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TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada 01. Para ajudar a custear o tratamento médico de seu filho, José resolveu vender seu próprio automóvel. Em razão da necessidade e da urgência, José estipulou, para venda, o montante de 35 mil reais, embora o valor real de mercado do veículo fosse de 65 mil reais. Ao ver o anúncio, Fernando ofereceu 32 mil reais pelo automóvel. José aceitou o valor oferecido por Fernando e formalizou o negócio jurídico de venda. Conforme o Código Civil, essa situação configura hipótese de A) lesão, sendo o negócio jurídico anulável. B) dolo, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos. C) lesão, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos. D) dolo, sendo o negócio jurídico anulável. COMENTÁRIOS: A) CORRETA. Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. A lesão é uma ruptura do equilíbrio contratual desde a fase de formação do negócio. É um negócio defeituoso em que não se observa o princípio da igualdade, e, no qual, não há a intenção de se fazer uma liberalidade. Não há equivalência entre prestação e contraprestação. Será anulável o negócio jurídico, além dos casos expressamente declarados na lei, por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171). B) INCORRETA. Trata-se de lesão e não dolo. Vide explicação na alternativa A. C) INCORRETA. É negócio jurídico anulável, nos termos do artigo 171, inciso II do Código Civil. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...) II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. D) INCORRETA. Trata-se de lesão e não dolo. Vide explicação na alternativa A. 02. De acordo com o Código Civil, nas consignações em pagamento, o ato de depósito efetuado pelo devedor faz cessar A) os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a declaração de aceitação do credor. B) os riscos e os juros da dívida, podendo o devedor requerer o levantamento do depósito mesmo após a aceitação do credor. C) os juros da dívida e impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até que seja aceito ou impugnado pelo credor. D) os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito não mais pode ser levantado pelo devedor. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 1 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada B) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. C) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. D) CORRETA. Depreende-se da conjugação do art. 337 (“O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente”) com o art. 338 (“Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito.”). 03. Eduardo, na qualidade de pai registral, ajuizou ação de anulação de registro de nascimento, tendo como fundamento um exame de DNA comprobatório de ausência de vínculo genético entre ele e o filho registrado. Nessa situação hipotética, à luz do entendimento jurisprudencial do STJ, o magistrado deverá A) considerar suficiente a comprovação da ausência de vínculo genético entre Eduardo e o filho registrado e declarar a anulação do registro de nascimento. B) considerar irrelevante o resultado do exame de DNA, uma vez que o registro de nascimento, após formalizado, não é passível de anulação. C) reconhecer como nulo de pleno direito o registro de nascimento. D) exigir, além do exame de DNA, prova robusta de que Eduardo fora induzido a erro ou coagido a registrar o filho de outrem como seu. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. B) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. C) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. D) CORRETA. Informativo 555 do STJ: [...] a simples ausência de convergência entre a paternidade declarada no assento de nascimento e a paternidade biológica, por si só, não autoriza a invalidação do registro. Realmente, não se impõe ao declarante, por ocasião do registro, prova de que é o genitor da criança a ser registrada. O assento de nascimento traz, em si, essa presunção. Entretanto, caso o declarante demonstre ter incorrido, seriamente, em vício de consentimento, essa presunção poderá vir a ser ilidida por ele. [...] Ademais, sem proceder a qualquer consideração de ordem moral, não se pode obrigar o pai registral, induzido a erro substancial, a manter uma relação de afeto igualmente calcada no vício de consentimento originário, impondo-lhe os deveres daí advindos sem que voluntária e conscientemente o queira. Além disso, como a filiação sociafetiva pressupõe a vontade e a voluntariedade do apontado pai de ser assim reconhecido juridicamente, caberá somente a ele contestar a paternidade em apreço. Por fim, ressalte-se que é diversa a hipótese em que o indivíduo, ciente de que não é o genitor da criança, voluntária e expressamente declara o ser perante o Oficial de Registro das Pessoas Naturais (“adoção à brasileira”), estabelecendo com esta, a partir daí, vínculo da afetividade paterno-filial. Nesta hipótese - diversa do caso em análise -, o vínculo de afetividade se sobrepõe ao vício, encontrando-se inegavelmente consolidada a filiação socioafetiva (hipótese, aliás, que não comportaria posterior alteração). A consolidação dessa situação - em que pese antijurídica e, inclusive, tipificada no art. 242 do CP -, em atenção ao melhor e prioritário interesse da criança, não pode ser modificada pelo pai registral e socioafetivo, afigurando-se irrelevante, nesse caso, a verdade biológica. [...] (REsp 709.608-MS, Quarta Turma, DJe 23/11/2009; e REsp 1.383.408-RS, Terceira Turma, DJe 30/5/2014). REsp 1.330.404-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/2/2015, DJe 19/2/2015. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 2 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada 04. Fábio e Eliana foram casados e tiveram um filho chamado Enzo. Após terem se divorciado, foi determinado judicialmente que ambos teriam a guarda do menino. Alguns meses após a separação, durante uma discussão por questões financeiras, Fábio chamou Eliana de prostituta, por ela estar em um novo relacionamento, e a agrediu, causando-lhe lesão corporal de natureza grave. À luz do Código Civil, é correto afirmar que Fábio A) poderá perder o poder familiar de Enzo por decisão judicial. B) poderá perder o poder familiar de Enzo somente se comprovado que ele agrediu também o menino. C) não poderá perder o poder familiar de Enzo, somente a sua guarda. D) não poderá perder nem o poder familiar de Enzo, nem a sua guarda. COMENTÁRIOS: A) CORRETA. Trata-se de recente alteração do Código Civil, incluída pela Lei nº 13.715, de 2018. Nesse caso, perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (ou seja, pra quem possui a mesma relação de pai/mãe com os filhos em comum) a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; II - praticar contra filho, filha ou outro descendente: a) homicídio, feminicídio ou lesãocorporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão. B) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. C) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. D) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. 05. Júlia e Leandro casaram-se no regime obrigatório de separação de bens. Enquanto estavam casados, Leandro recebeu um terreno a título de doação, e, alguns meses depois, ele faleceu. Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que, à luz do entendimento jurisprudencial, para fins de partilha, os bens adquiridos na constância do casamento A) não se comunicam entre Júlia e Leandro, exceto o terreno doado. B) não se comunicam entre Júlia e Leandro, ainda que seja comprovado o esforço comum para sua aquisição. C) comunicam-se entre Júlia e Leandro, inclusive o terreno doado. D) comunicam-se entre Júlia e Leandro, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 3 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. B) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. C) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. D) CORRETA. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição.STJ: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO. SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS (ARTS. 258, II, DO CC/1916 E 1.641, II, DO CC/2002). PARTILHA. PATRIMÔNIO. ESFORÇO COMUM. PROVA. INDISPENSABILIDADE. SÚMULA Nº 377/STF. INTERPRETAÇÃO. ART. 1.829, I, DO CÓDIGO CIVIL. HERANÇA. CÔNJUGE. DESCENDENTES. CONCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. LEGISLAÇÃO. APLICABILIDADE. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. REVOLVIMENTO PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. A jurisprudência desta Corte encontra-se consolidada no sentido de que, no regime de separação obrigatória de bens, comunicam-se aqueles adquiridos na constância do casamento desde que comprovado o esforço comum para sua aquisição, consoante interpretação conferida à Súmula nº 377/STF. 3. O regime da separação convencional de bens, escolhido livremente pelos nubentes, à luz do princípio da autonomia de vontade (por meio do pacto antenupcial), não se confunde com o regime da separação legal ou obrigatória de bens, que é imposto de forma cogente pela legislação (arts. 1.641 do Código Civil de 2002 e 258 do Código Civil de 1916) e no qual efetivamente não há concorrência do cônjuge com o descendente (AgInt no AgRg no AREsp 233.788/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/11/2018, DJe 21/11/2018)” 06. Com relação aos efeitos da posse, A) o possuidor de boa-fé responde, em regra, pela perda ou deterioração da coisa, independentemente de lhe ter ou não dado causa. B) o possuidor de má-fé responde pela perda e deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse. C) o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa somente se comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse. D) o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, salvo se acidentais. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Nos termos do artigo 1.217, do Código Civil, “O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.” B) CORRETA. Nos termos do artigo 1.218, do Código Civil “O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.” C) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. D) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 07. Uma empresa contratou uma transportadora para a prestação de serviço de transporte de carga altamente valiosa. A transportadora, por sua vez, não contratou seguro contra perdas e danos que poderiam ser causados à carga transportada, embora o contrato www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 4 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada firmado pela transportadora tivesse estipulado a obrigatoriedade de seguro com tal cobertura. A carga era transportada em trajeto conhecido e em horário com intenso tráfego, quando o veículo que a transportava foi interceptado por assaltantes à mão armada, que roubaram toda a carga. Em decorrência desse fato, a empresa contratante ajuizou ação de reparação de danos em desfavor da transportadora. À luz do entendimento jurisprudencial, nessa situação hipotética, A) Não há responsabilidade civil da transportadora, pois o roubo à mão armada constitui motivo de força maior. B) Há responsabilidade civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela não adotou medidas razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro. C) não há responsabilidade civil da transportadora, pois, ao ter realizado o transporte em trajeto conhecido e em horário com intenso tráfego, adotou medidas razoáveis de cautela. D) há responsabilidade civil da transportadora, sendo suficiente para sua configuração a previsibilidade abstrata de risco de roubo da carga transportada. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Vide a explicação alternativa B. B) CORRETA. Nos termos do artigo 734, parágrafo único do Código Civil. Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização. STJ (REsp1676764/RS, Relator para Acórdão: Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 05/11/2018): “1. Controvérsia em torno da responsabilidade civil de empresa transportadora pelos prejuízos sofridos pelo dono da carga, em face do roubo da mercadoria mediante assalto à mão armada. 2. Jurisprudência consolidada do STJ, desde 1994, no sentido de que, se não for demonstrado que a transportadora não adotou as cautelas que razoavelmente dela se poderia esperar, o roubo de carga constitui motivo de força maior a isentar a sua responsabilidade (REsp 435.865/RJ, 2ª Seção). 3. Apesar de o roubo à mão armada ser um fato difícil de ser evitado nas estradas brasileiras, os seus efeitos danosos podem ser pelo menos atenuados. 4. Previsão expressa do art. 13 da Lei n° 11.442/2007, estatuindo que toda operação de transporte contará com seguro contra perdas ou danos causados à carga. 5. Manifesta previsibilidade do risco de roubo de mercadorias nas operações de transporte de carga. 6. Caso dos autos em que a ré não adotou as cautelas que razoavelmente dela se poderia esperar para evitar ou reduzir os prejuízos patrimoniais advindos do roubo de carga, especialmente (a) a não contratação do seguro obrigatório com apólice de valor suficiente para cobrir a carga; (b) o parcelamento da carga até o limite da apólice durante a rota; (c) a comunicação à autora e à seguradora da subcontratação de terceiro para realização do serviço; (d) a comunicação da rota à seguradora para eventual utilização do rastreamento do veículo. 7. A circunstância da adoção de rota normalmente utilizada em horário de movimento a via não é suficiente para demonstração das cautelas que razoavelmente se espera da transportadora. 8. O padrão de conduta exigível das transportadoras tem seu fundamento também na boa-fé objetiva, com incidência dos artigos 422, 113 e 187 do Código Civil”. C) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. D) INCORRETA.Vide explicação alternativa B. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 5 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada 08. Na venda de coisa móvel com reserva de domínio, a transferência da propriedade ao comprador ocorre A) A qualquer tempo, não respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando esta lhe for entregue. B) Com o pagamento integral do preço, não respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando esta lhe for entregue. C) Com o pagamento integral do preço, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando esta lhe for entregue. D a qualquer tempo, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando esta lhe for entregue. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. B) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. C) CORRETA. Nos termos que dispõe o artigo 524, do Código Civil “a transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.” D) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. 09. Conforme os direitos da personalidade, a disposição do próprio corpo é A) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda que implique em diminuição da integridade física. B) proibida para fins de transplante, ainda que a disposição seja parcial. C) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita. D) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 13, caput, do Código Civil “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.” B) INCORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 13, parágrafo único, do Código Civil “O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.” C) CORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 14, caput, do Código Civil “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.” D) INCORRETA. Vide explicação alternativa C. 10. Após o falecimento dos pais, uma criança de dez anos de idade foi colocada sob tutela de sua avó, de sessenta e cinco anos de idade, já que constitui parente de grau mais próximo. Em relação à tutela dessa criança, considerando-se as disposições legais, é correto afirmar que a avó www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 6 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada A) poderá se escusar da tutela, sob a alegação de ser aposentada. B) poderá se escusar da tutela, sob o fundamento de ser maior de sessenta anos. C) não poderá se escusar da tutela, já que é o parente de grau mais próximo da criança. D) não poderá se escusar da tutela, uma vez que tal ato é vedado pela legislação vigente. COMENTÁRIOS A) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. B) CORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 1.736, inciso II, do Código Civil “Podem escusar-se da tutela: maiores de sessenta anos.” C) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. D) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 