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Política Internacional MERCOSUL: origens do processo de integração no Cone Sul. Objetivos, características e estágio atual de integração. Riane Laís Tarnovski Mercado Comum do Sul Origens • 1966: Ata das Cataratas entre Brasil e Paraguai (região das Sete Quedas) • Prevê construção de uma usina hidrelétrica com divisão da energia produzida em partes iguais para os dois países. • Inaugura a “diplomacia das cachoeiras”. • 1969: Tratado da Bacia do Prata (ARG, BOL, BR, PY, UY) • Facilitar a navegação nos rios da bacia do Prata, promover uso racional da água, preservar vida animal e vegetal e realizar projetos de interesse comum. • Criou o Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata (não é OI, apenas acordo- quadro). • 1973: Tratado de Itaipu entre Brasil e Paraguai. • 1979: Acordo Tripartite Itaipu-Corpus (ARG, BR, PY) • Resolveu as queixas argentinas relativas ao aproveitamento hidrelétrico regional. Origens Origens • Aproximação Brasil-Argentina • 1979: Acordo Tripartite • 1980: Acordo nuclear • 1982: Apoio do Brasil à causa argentina na Guerra das Malvinas • Aproximação a partir de Sarney e Alfonsín: • 1985: Declaração de Iguaçu aprofundamento de relações econômicas e comerciais e novo acordo nuclear, permitindo inspeções mútuas • 1986: Programa de Integração e Cooperação Econômica (PICE) (1986): desgravações tarifárias progressivas com flexibilidade, gradualismo, simetria. • 1988: Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento: prazo de 10 anos para a formação de um mercado comum bilateral. • 1990: Ata de Buenos Aires (Collor): antecipa metade do prazo previsto no TICD (31/12/94) para a formação de um mercado comum. • Até 1990, o processo de integração é fundamentalmente bilateral. • A partir de 1990 e com o avanço das negociações comerciais no sistema multilateral de comércio, Brasil e Argentina passam a favorecer a liberalização com mais países da região, de modo a incrementar a competitividade e a economia de escala. • Set./1990: adesão de Uruguai e Paraguai às negociações. • Dez./1990: Brasil e Argentina firmam o ACE-14, que consolidou os acordos anteriores e estabeleceu regras para o mercado comum. • 26/03/1991: assinatura do Tratado de Assunção, que cria o MERCOSUL. • Culminação de processo iniciado ainda na década de 70 e acelerado com a redemocratização, de superação da lógica de rivalidade pela da cooperação entre os vizinhos. • MERCOSUL ainda não é um mercado comum. É uma união aduaneira imperfeita. ORIGENS Objetivos • Abertura comercial por meio da constituição de um mercado comum; • Ampliar os fluxos de comércio (regionalismo aberto); • Atrair investimento direto no País (IED); • Maior articulação entre as cadeias produtivas dos sócios; • Promover a inserção competitiva na economia global (caráter instrumental do Mercosul). ”Laboratório para globalização” (Chanceler Lampreia) Características • O Tratado de Assunção estabeleceu um modelo de integração profunda, que visa à formação de um mercado comum (art. 1º), que implica: • livre circulação interna de bens, serviços e fatores produtivos; • estabelecimento de uma tarifa externa comum (TEC); • adoção de uma política comercial comum; • coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; • a harmonização de legislações nas áreas pertinentes. • Fase de implementação da etapa de união aduaneira, cujo principal instrumento é a Tarifa Externa Comum (TEC). • A TEC exclui dois setores (automotivo e açucareiro) e possui listas de exceção, chamadas ”perfurações da TEC”, razão pela qual o MERCOSUL é considerado uma união aduaneira imperfeita. ACORDOS DA ESTRUTURA INSTITUCIONAL 1991: Protocolo de Brasília - solução de controvérsias ad hoc 1992: Protocolo de Las Leñas - regula a cooperação judicial (eficácia extraterritorial das sentenças e dos laudos arbitrais) 1994: Protocolo de Ouro Preto • Confere personalidade jurídica ao bloco; • Regra de tomada de decisões por consenso; • Vigência simultânea (quando a decisão necessita de internalização); • OI intergovernamental (não há supranacionalidade); • Definição da estrutura do bloco. ACORDOS DA ESTRUTURA INSTITUCIONAL 1998: Protocolo de Ushuaia: cláusula democrática. Assinado e ratificado por todos, além dos associados Bolívia e Chile. Já foi aplicado duas vezes (2012 e 2017). 