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3un i d a d e 70 W o lf g a n g P ö lz e r/ A la m y /L a ti n s to ck Litosfera e relevo terrestre Nesta Unidade vamos estudar a litosfera, camada externa da Terra que está sempre em constru- ção e em transformação pela dinâmica natural dos agentes transformadores do planeta. Vamos conhecer as estruturas geológicas e as formas de relevo que servem de suporte para as atividades huma- nas que nela acontecem e que muitas vezes provocam impactos ambientais preocupantes, como a erosão e a poluição dos solos. Veremos também que, apesar de todo o avanço tecnológico, alguns fenô- menos naturais, como os terremotos e as erupções vulcânicas, não podem ser controlados, e acabam causando grandes prejuízos e danos para a sociedade. Limites divergentes entre as placas tectônicas norte-americana e europeia, em Thingvellir National Park, na Islândia. Foto de 2013. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 70 4/13/16 4:32 PM 71 c a p í t u l o 6 Acima, uma montagem de imagens obtidas por satélites, em 2013, mostra a configuração atual do planeta Terra. Entretanto, os continentes e oceanos nem sempre foram como conhecemos hoje. Para entender como o planeta chegou a essa configuração, é preciso compreender o processo de formação da Terra e suas esferas, a Teoria da Deriva dos Continentes e a Teoria das Placas Tectônicas. E S A -A g ê n c ia E s p a c ia l E u ro p e ia /A rq u iv o d a e d it o ra As esferas da Terra A litosfera é a camada mais superficial do planeta Terra. Formada por rochas e minerais, ela faz parte do cenário onde se desenvolve a vida na superfície terrestre. Esse cenário, porém, é mais complexo e envolve também outras camadas, ou esferas, inti mamente relacionadas entre si. Vejamos quais são elas. ■■ Atmosfera: esfera gasosa que envolve a Terra. ■■ Hidrosfera: compreende as águas oceânicas, as águas dos rios e dos lagos, as águas subterrâ neas e as da chuva. ■■ Biosfera: esfera onde estão os seres vivos. As relações entre a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera envolvem importantes processos: a ero são, que modela o relevo terrestre; o ciclo da água; os fenômenos meteorológicos que podemos per ceber no nosso dia a dia, como chuva, nevoeiro, queda de neve; entre outros. A biosfera, por sua vez, estabelece as inter relações entre as demais esferas: compreendendo toda a matéria orgânica pertinente à vida na su perfície da Terra, ela forma o que chamamos meio ambiente, que permite o desenvolvimento da vida no planeta. A ilustração da página 72 representa as relações entre essas camadas. Neste capítulo estudaremos a formação e a evo lução da litosfera, ou esfera de rochas, ao longo do tempo geológico, a fim de entender como o planeta assumiu a atual configuração. Litosfera: evolução geológica da Terra Litosfera: é a esfera da Terra formada por rochas e minerais. Litosfera: evolução geológica da Terra C a p í t u l o 6 Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 71 4/13/16 4:32 PM 72 U n i d a d e 3 Litosfera e relevo terrestre Período Jurássico Período Triássico Período Permiano Período Pensilvaniano Período Mississipiano Período DevonianoPeríodo Pré-Cambriano Período Siluriano Período Ordoviciano Células fósseis mais antigas Mais antiga rocha datada da Terra 4,6 bilhões de anos Período Cretáceo Época Eocena Época Paleocena Época Oligocena Período Terciário Época Miocena Época Pliocena Época Pleistocena Período Quaternário Época Holocena 4 Ga 3 Ga 2 Ga Evolução das células com núcleo 144 Ma 65 Ma 57 Ma 206 Ma 251 Ma 300 Ma 320 Ma 354 Ma 1 Ga 543 Ma 35 Ma 23 Ma 5 Ma 1.8 Ma 0,01 milhão de anos 510 Ma 439 Ma 409 Ma Era Período Época Era Cenozoica Era M e so z o ica Era Pa leo zo ic a Período Cambriano Ga: bilhão de anos Ma: milhão de anos O tempo geológico conta a história da Terra Para o estudo da formação da Terra, utilizamos uma noção de tempo bem mais ampla do que dias, anos, séculos e milênios, usados para regular o tempo das sociedades humanas; empregamos o tempo geológico, medido em milhões e bilhões de anos. Como se vê, a noção de tempo para a Geologia é muito mais ampla do que para a História. Para a Geologia, um milhão de anos é um espaço de tempo “relativamente curto”. O tempo geológico é dividido em quatro unidades que se diferenciam por sua du ração temporal. Em ordem decrescente dessa dura ção, temos: éons, eras, períodos e épocas. O conjunto formado pelas unidades de tempo geo lógico é conhecido como escala geológica. Observe abaixo a ilustração que representa essa escala. Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 266. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra As esferas da Terra Linha do tempo geológico da Terra Atmosfera Camada gasosa que envolve a Terra. Litosfera Camada sólida da Terra, formada por rochas e minerais. Hidrosfera Compreende as águas dos oceanos, rios, lagos e as águas subterrâneas e das chuvas.Biosfera Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 72 4/13/16 4:32 PM 73 Litosfera: evolução geológica da Terra C a p í t u l o 6 Tabela da escala geológica Escala geológica M il h õ e s d e a n o s Presente Éon Era Período Época Fanerozoico Cenozoica Quaternário Holoceno 1,8 Pleistoceno Terciário Plioceno Mioceno Oligoceno Eoceno 65 Paleoceno Mesozoica Cretáceo Jurássico 250 Triássico Paleozoica Permiano Carbonífero Devoniano Siluriano Ordoviciano 543 Cambriano 2 500 Proterozoico – – 4 000 Arqueano – – 4 600 Hadeano – – Fonte: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 248. Métodos de datação Vários métodos são empregados para determinar a idade de fósseis e estruturas geológicas, o que per- mite reconstituir a história da Terra, embora nem sem- pre seja possível obter datações precisas. Os principais são: a termoluminescência e os métodos de datação, baseados na medição da radioatividade (carbono-14, urânio-238, tório-230, potássio-árgon). A termolumi- nescência consiste na medição da lumi nosidade que algumas substâncias apre- sentam quando aquecidas. Por exemplo, ao ser aquecido, um objeto emite certa lumi- nosidade em razão da radio- atividade presente em sua massa; essa luminosidade é que vai indicar o tempo decorrido desde sua fabricação. Quanto aos métodos de medição da radioatividade, o principal é o que mede o carbono-14, elemento radioativo que é assimilado pelos seres vivos. Quando o ser vivo morre, a quanti- dade desse elemento começa a decrescer, e com isso pode-se determinar a época em que ele morreu. Em grupo, realizem a atividade a seguir. • Façam uma pesquisa mais detalhada sobre os métodos citados no texto que vocês acabaram de ler. Procurem saber que critérios são conside- rados na escolha do método de datação, justifi- cando sempre as afirmações. O grupo deve apre- sentar suas conclusões para a classe. Contexto e aplicação Termoluminescência: emissão de luz em virtude do aquecimento de minerais entre 50 °C e 475 °C. Geografia e Química Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 73 4/13/16 4:32 PM 74 u N I D a D E 3 Litosfera e relevo terrestre Origem, formação e camadas da Terra A Terra teve origem há cerca de 4,6 bilhões de anos, muito tempo depois da formação do Universo, que teria surgido há cerca de 13 a 15 bilhões de anos com uma grande explosão: o big-bang. A teoria que explica a origem do planeta Terra é apenas uma hipótese. No início, ele foi, muito prova velmente, uma grande massa incandescente que apre sentava em alguns pontos frias camadas rochosas. Envolta em gases, a Terra sofria ataques de pedaços de rochas, meteoritos erestos de planetas mais anti gos, que abriam grandes crateras em sua superfície. Ao mesmo tempo que perdia pedaços, e estes afundavam no manto derretido e se fundiam nova mente, a crosta terrestre tornavase mais grossa. Quando isso acontecia, eram emitidas nuvens de gases que envolviam todo o planeta. Esses gases deram origem a grande parte da atmosfera terres tre, porém essa atmosfera primitiva ainda não con tinha oxigênio. O oxigênio só passou a fazer parte da atmosfera quando os organismos fotossintéti- cos evoluíram. Vulcões lançavam lavas e mais gases sobre a superfície que se formava, e as lavas ajudavam a engrossar a crosta. Os gases eram lançados na atmosfera juntamen te com o vapor proveniente do resfriamento da Terra, e as nu vens formadas condensavamse, fazendo com que caíssem as pri meiras chuvas na crosta já resfria da, formando os primeiros lagos e oceanos nas partes mais baixas do relevo. Posteriormente, nas porções mais elevadas da super fície desenvolveramse os primei ros continentes e as primeiras montanhas. Em seu processo de forma ção, a Terra conheceu altíssimas temperaturas. Grande parte do planeta se fundiu e houve uma acomodação desigual de seus componentes. Os materiais mais pesados afundaram e formaram o núcleo; os mais leves flutuaram para a superfície e formaram a crosta. Assim, o interior da Terra formouse com três diferentes camadas: a crosta, parte externa, composta de materiais leves; o manto, a camada intermediária; e o núcleo, composto de materiais mais densos, separados por um manto. Na crosta distinguemse duas porções: a crosta oceânica e a crosta continental. Com a parte supe rior do manto, a crosta forma a litosfera, que repou sa sobre uma camada de material em estado de se mifusão, denominada astenosfera, como mostra a figura a seguir. O manto é formado por minerais, principalmen te ferro e magnésio; apresenta temperaturas que variam entre 100 °C e 3 500 °C, e pode ser dividido em manto superior e manto inferior. O núcleo, a camada mais profunda, é formado principalmente por ferro e níquel e apresenta alta temperatura e alta pressão. Fotossintético: relativo à fotossíntese (processo no qual as plantas captam a energia luminosa e a convertem em energia química). Magnésio: metal empregado principalmente em liga com alumínio. Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 10-11. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra A estrutura da Terra Crosta Manto Núcleo externo (líquido) Núcleo interno (sólido) Crosta oceânica Crosta continental Litosfera Astenosfera Manto inferior Raio de 6 380 km Manto superior Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 74 4/13/16 4:32 PM 75 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6 A origem dos continentes A atual configuração dos continentes na su perfície da Terra resultou de um processo que levou à fragmentação e ao afastamento das ter ras emersas a partir de um bloco único, denomi nado Pangeia. Desde o final do século XVI, outros cientistas já suspeitavam de que os continentes se movi mentavam. Em 1596, o cartógrafo holandês Abraham Ortelius (15271598), em seu livro Thesaurus geographicus (Tesouros geográficos), chamou a atenção para os vestígios de uma pos sível separação dos continentes no passado, com base na similaridade geométrica das linhas cos teiras dos continentes europeu, africano e ameri cano: o encaixe entre Europa e América do Norte, e entre África e América do Sul. No século XIX, suas ideias foram retomadas pelo geógrafo francês Antonio SniderPe llegrini (1802 1885), que inseriu, em sua obra A criação e seus mis- térios desvendados, um mapa elaborado em 1858, mostrando que a América e a África já teriam forma do um único continente. SniderPellegrini baseouse principalmente em evidências paleontol—gicas, como a presença de fósseis de plantas e animais idên ticos encontrados em diferen tes partes da Terra — hoje se paradas —, por exemplo, mas que teriam vivido nos mesmos lugares, em épocas anteriores. Apresentamos a seguir duas teorias que se com plementam e que procuram explicar as etapas des se processo, responsável também pela formação do relevo da Terra e pelas transformações que ocor rem na crosta. Leitura e reflexão Iceberg Isostasia Paleontológica: referente a formas de vida que existiram em períodos geológicos passados. Geografia e Física L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra O princípio da isostasia O princípio da isostasia (do grego isos = igual e stasis = equilíbrio) explica o estado de equilíbrio dos blocos continentais que flutuam sobre o manto: os blocos mais pesados (cadeias de montanhas) mergu- lham mais profundamente no manto do que os mais leves (planícies e depressões). Por tanto, quanto mais alto e mais pesado for o bloco terrestre, maior será a parte mergulhada no manto, compensando sua altura. Podemos dizer que o conceito de isostasia ba- seia-se no princípio do equilíbrio hidrostático de Arquimedes, que diz: “um corpo, para flutuar, des- loca uma massa de água equivalente à sua própria massa”. Porém, como o manto sobre o qual repou- sam os continentes não é comparável à água, uma vez que é um fluido mais viscoso, o equilíbrio não é tão perfeito como o hidrostático, daí a denominação equilíbrio isostático. A crosta continental (menos densa) flutua sobre o manto e se aprofunda nele como um iceberg no oceano (observe as imagens abaixo). Nos locais onde o manto é mais espesso, o mergulho da crosta con- tinental é mais profundo. Assim, o volume relativa- mente menos denso da crosta em relação ao manto permite que as montanhas mais altas se equilibrem, do mesmo modo que o volume submerso do iceberg, mais leve do que o volume de água deslocado, per- mite que ele flutue. Dê um exemplo diferente do que foi citado no texto para ilustrar o princípio da isostasia. Cadeia de montanhas Manto Crosta Planícies Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 75 4/13/16 4:32 PM 76 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre ■■ Teoria da Deriva dos Continentes, defendida pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener (1880-1930), em 1912; ■■ Teoria das Placas Tectônicas, desenvolvida na década de 1960 pelos geólogos americanos Harry Hess (1906-1969) e Robert Dietz (1914-1995), que comprovaram e explicaram melhor a Teoria da Deriva dos Continentes, como veremos a seguir. Teoria da Deriva dos Continentes Em 1912, o meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener retomou as ideias de Ortelius e de Snider Pellegrini, elaborando a Teoria da Deriva dos Continentes. Segundo Wegener, há 200 milhões de anos teria existido um único supercontinente, a Pangeia (do grego, ‘todas as terras’), cercado por um único oceano, o Pantalassa (palavra grega que sig nifica ‘todos os mares’). Nessa época, a Pangeia teria iniciado seu processo de fragmentação, dando ori gem aos atuais continentes. Assim como sugeriu Ortelius, a principal evidência da teoria de Wegener era a possibilidade de um en caixe perfeito entre a costa ocidental da África e a costa oriental da América do Sul. Mais perfeito seria esse ajuste se fossem consideradas as plataformas continentais dos dois continentes. Além disso, a teoria se fundamentava também em evidências paleontológicas, pa- leoclim‡ticas e nas semelhan ças das estruturas geológicas das terras analisadas. As seme lhanças maiores estariam entre Europa e América do Norte e entre Austrália, África e Índia, além da citada anteriormente, entre África e América do Sul. Outro grande defensor da Teoria da Deriva dos Continentes, Alexander du Toit (18781948), profes sor da Universidade de Johannesburgo, na África do Sul, propôsque, na Era Mesozoica, a Pangeia teria se dividido em dois continentes: Laurásia (América do Norte e Eurásia), ao norte, e Gondwana (América do Sul, África, Antártida, Austrália e Índia), ao sul. As