Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FATEC OSASCO – PREFEITO HIRANT SANAZAR TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ROBSON LEANDRO MACEDO ÉRISON PEDRO LIMA DE PAIVA ESTUDO DE CASO AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRÉ-TRATAMENTO DE SUPERFICIES METALICAS OSASCO, SP 2022 ROBSON LEANDRO MACEDO ÉRISON PEDRO LIMA DE PAIVA AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRÉ-TRATAMENTO DE SUPERFICIES METALICAS Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora do Curso de Graduação Automação industrial da Faculdade de Tecnologia de Osasco, Faculdade Prefeito Hirant Sanazar, como parte dos requisitos para obtenção do diploma de Graduação em Tecnólogo em Automação industrial. Orientador (a): Prof.ª Luana Pinheiro Co-Orientador (a): Prof. Mauro Santos OSASCO, SP 2022 TERMO DE AUTORIZAÇÃO - Depósito e disponibilização dos Trabalhos de Graduação no Repositório Institucional do Conhecimento (RIC-CPS) Nós, alunos abaixo assinados, regularmente matriculados no Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial na qualidade de titulares dos direitos morais e patrimoniais de autores do Trabalho de Graduação (Título do TG) AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRÉ- TRATAMENTO DE SUPERFICIES METALICAS, apresentado na PREFEITO HIRANT SANAZAR, município Osasco, sob a orientação do(a) Prof. (a).: Luana Pinhairo e Coorientador Mauro Santos, apresentado na data 21 de junho de 2022, cuja menção (nota) é___, foi indicado pela banca examinadora para ser disponibilizado na íntegra no Repositório Institucional do Conhecimento (RIC-CPS): ( ) Sim / ( ) Não. OBS: Apenas trabalhos com nota igual ou maior que 9 (nove) podem ser indicados a serem disponibilizados na íntegra para consulta no RIC-CPS. (X) Autorizamos o Centro Paula Souza a divulgar o documento, abaixo relacionado, sem ressarcimentos de Direiros Autorais, no Repositório Institucional do Conhecimento (RIC- CPS) e em outros ambientes digitais institucionais, por prazo indeterminado, para fins acadêmicos, a título de divulgação da produção científica gerada pela unidade, com fundamento nas disposições da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 e da Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013. ( ) Não autorizamos o Centro Paula Souza a divulgar o conteúdo integral, do documento abaixo relacionado, até a data XXXXXX. Após esse periódo o documento poderá ser diponibilizado sem ressarcimentos de Direiros Autorais, no Repositório Institucional do Conhecimento (RIC-CPS) e em outros ambientes digitais institucionais, por prazo indeterminado, para fins acadêmicos, a título de divulgação da produção científica gerada pela unidade, com fundamento nas disposições da Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 e da Lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013. ( ) Não autorizamos a divulgação do conteúdo integral do documento abaixo relacionado, sob a justificativa: O trabalho contou com agência de fomento1: ( ) Não ( ) CAPES ( ) CNPq ( ) Outro (especifique): Atestamos que todas as eventuais correções solicitadas pela banca examinadora foram realizadas, entregando a versão final e absolutamente correta. Local e data. Nome completo dos autores RG E-mail pessoal Assinatura ROBSON LEANDRO MACEDO 41664807-1 ras_robson2009@hotamail.com ÉRISON PEDRO LIMA DE PAIVA erisonuol@gmail.com Cientes: Professor Orientador: Nome completo: RG: Coordenador do Curso: Nome completo: RG: ESTE TRABALHO DE GRADUAÇÃO FOI JULGADO ADEQUADO COMO PARTE DO REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE “GRADUADO EM TECNÓLOGO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL” APROVADO EM SUA FORMA FINAL PELA BANCA EXAMINADORA DO CURSO DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Prof. Esp. Coordenador FATEC OSASCO – PREFEITO HIRANT SANAZAR TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ROBSON LEANDRO MACEDO ÉRISON PEDRO LIMA DE PAIVA BANCA EXAMINADORA: Luana Pinheiro Prof.(a) (titulação) NOME COMPLETO Orientador(a) Mauro Santos Prof.(a) (titulação) NOME COMPLETO Coorientador(a) Alexandre Imperatore Prof.(a) (titulação) NOME COMPLETO Convidado(a) Osasco, 21 de junho de 2022 AGRADECIMENTOS Agradecemos à nossa família, pelo amor, carinho e paciência. Aos nossos amigos, que tornaram essa caminhada mais leve e menos árdua. À empresa Metalsa do Brasil Ltda. por haver proporcionado condições para realização da parte experimental e pratica desta pesquisa. E finalmente, mas não menos importante, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a execução deste trabalho. Aos tecnicos de laboratorio Fernanda Fujimoto e Andre de Barros e o Eng° de Processo Amarildo Inocencio. Aos lideres de produção que nos apoiaram nos testes praticos e simulações Aos tecnicos de manutenção que suportaram de forma direta em especial ao Eduardo Leite que nos passou muito conhecimento. E aos meus coodernadores diretos Paulo Cardoso e Arnaldo Lula, que compraram a ideia e deram total apoio e confiança durante o projeto. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível” Charles Chaplin RESUMO Esta dissertação teve como propósito identificar e sugerir oportunidades de minimização na geração de efluentes no pré-tratamento de pintura automotiva,os processos de tratamento de superficie são geradores de efluentes, resíduos , e utilizam grande quantidade de energia ,agua e consumiveis quimicos, estes, quando dispostos sem tratamento prévio acarretam sérios problemas ao meio ambiente.Tendo em vista a evolução da sociedade para uma consciência ambiental, busca-se adotar posturas diferentes e assim atingir o fator essencial, não só produzir bens e serviços, mas também se tornar responsável pelo meio ambiente a qual estamos inseridos.O objetivo do presente trabalho foi desenvolver proposta de controle e de gestão dos tanques do pré-tratamento de forma sustentável e inteligente do uso da água e consumiveis quimicos e outros recursos ,para tanto foram caracterizados os estágios subjacentes ao processo de pre- tratamento, preliminar à pintura e levantados seus principais parâmetros de influência, como volume de banho, banho arrastado, periodicidade e tipo de manutenção, entre outros atraves da analise estatistica do processo foi possivel apontar ajustes de controle do uso de água, além de descrever limitações e possibilidades de avanços na coleta das informações e gestão dos recursos de forma sustentável.Como base de captação de características de processo a equipe definiu automatizar as válvulas de entrada de água dos tanques, controle de ph e condutividade e bombas dosadoras do pré- tratamento, através de variáveis de controle em um sistema de malha fechada de acordo com a necessidade do banho especificamente. Foram estudadas então, maneiras de se controlar com mais rigor estas etapas, a fim de diminuir o desvio padrão das características do efluente e assim diminuir a quantidade de água gerada. Palavras-chave: Minimização. Controle.Efluente. Critério de lavagem. Meio ambiente. ABSTRACT This dissertation aimed to identify and suggest opportunities for minimization in the gener- ation of effluents in the pretreatment of automotive paint,the s surface treatment processes are generators of effluents, waste, and use large amounts of energy, water and chemical consumables, andstes, when arranged without prior treatment cause serious problems to the environment. In view of the evolution of society to an environmental awareness, we seek to adopt different postures and thus achieve the essential factor, not only produce goods and services, but also become responsible for the environment to which we are inserted. The objective of this work was to develop a proposal for the control and management of pre- treatment tanks in a sustainable and intelligent way of the use of water and chemical con- sumables and other resources, butthe stages underlying the pre-treatment process were characterized, preliminary to painting and raised its main parameters of influence, such as bath volume, dragged bath, periodicity and type of maintenance, among others through the statistical analysis of the process, it was possible to point out adjustments to control water use, besides describing limitations and possibilities of advances in the collection of infor- mation and management of resources in a sustainable way. As a basis for capturing process characteristics, the team defined automating the water inlet valves of the tanks, ph and con- ductivity control and pretreatment dosing pumps, through control variables in a closed mesh system according to the need of the bath specifically. Ways to control these steps more rigorously were studied in order to reduce the standard deviation of effluent charac- teristics and thus reduce the amount of water generated. Keywords: Minimization. Control. Effluent. Washing criterion. Environment. LISTA DE FIGURAS Figura 1: processo simplificado de fosfatização. ................................................................................................................... 12 Figura 2: processo de fosfatização por imersão. .................................................................................................................... 12 Figura 3: peças fosfatizadas apresentando coloração cinza fosco. ........................................................................................ 13 Figura 4: fluxograma de um processo de fosfatização .......................................................................................................... 