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Induatrialização no Brasil

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Industrialização no Brasil 
 
Em função de suas características e seu encadeamento histórico, o Brasil apresentou uma 
industrialização tardia, marcada por relações econômicas estabelecidas no sistema colonial, e pela 
atuação do Estado como “empresário”, em setores de infraestrutura e bens de capital 
(D'AVIGNON, 2001). 
O Quadro a seguir apresenta uma análise de conteúdo da industrialização no Brasil, 
destacando seus principais acontecimentos. 
Período Contexto Iniciativas Governamentais Resultado 
1500 – 1808 
Brasil Colônia 
Extração de riquezas 
naturais e transferência para 
o colonizador 
Não havia interesse do 
Governo em industrializar a 
colônia 
Ocupação extensiva (conquistas 
de novos territórios) e intensiva 
(exploração de recursos naturais) 
1808-1822 
Mudança do 
Príncipe Regente 
para o Brasil 
Abertura dos portos 
brasileiros ao comércio com 
outras nações (Carta-Régia) 
Permitida a implantação de 
fábricas e manufaturas 
(proibidas desde 1785) 
Inglaterra, EUA, França e outras 
nações europeias passaram a 
oferecer produtos ao Brasil 
1822-1850 
Brasil Império 
Crédito direcionado apenas 
ao setor agrário-exportador; 
deficiência na infraestrutura 
energética, falta de um 
sistema adequado de 
transporte; mercado 
consumidor insipiente 
Isenção de impostos 
aduaneiros para a importação 
de maquinário e insumos para 
a montagem das indústrias 
Inovações tecnológicas 
associadas à compra de 
equipamentos ou bens de capital, 
ou instalação de sistemas de 
transporte (ferroviário), com 
dependência do carvão inglês 
1850-1889 
Segundo Império 
Progresso técnico acelerado 
na Europa, em função da 
segunda Revolução 
Industrial 
Diminuição das importações, 
sem a alternativa de 
desenvolvimento de uma 
indústria de substituição 
sólida; Criação do Instituto 
Osvaldo Cruz e Instituto 
Nacional de Tecnologia 
Indústrias artificiais: 
importavam insumos e matérias-
primas para “montar” o produto; 
e indústrias naturais: tecnologia 
para a extração de recursos 
naturais; Campanha contra as 
indústrias artificiais, seguida de 
uma campanha de 
nacionalização (utilização dos 
recursos encontrados no país) 
1889-1920 
Acumulação do setor 
agrário-exportador aumenta 
a capacidade de importação 
de bens de capital; I Guerra 
Mundial e entre guerras 
fomentavam a consolidação 
de uma indústria nacional; 
Empresas estrangeiras se 
instalavam no país através 
de adaptações realizadas na 
própria planta e não as 
compartilhavam com os 
institutos de pesquisa 
 
 
 
Política tarifária sem um 
critério específico, mas com 
um certo protecionismo; 
Medidas de concessão de 
favores (isenção de impostos, 
empréstimos a juros baixos e 
alguns prêmios); Criação do 
Instituto de Pesquisa 
Tecnológica (IPT) 
Aumento da industrialização de 
bens não-duráveis; concentração 
das indústrias em São Paulo; 
Encilhamento (aproveitamento 
de benefícios fornecidos pelo 
Estado); Imitação da tecnologia 
existente no exterior; 
Dificuldade na implantação de 
plantas industriais (necessidade 
do auxílio de institutos de 
pesquisa); Baixa preocupação 
com qualidade e custos 
Período Contexto Iniciativas Governamentais Resultado 
1950-1955 
Década de 50 
Cresce a complexidade do 
parque industrial e a oferta 
do número de produtos; 
Presença de empresas 
multinacionais aumentam a 
competição e mudam a 
transferência de inovações: 
de importações de bens de 
capital, para direito de uso 
(royalties) 
 
