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Prova comentada - TJPR 2019 (CESPE) docx

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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
01. ​Para ajudar a custear o tratamento médico de seu filho, José resolveu vender seu 
próprio automóvel. Em razão da necessidade e da urgência, José estipulou, para venda, o 
montante de 35 mil reais, embora o valor real de mercado do veículo fosse de 65 mil reais. 
Ao ver o anúncio, Fernando ofereceu 32 mil reais pelo automóvel. José aceitou o valor 
oferecido por Fernando e formalizou o negócio jurídico de venda. Conforme o Código Civil, 
essa situação configura hipótese de 
A) lesão, sendo o negócio jurídico anulável. 
B) dolo, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos. 
C) lesão, podendo José pedir somente indenização por perdas e danos. 
D) dolo, sendo o negócio jurídico anulável. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETA. ​Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou 
por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
A lesão é uma ruptura do equilíbrio contratual desde a fase de formação do negócio. É um 
negócio defeituoso em que não se observa o princípio da igualdade, e, no qual, não há a 
intenção de se fazer uma liberalidade. Não há equivalência entre prestação e 
contraprestação.​ Será anulável o negócio jurídico, além dos casos expressamente 
declarados na lei, por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171). 
B) I​NCORRETA. Trata-se de lesão e não dolo. Vide explicação na alternativa A. 
C) ​INCORRETA. É negócio jurídico anulável, nos termos do artigo 171, inciso II do Código 
Civil. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
(...) 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra 
credores. 
D) ​INCORRETA. Trata-se de lesão e não dolo. Vide explicação na alternativa A. 
 
02. ​De acordo com o Código Civil, nas consignações em pagamento, o ato de depósito 
efetuado pelo devedor faz cessar 
A) os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a declaração de aceitação do 
credor. 
B) os riscos e os juros da dívida, podendo o devedor requerer o levantamento do depósito 
mesmo após a aceitação do credor. 
C) os juros da dívida e impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até que 
seja aceito ou impugnado pelo credor. 
D) os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito 
não mais pode ser levantado pelo devedor. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
B) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. 
C) INCORRETA. Letra da lei. Vide explicação da alternativa D. 
D) CORRETA. Depreende-se da conjugação do art. 337 (“O depósito requerer-se-á no lugar 
do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os 
riscos, salvo se for julgado improcedente”) com o art. 338 (“Enquanto o credor não declarar 
que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, 
pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências 
de direito.”). 
 
03. ​Eduardo, na qualidade de pai registral, ajuizou ação de anulação de registro de 
nascimento, tendo como fundamento um exame de DNA comprobatório de ausência de 
vínculo genético entre ele e o filho registrado. Nessa situação hipotética, à luz do 
entendimento jurisprudencial do STJ, o magistrado deverá 
A) considerar suficiente a comprovação da ausência de vínculo genético entre Eduardo e o 
filho registrado e declarar a anulação do registro de nascimento. 
B) considerar irrelevante o resultado do exame de DNA, uma vez que o registro de 
nascimento, após formalizado, não é passível de anulação. 
C) reconhecer como nulo de pleno direito o registro de nascimento. 
D) exigir, além do exame de DNA, prova robusta de que Eduardo fora induzido a erro ou 
coagido a registrar o filho de outrem como seu. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
B) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
C) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
D) CORRETA. Informativo 555 do STJ: [...] a simples ausência de convergência entre a 
paternidade declarada no assento de nascimento e a paternidade biológica, por si só, não 
autoriza a invalidação do registro. Realmente, não se impõe ao declarante, por ocasião do 
registro, prova de que é o genitor da criança a ser registrada. O assento de nascimento traz, 
em si, essa presunção. Entretanto, ​caso o declarante demonstre ter incorrido, seriamente, 
em vício de consentimento, essa presunção poderá vir a ser ilidida por ele​. [...] Ademais, 
sem proceder a qualquer consideração de ordem moral, ​não se pode obrigar o pai registral, 
induzido a erro substancial, a manter uma relação de afeto igualmente calcada no vício de 
consentimento originário​, impondo-lhe os deveres daí advindos sem que voluntária e 
conscientemente o queira. Além disso, como a filiação sociafetiva pressupõe a vontade e a 
voluntariedade do apontado pai de ser assim reconhecido juridicamente, caberá somente a 
ele contestar a paternidade em apreço. Por fim, ressalte-se que é diversa a hipótese em 
que o indivíduo, ciente de que não é o genitor da criança, voluntária e expressamente 
declara o ser perante o Oficial de Registro das Pessoas Naturais (“adoção à brasileira”), 
estabelecendo com esta, a partir daí, vínculo da afetividade paterno-filial. Nesta hipótese - 
diversa do caso em análise -, o vínculo de afetividade se sobrepõe ao vício, encontrando-se 
inegavelmente consolidada a filiação socioafetiva (hipótese, aliás, que não comportaria 
posterior alteração). A consolidação dessa situação - em que pese antijurídica e, inclusive, 
tipificada no art. 242 do CP -, em atenção ao melhor e prioritário interesse da criança, não 
pode ser modificada pelo pai registral e socioafetivo, afigurando-se irrelevante, nesse caso, 
a verdade biológica. [...] (REsp 709.608-MS, Quarta Turma, DJe 23/11/2009; e REsp 
1.383.408-RS, Terceira Turma, DJe 30/5/2014). REsp 1.330.404-RS, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, julgado em 5/2/2015, DJe 19/2/2015. 
 
 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
04. ​Fábio e Eliana foram casados e tiveram um filho chamado Enzo. Após terem se 
divorciado, foi determinado judicialmente que ambos teriam a guarda do menino. Alguns 
meses após a separação, durante uma discussão por questões financeiras, Fábio chamou 
Eliana de prostituta, por ela estar em um novo relacionamento, e a agrediu, causando-lhe 
lesão corporal de natureza grave. À luz do Código Civil, é correto afirmar que Fábio 
A) poderá perder o poder familiar de Enzo por decisão judicial. 
B) poderá perder o poder familiar de Enzo somente se comprovado que ele agrediu 
também o menino. 
C) não poderá perder o poder familiar de Enzo, somente a sua guarda. 
D) não poderá perder nem o poder familiar de Enzo, nem a sua guarda. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETA.​ ​Trata-se de recente alteração do Código Civil, incluída pela Lei nº 13.715, de 
2018. Nesse caso, perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: 
I - praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (ou seja, pra quem 
possui a mesma relação de pai/mãe com os filhos em comum) 
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando 
se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher; 
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; 
II - praticar contra filho, filha ou outro descendente: 
a) homicídio, feminicídio ou lesãocorporal de natureza grave ou seguida de morte, quando 
se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher; 
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de 
reclusão. 
B) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. 
C) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. 
D) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. 
 
05.​ ​Júlia e Leandro casaram-se no regime obrigatório de separação de bens. Enquanto 
estavam casados, Leandro recebeu um terreno a título de doação, e, alguns meses 
depois, ele faleceu. Considerando-se essa situação hipotética, é correto afirmar que, à luz 
do entendimento jurisprudencial, para fins de partilha, os bens adquiridos na constância do 
casamento 
A) não se comunicam entre Júlia e Leandro, exceto o terreno doado. 
B) não se comunicam entre Júlia e Leandro, ainda que seja comprovado o esforço comum 
para sua aquisição. 
C) comunicam-se entre Júlia e Leandro, inclusive o terreno doado. 
D) comunicam-se entre Júlia e Leandro, desde que comprovado o esforço comum para 
sua aquisição. 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
B) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
C) INCORRETA. Vide explicação da alternativa D. 
D) CORRETA.​ ​No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento, desde que comprovado o esforço comum para sua 
aquisição.STJ: “AGRAVO INTERNO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO. SEPARAÇÃO 
OBRIGATÓRIA DE BENS (ARTS. 258, II, DO CC/1916 E 1.641, II, DO CC/2002). 
PARTILHA. PATRIMÔNIO. ESFORÇO COMUM. PROVA. INDISPENSABILIDADE. 
SÚMULA Nº 377/STF. INTERPRETAÇÃO. ART. 1.829, I, DO CÓDIGO CIVIL. HERANÇA. 
CÔNJUGE. DESCENDENTES. CONCORRÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. LEGISLAÇÃO. 
APLICABILIDADE. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA. REVOLVIMENTO PROBATÓRIO. 
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. A jurisprudência desta Corte encontra-se 
consolidada no sentido de que, no regime de separação obrigatória de bens, comunicam-se 
aqueles adquiridos na constância do casamento desde que comprovado o esforço comum 
para sua aquisição, consoante interpretação conferida à Súmula nº 377/STF. 3. O regime 
da separação convencional de bens, escolhido livremente pelos nubentes, à luz do princípio 
da autonomia de vontade (por meio do pacto antenupcial), não se confunde com o regime 
da separação legal ou obrigatória de bens, que é imposto de forma cogente pela legislação 
(arts. 1.641 do Código Civil de 2002 e 258 do Código Civil de 1916) e no qual efetivamente 
não há concorrência do cônjuge com o descendente (AgInt no AgRg no AREsp 
233.788/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 19/11/2018, DJe 21/11/2018)” 
 
