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Intensivo TJSP 
SIMULADO IX 
 
Bloco I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1- Assinale a alternativa correta: 
I- O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua 
idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, 
declarou-se maior. 
II- O deficiente interditado não pode casar-se sem a autorização do curador. 
III- A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para exercer o direito à guarda, à 
tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenais I e III estão corretas. 
Comentários: D 
I- Correta. Art. 180, CC. 
II- Incorreta. Art. 6º, Estatuto da Pessoa com Deficiência: “A deficiência não afeta a plena capacidade 
civil da pessoa, inclusive para: 
I - casar-se e constituir união estável; 
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; 
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre 
reprodução e planejamento familiar; 
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; 
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e 
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.” 
III- Correta. Art. 6º, VI, Estatuto da Pessoa com Deficiência 
 
 
 
 
2- Assinale a alternativa correta: 
I- Segundo o CC/02, assembleia escolherá um síndico, que deverá ser condômino, para administrar o 
condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. 
II- As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não associados ou os 
que a elas não anuíram. 
III- Ainda que, na vigência do CC/1916, tenha sido estipulado, na convenção original de condomínio, ser 
irrevogável e irretratável cláusula que prevê a divisão das despesas do condomínio em partes iguais, 
admite-se ulterior alteração da forma de rateio, mediante aprovação de 2/3 dos votos dos condôminos, 
para que as expensas sejam suportadas na proporção das frações ideais 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
Gabarito: C 
I- Incorreta. Art. 1.347, CC: “A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para 
administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.” 
II- Correta. “As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não 
associados ou os que a elas não anuíram. As obrigações de ordem civil, sejam de natureza real sejam de 
natureza contratual, pressupõem, como fato gerador ou pressuposto, a existência de uma lei que as 
exija ou de um acordo firmado com a manifestação expressa de vontade das partes pactuantes, pois, em 
nosso ordenamento jurídico positivado, há somente duas fontes de obrigações: a lei ou o contrato. 
Nesse contexto, não há espaço para entender que o morador, ao gozar dos serviços organizados em 
condomínio de fato por associação de moradores, aceitou tacitamente participar de sua estrutura 
orgânica. Com efeito, na ausência de uma legislação que regule especificamente a matéria em análise, 
deve preponderar o exercício da autonomia da vontade - a ser manifestado pelo proprietário ou, 
inclusive, pelo comprador de boa-fé -, emanada da própria garantia constitucional da liberdade de 
associação e da legalidade, uma vez que ninguém pode ser compelido a fazer algo senão em virtude de 
lei. De igual modo, incabível o entendimento de que a vedação ao enriquecimento ilícito autorizaria a 
cobrança pelos serviços usufruídos ou postos à disposição do dono do imóvel inserto em loteamento, 
independentemente de ser ou não associado. Isso porque adotar esse posicionamento significaria 
 
esvaziar o sentido e a finalidade da garantia fundamental e constitucional da liberdade de associação, 
como bem delimitou o STF no julgamento do RE 432.106-RJ (DJe 4/11/2011), encontrando a matéria, 
inclusive, afetada ao rito da repercussão geral (RG no AI 745.831-SP, DJe 29/11/2011). De fato, a 
jurisprudência não pode esvaziar o comando normativo de um preceito fundamental e constitucional 
em detrimento de um corolário de ordem hierárquica inferior, pois, ainda que se aceite a ideia de 
colisão ou choque de princípios - liberdade associativa (art. 5º, XX, da CF) versus vedação ao 
enriquecimento sem causa (art. 884 do CC) -, o relacionamento vertical entre as normas - normas 
constitucionais e normas infraconstitucionais, por exemplo - deve ser apresentado, conforme a 
doutrina, de tal forma que o conteúdo de sentido da norma inferior deve ser aquele que mais 
intensamente corresponder ao conteúdo de sentido da norma superior. Ademais, cabe ressaltar que a 
associação de moradores é mera associação civil e, consequentemente, deve respeitar os direitos e 
garantias individuais, aplicando-se, na espécie, a teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Concluindo, a aquisição de imóvel situado em loteamento fechado em data anterior à constituição da 
associação não pode impor a cobrança de encargos ao adquirente que não se associou nem a ela aderiu. 
Igualmente, se a compra se opera em data posterior à constituição da associação, na ausência de fonte 
criadora da obrigação - lei ou contrato -, é defeso ao poder jurisdicional, apenas calcado no princípio do 
enriquecimento sem causa, em detrimento dos princípios constitucionais da legalidade e da liberdade 
associativa, instituir um dever tácito a terceiros, pois, ainda que se admita a colisão de princípios 
norteadores, prevalece, dentre eles, dada a verticalidade de preponderância, os preceitos 
constitucionais, cabendo tão-somente ao STF, no âmbito da repercussão geral, afastá-los se assim o 
desejar ou entender. Precedentes citados: EREsp 444.931-SP, Segunda Seção, DJ 1º/2/2006; AgRg nos 
EDcl no Ag 715.800-RJ, Terceira Turma, DJe 12/12/2014; e EDcl no REsp 1.322.723-SP, Quarta Turma, 
DJe 29/8/2013.” REsp 1.280.871-SP e REsp 1.439.163-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para 
acórdão Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, julgados em 11/3/2015, DJe 22/5/2015. 
III- Correta. “Ainda que, na vigência do CC/1916, tenha sido estipulado, na convenção original de 
condomínio, ser irrevogável e irretratável cláusula que prevê a divisão das despesas do condomínio 
em partes iguais, admite-se ulterior alteração da forma de rateio, mediante aprovação de 2/3 dos 
votos dos condôminos, para que as expensas sejam suportadas na proporção das frações ideais. De 
fato, não há como obrigar - sem que haja previsão legal - que os atuais condôminos ou os eventuais 
futuros adquirentes das unidades fiquem eternamente submetidos às regras impostas na convenção 
original. Basta imaginar a existência de condomínios centenários, cujas unidades imobiliárias já 
passaram por várias gerações de proprietários sem que remanescesse nenhum proprietário original. 
 
Nesse cenário, ao admitir a perpetuação de cláusula pétrea, estar-se-ia engessando de maneira 
desarrazoada a vontade dos condôminos e a soberania das deliberações assembleares, que nem mesmo 
pela unanimidade de votos poderiam alterar as cláusulas gravadas pela irrevogabilidade e pela 
irretratabilidade. Na hipótese em análise, reforça a legitimidade da alteração o fato de ser aprovada 
pela maioria dos condôminos e de obedecer ao quórum legal de 2/3 dos condôminos (art. 1.351 do 
CC/2002), observando-se a forma de rateio (na proporção da fração ideal) prevista no novo Código Civil 
(art. 1.336, I), o que afasta qualquer alegação, por parte de eventual condômino que não concorde com 
a modificação, de ofensa aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade ou da vedação ao 
enriquecimento ilícito. Além disso,tendo em vista a natureza estatutária da convenção de condomínio, 
que autoriza a aplicação imediata do regime jurídico previsto no novo Código Civil, não há espaço para 
falar em violação do direito adquirido e do ato jurídico perfeito (REsp 722.904-RS, Terceira Turma, DJ 
1º/7/2005; e REsp 1.169.865-DF, Quarta Turma, DJe 2/9/2013).” REsp 1.447.223-RS, Rel. originário Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 16/12/2014, 
DJe 5/2/2015. 
 
3- Assinale a alternativa incorreta, segundo o STJ: 
a) Na dissolução de união estável, é possível a partilha dos direitos de concessão de uso para moradia de 
imóvel público. 
b) O benefício de previdência privada fechada é excluído da partilha em dissolução de união estável 
regida pela comunhão parcial de bens. 
c) O bem imóvel adquirido a título oneroso na constância da união estável, regida pelo estatuto da 
comunhão parcial, e recebido individualmente por um dos companheiros, através de doação pura e 
simples realizada pelo outro, deve ser incluído no monte partilhável. 
d) O contrato de convivência adotando regime de bens diverso da comunhão parcial não exige escritura 
pública, apenas a forma escrita. 
Gabarito: C 
a) Correta. “Na dissolução de união estável, é possível a partilha dos direitos de concessão de uso para 
moradia de imóvel público. A discussão dos autos está em definir sobre a possibilidade de partilha dos 
direitos à concessão de uso em imóvel público, decorrente de programa habitacional voltado à 
população de baixa renda. Inicialmente, cumpre salientar que os entes governamentais têm se valido do 
instituto da concessão de uso como meio de concretização da política habitacional e de regularização 
fundiária, conferindo a posse de imóveis públicos para a moradia da população carente. 
 
