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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTÉTICA E COSMETOLOGIA ROSEMERI CARNEIRO ALVES DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL RIO DE JANEIRO 2013 UVA D R E N A G E M L I N F Á T I C A M A N U A L 2013 ROSEMERI CARNEIRO ALVES DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL Trabalho apresentado como pré-requisito para a conclusão do Curso de Pós- Graduação em Estética e Cosmetologia da Universidade Veiga de Almeida. Orientadora: Profª. Me. Cláudia M. Teixeira. RIO DE JANEIRO 2013 FOLHA DE APROVAÇÃO ROSEMERI CARNEIRO ALVES DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL Trabalho apresentado como pré-requisito para a conclusão do Curso de Pós-Graduação em Estética e Cosmetologia da Universidade Veiga de Almeida. Aprovada em: BANCA EXAMINADORA __________________________________________ Profº Dr. Nome Completo Universidade Veiga de Almeida __________________________________________ Profº Dr. Nome Completo Universidade Veiga de Almeida __________________________________________ Profº Dr. Nome Completo Universidade _____________- Banca Externa DEDICATÓRIA Ao meu pai Djalma Alves Bezerra, que me ensinou e motivou a estudar, pois desejava ter alegria tendo uma filha com nível superior. Aos meus filhos Lucy, Daiane, Caio, e netos Carlos Eduardo, Carolina, Camila, Nicollas e Maria Júlia, para que veja na mãe e avó, motivo de superação e orgulho. Ao meu marido Arlauri Siqueira, parceiro e amigo, que durante esses 13 anos de convivência foi meu maior incentivador, e me apoia e ajuda em todos os momentos da minha vida. AGRADECIMENTOS A Claudia Teixeira minha orientanda, que muito contribuiu na elaboração desse trabalho. LISTA DE SIGLAS ATP - Adenosina Trifosfato DLM - drenagem linfática manual FEBECO - Federação Brasileira de Estética e Cosmetologia NMF - Fator natural de hidratação da pele OMS - Organização Mundial de Saúde UV - Ultravioleta SNP - Sistema Nervoso Parassimpático LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Manobras da drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. Figura 2 - Manobras da drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. Figura 3 - Manobras da drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. Figura 4 - Aplicação da drenagem linfática manual pós-operatória. Fonte: Arquivo pessoal da autora. Figura 5 - Estudo de uso da drenagem linfática manual em mulheres de lipoaspiração de tronco. Fonte: Arquivo pessoal da autora. RESUMO Drenagem Linfática é um procedimento que se faz para drenar líquidos excedentes nos interstícios. Tal procedimento é usado com grandes resultados: na gestante, melhorando a circulação de retorno; nos linfedemas, diminuindo os inchaços; no pós-cirurgia melhorando edemas, sensibilidades, a dor e a cicatrização. Ao tocar os gânglios linfáticos pela primeira vez em 1932, o Dr. Emil Vodder não poderia imaginar que sua descoberta seria alvo de tantos estudos e de inúmeras polêmicas até os dias de hoje. Foi ele que descobriu um sistema, paralelo ao circulatório, que possuía os chamados linfonodos (gânglios linfáticos) que quando estimulados diminuíam de tamanho, servindo como tratamento para diversos problemas. A partir de então, Dr. Vodder, em companhia de sua esposa, se dedicou durante 40 anos à técnica, dando palestras, curso e demonstrações. O sistema linfático é constituído pela linfa, órgãos linfáticos e vasos, este último se distribui por todo o corpo e recolhe o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e da outra parte do tórax) e o duto direito. Palavras chave: Drenagem linfática. Linfedemas. Sistemas linfáticos. ABSTRACT Lymphatic Drainage is a procedure that is done to drain excess fluid into the interstices. This procedure is used with great results: in the pregnant woman, improving the return circulation; in lymphedema, reducing swelling; in post- surgery improving edema, sensitivities, pain and healing. By touching the lymph nodes for the first time in 1932, Dr. Emil Vodder could not imagine that his discovery would be the subject of so many studies and numerous controversies to this day. It was he who discovered a system, parallel to the circulatory system, which had the so-called lymph nodes (lymph nodes) which, when stimulated, diminished in size, serving as a treatment for various problems. From then on, Dr. Vodder, in the company of his wife, dedicated himself for 40 years to the technique, giving lectures, course and demonstrations. The lymphatic system consists of the lymph, lymphatic organs and vessels, the lymph system is distributed throughout the body and collects the tissue fluid that has not returned to the blood capillaries, filtering it and returning it to the bloodstream. Lymphatic capillaries are present in almost all tissues of the body. Finer capillaries join together in larger lymphatic vessels that terminate in two major ducts: the thoracic duct (receives lymph from the right side of the head, the right arm and the other part of the thorax) and the right duct. Key words: Lymphatic drainage. Lymphedema. Lymphatic systems. SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO - 14 1.1 - COMPARAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE DRENAGEM LINFÁTICA - 15 1.1.2 - Dr. EMIL VODDER - 15 1.1.3 - PROF. ALBERT LEDUC - 16 1.1.4 - TEMOS AS SEGUINTES ESCOLAS DE DRENAGEM LINFÁTICA - 21 2 - O SISTEMA LINFÁTICO - 23 2.1 - FUNÇÕES DO SISTEMA LINFATICO - 26 2.2 - A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL - 26 2.2.3 - PROCESSO VACUAÇÃO E DEMANDA - 27 2.3 - COMO É REALIZADA A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL - 27 2.3.1 - MANOBRAS MANUAIS DE DRENAGEM - 28 2.3.2 - INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL - 30 2.3.3 - PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL - 31 2.4 - DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA FACE - 33 2.4.1 – MANOBRAS - 33 2.4.2 - SEQUÊNCIA DAS MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA FACE - 34 2.4.3 - MOVIMENTOS DE CONTATO - 34 2.4.4 - MANOBRAS FINAIS DE CONTATO - 37 2.5 - DRENAGEM LINFÁTICA NA GESTAÇÃO - 38 2.5.1 – BENEFÍCIOS - 38 3 - APLICABILIDADE NA ESTÉTICA - 39 4 - O PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO NA CIRURGIA PLÁSTICA E LIPOASPIRAÇÃO - 40 4.1 – ABDOMINOPLASTIA - 40 4.1.3 - PRÉ-CIRÚRGICO - 41 4.1.4 - AS 3 FASES DO PÓS-CIRÚRGICO - 42 4.1.5 - FASE PROLIFERATIVA - 43 4.1.6 - FASE DE MATURAÇÃO OU REMODELAÇÃO - 43 4.1.7 - INTERCORRÊNCIAS OU COMPLICAÇÕES - 43 4.1.8 – PÓS-CIRURGICO - 45 5 - DRENAGEM REVERSA - 47 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS - 49 7 – REFERÊNCIAS - 49 ANEXOS - 51 ROSEMERI CARNEIRO ALVES PÓS-GRADUADA ESTÉTICA & COSMETOLOGIA – UVA – 2012 APRESENTAÇÃO: Sou Rosemeri Carneiro Alves, atuo no ramo da estética há 31 anos. Pós- graduada em estética e cosmetologia e cursando Pós Graduação em Docência Ensino Superior, massoterapeuta á 31 anos, depiladora, esteticista facial e corporal, terapeuta drenagem linfática. Esse é meu trabalho de final de curso da Pós-graduação da Universidade Veiga de Almeida, nele coloco tudo que achei de conhecimento tanto na internet como em cursos que fiz e coloquei aqui, falo de minhas experiências, aulas da pós-graduação, conteúdo de livros, apostilas e anotações de cursos que fiz. Daqui á algum tempo este trabalho vai crescer mais e mais, hoje começo a dar cursos de Drenagem Linfática Manual, Massagem Terapêutica. Treinamento de Lipomassagem e Depilação Expressa método de institutos de depilação. Se tiver erros em meu trabalho não levem a mau, sou uma eterna aprendiza, curiosa, estudiosa, tenho sede de conhecimento e sempre amanhã saberei mais que hoje, e o que for erro vai sendo ajustado e consertado. Ofereço esse meu trabalho a Claudia Teixeira que sempre me prestigiou, acreditou em mim, me elogiou e me tratou e trata com muito carinho e respeito. Claudia mulher sofisticada, culta, e uma doçura e simplicidade que só quem tem a grandeza dela pode ter. Eu te admiro Claudia e sou sua eterna fã! Desejo que esse meu trabalho ajude as que têm sede de conhecimento como eu. Boa leitura! - 14 - 1 - INTRODUÇÃO A busca de uma juventude eterna faz com que, a cada dia, mais e mais pessoas procurem clínicas