeu pelo 
esforço de objetividade. Hoje se sabe que os terremotos 
são causados pelo movimento das gigantescas placas 
que formam a superfície terrestre, as placas tectônicas.
[...]
Um país que convive com a tragédia
Um em cada 10 terremotos acontece no Japão. É que 
o país está localizado à beira de uma fossa submarina, 
com 6 quilômetros de profundidade.Lá, a Placa do 
Pacífico afunda para o interior do planeta, empurrada 
para baixo pela Placa da Ásia. O atrito entre as duas 
placas faz o chão tremer. 
Escaldados pelo cataclismo que destruiu Tóquio e 
Yokohama em 1923, os japoneses se tornaram mestres 
na prevenção de terremotos. O país possui 120 estações 
sismológicas, atentas às mínimas vibrações do solo. Do 
transporte ferroviário às redes elétricas, tudo é projetado 
de modo a aumentar a segurança em caso de tremores 
de terra. Mas a perfeição é impossível.
[...] 
A aposta na prevenção
Uma vez por ano, em 1º de setembro, os japoneses 
suspendem o trabalho, mas não descansam. É o Dia da 
Prevenção, quando a população participa de exercícios 
que ensinam os procedimentos mais seguros em caso de 
terremoto. Nos edifícios, os moradores praticam as 
instruções de evacuação rápida. Nas escolas, os alunos 
são orientados a vestir capuzes e a se proteger embaixo 
das mesas quando não há tempo de deixar o prédio. 
Bombeiros percorrem as aldeias com os “caminhões- 
-terremoto”. Na carroceria, um mecanismo especial 
simula abalos de 7 graus na Escala Richter.
[...] Nas cidades de maior risco sísmico, os prédios são 
especialmente projetados para suportar os piores 
terremotos. 
A ligação entre as partes é bem mais firme do que nos 
prédios normais e a estrutura é toda de aço, que num abalo 
forte curva mas não quebra, como o concreto. 
FuSER, Igor. Terremotos: sem hora marcada. Superinteressante, 
fev. 1998. Disponível em: <http://super.abril.com.br/comportamento/
terremotos-sem-hora-marcada>. Acesso em: 6 out. 2015.
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 moradores observam estragos provocados por tsunami e terremoto na cidade de Coquimbo, no Chile. Foto de 2015.
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83 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6
Refletindo sobre o conteúdo
1. Geografia e língua portuguesa Em um de seus 
romances, o escritor português José Saramago, 
Prêmio Nobel de Literatura de 1998, descreve um 
“acidente geológico”, como reproduzimos no trecho 
a seguir.
[…] que a península Ibérica se afastou de repente, 
toda por inteiro e por igual, dez súbitos metros, quem me 
acreditará, abriram-se os Pireneus de cima a baixo como 
se um machado invisível tivesse descido das alturas, 
introduzindo-se fendas profundas, rachando pedra e terra 
até o mar… Quando se tornou patente e insofismável que 
a península Ibérica se tinha separado por completo da 
Europa […]
SARAmAGO, José. A jangada de pedra. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2006.
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 Imagem de satélite da península Ibérica. 
 Equipes de resgate buscam sobreviventes após terremoto, na 
cidade de Katmandu, no Nepal. Foto de 2015.
a) Relacione o episódio fictício narrado por Saramago 
com as informações deste capítulo.
b) Explique duas situações em que o processo des-
crito ocorreu realmente.
2. Leia o texto a seguir, depois faça o que se pede.
Para ordenar e comparar eventos passados, os 
geólogos desenvolveram uma escala de tempo 
padronizada e aplicada no mundo inteiro.
FAIRCHILD, Thomas R.; TEIXEIRA, Wilson (et al.). 
Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2001. p. 306.
•	 Compare	o	tempo histórico ao tempo geológico.