Especificamente com relação à concessão de uso especial para fins de moradia, sua previsão legal deu-
se, inicialmente, pelo Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01, art. 4°, V, h), como espécie do gênero 
concessão de uso, em um mecanismo voltado a conferir efetividade à função social das cidades e da 
propriedade urbana, regularizando áreas públicas ocupadas por possuidores e suas famílias. No entanto, 
em razão do veto presidencial de diversos outros dispositivos, sua regulamentação só veio a ser 
efetivada pela MP n. 2.220/2001. Trata-se de hipótese, cuja natureza contratual foi afastada pela 
doutrina, por ser uma atividade vinculada, voltada a reconhecer ao ocupante, preenchidos os requisitos, 
o direito subjetivo à concessão para moradia. No caso analisado, a concessão feita pelo Estado voltou-se 
a atender a morada da família, havendo, inclusive, expedição de instrumento em favor do casal, para a 
regularização do uso e da posse do imóvel. Nesse ponto, fato é, que a concessão permitiu à família o 
direito privativo ao uso do bem. Diante desse contexto, é plenamente possível a meação dos direitos 
sobre o imóvel em comento. Apesar de não haver a transferência de domínio, a concessão também se 
caracteriza como direito real, oponível erga omnes, notadamente com a inclusão do inciso XI ao art. 
1.225 do Código Civil. Com efeito, a concessão de uso de bens destinados a programas habitacionais, 
apesar de não se alterar a titularidade do imóvel e ser concedida, em regra, de forma graciosa, possui, 
de fato, expressão econômica. Dessa forma, não há como afastar a repercussão patrimonial do direito 
em questão para fins de meação, até porque, mesmo que intitulada de gratuita, a onerosidade da 
concessão é reconhecida por conferir, segundo a doutrina, ‘ao particular o direito ao desfrute do valor 
de uso em situação desigual em relação aos demais particulares, fazendo natural que haja uma carga 
econômica a recair sobre o beneficiário’.” REsp 1.494.302-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por 
unanimidade, julgado em 13/6/2017, DJe 15/8/2017. Informativo 609. 
b) Correta. “O benefício de previdência privada fechada é excluído da partilha em dissolução de união 
estável regida pela comunhão parcial de bens. Cinge-se a controvérsia a identificar se o benefício de 
previdência privada fechada inclui-se dentro do rol das exceções do art. 1.659, VII, do CC/2002 e, 
portanto, é verba excluída da partilha em virtude da dissolução de união estável, que observa, em regra, 
o regime da comunhão parcial dos bens. Inicialmente, cumpre observar que a previdência 
complementar fechada possui natureza análoga aos institutos das pensões, meios-soldos, montepios, 
incluindo-se, por isso, nos termos "outras rendas” do art. 1.659, VII, do CC/2002. Ademais, observa-se 
que as entidades fechadas de previdência complementar, diferentemente das abertas, disponibilizam os 
planos de benefícios de natureza previdenciária apenas aos empregados atrelados a uma empresa ou 
grupo de empresas, sem se confundir, contudo, com relação laboral. Além disso, não faria sentido 
possibilitar a partilha do benefício, visto que o princípio nuclear da previdência complementar fechada é 
 
justamente o equilíbrio financeiro e atuarial. Não se pode negar que esse equilíbrio, preceito elementar 
e inerente ao sistema previdenciário, é permeado de cálculos extremamente complexos, que 
consideram para a saúde financeira da entidade, inúmeras variáveis, tais como a expectativa de vida, o 
número de participantes, o nível de remuneração atual e o percentual de substituição do benefício 
complementar. Acrescer o regime de casamento ao cálculo desequilibraria o sistema como um todo, 
criando a exigência de que os regulamentos e estatutos das entidades previdenciárias passassem a 
considerar o regime de bens de união estável ou casamento dos participantes no cálculo atuarial, o que 
não faz o menor sentido por não se estar tratando de uma verba tipicamente trabalhista, mas, sim, de 
pensão, cuja natureza é distinta. Aliás, destaca-se que tal verba não pode sequer ser levantada ou 
resgatada ao bel prazer do participante, que deve perder o vínculo empregatício com a patrocinadora 
ou completar os requisitos para tanto, sob pena de violação de normas previdenciárias e estatutárias. 
Por fim, ressalta-se que a alegada obrigação de partilha não encontra correspondente na aposentadoria 
pública, benefício pago pelo INSS, que não é incluído, em regra, na meação como "bem", em razão da 
incomunicabilidade da verba.” REsp 1.477.937-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por 
unanimidade, julgado em 27/4/2017, DJe 20/6/2017, informativo 606. 
c) Incorreta. “O bem imóvel adquirido a título oneroso na constância da união estável regida pelo 
estatuto da comunhão parcial, mas recebido individualmente por um dos companheiros, através de 
doação pura e simples realizada pelo outro, deve ser excluído do monte partilhável, nos termos do 
art. 1.659, I, do CC/2002. A discussão devolvida ao STJ está circunscrita à possibilidade ou não da 
comunhão de bem imóvel, adquirido a título oneroso na constância da união estável, mas recebido por 
um dos companheiros, mediante doação pura e simples realizada pelo outro. Inicialmente, é cediço que 
a extinção da sociedade conjugal de fato resulta na necessidade, por parte do ex-casal, de realizar a 
partilha dos bens comuns existentes, com base no regime adotado. Vale ressaltar que, não existindo 
contrato de convivência firmado entre os companheiros no intuito de regulamentar questões 
patrimoniais, aplica-se o regime supletivo da comunhão parcial de bens, nos exatos termos do art. 1.725 
do Código Civil. Desse modo, reconhecido como aplicável o regime da comunhão parcial de bens, 
também chamada de comunhão dos aquestos, comunicam-se todos os bens que sobrevierem ao casal, 
na constância da união (CC/2002, art. 1.658), excetuando-se, por outro lado, os adquiridos 
individualmente, como, por exemplo, através de doação (CC/2002, art. 1.659, I). No caso analisado, o 
bem imóvel que se pretende ver partilhado, embora adquirido pelo esforçocomum do casal, na 
constância da união estável, foi doado por um dos companheiros, de forma graciosa, ao outro, de modo 
que essa doação, por força do disposto no artigo acima citado, afasta o bem do monte partilhável, pois 
 
o que doou naquela ocasião, é de se compreender, foi justamente a sua metade naquele bem de 
ambos. Outrossim, é importante esclarecer que, a princípio, não há falar na impossibilidade de doação 
entre integrantes da mesma sociedade marital informada pelo regime da comunhão parcial de bens, 
especialmente em razão da inexistência de norma jurídica proibitiva, desde que não implique a 
redução do patrimônio do doador ao ponto de comprometer sua subsistência, tampouco possua 
caráter inoficioso, contrariando interesses de herdeiros necessários, conforme preceituado pelos arts. 
548 e 549 do CC/2002. Aliás, a própria legislação civil, no art. 544, prevê a possibilidade de doação entre 
cônjuges, quando regulamenta os efeitos sucessórios da referida doação, determinando que esta 
importará em adiantamento de herança.” REsp 1.171.488-RS, Rel. Min. Raul Araújo, por unanimidade, 
julgado em 4/4/2017, DJe 11/5/2017, informativo 603. 
d) Correta. “É válido, desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual se opta 
pela adoção da regulação patrimonial da futura relação como símil ao regime de comunhão universal, 
ainda que não tenha sido feito por meio de escritura pública. Cinge-se a controvérsia em dizer se o 
contrato de convivência estatuído entre as partes, sem registro público, dispondo sobre o 
estabelecimento de união estável e regulando as relações patrimoniais de forma similar à comunhão 
universal, é válido, notadamente no que toca à comunhão universal dos bens. Inicialmente, cumpre 
esclarecer que aos conviventes foi outorgada liberdade para acordar sobre as relações patrimoniais do 
casal, podendo firmar contrato particular de convivência, desde que pautado nos requisitos de validade 
do negócio jurídico regulado pelo art. 104 do Código Civil: capacidade dos agentes, ocorrência de vício 
de vontade ou vício social, licitude do objeto e forma prescrita em lei. Quanto a esse último requisito – 
que para o Tribunal de origem deixou de ser observado, porquanto entendeu que incidiria, à espécie, o 
disposto no art. 1.640 do CC, quanto à obrigatoriedade de escritura pública –, é de se anotar que, 
diferentemente do que ocorreu na regulação do regime de bens dentro do casamento, o Código Civil, no 
que toca aos conviventes, fixou a exigência de contrato escrito para fazer a vontade destes, ou a 
incidência do regime de comunhão parcial de bens, na hipótese de se quedarem silentes quanto à 
regulação das relações patrimoniais. Em que pese a válida preocupação de se acautelar, via escritura 
pública, tanto a própria manifestação de vontade dos conviventes quanto possíveis interesses de 
terceiros, é certo que o julgador não pode criar condições onde a lei estabeleceu o singelo rito do 
contrato escrito. Nesse particular, é significativo destacar que nem a regulação do registro de uniões 
estáveis por oficial de registro civil das pessoas naturais, feita pelo CNJ, por meio do Provimento 37/14, 
exige que a união seja averbada no registro imobiliário correspondente ao dos bens dos conviventes. 
Assim, se atendidos os requisitos de validade do negócio jurídico entabulado, o contrato de convivência 
 
