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TJSP 
SIMULADO VIII 
 
Bloco I 
DIREITO CIVIL 
1 - Assinale a alternativa correta: 
I- A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é nula nos mesmos casos em que o é a 
declaração direta. 
II- Pode ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou 
devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá 
por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 
III- O dolo do representante legal e do representante convencional de uma das partes obriga o 
representado a responder civil e solidariamente com ele por perdas e danos. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 141, CC. “A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos 
mesmos casos em que o é a declaração direta”. 
II- Correta. Art. 148, CC. 
III- Incorreta. Art. 149, CC. “O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a 
responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante 
convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos”. 
 
2- Assinale a alternativa incorreta: 
a) As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem 
à lei do Estado em que se constituírem. 
b) De acordo com o artigo 4o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a equidade não é uma 
forma de integração quando houver omissão da lei. 
c) As súmulas administrativas e respostas a consultas têm caráter vinculante em relação ao órgão ou à 
entidade a que se destinam. 
 
d) O agente público responderá pessoalmente por suas opiniões técnicas, salvo no caso de erro, ainda 
que considerado grosseiro. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 11, LINDB. 
b) Correta. O artigo 4º ensina que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, 
os costumes e os princípios gerais de direito. Esse rol é preferencial e taxativo. 
c) Correta. Art. 30, LINDB (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018). 
d) Incorreta. Art. 28, LINDB. “O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões 
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro”. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018). 
 
3- Assinale a alternativa correta: 
I- É anulável o negócio jurídico, quando a lei taxativamente o declarar ou proibir-lhe a prática, sem 
cominar sanção. 
II- Para a caracterização de fraude contra credores exige-se, em regra, a existência de dano ao direito do 
credor (eventus damni) e o consenso entre o devedor e o adquirente do bem (consilium fraudis). 
III- A conversão do negócio jurídico anulável pode se dar de ofício pelo juiz. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas a II está correta. 
GABARITO: D 
I- Incorreta. Art. 166, CC: “É nulo o negócio jurídico quando: VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou 
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.” 
II- Correta. REsp 1.217.593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013. 
III- Incorreta. CC: “Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de 
mantê-lo.” 
 
4- Pedro funcionário público municipal é credor solidário, juntamente com Maria, de Tânia, dívida 
referente a um aluguel de prédio urbano. A dívida venceu no dia 15/07/2017 e Pedro viajou para China 
a serviço do Município em 16/07/2017 e somente retornará em 16/12/2017. Nesse contexto, assinale 
a alternativa correta: 
 
a) Durante o prazo em que Pedro encontrar-se na China o prazo prescricional da dívida ficará suspenso 
não só em relação a ele, mas também à Maria. 
b) O prazo não se suspenderá em razão da aludida viagem. 
c) O prazo se interromperá com a viagem de Pedro iniciando-se novamente da data de seu regresso, o 
que não beneficiará Maria. 
d) O prazo de 3 anos para cobrança dessa dívida se suspenderá, diante da viagem, apenas em relação a 
Pedro. 
Gabarito: D 
CC: “Art. 198. Também não corre a prescrição: 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a 
obrigação for indivisível. 
Art. 206, Prescreve § 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos”. 
a) Incorreta. O prazo se suspenderá, mas apenas em favor de Pedro, art. 198, II e 201, CC. 
b) Incorreta. O prazo se suspenderá, mas apenas em favor de Pedro, art. 198, II e 201, CC. 
c) Incorreta. Há suspensão do prazo e não interrupção, art. 201, CC. 
d) Correta. O prazo se suspenderá, mas apenas em favor de Pedro, art. 198, II e 201, CC. O prazo para 
cobrar a dívida será de 3 anos, art. 206, § 3º, I, CC. 
 
5- Assinale a alternativa correta, quanto à cessão de crédito: 
a) É vedada a realização de mais de uma cessão, tendo por objeto o mesmo crédito. 
b) Ainda que o credor tenha conhecimento da penhora, o crédito penhora ainda pode ser cedido. 
c) É nula a cláusula que estabelece que o cedente não responde pela solvência do devedor. 
d) A ausência de notificação do devedor acerca da cessão do crédito não torna a dívida inexigível. 
GABARITO: D 
a) Incorreta. Art. 291, CC: “Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar 
com a tradição do título do crédito cedido.” 
b) Incorreta. Art. 298, CC: “O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que 
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, 
subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.” 
 
c) Incorreta. Art. 296, CC: “Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do 
devedor.” 
d) Correta. “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CESSÃO DE CRÉDITO. ART. 
290 DO CC/2002. NOTIFICAÇÃO AO DEVEDOR. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. 
POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 
83/STJ. DECISÃO MANTIDA. 
1. A ausência de notificação do devedor acerca da cessão do crédito (art. 290 do CC/2002) não torna a 
dívida inexigível, tampouco impede o novo credor de praticar os atos necessários à preservação dos 
direitos cedidos. 
2. Agravo regimental a que se nega provimento.” AgRg no REsp 1419600/PR, Rel. Ministro ANTONIO 
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 30/03/2015. 
 
6- Assinale a alternativa correta: 
I- O promitente comprador, no caso de atraso na entrega do imóvel adquirido, tem direito a exigir, além 
do cumprimento da obrigação e do pagamento do valor da cláusula penal moratória prevista no contrato, 
a indenização correspondente aos lucros cessantes pela não fruição do imóvel durante o período da mora. 
II- O termo inicial dos juros moratórios não é determinado pela modalidade de dano a ser reparado, mas 
a partir da natureza da relação jurídica mantida entre as partes, podendo ser contratual ou 
extracontratual. Sendo assim, decorrendo a mora de desacerto contratual em torno da interpretação de 
cláusula do contrato, a citação deve ser o marco inicial da fluência dos juros moratórios. 
III- No caso da mora ex persona tem-se a aplicação da máxima dies interpellat pro homine. 
a) Apenas I e II estão corretas. 
b) Apenas II e III estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas I está correta. 
Gabarito: A 
I- Correta. “O promitente comprador, no caso de atraso na entrega do imóvel adquirido, tem direito a 
exigir, além do cumprimento da obrigação e do pagamento do valor da cláusula penal moratória prevista 
no contrato, a indenização correspondente aos lucros cessantes pela não fruição do imóveldurante o 
período da mora. Enquanto a cláusula penal compensatória funciona como pré-fixação das perdas e 
danos, a cláusula penal moratória, cominação contratual de uma multa para o caso de mora, serve apenas 
como punição pelo retardamento no cumprimento da obrigação. A cláusula penal moratória, portanto, 
 