06. ​Com relação aos efeitos da posse, 
A) o possuidor de boa-fé responde, em regra, pela perda ou deterioração da coisa, 
independentemente de lhe ter ou não dado causa. 
B) o possuidor de má-fé responde pela perda e deterioração da coisa, ainda que 
acidentais, salvo se comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no 
exercício da posse. 
C) o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa somente se 
comprovar que elas ocorreriam mesmo que ele não estivesse no exercício da posse. 
D) o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, salvo se 
acidentais. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Nos termos do artigo 1.217, do Código Civil, “O possuidor de boa-fé não 
responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.” 
B) CORRETA. ​Nos termos do artigo 1.218, do Código Civil “​O possuidor de má-fé responde 
pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual 
modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.” 
C) INCORRETA. Vide explicação alternativa A. 
D) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 
 
07. ​Uma empresa contratou uma transportadora para a prestação de serviço de transporte 
de carga altamente valiosa. A transportadora, por sua vez, não contratou seguro contra 
perdas e danos que poderiam ser causados à carga transportada, embora o contrato 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
firmado pela transportadora tivesse estipulado a obrigatoriedade de seguro com tal 
cobertura. A carga era transportada em trajeto conhecido e em horário com intenso 
tráfego, quando o veículo que a transportava foi interceptado por assaltantes à mão 
armada, que roubaram toda a carga. Em decorrência desse fato, a empresa contratante 
ajuizou ação de reparação de danos em desfavor da transportadora. À luz do 
entendimento jurisprudencial, nessa situação hipotética, 
A) Não há responsabilidade civil da transportadora, pois o roubo à mão armada constitui 
motivo de força maior. 
B) Há responsabilidade civil da transportadora, desde que seja demonstrado que ela não 
adotou medidas razoáveis de cautela, como a contratação do referido seguro. 
C) não há responsabilidade civil da transportadora, pois, ao ter realizado o transporte em 
trajeto conhecido e em horário com intenso tráfego, adotou medidas razoáveis de cautela. 
D) há responsabilidade civil da transportadora, sendo suficiente para sua configuração a 
previsibilidade abstrata de risco de roubo da carga transportada. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Vide a explicação alternativa B. 
B) CORRETA.​ Nos termos do artigo 734, parágrafo único do Código Civil. 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas 
bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da 
responsabilidade. 
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de 
fixar o limite da indenização. 
STJ​ (REsp1676764/RS, Relator para Acórdão: Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 
05/11/2018): “1. Controvérsia em torno da responsabilidade civil de empresa transportadora 
pelos prejuízos sofridos pelo dono da carga, em face do roubo da mercadoria mediante 
assalto à mão armada. 2. Jurisprudência consolidada do STJ, desde 1994, no sentido de 
que, se não for demonstrado que a transportadora não adotou as cautelas que 
razoavelmente dela se poderia esperar, o roubo de carga constitui motivo de força maior a 
isentar a sua responsabilidade (REsp 435.865/RJ, 2ª Seção). 3. Apesar de o roubo à mão 
armada ser um fato difícil de ser evitado nas estradas brasileiras, os seus efeitos danosos 
podem ser pelo menos atenuados. 4. Previsão expressa do art. 13 da Lei n° 11.442/2007, 
estatuindo que toda operação de transporte contará com seguro contra perdas ou danos 
causados à carga. 5. Manifesta previsibilidade do risco de roubo de mercadorias nas 
operações de transporte de carga. 6. Caso dos autos em que a ​ré não adotou as cautelas 
que razoavelmente dela se poderia esperar​ para evitar ou reduzir os prejuízos 
patrimoniais advindos do roubo de carga, especialmente (a) ​a não contratação do seguro 
obrigatório com apólice de valor suficiente para cobrir a carga​; (b) o parcelamento da 
carga até o limite da apólice durante a rota; (c) a comunicação à autora e à seguradora da 
subcontratação de terceiro para realização do serviço; (d) a comunicação da rota à 
seguradora para eventual utilização do rastreamento do veículo. 7. A circunstância da 
adoção de rota normalmente utilizada em horário de movimento a via não é suficiente para 
demonstração das cautelas que razoavelmente se espera da transportadora. 8. O padrão 
de conduta exigível das transportadoras tem seu fundamento também na boa-fé objetiva, 
com incidência dos artigos 422, 113 e 187 do Código Civil”. 
C) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 
D) INCORRETA.Vide explicação alternativa B. 
 
 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
08. ​Na venda de coisa móvel com reserva de domínio, a transferência da propriedade ao 
comprador ocorre 
A) A qualquer tempo, não respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de 
quando esta lhe for entregue. 
B) Com o pagamento integral do preço, não respondendo o comprador pelos riscos da 
coisa a partir de quando esta lhe for entregue. 
C) Com o pagamento integral do preço, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a 
partir de quando esta lhe for entregue. 
D a qualquer tempo, respondendo o comprador pelos riscos da coisa a partir de quando 
esta lhe for entregue. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. 
B) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. 
C) CORRETA.​ Nos termos que dispõe o artigo 524, do Código Civil “​a transferência de 
propriedade ao comprador dá-se no momento em que o ​preço esteja integralmente pago​. 
Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.” 
D) INCORRETA. Letra da Lei. Vide explicação alternativa C. 
 
09. ​Conforme os direitos da personalidade, a disposição do próprio corpo é 
A) permitida, se por vontade pessoal e para fins científicos, ainda que implique em 
diminuição da integridade física. 
B) proibida para fins de transplante, ainda que a disposição seja parcial. 
C) permitida, após a morte, para fins científicos e de forma gratuita. 
D) proibida, após a morte, se parcial e com fins altruísticos. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 13, caput, do Código Civil “Salvo por 
exigência médica​, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.” 
B) INCORRETA. Nos termos do que dispõe o artigo 13, parágrafo único, do Código Civil “O 
ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em 
lei especial.” 
C) CORRETA.​ ​Nos termos do que dispõe o artigo 14, caput, do Código Civil “É válida, com 
objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, 
para depois da morte.” 
D) INCORRETA. Vide explicação alternativa C. 
 
10. ​Após o falecimento dos pais, uma criança de dez anos de idade foi colocada sob tutela 
de sua avó, de sessenta e cinco anos de idade, já que constitui parente de grau mais 
próximo. Em relação à tutela dessa criança, considerando-se as disposições legais, é 
correto afirmar que a avó 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
A) poderá se escusar da tutela, sob a alegação de ser aposentada. 
B) poderá se escusar da tutela, sob o fundamento de ser maior de sessenta anos. 
C) não poderá se escusar da tutela, já que é o parente de grau mais próximo da criança. 
D) não poderá se escusar da tutela, uma vez que tal ato é vedado pela legislação vigente. 
COMENTÁRIOS 
A) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 
B) CORRETA.​ Nos termos do que dispõe o artigo 1.736, inciso II, do Código Civil “​Podem 
escusar-se da tutela: maiores de sessenta anos.” 
C) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 
D) INCORRETA. Vide explicação alternativa B. 
 