é válido.” REsp 1.459.597-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 1/12/2016, DJe 
15/12/2016, informativo 595. 
 
4- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I - Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o magistrado deverá, 
independentemente de requerimento do devedor, proceder à sua redução. 
II – A ocorrência de “ferrugem asiática” na lavoura de soja enseja a resolução de contrato de compra e 
venda de safra futura em razão de onerosidade excessiva. 
III - Um promitente comprador poderá deixar de pagar as parcelas previstas em contrato alegando a 
exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido) se o promitente vendedor não 
entregar o bem objeto do negócio no prazo previsto, havendo receio concreto de que ele não 
transferirá o imóvel ao promitente comprador. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
Gabarito: C 
I – CORRETA - Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o 
magistrado deverá, independentemente de requerimento do devedor, proceder à sua redução. 
Fundamento: CC/Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação 
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, 
tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. STJ. 4ª Turma. REsp 1.447.247-SP, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 19/04/2018 (Info 627). 
II – INCORRETA - A ocorrência de “ferrugem asiática” na lavoura de soja não enseja, por si só, a 
resolução de contrato de compra e venda de safra futura em razão de onerosidade excessiva. Isso 
porque o advento dessa doença em lavoura de soja não constitui o fato extraordinário e imprevisível 
exigido pelo art. 478 do CC/2002, que dispõe sobre a resolução do contrato por onerosidade excessiva. 
STJ. 3ª Turma. REsp 866414-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/6/2013 (Info 526). 
III – CORRETA -Um promitente comprador poderá deixar de pagar as parcelas previstas em contrato 
alegando a exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido) se o promitente 
vendedor não entregar o bem objeto do negócio no prazo previsto, havendo receio concreto de que ele 
 
não transferirá o imóvel ao promitente comprador. STJ. 3ª Turma. REsp 1193739-SP, Rel. Min. Massami 
Uyeda, julgado em 3/5/2012. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br 
 
5- (2014/MPE-GO/Promotor de Justiça Substituto) 
Assinale a alternativa correta: 
a) A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, 
hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera 
administração. 
b) A cessação da condição de tutelado somente ocorre com a maioridade, já que o tutor não poderá 
emancipar o menor. 
c) Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela ou aos interditados somente podem ser vendidos 
quando houver manifesta vantagem, prescindível de autorização do juiz quando avaliados por três 
avaliadores oficiais e registrados os documentos no Cartório de Registro de Imóveis 
d) Com a autorização judicial, poderá o tutor adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante 
contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor. 
Gabarito: A 
a) Correta. Art. 1.782, CC: “A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, 
dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não 
sejam de mera administração.” 
b) Incorreta. Art. 1.763, CC: “Cessa a condição de tutelado: 
I - com a maioridade ou a emancipação do menor”. 
c) Incorreta. Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz: 
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for 
permitido; 
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando 
houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.” 
d) Incorreta. Art. 1.749, CC: “Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: 
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis 
pertencentes ao menor”. 
 
 
 
6- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisiçõescontíguas, estas se compreendem 
no legado, salvo expressa declaração em contrário do testador. 
b) Será inválido o testamento particular redigido de próprio punho quando não for assinado pelo 
testador, segundo o STJ. 
c) O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a disposição, salvo 
se, pelo contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar 
a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se. 
d) O legado de crédito, ou de quitação de dívida, terá eficácia somente até a importância desta, ou 
daquele, ao tempo da morte do testador. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. Art. 1.922, CC: “Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisições, estas, 
ainda que contíguas, não se compreendem no legado, salvo expressa declaração em contrário do 
testador.” 
b) Correta. “Será inválido o testamento particular redigido de próprio punho quando não for assinado 
pelo testador. De fato, diante da falta de assinatura, não é possível concluir, de modo seguro, que o 
testamento escrito de próprio punho exprime a real vontade do testador. A propósito, a inafastabilidade 
da regra que estatui a assinatura do testador como requisito essencial do testamento particular (art. 
1.645, I, do CC/1916 e art. 1.876, § 1º, CC/2002) faz-se ainda mais evidente se considerada a inovação 
trazida pelos arts. 1.878 e 1.879 do CC/2002, que passaram a admitir a possibilidade excepcional de 
confirmação do testamento particular escrito de próprio punho nas hipóteses em que ausentes as 
testemunhas, desde que, frise-se, assinado pelo testador. Nota-se, nesse contexto, que a assinatura, 
além de requisito legal, é mais que mera formalidade, consistindo verdadeiro pressuposto de validade 
do ato, que não pode ser relativizado.” REsp 1.444.867-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 23/9/2014, informativo 561. 
c) Correta. Art. 1903, CC. 
d) Correta. Art. 1.918, CC. 
 
7- (2017/MPE-PR/Promotor Substituto) Assinale a alternativa incorreta: 
a) O domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, é o lugar onde esta é 
exercida. 
 
b) Considera-se domicílio da pessoa natural que não tenha residência habitual o último lugar onde 
morou. 
c) Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde alternadamente viva, seu domicílio será qualquer 
delas. 
d) O domicílio das pessoas jurídicas de direito privado é o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 
 
Gabarito: B 
a) Correta. Art. 72, CC: “É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à 
profissão, o lugar onde esta é exercida.” 
b) Incorreta. Art. 73, CC: “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o 
lugar onde for encontrada.” 
c) Correta. Art. 71, CC: “Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, 
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.” 
d) Correta. Art. 75, CC: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: IV - das demais pessoas jurídicas, o 
lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial 
no seu estatuto ou atos constitutivos. 
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será 
considerado domicílio para os atos nele praticados.” 
 
 
8- (2015/FCC/TJ-PI/Juiz Substituto) Roberto doou aos filhos seu mais valioso imóvel em 20/10/2014 e, 
no mesmo dia, ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia de dívida por empréstimo que lhe foi 
concedido, em 19/09/2014, por seu amigo Pedro. Com a doação daquele imóvel, Roberto tornou-se 
insolvente, porque já tinha diversas dívidas vencidas e não pagas entre as quais a decorrente de 
negócios realizados com Manoel, sem garantia real, vencida em 08/09/2014 e não paga, além de 
contar com vários protestos cambiais. Em 18/11/2014 tomou emprestado de Antônio R$ 80.000,00, 
que não exigiu qualquer garantia e R$ 85.000,00 de Rodrigo, que exigiu fiança, prestada por José, mas 
Roberto também não pagou as dívidas a esses mutuantes. Nesses negócios, está configurada fraude 
contra credores, pela 
a) doação e constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel. 
b) doação, apenas, cuja anulação só pode ser demandada, entre os credores mencionados, por Manoel. 
 
c) doação, pela constituição de hipoteca e pela fiança, que podem ser anuladas em ação proposta por 
Manoel e por Antônio. 
d) doação, apenas, cuja anulação pode ser pleiteada por Manoel, Antônio e Rodrigo. 
Gabarito: A 
CC: “Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o 
devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados 
pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência 
for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o 
devedor insolvente tiver dado a algum credor. 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo 
sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante 
hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.” 
Note que a doação (negócio jurídico de transmissão gratuita de bens) tornou Roberto insolvente, assim, 
ela poderá ser anulada pelos credores que já o eram ao tempo desse negócio, ou seja, no caso, apenas 
Manoel, já que os outros credores assim tornaram-se apenas após a mencionada doação. 
Ademais, no mesmo dia da doação, ou seja, quando Roberto já estava insolvente, ele hipotecou um 
imóvel de sua propriedade. Assim, nos termos do art. 163, CC, essa garantia poderá ser anulada, pois há 
presunção de fraude sobre ela. 
 