não compensa o inadimplemento, nem substitui o adimplemento, não interferindo na responsabilidade 
civil correlata, que é decorrência natural da prática de ato lesivo ao interesse ou direito de outrem. Assim, 
não há óbice a que se exija a cláusula penal moratória juntamente com o valor referente aos lucros 
cessantes.” REsp 1.355.554-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 6/12/2012. 
II- Correta. “Reconhecido o abuso de mandato por desacerto contratual, em razão de o advogado ter 
repassado valores a menor para seu mandatário, o marco inicial dos juros moratórios é a data da 
citação, nos termos do artigo 219 do CPC/73. O principal questionamento jurídico aventado no recurso 
especial consiste em saber qual o marco inicial dos juros de mora, que tem por base o reconhecimento 
de abuso no exercício do mandato por parte dos procuradores da parte autora em processo judicial; se 
da data da citação (art. 405 do CC/02) ou a partir do ato ilícito consistente no abuso do exercício do 
mandato (art. 398 do CC/02). Inicialmente, cabe destacar que o precedente indicado como paradigma da 
alegada divergência jurisprudencial – REsp 249.382-RS, de relatoria do Ministro Ruy Rosado Aguiar, DJ 
26/6/2000 –, não se aplica à hipótese em análise. Isso porque, apesar de os dois casos se referirem a 
figura jurídica do abuso de mandato, no paradigma o procurador apropriou-se da quantia pertencente 
aos seus mandatários, sem entregar qualquer valor que recebera em decorrência de cessão de direitos 
de herança. No presente caso, diversamente, observa-se um desacerto contratual, consubstanciado na 
falta de convergência quanto ao montante correto, em razão de divergência na interpretação de cláusula 
contratual. Portanto, apesar de, em ambos os casos, ser discutida a figura jurídica do abuso no exercício 
de mandato, seja por não repassar ou por repassar a menor quantia devida, tem-se que, na segunda 
hipótese, tendo sido a mora declarada pelo Poder Judiciário ao interpretar a cláusula contratual 
controvertida, não se aplica a razão de decidir do paradigma (quebra do princípio da confiança por 
apropriação de valores que não pertenciam ao mandatário - crime de apropriação indébita). Com efeito, 
o termo inicial dos juros moratórios não é determinado pela modalidade de dano a ser reparado, mas a 
partir da natureza da relação jurídica mantida entre as partes, podendo ser contratual ou extracontratual. 
Sendo assim, decorrendo a mora de desacerto contratual em torno da interpretação de cláusula do 
contrato, a citação deve ser o marco inicial da fluência dos juros moratórios, nos termos do art. 219 do 
CPC de 1973. Isto é, exige-se a prévia constituição em mora do devedor, com a consequente interpelação 
judicial, para sua ciência da pretensão autoral acerca de valores repassados a menor.” REsp 1.403.005-
MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 6/4/2017, DJe 11/4/2017, 
informativo 602. 
OBS: O CPC/15 repetiu o art. 219, CPC/73. 
III- Incorreta. No caso da mora ex re tem-se a aplicação da máxima dies interpellat pro homine. 
 
 
7- Assinale a alternativa correta, quanto aos contratos: 
a) No contrato em que há estipulação em favor de terceiro, o estipulante pode reservar-se o direito de 
substituir o terceiro designado no contrato, desde que haja a sua anuência. 
b) No contrato em que há estipulação em favor de terceiro, apenas este pode exigir seu cumprimento. 
c) A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da 
promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 
d) Em regra, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é recebida. 
Gabarito: C 
a) Incorreta. Art. 438, CC: “O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no 
contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.” 
b) Incorreta. Art. 436, CC: “O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.” 
c) Correta. Súmula 308, STJ. 
d) Incorreta. Art. 434, CC: “Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é 
expedida, exceto...”. 
 
8- Assinale a alternativa correta, quanto à teoria da perda de uma chance: 
a) Tem origem brasileira. 
b) A indenização decorrente da aplicação da teoria da perda de uma chance pode ser classificada como 
dano emergente. 
c) Gera responsabilidade, em razão de a vítima sofrer um dano em potencial. 
d) Conforme o STJ, a ausência de coleta de células tronco no momento do parto pode ensejar indenização 
pela perda de uma chance a ser paga pela empresa especializada em coleta e armazenagem de células 
tronco embrionárias. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. Tem origem francesa. “Tem direito a ser indenizada, com base na teoria da perda de uma 
chance, a criança que, em razão da ausência do preposto da empresa contratada por seus pais para coletar 
o material no momento do parto, não teve recolhidas as células-tronco embrionárias. No caso, a criança 
teve frustrada a chance de ter suas células embrionárias colhidas e armazenadas para, se eventualmente 
fosse preciso, fazer uso delas em tratamento de saúde. Não se está diante de situação de dano hipotético 
- o que não renderia ensejo a indenização - mas de caso claro de aplicação da teoria da perda de uma 
chance, desenvolvida na França (la perte d'une chance) e denominada na Inglaterra de loss-of-a-chance. 
 
No caso, a responsabilidade é por perda de uma chance por serem as células-tronco, cuja retirada do 
cordão umbilical deve ocorrer no momento do parto, o grande trunfo da medicina moderna para o 
tratamento de inúmeras patologias consideradas incuráveis. É possível que o dano final nunca venha a se 
implementar, bastando que a pessoa recém-nascida seja plenamente saudável, nunca desenvolvendo 
qualquer doença tratável com a utilização das células-tronco retiradas do seu cordão umbilical. O certo, 
porém, é que perdeu, definitivamente, a chance de prevenir o tratamento dessas patologias. Essa chance 
perdida é, portanto, o objeto da indenização.” REsp 1.291.247-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 19/8/2014, informativo 549. 
b) Incorreta. “RESPONSABILIDADE CIVIL. ADVOCACIA. PERDA DO PRAZO PARA CONTESTAR. INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MATERIAIS FORMULADA PELO CLIENTE EM FACE DO PATRONO. PREJUÍZO MATERIAL 
PLENAMENTE INDIVIDUALIZADO NA INICIAL. APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. 
CONDENAÇÃO EM DANOS MORAIS. JULGAMENTO EXTRA PETITA RECONHECIDO. 1. A teoria da perda de 
uma chance (perte d'une chance) visa à responsabilização do agente causador não de um dano 
emergente, tampouco de lucros cessantes, mas de algo intermediário entre um e outro, precisamente 
a perda da possibilidade de se buscar posição mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria, 
não fosse o ato ilícito praticado. Nesse passo, a perda de uma chance - desde que essa seja razoável, séria 
e real, e não somente fluida ou hipotética - é considerada uma lesão às justas expectativas frustradas do 
indivíduo, que, ao perseguir uma posição jurídica mais vantajosa, teve o curso normal dos acontecimentos 
interrompido por ato ilícito de terceiro. 2. Em caso de responsabilidade de profissionais da advocacia por 
condutas apontadas como negligentes, e diante do aspecto relativo à incerteza da vantagem não 
experimentada, as demandas que invocam a teoria da "perda de uma chance" devem ser solucionadas a 
partir de uma detida análise acerca das reais possibilidades de êxito do processo, eventualmente perdidas 
em razão da desídia do causídico. Vale dizer, não é o sófato de o advogado ter perdido o prazo para a 
contestação, como no caso em apreço, ou para a interposição de recursos, que enseja sua automática 
responsabilização civil com base na teoria da perda de uma chance. É absolutamente necessária a 
ponderação acerca da probabilidade - que se supõe real - que a parte teria de se sagrar vitoriosa. 3. Assim, 
a pretensão à indenização por danos materiais individualizados e bem definidos na inicial, possui causa 
de pedir totalmente diversa daquela admitida no acórdão recorrido, de modo que há julgamento extra 
petita se o autor deduz pedido certo de indenização por danos materiais absolutamente identificados na 
inicial e o acórdão, com base na teoria da "perda de uma chance", condena o réu ao pagamento de 
indenização por danos morais. 4. Recurso especial conhecido em parte e provido.” REsp 1190180/RS, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/11/2010, DJe 22/11/2010. 
 
c) Incorreta. “A chamada ‘teoria da perda da chance’, de inspiração francesa e citada em matéria de 
responsabilidade civil, aplica-se aos casos em que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo de 
probabilidade, e não de mera possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no âmbito da 
responsabilidade civil, em regra, não é indenizável.” STJ - REsp: 1104665 RS 2008/0251457-1, Relator: 
Ministro MASSAMI UYEDA, Data de Julgamento: 09/06/2009, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
--> DJe 04/08/2009. 
d) Correta. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PERDA DE UMA CHANCE. DESCUMPRIMENTO 
DE CONTRATO DE COLETA DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS DO CORDÃO UMBILICAL DO RECÉM 
NASCIDO. NÃO COMPARECIMENTO AO HOSPITAL. LEGITIMIDADE DA CRIANÇA PREJUDICADA. DANO 
EXTRAPATRIMONIAL CARACTERIZADO. 1. Demanda indenizatória movida contra empresa especializada 
em coleta e armazenagem de células tronco embrionárias, em face da falha na prestação de serviço 
caracterizada pela ausência de prepostos no momento do parto. 
2. Legitimidade do recém nascido, pois "as crianças, mesmo da mais tenra idade, fazem jus à proteção 
irrestrita dos direitos da personalidade, entre os quais se inclui o direito à integralidade mental, 
assegurada a indenização pelo dano moral decorrente de sua violação" (REsp. 1.037.759/RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/02/2010, DJe 05/03/2010). 3. A teoria da perda de uma 
chance aplica-se quando o evento danoso acarreta para alguém a frustração da chance de obter um 
proveito determinado ou de evitar uma perda. 4. Não se exige a comprovação da existência do dano 
final, bastando prova da certeza da chance perdida, pois esta é o objeto de reparação. 
5. Caracterização de dano extrapatrimonial para criança que tem frustrada a chance de ter suas células 
embrionárias colhidas e armazenadas para, se for preciso, no futuro, fazer uso em tratamento de saúde. 
6. Arbitramento de indenização pelo dano extrapatrimonial sofrido pela criança prejudicda. 7. Doutrina e 
jurisprudência acerca do tema. 8. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
(REsp 1291247/RJ, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
19/08/2014, DJe 01/10/2014). 
 