 
Criação do Conselho 
Nacional de 
Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico - CNPq; Criação 
da Sociedade Brasileira para 
o Progresso da Ciência – 
SBPC; Criação da Comissão 
de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior – 
Capes 
Sistema Nacional de Inovações 
restringia-se à adaptação da 
tecnologia importada; 
Transplante de fábricas prontas, 
provenientes de outros países, 
com tecnologias obsoletas 
1956-1961 
Governo 
Juscelino 
Kubitschek 
Entrada de multinacionais 
no país, possibilitada pelo 
Plano de Metas 
(infraestrutura); 
fortalecimento da iniciativa 
privada; internacionalização 
Criação do Plano de Metas; 
Criação da Fapesp 
Esgotamento do modelo de 
substituição de importações; 
Formação de pessoal técnico 
para operar o sistema produtivo; 
Inovações relacionadas à 
adaptação de equipamentos e 
plantas industriais importadas 
(assistência técnica) 
1964 
Ditadura Militar 
Programa de Ação 
Econômica do Governo; 
Regime militar cassa, por 
10 anos, os direitos 
políticos de 10 cientistas 
vinculados ao Instituto 
Oswaldo Cruz 
Criação da Agência Especial 
de Financiamento Industrial 
para financiamento das 
compras de bens de capital 
Demanda tecnológica de 
importação de bens de capital; 
Apoio ao capital multinacional 
1968 
Ditadura Militar 
Plano Estratégico de 
Desenvolvimento 
Utilização da capacidade 
ociosa da indústria e sua 
modernização para promoção 
de exportações 
Necessidade de desenvolvimento 
de tecnologia nacional e 
autônoma; Atribuída ao Governo 
a responsabilidade por P&D 
1970-1979 
Década de 70 
Disponibilidade de capital 
estrangeiro; Regime 
autoritário e fortalecimento 
do governo; condições 
conjuntivas favoráveis 
Criação de institutos de 
pesquisa e fundações ligadas 
a universidades; I PND; 
Criação do 1º Plano Básico 
de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico 
(transferência de tecnologia e 
a integração indústria – 
instituto de 
pesquisa/Universidade) 
Ordenamento territorial; 
implantação de infraestrutura; 
formação de recursos humanos; 
fundação de outros órgãos 
gestores; Necessidades 
tecnológicas supridas pela 
importação de tecnologia 
Choque do petróleo altera o 
quadro internacional 
positivo 
II PND: fortalecimento de 
setores de bens de capital; 
desenvolvimento tecnológico 
da indústria nacional 
(integração de pesquisa às 
atividades industriais) 
 
Programa Nuclear (indústria 
nacional não atendia às 
exigências); Programa Pró-
álcool (tecnologia nacional, 
induziu inovações em setores 
inter-relacionados) 
1990-1992 
Governo Collor 
Abertura do mercado; 
Extinção de órgãos estatais 
de planejamento 
Criação de programas de 
fortalecimento à 
competitividade industrial: 
Programa Brasileiro de 
Qualidade e Produtividade 
(PMQP); Programa de Apoio 
à Capacitação Tecnológica da 
Indústria (PACTI) e 
Programa de Apoio ao 
Comércio Exterior (PACE); 
Inovação restrita à compra de 
equipamentos para a 
modernização 
Criação do Instituto Uniemp 
(Fórum Permanente das 
Relações Universidade-
Empresa) 
2000 a 2007 
Plano Avança Brasil ou 
Brasil em Ação, com 
participação privada; 
Programa de Aceleração do 
Crescimento (desoneração 
para investimentos ligados 
ao desenvolvimento 
tecnológico em 
determinados setores) 
Projetos de formação de 
fundos de pesquisa 
específicos; Criação do 
Movimento Brasil 
Competitivo; Plano Brasil de 
Todos - PPA 2004-2007; 
Esforços para a obtenção de 
avanços em inovação (adesão à 
OCDE; Lei da Inovação; Lei do 
Bem). 
Quadro: Análise de Conteúdo da Industrialização no Brasil. 
Fonte: VEIGA, 2018. Adaptação de D’AVIGNON, 2001; ALVIM, 2007; MCTI, 2016. 
 
Nos últimos anos, o Governo brasileiro vem apresentando diversas iniciativas para 
fomentar a industrialização através do incentivo à inovação no País, entre elas, a criação de 
Agências de fomento, núcleos de inovação tecnológica, Legislações, Programas, etc., sendo todas 
ligadas ao Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. 
 
Referências Bibliográficas 
ALVIM, D. C. Gestão de Transferência de Inovações Tecnológicas para Empresas do Setor 
Produtivo: Complexidade No Relacionamento Entre Organizações De Culturas Diferentes. 2007. 272 
f. Dissertação de M.Sc., EBAPE/Fundação Getúlio Vargas. Programa de Mestrado Executivo, Rio de 
Janeiro, 2007. 
D'AVIGNON, A. L. A. A Inovação e os Sistemas de Gestão Ambiental da Produção. O Caso da 
Maricultura na Enseada de Jururuba. 2001. 291 f. Tese de D.Sc., COPPE/UFRJ/Programa de 
Engenharia de Planejamento Energético, Rio de Janeiro, 2001.MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO. Estratégia Nacional de Ciência, 
Tecnologia e Inovação 2016-2019. Disponível em: <http://www.mcti.gov.br/>. Acesso em: 10 Mai 
2016. 
VEIGA, C. C. Da Invenção à Inovação: Um Processo de Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis para 
Biotecnologia Marinha. Tese de D.Sc., COPPE/UFRJ. Programa de Engenharia de Produção, Rio de 
Janeiro, 2018.

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