para aperfeiçoarem sua aparência ou prolongar sua beleza. Mesmo sabendo que quando a beleza interior está comprometida, a beleza exterior fica um pouco apagada, as pessoas buscam na cirurgia plástica ou nos procedimentos estéticos uma alternativa para elevar sua autoestima. Nessa tão propalada “corrida” pela juventude eterna, os grandes cientistas constantemente buscam, através de pesquisas de novos princípios ativos e novos aparelhos, retardar o envelhecimento das células. Mas, é nas mãos de grandes cirurgiões plásticos, e nos cuidados de um esteticista competente, que encontramos grandes transformações. O processo de Drenagem Linfática, sua fisiologia, importância no funcionamento de todo o organismo humano, é uma dessas grandes descobertas, realizada ainda no início do século XX, pelo Dr. Emil Vodder, tornando-se tratamento de fundamental importância por seus benefícios no pós-cirurgia plástica, principalmente no pós-abdominoplastia. Porém, o crescente número de supostos profissionais que aplicam drenagens sem conhecimento nenhum do sistema linfático, preocupa os esteticistas sérios e estudiosos, afinal, além da concorrência, o trabalho desenvolvido é errado e muitas vezes aplicado de forma danosa ao corpo humano. Quem conhece o sistema linfático não executa massagens vigorosas, deixando inclusive equimoses em alguns pacientes. Afinal eles sabem que o sistema é composto por finos e delicados capilares que formam uma rede, localizada na parte mais superficial do corpo humano, a pele. Estes capilares absorvem os líquidos por pressão hidrostática intersticial, que tendem a movimentar o fluído de volta para os capilares, sendo assim, ficou - 15 - provado que o edema causado está na pele e, levando em conta que os capilares linfáticos são finos, muito sensíveis e também responsáveis pela reabsorção dos líquidos intersticiais, estes não devem e não podem ser manipulados com força e pressão. Portanto, as populares drenagens linfáticas turbinadas não existem. 1.1 - COMPARAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE DRENAGEM LINFÁTICA 1.1.2 - Dr. Emil Vodder Toda drenagem linfática baseia-se no método Vodder, pois foi ele o primeiro que ousou tocar em gânglios linfáticos, caso impensável antes dele. Sabia-se muito pouco sobre a dinâmica do transporte linfático e a manipulação dos gânglios era completamente tabu. Vodder publicou seu primeiro trabalho em 1936 por ocasião de uma exposição de saúde “Santé e Beauté” em Paris. O primeiro grupo de profissionais a interessar-se pela drenagem linfática de Vodder não foi o dos fisioterapeutas, nem o dos médicos. As palestras de Vodder chamaram a atenção das esteticistas que viram no método um meio para potencializar seus tratamentos estéticos. Provavelmente porque as esteticistas tinham menos preconceitos e mais intuição. Entre elas se destacaram a Sra. Götze, Sra. Bartetzko-Asdonk, Sra. Schenk e outras. Alguns massagistas aderiram também ao método, por exemplo, Wittlinger, que é um dos fundadores da Dr. Vodder Schule in Walchsee na Áustria (Escola de Drenagem Linfática autorizada por Dr. Vodder) e Karling. Somente em 1963, 27 anos depois, o trabalho de Vodder chamou a atenção de um médico, Dr. Johannes Asdonk. Logo em seguida Prof. Dr. M. Földi estudou as vias linfáticas da cabeça e da nuca e suas interligações com o líquor cérebro-espinhal. Prof. Dr. H. Mislin examinou os mecanismos da motricidade dos capilares e dos vasos linfáticos. Mais tarde se juntaram cientistas renomados como Prof. Dr. Kuhnke, Dr. Gregl, Dr. Schoberth, Dr. Collard, Dr. - 16 - Clodius, Dr. Schneider e muitos outros para defender os méritos da drenagem linfática através de trabalhos científicos. Este mutirão científico conseguiu transformar a drenagem linfática de Dr. Emil Vodder de uma manipulação alternativa esquisita em um método comprovado pela ciência e reconhecido pela medicina. O maior mérito deste feito cabe ao Prof. Dr. Johannes Asdonk. Ele não somente comprovou estatisticamente os resultados da drenagem linfática, mas também explicou cientificamente o porquê dos resultados. Ele conseguiu unir a prática de Dr. Vodder e seus discípulos com a ciência dos pesquisadores. Dr.Vodder era uma pessoa de intelligência rara, calmo e bondoso, mas realmente não era um guerreiro. Foi por uma feliz coincidência que Dr. Asdonk se interessou e levantou a bandeira da drenagem linfática manual. Sem a junção destes dois homens extraordinários, cada um do seu jeito, a drenagem de Dr. Vodder nunca teria deslanchado. Em 1966 foi fundada a “Gesellschaft für manuelle Lymphdrainage nach Dr. Vodder” (Sociedade para drenagem linfática manual pelo método Vodder), que passou a chamar-se “Deutsche Gesellschaft für Lymphologie” (Sociedade Alemã de Linfologia) a partir de 1976. Em 1978 houve o “1º Kongress International der Gesellschaft für Lymphologie” (1º Congresso internacional da Sociedade de Linfologie) em Innsbruck, Áustria, no qual eu estava presente. Dr. Vodder abriu pessoalmente os trabalhos do Congresso com uma retrospectiva sobre o desenvolvimento do seu método. Ele chamou sua primeira intuição da drenagem linfática de “visionária”, pois o que ele fez contrariava completamente todos os ensinamentos da época relativos aos gânglios linfáticos. “Por meio da razão, jamais conseguiria desenvolver a drenagem linfática manual” disse ele. 1.1.3 - Prof. Albert Leduc No ano 1977, a convite da Federação Brasileira de Estética e Cosmetologia (FEBECO), desembarcou no Brasil o Prof. Leduc para dar um curso de drenagem linfática manual no Hotel Everest em Rio de Janeiro para - 17 - esteticistas. Quem reuniu o grupo foi Mdme Klotz, na época presidente da FEBECO, posteriormente transformada em Associação de Estética do Rio de Janeiro. Waldtraud Ritter Winter, esteticista, aprendeu a drenagem linfática manual pelas mãos de Dr. Emil Vodder e sua mulher Estrid em Wiesbaden, Alemanha, no ano de 1969. Participei do curso no Rio para refrescar algumas questões e tirar algumas duvidas. Prof. Leduc, como eu ouvi da sua própria boca, era aluno de Dr. Vodder. Ele fez o curso depois de mim, provavelmente em 1970. O Curso que ele deu em 1977 no Rio tinha o título Drenagem linfática manual pelo método Vodder. Prof. Leduc era colaborador do Prof. Dr. Collard de Bruxelas. Dr. Collard já foi mencionado anteriormente como integrante do grupo dos cientistas em torno de Prof. Dr. Asdonk, o desbravador da drenagem de Vodder. Durante o curso no Rio de Janeiro Prof. Leduc ensinou as manobras da drenagem exatamente como eu havia aprendido, portanto, pelo método Vodder. No ano de 2001 fiz outro curso de drenagem linfática com Prof. Leduc em São Paulo, desta vez, pelo método Leduc. Em vez de aprender alguma coisa inédita e nova sobre drenagem pude constatar que era simplesmente o método Vodder terrivelmente empobrecido. Vodder era detalhista, tratava todas as articulações minuciosamente, pois como fisioterapeuta ele conhecia os muitos problemas das pessoas idosas com estas partes do corpo. O livro de Leduc, Drenagem linfática, teoria e prática, lançado em 2001 pela Editora Manole, traduzido em português, não traz nenhuma menção sobre a drenagem das articulações. A parte teórica do livro Leduc mostra esquemas sobre o equilíbrio das pressões e a repercussão das pressões da drenagem linfática sobre a rede sanguínea, ambos conforme Kuhnke, citado na bibliografia. Kuhnke pertenceu ao ciclo cientifico em torno de Vodder, Leduc bebia então na fonte que se formou por causa do trabalho de Vodder. Leduc mantém a sequência proposta por Vodder de drenar as regiões proximais antes das distais, e também a drenagem de cada região de distal a proximal. - 18 - Conforme o livro, Leduc desobstrui os gânglios principais da região antes de encaminhar o fluxo linfático. Vodder já ensinava isso. Vodder começa toda drenagem linfática pelo pescoço, Leduc acha que, tratando-se de edemas muito distantes, as manobras sobre o ângulo venoso não tem o poder de acelerar significativamente o fluxo linfático da perna. Pode ser que ele tenha razão, porém quando eu recentemente fiz uma cirurgia no tornozelo, fiquei com o pé e a perna engessada e, portanto sem acesso ao meu pé, que estava com edema importante. Ainda no hospital, ao manipular os ângulos