9- (2017/FCC/TJ-SC/Juiz Substituto) Na transmissão das obrigações aplicam-se as seguintes regras: 
I. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao 
cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe 
nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
II. Na assunção de dívida, o novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam 
ao devedor primitivo. 
III. Salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor. 
 
IV. O cessionário de crédito hipotecário só poderá averbar a cessão no registro de imóveis com o 
consentimento do cedente e do proprietário do imóvel. 
V. Na assunção de dívida, se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com 
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiro, exceto se este conhecia o vício que 
inquinava a obrigação. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) III, IV e V. 
b) II, III e IV. 
c) I, II e IV. 
d) I, II e V. 
Comentários: D 
I- Correta. Art. 295, CC: “Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica 
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma 
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.” 
II- Correta. Art. 302, CC: “O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam 
ao devedor primitivo.” 
III- Incorreta. Art. 296, CC: “Salvo estipulação em contrário, o cedente não respondepela solvência do 
devedor.” 
IV- Incorreta. Art. 289, CC: “O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão 
no registro do imóvel.” 
V- Correta. Art. 301, CC: “Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com 
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que 
inquinava a obrigação.” 
 
10- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Se o contrato for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de 
virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de 
sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à 
esperada. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço 
recebido. 
b) Havendo estipulação em favor de terceiro, se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se 
deixar o direito de reclamar-lhe a execução, poderá o estipulante exonerar o devedor. 
 
c) Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo 
adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em 
parte, ou de todo, no dia do contrato. 
d) Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Gabarito: B 
a) Correta. Art. 459, CC. 
b) Incorreta. Art. 437, CC: “Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de 
reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.” 
c) Correta. Art. 460, CC. 
d) Correta. Art. 447, CC. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
11- Analise as assertivas a seguir e marque a alternativa CORRETA. 
I – Não é possível ao julgador, na fase de liquidação de sentença por arbitramento, acolher as 
conclusões periciais fundadas em presunções e deduções para a quantificação do prejuízo sofrido pelo 
credor a título de lucros cessantes. 
II - Na fase autônoma de liquidação de sentença, incumbe ao credor a antecipação dos honorários 
periciais. 
III - Se o credor for beneficiário da gratuidade da justiça, não se pode determinar a elaboração dos 
cálculos pela contadoria judicial. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I está correta. 
c) Apenas II está correta. 
d) Todas estão incorretas. 
Gabarito: D 
I – INCORRETA - É possível ao julgador, na fase de liquidação de sentença por arbitramento, acolher as 
conclusões periciais fundadas em presunções e deduções para a quantificação do prejuízo sofrido pelo 
credor a título de lucros cessantes. 
 
A utilização de presunções não pode ser afastada de plano, uma vez que esta espécie de prova é 
utilizada pelo direito processual nacional como forma de facilitação de provas difíceis, desde que 
razoáveis. 
Na apreciação de lucros cessantes, o julgador não pode se afastar de forma absoluta de presunções e 
deduções, porquanto deverá perquirir acerca dos benefícios legítimos que não foram realizados por 
culpa da parte ex adversa. Exigir prova absoluta do lucro que não ocorreu, seria impor ao lesado o ônus 
de prova impossível (prova diabólica). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1549467-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/9/2016 (Info 590). 
II – INCORRETA - Na fase autônoma de liquidação de sentença, incumbe ao DEVEDOR a antecipação dos 
honorários periciais. Se a perícia é obrigatória para se determinar o quantum debeatur e se já houve o 
trânsito em julgado onde se concluiu que o devedor é o “culpado”, não seria justo que o credor tivesse 
mais essa despesa. STJ. 2ª Seção. REsp 1274466-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
14/5/2014 (recurso repetitivo) (Info 541). 
III – INCORRETA - Se o credor for beneficiário da gratuidade da justiça, pode-se determinar a elaboração 
dos cálculos pela contadoria judicial. STJ. 2ª Seção. REsp 1274466-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 14/5/2014 (recurso repetitivo) (Info 541). 
Os entendimentos acima continuam válidos com o NCPC. 
Julgados extraídos do site: Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia> 
 
12- Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as disposições do Código de Processo Civil a 
respeito das obrigações de entrega e coisa e o cumprimento de sentença e tal obrigação. 
a) Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo 
de 15 (quinze) dias para o cumprimento da obrigação. 
b) O direito de retenção por benfeitorias deve ser alegado por petição e poderá ser exercido na fase de 
cumprimento de sentença. 
c) Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido 
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa 
móvel ou imóvel. 
d) Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor deverá 
individualizá-la-á na petição inicial. 
Gabarito: C 
 
a) Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, 
fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. 
b) art. 538, § 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em 
contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do 
respectivo valor. 
§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de 
conhecimento. 
c) Correta. art. 538, CPC. 
d) art. 498, parágrafo único, CPC - Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela 
quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber 
ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. 
 
13- Com relação à apelação, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) No julgamento de apelação, o Tribunal não poderá manter a sentença recorrida utilizando novos 
fundamentos legais não invocados pelo juiz na 1ª instância. 
b) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de 
instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
c) É possível que a parte junte novos documentos em sede de apelação, desde que não se trate de 
documento indispensável à propositura da ação, não haja indício de má-fé e seja garantido o 
contraditório. 
d) A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada, mas serão objeto de 
apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que 
não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. No julgamento de apelação, o Tribunal poderá manter a sentença recorrida, mas 
utilizando novos fundamentos legais não invocados pelo juiz na 1ª instância. STJ. 2ª Turma. REsp 
1352497-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/2/2014 (Info 535). CAVALCANTE, Márcio André 
Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia> 
b) Correta. Art. 1.009, CPC. Da sentença cabe apelação. 
 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo 
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
c) Correta. É possível que a parte junte novos documentos em sede de apelação, desde que atendidos 
os seguintes requisitos: a) não se trate de documento indispensável à propositura da ação; b) não haja 
indício de má fé; c) seja ouvida a parte contrária, garantindo-se o contraditório (art. 398 do CPC 1973 / 
art. 437,§ 1º do CPC 2015). STJ. 1ª Turma. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 
julgado em 17/9/2013 (Info 533). CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. 
Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia> 
d) Correta. Art. 1.013, CPC A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
§1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e 
discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo 
impugnado. 
 
14- A respeito da ação rescisória, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O CPC/2015 eliminou, como regra geral, a figura do revisor em caso de ação rescisória, mas nas ações 
rescisórias processadas e julgadas originariamente no STJ, mesmo após o advento do CPC/2015, 
continua existindo a figura do revisor. 
b) É cabível propositura da ação rescisória com base em julgados mesmo que estes não sejam de 
observância obrigatória. 
c) A decisão do STF que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado 
entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se 
for o caso, a propositura da ação rescisória própria, observado o respectivo prazo decadencial de 2 anos. 
d) Em regra, o valor da causa na ação rescisória deverá ser o mesmo que foi atribuído para a ação 
principal, devidamente atualizado monetariamente. 
Gabarito: B 
a) Correta. Ainda existe a figura do revisor na ação rescisória? 
• Nas rescisórias julgadas pelo TJ e TRF: NÃO. O CPC/2015 eliminou, como regra geral, a figura do revisor 
em caso de ação rescisória. 
• Nas rescisórias julgadas pelo STJ: SIM. Nas ações rescisórias processadas e julgadas originariamente no 
STJ, mesmo após o advento do CPC/2015, continua existindo a figura do revisor. Isso porque existe 
 