14 Figura 5: processo de passivação. .......................................................................................................................................... 17 Figura 6: resíduos gerados no processo de fosfatização. ....................................................................................................... 19 Figura 7:Fluxograma de processo .......................................................................................................................................... 26 Figura 8:Matriz de Maturidade Digital .................................................................................................................................. 27 Figura 9: Estrutura KEPServerEX ........................................................................................................................................ 29 Figura 10:Metodologia A3 .................................................................................................................................................... 32 Figura 11: Válvula e boia mecânica ...................................................................................................................................... 33 Figura 12:Cinco Porquês ....................................................................................................................................................... 34 Figura 13:Fluxograma de processo Desengraxante ............................................................................................................... 38 Figura 14:Sensores ultrassônicos e pressostatos e modulo master ........................................................................................ 40 Figura 15:Instalação do sistema............................................................................................................................................. 40 Figura 16:Página de parametrização da master I/O link ........................................................................................................ 41 Figura 17:Lógica de programação Nível ............................................................................................................................... 42 Figura 18:Diagrama Fluxo de dados ...................................................................................................................................... 43 Figura 19:Lógica de programação pressostato ...................................................................................................................... 44 Figura 20:Tela de histórico e alarme na IHM ........................................................................................................................ 44 Figura 21 Bomba dosadora e Condutivimetro ....................................................................................................................... 46 Figura 22:Diagrama de fluxo de dados completo .................................................................................................................. 46 Figura 23:Diagrama fluxo de dados PT-1000........................................................................................................................ 47 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Tipos de corrosão .................................................................................................................................................. 8 Quadro 2:Quadro com as fases do desenvolvimento da Indústria 4.0 ................................................................................... 27 Quadro 3:Quadro com fases para implantação de Indústria 4.0 dentro da Metalsa ............................................................... 28 Quadro 4: Mapeamento do Processo ..................................................................................................................................... 36 Quadro 5:Equipamentos sem comunicação com CLP ........................................................................................................... 37 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Custos Infraestrutura .............................................................................................................................................. 39 Tabela 2: Custo Total ............................................................................................................................................................ 45 Tabela 3:Consumo De químicos: ........................................................................................................................................... 50 Tabela 4: Comparação final ................................................................................................................................................... 52 LISTA DE GRAFICOS Grafico 1:Consumo Pré-tratamento ...................................................................................................... 32 Grafico 2: Consumo por metro quadrado .............................................................................................. 34 Grafico 3:Carta de controle ................................................................................................................... 35 Gráfico 4:Carta de controle hora- hora.................................................................................................. 48 Grafico 5:Analise comparativa .............................................................................................................. 49 Grafico 6:Consumo por longarina ......................................................................................................... 50 Gráfico 7:Comparativodescarte de efluentes ....................................................................................... 51 Gráfico 8:Carta de controle Fosfato ...................................................................................................... 52 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADI Agua deionizada / Água desmineralizada CEP Controle estatístico de processo CLP Controlador Lógico Programável CNC Computer numerical control ENN Equipe natural de negocio IHM Human Machine Interface MPKC Metalsa Painting knowledge center OPC Open Platform Communications OMES Osasco Manufacturing Execution Systems PPM Partes por Milhao TCP/IP Transmission Control Protocol / Internet Protocol VLANs Virtual Local Area Network SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5 2.CORROSÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍTISCA .................................................... 6 3.LIGAS METÁLICAS UTILIZADAS NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA ........... 9 4. PREPARAÇÃO DA SUPERFICIE .................................................................................. 10 5. PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO ................................................................................. 10 5.1 PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO À BASE DE ZINCO .......................................................................... 13 5.1 BANHOS INTERMEDIARIOS ............................................................................................................ 18 6. RESÍDUOS GERADOS PELO PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO ........................... 18 6.1 MINIMIZAÇÃO NA GERAÇÃO DE EFLUENTES ................................................................................ 19 6.2 MINIMIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA ....................................................................................... 20 6.2.1 CRITÉRIO DE LAVAGEM ............................................................................................. 20 7. TECNICAS DE LAVAGEM ............................................................................................. 21 7.1 LAVAGEM ESTANQUE ..................................................................................................................... 21 7.3 LAVAGEM CORRENTE ..................................................................................................................... 22 7.4 LAVAGEM EM CASCATA ................................................................................................................. 23 8. MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE REATIVOS ............................................................. 24 8.1 REDUÇÃO DE ARRASTE ................................................................................................................... 24 9. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 25 10 APLICAÇÕES E SISTEMAS METALSA ..................................................................... 28 10.1 O.M.E.S.(Osasco Manufacturing Execution Systems) ................................................................. 28 10.2 PTC KEPServerEX ........................................................................................................................... 29 10.3 MITUTOYO MeasurLink ................................................................................................................ 29 10.4 ANDON ELETRONICO .................................................................................................................... 30 10.5 APLICAÇÃO DE STOP ALERTA ....................................................................................................... 30 10.6 UTILIZAÇÃO DE PLATAFORMA DE DADOS EM CLOUD ................................................................ 30 10.7 INFRAESTRUTURA DE CONEXÃO DAS MÁQUINAS ...................................................................... 