venosos, sentia um movimento no meu pé, ao bombear os gânglios inguinais sentia o movimento mais nítido, quando trabalhava a fossa poplítea parecia mesmo haver uma bomba de sucção no meu pé. VODDER tinha a opinião de que quando o banheiro está inundado a gente precisa limpar em primeiro lugar o ralo e depois mandar a água em sua direção. Eu concordo com ele e começo toda drenagem no ângulo venoso. Por outro lado, não acho que começar no pescoço ou deixar o pescoço sem fazer vai invalidar o efeito de uma drenagem bem feita. Acho muito pior quando alguém tenta esconder as origens do seu aprendizado e ainda muda o nome do método, pois Dr. Vodder não está mais entre nós para se defender. Infelizmente existem pessoas que não tem bases científicas, que não sabem nada sobre fisiologia e anatomia, não conhecem os caminhos linfáticos e não imaginam quão frágeis são os capilares linfáticos. Pessoas que não somente praticam, mas ensinam outros, os quais consequentemente se tornam também perigosos. Perigosos para as suas clientes que se tornam vítimas, e perigosos para a reputação de um método tão cuidadosamente construído por homens e mulheres importantes. Por causa disso ainda existem médicos que não liberam seus pacientes para a drenagem linfática, e eles têm toda razão. Por causa dos “perigosos”, pessoas são lesadas. Os “perigosos” inventam a sua drenagem particular ou juram seguir um método, mas nunca o aprenderam. - 19 - Existe um verdadeiro caos a respeito da drenagem linfática. Não existem regras, limites ou exigências. Os estrangeiros que vêm aqui para ensinar visam geralmente mais o dinheiro do que o ensino. Os profissionais que lotam esses cursos estão muito mais preocupados em colecionar certificados do que conhecimentos. A cada dia a inteligência humana proporciona novas descobertas que melhoram a qualidade de vida do ser humano. Desde a antiguidade os médicos possuíam noções sobre a linfa e os vasos linfáticos. Ao tocar os gânglios linfáticos pela primeira vez em 1932, o Dr. Emil Vodder não poderia imaginar que sua descoberta seria alvo de tantos estudos e de inúmeras polêmicas até os dias de hoje. Foi ele que descobriu um sistema, paralelo ao circulatório, que possuía os chamados linfonodos (gânglios linfáticos) que quando estimulados diminuíam de tamanho, servindo como tratamento para diversos problemas. A partir de então, Dr. Vodder, em companhia de sua esposa, se dedicou durante 40 anos à técnica, dando palestras, curso e demonstrações. Graças a este trabalho pioneiro, e ao interesse crescente de médicos pelo seu método, foi fundada em 1967 a Sociedade de Massagem Linfática Manual cujo objetivo era fundamentar cientificamente as ações da drenagem. Em 1912, Aléxis Carrel ganhou o Prêmio Nobel por ter conseguido a surpreendente experiência de manter células de frango vivas, ao renovar regularmente o líquido linfático em que estavam mergulhadas. Intrigado, então, pelo sistema linfático e seguindo sua intuição, durante o tratamento de um paciente com sinusite, Vodder divulgou, em Cannes, um método completo e original: a drenagem linfática. Esta foi então descrita como movimentos em círculos efetuados com suavidade e de forma rítmica, com o objetivo de tratar patologias diferentes e reabsorver os edemas. No início do século XX, mais precisamente em 1936, Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder observaram que após massagearem os linfonodos das regiões cervicais que se encontravam inchados, (sintoma ocasionado pelo quadro gripal do paciente) esses melhoravam e também o estado do paciente. - 20 - Constatados esses resultados, desenvolveram o estudo e a prática da drenagem linfática manual. Com isso fica claro que a drenagem linfática (técnica manual criada pelo biólogo dinamarquês Emil Vodder e sua esposa Estrid Vodder em 1936) é indicada para os casos onde há retenção de água no corpo (se não tem líquido sobrando não tem o que drenar). Em 1952, Gertrude Beard definiu a massagem como manipulação dos tecidos moles do corpo, com o propósito de produzir efeitos locais e gerais, atuando nos sistemas muscular, nervoso, respiratório e circulatório (sanguíneo e linfático). Reconhecido como o pai da drenagem linfática, Emil Vodder, inicialmente doutor em Filosofia, depois Fisioterapeuta interessou-se pelos trabalhos e pesquisas de Alexis Carrel. Na década de 1960, Foldi estudou as vias linfáticas da cabeça e suas relações com o liquor cérebro espinhal e desenvolveu a terapia complexo descongestiva, associando a alguns procedimentos para o tratamento clínico do linfedema. Em 1967, é criada a Sociedade de Drenagem Linfática Manual; incorporada, em 1976, à Sociedade Alemã de Linfologia. No ano de 1977, os professores Albert e Oliver Leduc fizeram adaptações ao método de Vodder e Foldi, conseguindo demonstrar, através de uma radioscopia, a aceleração do fluxo linfático mediante a drenagem linfática manual. No ano seguinte, quebra-se o tabu, comprovando-se a eficácia da drenagem linfática manual em pacientes mastectomizados, desde que procedida com os devidos cuidados e sob-responsabilidade médica. Hoje, sendo uma prática bastante difundida, a drenagem linfática manual (DLM) é usada para tratamentos de muitas patologias. A drenagem linfática manual adquiriu um lugar de destaque no tratamento de edemas e linfedemas. - 21 - 1.1.4 - TEMOS AS SEGUINTES ESCOLAS DE DRENAGEM LINFÁTICA Brasileira – José Maria Pereira Godoy Francesa – Emmil Vodder Belga – Albert Leduc e Oliver Leduc Alemã – Fòldi (terapia descongestiva) Australiana – Casley Smith VODDER Bases; Euflerage; Manobras em círculos com distensionamento do tecido; Não usa manobras de bombeamento; Não necessariamente inicia com estímulo ganglionar e local; Três movimentos básicos combinados entre si; Circulares com os quatro dedos; Circular com os polegares; Movimento de bombeio com os dedos e a mão simultaneamente. LEDUC CONCEITOS BÁSICOS: Conceito básico é o esvaziamento das vias linfáticas com manobras chamadas de proximal para distal. O início de o movimento circular apenas toca a pele, a pressão aumenta gradualmente até alcançar seu máximo na metade do ciclo para logo relaxar a mesma progressivamente. A evacuação (esvaziamento das vias linfáticas adjacentes á zona edemaciada); Manobras de evacuação do linfonodos; Manobras em chamada proximal-distal, no sentido proximal; Captação (conjunto de manobras aplicadas sobre a região afetada, visando drenar e absorves o líquido acumulado no interstício); Manobras de reabsorção distal-proximal. Términus; - 22 - Não aplicável euflerage; Usa manobras em chamadas de e reabsorção; Manobras de bombeamento; Inicio com estímulo ganglionar local. GODOY Baseia-se no uso de roletes aonde é empregada uma leve pressão nos trajetos dos linfáticos. Além disso, pressões nos linfonodos do pescoço são realizadas com intuito de aumentar o fluxo linfático. FÕLD Földi também é um sucessor de Vodder. Assisti uma palestra sobre o método, seguida por uma demonstração prática durante o Congresso Les Nouvelles Estethiques. Isto deve ter sido em 2003, mas não tenho certeza da data. Em 2008 participei do curso Pós-Congresso do método Földi com professor Didier que veio da Suíça. As manobras de Földi são lentas, profundas, macias, lembram as manobras de Vodder, talvez são mais generosas, mais largas, menos minuciosas, com certeza elas funcionam. Não vi grandes diferenças nem na sequência nem nos caminhos. Também, os caminhos da linfa não mudam desde que foram descobertos e explorados por Vodder e seus escudeiros. - 23 - Figura 1 - Manobras de drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. 