previsão específica no art. 40, I da Lei nº 8.038/90, que continua em vigor. STJ. Corte Especial. AR 5241-
DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 5/4/2017 (Info 603). 
b) Incorreta. Nos casos em que se admite a relativização da Súmula 343 do STF, não é cabível 
propositura da ação rescisória com base em julgados que não sejam de observância obrigatória. Não 
há como autorizar a propositura de ação rescisória - medida judicial excepcionalíssima - com base em 
julgados que não sejam de observância obrigatória, sob pena de se atribuir eficácia vinculante a 
acórdão que, por lei, não o possui. STJ. 3ª Turma. REsp 1655722-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 14/3/2017 (Info 600). Obs: prevalece que a Súmula 343 do STF não está mais válida tendo em vista a 
previsão contida no art. 966, V, § 5º e no art. 525, § 15 do CPC/2015. 
c) Correta. Não é possível utilizar ação declaratória de nulidade (querela nullitatis) contra título 
executivo judicial fundado em lei declarada não recepcionada pelo STF em decisão proferida em 
controle incidental que transitou em julgado após a constituição definitiva do referido título. A decisão 
do STF que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo não produz 
a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento 
diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a 
propositura da ação rescisória própria, observado o respectivo prazo decadencial de 2 anos. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1237895-ES, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/9/2015 (Info 576). 
d) Correta. A ação rescisória é uma ação e, portanto, o autor, na petição inicial, deverá indicar o valor da 
causa. Qual é o critério para se atribuir o valor da causa na ação rescisória? 
Em regra, o valor da causa na ação rescisória deverá ser o mesmo que foi atribuído para a ação principal 
(originária), devidamente atualizado monetariamente (valor da causa da ação originária + correção 
monetária). 
Exceção: é possível que, mesmo o autor tendo indicado o mesmo valor da ação principal, a parte ré 
impugne o valor da causa demonstrando que o benefício econômico pretendido na rescisória está em 
descompasso com essa fixação (ex: provando que houve uma excepcional valorização do bem 
pretendido na ação rescisória). O impugnante deverá demonstrar, com precisão, o valor correto que 
entende devido para a ação rescisória, instruindo a inicial da impugnação com os documentos 
necessários à comprovação do alegado. 
STJ. 2ª Seção. PET 9892-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/2/2015 (Info 556). 
(CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>) 
 
 
 
15- A respeito da responsabilidade patrimonial, assinale a alternativa INCORRETA, nos termos do CPC. 
a) Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo o proprietário de terreno 
submetido ao regime do direito de superfície, ou o superficiário, responderá pela dívida, 
exclusivamente, o direito real do qual é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de 
constrição exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou a plantação, no 
segundo caso. 
b) O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas 
obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
c) São sujeitos à execução os bens do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou 
de sua meação respondem pela dívida. 
d) Antes de declarar faude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, 
poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 10 dias. 
Gabarito: D 
a) Art. 791, CPC. 
b) art. 789, CPC. 
c) art. 790, IV, CPC. 
d) art. 792, §4º - o prazo é de 15 dias. 
 
16. Sobre a admissibilidade recursal no âmbito do STJ, assinale a alternativa incorreta à luz do 
entendimento mais recente do STJ: 
a) Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no 
mesmo sentido da decisão recorrida. 
b) Não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso 
especial. 
c) Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial sob o 
fundamento de que o acórdão impugnado estaria em sintonia com o entendimento firmado pelo STJ. 
d) Não cabe Recurso Especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de instrumento. 
Gabarito: D 
a)Correta. É o teor da Súmula 83/STJ. 
b)Correta. É o teor da Súmula 315/STJ. 
c) Correta. Foi o que entendeu a 1ª Seção do STJ no julgamento do EAREsp 200.299-PE (Info 610). 
 
O órgão colegiado destacou que os precedentes que deram origem a Súmula 315/STJ referem-
se ao não cabimento de embargos de divergência em sede de agravo de instrumento no recurso 
especial quando o acórdão embargado não tivesse examinado o mérito do recurso especial, limitando-
se a obstar o seu seguimento em razão da existência de óbices de admissibilidade. 
Ressaltou que, quando o acórdão embargado obsta o recurso especial com base na Súmula 
83/STJ, não restam dúvidas de que houve exame do mérito da controvérsia recursal, devendo por esta 
razão se admitir o cabimento dos embargos de divergência. 
d) Incorreta. A Súmula 86 do STJ dispõe que “Cabe Recurso Especial contra acórdão proferido no 
julgamento do agravo de instrumento”. 
 
17. Sobre a ação de interdição, assinale a alternativa incorreta: 
a) A ausência de interrogatório dá ensejo à nulidade do processo de interdição. 
b) O Ministério pode atuar em processo de interdição concomitantemente como curador do 
interditando e como fiscal da ordem jurídica. 
c) A curadoria especial do interditando será exercida pela Defensoria Pública. 
d) A morte do interditando no curso de ação de interdição não implica, por si só, a extinção do processosem resolução de mérito da ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu curador provisório, 
tendo o espólio legitimidade para prosseguir com a ação. 
Gabarito: B 
a) Correta. Esse foi o entendimento do STJ em precedente noticiado no Informativo 611. A Corte 
fundamentou que o interrogatório, atualmente chamado de “entrevista” é instituto inerente a própria 
defesa do interditando, nos seguintes termos:: 
“No que tange à necessidade de interrogatório, em que pese o disposto no art. 1.109 do CPC/73 – 
que dispõe não ser o juiz obrigado a observar critério de legalidade estrita na hipótese de 
procedimentos especiais de jurisdição voluntária – é importante que o magistrado proceda ao 
exame pessoal por meio de interrogatório, ainda que não possua conhecimentos que permitam a 
elaboração de um diagnóstico. O exame a ser feito mediante interrogatório em audiência 
pessoalmente pelo juiz não é mera formalidade. Ao contrário, é medida que garante a 
participação e a própria defesa do interditando no processo. O Novo Código de Processo Civil, 
inclusive, reformou o instituto, que passou a ser chamado de “entrevista”, ampliando os temas a 
serem perquiridos pelo juiz quando do exame pessoal, para que o interditando, sujeito de direito 
mais importante da demanda, seja melhor compreendido e ressignificado. Nessa senda, não se 
 
extrai do art. 1.109 do CPC/73 autorização para que o juiz deixe de praticar os atos processuais 
inerentes ao procedimento, máxime quando se tratar daquele que representa o direito de defesa 
da parte.” 
b) Incorreta. O STJ entendeu que é nulo o processo de interdição quando o Ministério Público atua 
concomitantemente como curador do interditando e como fiscal da ordem jurídica ante a antinomia e a 
incompatibilidade das duas funções (Info 611). 
c) Correta. Nos termos do art. 4, XVI, da Lei Complementar n. 80 de 12/1/19994 e art. 72 do CPC/2015. 
d) Correta. Essa foi a tese fixada pelo STJ no julgamento do REsp 1.444.677-SP (Info 583) 
 
18. Sobre o reexame necessário, assinale a alternativa incorreta à luz do entendimento mais recente 
do STJ: 
a) A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa 
está sujeita ao reexame necessário. 
b) No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública. 
c) É cabível a remessa necessária nas ações coletivas que versem sobre direitos individuais homogêneos. 
d) A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito controvertido for 
inferior a 60 salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. 
Gabarito: C 
a)Correta. Foi o entendimento fixado pelo STJ no julgamento dos Embargos de Divergência, noticiado no 
informativo 607. 
Destacou a Corte que, em que pese não haver previsão da remessa de ofício na Lei de 
Improbidade Administrativa, o reexame necessário é cabível, nos termos do art. 475 do CPC/1973, bem 
como “por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65, as sentenças de 
improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário”. 
b)Correta. Nos termos da Súmula 490 do STJ. 
c)Incorreta. O STJ em precedente noticiado no Informativo 612 entendeu não ser cabível a remessa 
necessária, tal como prevista para a ação popular, nas ações coletivas que versem sobre direitos 
individuais homogêneos. 
Ante a relevância da decisão, transcrevo os fundamentos: 
“No que se refere à ação civil pública, a controvérsia surge em razão de a Lei n. 7.347/85 não 
haver previsto dispositivo que verse sobre a necessidade de reexame por Tribunal, apesar das 
similitudes entre os direitos e interesses tutelados por meio desse instrumento e da ação 
 