30 10.8 CLP SIMENS S7-1200 TIA Portal .................................................................................................... 31 10.9 CLP RSLOGIX 5000 ......................................................................................................................... 31 11 METODOLOGIA DE ANÁLISE .................................................................................... 31 12 FLUXOGRAMA DE AUTOMATIZAÇÃO ................................................................... 38 13 PROGRAMAÇÃO ............................................................................................................ 42 14 RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................... 49 15. MONITORAMENTO ...................................................................................................... 52 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54 APÊNDICE 1 .......................................................................................................................... 57 APÊNDICE 2 .......................................................................................................................... 59 APÊNDICE 3 .......................................................................................................................... 68 5 1. INTRODUÇÃO A corrosão é um dos fatores mais preocupantes no cotidiano, esse fenômeno pode ser visto em vários lugares, seja ele na estrutura de uma fábrica, nos portões de casas e até no chassi e car- rocerias de carros e caminhões. Os custos para troca de materiais, manutenções preditivas e pre- ventivas e riscos são enormes, a deterioração do metal de uma longarina de um chassi por exem- plo, não deve ser simplesmente consertada, sua estrutura deve ser verificada, analisada e então decidida se há a necessidade de troca apenas da longarina de sustentação ou se todo a chassi foi afetado. No processo de revestimento a pintura industrial é empregada como um método de prote- ção anticorrosiva, por conceder um maior índice de utilização e eficiência desde os primeiros problemas com oxidação metálica (NUNES e LOBO, 2012). Sendo assim, entende-se que o tratamento de superfície tem importância significativa no segmento automotivo afim de obter superfícies com alta resistência anticorrosiva e maior durabi- lidade, através da definição de etapas e métodos que garantam perfeita aplicação do revestimento. No entanto, com o avanço da tecnologia, o homem buscou através da tecnologia maneiras que mantenham a qualidade do produto, de forma rápida, econômica e sustentável para aplicação dessa proteção anticorrosiva. Como uma técnica que interage nos processos utilizados pela indústria, seus produtos e serviços, a produção mais limpa resulta de uma ou mais medidas combinadas, tais como conser- vação da matéria-prima, água e energia e automação, reduzindo na quantidade e toxicidade de todas as emissões e resíduos na fonte durante o processo de produção. (MELLO, 2002). Em relação aos produtos, a produção mais limpa objetiva reduzir os impactos ambientais, de saúde e segurança em relação à totalidade de seu ciclo de vida (definido pela ISO/CD 14040 (ABNT, 2002) como os estágios consecutivos e inter-relacionados de um sistema de produtos e serviços, da extração dos recursos naturais ao descarte final). A abordagem da produção mais limpa pode também incluir o redesenho de um produto ou eco design, que atenda às necessidades do consumidor e que incorpore melhores práticas ambientais. O desafio das indústrias é criaral- ternativas para manter e ainda aumentar seus ganhos econômicos, com a diminuição da degrada- ção ambiental causada por seus processos e produtos. O meio ambiente, de qualquer forma sofre com os procedimentos usados na indústria, des- sa forma, serão descritos os principais poluidores derivados de sistemas de tratamento de superfí- 6 cies e as propostas de automatização dos processos para redução desses impactos e melhor apro- veitamento da matéria prima usada nesse processo. 2.CORROSÃO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍTISCA Podemos definir a corrosão como a deterioração de um material, podendo ser metálico ou não, por meio de reações químicas, eletroquímicas ou físicas entre o material e o meio ambiente em que ele se encontra. (GENTIL, 2011). Pode-se observar que a corrosão nada mais é do que a reversão natural dos metais para a forma de compostos mais estáveis, ou seja, os compostos ten- dem a retornar ao estado do minério de origem, o estado em que ele é encontrado na natureza. (TELLES, 2003). Para os materiais metálicos utilizados na indústria automobilística, ocorre principalmente o processo de corrosão eletroquímica, que consiste em uma reação química na qual há transferên- cia de elétrons de uma espécie química para outra. (CALLISTER JR., 2012). A corrosão eletro- química pode ocorrer de diversas formas, normalmente esse tipo de corrosão também é conhecida como corrosão úmida, pois ocorre necessariamente em meios com presença de umidade ou água. Deve-se lembrar que esse tipo de corrosão pode ocorrer mesmo quando em meios onde há poucos PPM de umidade. (TELLES, 2003). A corrosão é um grande problema em termos econômicos para diversos setores na indús- tria, como química, petroquímica, naval, construção civil, transportes, entre outros. Estima-se que cerca de 5% das receitas de uma nação industrializada sejam gastas com a prevenção contra cor- rosão e manutenção ou substituição de peças perdidas ou contaminadas devido a corrosão. (CAL- LISTER JR., 2012). Em 1975, nos Estados Unidos, o custo global envolvendo os casos de corrosão foram cer- ca de 70 bilhões de dólares e, foi avaliado que 10 bilhões deste mesmo montante poderiam ter sido economizados se fossem utilizadas as técnicas de controle da corrosão. (TELLES, 2003). Por ser um processo espontâneo, a corrosão não pode ser eliminada completamente do ma- terial, mas sim minimizada, para assim diminuir as alterações nos equipamentos e minimizar os gastos com as trocas dos produtos. A corrosão na indústria automotiva vem sendo de suma importância para os fabricantes do mundo todo. Existem diversos fatores ambientais para a ocorrência da deterioração do material, como a poluição do ar, atmosferas marinhas, chuvas ácidas e produtos químicos. 7 Segundo GUERREIRO (2009), as principais formas de corrosão na indústria automobilís- tica são: Corrosão uniforme; Corrosão em frestas; Corrosão sob depósito; Corrosão galvânica e Corrosão por pite. A corrosão uniforme é aquela forma que se manifesta em praticamente toda superfície da peça que entra em contato com o meio corrosivo, ou seja, podemos dizer que é uma corrosão ge- neralizada, podendo causar uma redução constante da espessura. De um modo geral, é a corrosão menos perigosa, pois é mais fácil de ser controlada, medida e prevista. (TELLES, 2003). Segundo CALLISTER Jr. (2012), a corrosão em frestas ocorre em recessos ou frestas pre- sentes na peça metálica quando há diferença na concentração de íons ou gases dissolvidos na so- lução eletrolítica, e entre dois locais da mesma peça. Nesses casos ocorre a formação de uma pi- lha de concentração, a corrosão acontece no local onde há menor concentração da substância. A corrosão sob depósito também é uma forma de corrosão em frestas, onde ocorre depósi- tos de escombros de estradas em determinadas partes do veículo. Pode-se utilizar como exemplo o depósito de lama nos para-lamas e em outros locais do automóvel. Esses depósitos acumulam substâncias corrosivas, como o sal, e quando em contato com o material, pode retardar ou impedir a saída das substâncias, ocasionando assim a corrosão no local. (GUERREIRO, 2009). De acordo com Guerreiro (2009), a corrosão galvânica ocorre quando um metal entra em contato com outro metal mais nobre em um meio eletrolítico, ou seja, o metal mais ativo torna-se o anodo, sendo sujeito a sofrer mais rápido a corrosão. Como TELLES (2009) afirma, este tipo de corrosão ocorre quanto mais distanciados estiverem os metais na série de potencial elétrico, ou quanto melhor condutor de eletricidade for o meio, tornando a corrosão galvânica mais intensa. Na indústria automotiva, tem-se limitado a utilização de ligas de alumínio, pois ele deteriora o aço, portanto deve-se utilizar esse tipo de liga com espaçadores isolantes ou materiais selantes não condutivos. A corrosão por pite e por frestas estão associadas, pois a corrosão por pites também con- siste na formação de cavidades, mas em pequenos diâmetros e em maior profundidade na peça, podendo chegar a perfurar toda a estrutura, por isso é considerada uma corrosão muito destrutiva e perigosa. Esse tipo de corrosão é muito comum em materiais passiváveis, que apresentam gran- de resistência a corrosão generalizada, porém também pode ocorrer em materiais não passiváveis como é o caso do aço-carbono (TELLES, 2003). No quadro 1 podemos observar exemplos de peças que sofreram os tipos de corrosão mais frequentes presentes nos automóveis. 8 Quadro 1 – Tipos de corrosão TIPO DE CORROSÃO EXEMPLO Corrosão uniforme Fonte: Ebah, 2020. Corrosão em frestas Fonte: Scientia, 2020. Corrosão sob depósito Fonte: Ebah, 2020. 9 Corrosão galvânica Fonte: Scientia, 2020. Corrosão do tipo pite Fonte: Gentil, 2011. Fonte: elaborado pelo autor, 2020. 