Buscar

Fichamento - Fundamentos da Integração Regional: O Mercosul


Continue navegando


Prévia do material em texto

Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Módulo 2: O Mercosul 
Antecedentes Históricos 
Pan-americanismo: 
1750​ Tratado de Madri: Portugal e Espanha 
1810​ Guerras de Independência​1 
 
Simon Bolívar​: Ideal de reunir os países sul-americanos em uma só nação 
1826 ​Congresso do Panamá: México, América Central, Colômbia e Peru 
1948 ​IX Conferência Pan-americana, em Bogotá 
1954 ​X Conferência Pan-Americana, em Caracas 
 
Conjuntura: ​Posse do JK 1956​; ​Visita Nixon 1958 aos países sul americanos: que 
cobravam a omissão do governo dos EUA em relação a investimentos para o 
desenvolvimento na região. 
 
Operação Pan-Americana (OPA): 
1958 ​Doutrina Kubitschek: impulsiona um movimento continental 
Associação Internacional de Desenvolvimento (AIF): ​Banco Mundial + FMI 
Banco Interamericano de Desenvolvimento 
Associação Latino Americana de Livre Comércio (ALALC) 
 
CEPAL: Prebisch e Celso Furtado sobre Integração 
a) Industrialização Indispensável: ​inicialmente, incrementar o comércio intrazona 
mediante acordos preferenciais; 
b) solução para a situação geral de intransferibilidade das moedas: ​dificuldades 
para efetivar os pagamentos intra regionais que incidem negativamente sobre as 
iniciativas de comércio recíproco 
 
Aliança para o Progresso (Kennedy): 
1961 Programa de Cooperação Multilateral: ​incrementar o desenvolvimento 
econômico social da América Latina 
Conjuntura: ​Revolução Cubana​; ​Pressão dos Governos Latino-Americanos 
 
1960 - 1980 Associação Latino Americana de Livre Comércio (ALALC):​ ​2 
- Cooperação Econômica; Planejamento para vencer o processo de 
subdesenvolvimento; Orientada pela Cepal 
 
Objetivo: ​Diminuir tarifas alfandegárias ​→​ ​Área de Livre Comércio 
 
1 Toussaint L’Overture (Haiti); Francisco de Miranda (VNZ); Tiradentes (BR); Bolívar (VNZ); Sucre 
(Bolívia); O’Higgins (Chile); Rivadavia (ARG); San Martín (ARG); Jose Artigas (Uruguai); 
2 Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai; 1970 Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela; 
1999 Cuba 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Obstáculos: a) ​Rigidez dos mecanismos para liberalização comercial; ​b) 
Instabilidade política (Guerra Fria); ​b) ​Associados queriam abrir o mercado dos 
demais países para os seus produtos, sem abrir o próprio mercado 
 
1969 ​Pacto Andino/ Comunidade Andina (CAN) (Acordo de Cartagena): ​Bolívia, 
Chile (saiu em 1976), Colômbia, Equador, Peru, Venezuela (1973, saiu 2006) 
 
"promover o desenvolvimento equilibrado e harmônico dos Países Membros, 
acelerar seu crescimento mediante a integração econômica, facilitar sua 
participação no processo de integração previsto no Tratado de Montevidéu, e 
estabelecer condições favoráveis para ​conversão a ALALC em um mercado 
comum​" (art. 10 do Acordo de Cartagena) 
 
 
1980 Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) ​3 
- Pauta modesta, objetiva e pragmática 
Objetivo: ​Longo prazo o estabelecimento, em forma gradual e progressiva, de um 
Mercado Comum Latino-Americano​4 
 
Acordos Sub Regionais: ​Mecanismos flexíveis ​→ liberalização comercial firmados 
apenas entre um grupo de Países Membros 
- Protocolo de Expansão do Comércio (PEC): Brasil e Uruguai 
- Convênio Argentino-Uruguaio de Complementação Econômica (CAUCE) 
 
Conjuntura: 
a) ​Processo de redemocratização ​→ estabilidade com legitimidade ​→ melhor 
relacionamento regional; 
b) ​Diversificação da Produção Industrial (Modelo de Substituição de Importação) 
→ Complementaridade das economias sul americanas ​→ desenvolvimento regional 
integrado ​→ ​redução das barreiras tarifárias para aumento do comércio 
 
Instrumentos Liberalização Comercial ALALC (1) e ALADI (2) 
1.) Lista de Produtos Nacionais ​→​ ​Sistema de Preferência Regional 
1.) Lista Comum ​→​ ​Resultante das Listas Nacionais 
1.) Listas de Vantagens não Extensivas ​→ ​beneficiar países de Menor 
Desenvolvimento Relativo (PMDR)​5 
1.) Acordos de Complementação​ →​ ​Firmados por pares de Países buscando 
Multilateralização 
 
2.) Acordos de Preferência Aduaneira Regional ​→​ Reciprocamente entre todos 
os países membros com porcentagens diferentes. ​a) ​Países de Menor 
Desenvolvimento Relativo​ (PMDR); b) ​Países de Desenvolvimento Médio ​(PDM5); 
c)​ Países em Desenvolvimento​ (PD) 
 
3 Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e 
Venezuela. 
4 art. 10 do ato de criação da ALADI 
5 Bolívia, Equador, Paraguai e Uruguai 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
2.) Acordos de Alcance Regional ​→ ​Participam todos os membros (comerciais, 
complementação econômica, agropecuários, promoção do comércio, cooperação 
científica/tecnológica, promoção do turismo,preservação do meio ambiente. 
 