9- Assinale a alternativa correta: 
a) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de esbulho, restituído no de turbação, e 
segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
b)Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de 
retenção. 
 
c) O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por 
culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; sem direito às despesas 
da produção e custeio. 
d) O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que tenha lhe dado 
causa. 
Gabarito: B 
a) Incorreta. Art. 1.210, CC: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.” 
b) Correta. Súmula 335, STJ. 
c) Incorreta. Art. 1.216, CC: “O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, 
bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-
fé; tem direito às despesas da produção e custeio.” 
d) Incorreta. Art. 1.217, CC: “O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a 
que não der causa.” 
 
10- Assinale a alternativa correta, quanto ao usufruto: 
I- O exercício do usufruto não pode ser cedido. 
II- Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do 
seguro. 
III- A morte do usufrutuário não extingue o usufruto. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 1.393, CC: “Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode 
ceder-se por título gratuito ou oneroso.” 
II- Correta. Art. 1.407, CC. 
III- Incorreta. Art. 1.410, CC: “O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de 
Imóveis: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário”. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
11. Sobre a tutela antecipada, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, à luz do CPC e do 
entendimento do STJ. 
I. É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação oral. 
II. O INSS não pode descontar, na via administrativa, valores concedidos a título de tutela antecipada, 
posteriormente cassada com a improcedência do pedido. 
III. Não é possível, em tutela antecipada deferida na ação revisional de alimentos, a alteração de valor fixo 
de pesão alimentícia para um valor ilíquido, correspondente a percentual de rendimentos que virão a ser 
apurados no curso do processo. 
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
d) Todas as assertivas estão corretas. 
Gabarito: D 
I. Correta. Essa foi a tese fixada pelo STJ em precedente noticiado no Informativo 608. Para melhor 
compreensão dos fundamentos adotados, segue o destaque: 
“A antecipação dos efeitos da tutela constitui relevante medida à disposição do juiz, para que 
propicie a prestação jurisdicional oportuna e adequada que, efetivamente, confira proteção ao bem 
jurídico em litígio, abreviando, ainda que em caráter provisório, os efeitos práticos do provimento 
definitivo. Em linha de princípio, o requerimento da tutela antecipada – requisito exigido nos 
termos do art. 273 do CPC/1973 –, assim como a sua extensão, pode ser formulado ou alterado 
pelo autor, desde que observado o pedido inicial, pois a medida não pode ser mais ampla. Assim, 
pode o autor requerer ou não, na exordial, a antecipação de parte da tutela, e depois pedir a 
antecipação da tutela jurisdicional em sua totalidade – o ordenamento jurídico não é infenso à 
modificação do requerimento de tutela antecipatória. Ora, se o pedido poderia ser formulado ao 
relator, e o próprio art. 273 do CPC/1973 deixa nítido que novas circunstâncias autorizam o 
requerimento, possível também que seja deduzido em sessão de julgamento, em feito que 
comporta sustentação oral, ao Colegiado que apreciará o recurso. Isso porque, tal procedimento 
consiste em manifestação formal (art. 554 do CPC/1973 e 937 do CPC/2015) a oportunizar à parte 
adversa até mesmo o contraditório prévio ao exame do pedido.” 
 
II. Correta. O STJ, em precedente divulgado no Informativo 605 entendeu que “O art. 115, II, da Lei n. 
8.213/91 não autoriza o INSS a descontar na via administrativa, valores concedidos a título de tutela 
antecipada, posteriormente cassada com a improcedência do pedido.” 
Destacou a Corte que o inciso II do art. 115 aplica-se apenas para a recuperaçãode pagamentos feitos 
pelo INSS na via administrativa e que, quando o valor pago ao segurado ocorrer por força de decisão judicial, 
o INSS deve se valer dos instrumentos judiciais para reaver tal quantia. 
 III-Correta. Este foi o entendimento do STJ em precedente noticiado no Informativo 608. 
 A Corte esclareceu que decisão que defere a tutela antecipada para alterar valor fixo para um valor 
ilíquido, além de contrariar regra processual acerca da liquidez das sentenças (art. 491 do CPC/2015), 
atenta contra o interesse do alimentando, uma vez que a fixação de valor ilíquido impede a imediata 
execução. 
 
12- Assinale a alternativa correta: 
I- A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. 
II- O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 
III- Será decretada a revelia do réu que não comparecer à audiência de conciliação e mediação. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: B 
I- Correta. Art. 343, § 4º, CPC. 
II- Correta. Art. 346, parágrafo único, CPC. 
III- Incorreta. Art. 334, § 8º, CPC: “O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de 
conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois 
por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do 
Estado.” 
 
 
13- Assinale a alternativa correta: 
I- Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde 
logo, o cumprimento da sentença. 
 
II- Ocorrida a revelia, não é possível que questão prejudicial de mérito decidida incidentalmente e 
expressamente faça coisa julgada. 
III- A decisão que extingue o processo de execução não pode ser classificada como sentença. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: B 
I- Correta. Art. 509, §2º, CPC. 
II- Correta. Art. 503, CPC: “A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites 
da questão principal expressamente decidida. 
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente 
no processo, se: 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. 
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.” 
III- Incorreta. “Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e 
despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por 
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução”. 
 
14. Acerca da cobrança indevida de valores constantes de relação contratual e eventual ação de 
repetição de indébito, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, conforme 
entendimento do STJ: 
I. A ação de repetição de indébito retrata hipótese de ressarcimento por enriquecimento sem causa, sendo 
aplicável o prazo prescricional de três anos. 
II. Como não existe norma específica a reger a hipótese de ação de repetição de indébito, se aplica o prazo 
prescricional geral decenal. 
 
III. A ação de repetição de indébito retrata hipótese de ressarcimento por enriquecimento sem causa, 
sendo aplicável o prazo prescricional de cinco anos. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas a assertiva III está correta. 
d) Nenhuma assertiva está correta. 
Gabarito: B 
O STJ, em precedente vinculante noticiado no Informativo 603, firmou orientação no sentido de que: 
“o prazo prescricional para as ações de repetição de indébito relativo às tarifas de serviços de água e esgoto 
cobradas indevidamente é de: (a) 20 (vinte) anos, na forma do art. 177 do Código Civil de 1916; ou (b) 10 (dez) 
anos, tal como previsto no art. 205 do Código Civil de 2002, observando-se a regra de direito intertemporal, 
estabelecida no art. 2.028 do Código Civil de 2002.” 
Utilizou como fundamento para a aplicação do prazo geral a inexistência de norma específica a reger a 
hipótese e destacou que o caso não reflete pretensão de ressarcimento por enriquecimento sem causa, 
porquanto a causa jurídica, em princípio, existe, e a ação de repetição de indébito é ação específica. 
 