3.LIGAS METÁLICAS UTILIZADAS NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA As principais ligas utilizadas na fabricação de veículos são o aço carbono, ferro fundido e em alguns casos o alumínio. O que difere o aço carbono do ferro fundido é a quantidade de car- bono presente na composição da liga metálica: para o aço carbono pode-se utilizar entre 0,05 e 2,0% de carbono e no caso do ferro a quantidade de carbono pode ficar acima de 2%. Atualmente estuda-se bastante a utilização do alumínio em diversas partes do veículo, com a finalidade de redução do peso do automóvel. O aço carbono é uma liga composta por ferro e carbono e além destes metais, contém ge- ralmente algumas quantidades de manganês, enxofre, fósforo e, em alguns casos pode conter pe- quenas adições de silício, alumínio e cobre. O aço carbono só apresentará uma boa resistência à corrosão em meios fortemente alcalinos, em meios desareados e em meios de total ausência de água e umidade. O contato com a atmosfera ou qualquer outro fator que tenha contato com oxigê- 10 nio, produz no aço-carbono a forma de corrosão uniforme generalizada, resultando na ferrugem. A ferrugem será mais intensa e rápida quando os fatores maiores forem a umidade e a temperatu- ra, os agentes poluidores também aceleram o processo de corrosão. A presença do oxigênio e do gás carbônico (CO2) e, outros gases dissolvidos na atmosfera tendem a agravar a corrosão, que é acelerada na superfície livre do líquido. Quando em contato com a maresia, o aço carbono é ina- ceitável, exigindo uma boa pintura ou outro revestimento anticorrosivo. (TELLES, 2003). O ferro fundido é o material mais barato que existe, contendo mais de 2,0% de carbono, 0,4% a 3,5% de silício e algumas quantidades de manganês, enxofre e fósforo acima dos limites permitidos para os aços carbono. De uma maneira geral, a resistência do ferro fundido é sensi- velmente melhor do que a resistência do aço carbono, pois há maiores quantidades de carbono livre. Possui um comportamentoexcelente em contato com a atmosfera, solo e águas. (TELLES, 2003). 4. PREPARAÇÃO DA SUPERFICIE Os metais são utilizados pelo homem desde o início da civilização. Com o avanço da tec- nologia eles foram cada vez mais introduzidos na vida do homem e da indústria em geral. Um dos problemas que foi encontrado com a utilização desses metais em processos de fa- bricação e na criação de produtos foi a corrosão. Para solucionar esse problema o metal precisa de um tratamento de superfície Um dos fatores de maior importância para o bom desempenho da pintura é o preparo da superfície. Preparar a superfície do aço significa executar operações que permitam obter limpeza e rugosidade. A limpeza elimina os materiais estranhos, como contami- nantes, oxidações e tintas mal aderidas, que poderiam prejudicar a aderência da nova tinta. A ru- gosidade aumenta a superfícies de contato e ajuda a melhorar esta aderência (PICON, 2009). Os processos para a obtenção da limpeza e da rugosidade são vários podendo ser quími- cos, destacando-se o a fosfatização e mecânicos, o jateamento. 5. PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO Segundo GENTIL (2011), a fosfatização foi descoberta no século XX, desde então vem sofrendo diversas melhorias. Muitos contribuíram para o seu desenvolvimento, podemos citar 11 como nomes importantes para essa descoberta o T. W. Coslett que foi a primeira pessoa a paten- tear o processo, Richards que em seguida propôs um novo banho de fosfatização de ferro e aço, Allen que fez novas descobertas e patenteou dois novos processos, entre outros. A fosfatização ainda é muito estudada até hoje com a finalidade de otimizar e reduzir da- nos ao meio ambiente. Esse processo consiste na aplicação de uma camada fina de fosfato sobre a superfície de materiais metálicos como ferro, zinco, alumínio, cádmio e magnésio, convertendo a superfície de metálica para não metálica. Essa camada sozinha pode aumentar até 5 vezes a proteção contra corrosão do metal, porém quando aliada a outras técnicas como por exemplo a pintura do materi- al, a proteção pode aumentar até 700 vezes, ou seja, a fosfatização por si só não traz grandes re- sultados, no entanto a sua presença aliada a outras técnicas aumenta expressivamente a proteção contra corrosão. A melhora na proteção pode ser explicada devido ao aumento de porosidade e de área específica das peças fosfatizadas, permitindo assim a melhor absorção de tintas ou óleos lu- brificantes protetivos. (GENTIL, 2011). Conforme a Companhia pernambucana do meio ambiente (2011), o principal objetivo da utilização do processo de fosfatização é a proteção anticorrosiva, porém existem outras finalida- des, entre elas podemos citar: Preparar a superfície do metal para receber e absorver a pintura e proteger a superfície me- tálica da corrosão que pode ocorrer entre o substrato e a pintura adicionada; Preparar a superfície do metal para receber agente adesivo metal/borracha ou vários tipos de camadas plásticas existentes nos processos industriais; Preparar a peça metálica para sofrer deformações e para minimizar a fricção causada nes- ses processos, agindo como base de aderência para os óleos e lubrificantes que auxiliam na prote- ção da peça; Aumento da aderência da tinta no metal, devido a porosidade apresentada na superfície metálica; Melhorar a resistência a corrosão do metal, pois a peça apresenta maior absorção de óleos e ceras protetivas; Proteger temporariamente a peça tratada. O processo de fosfatização confere a peça metálica o aumento da aderência de tintas, óleos e agentes adesivos, devido a afinidade química apresentada entre a camada de fosfato/metal e camada de fosfato/tinta ser maior que a afinidade entre metal/tinta. Outro ponto observado é a 12 superfície do metal apresentar maior rugosidade quando comparada ao metal cru, conferindo as- sim maior retenção de tintas e óleos lubrificantes. Ou seja, esses dois fatores alinhados aumentam a proteção contra corrosão e permitem diversas aplicações industriais para essa técnica. (COM- PANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE, 2011). Na figura 1 é possível observar um processo simplificado de fosfatização e como ficaria a superfície metálica após o tratamento. Figura 1: processo simplificado de fosfatização. Fonte: Gnecco; Mariano; Fernandes, 2003. Os processos de fosfatização podem ser classificados quanto a temperatura, tempo, com- posição do banho ou modo de aplicação. O processo pode ocorrer a quente, com a temperatura acima de 80°C, tépida, quando fica entre 50 e 80°C ou a frio, quando a temperatura fica abaixo de 50°C. Um processo normal de fosfatização tem duração acima de 30 minutos, o acelerado pode durar em torno de 5 e 30 minutos e o processo rápido menor que 5 minutos. Na figura 2 é possível observar um processo de fosfatização por imersão. Figura 2: processo de fosfatização por imersão. 13 Fonte: Chemetall, 2010. As peças metálicas após passarem pelo processo de fosfatização, apresentam coloração cinza, podendo variar de cinza claro para cinza mais escuro, dependendo do tipo do fosfato utili- zado, porém todas as peças ficam com aspecto fosco no final. Na figura 3 é possível observar peças metálicas após a fosfatização. (COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIEN- TE, 2011). Figura 3: peças fosfatizadas apresentando coloração cinza fosco. Fonte: companhia pernambucana do meio ambiente, 2011. 5.1 PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO À BASE DE ZINCO A fosfatização de zinco é a técnica mais utilizada na indústria, pois confere maior resis- tência a corrosão para as peças tratadas. No geral o processo apresenta as seguintes etapas: desen- 14 graxe alcalino, lavagem, decapagem mecânica (Jateamento), lavagem, refinador, fosfatização, lavagem, passivação, lavagem, lavagem com água deionizada e secagem. O fluxograma de um processo de fosfatização na figura 4. Figura 4: fluxograma de um processo de fosfatização Fonte: Gnecco; Mariano; Fernandes, 2003. As etapas de desengraxe e jateamento que antecedem a fosfatização servem para realizar a limpeza da superfície metálica, a fim de remover impurezas presentes que possam provocar falhas no revestimento aplicado e melhorar a aderência do revestimento ao substrato. As impurezas ou sujidades são definidas como substâncias encontradas na superfície do metal que podem interferir no processo ou reduzir o desempenho da peça tratada contra a corrosão. Essas impurezas podem ser classificadas como: oleosas, semissólidas, sólidas e óxidos e produtos de corrosão. (GENTIL, 2011). Entre as etapas apresentadas no processo é necessário a realização de banhos intermediá- rios. O banho realizado após o desengraxe tem a finalidade de remover o desengraxante residual, que por ser alcalino reagiria com o banho seguinte na etapa de decapagem ácida, exigindo assim maior consumo de decapante. Após a decapagem ácida o intuito do banho é a remoção dos resí- duos de sais formados e o excesso de decapante presente na peça metálica que poderia prejudicar o refinador, se os ácidos não forem removidos nessa etapa, os cristais nucleados podem ficar grandes, o que não seria conveniente para o processo. Depois da fosfatização o banho serve para remover os resíduos e excessos de fosfatos e cromatos que poderiam prejudicar a aderência e comportamento dos revestimentos seguintes, por exemplo, aplicação de pintura. Após a passiva- 15 ção o banho dever ser realizado com água deionizada, com a finalidade de eliminar completamen- te todos os sais solúveis presentes no metal. (GNECCO; MARIANO; FERNANDES, 2003.). Jateamento, trata-se de um processo empregado para a limpeza das peças em que serão aplicadas tintas, com a finalidade de proteger grandes estruturas metálicas da corrosão. Com auxílio de uma turbina centrífugas acoplada a um motor de 50 CV, projetase o abra- sivo contra a estrutura metálica a ser limpa. A força mecânica transmitida ao abrasivo é suficiente