2 - O SISTEMA LINFÁTICO Além de um sistema de vasos sanguíneos o nosso corpo possui um sistema de vasos linfáticos. Como funciona isso? É assim: uma parte do plasma (a parte líquida do sangue) que chega nos capilares (os vasos sanguíneos mais finos) transborda entre as células dos órgãos, músculos e outros tecidos. Esse líquido é chamado líquido intersticial. Se Junta a ele as toxinas liberadas pelas células e se forma a linfa, que vai então ser absorvida nos vasos linfáticos. Entendido o que é linfa e sistema linfático é fácil compreender o que pode dar errado o líquido se acumular causando inchaço. - 24 - Ele pode se acumular por diversos motivos como a quantidade de sangue pode aumentar (como ocorre na gravidez) e mais líquido transbordar para os tecidos, ou pode haver uma maior produção de líquido local o que ocorre nos inchaços causados por inflamação. O que a drenagem linfática faz então? Como o próprio nome diz, ela drena esse líquido que está acumulado entre as células para os vasos linfáticos e deles até o coração. Só isso. E é bastante. Da mesma forma que as veias, os vasos linfáticos vão ficando cada vez mais grosso, até desembocarem na veia cava e entrarem no coração, voltando assim à circulação sanguínea do coração, o sangue vai para todos os órgãos inclusive os rins, onde é filtrada e formada a urina, que será eliminada. Também viajam pelos vasos linfáticos, além das toxinas, os microorganismos que causam doenças, como vírus e bactérias. Por esse motivo a natureza colocou no sistema linfático uma espécie de blitz: os linfonodos. Nessa blitz ficam concentradas as células de defesa do organismo, que param e combatem os agentes que causam doenças ou mesmo células cancerígenas nocivas ao organismo. Quem conhece o sistema linfático não executa massagens vigorosas, deixando inclusive equimoses em alguns pacientes. Afinal eles sabem que o sistema é composto por finos e delicados capilares que formam uma rede, localizada na parte mais superficial do corpo humano, a pele. Estes capilares absorvem os líquidos por pressão hidrostática intersticial, que tendem a movimentar o fluído de volta para os capilares, sendo assim, ficou provado que o edema causado está na pele e, levando em conta que os capilares linfáticos são finos, muito sensíveis e também responsáveis pela reabsorção dos líquidos intersticiais, estes não devem e não podem ser manipulados com força e pressão. Portanto, as populares drenagens linfáticas turbinadas não existem. O sistema linfático é constituído pela linfa, órgãos linfáticos e vasos, este último se distribui por todo o corpo e recolhe o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. - 25 - Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e da outra parte do tórax) e o duto direito ambos desembocam em veias próximas ao coração. A linfa é o líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas ela não possui hemácias. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos. Órgãos linfáticos são as amídalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos (nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos). Amídalas: (tonsilas palatinas) produzem linfócitos. Timo: órgão linfático mais desenvolvido no período pré-natal, involui desde o nascimento até a puberdade. Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias ou substâncias/organismos estranhas determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam dolorosos, formando a íngua. Baço: órgão linfático, excluído da circulação linfática, interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em circulação já desgastada como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço purifica o sangue, funcionando como o filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta imune, reagindo a - 26 - agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático. 2.1 - FUNÇÕES DO SISTEMA LINFATICO Drenagem dos metabolismos catabólicas e água do fluido intersticial Reintegrar as proteínas do sangue Absorção de substancias não absorvível pelos capilares venosos (como as gorduras) Conduzir ao sangue elementos que atravessam a mucosa intestinal no processo de digestão. Defender o organismo das agressões de bactérias e agentes tóxicos do interstício conduzindo-os para ao linfonodos onde sensibilizam o organismo ou são destruídos. Conduzir imunoglobinas produzidas pelos linfonodos dos adultos e os linfócitos para a corrente circulatória. 2.2 - A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL É uma técnica que promove a circulação linfática de forma a ajudar o metabolismo a eliminar as toxinas, sendo uma das suas ações desintoxicantes. Esta técnica de drenagem auxilia a melhorar o sistema imunológico, visto que esta repleta de anticorpos. A drenagem linfática ajuda a eliminar o excesso de água no organismo sem dor. A linfa inserida nos vasos linfáticos por vezes não consegue filtrar as impurezas do sangue, ocorrendo um bloqueio, a este “estado” é originado a chamada retenção de líquidos. A retenção de líquidos provoca inchaço, dor e por vezes edemas e ainda em determinadas zonas origina celulite. - 27 - Também uma técnica da fisioterapia que facilita a circulação da linfa, e a expulsão desta, junto com microorganismos e substâncias não necessárias ao corpo. A drenagem linfática traz inúmeros benefícios a pacientes que portam diversas doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, como a Elefantíase. Drenagem linfática é uma técnica que, como já foi dito, tem o objetivo de drenar líquidos excedentes, que ficam acumulados entre os espaços intersticiais, mantendo os equilíbrios hídricos, sendo também responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular. A drenagem linfática não vai emagrecer a cliente e sim ajudar no processo de emagrecimento, ela trabalha ao nível de melhorar a drenagem da linfa e da substância fundamental, através de pressões suaves, não devendo jamais causar dor, com ritmo lento, pois em condições normais os vasos linfáticos se contraem de 5-7 vezes por minuto (ANDREOLI & PAZINATTO, 2009). Os artigos científicos que comprovam a sua eficiência falam do uso da técnica em linfedema e em processos inflamatórios pós-cirúrgicos (depois de uma cirurgia é normal acumular líquido nos tecidos lesados, já que o corpo entende a cirurgia como uma agressão e manda os seus soldadinhos de defesa para o local). Também ajuda quando o próprio sistema linfático está comprometido em seu funcionamento. Se a circulação da linfa estiver prejudicada por algum motivo, ela se acumulará, causando o inchaço e impedindo a limpeza adequada do organismo. Segundo LEDUC (2007), para acontecer à evacuação desses dejetos dois processos são necessários processo de captação ou reabsorção realizado pela rede de capilares linfáticos. Esse processo é a consequência do aumento da pressão tissular. Quanto mais pressão maior é a captação pelos capilares. - 28 - 2.2.3 - PROCESSO VACUAÇÃO E DEMANDA É o transporte da linfa que se encontra nos vasos e que através dos pré- coletores chegam aos coletores. Em outras palavras, a captação é realizada no mesmo nível da infiltração; e a evacuação é a transferência dos líquidos captados longe da zona de captação. Com o avanço da tecnologia muito se tem conseguido para a melhora e bem estar de todos que buscam na medicina e na estética procedimentos que irão aliviar suas tensões. Atualmente, a drenagem linfática manual está representada principalmente por duas técnicas: a de Leduc e a de Vodder. Ambas são baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e linfonodos, associando basicamente três categorias de manobras: manobras de capitação; manobras de reabsorção; manobras de evacuação. A diferença entre elas reside somente no local de aplicação. Alguns autores preconizam iniciar a drenagem linfática pelo segmento proximal, processo de evacuação, obtendo assim um esvaziamento das vias pelas quais a linfa terá que fluir. 