15. Sobre a fiança em locação de imóvel urbano, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, à luz do 
entendimento atual do STJ. 
I.O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. 
II. Salvo disposição contratual em contrário, a fiança se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que 
prorrogada por prazo indeterminado. 
III. A decretação da falência do locador resolve o contrato de locação. 
IV. A interrupção do prazo prescricional operada contra o devedor principal prejudica o fiador. 
a) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
c) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
d) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
Gabarito: D 
I. Incorreta. A assertiva reproduz o teor da Súmula 214/STJ, contudo este entendimento 
encontra-se superado pelo STJ, que desde 2006 passou a admitir a prorrogação da fiança nos contratos 
 
locatícios, salvo previsão contratual em contrário, até a entrega das chaves. 
II. Correta. Nos termos do art. 39 da Lei n. 8.425/91, alterado em 2009 para refletir entendimento 
consolidado do STJ. 
III. Incorreta. O teor do art. 119 da Lei 11.101/2005 é no sentido de que a falência do locador não 
resolve o contrato de locação. 
IV. Correta. “RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 
ENTRE LOCATÁRIA E FIADORES. PROPOSITURA DE EXECUÇÃO APENAS EM RELAÇÃO AOS FIADORES. 
CITAÇÃO. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO QUE NÃO PREJUDICA O DEVEDOR PRINCIPAL. EXCEÇÃO DO 
§ 3° DO ART. 204 CC/02. IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO EM SENTIDO INVERSO. 1. O Código Civil, 
em seu art. 204, caput, prevê, como regra, o caráter pessoal do ato interruptivo da prescrição, haja 
vista que somente aproveitará a quem o promover ou prejudicará aquele contra quem for dirigido 
(persona ad personam non fit interruptio). 2. Entre as exceções, previu o normativo que, interrompida 
a prescrição contra o devedor afiançado, ipso facto, estará interrompida a pretensão acessória contra 
o garante fidejussório (princípio da gravitação jurídica), nos termos do art. 204, § 4°, do CC. 3. A 
interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado (a recíproca não é 
verdadeira), haja vista que o principal não acompanha o destino do acessório e, por conseguinte, a 
prescrição continua correndo em favor deste. 4. Como disposição excepcional, a referida norma deve 
ser interpretada restritivamente, e, como o legislador previu, de forma específica, apenas a 
interrupção em uma direção - a interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador 
-, não seria de boa hermenêutica estender a exceção em seu caminho inverso. 5. No entanto, a 
interrupção em face do fiador poderá, sim, excepcionalmente, acabar prejudicando o devedor 
principal, nas hipóteses em que a referida relação for reconhecida como de devedores solidários, ou 
seja, caso renuncie ao benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor solidário, a sua 
obrigação, que era subsidiária, passará a ser solidária,e, a partir de então, deverá ser norteada por 
essa sistemática (CC, arts. 204, § 1°, e 275 a 285). 6. Na hipótese, o credor, num primeiro momento, 
ajuizou execução tão somente em face dos fiadores e, em razão da limitação da responsabilidade 
destes, num segundo momento, intentou nova execução contra a devedora principal para a execução 
do saldo restante. Dessarte, a interrupção da prescrição efetivada em relação aos fiadores não pode 
vir a prejudicar a principal devedora, sendo que a análise de eventual renúncia à fiança ou da 
obrigação solidária dos fiadores como devedores solidários demandaria a interpretação de cláusula 
contratual e o revolvimento fático-probatório, o que é vedado no âmbito desta Corte, pela incidência 
das Súmulas 5 e 7 do STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1276778/MS, Rel. Ministro LUIS 
 
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 28/03/2017, DJe 28/04/2017). 
16. Acerca dos prazos recursais, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, conforme 
entendimento do STJ: 
I. Nos casos de intimação por correio o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de 
recebimento. 
II. Nos casos de intimação realizada por oficial de justiça o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos 
do mandado cumprido. 
III. Nos casos de intimação por carta de ordem, precatória ou rogatória o prazo recursal inicia-se no 
próximo dia útil ao recebimento da intimação. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
Gabarito: C 
Em precedente de recurso repetitivo, noticiado no Informativo 604, a Corte Especial do Superior 
Tribunal de Justiça se posicionou no sentido de que “Nos casos de intimação/citação realizadas por 
correio, oficial de justiça, ou por carta de ordem, precatória ou rogatória, o prazo recursal inicia-se com a 
juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da carta.” 
Ressalvou que a regra é que o prazo recursal inicia-se com a intimação, mas havendo a intimação 
por correios, pessoal, ou por carta, o prazo recursal inicia-se da juntada aos autos. 
 
17. Acerca da competência para a ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos, 
analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, conforme o CPC/2015 e o entendimento do 
STJ: 
I. Tem competência para a ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de veículos o foro do 
domicílio do autor ou o do local do fato. 
II. A regra de competência que define o domicílio do autor ou do local do fato para a ação de reparação 
de dano sofrido em razão de acidente de veículos não se aplica aos abalroamentos de aeronaves. 
III. A regra de competência que define o domicílio do autor ou do local do fato para a ação de reparação 
de dano sofrido em razão de acidente de veículos não se aplica a hipótese em que a autora é pessoa 
jurídica locadora de automóveis. 
 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
Gabarito: A 
I-Correta. A disposição nesse sentido prevista no parágrafo único do inciso V do artigo 100 do CPC/73 foi 
mantida pelo art. art. 53, V, do CPC/2015. 
II-Incorreta. O inciso V do artigo 53 do CPC/2015 inovou ao trazer disposição explícita no sentido de que 
esta regra se aplica as aeronaves, in verbis: 
Art. 53. É competente o foro: 
(...) 
 V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão 
de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
III-Incorreta. O STJ, em precedente noticiado no Informativo 604, firmou orientação no sentido de que “A 
prerrogativa de escolha do foro, estabelecida no art. 100, V, parágrafo único do CPC de 1973 (art. 53, V, 
do atual CPC), não beneficia pessoa jurídica locadora de frota de veículos, em ação de reparação dos danos 
advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do locatário”. 
Utilizou como fundamento principal o fato da empresa locadora não ser propriamente parte 
envolvida no acidente de trânsito, mas ser apenas administradora do sinistro. 
Ressaltou ainda que permitir a escolha de foro criaria privilégio não razoável em favor de empresas 
aparelhadas e especializadas, em detrimento de pessoas físicas não preparadas que teriam dificuldades 
de se defender em outros Estados. 
 
18- Quanto à liquidação de sentença, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Ocorre liquidação por arbitramento quando determinado pela sentença ou exigido pela natureza do 
objeto da liquidação. 
b) Tanto o credor como o devedor podem requerer que se proceda à liquidação quando a sentença 
condenar ao pagamento de quantia ilíquida. 
c) Havendo necessidade de se alegar e provar fato novo a liquidação será pelo procedimento comum. 
d) Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover 
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. 
Gabarito: A 
 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, 
a requerimento do credor ou do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela 
natureza do objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover 
simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. 
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, 
desde logo, o cumprimento da sentença. 
 