2002: Protocolo de Olivos reforma o mecanismo de solução de controvérsias e cria o Tribunal Permanente de Revisão (TPR). 2005: Protocolo de Assunção: compromisso com a promoção e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. 2011: Protocolo de Montevidéu (ou "Ushuaia II"): reforça os compromissos de Ushuaia e estabelece linhas de ação para fortalecimento e preservação da institucionalidade democrática. Foi assinado, mas ainda não está em vigor. Foi rechaçado no parlamento paraguaio. MEMBROS • Membros fundadores: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai • 2012: Venezuela (suspensa em dez./2016, por descumprimento do Protocolo de Adesão, e ago/2017, por ruptura da ordem democrática). • 2013/2015: Protocolo de Adesão da Bolívia (falta ratificação do Brasil e da Bolívia). • Adesão ao MERCOSUL: possível a todos os membros da ALADI, inclusive na qualidade de estado associado. • Estados Associados: podem participar, na qualidade de convidados, das reuniões dos órgãos da estrutura institucional do MERCOSUL para tratar temas de interesse comum, apenas com direito a voz. • Não existe a figura de ”membro observador” no MERCOSUL. Estrutura institucional • O MERCOSUL tem presidência pro tempore rotativas, com duração de um semestre cada, seguindo a ordem alfabética de seus membros. • Foros decisórios • Conselho do Mercado Comum (CMC): caráter decisório, nível ministerial, emite decisões ou recomendações. • Grupo Mercado Comum (GMC): função executiva, com iniciativa legislativa, lança propostas que serão apreciadas pelo CMC e emite resoluções. • Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM): caráter técnico; a partir de suas conclusões, o GMC pode elaborar propostas para o CMC; emite diretrizes. Estrutura institucional Órgão político • 1994-2006: Comissão Parlamentar Conjunta (representação equitativa – 18 cada) • 2005: assinatura do Protocolo Constitutivo do Parlamento do MERCOSUL (vigor em 2007): órgão de representação dos povos do MERCOSUL. • PARLASUL é órgão unicameral, independente e autônomo. • Não é dotado de capacidades legislativas • Sede própria em Montevidéu, onde são realizadas sessões mensais. COMPOSIÇÃO • Até 2010, cada Estado Parte era representado por 18 parlamentares. • 2010: Decisão CMC Nº 28/10 cria o critério de representação cidadã (BR 37, ARG 43, UY e PY 18 cada). • Composição final das bancadas (BR 75) está condicionada à realização de eleições diretas. • 2019: Protocolo Adicional ao Protocolo Constitutivo do PARLASUL. Rechaçado no congresso argentino. • 2020: Decisão CMC Nº 09/20 prorroga até 2030 prazo para eleições diretas ao PARLASUL. Estrutura institucional • Órgãos sociais e de direitos humanos • Instituto Social do MERCOSUL (2008) • Elabora e executa projetos, estudos e atividades que fortalecem a dimensão social da integração. • Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (2009) • Fortalece os mecanismos para gerar consenso em torno de políticas pública em direitos humanos; desenvolve sistemas de medição, informação e acompanhamento dos direitos humanos na região; promove capacitação. • Foro social • Foro Consultivo Econômico e Social (FCES): órgão de representação da sociedade civil, para discutir temas econômicos e sociais; só se manifesta se consultado. • Órgãos administrativos • Secretaria do MERCOSUL (Montevidéu) • Secretaria