11. À luz do entendimento jurisprudencial do STJ a respeito de aplicação da lei processual, de atos processuais e de execução fiscal, julgue os itens a seguir. I. Nos processos judiciais, a fixação de honorários advocatícios sucumbenciais é regida pela lei vigente na data de prolação da sentença. II. O prazo recursal da parte que for intimada, por oficial de justiça, a respeito de decisão judicial se inicia na data de cumprimento do mandado, e não com a juntada do mandado ao processo. III Na execução fiscal, o prazo de um ano de suspensão do processo, previsto na Lei de Execução Fiscal, e da respectiva prescrição intercorrente se inicia automaticamente na data de ciência da fazenda pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido. Assinale a opção correta. A) Apenas os itens I e II estão certos. B) Apenas os itens I e III estão certos. C) Apenas os itens II e III estão certos. D) Todos os itens estão certos. COMENTÁRIOS: A) assertiva I está correta, pois o STJ já decidiu que o “marco temporal para a aplicação das normas do CPC/2015 a respeito da fixação e distribuição dos ônus sucumbenciais é a data da prolação da sentença ou, no caso dos feitos de competência originária dos tribunais, do ato jurisdicional equivalente à sentença (AgInt no REsp 1509088 / RJ; Relator(a) Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142); PRIMEIRA TURMA; DJe 28/02/2019)”. A assertiva I está correta, pois o STJ já decidiu que o “marco temporal para a aplicação das normas do CPC/2015 a respeito da fixação e distribuição dos ônus sucumbenciais é a data da prolação da sentença ou, no caso dos feitos de competência originária dos tribunais, do ato jurisdicional equivalente à sentença (AgInt no REsp 1509088 / RJ; Relator(a) Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142); PRIMEIRA TURMA; DJe 28/02/2019)”. Já a assertiva II está incorreta, pois “nos casos de intimação/citação realizadas por Correio, Oficial de Justiça, ou por Carta de Ordem, Precatória ou Rogatória, o prazo recursal www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 7 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da carta (REsp 1632777/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/05/2017, DJe 26/05/2017 - Informativo 604)”. Por sua vez, a assertiva III está correta, já que “o prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/1980 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução (RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 - Informativo 635)”. A alternativa correta é a B. 12. Paulo requereu o cumprimento provisório da sentença que condenou Fernando a lhe pagar a quantia de cinquenta mil reais em uma demanda que tramitou pelo procedimento comum. À petição em que requereu o início do cumprimento de sentença, Paulo juntou cópia da decisão exequenda, certidão de interposição do recurso de Fernando não dotado de efeito suspensivo e outros documentos necessários ao cumprimento. Ele, ainda, requereu ao juízo no qual o título foi formado que: - o cumprimento de sentença fosse remetido ao juízo da localidade onde Fernando possui bens; - fossem fixados honorários para a fase de cumprimento de sentença; - fosse imposta multa por eventual inadimplemento de Fernando; - dispensassem-no do pagamento de caução, em razão da sua situação de necessidade, que foi demonstrada. Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que A) o pedido de remessa à localidade onde Fernando possui bens deve ser rejeitado, porque o cumprimento de sentença é de competência exclusiva do juízo que profere a sentença. B) não cabe o arbitramento de honorários na fase de cumprimento provisório da sentença, porque essa fase processual é um ato facultativo de Paulo. C) Fernando poderá depositar o referido valor com o único intuito de evitar a incidência da multa, ato que não será tido como incompatível com o recurso interposto por ele.D) Paulo poderá ser dispensado do pagamento de caução apenas se tiver firmado com Fernando negócio processual com essa finalidade e devidamente homologado pelo juízo competente. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, conforme preconiza os arts. 520, IV e 521, todos do CPC/15, que assim dispõe: “Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: (…) IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.” / “Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 8 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação”. B) INCORRETA, pois o p. único do art. 516 do CPC/15 permite que o exequente opte pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. C) INCORRETA, pois é cabível o arbitramento de honorários no cumprimento provisório de sentença, cf. art. 520, §2°, do CPC/15. D) CORRETA, pois no cumprimento provisório de sentença, se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto (art. 520, §3°, CPC/15). 13. Renato, recém-nascido, e Antônia, sua mãe, são autores de ação ajuizada em desfavor de Luiz, suposto pai de Renato. Na ação, são pleiteados a declaração de paternidade de Luiz em favor de Renato e o ressarcimento de despesas decorrentes do parto em favor de Antônia. Essa situação configura hipótese de litisconsórcio facultativo e A) unitário. B) eventual. C) sucessivo. D) alternativo. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois o litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes, não se admitindo, para eles, julgamentos diversos. Essa não é a situação narrada na questão, pois o juiz pode decidir de maneira distinta para o recém-nascido e sua mãe. B) INCORRETA, pois o litisconsórcio eventual consiste em demandas relacionadas a pessoas diferentes para que o juiz acolha uma delas, se não acolher a outra, sendo exemplo a ação de investigação de paternidade proposta em face de "B" e, subsidiariamente, em face de "C", não sendo esta a situação narrada na questão. C) CORRETA, sendo, pois, um caso de litisconsórcio sucessivo, que consiste em demandas relacionadas a pessoas diferentes, para que o juiz acolha uma delas se acolher a outra (v.g., ação proposta pelo filho e pela mãe em face do suposto pai, para que o juiz declare a paternidade- pedido do filho - e, sucessivamente, condene o réu a restituir as despesas com o parto - pedido da mãe), que é exatamente a situação narrada na questão. D) INCORRETA, pois o litisconsórcio alternativo consiste em demandas (dentro do mesmo processo) relacionadas a pessoas diferentes, para que o juiz acolha qualquer uma delas, sem ordem de preferência. Por exemplo: ação de consignação em pagamento para esclarecer quem é o credor. 14. Um indivíduo impetrou mandado de segurança junto ao STJ para questionar ato coator que, conforme afirmava na petição inicial, teria sido praticado por um ministro de Estado. Após a autoridade supostamente coatora apresentar informações sobre o mérito da questão, o relator verificou que o ato, na realidade, havia sido praticado exclusivamente por um servidor subordinado ao ministro e ocupante do cargo de chefe de divisão na pasta ministerial. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ, a www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 9 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada denominada teoria da encampação A) deve ser aplicada, porque há hierarquia entre a autoridade que prestou as informações e a que determinou a prática do ato. B) deve ser aplicada, porque, ao apresentar informações sobre o mérito, a autoridade indicada como coatora tacitamente concordou com a prática do ato. C) não deve ser aplicada, porque a utilização desta teoria na via mandamental implica sempre em violação do devido processo legal. D) não deve ser aplicada, porque nesse caso o vício de legitimidade implica a modificação de competência constitucionalmente prevista. COMENTÁRIOS: A questão em comento explorou a teoria da encampação e, por conseguinte, a Súmula 628 do STJ, que tem a seguinte redação: “A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal”. Note-se que a questão narra um suposto ato praticado por Ministro de Estado, cuja competência para o julgamento do mandado de segurança é do STJ (art. 105, I, “b”, da CF/88). Entretanto, constatou-se que, na verdade, o ato ilegal teria sido praticado por um servidor subordinado ao Ministro. Assim, em que pese o Ministro tenha defendido o mérito do ato e exista vínculo hierárquico entre ambos, haveria violação à competência prevista na Constituição, já que o STJ somente tem competência para analisar, originariamente, Mandado de Segurança contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal, prerrogativa esta não extensiva ao referido servidor. A alternativa correta é a C. 15. André interpôs recurso extraordinário contra acórdão proferido por tribunal de justiça. Em sequência, ao realizar o juízo de admissibilidade do recurso, o presidente do tribunal de justiça prolatou decisão inadmitindo o recurso, por entender que não havia sido cumprido o requisito do prequestionamento de matéria constitucional. Dois dias após ter sido intimado da decisão de inadmissão, André opôs embargos de declaração, alegando haver obscuridade na decisão monocrática proferida na origem. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STF, os embargos de declaração A) não são cabíveis e, por isso, não haverá interrupção do prazo recursal para a interposição de agravo em recurso extraordinário. B) interrompem o prazo recursal para a interposição de agravo em recurso extraordinário, ainda que não venham a ser conhecidos. C) devem ser recebidos como agravo em recurso extraordinário, em decorrência do princípio da fungibilidade recursal. D) devem ser julgados pelo prolator da decisão de origem, mas, somente se forem providos, será possível a interposição de novo recurso ao STF. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 10 http://www.flyconcursos.com.br/TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada COMENTÁRIOS: Essa questão é polêmica e não há uniformidade de pensamento se os embargos de declaração opostos contra a decisão da Presidência ou Vice-Presidência que não admite RE ou REsp possuem efeito interruptivo. Sobre o tema, há o Enunciado 75 das Jornadas de Direito Processual Civil do CJF (“Cabem embargos declaratórios contra decisão que não admite recurso especial ou extraordinário, no tribunal de origem ou no tribunal superior, com a consequente interrupção do prazo recursal”). Todavia, no STF e no STJ predomina um entendimento em sentido contrário, que foi o adotado pela questão, senão vejamos: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO ATACADOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 182 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. INTEMPESTIVIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inviável o agravo em recurso especial que deixa de impugnar todos os fundamentos da decisão que inadmitiu o apelo extremo, incidindo, na espécie, o teor da Súmula n. 182/STJ. 2. Ademais, a decisão de inadmissão do recurso especial foi publicada em 6/12/2018 (fl. 807), sendo que o agravo em recurso especial foi interposto somente em 28/1/2019 (fls. 824/828), ou seja, após o decurso do prazo legal, sendo manifestamente intempestivo. 3. Conforme jurisprudência desta Corte Superior, "não são cabíveis embargos de declaração contra decisão de inadmissibilidade do recurso especial, e sua oposição não interrompe o prazo para interposição do agravo em recurso especial" (AgInt no AREsp 243.117/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 7/2/2017, DJe 16/2/2017). 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 1471285/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 23/09/2019) - grifamos. A alternativa correta é a A. 16. De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne ao julgamento de ação reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território nacional, a competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro do local do imóvel são consideradas, respectivamente, como A) exclusiva e absoluta. B) exclusiva e relativa. C) concorrente e absoluta. D) concorrente e relativa. COMENTÁRIOS: A única alternativa correta é a letra “a”, pois em se tratando de ação reivindicatória de bem imóvel localizado em território nacional, a competência internacional é exclusiva, cf. art. 23, I, do CPC/15; já a competência territorial é absoluta, nos termos do art. 47 do CPC/15, que trata da competência do foro de situação da coisa. 17. De acordo com as normas previstas no Código de Processo Civil para os procedimentos especiais, assinale a opção correta. A) Em procedimento de inventário e partilha, o magistrado está proibido de deferir antecipadamente a um herdeiro o direito de uso e fruição de bem do espólio. B) O magistrado que, em ação de consignação em pagamento, concluir pela insuficiência do depósito, somente poderá condenar, em sentença, o autor ao pagamento da diferença percebida caso tenha sido apresentada reconvenção pelo réu. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 11 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada C) O magistrado que verificar a existência de terceiro titular de interesse em embargar ato tratado em juízo deverá ordenar a sua intimação pessoal. D) Em ação monitória, o magistrado deverá determinar, em regra, a citação do réu por meio de oficial de justiça, porque naquele procedimento é vedada a citação pelo correio. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois o p. único do art. 647 do CPC/15 possibilita ao juiz, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos. B) INCORRETA, pois uma vez alegada a insuficiência do depósito na ação consignatória, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. Nessa situação, o réu poderá levantar, desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. Se a sentença concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. Note-se que a possibilidade de condenação independe da propositura de reconvenção pelo réu (art. 545 do CPC/15). C) CORRETA, sendo que ela corresponde a redação do art. 675, p. único, do CPC/15, que tem a seguinte redação: “Art. 675 (…) Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente”. D) INCORRETA, pois não há vedação da citação por carta no procedimento monitório, tanto que o §7° do art. 700 do CPC/15 dispõe que “na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.” 18. De acordo com o Código de Processo Civil, a produção antecipada da prova requerida antes do ajuizamento da demanda principal A) segue procedimento no qual é admitida a interposição de apelação contra a decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada. B) pode ser utilizada somente na hipótese de o autor provar que o prévio conhecimento dos fatos é imprescindível para o ajuizamento de ação. C) é da competência exclusiva do foro onde a prova deva ser produzida. D) acarreta a prevenção do juízo para a ação que venha a ser proposta com base na prova produzida. COMENTÁRIOS: A) CORRETA, nos termos do art. 382, §4º, do CPC/15, in verbis: ““Art. 382 (…) §4° Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário”. B) INCORRETA, já que há outras hipóteses cabíveis para utilização da produção antecipada de prova, conforme o art. 381 do CPC/15, que tem a seguinte redação: “Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação”. C) INCORRETA, pois a produção antecipada de prova é, nos termos do art. 381, §2°, do CPC/15, da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 12 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada domicílio do réu”. D) INCORRETA, pois nos termos do §3° do art. 381 do CPC/15, a produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. 19. No que concerne às regras estabelecidas para a tutela provisória, o Código de Processo Civil determina que a concessão, pelo magistrado, da tutela de evidência A) dependerá da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo e ocorrerá nas situações em que os efeitos da decisão sejam reversíveis. B) poderá ser deferida liminarmente caso os fatos sejam comprovados apenas pela via documental e exista tese firmada em julgamento de casos repetitivos. C) será realizada na forma de decisão interlocutória de mérito e produzirá coisa julgada material caso não seja impugnada pelo réu. D) será cabível somente na hipótese de verificação de abusodo direito de defesa da parte ré, haja vista a natureza punitiva dessa modalidade de tutela provisória. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, pois a concessão da tutela de evidência não depende da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, conforme se verifica do caput do art. 311 do CPC/15. B) CORRETA, corresponde ao inc. II do art. 311, c.c. o seu parágrafo único, senão vejamos: “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: (…) II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente”. C) INCORRETA, pois a tutela de evidência é uma espécie de tutela provisória, de modo que não há formação da coisa julgada material, que só ocorre quando se tratar de decisões definitivas. D) INCORRETA, já que a tutela de evidência tem outras hipóteses de cabimento além do abuso do direito por parte da ré, que é a situação prevista no inc. I do art. 311. Além dessa situação, tem-se ainda as hipóteses dos incisos II, III e IV do art. 311 do CPC. 20. De acordo com o STF, a legitimidade ativa para execução de condenação patrimonial imposta por tribunal de contas estadual é do A) Ministério Público do respectivo estado. B) Ministério Público junto ao tribunal de contas estadual. C) tribunal de contas prolator da decisão. D) ente público beneficiado com a condenação. COMENTÁRIOS: Sobre o tema, assim já decidiu o STF: “A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a ação de execução de penalidade imposta por Tribunal de Contas somente pode ser ajuizada pelo ente público beneficiário da condenação (ARE 791577 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 12/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe161 DIVULG 20-08-2014 PUBLIC 21-08-2014)”. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 13 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada A alternativa correta é a D. 21. À luz do Código de Defesa do Consumidor, julgue os seguintes itens, acerca de proteção contratual. I A proteção contratual prevê a nulidade de cláusulas que estejam em desacordo com as normas consumeristas, o que, em regra, configura a invalidade ou a inexistência do negócio jurídico. II Em contratos de adesão, é permitida a existência de cláusulas que acarretem limitações de direitos consumeristas. III Na resolução dos contratos de consórcio de veículos automotores, eventuais prejuízos causados por inadimplente ao grupo serão descontados da compensação ou da restituição das parcelas quitadas. Assinale a opção correta. A) Apenas o item I está certo. B) Apenas o item II está certo. C) Apenas os itens I e III estão certos. D) Apenas os itens II e III estão certos. COMENTÁRIOS I - Incorreta. Fundamento: art. 51, XV, do CDC. A legislação prevê que a nulidade desta cláusula será de pleno direito, e não a invalidade ou inexistência do negócio jurídico. II - Correta. Fundamento: art. 54, § 4º do CDC. Neste dispositivo o CDC prevê a possibilidade de cláusulas que limitem direitos do consumidor, quando dispõe que “as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.” III - Correta. Fundamento: art. 53, § 2º do CDC. “Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.” A alternativa correta é a D. 22. Com base na jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, a respeito de relações consumeristas. I A recusa de cobertura securitária sob a alegação de doença preexistente é considerada lícita se exigidos exames médicos previamente à contratação do seguro. II Nos contratos de assistência à saúde, é abusiva cláusula contratual que estipule qualquer prazo de carência para cobertura de casos de urgência e emergência. III As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos de empreendimentos habitacionais celebrados por sociedades cooperativas. Assinale a opção correta. A) Apenas o item I está certo. B) Apenas o item II está certo. C) Apenas os itens I e III estão certos. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 14 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada D) Apenas os itens II e III estão certos. COMENTÁRIOS I - Correta. Fundamento: Súmula 609 do STJ. “A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.” II - Incorreta. Fundamento: Súmula 597 do STJ. “A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.” Portanto, só é abusiva se o prazo estabelecido for superior a 24 horas. A expressão “qualquer prazo”, constante da assertiva, a deixa incorreta. III - Correta. Fundamento: Súmula 602 do STJ. “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.” A alternativa correta é a C. 23. A respeito de cobrança de dívidas e cadastros de inadimplentes, de prescrição, de práticas comerciais abusivas e de oferta e publicidade, assinale a opção correta, de acordo com a jurisprudência do STJ. A) A cobrança indevida de pagamento por serviços de telefonia enseja a condenação da empresa prestadora do serviço por danos morais presumidos, independentemente de efetuada a inscrição do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes. B) A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida de consumidor em cadastro de inadimplentes promovida por instituição financeira aplica-se o prazo prescricional de três anos, previsto no Código Civil. C) Em salas de cinema, a prática de compelir consumidor espectador a comprar todo e qualquer produto dentro da própria sala de exibição de filmes não é abusiva, por ser essa atividade de caráter complementar à principal. D) A responsabilidade do comerciante é subsidiária à do fabricante no caso de o vendedor se aproveitar de publicidade enganosa do fabricante para a comercialização do produto. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A simples cobrança indevida não gera dano moral. Ao contrário, a inscrição indevida em serviço de proteção ao crédito implica em dano moral “in re ipsa”, presumido, e que sequer exige produção de prova. B) CORRETA. Fundamento: art. 206, § 3º, V do CC e jurisprudência do STJ. O prazo aplicável é aquele do Código Civil, aplicável às pretensão de reparar dano. O prazo de 5 anos previsto no CDC (art. 27) só se aplica à situação de fato do produto ou do serviço. C) INCORRETA. Fundamento: art. 6º, II e art. 39, I do CDC, e jurisprudência do STJ. Para o tribunal, a situação exposta na assertiva implica em venda casada, prática vedada pelo CDC. D) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. De acordo com os precedentes do tribunal, “é solidária a responsabilidade entre aqueles que veiculam publicidade enganosa e os que dela se aproveitam, na comercialização de seu produto”. 24. À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, a respeito de práticas e cláusulas abusivas elencadas no Código de Defesa do Consumidor. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 15http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada A) A exigência de indicação da classificação internacional de doenças (CID) para cobertura de exames e pagamento de honorários médicos pelas operadoras de planos de saúde é lícita. B) A mera negativa de sociedade empresária do ramo securitário a consumidor que deseje contratar seguro de vida é lícita, se o fundamento da recusa for a complexidade técnica da atividade do contratado. C) Nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção decorrente de incorporação imobiliária, é abusiva cláusula que estipule cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega das chaves. D) Em contrato de prestação de serviço de telefonia fixa, cláusula que preveja a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços é considerada abusiva. COMENTÁRIOS: A) CORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. “Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos.” B) INCORRETO. Fundamento: art. 39, IX do CDC e jurisprudência do STJ. “A negativa pura e simples de contratar seguro de vida é ilícita, violando a regra do art. 39, IX, do CDC. Diversas opções poderiam substituir a simples negativa de contratar, como a formulação de prêmio mais alto ou ainda a redução de cobertura securitária, excluindo-se os sinistros relacionados à doença preexistente, mas não poderia negar ao consumidor a prestação de serviços. (...) Ainda que o ramo securitário consubstancie atividade de alta complexidade técnica, regulada por órgão específico, a contratação de seguros está inserida no âmbito das relações de consumo, portanto tem necessariamente de respeitar as disposições do CDC. A recusa da contratação é possível, como previsto na Circular Susep n. 251/2004, mas apenas em hipóteses realmente excepcionais.” C) INCORRETO. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte entende que “não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o regime de incorporação imobiliária”. D) INCORRETO. Fundamento: Súmula 356 do STJ. “É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa”. 