2.3 - COMO É REALIZADA A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 2.3.1 - MANOBRAS MANUAIS DE DRENAGEM Precisam ser suaves, progressivas e lentas Espremendo levemente a pele e deslocando-a ao plano profundo. Vale lembrar que, antes dos movimentos de drenagem em que vamos auxiliar na circulação da linfa, É necessário fazer leves compressões sobre as cadeias ganglionares para que essas se esvaziem e estejam preparadas para receber um novo aporte de líquidos para serem filtrados e seguir o curso para corrente venosa. A quantidade de movimentos vai depender da patologia, sendo cinco movimentos, o mínimo habitualmente adotado. Com a mão em contato - 29 - com a pele, os dedos fazem movimentos circulares, apoiando e levantando. Na drenagem linfática é realizada com manobras manuais de pressões suaves, como bombeamentos, movimentos circulares, sempre no sentido dos gânglios linfáticos. Primeiramente desbloqueia-se as “portas” onde estão inseridas os maiores gânglios do corpo (de cima para baixo). E realizam-se as manobras da drenagem linfática de baixo para cima, sem nunca provocar dor, e com pouca pressão e com precisão dos movimentos. A diferença entre elas reside somente no local de aplicação. Alguns autores preconizam iniciar a massagem de drenagem linfática pelo segmento proximal, processo de evacuação, obtendo assim um esvaziamento das vias pelas quais a linfa terá que fluir. O trabalho deve ser executado no sentido proximal-distal, praticar por maior espaço de tempo onde há maior retenção de líquido; executar as manobras em ritmo lento, pausado e repetitivo, em respeito ao mecanismo do transporte da linfa, cuja frequência de contração é de 5-7 vezes por minuto; Não deve ser desagradável e sem dor; aconselha-se que a primeira sessão seja mais breve, trabalhando mais a cadeia linfonodal; do pescoço, analisando as reações; as sessões devem ter no mínimo de 30 minutos e duas vezes por semana; No curso de drenagem linfática da Payot aprendemos com a professora Nazira estas manobras de drenagem linfática patinho, patão, ondinha, bracelete, fricção e vibração. Existe uma gama de movimentos que poderão ser usados, no entanto, tais movimentos requerem práticas. Para fazer uma boa drenagem é necessário ter conhecimento da anatomia do sistema linfático e sua fisiologia. Necessário se faz de alertarmos que a primeira cadeia ganglionar a ser trabalhada é dos términos ou supraclaviculares. Observe-se ainda que, ao bombeamento das cadeias ganglionares, seguem-se os movimentos, proximal para distal, e, distal para proximal. - 30 - Drenagem linfática não dói. O profissional faz pressões leves em todo o corpo para drenar esse líquido. Tem gente que acha que por isso não foi bem feita, mas é o contrário. Se você sair com manchas roxas depois de uma sessão de drenagem linfática alguma coisa está errada. 2.3.2 - INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL INDICAÇÕES: Circulação de retorno comprometida; Tecido edemaciado; Varizes; Cicatrização; Menopausa; Cansaço nas pernas; Sistema nervoso abalado; Gestação; Celulite; Pré e pós-cirurgia plástica; Linfedema; Dores musculares; Relaxamento; Pós-mesoterapia; Hematomas; Olheiras ou edemas palpebrais; Rejuvenescimento; Acne. CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS Infecções agudas, Tumores, - 31 - Cancro, Abscesso e nódulos não estudados, Trombose venosa profunda, Tromboflebites, Erisipela, Hipertireoidismo, Arteriosclerose avançada, Menstruação abundante, Afecções da pele, Câncer ainda não estabilizado; Reação inflamatória aguda; Insuficiência cardíaca não controlada; Febre; Gestação de alto risco; Insuficiência renal crônica; Hipertensão; Processos viróticos. CONTRA INDICAÇÃO ABSOLUTA: Tumores malignos; Infecções agudas; Edemas sistêmicos de origem cardíaca; Trombose venosa. Além de bem aplicada é importante estar alerta para as contra indicações. A primeira são infecções. Lembra que no meio dos vasos linfáticos existem as blitz do sistema de defesa, os linfonodos? Então se uma pessoa está com uma infecção e recebe uma drenagem linfática essa infecção que estava localizada pode se espalhar pelo organismo, piorando o estado geral do paciente. Se a pessoa tem suspeita de tumor, fica óbvio que não vale a pena sair espalhando células cancerígenas pelo corpo, certo. - 32 - 2.3.3 - PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL A drenagem linfática manual tem ótimos resultados para as pessoas que tem retenção de líquidos e inchaço, devido ao seu efeito drenante e desintoxicantes. Indicada para as pessoas que tem as pernas cansadas e inchadas nas quais podem surgir edemas, varizes ou hematomas, hipertensão arterial. BENEFÍCIOS: Otimização das imunoreações celulares; Diminuição das aderências e retrações cicatriciais; Maior eficiência celular; Aumento da diurese; Maior eficiência da nutrição dos tecidos. Diminuição de sensação de edema e dor na gestante. Auxilia também na redução de celulite e gordura, sendo seu efeito adelgaçante e é especialmente recomendada para pós-operatórios e recuperação de cirurgias de estética. Aumento da capacidade de admissão dos capilares linfáticos; Aumento da velocidade da linfa transportada; Aumento da quantidade da linfa filtrada processada pelos gânglios linfáticos; Aumento da oxigenação e desintoxicação esquelética; Aumento do peristaltismo intestinal; Favorece a evacuação de macromoléculas; Aumenta a capacidade de transporte do sistema linfático Aumenta a reabsorção de uma fração de edema no nível do capilar venoso; Previne formação de fibroses. Produz relaxamento das fibras musculares esqueléticas agindo no sistema nervoso parassimpático (SNP). - 33 - Figura 2 - Manobras da drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. 2.4 - DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA FACE 2.4.1 - MANOBRAS Todos os movimentos de drenagem têm como objetivo captar as linfas nos espaços intersticiais, para que haja maior absorção pelos capilares linfáticos, e aumentar a velocidade de seu transporte em direção à fossa supraclavicular, par que possa voltar à circulação sanguínea. Os movimentos podem ser feitos tanto nas regiões edemaciadas como nas áreas não afetadas. SÃO ELAS: Bombeamento: é utilizada para desobstrução dos linfonodos (gânglios linfáticos) e das áreas próximas a ele. - 34 - Compressão e descompressão: é realizada seguindo o sentido da drenagem. O objetivo desta manobra é auxiliar o processo de evacuação da linfa em direção aos coletores produzindo efeito de aspiração da linfa em direção centrípeta (sempre na mesma direção). Círculos fixos: para auxiliar o processo de captação da linfa nos espaços intersticiais, no nível dos capilares linfáticos. CARACTERÍSTICAS DAS MANOBRAS: PRESSÃO: deve ser exercida na direção dos fluxos linfáticos, sendo moderada no caso de tecido normal e leve em caso de tecido edemasiado, pele avermelhada ou tensão muscular, não podendo em nenhuma circunstancia causar dor. DIREÇÃO: o ponto de partida deve sempre começar da fossa supra clavicular onde o ducto torácico e os ductos linfáticos desembocam na junção das veias jugulares com as subclávias, ou seja, a drenagem sempre seguirá da região proximal do membro para distal e de volta , de distal para proximal. O objetivo desta manobra é garantir o descongestionamento as vias principais para garantir o livre escoamento da linfa. RITMO: deve ser constante e bem lento, repetindo cada movimento de 5 a 7 vezes. 2.4.2 - SEQUÊNCIA DAS MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL DA FACE 2.4.3 - MOVIMENTOS DE CONTATO 1) Deslizamento: trapézio, cervical, nuca, descendo pelo esterno massageando o grande peitoral. 2) Bombeamento sobre a fossa supraclavicular: pressão em 3 tempos e relaxa em 3 tempos. - 35 - DESCONGESTIONAMENTO 3) Linfonodos do pescoço: realize círculos fixos com o dedo indicador. Médio, anular e mínimo. Partindo da sétima vértebra cervical até occipital com pressão para o lado externo do pescoço. 4) Linfonodos occipitais: realize círculos fixos com o dedo indicador. Médio, anular e mínimo. Partindo da sétima vértebra cervical até occipital com pressão para o lado externo do pescoço. 5) Linfonodos parotídeos e retroauricular: realize círculos fixos com o dedo médio iniciando na região submandibular até a região temporal e de volta para a região submandibular. Porém nos pontos sobre os linfonodos parotídeos utilizar o dedo indicador e médio e nos linfonodos retro-auliculares os dedos mínimos e anular. 6) Linfonodos submentais: realize círculos fixos com os dedos anular, médio, e indicador em direção a região submandibular. 7) Linfonodos submandibular: realize círculos fixos com os 4 dedos da mão, menos o polegar com a pressão para a região submandibular. PARTE BAIXA DA FACE: 8) Região submentoniana: neste trajeto temos 3 pontos. Com as falanges dos dedos realize compressão e descompressão envolvendo todo o mento e direcionando a linfa para o subimento. 9) Sulco labionasal: a) partindo das comissuras labiais com as falanges dos 3 dedos realize compressão e descompressão direcionando a linfa para a região submandibular. b) asa do nariz com a falange dos três dedos realize e descompressão direcionando a linfa para região submandibular. 