do TPR (Protocolo de Olivos) • Tribunal Administrativo-Laboral Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) • Dec. CMC Nª 45/04. Entrou em funcionamento em 2007. • Destina-se a “financiar programaspara promover a convergência estrutural, desenvolver a competitividade e promover a coesão social, em particular das economias menores e regiões menos desenvolvidas; apoiar o funcionamento da estrutura institucional e o fortalecimento do processo de integração”. • Aportes: USD 100 milhões (BR 70%, ARG 27%, UY 2%, PY 1%). • Beneficiários: PY (48%), UY (32%), BR e AR (10% cada) • Mais de 40 projetos aprovados em setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa, biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários. • 2015: Decisão CMC 22/15 renovou o FOCEM, mas ainda não está em vigor (Brasil ainda não internalizou). • 2020: FOCEM destinou USD 16 milhões para projeto de combate coordenado à COVID-19 (“Pesquisa, Educação e Biotecnologias aplicadas à Saúde”). Organograma MERCOSUL ORGANOGRAMA MERCOSUL 14/07/2020 REFERÊNCIAS: * Órgão Decisório Órgão de Representação Parlamentar Órgão de Representação Jurídica Dependência direta Relação/Coordenação Instituto Órgão de Apoio Coordenado pelo FCCP PARLAMENTO DO MERCOSUL (PARLASUL) GRUPO MERCADO COMUM * (GMC) TRIBUNAL ADMINISTRATIVO TRABALHISTA (TAL) Secretaria do Tribunal (ST) REUNIÕES DE MINISTROS E ALTAS AUTORIDADES - RMEPBC Reunião de Ministros de Economia e Presidentes de Bancos Centrais - RME Reunião de Ministros de Educação - RMJ Reunião de Ministros de Justiça - RMT Reunião de Ministros de Trabalho - RMA Reunião de Ministros de Agricultura - RMC Reunião de Ministros de Cultura - RMS Reunião de Ministros de Saúde - RMIS Reunião de Ministros do Interior e da Segurança - RMIND Reunião de Ministros de Indústria - RMME Reunião de Ministros de Minas e Energia - RMADS Reunião de Ministros de Desenvolvimento Social 1 - CCMASM Comissão de Coordenação de Ministros de Assuntos Sociais do MERCOSUL - RMTUR Reunião de Ministros de Turismo - RMMA Reunião de Ministros de Meio Ambiente - RAADH Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos no MERCOSUL 2 - RMAAM Reunião de Ministras e Altas Autoridades da Mulher - RAPIM Reunião de Autoridades sobre Povos Indígenas - RAFRO Reunião de Ministros e Altas Autoridades sobre os Direitos dos Afrodescendentes - RMAGIR Reunião de Ministros e Altas Autoridades de Gestão Integral de Riscos de Desastres GRUPOS - GANEMPLE Grupo de Alto Nível para a Estratégia MERCOSUL de Crescimento do Emprego - GTVENE Grupo de Trabalho para a Negociação do Processo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela - GANREL Grupo de Alto Nível sobre Relação Institucional entre o Conselho Mercado Comum e o Parlamento do MERCOSUL CONSELHO DO MERCADO COMUM * (CMC) COMISSÃO DE COMÉRCIO * DO MERCOSUL (CCM) GRUPOS - GAIM Grupo de Assuntos Jurídicos e Institucionais do MERCOSUL - GAO Grupo de Assuntos Orçamentários - GCI Grupo de Cooperação Internacional - GIN Grupo de Incorporação Normativa MERCOSUL - GRELEX Grupo de Relacionamento Externo - GAD Grupo Agenda Digital do MERCOSUL - GANEP Grupo de Adesão de Novos Estados Partes SUBGRUPOS DE TRABALHO - SGT N° 1 "Comunicações " - SGT N° 3 "Regulamentos Técnicos e Avaliação da Conformidade - SGT N° 4 "Assuntos Financeiros" - SGT N° 5 "Transporte" - SGT N° 6 "Meio Ambiente" - SGT N° 7 "Indústria e Integração Produtiva" - SGT N° 8 "Agricultura" - SGT N° 9 " Energia" - SGT N° 10 "Assuntos Trabalhistas, Emprego e Seguridade Social" - SGT N°11 “Saúde" - SGT N°12 “Investimentos" - SGT N°13 “Comércio Eletrônico" - SGT N° 15 “Mineração e Geologia" - SGT N° 16 "Contratações Públicas - SGT N° 17 “Serviços" - SGT N° 18 “Integração Fronteiriça" REUNIÕES ESPECIALIZADAS - REAF Reunião Especializada de Agricultura Familiar - RECAM Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do