11.​ À luz do entendimento jurisprudencial do STJ a respeito de aplicação da lei processual, 
de atos processuais e de execução fiscal, julgue os itens a seguir. 
I. Nos processos judiciais, a fixação de honorários advocatícios sucumbenciais é regida 
pela lei vigente na data de prolação da sentença. 
II. O prazo recursal da parte que for intimada, por oficial de justiça, a respeito de decisão 
judicial se inicia na data de cumprimento do mandado, e não com a juntada do mandado 
ao processo. 
III Na execução fiscal, o prazo de um ano de suspensão do processo, previsto na Lei de 
Execução Fiscal, e da respectiva prescrição intercorrente se inicia automaticamente na 
data de ciência da fazenda pública a respeito da não localização do devedor ou da 
inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido. 
Assinale a opção correta. 
A) Apenas os itens I e II estão certos. 
B) Apenas os itens I e III estão certos. 
C) Apenas os itens II e III estão certos. 
D) Todos os itens estão certos. 
COMENTÁRIOS: 
A) assertiva I está correta, pois o STJ já decidiu que o “marco temporal para a aplicação 
das normas do CPC/2015 a respeito da fixação e distribuição dos ônus sucumbenciais é a 
data da prolação da sentença ou, no caso dos feitos de competência originária dos 
tribunais, do ato jurisdicional equivalente à sentença (AgInt no REsp 1509088 / RJ; 
Relator(a) Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142); PRIMEIRA TURMA; DJe 
28/02/2019)”. 
A assertiva I está correta, pois o STJ já decidiu que o “marco temporal para a aplicação das 
normas do CPC/2015 a respeito da fixação e distribuição dos ônus sucumbenciais é a data 
da prolação da sentença ou, no caso dos feitos de competência originária dos tribunais, do 
ato jurisdicional equivalente à sentença (AgInt no REsp 1509088 / RJ; Relator(a) Ministro 
BENEDITO GONÇALVES (1142); PRIMEIRA TURMA; DJe 28/02/2019)”. 
Já a assertiva II está incorreta, pois “nos casos de intimação/citação realizadas por Correio, 
Oficial de Justiça, ou por Carta de Ordem, Precatória ou Rogatória, o prazo recursal 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
inicia-se com a juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da 
juntada da carta (REsp 1632777/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
CORTE ESPECIAL, julgado em 17/05/2017, DJe 26/05/2017 - Informativo 604)”. 
Por sua vez, a assertiva III está correta, já que “o prazo de 1 (um) ano de suspensão do 
processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 
6.830/1980 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a 
respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no 
endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o 
magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução (RECURSO ESPECIAL 
REPETITIVO. REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 - Informativo 635)”. 
A alternativa correta é a B. 
 
12. ​Paulo requereu o cumprimento provisório da sentença que condenou Fernando a lhe 
pagar a quantia de cinquenta mil reais em uma demanda que tramitou pelo procedimento 
comum. À petição em que requereu o início do cumprimento de sentença, Paulo juntou 
cópia da decisão exequenda, certidão de interposição do recurso de Fernando não dotado 
de efeito suspensivo e outros documentos necessários ao cumprimento. Ele, ainda, 
requereu ao juízo no qual o título foi formado que: 
- o cumprimento de sentença fosse remetido ao juízo da localidade onde Fernando possui 
bens; 
- fossem fixados honorários para a fase de cumprimento de sentença; 
- fosse imposta multa por eventual inadimplemento de Fernando; 
- dispensassem-no do pagamento de caução, em razão da sua situação de necessidade, 
que foi demonstrada. 
Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que 
A) o pedido de remessa à localidade onde Fernando possui bens deve ser rejeitado, 
porque o cumprimento de sentença é de competência exclusiva do juízo que profere a 
sentença. 
B) não cabe o arbitramento de honorários na fase de cumprimento provisório da sentença, 
porque essa fase processual é um ato facultativo de Paulo. 
C) Fernando poderá depositar o referido valor com o único intuito de evitar a incidência da 
multa, ato que não será tido como incompatível com o recurso interposto por ele.D) Paulo poderá ser dispensado do pagamento de caução apenas se tiver firmado com 
Fernando negócio processual com essa finalidade e devidamente homologado pelo juízo 
competente. 
COMENTÁRIOS: 
A) ​INCORRETA, conforme preconiza os arts. 520, IV e 521, todos do CPC/15, que assim 
dispõe: “Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido 
de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, 
sujeitando-se ao seguinte regime: (…) IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a 
prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de 
outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de 
caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.” / 
“Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em 
que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor 
demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo do art. 1.042; IV - a sentença a 
ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do 
 
 
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Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com 
acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de 
caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de 
difícil ou incerta reparação”. 
B) INCORRETA, pois o p. único do art. 516 do CPC/15 permite que o exequente opte pelo 
juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens 
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou 
de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de 
origem. 
C) INCORRETA, pois é cabível o arbitramento de honorários no cumprimento provisório de 
sentença, cf. art. 520, §2°, do CPC/15. 
D) CORRETA, pois no cumprimento provisório de sentença, se o executado comparecer 
tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não 
será havido como incompatível com o recurso por ele interposto (art. 520, §3°, CPC/15). 
 
13. ​Renato, recém-nascido, e Antônia, sua mãe, são autores de ação ajuizada em 
desfavor de Luiz, suposto pai de Renato. Na ação, são pleiteados a declaração de 
paternidade de Luiz em favor de Renato e o ressarcimento de despesas decorrentes do 
parto em favor de Antônia. Essa situação configura hipótese de litisconsórcio facultativo e 
A) unitário. 
B) eventual. 
C) sucessivo. 
D) alternativo. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA, pois o ​litisconsórcio será unitário​ quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes, não 
se admitindo, para eles, julgamentos diversos. Essa não é a situação narrada na questão, 
pois o juiz pode decidir de maneira distinta para o recém-nascido e sua mãe. 
B) INCORRETA, pois o ​litisconsórcio eventual​ consiste em demandas relacionadas a 
pessoas diferentes para que o juiz acolha uma delas, se não acolher a outra,​ ​sendo 
exemplo a ação de investigação de paternidade proposta em face de "B" e, 
subsidiariamente, em face de "C", não sendo esta a situação narrada na questão. 
C) CORRETA, sendo, pois, um caso de ​litisconsórcio sucessivo​, que consiste em 
demandas relacionadas a pessoas diferentes, para que o juiz acolha uma delas se acolher 
a outra (v.g., ação proposta pelo filho e pela mãe em face do suposto pai, para que o juiz 
declare a paternidade- pedido do filho - e, sucessivamente, condene o réu a restituir as 
despesas com o parto - pedido da mãe), que é exatamente a situação narrada na questão. 
D) INCORRETA, pois o ​litisconsórcio alternativo​ consiste em demandas (dentro do 
mesmo processo) relacionadas a pessoas diferentes, para que o juiz acolha qualquer uma 
delas, sem ordem de preferência. Por exemplo: ação de consignação em pagamento para 
esclarecer quem é o credor. 
 
14. ​Um indivíduo impetrou mandado de segurança junto ao STJ para questionar ato coator 
que, conforme afirmava na petição inicial, teria sido praticado por um ministro de Estado. 
Após a autoridade supostamente coatora apresentar informações sobre o mérito da 
questão, o relator verificou que o ato, na realidade, havia sido praticado exclusivamente 
por um servidor subordinado ao ministro e ocupante do cargo de chefe de divisão na pasta 
ministerial. Nessa situação hipotética, de acordo com a jurisprudência do STJ, a 
 
 
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denominada teoria da encampação 
A) deve ser aplicada, porque há hierarquia entre a autoridade que prestou as informações 
e a que determinou a prática do ato. 
B) deve ser aplicada, porque, ao apresentar informações sobre o mérito, a autoridade 
indicada como coatora tacitamente concordou com a prática do ato. 
C) não deve ser aplicada, porque a utilização desta teoria na via mandamental implica 
sempre em violação do devido processo legal. 
D) não deve ser aplicada, porque nesse caso o vício de legitimidade implica a modificação 
de competência constitucionalmente prevista. 
COMENTÁRIOS: 
A questão em comento explorou a teoria da encampação e, por conseguinte, a Súmula 628 
do STJ, que tem a seguinte redação: “A teoria da encampação é aplicada no mandado de 
segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que 
ordenou a prática do ato impugnado; 
b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e 
c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal”. 
Note-se que a questão narra um suposto ato praticado por Ministro de Estado, cuja 
competência para o julgamento do mandado de segurança é do STJ (art. 105, I, “b”, da 
CF/88). 
Entretanto, constatou-se que, na verdade, o ato ilegal teria sido praticado por um servidor 
subordinado ao Ministro. 
Assim, em que pese o Ministro tenha defendido o mérito do ato e exista vínculo hierárquico 
entre ambos, haveria violação à competência prevista na Constituição, já que o STJ 
somente tem competência para analisar, originariamente, Mandado de Segurança contra 
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou 
do próprio Tribunal, ​prerrogativa esta não extensiva ao referido servidor. 
A alternativa correta é a C. 
 