2.) Acordos de Alcance Parcial ​→​ ​Agilizar a multilateralização de acordos 
 
1980 Aproximação entre Brasil e Argentina 
 
- Negociação de Preferências Comerciais ​→​ Reduções Tarifárias Recíprocas. 
- Tratado de Cooperação Econômica (Sarney e Alfonsin) ​→ Incremento/ 
Diversificação do comércio bilateral em setores-chave​6 
 
1985 Ata de Iguaçu: ​protocolos bilaterais de natureza setorial (trigo, bens de 
capital, segurança alimentar e outros 
 
1​988 no Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento:​ ​enlace dos 
setores produtivos dos dois países e de iniciativas conjuntas 
Desafio: ​alta inflação e pelo endividamento externo. 
 
1989 Novos Paradigmas: Orientação Neoliberal 
- Menem 1989 (AR) + Collor 1990 (BR) 
- Consenso de Washington 
 
1990 Ata de Bueno Aires: ​objetivo de estabelecer um Mercado Comum entre 
ambos países 
 
Cronologia da integração no Cone Sul 
 
MERCOSUL:​ Brasil, Argentina, Uruguai 
Membros Associados:​ ​Venezuela (2004)​ ​→​ 2005 Membro Pleno em processo de 
adesão; 
 
a) Base Jurídica: ​vinculada a ALADI, acordos de complementação econômica entre 
BR, AR e PY e UR 
b) Base Política: ​cláusula democrática 
c) Base Econômica: ​crescente diversidade e capacidade produtiva das quatro 
economia 
 
1ª Fase 1991-1992: Tratado de Assunção ao Cronograma de Las Leñas 
“Necessidade de integração regional dos países sul-americanos, ideia lançada pelos 
pais fundadores das Repúblicas no continente” 
 
Programa de Liberalização Comercial (03/1991 a 12/1994):​7 iniciado com 
redução mínima de 47%, sobre as tarifas já existentes, por mercadoria, até alcançar 
o limite máximo de 100%, ou seja, tarifa zero. 
 
Lista de Exceções: apresentadas individualmente pelos países signatários, 
segundo suas apreciações nacionais de bens ou produtos que necessitam de um 
6 bens de capital, trigo e automóveis 
7 anexo I do Tratado de Assunção (03/1991) 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
tratamento diferenciado. A partir da adoção da Tarifa Externa Comum (TEC) → ​Lista 
de Adequação 
 
2ª Fase 1992-1994: Cronograma de Las Leñas à Reunião de Colônia 
“Surgimento de dificuldades: setores produtivos ameaçados queriam desaceleração 
da desgravação tarifária, especialmente setor industrial e agrícola brasileiro e 
argentino” 
 
Discussão para Tarifa Externa Comum (TEC): ​preocupação em fixá-la o mais 
próxima possível de cada tarifa nacional. Que garantiria: ​a) ​equidade de condições 
de concorrência no Mercosul; ​b) margem de preferência regional; ​c) impulso político 
assegurar conquistas já alcançadas; ​d) unidade dos Países Membros em suas 
relações comerciais com outros países e grupos de países. 
 
Questões de base resolvidas: à eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias e 
à adoção de uma Tarifa Externa Comum 
 
3ª Fase 1994-1995: Reunião de Colônia à União Aduaneira 
“Negociação de temascentrais que deveriam ser solucionados até 2004, garantindo 
o funcionamento do bloco como União Aduaneira” 
 
Discussão de questões específicas: nível tarifário; número de exceções da TEC; 
Zonas Franca; quais critérios balizaram o Regime de Origem; definição e aprovação 
da nova estrutura institucional do Mercosul (vigorando a partir de 2005). 
 
Regime de Origem Mercosul: ​é considerado originário da região, portanto com 
direito à tarifa zero, qualquer produto que tenha pelo menos 60% de valor agregado 
regional. Necessário apenas quando o produto em questão está contido em alguma 
das listas de exceções à TEC. 
 
4ª Fase 1998-2002: Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático 
no Mercosul até a Reunião de Olivos 
 
1998 Protocolo de Ushuaia:​ exige a vigência das instituições democráticas como 
condição imprescindível ao pleno desenvolvimento dos processos de integração 
regional ​→​ o bloco dispõe-se a suspender os direitos e obrigações de todo aquele 
sócio que venha a desrespeitar o princípio democrático, 
- sanções diversas no âmbito regional, podendo, inclusive, chegar a perder sua 
condição de membro do bloco. 
 
5ª Fase 2002-2003: Protocolo de Olivos à Proposta de Refundação do 
Mercosul 
“A evolução do processo de integração exige consolidação legal, a criação de um 
direito comunitário capaz de ser automaticamente recepcionado pelos respectivos 
ordenamentos jurídicos dos seus Estados Partes” 
 
2002 Protocolo de Olivos:​ ​criou uma estrutura jurídica para decidir sobre 
controvérsias entre Estados Partes, empresas ou indivíduos 
a) Tribunais Arbitrais Ad Hoc 
b) Tribunal Arbitral Permanente de Revisão (Assunção, 2004) 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
c) Grupo Mercado Comum: ​Emite Resoluções. 
 