MERCOSUL - RED Reunião Especializada de Autoridades de Aplicação em Matéria de Drogas - RECyT Reunião Especializada de Ciência e Tecnologia - RECM Reunião Especializada de Cooperativas - REDPO Reunião Especializada de Defensores Públicos Oficiais do MERCOSUL - REES Reunião Especializada de Estatísticas do MERCOSUL - REJ Reunião Especializada da Juventude - REMPM Reunião Especializada de Ministérios Públicos do MERCOSUL - REOGCI Reunião Especializada de Organismos Governamentais de Controle Interno - RET Reunião Especializada de Turismo GRUPOS AD HOC - GAHAZ Grupo Ad Hoc Setor Açucareiro - GAHTEC Grupo Ad Hoc para Examinar a Consistência e Dispersão da Tarifa Externa Comum - GAHSA Grupo Ad Hoc para a Superação das Assimetrias - GAH BK/BIT Grupo Ad Hoc para os Setores de Bens de Capital e de Bens de Informática e Telecomunicações - GAHB Grupo Ad Hoc Biocombustíveis - GAHDM Grupo Ad Hoc Domínio MERCOSUL - GAHDOC Grupo Ad Hoc para a Eliminação da Dupla Cobrança da Tarifa Externa Comum e Distribuição da Renda Aduaneira - GAHPAM Grupo Ad Hoc para a Elaboração e Implementação da Placa MERCOSUL - GAHTR Grupo Ad Hoc de Temas Regulatórios - GAHMPMEs Grupo Ad Hoc de Micro, Pequenas e Médias Empresas CT N° 1 Tarifas, Nomenclatura e Classificação de Mercadorias d CT N° 2 Assuntos Aduaneiros e Facilitação do Comércio CT N° 3 Normas e Disciplinas Comerciais CT N° 4 Políticas Públicas que Distorcem a Competitividade CT N° 6 Estatísticas de Comércio Exterior do MERCOSUL CT N° 7 Defesa do Consumidor de CDCS Comitê de Defesa Comercial e Salvaguardas de SECRETARIA DO MERCOSUL (SM) de COMISSÃO DE REPRESENTANTES PERMANENTES DO MERCOSUL (CRPM) FORO DE CONSULTA E CONCERTAÇÃO POLÍTICA (FCCP) TRIBUNAL PERMANENTE DE REVISÃO (TPR) Instituto Social do MERCOSUL (ISM) 1 Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH) 2 FOROS, COMISSÃO E OBSERVATÓRIO - FCES Foro Consultivo Econômico e Social - CSLM Comissão Sociolaboral do MERCOSUL - CA-FOCEM Conselho de Administração do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL - CA Comitê Automotivo CT N° 5 Defesa da Concorrência CTAT Comitê Técnico ad hoc para a Adequação e Transposição das Listas de Acordos Comerciais com Terceiros /NCM CAH-QUOTAS Comitê ad hoc sobre o Controle de Quotas do MERCOSUR Estágio profundo de integração para além da área econômica. No decorrer do processo de integração, a agenda do MERCOSUL foi paulatinamente ampliada, passando a incluir temas políticos, sociais e de cidadania. Os dois marcos na área social e cidadã do MERCOSUL são, respectivamente, o Plano Estratégico de Ação Social (2011) e o Plano para a Conformação de um Estatuto da Cidadania do MERCOSUL (2010). O MERCOSUL é instrumento fundamental para a promoção da cooperação, do desenvolvimento, da paz e da estabilidade na América do Sul. É o principal instrumento com que o Brasil conta para cumprir o disposto no parágrafo único do art. 4º da Constituição Federal, segundo o qual “a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”. Dados básicos do MERCOSUL hoje 67% do território da América do Sul (quase 3x a área da União Europeia); 62,2% da população sul-americana (3,5% da população mundial) 69,2% do PIB da América do Sul em 2019 O MERCOSUL representa o 8º maior PIB mundial (US$ 2,38 tri em 2019). As trocas dentro do bloco multiplicaram-se em sete vezes desde sua criação, passando de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 33,5 bilhões em 2019, levando-se em conta apenas o comércio entre os sócios fundadores. OMERCOSUL é o principal receptor de IED na região. Segundo dados da UNCTAD, o MERCOSUL recebeu, em 2019, 67,3% dos IED na América do Sul. Produtos MERCOSUL – Mundo 2020 Exportações Importações Soja 13% Petróleo cru 10% Minério de ferro 8% Torta de óleo de soja 6% Óleo de petróleo 6% Telefones 2% Petróleo cru 