15. ​André interpôs recurso extraordinário contra acórdão proferido por tribunal de justiça. 
Em sequência, ao realizar o juízo de admissibilidade do recurso, o presidente do tribunal 
de justiça prolatou decisão inadmitindo o recurso, por entender que não havia sido 
cumprido o requisito do prequestionamento de matéria constitucional. Dois dias após ter 
sido intimado da decisão de inadmissão, André opôs embargos de declaração, alegando 
haver obscuridade na decisão monocrática proferida na origem. Nessa situação hipotética, 
de acordo com a jurisprudência do STF, os embargos de declaração 
A) não são cabíveis e, por isso, não haverá interrupção do prazo recursal para a 
interposição de agravo em recurso extraordinário. 
B) interrompem o prazo recursal para a interposição de agravo em recurso extraordinário, 
ainda que não venham a ser conhecidos. 
C) devem ser recebidos como agravo em recurso extraordinário, em decorrência do 
princípio da fungibilidade recursal. 
D) devem ser julgados pelo prolator da decisão de origem, mas, somente se forem 
providos, será possível a interposição de novo recurso ao STF. 
 
 
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COMENTÁRIOS: 
Essa questão é polêmica e não há uniformidade de pensamento se os embargos de 
declaração opostos contra a decisão da Presidência ou Vice-Presidência que não admite 
RE ou REsp possuem efeito interruptivo. Sobre o tema, há o Enunciado 75 das Jornadas de 
Direito Processual Civil do CJF (“Cabem embargos declaratórios contra decisão que não 
admite recurso especial ou extraordinário, no tribunal de origem ou no tribunal superior, com 
a consequente interrupção do prazo recursal”). 
Todavia, no STF e no STJ predomina um entendimento em sentido contrário, que foi o 
adotado pela questão, senão vejamos: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA NÃO ATACADOS. 
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 182 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. 
INTEMPESTIVIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. É inviável o agravo em 
recurso especial que deixa de impugnar todos os fundamentos da decisão que inadmitiu o 
apelo extremo, incidindo, na espécie, o teor da Súmula n. 182/STJ. 2. Ademais, a decisão 
de inadmissão do recurso especial foi publicada em 6/12/2018 (fl. 807), sendo que o agravo 
em recurso especial foi interposto somente em 28/1/2019 (fls. 824/828), ou seja, após o 
decurso do prazo legal, sendo manifestamente intempestivo.​ 3. Conforme jurisprudência 
desta Corte Superior, "não são cabíveis embargos de declaração contra decisão de 
inadmissibilidade do recurso especial, e sua oposição não interrompe o prazo para 
interposição do agravo em recurso especial" (AgInt no AREsp 243.117/RS, Rel. 
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 7/2/2017, DJe 
16/2/2017).​ 4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 1471285/SP, Rel. Ministro 
JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2019, DJe 23/09/2019) - 
grifamos. 
A alternativa correta é a A. 
 
16. ​De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne ao julgamento de ação 
reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território nacional, a 
competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro do local 
do imóvel são consideradas, respectivamente, como 
A) exclusiva e absoluta. 
B) exclusiva e relativa. 
C) concorrente e absoluta. 
D) concorrente e relativa. 
COMENTÁRIOS: 
A única alternativa correta é a letra “a”, pois em se tratando de ação reivindicatória de bem 
imóvel localizado em território nacional, a competência internacional é exclusiva, cf. art. 23, 
I, do CPC/15; já a competência territorial é absoluta, nos termos do art. 47 do CPC/15, que 
trata da competência do foro de situação da coisa. 
 
17. ​De acordo com as normas previstas no Código de Processo Civil para os 
procedimentos especiais, assinale a opção correta. 
A) Em procedimento de inventário e partilha, o magistrado está proibido de deferir 
antecipadamente a um herdeiro o direito de uso e fruição de bem do espólio. 
B) O magistrado que, em ação de consignação em pagamento, concluir pela insuficiência 
do depósito, somente poderá condenar, em sentença, o autor ao pagamento da diferença 
percebida caso tenha sido apresentada reconvenção pelo réu. 
 
 
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C) O magistrado que verificar a existência de terceiro titular de interesse em embargar ato 
tratado em juízo deverá ordenar a sua intimação pessoal. 
D) Em ação monitória, o magistrado deverá determinar, em regra, a citação do réu por 
meio de oficial de justiça, porque naquele procedimento é vedada a citação pelo correio. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA, pois o p. único do art. 647 do CPC/15 possibilita ao juiz, em decisão 
fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de 
usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário, tal 
bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e 
bônus decorrentes do exercício daqueles direitos. 
B) INCORRETA, pois uma vez alegada a insuficiência do depósito na ação consignatória, é 
lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo 
inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. Nessa situação, o réu poderá levantar, 
desde logo, a quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, 
prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. Se a sentença concluir pela 
insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá 
como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, 
após liquidação, se necessária. Note-se que a possibilidade de condenação independe da 
propositura de reconvenção pelo réu (art. 545 do CPC/15). 
C) CORRETA, sendo que ela corresponde a redação do art. 675, p. único, do CPC/15, que 
tem a seguinte redação: “Art. 675 (…) Parágrafo único. Caso identifique a existência de 
terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente”. 
D) INCORRETA, pois não há vedação da citação por carta no procedimento monitório, tanto 
que o §7° do art. 700 do CPC/15 dispõe que “na ação monitória, admite-se citação por 
qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.” 
 
18. ​De acordo com o Código de Processo Civil, a produção antecipada da prova requerida 
antes do ajuizamento da demanda principal 
A) segue procedimento no qual é admitida a interposição de apelação contra a decisão 
que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada. 
B) pode ser utilizada somente na hipótese de o autor provar que o prévio conhecimento 
dos fatos é imprescindível para o ajuizamento de ação. 
C) é da competência exclusiva do foro onde a prova deva ser produzida. 
D) acarreta a prevenção do juízo para a ação que venha a ser proposta com base na 
prova produzida. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETA, nos termos do art. 382, §4º, do CPC/15, in verbis: ““Art. 382 (…) §4° Neste 
procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir 
totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário”. 
B) INCORRETA, já que há outras hipóteses cabíveis para utilização da produção 
antecipada de prova, conforme o art. 381 do CPC/15, que tem a seguinte redação: “Art. 
381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - haja fundado 
receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na 
pendência da ação; II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a 
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - o prévio conhecimento 
dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação”. 
C) INCORRETA, pois a produção antecipada de prova é, nos termos do art. 381, §2°, do 
CPC/15, da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de 
 
 
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domicílio do réu”. 
D) INCORRETA, pois nos termos do §3° do art. 381 do CPC/15, a produção antecipada da 
prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. 
 