duas partes eram separadas pelo mar de Tétis. A partir daí, as divisões foram se sucedendo até os continentes atingirem sua configuração atual: ■■ Há mais ou menos 130 milhões de anos, a América do Norte separouse da Eurásia. ■■ Há cerca de 125 milhões de anos, a América do Sul começou a se separar da África, formando o Atlântico Sul. A Antártida e a Austrália se afastaram da África, formando o oceano Índico. ■■ Há aproximadamente 65 milhões de anos, a Índia soltouse da África e chocouse com a Eurásia. Do choque surgiu a cordilheira do Himalaia. Com o isolamento das águas do Índico, formouse o mar Mediterrâneo. EUROPA ÁFRICA AMÉRICA DO SUL EUROPA ÁFRICA ATLÂNTIDA ÁSIA AUSTRÁLIA Adaptado de: TERRE. In: FuTuRA-SCIENCES.COm. Disponível em: <www.futura-sciences.com/magazines/terre/ infos/actu/d/geologie-derive-continents-alfred-wegener-100-ans-43241/>. Acesso em: 10 out. 2015. Mapas de Snider-Pellegrini Paleoclimático: referente a climas que existiram em períodos geológicos passados. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Em 1858, o geógrafo Antonio Snider-Pellegrini fez esses dois mapas para mostrar como a África e a América do Sul se encaixavam. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 76 4/13/16 4:32 PM 77 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6 Apesar de seus estudos, Wegener não conseguiu explicar um ponto fundamental: por que os conti nentes teriam se movimentado pela superfície ter restre durante o passado da Terra. Por isso suas ideias foram recebidas com desconfiança pela co munidade científica da época e consideradas fanta siosas ou, até mesmo, absurdas. Após a morte de Wegener, em 1930, a Teoria da Deriva dos Con ti nentes caiu no esquecimento. Teoria das Placas Tectônicas A possibilidade de ter havido uma “Deriva dos Continentes” voltou a ser considerada quando novas técnicas foram desenvolvidas e utilizadas na fabrica ção de equipamentos como o batiscafo e o sonar, que permitiram conhecer melhor o fundo dos oceanos. Durante a década de 1960, os geólogos ameri canos Harry Hess e Robert Dietz conseguiram a explicação para o que tanto intrigava Wegener. A resposta estava no fundo dos oceanos. Por isso suas conclusões, expressas a seguir, foram chama das de Teoria da Expansão do Fundo dos Oceanos. ■■ As rochas do fundo dos oceanos são de formação mais recente do que as das bordas continentais. ■■ Ao longo das cordilheiras submarinas (dorsais oceânicas), abremse fendas por onde passa o material magmático, que após resfriarse forma uma nova crosta, causando a expansão do fundo dos oceanos. ■■ Existem diferentes tipos de limite entre as pla cas tectônicas, o que permite que verdadeiras “esteiras rolantes submarinas” sejam responsá veis pela movimentação das placas tectônicas. Assim, a retomada das ideias de Wegener sobre a deriva dos continentes e as descobertas sobre a expansão do fundo dos oceanos permitiram a ela boração da Teoria das Placas Tectônicas. Equador OCEANO PANTALASSA Configuração atual De 135 milhões a 125 milhões de anos L A U R Á S I A G O N D W A N A 65 milhões de anos 0 5 350 km Mar de TŽtis N S LO P A N G E I A De 250 milhões a 300 milhões de anos Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 12-13. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra A deriva dos continentes Batiscafo: pequeno submarino utilizado no estudo das profundezas dos oceanos. Sonar: equipamento que recolhe ecos do fundo dos oceanos. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 77 4/13/16 4:32 PM 78 u N I D a D E 3 Litosfera e relevo terrestre As placas tectônicas e seus limites A litosfera não é uma crosta contínua: ela está dividida em placas com espessura bastante variada, as chamadas placas tectônicas ou litosféricas, que flutuam sobre a astenosfera, onde o material pas toso está em estado de semifusão (reveja a figura “Estrutura da Terra”, na página 74). As maiores placas tectônicas são: Norte Americana, SulAmericana, do Pacífico, Antártica, IndoAustraliana, EuroAsiática e Africana. Existem também placas menores, como as de Nazca, de Cocos, do Caribe, da Anatólia, da Grécia e outras. Como vimos, as placas movimentamse sobre o manto. A velocidade dessas placas é de 2 a 3 cm/ano, com diferenças de uma placa para outra. No fundo dos oceanos, novas extensões de crostas se formam. Nas regiões de contato das placas estão as zonas geologicamente mais instáveis da Terra, onde ticoolar Árticoolar Árolar Árolar Árolar Árticoticoolar Árolar ÁrticoticoticoticoticoCírculo Polar ÁrCírculo Polar ÁrCírculo Polar ÁrCírculo olar ÁrCírculo Círculo Círculo Polar Árolar Árolar Árolar ÁrCírculo PPolar ÁrCírculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Círculo Polar ÁrPolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árolar Árticoolar Árticoticoticoticoticoticoticoticoticoticotico Círculo Polar Antártico Equador Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio M er id ia n o d e G re en w ic h 0º 0º Limite de placa PLACA DO PACÍFICO PLACA DO PACÍFICO PLACA DE COCOSOCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO PLACA DE NAZCA PLACA NORTE-AMERICANA PLACA SUL -AMERICANA PLACA AFRICANA PLACA INDO-AUSTRALIANA PLACA EURO-ASIÁTICA PLACA DAS FILIPINAS PLACA DA GRÉCIA PLACA ANTÁRTICA PLACA IRANIANA PLACA DA ANATÓLIA PLACA ARÁBICA Direção do deslocamento das placas PLACA DO CARIBE N S LO 0 2 670 5 340 km Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 54. Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 13. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra A expansão do fundo dos oceanos Placas tectônicas O rifteamento e a expansão ao longo de uma zona estreita criaram a Dorsal Mesoatlântica, uma cadeia de montanhas mesoceânicas onde vulcões e terremotos se concentram. Dorsal Mesoatlântica Placa Nort e-Am erica na Placa Euro-Asiática Rifte: fraturas na crosta oceânica e na continental, provocadas por forças tectônicas, que levam ao desenvolvimento de vales profundos. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 78 4/13/16 4:32 PM 79 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6 Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra Esquema ilustrativo de fossa abissal ocorrem as atividades responsáveis pelas modifica ções na crosta: as atividades vulcânicas e os terre- motos, ou abalos sísmicos. É por isso que regiões localizadas nos limites das placas tectônicas, como Japão, México, Califórnia, Oriente Médio e Itália, entre outras, são mais sujeitas a esse tipo de fenôme no. As áreas mais estáveis, como o território brasilei ro, localizamse no interior das placas. Mas isso não exclui a possibilidade de que ocorra algum tremor no país, associado a falhas e deslocamento interno de blocos na parte superior da crosta. A maioria dos tremores é, em geral, de baixa intensidade, e muitas vezes nem chegam a ser percebidos pela população. Os limites das placas tectônicas estão sempre em movimento, mas não acontecem da mesma forma. Daí podermos considerar três tipos prin cipais de limites: convergentes, divergentes e transformantes. Limites convergentes Há pontos onde as placas se encontram e coli dem, os chamados limites convergentes, ou zona desubducção. Nesses limites, uma das placas mergu lha por baixo da outra e retorna à astenosfera. Assim como há dois tipos de crosta (oceânica e continental), há também as placas continentais, que formam as terras emersas, e as placas oceânicas, que formam o fundo dos oceanos. Por isso, há dife rentes tipos de limite convergentes. ■■ Encontro de uma placa oceâ nica com uma placa continental. Quando isso acontece, geralmente formamse fossas abissais. Um exemplo é a fossa Peru Chile, onde a placa de Nazca mergulha sob a placa Sul Americana, como se pode ver na figura abaixo. ■■ Encontro de duas placas oceânicas. Nesse caso, podem dar origem a arcos vulcânicos, que são cadeias de montanhas ou ilhas vulcânicas forma das próximo aos continentes, em limites conver gentes de placas tectônicas. O arquipélago japo nês e a fossa do Japão resultam desse tipo de li mite, como mostra a primeira figura da página 80. ■■ Encontro de duas placas continentais. Nesse caso, a subducção do tipo oceânica não ocorre. Em vez de uma placa mergulhar sob a outra, geralmente elas se sobrepõem. O exemplo mais conhecido é o choque da placa EuroAsiática com a placa Indiana, que originou a cadeia do Himalaia (veja a segunda figura da página 80). Fossas abissais: são as depressões mais profundas encontradas no fundo dos oceanos. Quando uma placa oceânica encontra uma placa continental, a placa oceânica entra em subducção e um cinturão de montanhas vulcânico se forma na margem da placa continental. Placa Sul-Americana Placa de Nazca Cordilheira dos Andes Fossa Peru-Chile Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 79 4/13/16 4:32 PM 80 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra Encontro de placas oceânicas Encontro de placas continentais Limites divergentes Esse tipo de limite também é chamado cristas em expansão, ou margens constru- tivas. Nesses pontos as placas estão em processo de separação: o magma vindo do interior da Terra causa o afastamento das placas tectônicas e, consequentemente, a formação de uma nova crosta oceânica, ou seja, um novo assoalho oceânico, como se pode ver na figura ao lado e na figura que mostra a expansão do fundo dos oceanos, que apresentamos na página 78. São exem plos de formações de limites divergentes as cordilheiras submarinas Mesoatlântica e Mesopacífica. Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 52. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra Afastamento das placas Quando duas placas oceânicas convergem, formam uma fossa de mar profundo e um arco de ilhas vulcânico. Arquipélago japonês (arco de ilhas) Fossa do Japão Quando duas placas continentais colidem, a crosta é amassada e espessada, formando altas montanhas e um planalto. Himalaia Planalto do Tibete Placa Euro-Asiática Placa Euro-Asiática Placa do Pacífico Placa Indo-Australiana Em limites divergentes, as placas afastam-se e formam uma nova litosfera. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 80 4/13/16 4:32 PM 81 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6 Limites transformantes Neste caso, as placas deslizam horizontalmente uma ao lado da outra, ao longo de uma linha conhe cida como falha de transformação. São as chamadas zonas de conservação, uma vez que não há destrui ção nem formação de novas crostas, e a área da pla ca permanece constante. Geralmente, as falhas transformantes estão no fundo dos oceanos. No continente, a mais conhecida é a falha de San Andreas (Califórnia, Estados Unidos). Com cerca de 1 300 km de comprimento, essa falha é limite da placa do Pacífico com a placa NorteAmericana, que deslizam horizontalmente uma pela outra cerca de 5 cm por ano. Nesses deslizamentos as placas podem se resva lar e causar terremotos de grandes proporções na superfície terrestre, como o que provocou grave des truição na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1906. Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 52. L u is M o u ra /A rq u iv o d a e d it o ra Deslizamento horizontal das placas K e v in S ch a fe r/ B io s p h o to /M in d e n P ic tu re s /A g ê n c ia F ra n c e -P re s s e Vista aérea do planalto de Carrizo, com destaque para a falha de San Andreas, na Califórnia, Estados unidos. Foto de 2014. Terremotos: sem hora marcada Poucas catástrofes naturais são tão devastadoras quanto os terremotos. mas o que mata não é o tremor do chão, e sim as coisas que o homem constrói em cima dele. Você pensa que está pisando em terra firme? Provavelmente, nunca passou por um terremoto. É assustadora a sensação de que o chão onde seus pés se apoiam se voltou, de repente, contra você. Charles Darwin (1809-1882), o famoso biólogo inglês, foi pego por um tremor violentíssimo durante suas pesquisas no Chile, em 1835. “Um terremoto destrói, em apenas um segundo, a mais arraigada de nossas convicções, a de que caminhamos sobre terreno sólido”, comentou Darwin. “Isso gera um sentimento de insegurança que só pode ser entendido plenamente por quem passou por essa experiência.” O terremoto acontece, quase sempre, sem aviso prévio. Primeiro, surge um barulho abafado, como o de um trem se movimentando debaixo da terra. Depois, o chão começa a sacudir. Na maioria das vezes, a turbu lência dura poucos segundos e causa, no máximo, um susto. A tragédia ocorre quando o tremor é prolongado ou intenso. O mundo vem abaixo, literalmente. Prédios, pontes e viadutos desmoronam. O solo se racha e, em alguns casos, passa para o estado líquido, afundando tudo o que existe em cima dele. [...] Ampliando o conhecimento Em limites de falhas transformantes, as placas deslocam-se horizontalmente uma em relação à outra. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 81 4/13/16 4:32 PM 82 U N I D A D E 3 Litosfera e relevo terrestre Da ira divina ao movimento das placas A Terra chacoalha muito mais do que a maioria das pessoas imagina. Todo ano, acontecem 50 mil terremotos, dos quais uns 100 são fortes a ponto de provocar danos em áreas povoadas. Os abalos que arrasam cidades inteiras, como este que você vê na foto abaixo, ocorrem com uma frequência de um por ano, em média. Os gregos antigos atribuíam os terremotos à fúria dos deuses. Já os chineses acreditavam que o mundo repousava sobre o lombo de um boi — de vez em quando, o animal trocava seu ponto de apoio de uma pata para a outra, fazendo a terra balançar. Na tradição japonesa, quem sustentava o peso do planeta era um peixe gigantesco, mergulhado na lama das profundezas e vigiado de perto por um deus, Kashima, que o mantinha quieto. Quando Tóquio foi destruída por um terremoto, em 1855, não foi difícil entender a causa da tragédia. Kashima tinha saído de viagem, em peregrinação a um templo distante. O peixe aproveitou para cometer uma de suas travessuras. O primeiro a explicar os terremotos sem recorrer a deuses ou bichos mitológicos foi o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). O subsolo estaria repleto de “vapores” que, ao emergir para a superfície, sacodem o chão. A teoria de Aristóteles é furada, mas valeu pelo esforço de objetividade. Hoje se sabe que os terremotos são causados pelo movimento das gigantescas placas que formam a superfície terrestre, as placas tectônicas. [...] Um país que convive com a tragédia Um em cada 10 terremotos acontece no Japão. É que o país está localizado à beira de uma fossa submarina, com 6 quilômetros de profundidade.Lá, a Placa do Pacífico afunda para o interior do planeta, empurrada para baixo pela Placa da Ásia. O atrito entre as duas placas faz o chão tremer. Escaldados pelo cataclismo que destruiu Tóquio e Yokohama em 1923, os japoneses se tornaram mestres na prevenção de terremotos. O país possui 120 estações sismológicas, atentas às mínimas vibrações do solo. Do transporte ferroviário às redes elétricas, tudo é projetado de modo a aumentar a segurança em caso de tremores de terra. Mas a perfeição é impossível. [...] A aposta na prevenção Uma vez por ano, em 1º de setembro, os japoneses suspendem o trabalho, mas não descansam. É o Dia da Prevenção, quando a população participa de exercícios que ensinam os procedimentos mais seguros em caso de terremoto. Nos edifícios, os moradores praticam as instruções de evacuação rápida. Nas escolas, os alunos são orientados a vestir capuzes