2% Cloreto de potássio abono 2% SM/UTECEM Março - 2021 Medicamentos 2% Milho 5% Liberalização comercial • Dec. CMC Nº 32/00: reafirma que os estados partes do MERCOSUL devem negociar, de forma conjunta, acordos de natureza comercial com terceiros países ou blocos de países extrazona nos quais se outorguem preferências tarifárias. • O MERCOSUL negociou acordos de livre-comércio com todos os países da América do Sul, com exceção da Guiana e do Suriname. • Como consequência, completou-se, em janeiro de 2019, uma área de livre-comércio de fato com os países da região. • 2007: CMC aprovou o “Sistema de Pagamento em Moedas Locais”. Em funcionamento para operações entre Brasil e Argentina e entre Brasil e Uruguai. • 2010: Aperfeiçoamento da união aduaneira com a conclusão de um Código Aduaneiro do MERCOSUL, prevendo-se, ainda, o fim da bitributação em três etapas (2012, 2014 e 2019). Relacionamento externo • A partir dos anos 2000, o MERCOSUL concluiu seus primeiros acordos comerciais com países de fora da região latino-americana: • Acordos de Preferência Comercial (ACP) • 2004: Índia (em vigor desde 2010) • 2008: União Aduaneira da África Austral (SACU) (em vigor desde 2016) • Acordos de livre-comércio • 2007: Israel (em vigor desde 2010) • 2010: Egito (em vigor desde 2017) • 2011: Palestina (ainda não está em vigor) • Negociações concluídas (mas acordos ainda não assinados): • 2019: Acordo de Associação entre o MERCOSUL e a União Europeia • 2019: Acordo de livre-comércio entre o MERCOSUL e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) • Os acordos com a UE e a EFTA, atualmente em fase de revisão técnica e jurídica, são os primeiros acordos extrarregionais do MERCOSUL com parceiros do mundo desenvolvido. • Negociações de acordos de livre-comércio em curso: • 2018: Canadá, Coreia do Sul e Singapura. • 2019: retomadas as negociações de acordo de livre-comércio com o Líbano. • 2019: tratativas para a expansão do acordo com Israel. • 2020: MERCOSUL lançou proposta de negociação de acordo livre-comércio para América Central e Caribe • 2020: MERCOSUL enviou oferta de acordo de facilitação de comércio e marco regulatório à Aliança do Pacífico e aguarda resposta. Acordo de Associação MERCOSUL-UE • 1992: Acordo de Cooperação Institucional entre Mercosul e a Comissão Europeia. • 1995: Acordo-Quadro de Cooperação Inter-regional Mercosul-Comunidade Europeia iniciaram negociação para acordo de livre-comércio. • 1995-2004: negociações via Comitê de Negociações Birregionais. Negociações perdem ímpeto até 2010, quando são retomadas. MERCOSUL agressivo na área agrícola, e UE em bens industriais e serviços. • Negociação concluída em 2019. • TRÊS PILARES: i) diálogo político, ii) cooperação e iii) livre-comércio. • O acordo comercial é composto por capítulos e anexos, relativos aos seguintes temas: 1) acesso tarifário ao mercado de bens (compromissos de desgravação tarifária); 2) regras de origem; 3) medidas sanitárias e fitossanitárias; 4) barreiras técnicas ao comércio (anexo automotivo); 5) defesa comercial; 6) salvaguardas bilaterais; 7) defesa da concorrência; 8) facilitação de comércio e cooperação aduaneira (protocolo de assistência mútua e cláusula antifraude); 9) serviços e estabelecimento; 10) compras governamentais; 11) propriedade intelectual (indicações geográficas); 12) integração regional; 13)diálogos; 14) empresas estatais; 15) subsídios; 16) pequenas e médias empresas; 17) comércio e desenvolvimento sustentável; 18) anexo de vinhos e destilados; 19) transparência; 20) temas institucionais, legais e horizontais; e 21) solução de controvérsias. • Além do comércio de bens, incluem: • ofertas de liberalização dos setores de compras governamentais e do comércio de serviços e de investimentos. • Componente ambiental, social e de sustentabilidade. • Capítulos de desenvolvimento