para remover capas de ferrugens ou quaisquer outras substâncias da superfície. Esse processo deixa o metal perfeitamente limpo para receber as tintas anticorrosivas. Os abrasivos mais utiliza- dos são: granalha de aço, esferas de vidro, areia e carbeto de silício. A limpeza por jateamento abrasivo pode ser feita de duas maneiras: por ar comprimido ou por turbinas centrífugas. Em qualquer um dos processos de jateamento, partículas abrasivas são lançadas sobre a superfície em processo. No impacto as impurezas são arrancadas e parte do me- tal também. Este impacto provoca aspereza na superfície. Observa-se também que após o processo de jateamento o material de composição da peça é exposto às intempéries do ambiente em que se encontra. As classificações do processo de jateamento: − Comercial (ao metal cinza): limpeza com retirada de óxidos, carepa de laminação etc.; − Metal quase branco: limpeza com a retirada quase total dos óxidos, carepa de laminação etc.; − Metal branco: limpeza com a retirada total de óxidos, carepa de laminação etc., deixan- do a superfície totalmente limpa. A dimensão do perfil de rugosidade depende da espessura da camada de tintas, da espessu- ra da película seca da primeira demão de tinta de fundo e das condições do ambiente em que per- manece o equipamento, entre a aplicação da primeira e da segunda demão de tinta. Os padrões dos diferentes tipos de jateamento normatizados pela norma Petrobrás N- 9. O Refinador é constituído de sais de titânio e tem como objetivo criar pontos de nucleação na superfície do metal que induzam a formação de cristais pequenos e que estejam bem aderidos. O tamanho dos cristais formados é muito importante para o desempenho da fosfatização. Para que o refinador apresente maior eficiência é importante que as etapas de desengraxe e decapagem sejam bem realizadas. (GNECCO; MARIANO; FERNANDES, 2003.). Para Gentil (2011), a fosfatização tem como objetivo depositar uma camada de cristais pe- quenos e insolúveis na superfície do metal. O metal-base sofre um ataque ácido quando é imerso 16 em um banho fosfatizante, devido a presença de íons H+ (acidez livre). Pode-se dizer que o pro- cesso de fosfatização inicia-se com uma reação de corrosão. Deve-se agora identificar a natureza química do recobrimento de fosfato, que será função do valor de pH. Quando o metal é imerso no banho e reage com a acidez livre, ocorre a elevação do pH na interface do metal/banho, ocorrendo assim a chance de formação inicial de Fe(H2PO4)2 que é um composto solúvel, para em seguida com o pH em torno de 4-5, ocorrer a formação de FeHPO4, que é um composto insolúvel e deposita-se na superfície do metal sob forma de cristais. (GENTIL, 2011). Nota-se que nem todo o íon Fe2+ produzido durante a reação será utilizado na formação da camada cristalina na superfície do substrato, ou seja, ao longo do processo haverá o acúmulo desse íon no meio. Eventualmente, devido à alta concentração de íons Fe2+ na solução, ocorrerá uma mudança no equilíbrio da reação, que se deslocará para a esquerda, fazendo com que o pro- cesso de fosfatização em um dado momento pare de funcionar. Para solucionar este problema, são utilizadas substâncias oxidantes no processo, com a finalidade de remover o Fe2+ da solução, sob a forma de FePO4, que é um composto insolúvel chamado de acelerador e responsável pela lama nos banhos de fosfato, (GENTIL, 2011). Conforme apresentado por GENTIL(2011), os agentes aceleradores surgiram com o apri- moramento das técnicas de fosfatização, são eles substâncias ou meios que conseguem deslocar a reação (9) apresentada acima para o sentido favorável. Sendo essa reação a responsável por dar partida ao processo global de fosfatização. Pode- mos empregar como exemplo a utilização de corrente elétrica no banho fosfatizante, adição de aceleradores e adição de metais mais nobres que o ferro no banho, sendo mais comum o acrésci- mo de Cu2+ e Ni 2+. Para os aceleradores pode-se utilizar substâncias oxidantes, redutoras e orgânicas. Os oxi- dantes reagem com o hidrogênio nascente formado na superfície do metal, transformando-o em água, e em paralelo oxida o excesso de íons Fe2+ a Fe3+, evitando assim que o excesso de Fe2+ interrompa o processo de fosfatização. São muito conhecidos como agentes aceleradores oxidan- tes os ácidos clorídrico e nítrico, peróxido de hidrogênio e em alguns casos são utilizados croma- tos e dicromatos. Os aceleradores redutores mais conhecidos são o bissulfito de sódio e o nitrito de sódio e alguns dos aceleradores orgânicos mais citados são a anilina, piridina, xilamina, entre outros. (GENTIL, 2011). 17 Após a etapa de fosfatização temos a passivação, que tem como objetivo selar os poros deixados na camada de fosfato. São utilizadas soluções apassivantes formadas por ácido crômico ou ácido crômico/fosfórico, normalmente a uma temperatura aproximada de 60°C, que tem como função cobrir as falhas na camada de fosfato, proporcionando assim melhor proteção anticorrosi- va. Essa etapa também é conhecida como selagem com cromo. Atualmente não é indicado utilizar o cromo hexavalente, portanto em seu lugar utiliza-se o taninato para selar ou apassivar. Na figura 6 é possível observar a finalidade da passivação. Por último ocorre a etapa de secagem do metal fosfatizado, que em seguida segue para a etapa de pintura ou recebe a aplicação de óleos e lubrificantes protetores. Normalmente o metal passa por fornos ou sopros de ar quente a temperaturas entre 100°C e 150°C, para que toda a umidade da superfície seja removida, a fim de evitar bolhas que poderiam prejudicar a pintura do metal. (GNECCO; MARIANO; FERNANDES, 2003.). Figura 5: processo de passivação. Fonte: Bossardi, 2007. 18 5.1 BANHOS INTERMEDIARIOS Entre cada etapa do processo mencionada existe banhos intermediários: • Enxague do desengraxe - remove o desengraxante residual que por ter caráter alcalino reagiria com o banho seguinte e até mesmo contaminar o processo de jateamento. • Após o jateamento - remove os resíduos de sais formados e poeiras do processo de deca- pagem mecânica e o excesso de decapante que prejudicariam o refinador. Se não forem comple- tamente removidos, os cristais nucleados podem ficar grandes, o que é inconveniente. • Enxague do fosfato - remover os resíduos e os excessos de fosfato e cromatos que preju- dicariam a aderência e o comportamento da pintura e preparar a peça para receber a passivação. • Enxague da passivação - a lavagem deve ser feita em duas etapas com água deionizada para eliminar completamente os sais solúveis do substrato. 6. RESÍDUOS GERADOS PELO PROCESSO DE FOSFATIZAÇÃO O processo de fosfatização gera grande quantidade de efluentes que são nocivos ao meio ambiente. Os gases emitidos nas etapas de desengraxe, fosfatização e passivação, são emitidos em menor quantidade quando comparado ao restante dos efluentes presentes no processo. Temos também os efluentes líquidos diluídos que são provenientes dos banhos de lavagens intermediá- rios e efluentes líquidos concentrados presentes nas principais etapas do processo. Na figura 6 apresentada abaixo é possível visualizar as etapas do processo e os efluentes gerados em cada uma delas. 19 Figura 6: resíduos gerados no processo de fosfatização. Fonte: companhia pernambucana do meio ambiente, 2011. 6.1 MINIMIZAÇÃO NA GERAÇÃO DE EFLUENTES A minimização na geração de efluentes no processo pode se processar de duas maneiras: pela otimização do uso da água e pela redução das perdas de reativos. Com a adoção de procedi- mentos simples e de baixo custo de implementação, é possível uma reduçãosensível no nível de geração de efluentes. Como os efluentes e os resíduos são compostos de produtos químicos, água e energia, uma diminuição na geração de efluentes representa economia destes insumos. (BERNARDES et al, 2000 e SCHWAB, 2003) 20 6.2 MINIMIZAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA Para que a preparação das carrocerias para receber a pintura apresente uma boa qualidade é importante que as peças passem por um enxágue intensivo entre as diferentes etapas da linha. Com isto evita-se o arraste dos componentes do banho anterior para o posterior, sendo que a lava- gem atua na diluição ou diminuição da quantidade de sais arrastados pelas peças de um banho a outro, os quais influenciam negativamente na eletrodeposição (BERNARDES et al, 2000). A lavagem é a certeza de qualidade no processo de eletrodeposição. Ela atua na diluição ou diminuição da quantidade de sais arrastados pelas peças de um banho a outro, os quais influ- enciam negativamente na eletrodeposição. A concentração aceitável de eletrólito arrastado para a etapa seguinte do processo fica entre 1 mg/l e 100 mg/l, dependendo do tipo e da composição deste banho. A lavagem final, isto é, a última etapa de lavagem do processo, é responsável pela remo- ção de eletrólitos que, caso contrário, podem influir na qualidade do recobrimento superficial, alterando suas características mecânicas ou corrosivas. Considerando a água como um importante insumo do processo, pensa-se erroneamente que uma boa lavagem só pode ser realizada com o emprego de um grande consumo de água. No entanto, é possível uma boa lavagem com uma pequena quantidade de água, uma vez que com o emprego de técnicas combinadas de lavagem (estanque e cascata, por exemplo) ocorre uma redu- ção drástica no consumo de água e, consequentemente, uma concentração dos efluentes (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). 