3. O conjunto formado pelas unidades de tempo geoló-
gico é conhecido como escala geológica. Observe no-
vamente, nas páginas 72 e 73, a ilustração e o quadro 
que representam essa escala e identifique duas carac-
terísticas presentes em sua constituição.
4. Leia o trecho a seguir para responder às questões.
As primeiras ideias a respeito da deriva dos 
continentes são muito antigas e surgiram da observação 
das suas formas […]. Segundo Wegener deixou escrito, 
foi a semelhança dos perfis costeiros de ambos os lados 
do Atlântico Sul que lhe despertou a suspeita de um 
afastamento entre […].
BRANCO, Samuel; BRANCO, Fábio. 
A deriva dos continentes. São Paulo: moderna, 2009.
a) Formulada em 1912, a Teoria da Deriva dos 
Continentes só obteve reconhecimento a partir da 
década de 1960. O que foi descoberto nessa épo-
ca que deu crédito à teoria de Wegener?
b) Quais continentes você nomearia para completar 
a citação?
c) Identifique duas evidências do fato de esses conti-
nentes terem formado uma massa única no passado.
d) Com a fragmentação da Pangeia, em que conti-
nente ficou localizado o território brasileiro?
5. Sobre a crosta terrestre, responda aos itens a seguir.
a) A humanidade vive na crostra terrestre e aí exer-
ce suas atividades. Caracterize essa camada e 
justifique sua importância.
b) Os vulcões fazem parte da crosta terrestre. Por 
um lado, representam um risco iminente para a 
população que reside em suas proximidades, 
como se vê na imagem abaixo; por outro, permi-
tem o aproveitamento de seu solo. Explique essa 
afirmação.
c) Relacione o Brasil com a atividade vulcânica recente.
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As grandes companhias transnacionais também 
contribuem com essa situação, ao transferirem suas 
unidades produtivas para outros lugares, fechando 
vários postos de trabalho nos países desenvolvidos. 
Muitos países não desenvolvidos e não industria-
lizados ainda apresentam uma elevada PEA no setor 
primário. Podemos citar como exemplos: Libéria 
(70%), Malauí (90%), Chade (80%), Guate mala (38%), 
Honduras (39,2%), segundo dados do The World 
Factbook, publicado pela Central Intelligence Agency 
(CIA). De acordo com essa fonte, vemos que até al-
guns emergentes, como Índia (49%) e China (33,6%), 
apresentam elevado índice de população rural, prin-
cipalmente se considerarmos que esses índices são 
calculados sobre populações de mais de um bilhão 
de habitantes. Na maior parte dos países não desen-
volvidos, o processo de urbanização não foi efetiva-
mente acompanhado pela geração de empregos nos 
setores secundário e terciário. Esse fato criou uma 
grande massa de trabalhadores subempregados, 
como os camelôs, os vendedores ambulantes, os guar-
dadores de vagas de carros e os limpadores de para-
-brisas, que fazem parte da economia informal.
Trópico de Capricórnio
Equador
0°
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Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
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Nova York
Filadélfia
Miami
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Rio de Janeiro
Belo Horizonte
São Paulo
Buenos Aires
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Kinshasa
Cairo
Bagdá
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Karachi
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Délhi Dacca
Kolkata
Hyderabad
Chennai Bangcoc
Ahmadabad
Manila
Hong Kong
Xangai
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Tóquio
Seul
Pequim
Tientsin
Mumbai
Bangalore
Jacarta
Moscou
São Petersburgo
Londres
Paris
Madri
Cidade do México
Bogotá
Lima
Santiago
Los Angeles
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ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO
0 2 490 4 980
km
500 000 habitantes
Cidades mais populosas
Distribui•‹o da popula•‹o
Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2013. p. 34.
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Distribuição da população no mundo
Subemprego: emprego não qualificado, de remuneração 
muito baixa e sem vínculo empregatício.
Economia informal: compreende atividades que estão à 
margem da formalidade. Não há registro de empregados 
nem pagamento de impostos. Quem trabalha na economia 
informal “não existe” para a legislação trabalhista e fiscal.