19. ​No que concerne às regras estabelecidas para a tutela provisória, o Código de 
Processo Civil determina que a concessão, pelo magistrado, da tutela de evidência 
A) dependerá da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo e ocorrerá nas situações em que os efeitos da decisão sejam reversíveis. 
B) poderá ser deferida liminarmente caso os fatos sejam comprovados apenas pela via 
documental e exista tese firmada em julgamento de casos repetitivos. 
C) será realizada na forma de decisão interlocutória de mérito e produzirá coisa julgada 
material caso não seja impugnada pelo réu. 
D) será cabível somente na hipótese de verificação de abusodo direito de defesa da parte 
ré, haja vista a natureza punitiva dessa modalidade de tutela provisória. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA, pois a concessão da tutela de evidência não depende da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, conforme se verifica do caput do 
art. 311 do CPC/15. 
B) CORRETA, corresponde ao inc. II do art. 311, c.c. o seu parágrafo único, senão 
vejamos: “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: (…) II - 
as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; Parágrafo único. Nas 
hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente”. 
C) INCORRETA, pois a tutela de evidência é uma espécie de tutela provisória, de modo que 
não há formação da coisa julgada material, que só ocorre quando se tratar de decisões 
definitivas. 
D) INCORRETA, já que a tutela de evidência tem outras hipóteses de cabimento além do 
abuso do direito por parte da ré, que é a situação prevista no inc. I do art. 311. Além dessa 
situação, tem-se ainda as hipóteses dos incisos II, III e IV do art. 311 do CPC. 
 
20. ​De acordo com o STF, a legitimidade ativa para execução de condenação patrimonial 
imposta por tribunal de contas estadual é do 
A) Ministério Público do respectivo estado. 
B) Ministério Público junto ao tribunal de contas estadual. 
C) tribunal de contas prolator da decisão. 
D) ente público beneficiado com a condenação. 
COMENTÁRIOS: 
Sobre o tema, assim já decidiu o STF: “A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a 
ação de execução de penalidade imposta por Tribunal de Contas somente pode ser 
ajuizada pelo ente público beneficiário da condenação (ARE 791577 AgR, Relator(a): Min. 
RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 12/08/2014, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe161 DIVULG 20-08-2014 PUBLIC 21-08-2014)”. 
 
 
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A alternativa correta é a D. 
21.​ À luz do Código de Defesa do Consumidor, julgue os seguintes itens, acerca de 
proteção contratual. 
I A proteção contratual prevê a nulidade de cláusulas que estejam em desacordo com as normas 
consumeristas, o que, em regra, configura a invalidade ou a inexistência do negócio jurídico. 
II Em contratos de adesão, é permitida a existência de cláusulas que acarretem limitações de direitos 
consumeristas. 
III Na resolução dos contratos de consórcio de veículos automotores, eventuais prejuízos causados 
por inadimplente ao grupo serão descontados da compensação ou da restituição das parcelas 
quitadas. 
Assinale a opção correta. 
A) Apenas o item I está certo. 
B) Apenas o item II está certo. 
C) Apenas os itens I e III estão certos. 
D) Apenas os itens II e III estão certos. 
COMENTÁRIOS 
I - Incorreta. Fundamento: art. 51, XV, do CDC. A legislação prevê que a nulidade desta 
cláusula será de pleno direito, e não a invalidade ou inexistência do negócio jurídico. 
II - Correta. Fundamento: art. 54, § 4º do CDC. Neste dispositivo o CDC prevê a 
possibilidade de cláusulas que limitem direitos do consumidor, quando dispõe que “as 
cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com 
destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.” 
III - Correta. Fundamento: art. 53, § 2º do CDC. “Nos contratos do sistema de consórcio de 
produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste 
artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos 
que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.” 
A alternativa correta é a D. 
 
22.​ Com base na jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, a respeito de relações 
consumeristas. 
I A recusa de cobertura securitária sob a alegação de doença preexistente é considerada lícita se 
exigidos exames médicos previamente à contratação do seguro. 
II Nos contratos de assistência à saúde, é abusiva cláusula contratual que estipule qualquer prazo de 
carência para cobertura de casos de urgência e emergência. 
III As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos de empreendimentos 
habitacionais celebrados por sociedades cooperativas. 
Assinale a opção correta. 
A) Apenas o item I está certo. 
B) Apenas o item II está certo. 
C) Apenas os itens I e III estão certos. 
 
 
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D) Apenas os itens II e III estão certos. 
COMENTÁRIOS 
I - Correta. Fundamento: Súmula 609 do STJ. “A recusa de cobertura securitária, sob a 
alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos 
prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado.” 
II - Incorreta. Fundamento: Súmula 597 do STJ. “A cláusula contratual de plano de saúde 
que prevê carência para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de 
emergência ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 
horas contado da data da contratação.” Portanto, só é abusiva se o prazo estabelecido for 
superior a 24 horas. A expressão “qualquer prazo”, constante da assertiva, a deixa 
incorreta. 
III - Correta. Fundamento: Súmula 602 do STJ. “O Código de Defesa do Consumidor é 
aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.” 
A alternativa correta é a C. 
 
23.​ A respeito de cobrança de dívidas e cadastros de inadimplentes, de prescrição, de 
práticas comerciais abusivas e de oferta e publicidade, assinale a opção correta, de acordo 
com a jurisprudência do STJ. 
A) A cobrança indevida de pagamento por serviços de telefonia enseja a condenação da 
empresa prestadora do serviço por danos morais presumidos, independentemente de 
efetuada a inscrição do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes. 
B) A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida de 
consumidor em cadastro de inadimplentes promovida por instituição financeira aplica-se o 
prazo prescricional de três anos, previsto no Código Civil. 
C) Em salas de cinema, a prática de compelir consumidor espectador a comprar todo e 
qualquer produto dentro da própria sala de exibição de filmes não é abusiva, por ser essa 
atividade de caráter complementar à principal. 
D) A responsabilidade do comerciante é subsidiária à do fabricante no caso de o vendedor 
se aproveitar de publicidade enganosa do fabricante para a comercialização do produto. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A simples cobrança indevida não 
gera dano moral. Ao contrário, a inscrição indevida em serviço de proteção ao crédito 
implica em dano moral “in re ipsa”, presumido, e que sequer exige produção de prova. 
B) CORRETA. Fundamento: art. 206, § 3º, V do CC e jurisprudência do STJ. O prazo 
aplicável é aquele do Código Civil, aplicável às pretensão de reparar dano. O prazo de 5 
anos previsto no CDC (art. 27) só se aplica à situação de fato do produto ou do serviço. 
C) INCORRETA. Fundamento: art. 6º, II e art. 39, I do CDC, e jurisprudência do STJ. Para o 
tribunal, a situação exposta na assertiva implica em venda casada, prática vedada pelo 
CDC. 
D) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. De acordo com os precedentes do 
tribunal, “é solidária a responsabilidade entre aqueles que veiculam publicidade enganosa e 
os que dela se aproveitam, na comercialização de seu produto”. 
 
24.​ À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta, a respeito de práticas e 
cláusulas abusivas elencadas no Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
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A) A exigência de indicação da classificação internacional de doenças (CID) para 
cobertura de exames e pagamento de honorários médicos pelas operadoras de planos de 
saúde é lícita. 
B) A mera negativa de sociedade empresária do ramo securitário a consumidor que deseje 
contratar seguro de vida é lícita, se o fundamento da recusa for a complexidade técnica da 
atividade do contratado. 
C) Nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção 
decorrente de incorporação imobiliária, é abusiva cláusula que estipule cobrança de juros 
compensatórios incidentes em período anterior à entrega das chaves. 
D) Em contrato de prestação de serviço de telefonia fixa, cláusula que preveja a cobrança 
de tarifa básica pelo uso dos serviços é considerada abusiva. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. “Não é abusiva a exigência de 
indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como condição de deferimento, 
nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde, 
bem como para o pagamento de honorários médicos.” 
B) INCORRETO. Fundamento: art. 39, IX do CDC e jurisprudência do STJ. “A negativa pura 
e simples de contratar seguro de vida é ilícita, violando a regra do art. 39, IX, do CDC. 
Diversas opções poderiam substituir a simples negativa de contratar, como a formulação de 
prêmio mais alto ou ainda a redução de cobertura securitária, excluindo-se os sinistros 
relacionados à doença preexistente, mas não poderia negar ao consumidor a prestação de 
serviços. (...) Ainda que o ramo securitário consubstancie atividade de alta complexidade 
técnica, regulada por órgão específico, a contratação de seguros está inserida no âmbito 
das relações de consumo, portanto tem necessariamente de respeitar as disposições do 
CDC. A recusa da contratação é possível, como previsto na Circular Susep n. 251/2004, 
mas apenas em hipóteses realmente excepcionais.” 
C) INCORRETO. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte entende que “não é abusiva a 
cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega das 
chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o 
regime de incorporação imobiliária”. 
D) INCORRETO. Fundamento: Súmula 356 do STJ. “É legítima a cobrança da tarifa básica 
pelo uso dos serviços de telefonia fixa”. 
 