10) Lábio superior: com a falange dos 3 dedos indicador médio e anular realize compressão e descompressão direcionando a linfa para as laterais. 11) Nariz: com o dedo médio realize compressão e descompressão partindo da ponta do nariz (1) asa (2). Dorso (3), lateral (4), e raiz (5), em direção a lateral do nariz. - 36 - 12) Arco interno dos olhos: com a falange dos 3 dedos realize compressão e descompressão, começando no arco interno até a asa do nariz. Da asa do nariz até a comissura labial. Da comissura labial até a mandíbula, direcionando para a via submandibular. 13) Linfonodos submandibular: realize círculos fixos com os quatro dedos da mão, menos o polegar com pressão para a região submandibular. Depois realize círculos fixos descendo pela via do pescoço com o dedo médio até a fossa supra clavicular. Fazer compressão e descompressão na fossa em três tempos. PARTE ALTA DA FACE: 14) Com o dedo médio realize círculos fixos com pressão em direção a submandibular. Neste trajeto temos cinco pontos, inicia na região submandibular indo até as têmporas. 15) Região malar: com a falange dos 3 dedos indicador médio e anular realize compressão e descompressão, iniciar no arco interno da órbita, depois no meio da pálpebra e o ultimo no canto externo do olho direcionando a linfa para as têmporas. 16) Pálpebra inferior: neste ponto temos três pontos, realize movimentos de compressão e descompressão com o dedo médio, iniciar no arco interno da órbita, depois do meio da pálpebra e o último no canto externo do olho, direcionando as linfas para as têmporas. 17) Pálpebra superior: com a falange dos 3 dedos médio realize compressão e descompressão, iniciar no canto externo do olho, depois no meio do olho e por último no arco interno da órbita direcionando as linfas para as têmporas. 18) Supercílio: pinçar as sobrancelhas com o dedo indicador e polegar iniciando o arco interno e terminando nas têmporas. 19) Glabela: com o dedo médio e indicador realize círculos fixos com pressão em direção a submandibular. 20) Região frontal: neste trajeto temos três pontos, realize círculos fixos com as falanges dos dedos médio e indicador começando na têmpora depois meio da frente e por ultimo região central. - 37 - 2.4.4 - MANOBRAS FINAIS DE CONTATO Suave tração com apoio atrás da nuca e região frontal, e pressão com as mãos acomodadas sobre os acrômios. Figura 3 - Manobras da drenagem linfática. Fonte: Arquivo pessoal da autora. 2.5 - DRENAGEM LINFÁTICA NA GESTAÇÃO A drenagem linfática na gestação é indicada para diminuir a retenção de líquido, Ela costuma ser muito indicada, mas é preciso buscar um profissional bem formado especializado em trabalhar com grávidas. É o tratamento estético mais indicado para a gestante, a partir do terceiro mês de gestação. - 38 - Com manobra suave e lenta, que ajuda a reduzir essa retenção de líquido e diminuir os inchaços comuns da gravidez, que aparecem principalmente no primeiro e no último trimestre, o profissional pressiona e desliza a mão por todo o corpo, direcionando o excesso de líquido para os gânglios linfáticos, que trabalham para eliminá-lo pela urina. Ela é considerada o melhor tratamento estético para grávidas já que a retenção de líquido aumenta muito nessa fase da vida da mulher, isso porque para dar conta do feto o volume sanguíneo da mãe aumenta entre 30% a 50% facilitando que uma parcela maior transborde nos capilares e vire inchaço. Durante a gestação há um aumento na produção hormonal, responsável por várias modificações estruturais e musculares. Alguns dos hormônios essenciais na gravidez são responsáveis pela tendência de reabsorver sódio causando a retenção de líquido na gestante, principalmente nos e pés e nas pernas. Essa técnica previne e trata as complicações decorrentes da gestação, auxiliando no alívio de problemas circulatórios e musculares, bem como de outros problemas relacionados às mudanças hormonais, tais como enxaqueca, insônia, constipação intestinal e cansaço, além de proporcionar relaxamento à gestante. 2.5.1 - BENEFÍCIOS Estimula a circulação venosa Reduz a retenção de líquido e diminui inchaços típicos da gravidez. Estimula a lactação e a dessensibilização das mamas, preparando-as para a amamentação; Previne e combate às varizes e sensação de pernas cansadas; Combate à celulite e às estrias; Alivia tensões e reduz dores musculares. - 39 - Além desses benefícios podemos citar também que durante o tratamento as grávidas passam a se conhecer mais e aceitam melhor a nova identidade corporal. Desta forma, a mulher passa a ter aumento do bem-estar emocional, fortalecendo ainda mais o vínculo mãe-bebê. 2.5.2 - CONTRA INDICAÇÕES: Grávidas com hipertensão não controlada; Insuficiência renal; Trombose venosa profunda; Infecções de pele; Erupções cutâneas. É importante ressaltar que a técnica mal executada pode estimular as contrações uterinas e causar até a precipitação do parto a partir do sexto mês de gestação. Podendo também comprometer a circulação e causar hematomas. Por isso é sempre bom consultar e procurar para buscar um profissional bem capacitado. Aliás, esse é o principal problema da drenagem linfática, ela pode ser encontrada em qualquer lugar por qualquer preço. Então desconfie dos preços muito baratos e procure (mesmo nos caros) saber como foi a formação da pessoa que irá realizar a massagem (lembre-se, a maioria das pessoas nem sabe o que significa linfa). Se mal aplicada à drenagem linfática pode causar danos aos vasos linfáticos. Se eles rompem, mais líquido é extravasado e o problema piora. Esse estudo aqui mostra que a técnica aplicada de forma muito vigorosa pode romper os vasos - 40 - 3 - APLICABILIDADE NA ESTÉTICA A drenagem linfática, que faz parte de qualquer pacote de tratamento estética, pode ser um bom coadjuvante no combate à celulite. Edemas, Paniculopatia Edemo Fibro Esclerótica (PEFE), pós-cirurgia plástica, obesidade, gravidez. Antes de qualquer descrição sobre a técnica da drenagem linfática manual, convém ressaltar que está é totalmente diferente da massagem corporal. Lembre-se sempre a drenagem linfática manual não é massagem. A massagem expressão oriunda do grego tem como objetivo amassar as partes do corpo para que o mesmo relaxe; aliviando tensões e dores, ativando a circulação sanguínea, e, promovendo o bem-estar físico e mental. Enquanto esta última trabalha ao nível de tônus muscular, exigindo maior pressão, com ritmo mais acelerado, mãos tensas, punhos rígidos e dedos muito ativos, utilizando lubrificantes para favorecer o deslizamento das mãos. Então uma primeira coisa deve ficar bem clara a drenagem não emagrece. Isso quer dizer que não se perde gordura através da massagem. Mas se as medidas mais cheinhas são causadas por acúmulo de água, aí sim pode haver uma redução das medidas. Já se o problema for celulite (que é uma inflamação do espaço ao redor das células adiposas que não diz respeito a aumento de gordura, embora esteja muito relacionada à obesidade) a drenagem linfática funciona mais como uma técnica preventiva já que ela evita que esse excesso de água cause uma inflamação no tecido gorduroso, mas ela, sozinha, não acaba com a celulite. 4 - O PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO NA CIRURGIA PLÁSTICA E LIPOASPIRAÇÃO 4.1 - ABDOMINOPLASTIA - 41 - Cada vez mais, chegam às nossas mãos pessoas que, pelos mais variados motivos, passaram por uma cirurgia plástica e necessitam dos nossos serviços; ou ainda, clientes que já estão conosco e querem se preparar para cirurgias a que pretendem se submeter. A primeira cirurgia desse gênero foi realizada em 1899, para correção do abdômen em avental. As indicações para a realização de uma abdominoplastia são muitas: os efeitos pós-cirurgia bariátrica; emagrecimento intenso após dietas; além, é claro, das profundas alterações no organismo feminino desencadeadas pela gestação, que vão, desde desarranjo na postura, alterações na marcha, transtorno metabólicos, aparecimento de estrias e flacidez de pele, até a hipotonia muscular (diástase). Para a realização de uma abdominoplastia, o cirurgião avalia: a pele, o tecido adiposo, os músculos reto e oblíquo; a saúde do cliente; e, o risco cirúrgico. Cada cirurgião tem uma conduta de trabalho. Mas todos sempre utilizam todos os recursos para se assegurarem quanto à indicação e realização da cirurgia (GODOY, 1999). 