6ª Fase 2004-2010: Programa de Trabalho do Mercosul à Representação 
Cidadã 
Programa de Trabalho do Mercosul para o triênio 2004-2006: diagnóstico geral 
do processo de integração 
 
Mercosul Econômico e Comercial: ​eliminar a dupla cobrança da TEC; questão da 
repartição da renda aduaneira; conceitos básicos do Código Aduaneiro do Mercosul; 
Promoção dos fundos estruturais a fim de elevar a competitividade dos membros e 
regiões. 
 
Mercosul Social:​ participação da sociedade civil; proposta promover os direitos 
trabalhadores no Mercosul; buscar a vigência dos Acordos sobre Residência de 
Nacional; Regularização Migratória para cidadãos do Mercosul. 
 
Mercosul Institucional: Prioridade criação do Parlamento do Mercosul; Conclusão 
dos trabalhos de Regulamentação do Protocolo de Olivos; Ampliação da agenda de 
integração (programa de cooperação em ciência e tecnologia; Iniciativa da 
Infraestrutura Regional SulAmericana (IIRSA)). 
 
Avanços do Bloco: ​Aprovação do Protocolo Constitutivo do Parlamento do 
Mercosul; Criação do Observatório da Democracia do Mercosul; Criação do sistema 
de pagamentos em moeda local para o comércio realizado entre os Estados Partes; 
aprovação das diretrizes para a implementação da eliminação da dupla cobrança da 
TEC; aprovação do Código Aduaneiro do Mercosul; A aprovação pelo CMC do 
critério de Representação Cidadã; Aprovação do programa de Consolidação da 
União Aduaneira. 
 
Marcos jurídicos constitutivos do Mercosul 
 
1991 Tratado de Assunção: ​Estabeleceu os instrumentos para a constituição de 
uma ​Área de Livre Comércio​ e de uma ​União Aduaneira 
 
Avanços: a) ​Programa de Liberalização Comercial (reduções tarifárias 
progressivas, lineares e automáticas); ​b) Eliminação das restrições não-tarifárias; ​c) 
Listas de exceções; ​d) coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; ​e) 
Foros Técnicos para Negociação​8 ; ​f) ​Determinou que existiria uma TEC 
(implementada em 2004); ​g) ​impôs a adoção de acordos setoriais 
 
Etapa de Integração: ​uma união aduaneira imperfeita, ou parcial, visto que há 
vários produtos fora da tarifa externa comum 
 
1994 Protocolo de Ouro Preto: Fase de Consolidação, estabelece estrutura 
institucional mais aperfeiçoada à integração e as bases para o estabelecimento de 
uma ​União Aduaneira​ (parcial). 
 
8 subgrupos de trabalho para as políticas agrícola, industrial e trabalhista. 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Avanços: a) Personalidade Jurídica de Direito Internacional; ​b) Inclusão da 
Comissão Parlamentar Conjunta na estrutura; ​c) ​Estreitou laços entre os Chefes de 
Estado (Mínimo de 1 reunião semestral); ​d) ​Secretaria Administrativa do Mercosul 
(SAM): órgão de apoio Operacional; ​e)​ Setor de Assistência Técnica (SAT) 
 
f) Listas de Exceções Setoriais à TEC: ​bens não produzidos por alguns dos 
Estados Partes, a quem interessa importá-los de terceiros países, que são capazes 
de comercializá-los a preço mais baixo do que se fossem importados de Estados 
Membros do Mercosul 
 
Eliminação da Dupla Cobrança TEC: ​Pelo Conselho do Mercado Comum, devido 
ao não cumprimento da isenção de pagamento de imposto aduaneiro de produtos 
provenientes de países terceiros dentro da área de livre-comércio do Mercosul. 
Seguindo o cronograma 2002, 2014 e 2019. 
 
Objetivo do Mercosul: 
 
1.)​ Eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio entre 
os Países Membros; 
2.)​ ​Adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC); 
3.)​ ​Coordenação de políticas macroeconômicas; 
4.)​ ​livre comércio de serviços; 
5.)​ ​livre circulação de mão-de-obra; e livre circulação de capitais. 
 
2.) Criação da TEC​ (​1994 União Aduaneira)​ ​eliminação de grande parte das tarifas 
e das restrições não-tarifárias de cerca de 80% dos bens comercializados entre os 
Estados Partes 
- Tarifas zero para o comércio intrazona; tarifas iguais para o intercâmbio comercial 
com terceiros países. 
 
3.) Coordenação de Políticas Macroeconômicas 
 
a) Política Cambial: ​Taxa de câmbio e moeda nacional em relação ao Dólar 
b) Política Monetária: ​Fixa taxa de juros e quantidade emitida de moeda 
c) Política Fiscal: ​Níveis e alcances tributários e controle dos recursos a serem 
arrecadados e gastos pelo Estado. 
 
Importância: ​Equilibra os efeitos comerciais entre as economias do bloco; direciona 
os fluxos de investimentos; e regula as condições de concorrência entre os 
produtores locais versus potenciais produtores dos outros Países Membros 
 
Por que ainda não consolidada?: ​Em função da dependência externa adquirida ao 
longo dos anos pelos países membros; grandes endividamentos dos países, muito 
afetados pelos ciclos de crises financeiras mundiais 
 
4.) Liberalização do Comércio e Serviços: ​eliminação de leis/ normas/ 
regulamentações nacionais que discriminam o fornecedor estrangeiro e protegem o 
fornecedor nacional 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Dificuldade: ​Perda da autonomia nacional, inibe a presença de fornecedores 
estrangeiros em território nacional, ancorados em legislações, criando resistências à 
liberalização​. 
 