19- Com relação às obrigações de fazer ou não fazer e cumprimento de sentença em tais obrigações, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, 
concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo 
resultado prático equivalente. 
b) Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um 
ilícito, ou a sua remoção, deve-se demonstrar da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
c) No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o 
juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela 
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. 
d) O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou 
excluí-la, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva ou que o obrigado demonstrou 
cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento. 
Gabarito: B 
a) Correta. art. 497, CPC. 
b) Incorreta. art. 497, parágrafo único, CPC -Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a 
prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da 
ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
c) Correta. art. 536, CPC 
d) Correta. art. 357, §1º, CPC 
 
20- Assinale a alternativa CORRETA de acordo com entendimento sumulado pelo STJ. 
 
a) Na execução contra instituição financeira é penhorável o numerário disponível incluídas as reservas 
bancárias mantidas no Banco Central. 
b) Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este não tem preferência sobre o hipotecário. 
c) O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente recusado. 
d) Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens tem caráter absoluto. 
Gabarito: C 
a) Incorreta. Súmula 328-STJ: Na execução contra instituiçãofinanceira, é penhorável o numerário 
disponível, excluídas as reservas bancárias mantidas no Banco Central. 
b) Incorreta. Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência 
sobre o hipotecário. 
c) Súmula 319-STJ. 
d) Súmula 417-STJ: Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem 
caráter absoluto. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
21. Sobre a responsabilidade no âmbito do direito do consumidor, julgue as assertivas abaixo e assinale 
a alternativa correta. 
I- A ocorrência da morte do consumidor, causada por efeito colateral de um medicamento, ainda que 
advertido na bula, pode causa a responsabilidade objetiva do fornecedor, tendo em vista que um produto 
não pode acarretar risco à saúde dos consumidores. 
II- O defeito do produto apto a ensejar a responsabilidade do fornecedor é o de concepção técnica, de 
fabricação ou de informação. 
III-A comprovação de graves lesões, que extrapolam as expectativas que razoavelmente se espera de um 
mecanismo de segurança, ainda que de periculosidade inerente, configura a responsabilidade objetiva do 
fabricante. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
Gabarito: D. 
I.Incorreta. Nesse sentido precedente noticiado no Informativo 603 do STJ, com o seguinte 
destaque: 
 
“Em se tratando de produto de periculosidade inerente (medicamento), cujos riscos são normais à 
sua natureza e previsíveis, eventual dano por ele causado ao consumidor não enseja a responsabilização 
do fornecedor.” 
O STJ, em caso concreto de óbito causado por insuficiência renal aguda após a ingestão de anti-
inflamatório que previa em sua bula doenças graves renais, afastou a responsabilidade do fornecedor, 
por entender que medicamento é produto de periculosidade inerente (REsp 1599405-SP). 
Ressaltou ainda que o CDC adotou, para o sistema de responsabilidade pelo fato do produto, a 
teoria do risco do empreendimento, e não a do risco integral e que um medicamento não pode ser 
considerado produto defeituoso quando causar efeito colateral previamente informado. 
II- Correta. Conforme art. 12, caput, do CDC, in verbis: 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
III. Correta. Em precedente constante do Informativo 605, o STJ fixou a seguinte tese “A 
comprovação de graves lesões decorrentes da abertura de air bag em acidente automobilístico em 
baixíssima velocidade, que extrapolam as expectativas que razoavelmente se espera do mecanismo de 
segurança, ainda que de periculosidade inerente, configura a responsabilidade objetiva da montadora de 
veículos pela reparação dos danos ao consumidor.” 
Considerada a relevância dos fatos e fundamentos utilizados transcrevo o que foi noticiado: 
“Cinge-se a controvérsia a analisar se montadora de veículo pode ser responsabilizada por lesões 
ocasionadas a consumidor pela abertura de mecanismo de segurança conhecido como air 
bag. Cabe considerar, de início, que, segundo a legislação consumerista, o fabricante tem o dever 
de colocar no mercado um produto de qualidade, sendo que, se existir alguma falha, seja quanto à 
segurança, ou à adequação do produto em relação aos fins a que se destina, haverá 
responsabilidade do fabricante à reparação dos danos que esse produto vier a causar. Sua 
responsabilidade pelo fato do produto é objetiva e, portanto, prescinde da análise de culpa, apesar 
de não dispensar a prova do dano e do nexo causal (art. 12, caput, do CDC). Sobre o tema, a doutrina 
assevera que “em matéria de proteção da saúde e segurança dos consumidores vige a noção geral 
da expectativa legítima. Isto é, a ideia de que os produtos e serviços colocados no mercado devem 
atender as expectativas de segurança que deles legitimamente se espera. As expectativas são 
 
legítimas quando, confrontadas com o estágio técnico e as condições econômicas da época, 
mostram-se plausíveis, justificadas e reais. É basicamente o desvio deste parâmetro que 
transforma a periculosidade inerente de um produto ou serviço em periculosidade adquirida”. 
Na hipótese, os contornos fáticos demonstram que o consumidor sofreu graves lesões no rosto, 
principalmente nos olhos, pela abertura do mecanismo de segurança conhecido como air bag em 
acidente automobilístico ocorrido em baixíssima velocidade, com pequenos danos ao carro. Assim, 
a contrapartida da utilização do air bag pelo consumidor ultrapassou a expectativa normal e 
legítima dos possíveis danos causados pelo funcionamento do referido mecanismo de segurança. 
Nessa linha, o fato da utilização do air bag como mecanismo de segurança de periculosidade 
inerente, não autoriza que as montadoras de veículos se eximam da responsabilidade em 
ressarcir danos fora da normalidade do “uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam” (art. 
12, § 1º, II do CDC).” 
 
22. Acerca da responsabilidade no âmbito do direito do consumidor, assinale a alternativa incorreta. 
a) A ação de indenização por danos materiais proposta por consumidor contra construtora em virtude de 
vícios de qualidade e de quantidade do imóvel adquirido tem prazo prescricional de 10 anos, com 
fundamento no art. 205 do CC/2002. 
b) Ocorre a quebra da cadeia de consumo quando o bem sai do mercado para integrar o acervo patrimonial 
de seu destinatário final. 
c) O CDC prevê que é causa obstativa da decadência a reclamação comprovadamente formulada pelo 
consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, para 
tal fim, essa reclamação não pode ser verbal. 
 Gabarito: D. 
a) Correta. “DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. 
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU 
OBSCURIDADE. AUSÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. DEFEITOS APARENTES DA OBRA. 
METRAGEM A MENOR. PRAZO DECADENCIAL. INAPLICABILIDADE. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. SUJEIÇÃO À 
PRESCRIÇÃO. PRAZO DECENAL. ART. 205 DO CÓDIGO CIVIL. 1. O propósito recursal, para além da negativa de prestação 
jurisdicional, é o afastamento da prejudicial de decadência em relação à pretensão de indenização por vícios de qualidade 
e quantidade no imóvel adquirido pela consumidora. 2. Ausentes os vícios de omissão, contradição ou obscuridade, é de 
rigor a rejeição dos embargos de declaração. 3. Devidamente analisadas e discutidas as questões de mérito, e 
fundamentado corretamente o acórdão recorrido, de modo a esgotar a prestação jurisdicional, não há que se falar em 
 
violação do art. 458 do CPC/73. 4. É de 90 (noventa) dias o prazo para o consumidor reclamar por vícios aparentes ou de 
fácil constatação no imóvel por si adquirido, contado a partir da efetiva entrega do bem (art. 26, II e § 1º, do CDC). 5. No 
referido prazo decadencial, pode o consumidor exigir qualquer das alternativas previstas no art. 20 do CDC, a saber: a 
reexecução dos serviços, a restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço. Cuida-se de 
verdadeiro direito potestativo do consumidor, cuja tutela se dá mediante as denominadas ações constitutivas, positivas 
ou negativas. 6. Quando, porém, a pretensão do consumidor é de natureza indenizatória (isto é, de ser ressarcido pelo 
prejuízo decorrente dos vícios do imóvel) não há incidência de prazo decadencial. A ação, tipicamente condenatória, 
sujeita-se a prazo de prescrição. 7. À falta de prazo específico no CDC que regule a pretensãode indenização por 
inadimplemento contratual, deve incidir o prazo geral decenal previsto no art. 205 do CC/02, o qual corresponde ao 
prazo vintenário de que trata a Súmula 194/STJ, aprovada ainda na vigência do Código Civil de 1916 ("Prescreve em vinte 
anos a ação para obter, do construtor, indenização por defeitos na obra"). 8. Recurso especial conhecido e parcialmente 
provido”. (REsp 1534831/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 02/03/2018 – Informativo 620). 
b) Correta. O STJ no REsp 1.517.800-PE, em que o autor pleiteava a responsabilidade solidária do 
fornecedor originário do veículo, tendo em vista a adulteração do hodômetro realizada pelo primeiro 
proprietário do carro, fixou tese no sentido de que: 
“O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final põe termo à eventual cadeia de 
seus fornecedores originais, de modo que, a posterior revenda desse mesmo bem por seu 
adquirente constitui nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador e, por 
conseguinte, não se pode estender aos integrantes daquela primeira cadeia de 
fornecimento a responsabilidade solidária de que trata o art. 18 do CDC por eventuais 
vícios que este venha a futuramente detectar no produto.” 
c) Correta. Conforme art. 12, caput, do CDC, in verbis: 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o 
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos 
danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, 
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de 
seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
utilização e riscos. 
d) Incorreta. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO REDIBITÓRIA. 
RECLAMAÇÃO QUE OBSTA A DECADÊNCIA. COMPROVAÇÃO PELO CONSUMIDOR. POSSIBILIDADE DE 
DAR-SE DOCUMENTALMENTE OU VERBALMENTE. PLEITO DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL. 
 
