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Prof. MSc. Henrique Rocha Farmacêutico - RJ EPIDERME A principal função da epiderme é a de revestimento. A disposição compacta das células, impede a ação de choques mecânicos e a invasão de agentes patogênicos, além de restringir a perda de água. Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Impatiens sp., evidenciando-se um estômato anomocítico. Este tecido de revestimento tem origem nos meristemas apicais, mais precisamente na protoderme, que, por divisões celulares anticlinais e alongamento celular no sentido tangencial, forma geralmente um tecido com uma única camada de células. EPIDERME Outras funções relacionadas à epiderme: trocas gasosas, por meio dos estômatos; absorção de água e sais minerais, através dos pêlos radiculares, das células epidérmicas das folhas submersas de plantas aquáticas e por intermédio de tricomas escamiformes em Bromeliaceae A proteção contra a ação da radiação solar, através do reflexo dos raios solares, que se deve à presença de cutícula espessa e pilosidade densa, evitando um superaquecimento do citoplasma das células do mesofilo Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Tradescantia sp., evidenciando-se um estômato tetracítico. Reprodução através da abertura do estômio, liberando os grãos de pólen; reconhecimento dos grãos de pólen pelas papilas e tricomas estigmáticos; e polinização, por meio de papilas, osmóforos e pigmentos presentes nas pétalas das flores. ESTÔMATO A princípio, estas células são pequenas e não apresentam forma especial, mas durante o processo de desenvolvimento do estômato assumem uma forma reniforme característica e a dissolução da lamela mediana contígua forma uma fenda central. Os estômatos estão relacionados com a entrada e saída de ar no interior dos órgãos em que se encontram ou, ainda, com a saída de água. no caso dos estômatos ou poros aquíferos dos hidatódíos. Os estômatos são compostos por duas células que delimitam urna fenda (fenda estomática) na região centra!, por meio do qual se dá a comunicação do interior do órgão com o ambiente externo. O termo estômato vem de estorna, que e uma palavra de origem grega, e significa boca, por isso deveria ser usado para designar apenas a abertura ou fenda estomática. Entretanto, é empregado para definir o conjunto das duas células-guarda (oclusivas, estomáticas) e a fenda (ostíolo). O termo estômato vem de estorna, que e uma palavra de origem grega, e significa boca, por isso deveria ser usado para designar apenas a abertura ou fenda estomática. ESTÔMATO Os estômatos originam-se de uma divisão anticlinical assimétrica de uma célula protodérmica, cuja célula menor resultante é a célula-mãe com a célula-guarda. Posteriormente, esta célula divide-se paralelamente ao eixo principal da folha, formando as duas células-guarda do estômato. A Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Bacopa monnierioides, onde se observam diferentes fases de ontogênese de estômato. CME = célula-mãe do estômato; (*) célula-irmã da célula-mãe do estômato. As fotos, da esquerda para a direita, correspondem, respectivamente, a: divisão assimétrica de uma célula protodérmica, originando a ESTÔMATO CLASSIFICAÇÃO DOS ESTÔMATOS Anomocítico (ranunculáceo) - Estômato envolvido por um número variável de células que não diferem em formato e tamanho das demais células epidérmicas (Fig. 3.1). Esse tipo é comum nas famílias Ranunculaceae, Geraniaceae, Capparidaceae, Cucurbitaceae, Malvaceae, Scrophulariaceae, Tamariaceae e Papaveraceae. Anisocítico (crucífero) - Estômato circundado por três células subsidiárias de tamanhos diferentes. É comum nas Brassicaceae, Solanaceae e Begoniaceae. Paracítico (rubiáceo) - Estômato acompanhado, de cada lado, por uma ou mais células subsidiárias posicionadas de forma que o seu eixo longitudinal fica paralelo à fenda estomática . Esse tipo é encontrado em várias famílias, como: Rubiaceae, Magnoliaceae, Convolvulaceae e Mimosaceae. Diacítico (cariofiláceo) - Estômato envolvido por duas células subsidiárias posicionadas de modo que o seu maior eixo forma um ângulo reto com a fenda estomática. Encontra-se presente nas Acanthaceae, Amaranthaceae e outras famílias. Actinocítico - Estômato em torno do qual as células subsidiárias se dispõem radial-mente. Este último tipo é pouco comum. ESTÔMATO Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Tradescantia sp., evidenciando-se um estômato tetracítico. Estômato com células-guarda em forma de halteres da folha de uma Poaceae. ESTÔMATO Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Begônia sp., evidenciando-se um estômato anisocítico. Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Glycïne max, evidenciando-se um estômato paracítico. ESTÔMATO Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Alternanthera philoxeroides, evidenciando-se um estômato diacítico. Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de uma Poaceae, evidenciando-se estômatos em halteres. ESTÔMATO Os estômatos são freqüentes nas partes aéreas fotossintetizantes, principalmente na lâmina foliar, e podem também ser encontrados, em menor número, nos pecíolos, caules jovens e partes florais, como pétalas, estames e gineceu, além de frutos e sementes. Raízes e partes aéreas de plantas aclorofiladas normalmente não os têm. TRICOMA Os apêndices de origem epidérmica, comumente denominados tricomas, são muito variáveis na sua estrutura e de valor diagnóstico para a taxonomia. Algumas famílias, por exemplo, Solanaceae e Euphorbiaceae, e mesmo gêneros ou espécies podem facilmente ser identificadas pelo tipo característico de tricomas. Estes encontram-se presentes em qualquer órgão vegetal, de forma permanente ou efêmera. As paredes dos tricomas normalmente são celulósicas, mas podem espessar-se e sofrer lignificação, impregnação de sílica e carbonato de cálcio. O conteúdo dos tricomas é diversificado, podendo conter cloroplastos, cistólitos e outros cristais. Os mais complexos em conteúdo são provavelmente os glandulares. TRICOMA TRICOMAS GLANDULARES A extremidade desses tricomas é formada por uma cabeça uni ou multicelular, que pode apresentar grande variedade de formas e tamanhos. A cabeça une-se à epiderme por meio de uma haste ou pedúnculo uni ou multicelular. Os tricomas glandulares estão envolvidos com secreção de várias substâncias, como óleos, néctar, sais, resinas, mucilagem, sucos digestivos e água. TRICOMAS NÃO GLANDULARES Os tricomas tectores podem ser unicelulares, ou simples, e multicelulares. Os tricomas simples são comuns e podem variar em tamanho, forma e espessura da parede. Incluem as papilas. As fibras de algodão utilizadas comercialmente são, na verdade, tricomas unicelulares do tegumento da semente, o qual desenvolve parede espessada quase puramente celulósica. TRICOMA Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Plantago major, evidenciando- se um tricoma tector pluricelular unisseriado. Vista frontal de tricoma escamiforme de Tillandsia sp. TRICOMA Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Plantago major, evidenciando um tracoma glandular. Vista frontal da epiderme da face abaxial da folha de Musa rosácea, evidenciando- se um estômato e cera epicuticular. CÉLULAS ESPECIALIZADAS Suberosas e silicosas – São células pequenas, que se encontram aos pares entre as células longas da epiderme das Poaceae (Gramineae). As células suberosas apresentam suas paredes suberificadas, o lume é altamente vacuolizado e preenchido com substâncias ergásticas. As silicosas possuem corpos silicosos de forma variada (circular, elíptica) no lume, ou a sílica pode ser depositada na parede celular. Estas células, algumas vezes, apresentam-se como papilas, espinhos ou tricomas e podem ser encontradas, também, nas famílias Cyperaceae e outras Liliopsida. CÉLULAS ESPECIALIZADAS Buliformes – São células maiores que as demais epidérmicas e possuemparede celular fina e grande vacúolo. Constituem inteiramente a epiderme da face adaxial ou ocupam áreas isoladas entre as nervuras. Com menos freqüência, podem estar presentes na epiderme da face abaxial da folha. São encontradas nas Liliopsida, principalmente entre as Poaceae. Em seção transversal, são facilmente reconhecidas pela forma de leque, cuja célula central é a mais alta. Não possuem cloroplastos e o seu vacúolo armazena água. Denominam-se também células motoras, por estarem, acredita-se, envolvidas no mecanismo de enrolamento e desenrolamento das folhas. Seção transversal da folha de Saccharum sp., observando-se a epiderme da face adaxial com células buliformes (seta). CÉLULAS ESPECIALIZADAS Papilas – São pequenas projeções da parede periclinal externa das células epidérmicas, com forma variada. Encontram-se na face abaxial das folhas e, quando se localizam próximas aos estômatos, podem possuir ramificações, como em Spartina densiflora. A função das papilas ainda é controversa. Para vários autores, a sua importância é apenas taxonômica, enquanto outros acreditam que as papilas possam refletir a luz solar. Estão presentes nas pétalas - conferindo aspecto aveludado. Vista frontal da epiderme da face adaxial da folha de Spartina densiflora. Observam-se visíveis papilas. CÉLULAS ESPECIALIZADAS Litocisto - São células grandes, que contêm um cristal de carbonato de cálcio denominado cistólito. Este se forma a partir de invaginação da parede celular, onde se verificam deposições de carbonato de cálcio, pectoses e sílica, resultando num cristal complexo. Os litocistos tornam-se distintos das células epidérmicas comuns pelo seu tamanho e citoplasma mais denso. Geralmente, ocorrem como idioblastos isolados, como nas Acanthaceae e Moraceae, mas podem formar grupos, como na família Boraginaceae.
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