25.​ Se determinada mercadoria apresentar vício do produto poucos dias após a sua 
aquisição, o consumidor terá direito à reparação do vício 
A) diretamente pelo comerciante, por ser subsidiária a responsabilidade do fabricante. 
B) pelo fabricante em até sete dias, caso a mercadoria seja essencial. 
C) no prazo prescricional de noventa dias, caso seja produto durável. 
D) pelo comerciante, pela assistência técnica ou pelo fabricante, no prazo de trinta dias. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte possui entendimento 
construído recentemente, no sentido de que é “direito subjetivo do consumidor levar o 
produto viciado diretamente ao comerciante, à assistência técnica ou ao fabricante, o que 
lhe for mais conveniente.” 
B) INCORRETA. Fundamento: art. 18, § 1º do CDC. O prazo para o reparo do vício é de 30 
dias. Ademais, o STJ possui entendimento construído recentemente, no sentido de que é 
“direito subjetivo do consumidor levar o produto viciado diretamente ao comerciante, à 
 
 
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assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais conveniente.” 
C) INCORRETA. Fundamento: art. 26 do CDC. O prazo para reclamar de vício do produto 
não é prescricional, mas sim decadencial. 
D) CORRETA. Fundamento: jurisprudência do STJ. A corte possui entendimento construído 
recentemente, no sentido de que é “direito subjetivo do consumidor levar o produto viciado 
diretamente ao comerciante, à assistência técnica ou ao fabricante, o que lhe for mais 
conveniente.” Em relação ao prazo de 30 dias esse deve ser observado se o produto for 
“não durável” - art. 26 do CDC. A questão, entretanto, não menciona se o produto é durável 
ou não durável. 
 
26.​ A atual doutrina da proteção integral, que rege o direito da criança e do adolescente, 
reconhece crianças e adolescentes como 
A) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, mas que devem ser 
responsabilizados pela própria situação de irregularidade. 
B) sujeitos de direito, devendo o Estado, a família e a sociedade lhes assegurar direitos 
fundamentais. 
C) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, sendo o Estado o principal 
responsável por lhes assegurar direitos. 
D) sujeitos de direito que devem ser responsabilizados pela própria situação de 
irregularidade. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente abandonou a doutrina de que 
crianças e adolescentes sejam objeto de proteção. 
B) CORRETO. A Doutrina da Proteção Integral parte da concepção de que as normas que 
tratam de crianças e de adolescentes devem reconhecer que estão sujeitos à proteção 
prioritária, em todos os direitos pertinentes a qualquer ser humano, uma vez que estão em 
desenvolvimento biológico, social, físico, psicológico e moral. A adoção da doutrina da 
proteção integral é fruto da Convenção Internacional dos Direitos da Criança ( Apesar da 
denominação da convenção não incluir adolescente, ela tem como padrão internacional que 
todo menor de 18 anos é considerado criança; portanto, sendo possível a compatibilidade 
com o ordenamento jurídico brasileiro). 
Ao contrário do antigo e revogado Código de Menores, o qual considerava crianças e 
adolescente objeto de direitos, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que essas 
pessoas em formação são sujeitos de direito, ou seja, são considerados com mais 
humanidade. 
O dever do Estado, da família e da sociedade de garantir os direitos fundamentais das 
crianças e dos adolescentes está no art. 227 da Constituição Federal, repetido no ECA. 
Vejamos: 
“Art. 227 da CF/88. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
Art. 4º do ECA. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. “ 
 
 
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C) INCORRETO, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente abandonou a doutrina de que 
crianças e adolescentes sejam objeto de proteção. 
D) INCORRETO, pois não se usa a expressão “situação de irregularidade”. Quando uma 
criança ou adolescente está em circunstâncias contrárias à ordem jurídica, se diz que está 
em “situação de risco”, nos termos do art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
cabendo ao poder público averiguar as causas e circunstâncias para aplicação de medidas 
protetivas e/ou socioeducativas. 
 
27.​ Assinale a opção que indica medida de proteção à criança e ao adolescente prevista 
no ECA e aplicável quando os direitos reconhecidos desse grupo social forem ameaçados 
ou violados. 
A) colocação da criança ou do adolescente em família substituta 
B) intervenção mínima 
C) obrigação de reparar o dano 
D) internação da criançaou do adolescente em estabelecimento educacional 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETO, pois esta assertiva indica uma medida protetiva. 
Vejamos: 
“Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
(...) IX - colocação em família substituta.” 
B) INCORRETO, pois não se trata de medida protetiva, mas de princípio que rege a 
aplicação de medidas protetivas (art. 100, parágrafo único, VII, do ECA). 
Vejamos: 
“intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e 
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da 
criança e do adolescente”. 
C) INCORRETO, pois a obrigação de reparar o dano é medida socioeducativa e não 
medida protetiva (art. 112, II, do ECA). 
D) INCORRETO, pois não se trata de medida protetiva prevista no art. 101 do ECA. 
 
28. ​Gabriel, brasileiro, com onze anos de idade e residente no Brasil, foi autorizado por 
seus pais a viajar desacompanhado para a Argentina, a fim de visitar familiares. Tal 
autorização foi formulada por escrito na presença de autoridade consular brasileira, que 
também assinou o documento. Conforme a Resolução n.º 131/2011 do Conselho Nacional 
de Justiça, que dispõe sobre a concessão de autorização de viagem para o exterior de 
crianças e adolescentes brasileiros, Gabriel: 
A) não poderá realizar a viagem, porque, nessas condições, é obrigatória autorização 
judicial, em razão de sua idade. 
B) não poderá realizar a viagem, porque a autorização assinada por seus pais não teve 
firma reconhecida. 
 
 
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C) poderá realizar a viagem, desde que a autorização dos seus pais seja homologada por 
juiz competente. 
D) poderá realizar a viagem, pois a assinatura da autoridade consular valida a autorização 
de seus pais. 
COMENTÁRIOS: 
C) CORRETO, pois, conforme §2º do art.. 8º da Resolução 131/2011 do CNJ, “Ainda que 
não haja reconhecimento de firma, serão válidas as autorizações de pais ou responsáveis 
que forem exaradas na presença de autoridade consular brasileira, devendo, nesta 
hipótese, constar a assinatura da autoridade consular no documento de autorização.” 
 
29.​ De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao tomar conhecimento de ameaça ou 
violação aos direitos de crianças e adolescentes, é competente, em regra, para determinar 
a 
A) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e 
promoção da família, da criança e do adolescente. 
B) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente. 
C) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar. 
D) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETO, pois esta assertiva descreve uma das medidas protetivas de atribuição do 
Conselho Tutelar. 
Vejamos: 
“Art. 136 do ECA - São atribuições do Conselho Tutelar: I - atender as crianças e 
adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no 
art. 101, I a VII (medidas de proteção, com exceção da inclusão em programa de 
acolhimento familiar e colocação em família substituta); 
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade 
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) IV - inclusão em 
serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da 
criança e do adolescente;” 
B) INCORRETO, pois a destituição da tutela é reserva da jurisdição da infância e juventude. 
C) INCORRETO, pois a colocação em programa de acolhimento familiar é reserva da 
jurisdição da infância e juventude. 
D) INCORRETO, pois a decretação da perda da guarda é reserva de jurisdição do Poder 
Judiciário. 
 
30.​ De acordo com a Lei n.º 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento 
Socioeducativo (SINASE), compete à União 
A) desenvolver e oferecer programas próprios de atendimento a adolescentes infratores. 
B) criar, desenvolver e manter programas para a execução de medida socioeducativa de 
internação. 
C) garantir a defesa técnica do adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional. 
 