25. Se determinada mercadoria apresentar vício do produto poucos dias após a sua aquisição, o consumidor terá direito à reparação do vício A) diretamente pelo comerciante, por ser subsidiária a responsabilidade do fabricante. B) pelo fabricante em até sete dias, caso a mercadoria seja essencial. C) no prazo prescricional de noventa dias, caso seja produto durável. D) pelo comerciante, pela assistência técnica ou pelo fabricante, no prazo de trinta dias. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte possui entendimento construído recentemente, no sentido de que é “direito subjetivo do consumidor levar o produto viciado diretamente ao comerciante, à assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais conveniente.” B) INCORRETA. Fundamento: art. 18, § 1º do CDC. O prazo para o reparo do vício é de 30 dias. Ademais, o STJ possui entendimento construído recentemente, no sentido de que é “direito subjetivo do consumidor levar o produto viciado diretamente ao comerciante, à www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 16 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais conveniente.” C) INCORRETA. Fundamento: art. 26 do CDC. O prazo para reclamar de vício do produto não é prescricional, mas sim decadencial. D) CORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte possui entendimento construído recentemente, no sentido de que é “direito subjetivo do consumidor levar o produto viciado diretamente ao comerciante, à assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais conveniente.” Em relação ao prazo de 30 dias esse deve ser observado se o produto for “não durável” - art. 26 do CDC. A questão, entretanto, não menciona se o produto é durável ou não durável. 26. A atual doutrina da proteção integral, que rege o direito da criança e do adolescente, reconhece crianças e adolescentes como A) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, mas que devem ser responsabilizados pela própria situação de irregularidade. B) sujeitos de direito, devendo o Estado, a família e a sociedade lhes assegurar direitos fundamentais. C) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, sendo o Estado o principal responsável por lhes assegurar direitos. D) sujeitos de direito que devem ser responsabilizados pela própria situação de irregularidade. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente abandonou a doutrina de que crianças e adolescentes sejam objeto de proteção. B) CORRETO. A Doutrina da Proteção Integral parte da concepção de que as normas que tratam de crianças e de adolescentes devem reconhecer que estão sujeitos à proteção prioritária, em todos os direitos pertinentes a qualquer ser humano, uma vez que estão em desenvolvimento biológico, social, físico, psicológico e moral. A adoção da doutrina da proteção integral é fruto da Convenção Internacional dos Direitos da Criança ( Apesar da denominação da convenção não incluir adolescente, ela tem como padrão internacional que todo menor de 18 anos é considerado criança; portanto, sendo possível a compatibilidade com o ordenamento jurídico brasileiro). Ao contrário do antigo e revogado Código de Menores, o qual considerava crianças e adolescente objeto de direitos, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que essas pessoas em formação são sujeitos de direito, ou seja, são considerados com mais humanidade. O dever do Estado, da família e da sociedade de garantir os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes está no art. 227 da Constituição Federal, repetido no ECA. Vejamos: “Art. 227 da CF/88. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Art. 4º do ECA. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. “ www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 17 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada C) INCORRETO, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente abandonou a doutrina de que crianças e adolescentes sejam objeto de proteção. D) INCORRETO, pois não se usa a expressão “situação de irregularidade”. Quando uma criança ou adolescente está em circunstâncias contrárias à ordem jurídica, se diz que está em “situação de risco”, nos termos do art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, cabendo ao poder público averiguar as causas e circunstâncias para aplicação de medidas protetivas e/ou socioeducativas. 27. Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente prevista no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados ou violados. A) colocação da criança ou do adolescente em família substituta B) intervenção mínima C) obrigação de reparar o dano D) internação da criançaou do adolescente em estabelecimento educacional COMENTÁRIOS: A) CORRETO, pois esta assertiva indica uma medida protetiva. Vejamos: “Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) IX - colocação em família substituta.” B) INCORRETO, pois não se trata de medida protetiva, mas de princípio que rege a aplicação de medidas protetivas (art. 100, parágrafo único, VII, do ECA). Vejamos: “intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente”. C) INCORRETO, pois a obrigação de reparar o dano é medida socioeducativa e não medida protetiva (art. 112, II, do ECA). D) INCORRETO, pois não se trata de medida protetiva prevista no art. 101 do ECA. 28. Gabriel, brasileiro, com onze anos de idade e residente no Brasil, foi autorizado por seus pais a viajar desacompanhado para a Argentina, a fim de visitar familiares. Tal autorização foi formulada por escrito na presença de autoridade consular brasileira, que também assinou o documento. Conforme a Resolução n.º 131/2011 do Conselho Nacional de Justiça, que dispõe sobre a concessão de autorização de viagem para o exterior de crianças e adolescentes brasileiros, Gabriel: A) não poderá realizar a viagem, porque, nessas condições, é obrigatória autorização judicial, em razão de sua idade. B) não poderá realizar a viagem, porque a autorização assinada por seus pais não teve firma reconhecida. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 18 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada C) poderá realizar a viagem, desde que a autorização dos seus pais seja homologada por juiz competente. D) poderá realizar a viagem, pois a assinatura da autoridade consular valida a autorização de seus pais. COMENTÁRIOS: C) CORRETO, pois, conforme §2º do art.. 8º da Resolução 131/2011 do CNJ, “Ainda que não haja reconhecimento de firma, serão válidas as autorizações de pais ou responsáveis que forem exaradas na presença de autoridade consular brasileira, devendo, nesta hipótese, constar a assinatura da autoridade consular no documento de autorização.” 29. De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar a A) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente. B) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente. C) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar. D) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente. COMENTÁRIOS: A) CORRETO, pois esta assertiva descreve uma das medidas protetivas de atribuição do Conselho Tutelar. Vejamos: “Art. 136 do ECA - São atribuições do Conselho Tutelar: I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII (medidas de proteção, com exceção da inclusão em programa de acolhimento familiar e colocação em família substituta); Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente;” B) INCORRETO, pois a destituição da tutela é reserva da jurisdição da infância e juventude. C) INCORRETO, pois a colocação em programa de acolhimento familiar é reserva da jurisdição da infância e juventude. D) INCORRETO, pois a decretação da perda da guarda é reserva de jurisdição do Poder Judiciário. 30. De acordo com a Lei n.º 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), compete à União A) desenvolver e oferecer programas próprios de atendimento a adolescentes infratores. B) criar, desenvolver e manter programas para a execução de medida socioeducativa de internação. C) garantir a defesa técnica do adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 19 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada D) instituir e manter processo de avaliação dos sistemas de atendimento socioeducativo. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO, pois é VEDADO à União o desenvolvimento e a oferta de programas próprios de atendimento (art. 3º, §1º, do ECA). B) INCORRETO , pois não está previsto no art. 3º da Lei do SINASE. Além do mais, tal atribuição é do Estado (Art. 4º, III, da Lei do SINASE) C) INCORRETO, pois não está previsto no art. 3º da Lei do SINASE. Além do mais, a defesa técnica, além de feita por advogado constituído, pode ser realizado pela Defensoria Pública ou por advogado dativo, este nomeado pelo juízo estadual com competência para a infância e juventude. D) CORRETO, pois reflete a dicção do art. 3º, VII, da Lei do SINASE. Vejamos: “Art. 3º da Lei do SINASE - Compete à União: (...) VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos, entidades e programas;” 31. Com relação às escolas e tendências penais, julgue os itens seguintes. I De acordo com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade moral e no livre-arbítrio humano. II A escola técnico-jurídica, que utiliza o método indutivo ou experimental, apresenta as fases antropológica, sociológica e jurídica. III A escola correcionalista fundamenta-se na proposta de imposição de pena, com caráter intimidativo, para os delinquentes normais, e de medida de segurança para os perigosos. Para essa escola, o direito penal é a insuperável barreira da política criminal. IV O movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a sua neutralização. Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um instrumento preventivo. Estão certos apenas os itens A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. COMENTÁRIOS: I - CORRETO. De acordo com a Escola Clássica, o homem era moralmente imputável em virtude de seus atos externos, praticados por ação ou omissão, tinha o livre arbítrio como fundamento. II - INCORRETO. Já que a escola técnico-jurídica, ao contrário do que diz o item II, busca um estudo puro do Direito Penal, que não sofre intervenção e nem diálogo com a antropologia e sociologia. III - INCORRETO. A Escola Correlacionista busca a recuperação do indivíduo. IV - CORRETO. O movimento de defesa social se funda na responsabilidade social, cujo www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 20 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada tratamento penal é visto como um instrumento preventivo e não intimidatório. 32. Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação é um exemplo de lei penal A) excepcional. B) temporária. C) corretiva. D) intermediária. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO. Lei excepcional é aquela cuja vigência só existe em uma situação de anormalidade. B) CORRETA. Lei temporária é aquela que tem prazo de vigência previamente definido no tempo C) INCORRETO. Lei penal corretiva ou interpretativa: é aquela criada para dar significado a lei penal anterior, isto é, para interpretar o seu conteúdo, explicitando-lhe o significado. D) INCORRETO. Aplicável no caso de sucessão de leis penais, é mais benéfica ao réu. Mesmo que não seja a Lei emvigor à época da infração penal, ou vigente à época do julgamento. 33. De acordo com o STJ, a prática de falta grave pelo condenado durante o cumprimento da pena A) não interrompe a contagem do prazo para obtenção de livramento condicional. B) não interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena. C) interrompe a contagem do prazo para obtenção de comutação de pena. D) interrompe a contagem do prazo para obtenção de indulto e saída temporária. COMENTÁRIOS: A) CORRETO, entendimento sumulado STJ - Súmula 441-STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção do livramento condicional. B) INCORRETO interrompe o prazo para progressão de regime - entendimento STJ. Súmula 534-STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. C) INCORRETO, não há essa previsão. D) INCORRETO, não há essa previsão. 34. Roger, empresário, omitiu da folha de pagamento da sua empresa empregados segurados pelo INSS e suprimiu as respectivas contribuições sociais previdenciárias. Nesse caso, Roger cometeu crime www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 21 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada A) contra a ordem tributária, previsto na Lei n.º 8.137/1990, para o qual é prevista a isenção da pena, desde que o agente seja primário e o valor das contribuições devidas seja inferior ao mínimo para o ajuizamento de execução fiscal. B) classificado como próprio e que configura norma penal em branco, uma vez que necessita de complementação pela legislação previdenciária. C) que admite a forma tentada e que se consuma a partir da apresentação da guia para recolhimento previdenciário emitida com dados incompletos. D) com isenção da pena ou, a critério do juiz, somente com pena de multa, caso o agente declare espontaneamente as contribuições devidas antes do início da execução fiscal. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO. O crime trazido pela questão é de sonegação de contribuição previdenciária, insculpido no art. 337-A do Código Penal. O bem jurídico tutelado são os crimes praticados por particular contra a administração em geral e não contra a ordem tributária, como afirmado nesta alternativa. B) CORRETO. O crime é próprio, pois diz respeito ao responsável pelas informações levadas à Previdência. Trata-se de uma norma penal em branco heterogênea, uma vez que é complementada por outra norma prevista em diploma normativo diverso, qual seja, o Decreto 3.048/1999 - Regulamento da Previdência Social, art. 225, incisos I e IV. C) INCORRETO. O delito de sonegação de contribuição previdenciária consuma-se com a supressão ou a redução da contribuição mediante as omissões referidas nos incisos do art. 337- A. É, portanto, crime material, instantâneo e admite tentativa. D) INCORRETO. De acordo com o §1º do art. 337-A, é extinta a punibilidade quando o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições antes do início da ação fiscal. 35. Julgue os itens a seguir, relativos a delitos de natureza sexual. I Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento caracteriza contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor. II Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. III Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém específico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo. IV Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como meio de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal. Estão certos apenas os itens A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) II e IV. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 22 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada COMENTÁRIOS: I Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento caracteriza contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor. A lei 13718/2018 revogou o art. 61 da lei de contravenções penais, que tratava a presente conduta como importunação ofensiva ao pudor. Logo, atualmente, como continuidade típico normativa, presente no art. 215-A, CP, trata-se de crime de importunação sexual praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, com pena de reclusão de 1 a 5 anos. II Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. Art. 218-A, CP - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente - Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: Pena, reclusão, de 2 a 4 anos. III Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém específico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado hediondo. O crime de ato obsceno está previsto no art. 233, CP: Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público, com pena de 3 a 1 ano, ou multa. O crime de importunação sexual está no art. 215-A. Assim, tratam-se de crimes distintos, além dessa observação, nenhum dos dois crimes são crimes hediondos, pois não estão no rol taxativo da lei 8072/1990. IV Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como meio de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal. A vítima, no art. 218-C, deve ser maior de 18 (dezoito) anos, na medida em que, caso seja menor de idade, ocorrerá o crime do art. 241-A do ECA. Portanto, a correta é a letra D, conforme comentários. 