5.) Livre-Circulação de Trabalhadores: ​trabalho de harmonização das legislações 
trabalhista e previdenciária dos Estados Membros, reconhecimento mútuo de 
diplomas e títulos profissionais. 
- Foro Consultivo Econômico e Social: Trabalha para alcançar esse objetivo. 
 
b) Livre-Circulação de Capitais: ​No contexto da globalização gera mais 
especulação financeira que produção de bens e serviços e distribuição de 
benefícios. 
- Necessidade de estruturar liberalização qualificada: Controle dos movimentos de 
capitais especulativos, facilitação de fluxos de capitais para produção de bens e 
serviços.Estrutura Institucional do Mercosul 
 
- Orgânica Intergovernamental 
- Presidência Pro Tempore (Sistema de Rodízio Semestral de cronologia alfabética 
(AR ​→​ BR ​→​ PY ​→​ UR ​→​ VNZ) 
- Decisões Tomadas por Consenso 
 
Reuniões Periódicas 
 
 
 
 
 
Tipo Periodicidade Local Especificidades 
Reuniões de Cúpula dos 
Presidentes dos Estados Partes 
do Mercosul e 
associados 
 
6 meses País que tem 
presidência 
Pro Tempore 
 
Reuniões Ordinárias do 
Conselho do Mercado Comum, 
6 meses País que tem 
presidência 
Pro Tempore 
Em paralelo às 
Reuniões de 
Presidentes dos 
Estados Membros 
 
Reuniões de Ministros de 
Economia e Presidentes dos 
Bancos Centrais 
6 meses Podem ser 
convocadas em 
caráter 
extraordinário 
Reuniões Ordinárias e 
Extraordinárias do Grupo 
Mercado Comum 
 
6 meses Podem ser 
convocadas em 
caráter 
extraordinário 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Solução de Controvérsias 
 
1993 Solução de Controvérsias (PB) (Protocolo de Brasília): ​entra em vigor 
- Ancorado no Direito Internacional Público 
 
1997 Sistema Provisório (Protocolo de Brasília): 
Modelo​ ​Inter-arbitral ou seja Negociação direta ​→​ conciliação ​→​ arbitragem 
- Possibilidade de reclamações advindas de particulares, pessoas físicas ou 
jurídicas. 
 
 
Processo 
Negociação Direta: ​Sem forma ou rito definido 
Decisões encaminhadas à SAM → GMC (no max em 15 dias) 
 
Órgão Arbitral Permanente?: ​Seria o modelo mais adequado para interpretação 
uniforme das normas 
- Dificuldades:​ parcela de delegação de soberania dos Estados e o caráter 
dispendioso. 
 
2002 Protocolo de Olivos: 
- A etapa conciliatória passa a ser facultativa 
- Permite às Partes escolha por outro foro de soluções de conflito (OMC, etc) 
 
Tribunal Arbitral Ad-Hoc 
- Composição (3 árbitros): ​2 indicados pelos Estados Partes, provenientes de uma 
lista previamente depositada na Secretaria Administrativa do Mercosul e ​1 neutro, 
escolhido por ambas as partes, que o presidirá, sendo vedado a este último provir 
dos Estados envolvidos na controvérsia. 
 
- Decisão: Por laudos inapeláveis e obrigatórios para os Estados Partes, terão força 
de coisa julgada, devendo ser cumpridos no prazo de quinze dias 
 
Corte Revisora: ​Trazer maior segurança Jurídica, com vistas a implementar 
futuramente um Sistema Permanente de Solução de Controvérsias 
- Composição (5 árbitros): ​Cada Estado Parte indicará 1 árbitro e um suplente 
pelo período de dois anos renováveis, 1 árbitro será designado de comum acordo 
pelos Estados Partes pelo período de três anos não renováveis, devendo ser 
nacional de um dos Estados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Módulo 3: A Dimensão Parlamentar do Mercosul 
 
Constituições Nacionais 
 
1991 Tratado de Assunção: Comissão Parlamentar Conjunta (CPL) 
1994 Protocolo de Ouro Preto: Inclusão da estrutura institucional 
- Caráter obrigatório às: Decisões do Conselho; às Resoluções do Grupo Mercado 
Comum; às Diretrizes da Comissão do Comércio 
- implementação se fará de acordo com a legislação interna dos Estados Partes. 
 
Limitações das Constituições Nacionais: ​impedem a implementação de um 
regime adequado e do desenvolvimento de um Direito Comunitário; obstáculo para 
incorporação das normas masculinas e sua operacionalização 
- Solução:​ por meio de ajustes coordenados 
 
● Constituição Argentina:​ ​Outorga aos tratados internacionais uma hierarquia 
superior às leis nacionais e autoriza a celebração de tratados de integração 
que deleguem competências a organizações supra-estatais (arts. 75 incisos 22 e 
24)[N6]. 
 