6.2.1 CRITÉRIO DE LAVAGEM Um critério de lavagem simples, que pode ser adotado para verificar o grau de lavagem, é a relação entre a concentração do banho do processo e a do banho de lavagem seguinte. O critério de lavagem é uma grandeza adimensional que representa a diluição da concentração entre os dois banhos (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). Ele pode ser analisado em relação à concentração ou qualquer outro parâmetro que possa ser relacionado nos banhos em estudo. 21 Quando o processo de lavagem consiste em apenas um banho, o critério de lavagem sim- ples é também chamado de critério de lavagem global. Este critério de lavagem global representa a diluição total do processo, isto é, entre o ba- nho eletrolítico e a última etapa da lavagem. Assim, o critério de lavagem global é o produto dos critérios simples. O critério de lavagem global é também uma garantia de que a concentração limite do últi- mo banho de lavagem não será alcançada. Como os processos de lavagem são, em sua maioria, uma combinação de vários banhos de lavagem e como, somente a concentração da última etapa é responsável pela qualidade das peças, utiliza-se normalmente o critério de lavagem global. O critério de cada processo de lavagem individual não depende apenas do grau de dilui- ção, mas também da viscosidade da solução, do tempo de lavagem e do processo de difusão. O processo de difusão, por exemplo, é alterado no caso de agitação da solução ou das peças. A se- quência dos banhos do processo também é importante. Assim, o critério de lavagem deve ser ava- liado especificamente para cada processo visando otimizar a qualidade da deposição. Vantagens da aplicação do critério de lavagem: • Maior qualidade da deposição é alcançada com uma boa lavagem, o que é garantido pelo critério de lavagem; • O tempo de vida do banho do processo é aumentado porque a contaminação diminui com uma lavagem adequada; • A utilização do critério de lavagem está em acordo com a ISO 9000 e 14000, porque ser- ve para documentação e como padrão de qualidade do produto. 7. TECNICAS DE LAVAGEM A aplicação do critério de lavagem leva em consideração o tipo de lavagem utilizado no processo. A seguir estas técnicas são apresentadas. Elas permitem alcançar bons critérios de lava- gem, indicando processos eficientes e de qualidade. 7.1 LAVAGEM ESTANQUE Na lavagem estanque o volume é constante, ou seja, sem entrada ou saída de água. Devido a esta característica, o arraste está presente neste tipo de lavagem, acarretando au- mento contínuo da concentração do banho. Depois de um determinado tempo, o banho estanque 22 alcança uma concentração limite de mesmo valor da concentração do banho do processo. Este tempo varia de acordo com o volume do tanque. O controle desta concentração é fundamental, uma vez que a qualidade do banho e diretamente relacionada a ela (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). 7.2 LAVAGEM ECONOMICA A lavagem econômica é uma medida simples e efetiva para diminuir o arraste e com isso o consumo de água de lavagem. Esse processo é especialmente indicado para o caso de banhos de revestimentos metálicos, como sais de zinco por exemplo. No processo de lavagem econômica as peças passam por um banho de lavagem estanque antes do banho de eletrodeposição. Com o tempo, o banho de lavagem estanque alcança 50% da concentração do banho de eletrodeposição, sendo está a sua concentração limite. Essa solução a 50% pode ser utilizada para a reposição do volume do banho de eletrólito, principalmente quanto esta é a quente e sujeito a evaporação (como no caso do Níquel e Cobre). Com o emprego desse banho estanque a concen- tração da solução de arraste para os banhos de lavagem posteriores reduz-se em 50%. Isso corres- ponde a uma economia de produtos químicos e o consumo de água de lavagem cai pela metade (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). 7.3 LAVAGEM CORRENTE Para lavagem corrente, isto é, com entrada e saída contínua de água, é importante o cami- nho percorrido pelo fluxo de água dentro do tanque. Para ter-se uma lavagem adequada, deve ocorrer uma mistura da água corrente com a água do tanque, portanto os pontos de entrada e saída devem ser localizados em lados opostos, sendo a entrada na parte inferior e a saída na superior. Para alcançar o critério de lavagem e com isso não ultrapassar a concentração limite é ne- cessário um determinado fluxo de água. O fluxo é determinado pela difusão, pela migração (so- 23 mente na cataforese) e pela convecção, e neste caso pode ser representado pelo produto entre a vazão e a concentração. Com a fórmula a seguir é possível, a partir do arraste, calcular este fluxo (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000): A transferência de massa por difusão é a massa em trânsito como resultado da diferença de concentrações de uma espécie em uma mistura. Ela tem sua origem na atividade molecular. Um gradiente de concentração em uma mistura proporcional o potencial motriz para o transporte de massa daquela espécie (INCROPERA; DEWITT, 1998). A convecção é utilizada para descrever a transferência de energia entre uma superfície e um fluido em movimento sobre esta superfície. Embora o mecanismo de difusão (movimento aleatório de moléculas em um fluido) contribua para este tipo de transferência, a contribuição dominante é geralmente dada pela movimentação global das partículas do fluido. Na transferência de massa por convecção, o movimento global do fluido se combina à di- fusão para promover o transporte de uma espécie para a qual existe um gradiente de concentração (INCROPERA; DEWITT, 1998). 7.4 LAVAGEM EM CASCATA A lavagem em cascata é uma lavagem corrente especial, nela a mesma água é utilizada em vários banhos, enquanto na lavagem corrente tem-se só um banho. Depois de um tempo se ajusta um balanço entre a concentração do arraste de entrada, de saída e da água corrente que sai dos banhos em cascata. O grau de diluição, representado pela razão entreo arraste e o fluxo de água limpa, determina o critério de lavagem que deve ser mantido no último banho da cascata. As peças são transportadas contra o fluxo de água. Primeiro no banho mais sujo, com maior concentração de eletrólitos e, por último no mais limpo. Mas também é importante para uma boa lavagem que o fluxo de água seja turbulento. Porém, para uma lavagem cascata de gran- de porte, pode-se utilizar uma tubulação para promover o fluxo entre os banhos. A efetividade da lavagem é ainda melhorada quando a água é agitada por injeção de ar na parte inferior do banho provocando uma maior turbulência. 24 Como na lavagem em cascata a mesma água lava mais vezes, o consumo de água é menor e ocorre uma concentração de eletrólitos na água de lavagem entre os estágios. A redução dos custos é, então, devida a dois fatores: A menor quantidade de água necessária para alcançar altos critérios de lavagem. O menor tamanho da estação de tratamento de efluentes, devido à menor quantidade de água e ao menor tempo necessário para as reações, graças à maior concentração. A equação apresentada a seguir correlaciona o critério de lavagem, o arraste e o consumo de água (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). 8. MINIMIZAÇÃO DE PERDAS DE REATIVOS A perda por arraste ou “drag-out” é definida como a parte da solução de um banho de re- vestimento que é arrastada com a peça quando é retirada. Neste processo, ocorrem respingos de parte da solução arrastada para o piso, pela movimentação das travessas das esteiras até que outro estágio da produção seja alcançado. Esse arraste tem como consequências a perda de reativos, a contaminação do solo e dos banhos seguintes. Isso pode criar a necessidade de descarte do banho concentrado contaminado, causando um grande impacto na unidade de tratamento de efluentes (PACHECO, 2002). 8.1 REDUÇÃO DE ARRASTE As técnicas para reduzir o arraste de químicos do banho eletrolítico para os processos de lavagem geram uma importante economia, com o menor consumo de produtos químicos e de água. A implementação destas técnicas está dentro do novo conceito de tratamento de efluentes que consiste em trabalhar principalmente na minimização da geração dos efluentes e, não somen- te, no seu tratamento final. As medidas de redução de arraste têm custo muito baixo e apresentam melhorias consideráveis, por isso são ideais para a realidade das micro, pequenas e médias empre- sas brasileiras (PONTE, 1998 e PONTE et al, 2000). Uma medida efetiva, simples e de baixo custo para reduzir o arraste promovido pelos su- portes, peças e cestos, é aumentar o tempo de gotejamento sobre o banho. 25 Através da elevação do tempo de gotejamento para 15 ou 20 segundos o arraste pode ser reduzido em 20%. Para efetuar esse aumento deve-se observar, no entanto, que: • Quando se trabalha com um processo a quente é necessário tomar cuidado para não deixar que a superfície das peças seque completamente; • Com eletrólitos agressivos, como sais de Cromo, um tempo muito longo pode promover reações na superfície das peças. Para diminuir o arraste pode-se também otimizar o gotejamento pela promoção de um choque mecânico nos suportes antes ou durante o transporte. Com isso o líquido das bordas se desprende rapidamente e não são arrastados. 9. ESTUDO DE CASO Investigando o caso da empresa Metalsa Brasil indústria e comercio de autopeças Ltda, si- tuada no município de Osasco, a fábrica tem uma produção diária de 450 pares de longarinas, comercializadas de forma indireta em todos os países através de seus clientes. Com a capacidade de produção de mais 65.000 pares de longarina por ano. Atendendo as exigências dos clientes e das normas IATF 16949, VDA 6.3, além das resoluções ambientais da ISO 14001.Atraves de um sistema operativo Metalsa (SOM), onde processo de produção mantem com controle rígido de qualidade do produto. 