popular, que prevê esse instituto no art. 19 da Lei n. 4.717/65. Assim, buscando norma de 
integração dentro do microssistema processual da tutela coletiva, a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de ser aplicável o reexame necessário nas hipóteses de 
ação civil pública, independentemente da presença de pessoa de direito público no polo passivo. 
No entanto, cumpre estabelecer se o mesmo entendimento deve ser aplicável às ações coletivas 
que versem sobre direitos individuais homogêneos. Nesse ponto, importante consignar que os 
direitos transindividuais e individuais homogêneos são distintos inclusive em razão de expressa 
disposição legal, nos termos do art. 81, parágrafo único, I e II, do CDC. Cuidando-se de situações 
heterogêneas, portanto, há de se questionar a possibilidade de empregar as mesmas 
consequências jurídicas. Para se obter essa resposta, importante consignar que para se valer do 
raciocínio analógico, não basta que haja semelhança entre as duas hipóteses. É necessário, 
ainda, que as semelhanças ocorram em características das situações que constituam a causa 
para que a mesma solução seja concedida à hipótese não regulamentada. As razões que 
fundamentaram o raciocínio analógico para a aplicação do art. 19 da Lei da Ação Popular a 
hipóteses de ação civil pública (Lei 7.347/85) – sua transindividualidade e sua relevância para 
a coletividade como um todo – não são observadas em litígios que versem exclusivamente 
sobre direitos individuais homogêneos, os quais são apenas acidentalmente coletivos. Isso 
porque a coletivização dos direitos individuais homogêneos tem um sentido meramente 
instrumental, com a finalidade de permitir uma tutela mais efetiva em juízo, carecendo de uma 
razão essencial ou ontológica para essa classificação.” 
d)Correta. Nos termos da Súmula 490 do STJ. 
A edição da Súmula se tornou necessária porquanto alguns julgados sustentavam que, se a 
sentença era ilíquida, deveria ser usado o valor da causa atribuído pelo autor como parâmetro para 
saber se haveria ou não reexame necessário. 
 
19. Sobre a atuação do Ministério Público, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta, à luz 
do CPC e do entendimento do STJ e do STF. 
I. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, 
ainda que não haja recurso da parte. 
II. O Ministério Público detém legitimidade para ajuizar ação coletiva em defesa dos direitos individuais 
homogêneos dos beneficiários do seguro DPVAT. 
 
III. O Ministério Público Estadual de contas possui legitimidade e capacidade postulatória para impetrar 
mandado de segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela 
respectiva Corte de Contas. 
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
d) Todas as assertivas estão corretas. 
Gabarito: D. 
I. Correta. Súmula 99, STJ. 
II. Correta. Este é o entendimento atual do STF (RE 631.111/GO) e do STJ (REsp 858.056/GO). A 
Súmula 470 do STJ que dispunha em sentido contrário foi cancelada. 
 III-Correta. Esse foi o entendimento do STJ em precedente noticiado no Informativo 611. A Corte assim 
fundamentou: 
“Como cediço, o Supremo Tribunal Federal entende que o Ministério Público junto ao Tribunal de 
Contas não dispõe de fisionomia institucional própria, razão por que seus integrantes possuem 
atuação funcional exclusiva perante as Cortes de Contas, limitada ao controle externo a que se 
refere o art. 71 da CRFB/1988. Todavia, esse entendimento não exclui a possibilidade de tal 
Parquet especial atuar fora dessas Cortes em defesa de suas prerrogativas institucionais, que é 
exatamente a hipótese analisada. Ora, se tanto a doutrina quanto a jurisprudência pacificamente 
reconhecem a legitimidade até mesmo para determinados órgãos públicos, entes 
despersonalizados e agentes políticos dotados de prerrogativas próprias, para impetração de writ 
em defesa de sua atuação funcional e atribuições institucionais, evidentemente não há razão para 
excluir a legitimação para o Ministério Público de Contasem tais casos. Na hipótese em exame, 
evidente que o objeto do Mandado de Segurança anteriormente mencionado se insere nas 
atribuições institucionais do Parquet especial. Assim, deve ser reconhecida a legitimidade ativa do 
Ministério Público de Contas Estadual para propositura de Mandado de Segurança que vise a 
questionar ato dos membros do Tribunal de Contas do Estado consubstanciado em acórdão que 
determinou a extinção e arquivamento da citada representação promovida pelo Parquet de 
Contas.” 
 
20. Sobre a ação de investigação de paternidade, julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa 
correta à luz do entendimento do STJ. 
 
I- É possível a relativização da coisa julgada quando ação de investigação de paternidade tiver sido 
julgada com ausência da prova do DNA, independentemente do motivo, em respeito à prevalência do 
direito fundamental à busca da identidade genética do ser. 
II- O prazo prescricional para o cumprimento de sentença que condenou ao pagamento de verba 
alimentícia retroativa se inicia tão somente com o trânsito em julgado da decisão que reconheceu a 
paternidade. 
III- O reconhecimento de paternidade post mortem não invalida a alteração de contrato social com a 
transferência de todas as cotas societárias realizada pelo genitor a outro descendente. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
Gabarito: D. 
I.Incorreta. O STJ, em precedente noticiado no Informativo 604, esclareceu que a relativização da coisa 
julgada não pode ocorrer quando a não realização do exame de DNA se deu, exclusivamente, pela 
recusa do investigado ou de seus herdeiros em comparecer ao laboratório para exame. 
Ressaltou que tal possibilidade privilegiaria a má-fé daqueles que se recusam a realizar o exame 
de DNA, além da clara violação a boa-fé objetiva. Destacou ainda o acerto da decisão amparada pela 
coisa julgada, uma vez que declarou a filiação com base nas provas testemunhais e na presunção juris 
tant6um de paternidade, nos termos da Súmula 301/STJ. 
Recordemos que a relativização da coisa julgada da ação de investigação de paternidade, é 
possível quando demanda anterior for julgada improcedente por falta de provas, em razão da parte 
interessada não dispor de condições econômicas para realizar o exame de DNA e o Estado não tiver 
custeado a produção dessa prova. (STF, RE 363889) 
II- Correta. Essa foi a tese fixada pelo STJ, em precedente noticiado no Informativo 607. Para 
melhor compreensão, transcrevo: 
“Na origem, trata-se de ação de investigação de paternidade em que foi indeferida, liminarmente, 
a fixação de alimentos provisórios, por ausência de prova pré-constituída. A verba alimentar 
somente foi deferida na sentença que julgou procedente o pedido inerente à paternidade, 
decisão esta proferida sete anos após o ajuizamento da demanda. Com a fixação de alimentos 
definitivos, as parcelas vincendas passaram imediatamente a ser descontadas diretamente da 
folha de salário do genitor e depositadas em conta bancária à disposição do filho. Quanto aos 
 
alimentos pretéritos – ou seja, aqueles que retroagiram à data da citação, nos termos do art. 
13, § 2º da Lei n. 5.478/68 – cabe ressaltar que, apesar de autorizado pelo art. 521 do CPC/73, o 
alimentando optou por não promover a sua execução provisória, tendo aguardado o trânsito em 
julgado da sentença investigatória. Com efeito, por ser a demanda relativa à paternidade 
prejudicial necessária do reconhecimento ao direito aos alimentos, a melhor interpretação é a de 
que a prolação de sentença condenatória recorrível ao pagamento de alimentos pretéritos não 
pode servir de marco para o termo inicial do prazo prescricional de dois anos previsto no § 2º do 
art. 206 do CC/2002. Sobre o tema, ademais, a doutrina se manifesta no seguinte sentido: 
“tratando-se de ação de investigação de paternidade cumulada com pedido de alimentos, o prazo 
prescricional das prestações vencidas somente começa a fluir a partir do momento em que, por 
estar definitivamente firmada a obrigação, o beneficiário podia exigi-las”. Assim, ainda que o 
exequente fosse maior de idade e pudesse executar provisoriamente a sentença, a melhor 
interpretação do disposto no § 2º do art. 206 do CC/2002, para o caso, é a de que o prazo de dois 
anos para haver as prestações alimentares pretéritas deve ter como termo inicial o trânsito em 
julgado da sentença da investigatória de paternidade, circunstância que tornou indiscutível a 
obrigação alimentar e o título executivo judicial passou a contar também com o indispensável 
requisito da exigibilidade.” 
III. Correta. Assim entendeu o STJ, em precedente noticiado no Informativo 611. 
 A Corte destacou que a decisão de reconhecimento da paternidade, em que pese o seu caráter 
declaratório de efeito ex tunc, não pode alcançar os efeitos passados das situações de direito 
definitivamente constituídas, devendo se prestigiar o princípio constitucional da segurança jurídica. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21. Sobre o direito à informação nas relações de consumo, julgue as assertivas abaixo e assinale a 
alternativa correta, à luz do entendimento do STJ e do STF: 
I. O fornecedor de alimentos deve complementar a informação-conteúdo “contém glúten” com a 
informação-advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos consumidores com doença celíaca. 
II. É prática abusiva o descumprimento do dever de informar o consumidor, por escrito e justificadamente, o 
cancelamento de voos. 
 