 
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D) instituir e manter processo de avaliação dos sistemas de atendimento socioeducativo. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO, pois é VEDADO à União o desenvolvimento e a oferta de programas 
próprios de atendimento (art. 3º, §1º, do ECA). 
B) INCORRETO , pois não está previsto no art. 3º da Lei do SINASE. Além do mais, tal 
atribuição é do Estado (Art. 4º, III, da Lei do SINASE) 
C) INCORRETO, pois não está previsto no art. 3º da Lei do SINASE. Além do mais, a 
defesa técnica, além de feita por advogado constituído, pode ser realizado pela Defensoria 
Pública ou por advogado dativo, este nomeado pelo juízo estadual com competência para a 
infância e juventude. 
D) CORRETO, pois reflete a dicção do art. 3º, VII, da Lei do SINASE. 
Vejamos: 
“Art. 3º da Lei do SINASE - Compete à União: (...) VII - instituir e manter processo de 
avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos, entidades e 
programas;” 
 
31. ​Com relação às escolas e tendências penais, julgue os itens seguintes. 
I De acordo com a escola clássica, a responsabilidade penal é lastreada na imputabilidade 
moral e no livre-arbítrio humano. 
II A escola técnico-jurídica, que utiliza o método indutivo ou experimental, apresenta as 
fases antropológica, sociológica e jurídica. 
III A escola correcionalista fundamenta-se na proposta de imposição de pena, com caráter 
intimidativo, para os delinquentes normais, e de medida de segurança para os perigosos. 
Para essa escola, o direito penal é a insuperável barreira da política criminal. 
IV O movimento de defesa social sustenta a ressocialização do delinquente, e não a sua 
neutralização. Nesse movimento, o tratamento penal é visto como um instrumento 
preventivo. 
Estão certos apenas os itens 
 A) I e III. 
 B) I e IV. 
 C) II e III. 
 D) II e IV. 
COMENTÁRIOS: 
I - CORRETO. De acordo com a Escola Clássica, o homem era moralmente imputável em 
virtude de seus atos externos, praticados por ação ou omissão, tinha o livre arbítrio como 
fundamento. 
II - INCORRETO. Já que a escola técnico-jurídica, ao contrário do que diz o item II, busca 
um estudo puro do Direito Penal, que não sofre intervenção e nem diálogo com a 
antropologia e sociologia. 
III - INCORRETO. A Escola Correlacionista busca a recuperação do indivíduo. 
IV - CORRETO. O movimento de defesa social se funda na responsabilidade social, cujo 
 
 
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tratamento penal é visto como um instrumento preventivo e não intimidatório. 
32. ​Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais 
previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação é um 
exemplo de lei penal 
A) excepcional. 
B) temporária. 
C) corretiva. 
D) intermediária. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO. Lei excepcional é aquela cuja vigência só existe em uma situação de 
anormalidade. 
B) CORRETA. ​Lei temporária é aquela que tem prazo de vigência previamente definido no 
tempo 
C) INCORRETO. Lei penal corretiva ou interpretativa: é aquela criada para dar significado a 
lei penal anterior, isto é, para interpretar o seu conteúdo, explicitando-lhe o significado. 
D) INCORRETO. Aplicável no caso de sucessão de leis penais, é mais benéfica ao réu. 
Mesmo que não seja a Lei emvigor à época da infração penal, ou vigente à época do 
julgamento. 
 
33.​ De acordo com o STJ, a prática de falta grave pelo condenado durante o cumprimento 
da pena 
A) não interrompe a contagem do prazo para obtenção de livramento condicional. 
B) não interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de 
pena. 
C) interrompe a contagem do prazo para obtenção de comutação de pena. 
D) interrompe a contagem do prazo para obtenção de indulto e saída temporária. 
COMENTÁRIOS: 
A) CORRETO, entendimento sumulado STJ - ​ Súmula 441-STJ: A falta grav​e não 
interrompe​ o prazo para obtenção do livramento condicional. 
B) INCORRETO interrompe o prazo para progressão de regime - entendimento STJ. 
Súmula 534-STJ: A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a 
progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento 
dessa infração. 
C) INCORRETO, não há essa previsão. 
D) INCORRETO, não há essa previsão. 
 
34.​ Roger, empresário, omitiu da folha de pagamento da sua empresa empregados 
segurados pelo INSS e suprimiu as respectivas contribuições sociais previdenciárias. 
Nesse caso, Roger cometeu crime 
 
 
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A) contra a ordem tributária, previsto na Lei n.º 8.137/1990, para o qual é prevista a 
isenção da pena, desde que o agente seja primário e o valor das contribuições devidas 
seja inferior ao mínimo para o ajuizamento de execução fiscal. 
B) classificado como próprio e que configura norma penal em branco, uma vez que 
necessita de complementação pela legislação previdenciária. 
C) que admite a forma tentada e que se consuma a partir da apresentação da guia para 
recolhimento previdenciário emitida com dados incompletos. 
D) com isenção da pena ou, a critério do juiz, somente com pena de multa, caso o agente 
declare espontaneamente as contribuições devidas antes do início da execução fiscal. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO. O crime trazido pela questão é de sonegação de contribuição 
previdenciária, insculpido no art. 337-A do Código Penal. O bem jurídico tutelado são os 
crimes praticados por particular contra a administração em geral e não contra a ordem 
tributária, como afirmado nesta alternativa. 
B) CORRETO. ​O crime é próprio, pois diz respeito ao responsável pelas informações 
levadas à Previdência. ​Trata-se de uma norma penal em branco heterogênea, uma vez que 
é complementada por outra norma prevista em diploma normativo diverso, qual seja, o 
Decreto 3.048/1999 - Regulamento da Previdência Social, art. 225, incisos I e IV. 
C) INCORRETO. O delito de sonegação de contribuição previdenciária consuma-se com a 
supressão ou a redução da contribuição mediante as omissões referidas nos incisos do art. 
337- A. É, portanto, crime material, instantâneo e admite tentativa. 
D) INCORRETO. De acordo com o §1º do art. 337-A, é extinta a punibilidade quando o 
agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições antes do início da ação 
fiscal. 
 
35.​ Julgue os itens a seguir, relativos a delitos de natureza sexual. 
I Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento 
caracteriza contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor. 
II Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de 
idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico 
denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. 
 III Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém 
específico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado 
hediondo. 
IV Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, 
como meio de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico 
previsto no ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do 
Código Penal. 
 Estão certos apenas os itens 
A) I e III. 
B) I e IV. 
C) II e III. 
D) II e IV. 
 
 
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COMENTÁRIOS: 
I Praticar, em local público, ato libidinoso contra alguém e sem o seu consentimento 
caracteriza contravenção penal tipificada como importunação ofensiva ao pudor. 
A lei 13718/2018 revogou o art. 61 da lei de contravenções penais, que tratava a presente 
conduta como importunação ofensiva ao pudor. Logo, atualmente, como continuidade típico 
normativa, presente no art. 215-A, CP, trata-se de crime de importunação sexual praticar 
contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria 
lascívia ou a de terceiro, com pena de reclusão de 1 a 5 anos. 
II Praticar conjunção carnal com o parceiro na presença de menor de catorze anos de 
idade, a fim de satisfazer a própria lascívia, configura, a princípio, o tipo penal específico 
denominado satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. 
Art. 218-A, CP - Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente - 
Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: 
Pena, reclusão, de 2 a 4 anos. 
III Praticar ato obsceno em praça pública, ainda que sem a intenção de ultrajar alguém 
específico, configura crime de importunação sexual, que, por equiparação, é considerado 
hediondo. 
O crime de ato obsceno está previsto no art. 233, CP: Praticar ato obsceno em lugar 
público, ou aberto ou exposto ao público, com pena de 3 a 1 ano, ou multa. O crime de 
importunação sexual está no art. 215-A. Assim, tratam-se de crimes distintos, além dessa 
observação, nenhum dos dois crimes são crimes hediondos, pois não estão no rol taxativo 
da lei 8072/1990. 
IV Divulgar na Internet fotografias de conteúdo pornográfico envolvendo adolescente, como 
meio de vingança pelo término de relacionamento, configura crime específico previsto no 
ECA, o que afasta a incidência do novo tipo penal previsto no art. 218-C do Código Penal. 
A vítima, no art. 218-C, deve ser maior de 18 (dezoito) anos, na medida em que, caso seja 
menor de idade, ocorrerá o crime do art. 241-A do ECA. 
Portanto, a correta é a letra D, conforme comentários. 
 