 Distribuição da população 
mundial
Observe atentamente o mapa abaixo. Nele é pos-
sível constatar que a distribuição da população na 
superfície da Terra é bastante desigual: o hemisfério 
norte apresenta uma população muito mais nume-
rosa, pois concentra a maior parte das áreas dos 
continentesamericano, africano, asiático, além de 
 Vendedores ambulantes em rua da região central do município 
de São Paulo (SP), em 2015.
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198 U N I D A D E 6 A população mundial e a transformação do espaço
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Já os drusos que vivem em outras partes de Israel são 
considerados cidadãos leais do país, servindo normalmente 
no Exército.
No vilarejo druso-israelense de Yarka, centenas de 
manifestantes saíram em passeata em 14 de junho [de 2015] 
pedindo intervenção internacional para salvar seus 
conterrâneos sírios.
Líderes comunitários pediram até mesmo ajuda aos EUA. 
A marcha fez com que a vice-chanceler israelense, Tzipi 
Hotovely, anunciasse estar cogitando abrir as fronteiras do 
Golã com o lado sírio — o que raramente acontece — para 
receber refugiados sírios.
KRESCH, Daniela. Folha de S.Paulo — Mundo, 23 de junho de 2015. 
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/
mundo/2015/06/1646529-israel-e-hamas-podem-se-unir-contra-
o-estado-islamico.shtml>. Acesso em: 22 nov. 2015.
• Reúna-se em grupo e discutam as consequências 
prováveis dessa possível ação do Estado Islâmico na 
região de Israel e da Palestina.
Enem
1 No mundo árabe, países governados há décadas por re-
gimes políticos centralizadores contabilizam metade da 
população com menos de 30 anos; desses, 56% têm 
acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futu-
ro e diante da estagnação da economia, esses jovens 
incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. 
Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, ven-
dedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto 
por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifes-
tações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus 
libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, 
derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni 
Mubarak. Sites e redes sociais — como o Facebook e o 
Twitter — ajudaram a mobilizar manifestantes do norte 
da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade. 
Istoé Internacional, 2 mar. 2011. (Adaptado).
 Considerando os movimentos políticos mencionados 
no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes
a) reforçar a atuação dos regimes políticos existen-
tes.
b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) manter o distanciamento necessário à sua segu-
rança.
d) disseminar vírus capazes de destruir programas 
dos computadores.
e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a 
população.
2 Um jornalista publicou um texto do qual estão trans-
critos trechos do primeiro e do último parágrafos.
“Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de 
novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, 
de uma menina da Costa do Marfim falando com a en-
fermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de 
braços. [...]
Como manter a paz num planeta onde boa parte da 
humanidade não tem acesso às necessidades básicas 
mais elementares? [...] Como reduzir o abismo entre o 
camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino 
da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como expli-
car ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, 
bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre 
Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que acon-
teceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, 
a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. 
Alguém se incomodou com os sofrimentos e as mi-
lhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou 
como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido 
da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas 
mãos não crescerão jamais?
UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17 set. 2001.
 Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também 
retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma 
resposta do autor para as perguntas feitas no trecho 
citado é:
a) “tristeza e indignação são grandes porque os aten-
tados ocorreram em Nova York”.
b) “ao longo da história, o homem civilizado globa-
lizou todas as suas mazelas”.
c) “a Europa nos explorou vergonhosamente”.
d) “o neoliberalismo institui o deus mercado que 
tudo resolve”.
e) “os negócios das indústrias de armas continuam 
de vento em popa”.
Testes de vestibular
1 (UFRGS-RS) A ocupação e colonização da Faixa de 
Gaza, Cisjordânia e das Colinas de Golan por Israel 
sobre seus vizinhos árabes foi iniciada a partir da
a) Guerra dos Seis Dias (1967).
b) Guerra do Yom Kippur (1973).
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