● Carta Magna Paraguaia: Outorga supremacia aos tratados internacionais e 
estabelece genericamente a admissão de uma ordem jurídica supranacional arts. 
137,141 e 145)[N7]. 
 
● Constituição Venezuelana: Determina que a preferência de acordos regionais 
sobre a legislação interna (arts. 153 a 155)[N8]. 
 
● Constituição Uruguaia: ​Não contam com previsão constitucional que conceda 
hierarquia superior dos tratados internacionais sobre as leis nacionais. 
- Artigo 6, inciso 2: La República procurará la integración social y económica de 
los Estados Latinoamericanos, especialmente en lo que se refiere a la defensa 
común de sus productos y materias primas. Asimismo, propenderá a la efectiva 
complementación de sus servicios públicos 
 
● Constituição Brasileira 1988: Não contam com previsão constitucional que 
conceda hierarquia superior dos tratados internacionais sobre as leis nacionais. 
- Brasil Tratados de Direitos Humanos os quais aprovados na forma do § 3º do 
art. 5º da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004, equiparam-se a emendas constitucionais. 
- Artigo 4º: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de 
uma comunidade latino-americana de nações. 
 
Poder Executivo: ​Competência privativa para manter relações com Estados 
estrangeiros, acreditar seus representantes diplomáticos, bem como celebrar 
tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso 
Nacional (art. 84, incisos VII e VIII). 
 
Parlamento:​ ​cabe aprovar os atos internacionais firmados pelo Presidente da 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
República ou seu Plenipotenciário, cabendo-lhe também autorizar o Presidente da 
República a declarar guerra e celebrar a paz. 
 
Congresso Nacional:​ ​resolver definitivamente sobre 
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional; 
- Aprovação ou rejeição in totum de tratados e atos internacionais 
- Caso o Tratado admita reservas, o Congresso pode aprová-lo ​com restrições ​→ 
Executivo traduz em ​reservas​ na ratificação 
 
Executivo inicia Tratado ​→ Aprovação do Congresso ​→ Emite Decreto 
Legislativo ​→​ Executivo Ratifica 
 
Tratados: ​estão em nível hierárquico inferior ao da Constituição, e, portanto, 
sujeitos ao controle de constitucionalidade 
 
Incorporação das normas Mercosul ao ordenamento jurídico interno dos 
Estados Partes 
 
Parte-se da presunção é a de que interessa aos Estados signatários a célere 
aprovação congressual dos atos internacionais firmados no âmbito do processo 
integracionista. 
 
Problemas: ​Restrições de Setores Nacionais Interessados → Governos sustam 
tramitação no Congresso Nacional 
 
Normas mercosulinas: ​Submetidas ao Congresso de acordo a sua natureza 
- Natureza de Lei: introduzidas via tramitação do direito interno 
- Natureza Regulatória: introduzidas via decretos e portarias 
 
Com exceção da Argentina, nos demais Países Partes as normas do Mercosul são 
incorporadas recebendo tratamento idêntico aos demais tratados internacionais 
 
Especificidade BR - Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul (CPC): 
Resolução do Congresso Nacional nº1 1996, em acordo com o art. 25 do Protocolo 
de Ouro Preto 
- Emitir parecer preliminar sobre toda matéria de interesse para o bloco e que venha 
a tramitar no Congresso Nacional. 
- Procurará acelerar os procedimentos internos para a entrada em vigor das normas 
do Mercosul 
- Fornece subsídios às demais Comissões temáticas 
Entretanto: ​A CPC é impedida por natureza jurídica de acelerar os processos e não 
dispõe de real poder negociador 
 
Problemática:​Frequentemente decisões do Mercosul são incorporadas via 
portarias ministeriais, gerando prejuízo à competência legislativa do Congresso. 
 
Revogação: ​da ​Resolução do Congresso Nacional nº1 1996, pela resolução nº 1 de 
2007, que dispõe sobre a Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
“procedimento preferencial às matérias emanadas dos órgãos decisórios 
mercosulinos, desde que a norma tenha sido adotada de acordo com os termos do 
parecer do Parlamento do Mercosul” (art. 4). 
 
Norma Mercosul ​→ Aprovação pela Representação Brasileira no Parlamento do 
Mercosul ​→ ​Enviada à Câmara e ao Senado 
 
A Consulta Parlamentar: ​Primeiro acordo institucional (2003) entre o Conselho do 
Mercado Comum e a Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. 
“todo instrumento Mercosul que, no momento de sua negociação, houvesse ido à 
Comissão e recebido o seu parecer favorável, quando firmado pelos Estados Partes 
e enviado à aprovação congressual, receberia tratamento legislativo mais rápido”. 
 
 
Problemática: ​maior debilidade do bloco reside no déficit de incorporação 
das normas, debilitando a credibilidade do bloco, modelo de integração orientado 
pelo poder e não por normas jurídicas livremente acordadas, torna-se espaço pouco 
atraente para investidores, caracterizado por insegurança jurídica e falta de 
previsibilidade e de efetividade normativa. 
 