e a se proteger embaixo das mesas quando não há tempo de deixar o prédio. Bombeiros percorrem as aldeias com os “caminhões- -terremoto”. Na carroceria, um mecanismo especial simula abalos de 7 graus na Escala Richter. [...] Nas cidades de maior risco sísmico, os prédios são especialmente projetados para suportar os piores terremotos. A ligação entre as partes é bem mais firme do que nos prédios normais e a estrutura é toda de aço, que num abalo forte curva mas não quebra, como o concreto. FuSER, Igor. Terremotos: sem hora marcada. Superinteressante, fev. 1998. Disponível em: <http://super.abril.com.br/comportamento/ terremotos-sem-hora-marcada>. Acesso em: 6 out. 2015. P a b lo R o ja s M a d a ri a g a /N u rP h o to /C o rb is /L a ti n s to ck moradores observam estragos provocados por tsunami e terremoto na cidade de Coquimbo, no Chile. Foto de 2015. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 82 4/13/16 4:32 PM 83 Litosfera: evolução geológica da Terra C A P Í T U L O 6 Refletindo sobre o conteúdo 1. Geografia e língua portuguesa Em um de seus romances, o escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998, descreve um “acidente geológico”, como reproduzimos no trecho a seguir. […] que a península Ibérica se afastou de repente, toda por inteiro e por igual, dez súbitos metros, quem me acreditará, abriram-se os Pireneus de cima a baixo como se um machado invisível tivesse descido das alturas, introduzindo-se fendas profundas, rachando pedra e terra até o mar… Quando se tornou patente e insofismável que a península Ibérica se tinha separado por completo da Europa […] SARAmAGO, José. A jangada de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. S e a w if s P ro je c t, G o d d a rd S p a c e F li g h t C e n te r, a n d O rb im a g e /N a s a S te p h e n J . B o it a n o /L ig h tR o ck e t/ G e tt y I m a g e s Imagem de satélite da península Ibérica. Equipes de resgate buscam sobreviventes após terremoto, na cidade de Katmandu, no Nepal. Foto de 2015. a) Relacione o episódio fictício narrado por Saramago com as informações deste capítulo. b) Explique duas situações em que o processo des- crito ocorreu realmente. 2. Leia o texto a seguir, depois faça o que se pede. Para ordenar e comparar eventos passados, os geólogos desenvolveram uma escala de tempo padronizada e aplicada no mundo inteiro. FAIRCHILD, Thomas R.; TEIXEIRA, Wilson (et al.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2001. p. 306. • Compare o tempo histórico ao tempo geológico. 3. O conjunto formado pelas unidades de tempo geoló- gico é conhecido como escala geológica. Observe no- vamente, nas páginas 72 e 73, a ilustração e o quadro que representam essa escala e identifique duas carac- terísticas presentes em sua constituição. 4. Leia o trecho a seguir para responder às questões. As primeiras ideias a respeito da deriva dos continentes são muito antigas e surgiram da observação das suas formas […]. Segundo Wegener deixou escrito, foi a semelhança dos perfis costeiros de ambos os lados do Atlântico Sul que lhe despertou a suspeita de um afastamento entre […]. BRANCO, Samuel; BRANCO, Fábio. A deriva dos continentes. São Paulo: moderna, 2009. a) Formulada em 1912, a Teoria da Deriva dos Continentes só obteve reconhecimento a partir da década de 1960. O que foi descoberto nessa épo- ca que deu crédito à teoria de Wegener? b) Quais continentes você nomearia para completar a citação? c) Identifique duas evidências do fato de esses conti- nentes terem formado uma massa única no passado. d) Com a fragmentação da Pangeia, em que conti- nente ficou localizado o território brasileiro? 5. Sobre a crosta terrestre, responda aos itens a seguir. a) A humanidade vive na crostra terrestre e aí exer- ce suas atividades. Caracterize essa camada e justifique sua importância. b) Os vulcões fazem parte da crosta terrestre. Por um lado, representam um risco iminente para a população que reside em suas proximidades, como se vê na imagem abaixo; por outro, permi- tem o aproveitamento de seu solo. Explique essa afirmação. c) Relacione o Brasil com a atividade vulcânica recente. Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_070a083_U3C06.indd 83 4/13/16 4:32 PM As grandes companhias transnacionais também contribuem com essa situação, ao transferirem suas unidades produtivas para outros lugares, fechando vários postos de trabalho nos países desenvolvidos. Muitos países não desenvolvidos e não industria- lizados ainda apresentam uma elevada PEA no setor primário. Podemos citar como exemplos: Libéria (70%), Malauí (90%), Chade (80%), Guate mala (38%), Honduras (39,2%), segundo dados do The World Factbook, publicado pela Central Intelligence Agency (CIA). De acordo com essa fonte, vemos que até al- guns emergentes, como Índia (49%) e China (33,6%), apresentam elevado índice de população rural, prin- cipalmente se considerarmos que esses índices são calculados sobre populações de mais de um bilhão de habitantes. Na maior parte dos países não desen- volvidos, o processo de urbanização não foi efetiva- mente acompanhado pela geração de empregos nos setores secundário e