4.1.2 - TÉCNICAS UTILIZADAS PELO CIRURGIÃO PLÁSTICO Dermolipectomia abdominal: consiste na retirada do retalho cutâneo e gordura no andar inferior do abdômen. Com esse procedimento o tecido superior recobre toda a extensão abdominal e faz-se uma nova cicatriz umbilical. Indicada para abdomes com grande flacidez. Mini abdominoplastia: quando a pele superior do abdômen é de boa qualidade, com pouca flacidez. Retira-se apenas o excesso de pele e gordura da parte inferior. Geralmente indicada para mulheres que ainda não engravidaram ou tiveram apenas uma gravidez ou tenham idade entre 30 e 45 anos. - 42 - Mini abdominoplastia com lipoaspiração: técnica indicada para os casos em que na parte superior do abdômen há um excesso de gordura sem flacidez e excesso de pele na parte inferior do abdômen. (OTTAVIANI, 1953) 4.1.3 - PRÉ-CIRÚRGICO Para que o tecido responda bem o procedimento realizado pelo médico, é bom que primeiro se retire toda camada de células mortas através de um peeling cosmético e hidratações. Em segundo lugar, em situações onde tecidos e músculos apresentam certo grau de flacidez, indicam-se sessões de estimulação russa, dois a três vezes por semana, para melhorar o tônus muscular, sobretudo em pessoas sedentárias. “A drenagem linfática é o procedimento que não deve ser dispensado no pré e pós-cirúrgico, porque é ela que mantém o equilíbrio hídrico, e melhora a oxigenação das células, favorece a circulação de retorno, aumenta a elasticidade do tecido, o que irá facilitar o processo cirúrgico” (MAUDAD, 2000). Os tratamentos pré e pós-operatórios tem como objetivo manter a camada córnea íntegra e hidratada, preparar a musculatura dorso lombar, estimular a produção de fibras de colágeno. Para que esses objetivos sejam atingidos, indica-se, além dos tratamentos já mencionados, a microcorrente, iontoforese, ionoforese. Cabe ressaltar que, a microcorrente atua diretamente no organismo aumentando o ATP celular e que o Trifosfato de Adenosina é um fator essencial no processo de cura e de cicatrização. A microcorrente não pode ser usada ás vésperas da cirurgia. É necessário usá-la até 12 dias antes da cirurgia. Podendo ainda nesse período de preparação, adotarem-se substâncias que, através da ionização, hidratem a pele. 4.1.4 - AS 3 FASES DO PÓS-CIRÚRGICO Fase inflamatória ou exsudativa, sua duração é de aproximadamente 48 a 72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento de sinais prodrômicos da inflamação: - 43 - dor, calor, rubor e edema. Mediadores químicos promovem a vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos combatem os agentes invasores e macrófagos realizam a fagocitose. 4.1.5 - FASE PROLIFERATIVA Tem duração de 12 a 14 dias. Ocorrem neo-angiogênise, produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa migração celular, principalmente queratinócitos, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto avermelhado. 4.1.6 - FASE DE MATURAÇÃO OU REMODELAÇÃO A terceira etapa pode demorar meses a anos. Ocorre reorganização do colágeno que adquire maior força tênsil e empalidece. A cicatriz assume coloração semelhante à pele adjacente. 4.1.7 - INTERCORRÊNCIAS OU COMPLICAÇÕES Dor Edema Fibrose / irregularidades cutâneas Aderência Hematoma Equimose Seroma Infecção Deiscência de cicatriz O procedimento de pós-operatório é tão importante de ser realizado quanto a cirurgia propriamente dita, a fim de se obter os resultados esperados e evitar sequelas comprometedoras. Hoje, sabe-se que quanto antes se fizer drenagem - 44 - linfática, melhor será o resultado final e menor será a formação de fibroses pós- operatórias. Além disso, a drenagem pós-cirúrgica deve ser feita no corpo todo para estimular a circulação linfática geral. No entanto, na área operada o trabalho deve ser mais detalhado. A drenagem linfática manual é comprovadamente eficaz no pós-cirúrgico sido realizado a cirurgia, e, sendo o paciente liberado pelo cirurgião para a realização da drenagem, entra em ação o profissional que irá acompanhar o cliente até sua plena recuperação. Ao receber esse cliente, o profissional poderá se deparar com intercorrências e complicações como edemas, dor, fibrose / irregularidade cutânea alteração de sensibilidade, aderência, infecção, hematomas, equimoses, seromas, e a cicatriz, que, em alguns casos, ainda estará com os pontos. Mas a ação direta do pós-cirúrgico normal é dor, edema e equimose. Com a aplicação da drenagem linfática manual temos o aumento do oxigênio, diminuição do edema e seromas, mais sensibilidade, melhora a cicatrização. O edema mal oxigenado da aparência de ressecado, pois falta hidratação. A drenagem linfática trabalha a sensibilidade sensorial. A drenagem linfática manual usada no pós-cirúrgico é a Drenagem Reversa. Na abdominoplastia, a drenagem é feita tanto na parte inferior como na parte superior do abdômen em direção aos gânglios linfáticos axilares; procedimento iniciado com o bombeamento de toda a cadeia ganglionar, seguido do processo de encaminhamento da linfa, que se faz primeiro de proximal para distal e em seguida de distal para proximal (KURZ, 1997). Neste momento, o conhecimento, a prática, e, a sensibilidade do profissional é provada. Há casos de se ter que ter o laudo médico com as devidas recomendações de como ele quer o trabalho. Levando-se em consideração o - 45 - corte, a sutura está em processo de cicatrização, com pouca sensibilidade, apresentando um quadro de dor. 4.1.8 – PÓS-CIRURGICO Figura 4 - Aplicação da drenagem linfática manual pós-operatória. Fonte: Arquivo pessoal da autora. Figura 5 - Estudo de uso da drenagem linfática manual em mulheres de lipoaspiração de tronco. Fonte: Arquivo pessoal da autora. OBJETIVO: Verificar o efeito da drenagem na dor e no edema no pós- operatório em mulheres submetidas à lipoaspiração de tronco. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram considerados seis mulheres submetidas à lipoaspiração de tronco, divididas em 2 grupos o primeiro grupo com três pacientes que receberam drenagem linfática manual a partir do 2º dia pós- AÇÃO DIRETA DA DRENAGEM LINFÁTICA DOR EDEMA EQUIMOSE CONSEQUÊNCIAS AUMENTO OXIGENIO MELHORA DA CICATRIZAÇÃO DIMINUIÇÃO DO EDEMA DIMINUIÇÃO FIBROSES SEROMAS SENSIBILIDADE - 46 - operatório e o segundo grupo que receberam a partir do 10º dia pós-operatório, no grupo 1 foi realizada perimetria de tronco quatro vezes por semana e drenagem linfática manual 3 vezes por semana, durante 3 semanas. No grupo 2 foi realizada perimetria no 2º e 10º dia pós-operatório e drenagem linfática manual 3 vezes por semana, somente a partir do 10º dia pós-operatório por um período de 3 semanas. RESULTADOS: Todas as pacientes apresentaram dor e fizeram uso de medicamentos, sendo que as pacientes do grupo1 ingeriram um menor número de medicamentos. No período que não se realizou drenagem linfática manual no grupo 2 houve aumento nas medidas da perimetria, enquanto no mesmo período o grupo 1 ocorreram diminuição das medidas. Após aplicação de drenagem linfática manual no grupo 2 também ocorreu diminuição das medidas na perimetria de tronco. CONCLUSÃO: A drenagem linfática manual pode ser prescrita no pós- operatório imediato na lipoaspiração de tronco, pois diminuiu o edema, a dor e a ingestão de medicamentos, nesta amostra e não apresentou nenhum efeito adverso, sugerem-se novos estudos com amostras maiores e o uso de outras técnicas fisioterapêuticas coadjuvantes no tratamento da dor das outras consequências e da intervenção cirúrgica em questão. No pós-cirúrgico, o primeiro procedimento é a drenagem linfática manual. Essa drenagem segue o mesmo princípio da drenagem convencional, que é através do contato manual direcionar e aumentar o fluxo linfático. O contato manual transmite aos receptores estímulos que serão interpretados pelo sistema nervoso autônomo diminuindo a sensação de dor no local, fazendo com que o cliente se recupere mais rapidamente do estresse cirúrgico. - 47 - 5 - DRENAGEM REVERSA Em situações normais, quando fazemos drenagem em um abdômen, na parte superior caminhamos com a linfa para os gânglios axilares e na parte inferior caminhamos para os gânglios