Criação do Parlamento do Mercosul 
 
2003 Programa de Trabalho: ​aprovado pelo Conselho do Mercado Comum: ​que 
engloba um projeto para a criação do Parlamento do Mercosul 
2004 Comissão Preparatória do Parlamento do Mercosul: ​aprovado pelo CMC, 
conferida à Comissão Parlamentar Conjunta 
2005 Projeto de Protocolo Constitutivo do Mercosul: ​Aprovado pelo CMC 
 
 ​Parlamento do Mercosul:​ ​substituirá a Comissão Parlamentar Conjunta 
- Inserção do mecanismo de Consulta Parlamentar: com prazo de 180 dias corridos 
para que os Congressos Nacionais se manifestem sobre aquelas normas que 
tenham sido adotadas pelo CMC. 
 
- os Parlamentos nacionais deverão adotar as medidas necessárias para a 
instrumentalização desse procedimento, em conformidade com as suas respectivas 
normas regimentais. 
 
- Se a norma não for aprovada, esta deverá ser reenviada ao Poder Executivo, que 
a encaminhará à reconsideração do órgão correspondente do Mercosul 
 
- possibilidade de solicitar relatórios dos órgãos decisórios do Mercosul (art. 4, inciso 
4) e de convidar representantes dos órgãos do Mercosul para informar sobre 
determinados aspectos da integração (art. 4, inciso 5) 
 
Principais propósitos: ​contribuir para solucionar a maior debilidade do bloco, o 
baixo índice de normas da integração efetivamente incorporada aos ordenamentos 
jurídicos nacionais 
 
a) ​a representação dos povos do Mercosul​; b) ​a promoção e a defesa da 
democracia, da liberdade, da paz e do desenvolvimento sustentável, com justiça 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
social; c) ​o estímulo à participação dos atores da sociedade civil no processo de 
integração e à formação de uma consciência integracionista na região; d) ​a 
consolidação da integração latino-americana mediante o aprofundamento e 
consolidação do Mercosul. 
 
Deverá: ​promover políticas regionais que possibilitem uma integração fronteiriça 
sem barreiras, à livre circulação de pessoas, bens e serviços, e um desenvolvimento 
integral, complementar e solidário das suas variadas regiões, num esforço que 
permita a correção gradual das assimetrias, que objetive a parceria nas políticas 
públicas em saúde, educação, agropecuária, trabalho, cultura e outros campos. 
 
O Parlamento do Mercosul apresenta um significativo avanço político e institucional, 
marco definitivo de um modelo de integração democrático, representativo e 
estratégico, verdadeira concepção de uma nova visão política regional. 
 
Voto: Individual dos membros das delegações (não mais por consenso), contribuído 
para pluralidade ideológica. 
 
Composição: 
Até 2010 - Paritária: 18 representantes por país, designados pelos respectivos 
Congressos Nacionais 
 
Após 2010 - Critério Representação Cidadã: deve ser integrado por 
representantes eleitos pelo voto universal, direto e secreto, de acordo com a 
legislação eleitoral de cada Estado Parte. 
 
- Em 2011: Brasil 37 representantes; Argentina 26; Uruguai 18; Paraguai 18 
 
Espera-se que: ​O Parlamento seja um local para debates públicos sobre 
integração; represente os anseios e preocupações dos diversos setores da 
sociedade civil; canal de comunicação com a população; as normas do Mercosul 
sejam submetidas a amplos debates 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
 
 
 
Estrutura Intergovernamental e o Parlamento 
 
Estrutura institucional inspirada na União Europeia mas adaptado o paradigma às 
condições políticas e características próprias de países em desenvolvimento. 
 
Modelo intergovernamental: ​Priorização do Estado e representantes dos 
interesses da sociedade civil marginalizados 
 
Desenvolvimento gradual: criar novos organismos, a partir de uma base mínima 
que lhe daria a institucionalidade inicial, de acordo com as exigências que o 
processo em movimento demandasse. Pretendia-se, assim, garantir que os 
primeiros acordos pudessem ser levados à prática de imediato. 
 
Modelo Supranacional?: Não ​era uma opção pois poderiam comprometer os 
objetivos nacionais de estabilização macroeconômica ou mesmo alterar o equilíbrio 
entre as competências nacionais e as atribuições decisórias que deveriam ser 
tomadas coletivamente. 
 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Fatores a serem considerados: 
1.) ​História da formação da Região do Cone Sul, cujas riquezas minerais eram 
disputadas pelos colonizadores europeus. 
 
2.) ​História das relações políticas e econômicas entre Brasil e Argentina, só em 
1985 com o Programa de Integração rompeu-se o antagonismo histórico e 
avançou-se na busca de novas formas de cooperação política e estratégica bilateral 
para a região. 
 
3.) ​Assimetria de tamanho entre as diferentes economias que constituem o bloco e 
visões estruturalmente diferentes no que diz respeito ao grau de institucionalização 
exigido pelo projeto de integração. 
- ​Brasil​, nos primeiros quatorze anos de existência do Mercosul, privilegiava a 
manutenção de um esquema de negociação entre governos. 
 
- ​Uruguai ​e ​Paraguai​, sempre defenderam a ideia de se diminuir esse grau de 
discricionariedade dos sócios maiores → ganhavam pequena margem de ação 
unilateral efetiva. 
- ​Argentina​, meio-termo defendendo a criação de instituições intergovernamentais e 
comunitárias, tendo sugerido a criação 
de um tribunal permanente como opção para iniciar-se o caminho em direção 
à supranacionalidade, 
 
4.) ​Experiências de integração regional - ALALC, ALADI e Grupo Andino mostraram 
que uma organização institucional forte não poderia substituir a falta de vontade 
política dos países participantes. 
 