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. 1. Ação ajuizada em 
22/06/2012. Recurso especial concluso ao gabinete em 05/09/2016. Julgamento: CPC/73. 2. O 
propósito recursal é definir i) se a reclamação, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC, hábil a obstar a 
decadência do direito do consumidor de reclamar pelos vícios do produto, pode ser feita de forma 
verbal ou somente de forma documental e ii) consequentemente, se houve cerceamento de defesa à 
recorrente, em virtude do indeferimento da produção de prova testemunhal requerida. 3. A lei não 
preestabelece uma forma para a realização da reclamação, exigindo apenas comprovação de que o 
fornecedor tomou ciência inequívoca quanto ao propósito do consumidor de reclamar pelos vícios do 
produto ou serviço. 4. A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC, pode 
ser feita documentalmente - por meio físico ou eletrônico - ou mesmo verbalmente - pessoalmente ou 
por telefone - e, consequentemente, a sua comprovação pode dar-se por todos os meios admitidos em 
direito. 5. Admitindo-se que a reclamação ao fornecedor pode dar-se pelas mais amplas formas 
admitidas, sendo apenas exigível ao consumidor que comprove a sua efetiva realização, inviável o 
julgamento antecipado da lide, quando este pleiteou a produção de prova oral para tal desiderato. 
Ocorrência de cerceamento de defesa. 6. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1442597/DF, 
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe 30/10/2017). 
 
23. Acerca da responsabilidade civil em transporte aéreo, assinale a alternativa incorreta à luz do STF. 
a) As normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas 
internacionais de passageiros, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. 
b) O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo doméstico 
ou internacional será o do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista trata-se de norma processual 
e não material. 
c) Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor aplica-
se a indenização tarifada prevista nas Convenções Internacionais 
d) Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte nacional de passageiros aplica-se a 
indenização integral prevista no Código de Defesa do Consumidor. 
Gabarito: B. 
a)Correta. O STF, em precedente noticiado no Informativo 866 fixou a seguinte tese “Nos termos do art. 
178 da Constituição da República, as normas e tratados internacionais limitadores da responsabilidade 
das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm 
prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor”. 
 
O art. 178 da CF, assim dispõe: 
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, 
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, 
atendido o princípio da reciprocidade. 
A Convenção de Varsóvia é um tratado internacional promulgado por meio do Decreto n. 
20.704/31. Posteriormente ela foi alterada pelo Protocolo Adicional 4, assinado em Montreal, ratificado 
e promulgado pelo Decreto 2.861/1998. 
b)Incorreta. Com base na tese fixada pelo STF, o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil 
decorrente do serviço de transporte aéreo internacional será de 2 anos, com base no art. 29 da convenção 
de Varsóvia. 
A interpretação da tese exarada pela Corte Suprema deve ser ampla, abrangendo outras questões 
envolvendo o transporte aéreo internacional, como é o caso da prescrição. 
c)Correta. O processo analisado pelo plenário do STF (RE 636331/RJ) tratava justamente sobre uma 
situação de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional, em que se contrapôs a tese da 
acusação de responsabilização integral com base no CDC e a tese de defesa da indenização tarifada, com 
base nos tratados internacionais. 
O STF decidiu que “Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e tratados 
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente 
as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor”. 
A título de curiosidade esclareço que a Convenção determina que o transportador somente poderá 
ser obrigado a pagar como indenização por danos materiais uma quantia máxima de aproximadamente 
R$ 4.500,00 pelo extravio de bagagem, independentemente do que conteúdo real existente na bagagem. 
d)Correta. As Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte internacional. Em caso 
de responsabilização em transporte aéreo nacional aplica-se o CDC. 
 
24) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta, considerando os termos preconizados 
pelo Código de Defesa do Consumidor - CDC, introduzido pela Lei nº 8.078, 11.9.1990. 
I. Os bancos são considerados, à luz do CDC, como fornecedores de serviços e de produtos, neste caso - o 
dinheiro. 
II. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido de que o 
ajuizamento da execução individual, derivada de decisão proferida no julgamento de ação coletiva, tem 
 
como foro o domicílio do exequente, em conformidade com os artigos 98, § 2º, I, e 101, I, do CDC, afastada 
a ocorrência de prevenção do juízo que examinou o mérito da ação coletiva. 
III. É considerada irregular a informação em cadastro de proteção ao crédito, referente a período superior 
a cinco anos, podendo o consumidor valer-se do habeas data (artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição da 
República) como meio de conhecimento, retificação e supressão de dados inexatos. 
IV. Aplica-se a multa de mora de, no máximo, dois por cento, decorrente do inadimplemento de 
obrigações condominiais, na forma do artigo52 do CDC. 
a) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. 
b) Estão incorretas apenas as assertivas II e IV. 
c) Está incorreta apenas a assertiva IV. 
d) Estão corretas todas as assertivas. 
Gabarito: C 
IV - ERRADA. CONDOMÍNIO. DESPESAS COMUNS. COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL. MULTA DE 20%. 
INAPLICABILIDADE, IN CASU, DO CDC. - A competência do Juizado Especial é relativa, sendo facultada ao 
autor a opção pelo ajuizamento do pedido junto à Justiça Comum. Precedentes. - Não se aplica o Código 
de Defesa do Consumidor às relações jurídicas estabelecidas entre o condomínio e os condôminos. 
Precedentes. REsp 280193 / SP 
 
25) Pedro celebrou com uma concessionária de serviço público contrato de prestação de serviço de 
telefonia fixa e deixou de efetuar o pagamento das faturas referentes ao serviço. Um ano depois, em 
decorrência de erro na instalação, o cabo de fibra óptica utilizado pela empresa na residência de Pedro 
pegou fogo, ferindo-o. Ele, então, ajuizou ação de indenização contra a concessionária e contra a 
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Requereu, ainda, o reconhecimento da abusividade 
da cobrança de tarifa básica e o envio, pelas rés, das faturas discriminadas das ligações efetuadas. Em 
sua resposta, a concessionária de serviço público argumentou que não poderia atender ao requerido, 
pois havia suspendido, após o ajuizamento da ação, o serviço de telefonia em decorrência de 
inadimplência passada de Pedro. A ANATEL, por sua vez, alegou não possuir legitimidade passiva nesse 
tipo de demanda. 
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dos tribunais 
superiores. 
a) O argumento oferecido pela concessionária é pertinente, pois, por sua inadimplência pretérita, Pedro 
estava legalmente sujeito à interrupção do serviço. 
 