lombares e para os gânglios ilíacos. Na drenagem reversa não podemos proceder assim, pois a circulação linfática e os gânglios lombares e ilíacos estão comprometidos ou mesmo inexistentes. Se forçarmos em fazermos a drenagem convencional, no sentido clássico, poderão surgir edemas, acumular líquidos que não terão como chegar a lugar algum, causando nódulos. É necessário executar a drenagem por vias íntegras, pois aconteceu uma interrupção dos vasos linfáticos o que prejudica a drenagem fisiológica. Essa drenagem pode ser realizada sobre compressas de gaze, molhadas em loções de camomila ou soro fisiológico, promovendo emoliência e acalmando a pele. Até os 30 primeiros dias, após esse período fazer drenagem linfática normal. Foi realizada uma pesquisa que o grupo I começou a fazer a drenagem linfática com 2 dias após a cirurgia e o grupo 2 com 10 dias de operado, os pacientes do grupo I tiveram menos dor, menos seromas, menos edemas e melhores resultados que o grupo 2. Conclui-se que a drenagem linfática deve ser de início quase que imediato. Segundo o prof. Marcos Lanza deve-se fazer drenagem linfática reversa imediatamente após o ato cirúrgico, após a retirada dos pontos a normal, e que a neoformação vascular acontece 24 horas após a cirurgia. A pessoa que faz drenagem pré-operatória tem melhor vascularização e menos edema. Segundo a prof. Nazira, que também é nutricionista o paciente deve tomar arnica, clara de ovo e albumina, além de comer proteína, pois ajuda na recuperação do tecido, gema de ovo e diminuir o sal. Antes da drenagem fazer compressas quentes com 1 copo de água com 1 colher de sal grosso e 3 gotas de óleo essencial que tenha ação drenante como tangerina, limo cipreste, alecrim. Fazer compressas geladas de loção branca, chá de camomila, chá - 48 - preto, mate, água boricada (anti-inflamatório) ou soro fisiológico. Envolvendo a gaze no algodão tipo um absorvente e por cima colocar máscara em gel no rosto inteiro por 20 minutos. Se a cliente perdeu muito sangue ela deve comer; folha de couve, beterraba, cenoura, banana, maçã. E é muito bom fazer um suco que tenha um limão, uma raiz, uma fruta e uma verdura. O limão reequilibra a acidez do fígado. Conforme vimos em pesquisas após o vigésimo dia, e estando em plena recuperação, podemos introduzir o ultrassom que irá ajudar na diminuição dos edemas e nódulos. A microcorrente é indicada pois aumenta o trifosfato de adenosina que, como já foi dito, é essencial no processo de cura e cicatrização e estimulando a microcirculação. O objetivo dos procedimentos estéticos no pós-cirúrgico são reduzir edemas, hematomas, equimoses, promover equilíbrio hídrico, aumentar a microcirculação e melhorar a circulação venosa e linfática. Nas pesquisas deparamos com os seguintes questionamentos as vias linfáticas e os gânglios supra troclear e lombares na parte inferior do abdômen voltarão ao funcionamento normal? Voltaremos a fazer drenagem convencional em um abdômen operado? Não obtivemos resposta satisfatória. Alguns especialistas afirmam ser possíveis, após um determinado período, que pode ser de 2 a 6 meses, ou até mesmo de um ano, que é o tempo que o cirurgião dá para plena recuperação. Já outros se opõem a essa opinião afirmam que nossos gânglios linfáticos e as vias linfáticas não se refazem. Uma vez retirados, retirados para sempre. O que fazer nesse caso? Fica a dúvida. Neste caso, acreditamos que a melhor opção é se preciso for, proceder à drenagem reversa sempre que esse cliente retornar precisando de drenagem linfática, pelo menos até que a cliente esteja de alta médica e totalmente recuperada. Com o avanço da tecnologia muito se tem conseguido para a - 49 - melhora e bem estar de todos que buscam na medicina e na estética procedimentos que irão aliviar suas tensões. 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Em todo processo que o esteticista for trabalhar é necessário um aprofundado grau de conhecimento, experiência e dedicação. O cliente que passou por uma abdominoplastia, vem com sequelas pós-cirúrgicas que precisam ser tratadas, e como procuramos demonstrar, a Drenagem Linfática é hoje o primeiro processo a ser realizado após uma plástica. Nada substitui uma drenagem bem feita. Com a drenagem, o esteticista irá cooperar com a melhora e bem-estar do cliente. Buscar constantemente conhecimento, disciplina, responsabilidade e dedicação. Aliando a isso, cosméticos de última geração e aparelhos que atendam adequadamente as necessidades de um bom exercício profissional. Nenhum objetivo é alcançado sem metas e lutas. A inteligência Deus nos deu. É só explorá-la, com muito amor ao próximo e dedicação ao trabalho, que o bom profissional desponta. 7 - REFERÊNCIAS MAUAD, Raul. Estética e Cirurgia Plástica: Tratamento no Pré e Pós- Operatório. São Paulo. Editora SENAC. 2001. ANDREOLI, Carla Parada Pazinatto. & PAZINATTO, Paula Parada. Drenagem Linfática: Reestruturação Anatômica e Fisiológica. 1ª Edição. São Paulo: Napoleão, 2009. LEDUC, Albert. & LEDUC, Olivier. Drenagem Linfática: Teoria e Prática. 2ª Edição. São Paulo. Manole, 2000. - 50 - LEDUC, Albert. Drenagem linfática: teoria e prática. Tradução Marcos Ikeda. 3ªEdição. São Paulo. Manole, 2007 GODOY, José Maria Pereira de. Drenagem linfática: uma nova técnica. – São José do Rio Preto, SP. Lin Comunicação, 1999. OTTAVIANI, Gaetano. Sistema Linfático. Enciclopédia Medica Italiana. 1953. Vol. 5, pág. 1877-1881. KURZ, Ingrid. Text book of Dr. Vodder’s. Manual Lymph Drainage. Vol. II. Therapy. Ed. Karl F Haug Verlag GmbH & Co. Heideberg. 4th edition 1997. - 51 - ANEXOS - 52 - COM A PALAVRA: AS DONAS DA BARRIGA Controvérsias à parte, grávidas e ex-grávidas reconhecem no próprio corpo o bem-estar após a drenagem. É o caso da psicóloga Mirela Boccardo. Grávida de sete meses, ela sente as pernas mais leves após a sessão. Mas também pôde comprovar a diferença entre uma drenagem feita em clínica de estética e outra realizada por fisioterapeuta. "No início da gestação, soube que seria bom fazer drenagem. Fiz várias sessões e, realmente, me sentia bem melhor. Mas percebi que algo estava errado na pressão das mãos do massagista. Procurei uma fisioterapeuta e vi a diferença. Os movimentos são bem mais leves e rítmicos. É imbatível a sensação de relaxamento", conta à psicóloga, que também faz ginástica para gestantes e RPG. Mãe de João Pedro, de um mês, a empresária Georgiana Faria concorda: "Não sofri com dores nas costas nem com inchaço nos pés e nas pernas. Além disso, tive um parto natural maravilhoso e, coincidência ou não, fiz drenagem até o sétimo mês. Pretendo voltar a fazer assim que o meu médico permitir", afirma ela, que se submeteu à drenagem com fisioterapeuta. A fisioterapeuta do Setor de Pré-natal Personalizado da UNIFESP, Mirca Ocanhas, especialista em gestantes, explica os 5 pontos principais que devem ser observados na drenagem linfática. 1. Independentemente de ser realizada em grávidas ou não, a drenagem linfática tem de ser executados com movimentos precisos, suaves e direcionados. 2. Não existe drenagem na qual se empregue força. É sempre de forma delicada. Os vasos linfáticos encontram-se na primeira camada da pele. Sendo assim, não há a menor necessidade de apertar profundamente a pele. 3. Deve-se sempre começar de cima para baixo com movimentos de varredura, retornando à região pélvica, onde está a virilha. Primeiro, barriga, depois pernas e, em seguida, barriga novamente. - 53 - 4. O profissional precisa ter conhecimento do sistema linfático e, principalmente, de todas as mudanças fisiológicas que ocorrem no organismo durante a gravidez. 5. À medida que a barriga da grávida cresce, o fisioterapeuta deve colocar um travesseiro de criança embaixo das costas da paciente para proteger a coluna. Fonte:http://www.webartigos.com/articles/18673/1/Importancia-da-Drenagem- Linfatica-Manual-em-Gestantes/pagina1.html#ixzz1IYJDjQN8. Acessado no dia 15 de Março de 2012 as 17 h e 45 min. http://www.webartigos.com/articles/18673/1/Importancia-da-Drenagem-Linfatica-Manual-em-Gestantes/pagina1.html#ixzz1IYJDjQN8 http://www.webartigos.com/articles/18673/1/Importancia-da-Drenagem-Linfatica-Manual-em-Gestantes/pagina1.html#ixzz1IYJDjQN8
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