26 Figura 7:Fluxograma de processo Fonte: elaborado pelo autor, 2021. O tema de estudo deste trabalho, uma linha de pré-tratamento e pintura de longarinas, mais precisamente o processo de pré-tratamento de superfície, onde realizamos o acompanhamento e algumas reuniões com o time envolvido no processo para entendimento do processo e seu o nível tecnológico. Em 2020, a Metalsa realizou uma avaliação do nível de maturidade tecnológica da compa- nhia em relação às tecnologias da Indústria 4.0, em nível macro (global), com base na matriz ela- Pi nt ur a Em ba la ge m Co rt e & Co nf or m aç ão FLUXOGRAMA PROCESSO LONGARINAS Re ce bi m en to Fu ra çã o ROLL FORMER 2 ROLL FORMER 3LCT BEATTY 1 BEATTY 2 BEATTY 3 BEATTY 4 YOKE 1 - Furação de aba manual YOKE 2 - Furação de Aba manual YOKE 3 YOKE 4 P.A - Puncionadeira de aba CNC PLASMA 1 PLASMA 2 ROBÔ E PREPLINE PINTURA REBITAGEM EMBALAGEM VOLVO / DAF EMBALAGEM SCANIA EMBALAGEM PEÇAS RETAS AGRALE / VM / FEB / B12 / FORD STENHOJ RECEBIMENTO EXPEDIÇÃO 27 borada pela consultoria Capegemini. O resultado dessa avaliação foi a seguinte Matriz de Maturi- dade Digital, adaptada pela Metalsa: Figura 8:Matriz de Maturidade Digital (fonte: Metalsa, adaptado de Capegemini) Após essa análise, foram identificados os estágios necessários para o desenvolvimento do projeto. De forma a facilitar a implantação dos projetos dentro da organização, foi elaborada a tabela abaixo, que também foi utilizada para desenvolvimento do escopo desse projeto: Quadro 2:Quadro com as fases do desenvolvimento da Indústria 4.0 (fonte: Metalsa, adaptado de acatech) 28 Esta transformação é apoiada por uma missão específica para operações digitais e por no- vos valores corporativos. Está fundamentada em três pilares principais: Gerenciamento Digital da Planta, Manufatura Digital, e Chão de Fábrica Digital, e abrange a aplicação e padronização das ferramentas pelo Sistema Operativo Metalsa, conforme quadro 3: Quadro 3:Quadro com fases para implantação de Indústria 4.0 dentro da Metalsa Fonte:(Elaborado por Metalsa 2020) 10 APLICAÇÕES E SISTEMAS METALSA Os sistemas e aplicações já existentes no processo, e que são utilizados pela Metalsa Osas- co, são os seguintes: 10.1 O.M.E.S.(Osasco Manufacturing Execution Systems) Sistema de execução de produção, responsável por automatizar o reporte de ordens de produção de cada operação, setup de máquinas, gestão de programas CNC, controle de segrega- ção de peças, rastreabilidade de peças, apontamentos de paradas na produção, inclusão de parâ- metros de processo, otimização da informação do produto e análises de informações de processo. É uma versão customizada do Oracle WebApp. 29 10.2 PTC KEPServerEX Plataforma de conectividade para coletar sinais dos equipamentos da fábrica, a partir das memórias dos CLPs, e dispositivos industriais para disponibilizá-los para aplicações de suporte e banco de dados. Figura 9: Estrutura KEPServerEX Fonte: exatasistemas.com.br acesso: 2021 10.3 MITUTOYO MeasurLink Sistema eletrônico para coletar os dados de medição na fábrica, que permite visualizar os resultados em formato de gráfico, armazena os valores e banco de dados e, em alguns casos, tam- bém está integrado com o CLP das máquinas. Com isso, o funcionamento da máquina é bloquea- do em caso de produto não conforme. Atualmente, é utilizado na maior parte da fábrica, nos processos produtivos onde ocorre a inspe- ção de peças por meio de dispositivos de medição. 30 10.4 ANDON ELETRONICO Aplicação em C# que identifica a ocorrência de paradas de máquina e, conforme parame- trização no OMES, habilita um “pop-up” na tela da máquina, para que sejam informados detalhes sobre a interrupção da produção (código da parada, descrição, horário de término da parada). Está conectadoao CLP da máquina e ao sistema de Andon eletrônico, de forma que, em caso de parada de máquina, a sinalização luminosa e identificação dos níveis de combate é feita de forma automática. 10.5 APLICAÇÃO DE STOP ALERTA Aplicação em C# que bloqueia a continuidade do processo em caso de não preenchimento do pop-up, por estar integrado ao CLP e impedir o acionamento da função “Reset” da máquina 10.6 UTILIZAÇÃO DE PLATAFORMA DE DADOS EM CLOUD A planta de Osasco apresenta uma arquitetura híbrida, com pequena parcela dos serviços alocados em nuvem, e grande parte dos serviços alocados em servidores locais no Brasil ou no México. A unidade de Osasco possui servidor (cluster) dedicado para execução de serviços e arma- zenamento de dados (storage), e link de internet banda-larga via fibra-ótica. Tanto os escritórios quanto a fábrica possuem rede ethernet cabeada e conexão wireless, distribuídos internamente a partir de switches de fibra-ótica. 10.7 INFRAESTRUTURA DE CONEXÃO DAS MÁQUINAS As máquinas na fábrica são conectadas a rede interna por cabos ethernet utilizando proto- colo TCP/IP, e estão isoladas de acesso não autorizado por meio de redes (VLANs) próprias. 31 Os sensores nas máquinas estão conectados por meio de protocolos industriais, tais como Profinet, Ethernet IP e I/O Link. A maior parte das máquinas apresenta painel elétrico com CLP. 10.8 CLP SIMENS S7-1200 TIA Portal As diversas opções de comunicação estendida do SIMATIC S7-1200 oferecem suporte ao uso de diferentes dispositivos de campo, troca de dados com outros controladores e encaminha- mento para qualquer sistema de gerenciamento. As diversas opções de comunicação estendida do SIMATIC S7-1200 oferecem suporte ao uso de diferentes dispositivos de campo, troca de dados com outros controladores e encaminha- mento para qualquer sistema de gerenciamento. 10.9 CLP RSLOGIX 5000 Com software de programação RSLogix 5000, você precisa apenas um pacote de software para lógica discreta, processo, lote, movimento, segurança e aplicativos baseados em unidade. Software RSLogix 5000 oferece uma interface compatível com estruturas e matrizes e um conjun- to de instruções abrangente que serve muitos tipos de aplicativos de programação simbólica. For- nece lógica de escada, texto estruturado, diagrama de blocos de função e editores de gráfico de função sequencial para o desenvolvimento do programa, bem como suporte para o modelo S88 - equipamentos para aplicações de controle de lote e máquina. 11 METODOLOGIA DE ANÁLISE Foi analisado os principais pontos no processo de pré-tratamento que e que impactam a sustentabilidade, qualidade, a disponibilidade e o desempenho do equipamento, e nesses pontos implementadas as melhorias, foi utilizada a metodologia de Solução de Problemas baseada nos 8 passos, amplamente utilizada no setor automotivo. Como forma de registrar essa análise, foi ela- borado um documento do tipo “A3”, para cada fase do projeto, que é o modelo oficial da Metalsa, conforme figura 10. 32 Figura 10:Metodologia A3 Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Passo 1 – Definição do problema Para a definição do problema, foram consolidados os dados que compõem o indicador de descarte de água e consumíveis Químico do processo de pré-tratamento - da máquina PP2 no pe- ríodo de janeiro a julho 2020. Foi identificado que o índice de consumo de produtos usados no processo estão 40% acima do esperado, impactado principalmente pelo descarte de efluentes es- tava 58% acima da meta. Grafico 1:Consumo Pré-tratamento Fonte: elaborado pelo autor, 2021. N/A 7. Monitorar Resultados e Processos: 8. Padronização: 3. Objetivo: 4. Análise da Causa Raiz: 5/6. Desenvolver e Implantar Contramedidas: 1. Problema 2. Desmembramento do Problema: Controle do abastecimento de água no Pré-Tratamento LPP2: A3 006/20 Rev01 - ABASTECIMENTO AUTOMÁTICO PRÉ- TRATAMENTO LPP2 PLANTA DE OSASCO Data de Emissão: 01/03/2020 Revisão: 01- Data: 01/06/2020 Preparação: Robsn Macedo Equipe: Fernanda Yumi Fujimoto Sinval, Eduardo, Fernanda, Welder, André, Nataly Quando há o travamento da bóia de nível nos tanques do pré-tratamento podem vir a ocorrer dois tipos de problemas: ou os banhos do Pré-Tratamento podem perder a concentração devido ao abastecimento continuo de água e consequentemente o descarte desnecessário, ou aumento da concentração e danos na bomba de circulação devido a falta de água no sistema. Válvula esférica Situação Atual: Abastecimento por bóias mecânicas. Situação Ideal: Abastecimento por sensores ultrassônicos GAP: Abastecimento por sensores ultrassônicos Trocar as bóias mecânicas e válvulas esféricas por sensores ultrassônicos e solenóides até 31/05/2020. Bóia de nível mecânica Nos tanques do Pré- Tratamento são utilizados bóias de nível mecânicas, onde há problemas de entupimento na esfera. 33 Passo 2 – Estratificação do Problema Para permitir a análise do problema, foi feita a estratificação dos principais motivos do al- to indicie de consumo de produto e descarte de efluentes, e dos custos de produção causados por estes problemas. Verificando relatos dos analistas de laboratório identificamos que devido as boias estarem em contato direto com os banhos, gera alguns resíduos que se prendem a haste mecânica causan- do o travamento, não foi encontrado solicitações de serviços junto a manutenção, pois o próprio analista vazia a verificação e limpeza para reestabelecer o processo. Figura 11: Válvula e boia mecânica Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Quando há o travamento da boia de nível nos tanques do pré-tratamento podem vir a ocor- rer dois tipos de problemas: ou os banhos do Pré-Tratamento podem perder a concentração devido ao abastecimento contínuo de água e consequentemente o descarte desnecessário, ou aumento da concentração, danos na bomba de circulação devido à falta de água no sistema e o descarte de efluentes em excesso e consequentemente um maior custo de aplicação por m², como mostrado no gráfico abaixo. 