III. É inconstitucional norma estadual que determina, a todos os produtos alimentícios comercializados no 
local, especificações mais rígidas quanto às informações nas embalagens do que as previstas na legislação 
federal. 
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas 
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
d) Todas as assertivas estão corretas. 
Gabarito: D 
 I.Correta. Essa foi a tese adotada pelo STJ no julgamento dos embargos de divergência em ação 
coletiva, noticiado pelo Informativo 612. 
Destacou a Corte que “a redação lacunosa do art. 1º da Lei n. 10.674/2003 (Lei do Glúten), que 
ab-rogou a Lei n. 8.543/1992, não esvazia o comando do art. 31 do CDC (Lei 8.078/1990), que 
determina, na parte final de seu caput, que o fornecedor de produtos ou serviços deve informar "sobre 
os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores", o que equivale a uma necessária 
informação-advertência.” 
 II. Correta. Esse foi o entendimento do STJ no julgamento do REsp 1.469.087-AC (Info 593). 
Na mesma decisão a Corte considerou ainda que ser prática abusiva o cancelamento de voos sem 
razões técnicas ou de segurança inequívocas. 
III. Correta. Assim decidiu o STF, em precedente noticiado no Informativo 871. Para melhor 
compreensão dos fundamentos adotados pela Corte, transcrevo: 
“No caso, a lei impugnada entrou em vigor quando já havia ampla legislação nacional sobre a 
matéria, e boa parte do conteúdo da norma local estava disciplinada por lei federal. 
Nesse sentido, a lei estadual especifica exigências mais rígidas do que o previsto na legislação 
federal, ponto em que fica claro o conflito normativo. 
Esse conflito fica explícito quando se nota que um mesmo produto não pode ter dois rótulos ou 
embalagens, um nacional e outro estadual, ainda que as informações contidas no produto em 
circulação local sejam mais completas, em benefício do consumidor. Isso implicaria, em última 
análise, criar uma autorização para que houvesse tantos rótulos quantos são os Estados-
Membros. 
A intenção do constituinte foi de, por um lado, promover a integração e a cooperação entre os 
entes federados e, por outro, combater todas as práticas que estimulem a concorrência 
 
predatória ou a criação de barreiras ao comércio ou à livre circulaçãode bens e pessoas no 
território nacional. 
Além disso, os dispositivos impugnados também não se justificam diante do princípio da 
proporcionalidade. Se admitido que os Estados-Membros possuem competência para legislar 
sobre informações contidas em embalagens de produtos que circulam em seu território, o fim 
de proteção ao consumidor é alcançado por meio excessivo, pois são criadas dificuldades a 
produtos provenientes de outros Estados-Membros. Isso significa ferir o denominado princípio 
da lealdade à Federação, que fomenta uma relação construtiva, amistosa e de colaboração 
entre os entes federados. Nesse sentido, os dispositivos impugnados também estão em 
desconformidade do o art. 22, VIII, da Constituição Federal (CF). 
Assim, justifica-se a necessidade de o tema ser tratado privativamente pela União, de modo a 
uniformizar o comércio interestadual e, consequentemente, evitar que os laços federativos 
sejam embaraçados. Há clara predominância de interesse federal a evitar limitações que 
possam dificultar o comércio interestadual. 
Ainda que tenha havido casos em que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a 
constitucionalidade de legislações estaduais que determinam o aumento do número de 
informações que devem ser fornecidas a consumidores locais, tratava-se de produtos 
específicos, e não de todos os produtos alimentícios comercializados no local, como nesse caso.” 
 
22. Sobre as cláusulas contratuais nas relações de consumo, julgue as assertivas abaixo e assinale a 
alternativa correta à luz do STJ: 
I- Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça o repasse dos custos administrativos da 
instituição financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor inadimplente. 
II- A cláusula contratual que impõe ao comprador a responsabilidade pela desocupação de imóvel que 
lhe é alienada pela CEF é abusiva. 
III- O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos 
transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas 
pretensamente abusivas. 
a) Apenas a assertiva I está correta. 
b) Apenas a assertiva II está correta. 
c) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
d) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
 
Gabarito: D 
I- Correta. Assim entendeu o STJ em precedente noticiado no Informativo 611. 
A Corte ressaltou que: 
“com base no princípio restitutio in integrum, consagrado no art. 395 do Código Civil/2002, 
imputa-se ao devedor a responsabilidade por todas as despesas a que ele der causa em razão da 
sua mora ou inadimplemento, estando o consumidor, por conseguinte, obrigado a ressarcir os 
custos decorrentes da cobrança de obrigação inadimplida a tempo e modo, desde que igual 
direito lhe seja conferido contra o fornecedor, nos exatos termos do art. 51, XII, do Código de 
Defesa do Consumidor.” 
Destacou ainda que, eventual abusividade decorrente da inexistência de provas acerca dos 
referidos custos, bem como da falta de razoabilidade dos valores cobrados, poderá ser examinada em 
cada caso concreto. 
II –Incorreta. A Corte entendeu que não há abusividade nessa cláusula contratual (Informativo 592) 
Pontuou que a alienação se dá por preço consideravelmente inferior ao valor do imóvel, 
exatamente pela situação peculiar que o imóvel possa se encontrar, e tal ônus é previamente informado 
pela CEF seja no edital de concorrência pública ou no contrato que é celebrado. 
A rápida alienação do imóvel, no estado em que se encontre, ainda que por preço inferior ao real, 
favorece o SFN porque libera recursos financeiros, que serão revertidos para novas operações de crédito 
em prol da casa própria para outras famílias. 
III-Correta. O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos 
transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas 
pretensamente abusivas. STJ. Corte Especial. EREsp 1378938-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado 
em 20/06/2018 (Info 629). Vale a pena relembrar: Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem 
legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos 
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público. 
 
23. Acerca das relações de consumo entre planos de saúde e seus segurados, assinale a alternativa 
incorreta à luz do STJ. 
a) É competência da justiça estadual comum o exame da ação proposta por ex-empregado para 
continuar no plano de saúde de autogestão que era oferecido pela empresa. 
b) Não é abusiva a exigência de indicação da CID como condição para deferimento nas requisições de 
exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde. 
 
c) O plano de saúde não tem obrigação de oferecer assistência médica ao filho recém-nascido de sua 
cliente. 
d) Não é abusiva cláusula contratual de plano de saúde que estabeleça a coparticipação do usuário nas 
despesas médico-hospitalares em percentual sobre o custo do tratamento médico realizado sem 
internação. 
Gabarito: C. 
a)Correta. “RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. 
PRESTAÇÃO. ÓRGÃO INTERNO DA EMPRESA EMPREGADORA. ENTIDADE DE AUTOGESTÃO. EX 
EMPREGADO APOSENTADO. MANUTENÇÃO NO PLANO ORIGINAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM 
ESTADUAL. AUTONOMIA DA SAÚDE SUPLEMENTAR. NÃO INTEGRAÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO. 
TÉRMINO DA RELAÇÃO DE EMPREGO. CARÁTER CÍVEL DA LIDE. RACIONALIZAÇÃO DO SISTEMA. 
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado 
na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a 
controvérsia a saber qual é a Justiça competente, se a Comum estadual ou a do Trabalho, para o exame 
e o julgamento de feito (fundado nos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/1998) que discute direitos de ex-
empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de saúde coletivo 
oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhores ativos, na modalidade de autogestão. 3. A 
competência para o julgamento da demanda é fixada em razão da natureza da causa, que é definida 
pelo pedido e pela causa de pedir deduzidos na exordial. 4. Após o surgimento da Lei nº 9.656/1998 
(regulamentadora dos planos de saúde), da Lei nº 9.961/2000 (criadora da ANS) e da Lei nº 10.243/2001 
(que deu nova redação ao § 2º do art. 458 da CLT), a Saúde Suplementar, incluídas as autogestões, 
adquiriu autonomia em relação ao Direito do Trabalho, visto possuir campo temático, teorias e 
princípios e metodologias específicos. 5. O art. 458, § 2º, IV, da CLT, incluído pela Lei nº 10.243/2001, é 
expresso em dispor que a assistência médica, hospitalar e odontológica concedida pelo empregador, 
seja diretamente ou mediante seguro-saúde, não será considerada como salário. 6. As entidades de 
autogestão, mesmo as empresariais, ou seja, aquelas que operam plano privado de assistência à saúde 
exclusivamente a seus empregados por intermédio de seu departamento de recursos humanos ou órgão 
assemelhado, passaram a ser enquadradas como operadoras de planos de saúde, de modo que 
passaram a ser objeto de regulação e fiscalização pelo Órgão regulador próprio da área: a ANS (arts. 1º 
da Lei nº 9.656/1998, 1º da RDC ANS nº 39/2000 e 2º, 9º e 21 da RN nº 137/2006). 7. Em virtude da 
autonomia jurídica, as ações originadas de controvérsias entre usuário de plano de saúde coletivo e 
entidade de autogestão (empresarial, instituída ou associativa) não se adequam ao ramo do Direito do 
 