36. A respeito de autoria e participação no âmbito penal, é correto afirmar que A) a autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a realização da conduta. B) o crime de falso testemunho é classificado como crime próprio e nele são admitidas tanto a coautoria quanto a autoria mediata. C) a participação, que pode ser moral ou material, é admitida até a consumação do crime. D) a teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o partícipe seja punido. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO. Ocorre quando duas ou mais pessoas, ignorando a contribuição da outra, agem visando a produção de um mesmo resultado. Inexiste concurso por ausência de liame subjetivo. B) INCORRETO. O crime de falso testemunho é crime de mão-própria e não admite coautoria. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 23 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada C) CORRETO. A participação realmente pode ser moral e material. Ademais, só se configura até a consumação do crime. Se surgir o vínculo após o delito ter se consumado,teremos um delito autônomo D) INCORRETO. A teoria da acessoriedade limitada entende que o fato principal (praticado pelo autor do crime) seja típico e ilícito para que o partícipe seja punido. 37. A respeito de crimes contra a pessoa, é correto afirmar que A responderá pela prática de crime contra a vida o agente que anuncia produtos ou métodos abortivos. B responderá por homicídio qualificado o agente que matar para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de uma contravenção penal. C o crime de homicídio admite interpretação analógica no que diz respeito à qualificadora que indica meios e modos de execução desse crime. D o agente que matar sua empregadora por ter sido dispensado sem justa causa responderá por feminicídio, haja vista a vítima ser mulher. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO. Responderá pela contravenção penal prevista no art. 20 do Decreto-Lei 3.688/41: "Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto. B) INCORRETO. Masson explica que há a qualificadora da conexão quando o homicídio está de algum modo ligado a outro crime e que não existe a qualificadora na relação entre homicídio e contravenção penal, pois a palavra “crime” foi empregada de forma técnica no art. 121, § 2º, V, do Código Penal. C) CORRETO. Interpretação analógica é a que se verifica quando a lei traz uma fórmula casuística, isto é, fechada, seguida de uma fórmula genérica, isto é, de uma válvula de escape, aberta. Porque é impossível prever todas as situações que possam ocorrer no caso concreto. D) INCORRETO. Responderá por femicídio e não por feminicídio. Feminicídio é homicídio doloso cometido contra a mulher por razões de condição do sexo feminino. Femicídio é todo e qualquer homicídio de mulher. 38. Lúcio, inimputável por doença mental, após três anos de internação em hospital de custódia, foi liberado pelo juiz da execução, em decorrência de parecer favorável da perícia médica da instituição. Depois de sete meses da liberação, Lúcio foi detido novamente pela prática de conduta delitiva de natureza sexual. Nesse caso, o restabelecimento da internação A) é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu antes de completado um ano da liberação, que é condicional. B) não é cabível, porque a liberação foi regular e transitou em julgado antes da ocorrência do novo fato delituoso. C) não é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu mais de seis meses após a liberação. D) é cabível, porque a liberação é incondicional e não depende da ocorrência de novo fato delituoso a qualquer tempo. COMENTÁRIOS: www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 24 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada A) CORRETO. Artigo 97, § 3º, CP: A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. B) INCORRETO. C) INCORRETO. D) INCORRETO. 39. Para Welzel, a culpabilidade é a reprovabilidade de decisão da vontade, sendo uma qualidade valorativa negativa da vontade de ação, e não a vontade em si mesma. O autor aponta a incorreção de doutrinas segundo as quais a culpabilidade tem caráter subjetivo, porquanto um estado anímico pode ser portador de uma culpabilidade maior ou menor, mas não pode ser uma culpabilidade maior ou menor. Essa definição de culpabilidade está relacionada A) à teoria psicológica. B) à teoria normativa pura, ou finalista. C) à teoria psicológico-normativa, ou normativa complexa. D) ao conceito material de culpabilidade. COMENTÁRIOS: A) INCORRETO. O agente seria culpável se era imputável no momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. B) CORRETO. Para essa teoria há somente elementos normativos: Imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A culpa e dolo passam a ser elementos da conduta e, portanto, integrar o fato típico. Em relação ao dolo, defende-se que o dolo deixa de ser normativo para ser um dolo natural, ganhando autonomia, já que não mais integra a potencial consciência da ilicitude. C) INCORRETO. Ainda que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só seria culpável se, no caso concreto, lhe pudesse ser exigido outro comportamento, que não o comportamento criminoso D) INCORRETO. Culpabilidade material é estabelecida em concreto, dirigida a um agente culpável que cometeu um fato típico e ilícito. Destina-se ao juiz. 41. Acerca do princípio da identidade física do juiz, é correto afirmar que A) a doutrina relaciona esse princípio com os subprincípios da oralidade, da concentração dos atos e da imediatidade. B) o Código de Processo Penal dispõe expressamente hipóteses de limitação de aplicação desse princípio. C) o STF restringiu a eficácia desse princípio ao estabelecer o encerramento da instrução processual penal como marco para a prorrogação da competência quanto aos limites do foro por prerrogativa de função. D) a oposição de embargos declaratórios contra sentença condenatória proferida por juiz substituto é hipótese na qual se prorroga a competência desse magistrado, em obediência ao referido princípio. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 25 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada COMENTÁRIOS: A) CORRETA. Há essa correlação. O princípio da identidade física do juiz possui correlação com os princípios da oralidade, da concentração dos atos e da imediatidade, pois, de acordo com o §2º do art. 399 do CPP, “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.” 42. À luz da jurisprudência dos tribunais superiores e da legislação a respeito dos sujeitos do processo penal, é correto afirmar que A) o Código de Processo Penal faculta que o juiz, de ofício, ordene a produção de provas, desde que tenha sido iniciada a ação penal. B) é exigida a outorga de poderes especiais para que a defensoria pública atue como representante do assistente de acusação. C) a nomeação judicial de núcleo de prática jurídica para patrocinar a defesa de réu dispensa procuração outorgada por ele. D) as hipóteses de suspeição do juiz estão elencadas taxativamente no Código de Processo Penal, não se admitindo interpretação extensiva dessa lista. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. O art. 156, I do CPP autoriza a produção antecipada de provas antes de iniciada a ação penal. B) INCORRETA. Não há essa exigência. C) CORRETA. Segundo entendimento do STF, dispensa a procuração, vide STJ - EAresp 798.496-DF. D) INCORRETA. O próprio Código ressalva outras hipóteses. 43. A respeito do procedimento de competência do tribunal do júri, assinale a opção correta. A) O quesito que se refere à desclassificação do delito deve ser respondido antes do quesito genérico da absolvição. B) No excesso de linguagem em decisão de pronúncia, a nulidade poderá ser evitada com a determinação do desentranhamento ou envelopamento da decisão. C) Os jurados poderão requerer a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. D) A inércia da defesa para apresentar alegações finais, quando devidamente intimada, acarreta nulidade processual se o juiz não nomear defensor para suprir a omissão. COMENTÁRIOS: A) INCORRETA. Antes do segundo ou terceiro quesito. B) INCORRETA. Ainda assim, a nulidade será reconhecida. C) CORRETA. Literalidade do art. 473, CPP. www.flyconcursos.com.br @flyconcursos Coordenadora Pedagógica - Dayana Guimarães 26 http://www.flyconcursos.com.br/ TJ PR 2019 (CESPE) Prova comentada D) INCORRETA. Se
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