34 Grafico 2: Consumo por metro quadrado Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Figura 12:Cinco Porquês Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Passo 3 – Definição de Objetivo Após a estratificação do problema, a próxima etapa foi definir um percentual de redução, para esse projeto, foi definido um objetivo de redução de 50% no descarte de efluentes e 30% a menos nos consumíveis químicos do processo, através da automatização do controle de nível e reposição de água. 35 Nesse passo foi possível verificar outras oportunidades e melhorias, utilizando a mesma metodologia do A3 e o estudo de capacidade do processo em uma segunda fase que caminhou paralelamente com a primeira fase com implementação de outros tecnologias. Através dos estudos de capacidade de processo pode-se evidenciar que os controles atuais não estavam sendo efetivos. Através dos dados obtidos foi possível propor melhorias nos contro- les atuais do processo conforme pode ser visto no gráfico 3. Todas as análises do Controle Estatístico do Processo de pré-tratamento foram desenvol- vidas com auxílio do técnico responsáveis pelas análises laboratoriais, e após o tratamento dos dados foi utilizado o software “Minitab” para a elaboração dos gráficos de controle. Grafico 3:Carta de controle Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Todos os estudos de capacidade do processo podem ser vistos no APÊNDICE 3. Com base nos estudos de capacidade foi desenvolvido o mapeamento do processo e a de- finição dos pontos a serem implementadas e monitoradas as melhorias. Desengraxante Refinador 36 Quadro 4: Mapeamento do Processo Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Conforme definido na análise da fase 2 desse projeto, foi definida a instalação dos senso- res abaixono processo de pré-tratamento - Sensor de pressão - Sensor de temperatura - Sensor ultrassónico para o nível - Sensores de condutividade - Sensores de pH Através da instalação de sensores no lugar das boias mecânicas, medidores de condutivi- dade e PHmetro e solenoides no lugar das válvulas de abertura manual na tubulação de água di- minuindo o consumo de água e melhor controle do processo. 37 Como pré-requisito para a escolha de especificações dos sensores e forma de trabalho, fo- ram considerados os seguintes fatores: - Saída de dados para monitoramento; - Posição de fixação do sensor; - Conexão elétrica e/ou conexão de dados; - Confiabilidade da informação do sensor, com menor erro possível para a aplicação; - Possibilidade de conexão do sensor com protocolos industriais, tais como ETHERNET/IP ou I/O Link; - Facilidade para integração do sensor com as aplicações da Metalsa, via CLP, sem necessidade de software proprietário do fabricante do sensor; - Frequência de leitura/captura dos dados adequada com a aplicação; - Robustez e durabilidade do sensor; - Facilidade de manutenção. Com base no mapeamento do processo ficou definido a substituição das bombas dosado- ras, manômetros, condutivimetros e pHmetros que já existem no processo. Quadro 5:Equipamentos sem comunicação com CLP Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 38 12 FLUXOGRAMA DE AUTOMATIZAÇÃO Como base de captação de características de processo junto a equipe responsável foi de- senvolvido um fluxograma para cada parte do processo através das variáveis de controle em um sistema de malha fechada de acordo com a necessidade do banho especificamente, clarificando a forma da programação. Figura 13:Fluxograma de processo Desengraxante Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 39 Durante o levantamento das variáveis, a equipe responsável pelo processo apresentou al- guns pontos relevantes que a automação deveria atender. - Nível máximo com travamento da entrada de água; - Nível máximo com liberação da entrada de água se a condutividade ou Ph esteja fora do range; - Sistema de segurança nas bombas, caso ocorra nível baixo através de pressostato; - Sistema de alarme na IHM para monitoramento do operador e processo; - Parada de máquina caso ocorra problemas nas bombas ou variáveis fora do especificado; - Sistema de BY_PASS para na entrada de água DI ou industrial todos os tanques; - Acompanhamento remoto do processo variáveis e nível dos tanques; - Transbordo controlado entre os tanques de acordo com a necessidade. Instalação de Infraestrutura no Pré-Tratamento, que consiste em instalação de eletrocalhas, passagens de cabos e montagem de 3 painéis para recebimento dos sensores ultrassônicos, pres- sostatos, pHmetros, condutivimetros e bombas dosadoras digitais. Instalação dos conjuntos de 11 sensores ultrassônicos, 3 masters, 9 solenoides e conectores nos tanques de pré-tratamento Para parte de infraestrutura e sensores da 1° fase foi destinado um “budget” de R$ 70.000,00. Tabela 1: Custos Infraestrutura Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 40 Figura 14:Sensores ultrassônicos e pressostatos e modulo master Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Após toda instalação da infraestrutura, válvula e sensores deu se início a parte da lógica de funcionamento para cada parte do processo. Figura 15:Instalação do sistema Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 41 Figura 16:Página de parametrização da master I/O link Fonte: Adaptado de Balluff pelo autor, 2021. 42 13 PROGRAMAÇÃO Toda a programação foi desenvolvida em linguagem ladder no software Rockwell Auto- mation (RSLOGIX5000) com integração com o modulo Balluff I/O link.A figura 17 representa uma parte da programação desenvolvida para uma parte do processo de pré-tratamento e mostra a lógica de reposição de água de acordo com o sinal do sensor ultrassónico e acionada a solenoide de reposição de água. São três níveis possíveis, mínimo, de trabalho e máximo, em que o aciona- mento do solenoide ocorre por meio da variação do nível e após um tempo programado na lógica, a reposição de água pode ser no modo automático ou manual via by- pass. Figura 17:Lógica de programação Nível Fonte: elaborado pelo autor, 2021. As variações de níveis podem ser visualizadas através da IHM, sendo que se ocorrer falha no funcionamento deste sistema um alarme de nível (Baixo ou alto) será mostrado na tela do operador, todas as memorias da automatização do pré-tratamento estão como real e de for- ma global o que possibilita a captura das informações on-time via software os dados criando 43 uma base de dados no OPC(kepware), o que possibilita a construção de indicadores via Power BI ou até mesmo análise de dados e correlação via Azure. Figura 18:Diagrama Fluxo de dados Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Durante o processo de construção da lógica. Buscou-se de diversas formas a interliga- ção com auxílio dos técnicos e a consulta de especialistas (professores e fornecedores). A lógica para monitoramento da pressão dos tanques e de extrema importância pois se trata de uma característica crítica do processo descrita no plano de controle, pois a pressão aplicada está diretamente relacionada a aplicação dos produtos que fazem o tratamento da su- perfície do substrato. Com esta informação a lógica desenvolvida para monitoramento da pressão precisou além do alarme informativo na IHM ser adicionado um “timer on delay” em paralelo a cada linha do monitoramento da pressão, os valores mínimos e máximos e estabelecido de acordo com as especificações do plano de controle, e foi definido a parada do processo após 300000 milissegundos (5 minutos) se a pressão estiver fora do range estabelecido, como podemos ver na figura 19. 44 Figura 19:Lógica de programação pressostato Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Figura 20:Tela de histórico e alarme na IHM Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 45 Com aplicação da lógica da 1° fase em funcionamento, iniciamos o processo da 2° fase de projeto com a compra das bombas dosadoras, pHmetros, condutivimetros e sensores de temperatura (PT-1000). Para esta fase do projeto o “budget” estava em torno de R$ 90.000,00. Na Tabela 2, podemos ver o valor total investido no projeto. Tabela 2: Custo Total Fonte: elaborado pelo autor, 2021. Devido ao aumento dos componentes eletrônicos o valor total do projeto ficou em R$ 196.131,17, e valor a ser complementado via “budget” mensal, onde tivemos que fazer o pa- gamento fracionando dos componentes mês a mês. A lógica de desenvolvida para os condutivimentros, pHmetros, medidor de temperatura e bombas dosadoras foram interligadas com a lógica desenvolvida para o nível e pressão dos tanques. 46 Figura 21 Bomba dosadora e Condutivimetro Fonte: elaborado pelo autor, 2021. A lógica dos condutivimetros e pHmetros ficam responsáveis pela troca de água e aci- onamento das bombas dosadoras, o que vai deixar o processo mais robusto e confiável, além de reduzir o consumo de água e produtos na manutenção da concentração dos banhos. Figura 22:Diagrama de fluxo de dados completo Fonte: elaborado pelo autor, 2021. 47 Para os banhos onde o controle e feito através de condutivímetros foi aplicado o méto- do de lavagem por cascata como descrito no item XXX, onde através de reutilização da água de enxagues com menos condutividade para enxagues que com maior teor de condutividade. Os sensores de temperatura têm a função de controle de um conjunto de resistências que fazem o aquecimento dos banhos do fosfato e desengraxante. Figura 23:Diagrama fluxo de dados PT-1000
Compartilhar