sustentável reforçam os compromissos ambientais e sociais assumidos pelas partes na esfera multilateral, a exemplo do Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima, da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção e das Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho. O MERCOSUL na atualidade (âmbito interno) • Revigoramento da vertente econômico-comercial do bloco com resgate da vocação original do MERCOSUL para a abertura e a integração com o mundo. • Reforço da democracia e do livre-comércio. • Revisão integral dos principais instrumentos de política comercial comum: a TEC e o Regime de Origem. • Retomada do diálogo sobre os setores automotivo e açucareiro, que estava paralisado havia, respectivamente, 15 e 19 anos. • Fortalecimento do livre-comércio no interior do bloco: acordos de facilitação do comércio e de reconhecimento mútuo de indicações geográficas de origem. • Modernização das estruturas organizacionais do bloco, com a racionalização orçamentária e institucional e aperfeiçoamento dos métodos de gestão. O MERCOSUL na atualidade (âmbito externo) • MERCOSUL tem buscado negociar acordos mais abrangentes e profundos com parceiros mais competitivos. • Tônica de flexibilidade nas negociações com atores externos (mensagem à Argentina). Mas e o Uruguai? • Na América do Sul: aprofundar os vínculos nos temas chamados "não tarifários", como comércio de serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação do comércio e comércio eletrônico. • Desde 2014, o MERCOSUL aproxima-se da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru) em temas como facilitação do comércio barreiras não tarifarias com objetivo estratégico de buscar maior inserção na região da Ásia-Pacífico. Acordos recentes na área comercial (intra- MERCOSUL)) 2017: Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos 2017: Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL 2019: Acordo sobre Facilitação de Comércio do MERCOSUL 2019: Acordo para a Proteção Mútua das Indicações Geográficas dos Estados Partes do MERCOSUL 2020: Acordo sobre Comércio Eletrônico do MERCOSUL Acordos recentes na área cidadã e de cooperação policial 2018: Acordo sobre Revalidação de Títulos ou Diplomas de Ensino Superior em Nível de Graduação no MERCOSUL 2019: Acordo para a Eliminação da Cobrança de Encargos de Roaming Internacional aos Usuários Finais de Serviços de Telefonia Móvel no MERCOSUL 2019: Acordo sobre Mecanismo de Cooperação Consular 2019: Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas 2019: Acordo de Cooperação Policial Aplicável aos Espaços Fronteiriços (hot pursuit); 2019: Acordo sobre Reconhecimento Recíproco de Certificados de Assinaturas Digitais do MERCOSUL. • Cúpula de Presidentes do MERCOSUL, realizada virtualmente em 26/3/21, em comemoração dos 30 anos do Tratado de Assunção. • Lançamento do Estatuto da Cidadania do MERCOSUL, documento que compila direitos e benefícios garantidos pelo bloco aos cidadãos (Dec. CMC nº 64/10). • Função informativa, consolidando e sistematizando os direitos e garantias já em vigor. • O ECM não tem natureza de tratado, senão de um compêndio dos direitos advindos de acordos, protocolos e decisões em vigor (Acordo de Residência, de Seguridade Social, de isenção de visto, de documento de viagem, Declaração Sociolaboral, Placa comum de identificação veicular do MERCOSUL, etc.). • O Estatuto tem capítulos temáticos em linha com a execução dos eixos do Plano de Ação, tratando dos diferentes temas relacionados à cidadania no MERCOSUL: circulação de pessoas e direitos reconhecidos em matéria de fronteiras, identificação, documentação e cooperaçãoconsular, trabalho e emprego, seguridade social, educação, transporte comunicações, defesa do consumidor e direitos políticos. Bons Estudos !
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