36.​ A respeito de autoria e participação no âmbito penal, é correto afirmar que 
A) a autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre 
eles para a realização da conduta. 
B) o crime de falso testemunho é classificado como crime próprio e nele são admitidas 
tanto a coautoria quanto a autoria mediata. 
C) a participação, que pode ser moral ou material, é admitida até a consumação do crime. 
D) a teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para ​que 
o partícipe seja punido. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO. Ocorre quando duas ou mais pessoas, ignorando a contribuição da outra, 
agem visando a produção de um mesmo resultado. Inexiste concurso por ausência de liame 
subjetivo. 
B) INCORRETO. O crime de falso testemunho é crime de mão-própria e não admite 
coautoria. 
 
 
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C) ​CORRETO. ​A participação realmente pode ser moral e material. Ademais, só se 
configura até a consumação do crime. Se surgir o vínculo após o delito ter se consumado,teremos um delito autônomo 
D) INCORRETO. A teoria da acessoriedade limitada entende que o fato principal (praticado 
pelo autor do crime) seja típico e ilícito para que o partícipe seja punido. 
 
37. ​A respeito de crimes contra a pessoa, é correto afirmar que 
A responderá pela prática de crime contra a vida o agente que anuncia produtos ou 
métodos abortivos. 
B responderá por homicídio qualificado o agente que matar para assegurar a execução, 
ocultação, impunidade ou vantagem de uma contravenção penal. 
C o crime de homicídio admite interpretação analógica no que diz respeito à qualificadora 
que indica meios e modos de execução desse crime. 
D o agente que matar sua empregadora por ter sido dispensado sem justa causa 
responderá por feminicídio, haja vista a vítima ser mulher. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO. ​Responderá pela contravenção penal prevista no art. 20 do Decreto-Lei 
3.688/41: "Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto. 
B) INCORRETO. ​Masson explica que há a qualificadora da conexão quando o homicídio 
está de algum modo ligado a outro ​crime e que não existe a qualificadora na relação entre 
homicídio e contravenção penal, pois a palavra “crime” foi empregada de forma técnica no 
art. 121, § 2º, V, do Código Penal. 
C) CORRETO. ​Interpretação analógica é a que se verifica quando a lei traz uma fórmula 
casuística, isto é, fechada, seguida de uma fórmula genérica, isto é, de uma válvula de 
escape, aberta. Porque é impossível prever todas as situações que possam ocorrer no caso 
concreto. 
D) INCORRETO. ​Responderá por femicídio e não por feminicídio. Feminicídio é homicídio 
doloso cometido contra a mulher por razões de condição do sexo feminino. Femicídio é todo 
e qualquer homicídio de mulher. 
 
38.​ Lúcio, inimputável por doença mental, após três anos de internação em hospital de 
custódia, foi liberado pelo juiz da execução, em decorrência de parecer favorável da 
perícia médica da instituição. Depois de sete meses da liberação, Lúcio foi detido 
novamente pela prática de conduta delitiva de natureza sexual. Nesse caso, o 
restabelecimento da internação 
A) é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu antes de completado um ano da 
liberação, que é condicional. 
B) não é cabível, porque a liberação foi regular e transitou em julgado antes da ocorrência 
do novo fato delituoso. 
C) não é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu mais de seis meses após a 
liberação. 
D) é cabível, porque a liberação é incondicional e não depende da ocorrência de novo fato 
delituoso a qualquer tempo. 
COMENTÁRIOS: 
 
 
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A) CORRETO. Artigo 97, § 3º, CP: A desinternação, ou a liberação, será sempre 
condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 
1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. 
B) INCORRETO. 
C) INCORRETO. 
D) INCORRETO. 
 
39.​ Para Welzel, a culpabilidade é a reprovabilidade de decisão da vontade, sendo uma 
qualidade valorativa negativa da vontade de ação, e não a vontade em si mesma. O autor 
aponta a incorreção de doutrinas segundo as quais a culpabilidade tem caráter subjetivo, 
porquanto um estado anímico pode ser portador de uma culpabilidade maior ou menor, 
mas não pode ser uma culpabilidade maior ou menor. Essa definição de culpabilidade está 
relacionada 
A) à teoria psicológica. 
B) à teoria normativa pura, ou finalista. 
C) à teoria psicológico-normativa, ou normativa complexa. 
D) ao conceito material de culpabilidade. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETO. O agente seria culpável se era imputável no momento do crime e se havia 
agido com dolo ou culpa. 
B) CORRETO. Para essa teoria há ​somente elementos normativos: Imputabilidade, 
potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A culpa e dolo passam 
a ser elementos da conduta e, portanto, integrar o fato típico. Em relação ao dolo, 
defende-se que o dolo deixa de ser normativo para ser um dolo natural, ganhando 
autonomia, já que não mais integra a potencial consciência da ilicitude. 
C) INCORRETO. ​Ainda que o agente fosse imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só 
seria culpável se, no caso concreto, lhe pudesse ser exigido outro comportamento, que não 
o comportamento criminoso 
D) INCORRETO. Culpabilidade material é estabelecida em concreto, dirigida a um agente 
culpável que cometeu um fato típico e ilícito. Destina-se ao juiz. 
 
41. ​Acerca do princípio da identidade física do juiz, é correto afirmar que 
A) a doutrina relaciona esse princípio com os subprincípios da oralidade, da concentração 
dos atos e da imediatidade. 
B) o Código de Processo Penal dispõe expressamente hipóteses de limitação de aplicação 
desse princípio. 
C) o STF restringiu a eficácia desse princípio ao estabelecer o encerramento da instrução 
processual penal como marco para a prorrogação da competência quanto aos limites do 
foro por prerrogativa de função. 
D) a oposição de embargos declaratórios contra sentença condenatória proferida por juiz 
substituto é hipótese na qual se prorroga a competência desse magistrado, em obediência 
ao referido princípio. 
 
 
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COMENTÁRIOS: 
A) ​CORRETA. ​Há essa correlação. O princípio da identidade física do juiz possui correlação 
com os princípios da oralidade, da concentração dos atos e da imediatidade, pois, de 
acordo com o §2º do art. 399 do CPP, “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a 
sentença.” 
 
42.​ À luz da jurisprudência dos tribunais superiores e da legislação a respeito dos sujeitos 
do processo penal, é correto afirmar que 
A) o Código de Processo Penal faculta que o juiz, de ofício, ordene a produção de provas, 
desde que tenha sido iniciada a ação penal. 
B) é exigida a outorga de poderes especiais para que a defensoria pública atue como 
representante do assistente de acusação. 
C) a nomeação judicial de núcleo de prática jurídica para patrocinar a defesa de réu 
dispensa procuração outorgada por ele. 
D) as hipóteses de suspeição do juiz estão elencadas taxativamente no Código de 
Processo Penal, não se admitindo interpretação extensiva dessa lista. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. O art. 156, I do CPP autoriza a produção antecipada de provas antes de 
iniciada a ação penal. 
B) INCORRETA. ​Não há essa exigência. 
C) CORRETA. ​Segundo entendimento do STF, dispensa a procuração, vide STJ - 
EAresp 798.496-DF. 
D) INCORRETA. ​O próprio Código ressalva outras hipóteses. 
 
43.​ A respeito do procedimento de competência do tribunal do júri, assinale a opção 
correta. 
A) O quesito que se refere à desclassificação do delito deve ser respondido antes do 
quesito genérico da absolvição. 
B) No excesso de linguagem em decisão de pronúncia, a nulidade poderá ser evitada com 
a determinação do desentranhamento ou envelopamento da decisão. 
C) Os jurados poderão requerer a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às 
provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. 
D) A inércia da defesa para apresentar alegações finais, quando devidamente intimada, 
acarreta nulidade processual se o juiz não nomear defensor para suprir a omissão. 
COMENTÁRIOS: 
A) INCORRETA. Antes do segundo ou terceiro quesito. 
B) INCORRETA. Ainda assim, a nulidade será reconhecida. 
C) CORRETA. Literalidade do art. 473, CPP. 
 
 
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TJ PR 2019 (CESPE) 
Prova comentada 
 
D) INCORRETA. Se

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