b) A alegação da ANATEL é impertinente, pois ela é parte legítima na demanda de Pedro, já que se trata 
de relação contratual entre usuário e concessionária de serviço público. 
c) Competirá à justiça federal o julgamento da ação, já que a ANATEL é parte na demanda. 
d) O pedido de Pedro quanto ao reconhecimento de inadmissibilidade de cobrança de tarifa básica é 
incabível. 
Gabarito: D 
A - errada. Responsabilidade objetiva da concessionária, o inadimplemento do usuário não é uma 
excludente do nexo causal, que isenta o dano decorrente da prestação do serviço público. 
B - errada. Súmula 506 - STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o 
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual. 
C - errada. SV - 27: Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço 
público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. 
PORÉM, Súmula 506 - STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário 
de telefonia decorrentes de relação contratual. 
D - correta. Súmula 356 do STJ: É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia 
fixa. 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
26. Sobre o ato infracional cometido por menores ou adolescentes, assinale a alternativa 
incorreta à luz do entendimento do STJ: 
a) A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na 
aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, 
enquanto não atingida a idade de 21 anos. 
b) A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer 
tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida. 
c) Durante a internação será permitida a realização de atividades externas mediante 
autorização judicial. 
d) A liberação da internação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
Gabarito: C 
a) Correta. Redação da Súmula 605, aprovada pela Terceira Seção em 14/03/2018, DJe 
19/03/2018. 
b) Correta. Art. 118, § 1º, do ECA. 
 
c) Incorreta. O art. 121, § 1º do ECA assim dispõe: 
Art. 121. A internação constitui medida de privativa da liberdade, sujeita aos princípios de 
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. 
§1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica 
da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. 
d) Correta. Art. 121, § 5º, do ECA 
 
27. Sobre a guarda de criança ou adolescente, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta 
à luz do entendimento do STJ. 
I.A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e 
efeitos de direitos, inclusive previdenciário. 
II. Cabe ao Poder Público estimular, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e 
subsídios, o acolhimento sob a forma de guarda. 
III. Mesmo após alteração na lei previdenciária, o menor sob guarda tem direito à concessão do 
benefício de pensão por morte do seu mantenedor, comprovada sua dependência econômica. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
c) Todas as assertivas estão corretas 
d) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
Gabarito: C 
I- Correta. Art. 33, § 3º, da Lei 8.069/1990 
(ECA). 
II- Correta. Art. 227, § 3º, VI, da CF/88. 
III- Correta. O STJ em questão submetida ao rito dos recursos repetitivos e noticiada no 
Informativo 619 assim destacou: 
“O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte 
do seu mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 
33, § 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor 
da pensão seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e 
convertida na Lei n. 9.528/97.” 
A Corte fundamentou sua decisão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do 
 
Adolescente, frente à legislação previdenciária. Destacou ainda a previsão constitucional do art. 
227, § 3º, VI, bem como o princípio da proibição de retrocesso social. 
 
28- Assinale a alternativa INCORRETA no que tange à Colocação em Família Substituta. 
a) Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações 
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de 
representação para a prática de atos determinados. 
b) O deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de 
visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação 
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público, salvo expressa e fundamentada 
determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em 
preparação para adoção. 
c) A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o 
Ministério Público. 
d) Admite-se a adoção mediante procuração com poderes específicos. 
Gabarito: D 
a) Correta. ECA, art. 33, §2º. 
b) Correta. ECA, art. 33, §4º: Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade 
judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da 
guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim 
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do 
interessado ou do Ministério Público. 
c) Correta. ECA, art. 35. 
d) Incorreta. ECA, art. 39, §2º: É vedada a adoção por procuração. 
 
29- Assinale a alternativa correta a respeito da Adoção. 
a) A adoção é medida revogável. 
b) Tratando-se de menor de 12 (doze) anos de idade, é necessário seu consentimento expresso. 
c) O adotando deve contar com, no máximo, dezesseis anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a 
guarda ou tutela dos adotantes. 
d) Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estadocivil. 
Gabarito: D 
 
a) Incorreta. ECA, art. 39, §1º: A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer 
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou 
extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. 
b) Incorreta. ECA, art. 28, §2º: Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu 
consentimento, colhido em audiência. 
c) Incorreta. ECA, art. 40: O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, 
salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
d) Correta. ECA, art. 42. 
 
30- Assinale a alternativa INCORRETA no que tange à Prevenção Especial. 
a) As penas previstas no caput do Artigo 244-B, ECA (corrupção de menor) são aumentadas de 1/3 no caso 
de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol dos crimes hediondos (Lei 8.072/1990). 
b) É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento 
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. 
c) Configura crime a venda de bebida alcoólica a criança ou adolescente. 
d) Nenhuma criança ou adolescente poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhado 
dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial, não sendo esta exigida quando se tratar de 
comarca contígua à da residência do menor, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma 
região metropolitana. 
Gabarito: D 
a) Correta. ECA, art. 244-B, §2o. 
b) Correta. ECA, art. 82. 
c) Correta. ECA, art. 243: Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de 
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos 
componentes possam causar dependência física ou psíquica: Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) 
Observação: Compare a redação anterior com a atual: 
ANTERIOR ATUAL 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13106.htm#art1
 
Art. 243. Vender, fornecer ainda que 
gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer 
forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, 
produtos cujos componentes possam causar 
dependência física ou psíquica, ainda que por 
utilização indevida: 
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou 
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer 
forma, a criança ou a adolescente, bebida 
alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos 
cujos componentes possam causar dependência 
física ou psíquica: 
 
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
A punição penal da conduta de fornecer bebida alcoólica a crianças e adolescentes 
Antes da Lei n.° 13.106/2015, quem vendia bebida alcoólica a criança ou adolescente cometia crime do 
art. 243 do ECA? NÃO. O STJ entendia que o art. 243 do ECA, ao falar em “produtos cujos componentes 
possam causar dependência física ou psíquica” não abrangia as bebidas alcoólicas. Isso porque, na visão 
do STJ, o ECA, quando quis se referir às bebidas alcoólicas, o fez expressamente, como no caso do art. 81, 
II e III, onde prevê punições administrativas para essa venda: Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao 
adolescente de: II - bebidas alcoólicas; III - produtos cujos componentes possam causar dependência física 
ou psíquica ainda que por utilização indevida. E o agente ficava sem nenhuma punição penal? O sujeito 
que “servia” bebida alcoólica para crianças e adolescentes não cometia crime, mas respondia pela 
contravenção penal prevista no art. 63, I do Decreto-lei n.° 3.688/41: Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: I – 
a menor de dezoito anos; (...) Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis. Assim, por mais absurdo que pareça, a conduta de fornecer bebidas alcoólicas 
para crianças e adolescentes, apesar de gravíssima, não era crime. O agente respondia apenas por 
contravenção penal. Fonte: www.dizerodireito.com.br 
d) Incorreta. Viagem Nacional - ECA, art. 83: Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde 
reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial. § 1º A autorização 
não será exigida quando: a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma 
unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (...) 
Bloco II 
DIREITO PENAL 
31. Sobre a Lei Maria da Penha, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta. 
 
I. A Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006) dispõe que a inquirição de mulher vítima ou testemunha de 
violência doméstica e familiar será preferencialmente feita em recinto especialmente projetado para esse fim. 
II. A ação penal nos crimes de lesão corporal lese cometidos em detrimento da mulher, no âmbito doméstico 
e familiar, é condicionada à representação. 
III. A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao 
rito da Lei Maria da Penha. 
 a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
Gabarito: D 
I. Correta. Art. 10-A 
“§2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de 
que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: 
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos 
próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao 
tipo e à gravidade da violência sofrida” (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017). 
II. Incorreta. O STJ em precedente noticiado no Informativo 604 manteve o seu entendimento já sumulado e 
especificou que “a ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento da mulher, no âmbito 
doméstico e familiar é pública incondicionada”. 
A celeuma em relação à ação penal nos casos de lesão corporal leve deve-se ao disposto no art. 88 
da Lei n. 9099/95, que assim dispõe: 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação 
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
Ocorre, contudo, que o art. 41 da Lei Maria da Penha expressamente prevê que a Lei 9.099/95 não 
se aplica aos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. 
III. Correta. É a redação da Súmula 536 do STJ. 
 
32- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Aquele que financia a compra de maquinário necessário para o tráfico, sem financiar o tráfico em si, 
não pode responder pelo crime de financiamento do tráfico, do artigo 36 da Lei 11.343/06. 
 
b) Responderá apenas pelo crime de associação do art. 35 da Lei 11.343/2006 - e não pelo mencionado 
crime em concurso com o de colaboração como informante, previsto no art. 37 da mesma lei - o agente 
que, já integrando associação que se destine à prática do tráfico de drogas, passar, em determinado 
momento, a colaborar com esta especificamente na condição de informante. 
c) No tráfico ilícito de entorpecentes, é inadmissível a aplicação simultânea das causas especiais de 
aumento de pena relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 
11.343/2006), quando não comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de um 
estado do território nacional, ainda que, para chegar ao destino final pretendido, imperativos de ordem 
geográfica façam com que o importador transporte a substância através de estados do país. 
d) Aquele que conduz embarcação após o consumo de drogas sem expor a dano potencial a incolumidadede outrem pratica fato atípico. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. Art. 36, Lei 11.343/06: “Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos 
arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei”. 
b) Correta. “Responderá apenas pelo crime de associação do art. 35 da Lei 11.343/2006 - e não pelo 
mencionado crime em concurso com o de colaboração como informante, previsto no art. 37 da mesma 
lei - o agente que, já integrando associação que se destine à prática do tráfico de drogas, passar, em 
determinado momento, a colaborar com esta especificamente na condição de informante. A 
configuração do crime de associação para o tráfico exige a prática, reiterada ou não, de condutas que 
visem facilitar a consumação dos crimes descritos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 da Lei 11.343/2006, 
sendo necessário que fique demonstrado o ânimo associativo, um ajuste prévio referente à formação de 
vínculo permanente e estável. Por sua vez, o crime de colaboração como informante constitui delito 
autônomo, destinado a punir específica forma de participação na empreitada criminosa, caracterizando-
se como colaborador aquele que transmite informação relevante para o êxito das atividades do grupo, 
associação ou organização criminosa destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, 
caput e § 1º, e 34 da Lei 11.343/2006. O tipo penal do art. 37 da referida lei (colaboração como 
informante) reveste-se de verdadeiro caráter de subsidiariedade, só ficando preenchida a tipicidade 
quando não se comprovar a prática de crime mais grave. De fato, cuidando-se de agente que participe do 
próprio delito de tráfico ou de associação, a conduta consistente em colaborar com informações já será 
inerente aos mencionados tipos. A referida norma incriminadora tem como destinatário o agente que 
colabora como informante com grupo, organização criminosa ou associação, desde que não tenha ele 
qualquer envolvimento ou relação com atividades daquele grupo, organização criminosa ou associação 
 
em relação ao qual atue como informante. Se a prova indica que o agente mantém vínculo ou 
envolvimento com esses grupos, conhecendo e participando de sua rotina, bem como cumprindo sua 
tarefa na empreitada comum, a conduta não se subsume ao tipo do art. 37, podendo configurar outros 
crimes, como o tráfico ou a associação, nas modalidades autoria e participação. Com efeito, o exercício 
da função de informante dentro da associação é próprio do tipo do art. 35 da Lei 11.343/2006 
(associação), no qual a divisão de tarefas é uma realidade para consecução do objetivo principal. Portanto, 
se a prova dos autos não revela situação em que a conduta do paciente seja específica e restrita a prestar 
informações ao grupo criminoso, sem qualquer outro envolvimento ou relação com as atividades de 
associação, a conduta estará inserida no crime de associação, o qual é mais abrangente e engloba a 
mencionada atividade. Dessa forma, conclui-se que só pode ser considerado informante, para fins de 
incidência do art. 37 da Lei 11.343/2006, aquele que não integre a associação, nem seja coautor ou 
partícipe do delito de tráfico. Nesse contexto, considerar que o informante possa ser punido duplamente 
- pela associação e pela colaboração com a própria associação da qual faça parte -, além de contrariar o 
princípio da subsidiariedade, revela indevido bis in idem, punindo-se, de forma extremamente severa, 
aquele que exerce função que não pode ser entendida como a mais relevante na divisão de tarefas do 
mundo do tráfico.” HC 224.849-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/6/2013. 
c) Correta. “No tráfico ilícito de entorpecentes, é inadmissível a aplicação simultânea das causas 
especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito (art. 40, 
I e V, da Lei n. 11.343/2006), quando não comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la 
em mais de um estado do território nacional, ainda que, para chegar ao destino final pretendido, 
imperativos de ordem geográfica façam com que o importador transporte a substância através de 
estados do país. De fato, sem a existência de elementos concretos acerca da intenção do importador dos 
entorpecentes de pulverizar a droga em outros estados do território nacional, não se vislumbra como 
subsistir a majorante prevista no inciso V do art. 40 da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) em 
concomitância com a causa especial de aumento relativa à transnacionalidade do delito (art. 40, I, da Lei 
de Drogas), sob pena de bis in idem. Precedente citado: AgRg no REsp 1.273.754-MS, Quinta Turma, DJe 
17/11/2014.” HC 214.942-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016, DJe 28/6/2016. 
d) Correta. Art. 39, Lei 11.343/06: “Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, 
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem”. 
 
33- Assinale a alternativa INCORRETA com base no entendimento jurisprudencial. 
 
a) Caso um Promotor de Justiça vitalício seja condenado a 3 anos de reclusão pelo Tribunal de Justiça pela 
prática de corrupção passiva (crime contra a Administração Pública) poderá perder o cargo com base no 
artigo 92, I, “a”, do CP. 
b) O art. 92, I, do CP prevê, como efeito extrapenal específico da condenação, a perda do cargo, função 
pública ou mandato eletivo, mas a determinação da perda de cargo público pressupõe fundamentação 
concreta que justifique o cabimento e necessidade da medida. 
c) Segundo o STJ para perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo, é indispensável que a decisão 
condenatória motive concretamente a necessidade do afastamento sendo tal exigência também aplicada 
à perda do cargo prevista no art. 83 da Lei n.° 8.666/93 (lei de licitações) 
d) A perda do cargo, função ou emprego público é efeito automático da condenação pela prática do crime 
de tortura, não sendo necessária fundamentação concreta para a sua aplicação. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. Imagine que determinado Promotor de Justiça vitalício foi condenado a 3 anos de reclusão 
pelo Tribunal de Justiça pela prática de corrupção passiva (crime contra a Administração Pública). O TJ 
poderá determinar a perda do cargo, com base no art. 92, I, “a”, do CP? 
NÃO. As regras sobre a perda do cargo de membro do Ministério Público estadual estão previstas em 
norma especial, qual seja, Lei nº 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), que dispõe que 
a perda do referido cargo somente pode ocorrer após o trânsito em julgado de ação civil proposta para 
esse fim. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1251621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/10/2014 (Info 552). 
Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Art. 92 do CP não se aplica a Promotor de Justiça condenado. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a4d2f0d23dcc84ce983ff9157f8b7
f88> 
b) Correta. STJ. 6ª Turma. REsp 1044866-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 2/10/2014 (Info 
549). 
c) Correta. STJ. 6ª Turma. REsp 1.244.666-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/8/2012 
d) Correta. STJ. 6ª Turma. AgRg no Ag 1388953/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 
20/06/2013 
 
34- Assinale a alternativa incorreta, conforme a Lei 9.613/98: 
a) A denúncia do crime de lavagem de dinheiro exige justa causa duplicada. 
 
b) Para que se consume o crime de lavagem de dinheiro, o crime antecedente não pode ser crime de 
lavagem de dinheiro. 
c) Não pratica o crime de lavagem de dinheiro o indivíduo que, após assaltar um banco, compra uma casa 
em seu próprio nome com o dinheiro roubado. 
d) O crime de lavagem de capitais ou ocultação de bens, direitos e valores é admitido na modalidade 
tentada. 
Gabarito: B 
a) Correta. Para receber a denúncia no crime de lavagem de dinheiro, o juiz não precisa aguardar a 
sentença penal condenatória transitada em julgado na infração penal antecedente. Basta que

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