5.) ​A adesão da ​Venezuela ​agrega outra discussão, com marcado com viés 
ideológico, de luta contra o capitalismo imperialista norte-americano. 
___________________________________________________________________ 
 
Módulo 4: Análise Da Trajetória E Perspectivas Para O Mercosul 
 
Sucessos e Debilidades 
 
O modeloinstitucional criado pelo Tratado de Assunção é funcional. O minimalismo 
institucional com previsão de criação de novos órgãos conforme necessidade, 
diminui a burocracia. 
 
O eixo baseado em ​acordos setoriais entre os Estados, visavam valorizar as 
vantagens comparativas, barateando o produto final e inserindo mais 
competitivamente o bloco no mercado internacional. 
 
Para o alcance da etapa de Mercado Comum, é necessário “otimizar a utilização e 
mobilidade dos fatores de produção e alcançar escalas operativas eficientes”. 
Entretanto, com Menem e Collor e a mudança de orientação política, foi 
implementado um acelerado ​cronograma de desgravação tarifária​, 
marginalizando outros aspectos integracionistas como complementaridade de 
setores das economias e a integração macroeconômica. Dando ênfase ao comércio 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
intrabloco aumentando exponencialmente as trocas, projetando uma imagem 
externa positiva do Mercosul. 
 
A ​Crise dos Tigres Asiáticos em 1997 gerou a redução dos fluxos de 
investimentos destinados aos países em desenvolvimento. Devido a dependência 
econômica de capital estrangeiro, os países mercosulinos foram dramaticamente 
impactados. O que gerou grandes controvérsias comerciais e iniciativas 
protecionistas unilaterais. Seguida pela ​crise na Argentina ​e a ação brasileira de 
desvalorização do Real, causou fortes desequilíbrios à competitividade 
dos produtos comercializados no mercado intrabloco e à regressão do comércio, 
estagnado o bloco. 
 
Aperfeiçoamento das instituições do bloco: 
- busca de legitimidade democrática para as decisões tomadas por seus órgãos 
decisórios (pouco compromisso com as decisões tomadas no âmbito institucional do 
Mercosul) 
 
- Fortalecer as instituições fortes para aumentar a confiabilidade nas negociações 
com outros blocos e países. 
 
2002 - Assinatura do Protocolo de Olivos:​ que criou o Tribunal Permanente 
de Revisão. 
 
2003 - Revisão do Protocolo de Ouro Preto 
 
2002 - Programa de Trabalho do Mercosul 2004-2006:​ ​ações vinculadas à 
legitimidade democrática no bloco; ampliação da participação da sociedade civil, a 
visibilidade cultural por meio da promoção de eventos; permitam maior 
conhecimento mútuo de suas sociedades; promoção do Mercosul cidadão; 
participação do setor privado; sistema de solução de controvérsias; Parlamento do 
Mercosul. 
 
- estancar a dupla cobrança da TEC, começar a discutir a ​renda aduaneira e sua 
distribuição entre os países membros 
- Fim da cobrança de ​tarifas para bens originários da própria zona 
 
Problema Gerais do bloco: Insuficiência Metodológica e Institucional, os 
compromissos assumidos pelos países membros ainda não tiveram alcance 
suficiente para atenuar ou evitar os impactos da crise, iniciada em 1998, sobre suas 
economias 
 
Segundo Félix Peña: 
1.) ​acumulação de regras não incorporadas aos ordenamentos jurídicos 
internos, o que acarreta a hipertrofia normativa. 
 
2.) ​deficiência dos métodos empregados para preparar e adotar decisões; 
 
3.) ​utilização da diplomacia presidencial para a administração dos conflitos 
de interesses entre os sócios e mecanismos demasiado débeis, destinados à 
solução de controvérsias; 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
 
4.) ​falta de transparência do processo decisório e, nele, pouca participação 
da sociedade civil. 
 
Outros problemas: ​os países vêm assumindo comportamentos unilaterais 
fundados muito em razões de emergência econômica; falta de instituições mais 
permanentes (enfraquece o Mercosul aos olhos de nossos parceiros externos); 
bloco está sempre refém de fatores conjunturais. 
 
Projeções 
 
Econômico-Social: ​incapacidade de se constituir efetivamente como um território 
aduaneiro único. Que depende de um regime de importação único. 
- A retomada das negociações do Código Aduaneiro do Mercosul e de mecanismos 
que evitem a dupla cobrança da TEC deve-se à insistência da Comissão Europeia 
nesse sentido. 
 
Inconclusão da União Aduaneira: ​pouca capacidade para ajustar os parâmetros, 
inicialmente estabelecidos para a integração, a conjunturas inesperadas e difíceis. 
 
TEC: ​Aperfeiçoar a disciplina tarifária respeitando as assimetrias existentes entre os 
sócios. O cronograma de redução tarifária inclui ​exceções​: bens de capital, 
informática e telecomunicações; ​exceções nacionais: ​desde o Protocolo de Ouro 
Preto​; ​regimes especiais: política automotriz e produtos do setor; ​regimes 
especiais: ​zonas francas e para o açúcar. 
 
Reconhecimento das assimetrias entre os membros do bloco: perdido de vista 
a própria lógica que inspiraram a sua criação. 
 