Trabalho, tampouco podem ser inseridas em "outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho" 
(art. 114, IX, da CF), sendo, pois, predominante o caráter civil da relação entre os litigantes, mesmo 
porque a assistência médica não integra o contrato de trabalho. 8. A pretensão do ex-empregado de 
manutenção no plano de assistência à saúde fornecido pela ex-empregadoranão pode ser vista como 
simples relação de trabalho. Ao contrário, trata-se da busca de direito próprio de usuário contra a 
entidade gestora do plano de saúde, que pode ser a própria empresa antes empregadora, mas, para 
efeitos de atuação na Saúde Suplementar, necessita possuir tanto um registro independente de 
funcionamento no órgão regulador quanto a aprovação de seus produtos (planos) pelo setor técnico. 9. 
A demanda de ex-trabalhador que discute a conduta da ex-empresa empregadora, na qualidade de 
operadora de plano de saúde (modalidade autogestão), como a negativa de mantê-lo no plano coletivo 
original, deverá tramitar na Justiça Comum estadual (e não na Justiça do Trabalho) em razão da 
autonomia da Saúde Suplementar, da não integração da referida utilidade no contrato de trabalho, do 
término da relação de emprego e do caráter cível do tema. 10. Recurso especial provido. 
(REsp 1695986/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
27/02/2018, DJe 06/03/2018 – Info 620). 
b) Correta. Assim entendeu o STJ, em precedente noticiado no Informativo 610. A Corte destacou, no 
mais relevante, que: 
“É de se notar que a exigência de menção da CID nas requisições de exames e demais serviços de 
saúde decorre, razoavelmente, do fato de as operadoras de planos de saúde estarem obrigadas a 
prestar os serviços previstos no plano-referência, e, quiçá, outros que desbordem do atendimento 
mínimo previsto em lei e nos regulamentos da ANS, desde que tenham respaldo contratual. Com 
efeito, o regime de cooperação que deve ser estabelecido no curso de relações privadas, com 
base na boa-fé objetiva, que é via de mão dupla, milita em favor de que sejam prestadas, também 
pelo consumidor/paciente, as informações necessárias para uma hígida prestação dos serviços. 
Desta forma, assim como se exige do fornecedor a clara e destacada discriminação de 
procedimentos que não estejam cobertos pelo plano contratado, há de se exigir do consumidor, 
também, que, preste informações relevantes e necessárias para o cumprimento da obrigação. 
Nesse panorama, em face da possibilidade de as requisições de exames voltarem-se a 
tratamentos que desbordem o plano-referência e os termos do contrato, o condicionamento da 
informação da CID nas requisições de serviços de saúde não se revela abusivo, tampouco 
representa ofensa aos princípios fundamentais consumeristas.” 
c)Incorreta. O STJ, em precedente noticiado no Informativo 584 fixou a seguinte tese: 
 
“Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento obstétrico, a operadora tem o dever 
de prestar assistência ao recém-nascido durante os primeiros trinta dias após o parto (art. 12, III, 
“a”, da Lei n. 9.656/98), independentemente de a operadora ter autorizado a efetivação da 
cobertura, ter ou não custeado o parto, tampouco de inscrição de neonato como dependente nos 
trinta dias seguintes ao nascimento.” 
d)Correta. Esse foi o entendimento fixado pelo STJ no julgamento do REsp 1.566.062-RS (Info 586). 
Ressaltou a Corte ainda que a coparticipação poderá ser considerada abusiva se caracterizar 
financiamento integral do procedimento por parte do usuário, ou fator restritor severo ao acesso aos 
serviços. 
 
24. (VUNESP – TJRJ – Juiz Leigo – 2018) Assinale a alternativa que traz corretamente um exemplo de 
publicidade abusiva, cujo objetivo é causar fundado temor ao consumidor, induzindo-o a adquirir o 
produto ou serviço. 
a) Cartaz em via pública que veicula imagem de uma criança brincando com uma capa de super-herói, 
fazendo alusão de que se usada tal fantasia, a criança teria muitos poderes para sair voando. 
b) Campanha de uma seguradora feita no rádio, afirmando que se não contratado um seguro de vida, 
em caso de sua morte, sua família passaria fome e viveria na miséria. 
c) Banco que promove campanha nas mídias sociais voltada para os idosos, incentivando-os a contratar 
crédito, mesmo que estejam com o nome no cadastro dos maus pagadores. 
d) Marca de bebida não alcoólica que veicula anúncio na televisão, prometendo que, ao ser consumida, 
a pessoa conseguirá sair voando. 
Gabarito: B. 
Art. 36, § 2°, CDC: “É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que 
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e 
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se 
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança”. 
 
25. Acerca da execução individual de ação coletiva, assinale a alternativa incorreta. 
a) Na execução individual de ação coletiva, ocorre o transporte in utilibus da coisa julgada. 
b) A coisa julgada in utilibus pode ser aproveitada pelo titular do direito individual homogênio que não 
tiver promovido ação própria, ou o que tiver requerido a sua suspensão no prazo de trinta dias contado 
da ciência da ação coletiva. 
 
c) Compete ao STF processar e julgar execução individual de sentenças de perfil coletivo proferidas em 
mandado de segurança coletivo. 
d) Na execução individual de ação coletiva, ocorre a figura da liquidação imprópria, pois diversamente 
da liquidação própria, em que se discute apenas o quantum debeatur, naquela se verifica também a 
titularidade do crédito. 
Gabarito: C. 
a)Correta. O transporte “in utilibus” da coisa julgada coletiva é uma maneira de ampliar os limites 
subjetivos da coisa julgada, permitindo que indivíduos venham a se beneficiar do que foi decidido em 
uma ação coletiva. 
Tal ferramenta homenageia o princípio da economia processual e da efetividade do processo, na 
medida em que evita a proliferação de ações condenatórias individuais. 
b) Correta. Conforme o art. 104 do CDC, in verbis: 
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não 
induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou 
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das 
ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência 
nos autos do ajuizamento da ação coletiva. 
c) Incorreta. O STF, em precedente noticiado no informativo 862, entendeu que “Não compete 
originariamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar execução individual de sentenças 
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe aos 
órgãos judiciários competentes de primeira instância”. 
A Corte suprema fundamentou sua decisão no art. 102, I, ‘m’, da Constituição e ressaltou que o 
cumprimento de sentença nas instâncias ordinárias facilita o exercício do direito ao aproximar a 
execução dos eventuais beneficiários. 
d) Correta. Conforme classificação doutrinária sobre a matéria. 
 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
26. (Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: MPE-RR Prova: Promotor de Justiça Substituto) De acordo com o 
ECA, antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, a concessão da 
remissão como forma de exclusão do processo compete 
 
a) à autoridade policial. 
b) à autoridade judiciária. 
c) ao MP. 
d) ao conselho tutelar. 
Resposta: Letra C 
Remissão como forma de: 
Exclusão do Processo: Ministério Público (art. 126, caput, e 180, II, e 201, I, ECA) 
Suspensão ou Extinção do Processo: Juiz (art. 126, p. único, 148 e 186, §1º, ECA) 
 
27. (Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-PR Prova: Defensor Público) Considere as assertivas a seguir 
sobre Direito da Criança e do Adolescente. 
I. Cabe revisão criminal contra sentença que aplica medida socioeducativa. 
II. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o padrasto detém legitimidade ativa para 
propor ação de destituição de poder familiar de maneira preparatória à adoção unilateral. 
III. Na hipótese de adolescente portador de transtornos mentais que pratica

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