terciário. Esse fato criou uma grande massa de trabalhadores subempregados, como os camelôs, os vendedores ambulantes, os guar- dadores de vagas de carros e os limpadores de para- -brisas, que fazem parte da economia informal. Trópico de Capricórnio Equador 0° 0° M er id ia n o d e G re en w ic h Trópico de Câncer Círculo Polar Ártico Círculo Polar Antártico OCEANO PACÍFICO Nova York Filadélfia Miami Chicago Toronto Rio de Janeiro Belo Horizonte São Paulo Buenos Aires Lagos Kinshasa Cairo Bagdá Teerã Istambul Karachi Lahore Délhi Dacca Kolkata Hyderabad Chennai Bangcoc Ahmadabad Manila Hong Kong Xangai OsakaWuan Tóquio Seul Pequim Tientsin Mumbai Bangalore Jacarta Moscou São Petersburgo Londres Paris Madri Cidade do México Bogotá Lima Santiago Los Angeles OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO ÍNDICO 0 2 490 4 980 km 500 000 habitantes Cidades mais populosas Distribui•‹o da popula•‹o Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2013. p. 34. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Distribuição da população no mundo Subemprego: emprego não qualificado, de remuneração muito baixa e sem vínculo empregatício. Economia informal: compreende atividades que estão à margem da formalidade. Não há registro de empregados nem pagamento de impostos. Quem trabalha na economia informal “não existe” para a legislação trabalhista e fiscal. Distribuição da população mundial Observe atentamente o mapa abaixo. Nele é pos- sível constatar que a distribuição da população na superfície da Terra é bastante desigual: o hemisfério norte apresenta uma população muito mais nume- rosa, pois concentra a maior parte das áreas dos continentesamericano, africano, asiático, além de Vendedores ambulantes em rua da região central do município de São Paulo (SP), em 2015. A n d re M . C h a n g /A rd u o p re s s /A la m y /L a ti n s to ck 198 U N I D A D E 6 A população mundial e a transformação do espaço Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_189a201_U6C15.indd 198 4/13/16 4:27 PM Já os drusos que vivem em outras partes de Israel são considerados cidadãos leais do país, servindo normalmente no Exército. No vilarejo druso-israelense de Yarka, centenas de manifestantes saíram em passeata em 14 de junho [de 2015] pedindo intervenção internacional para salvar seus conterrâneos sírios. Líderes comunitários pediram até mesmo ajuda aos EUA. A marcha fez com que a vice-chanceler israelense, Tzipi Hotovely, anunciasse estar cogitando abrir as fronteiras do Golã com o lado sírio — o que raramente acontece — para receber refugiados sírios. KRESCH, Daniela. Folha de S.Paulo — Mundo, 23 de junho de 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ mundo/2015/06/1646529-israel-e-hamas-podem-se-unir-contra- o-estado-islamico.shtml>. Acesso em: 22 nov. 2015. • Reúna-se em grupo e discutam as consequências prováveis dessa possível ação do Estado Islâmico na região de Israel e da Palestina. Enem 1 No mundo árabe, países governados há décadas por re- gimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futu- ro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, ven- dedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifes- tações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade. Istoé Internacional, 2 mar. 2011. (Adaptado). Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes a) reforçar a atuação dos regimes políticos existen- tes. b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. c) manter o distanciamento necessário à sua segu- rança. d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores. e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população. 2 Um jornalista publicou um texto do qual estão trans- critos trechos do primeiro e do último parágrafos. “Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a en- fermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. [...] Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? [...] Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como expli- car ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que acon- teceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as mi- lhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais? UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17 set. 2001. Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é: a) “tristeza e indignação são grandes porque os aten- tados ocorreram em Nova York”. b) “ao longo da história, o homem civilizado globa- lizou todas as suas mazelas”. c) “a Europa nos explorou vergonhosamente”. d) “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve”. e) “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa”. Testes de vestibular 1 (UFRGS-RS) A ocupação e colonização da Faixa de Gaza, Cisjordânia e das Colinas de Golan por Israel sobre seus vizinhos árabes foi iniciada a partir da a) Guerra dos Seis Dias (1967). b) Guerra do Yom Kippur (1973). Não escreva no livro Testes e questões Não escreva no livro 280 C o n C l u i n d o a u n i d a d e 7 Fronteiras_Geografia_V1_PNLD2018_268a285_U7C21.indd 280 4/13/16 4:47 PM Blank Page Blank Page
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