- ​Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do 
Mercosul (FOCEM):​.corrigir os desequilíbrios por meio do financiamento de 
programas para promover a convergência estrutural; desenvolver a competitividade; 
promover a coesão social, em particular das economias menores e regiões menos 
desenvolvidas do bloco; apoiar o fortalecimento de sua estrutura institucional e do 
processo de integração. 
 
2002 Programa de Foros de Competitividade​: aproveitar as vantagens 
comparativas dos Estados Partes do Mercosul por meio da integração de suas 
cadeias produtivas;ampliar as suas exportações a terceiros países; desenvolvido é a 
realização de iniciativas de promoção comercial conjunta 
 
Reformula o paradigma de Integração: ​integração das cadeias produtivas do 
bloco; vigoroso instrumento para a implantação de políticas públicas voltadas para o 
desenvolvimento dos países membros. 
 
- Utilizar ​acordos setoriais: ​infra-estrutura, representada por energia, transportes e 
telecomunicações, representa poderosíssimo instrumento para a promoção do 
desenvolvimento da região em seu conjunto, garantindo expressivos benefícios no 
plano social, entre eles a geração de empregos. 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Papel da Mídia: ​construir uma consciência, na região, favorável ao Mercosul. Em 
um mundo interdependente,o interesse nacional somente poderá ser plenamente 
atendido se projetos de desenvolvimento forem vislumbrados no marco do processo 
de integração. 
 
Lenta incorporação da normativa emanada dos órgãos da integração​: ​Em 
2006, apenas 30% desses atos haviam sido internalizados simultaneamente pelos 
quatro países membros. Isso gera falta de previsibilidade no bloco, sendo 
necessário adaptar os respectivos ordenamentos jurídicos dos Estados Membros 
para uma pronta recepção da normativa Mercosul. 
 
Iniciativas poderiam ser úteis no Brasil: 
a) introduzir a normativa Mercosul entre a tipologia legal conforme enumerada no 
art. 59 da Constituição Federal, de forma a distinguir tais normas dos tratados 
internacionais firmados fora do processo de integração, impedindo a sua derrogação 
pela via de uma lei ordinária subsequente. 
 
b) ​emenda ao art. 49, inciso I, da Constituição Federal, que regula a aprovação dos 
tratados internacionais pelo Congresso Nacional, de modo a outorgar um tratamento 
diferenciado e mais ágil às normas emanadas dos órgãos do Mercosul e submetidas 
à aprovação congressual. 
 
Contradição no Projeto da Integração: o Tratado de Assunção, que criou o 
Mercosul, faz referência a um pretendido "mercado comum". Como se sabe, um 
mercado comum pressupõe o livre trânsito de mercadoriase pessoas pelo espaço 
econômico integrado. 
 
- Criação de alguma instituição incumbida de zelar pelos interesses da região em 
seu conjunto → instituições fortes, capazes de gerar bens regionais comuns. 
 
- Consolidação Institucional: postura de verdadeiro respeito às regras pactuadas 
 
Parlamento do Mercosul: ​criado com apoio de organizações não-governamentais 
e Parlamentos nacionais → real conquista da democracia. 
 
- instituir em seu seio ​partidos políticos transnacionais ​chamadas "famílias 
políticas"), construir uma visão regional da integração, que transcenda os interesses 
meramente nacionais 
 
- equilíbrio aos órgãos da integração, por meio do exercício do controle democrático, 
junto ao Tribunal Permanente de Revisão. 
 
- Aumentar a participação de setores da sociedade civil e as organizações 
governamentais o percebam como espaço de demanda e de debate. 
 
- Antecipar eventuais conflitos em formação entre os países membros: evitar 
"diplomacia presidencial", que vem fracassando e desgastando a credibilidade do 
Mercosul 
 
Curso ILB - Fundamentos da Integração Regional: o Mercosul. 
Adesão da Bolívia: ​consequências que já vêm se fazendo sentir no interior do 
Mercosul, e que comprometem a sua coesão, advindas de eventuais conflitos como 
aqueles em torno da construção de fábricas de celulose na fronteira entre Uruguai e 
Argentina 
 
- Incorporação de outros países: importância geopolítica e estratégica; consolidação 
do Mercosul, e não para a destruição de sua identidade. 
 
Conflitos e possíveis defecções: ​necessidade de aperfeiçoamento do mecanismo 
de solução de controvérsias do Mercosul; 
 
- Descontentamento dos sócios menores com os poucos ganhos: necessidade de 
se adotar instrumentos que permitam “"institucionalizar a flexibilidade” com 
geometria variável e de múltiplas velocidades. 
 
“Fazer com que o processo de integração penetre em profundidade nos planos 
político, social e cultural de cada nação, transcendendo a simples dimensão 
econômico comercial.” → agenda do desenvolvimento, mas também à ​agenda 
legislativa → modificação de instituições e de legislações nacionais. 
 
- exigirá diversas reformas referentes à integração dos poderes judiciários. 
 
Papel do Judiciário: ​na definição de políticas públicas, entretanto, no processo de 
integração irrelevante. 
 
- incentivo aos encontros de juízes do Mercosul, a participação do judiciário na 
elaboração de tratados sobre integração e o estímulo a medidas que promovam a 
educação e atualização dos juízes no que concerne à normativa do Mercosul - afinal 
os juízes somente podem aplicar bem o direito do Mercosul se o conhecerem 
profundamente.