Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 12:39 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Numeração conforme a SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 3 Vetores 2 3.1 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3.1.1 Soma de vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3.1.2 Somando vetores através das suas componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de ?? LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 12:39 3 Vetores 3.1 Problemas e Exercı́cios 3.1.1 Soma de vetores P 3-6 (3-??/6a edição) Um vetor a tem módulo 5 unidades e está dirigido para leste. Um outro vetor, b, está dirigido para 35o a oeste do norte e tem módulo de 4 unidades. Construa diagra- mas vetoriais para calcular a + b e b − a. Estime o módulo e a orientação dos vetores a+b e b−a a partir desses diagramas. I Para resolver este problema como o livro deseja, necessita-se de papel milimetrado, régua e um transferi- dor, para medir ângulos. Irei resolver o problema usando sua representação algébrica. As componentes dos vetores a e b são ax = 5, ay = 0, e bx = −4 sen 35o = −2.29, by = 4 cos 35 o = 3.27. O sinal de bx é negativo pois para fazer a soma algebricamente, precisamos primeiro transladar o vetor b para a origem do sistema de coor- denadas. É claro que tal translação não é necessária no processo gráfico utilizado para a soma. Entenda bem o que está sendo feito, as diferenças entre os dois métodos de obter a soma. Portanto, para a soma s = a+ b temos s = (ax + bx, ay + by) = (5− 2.29, 0 + 3.27) ' (2.7, 3.3), cujo módulo é s = √ s2x + s 2 y = √ (2.7)2 + (3.3)2 = 4.26 ' 4.2. O ângulo que a soma s faz com a horizontal é θs = arctan sy sx = arctan 3.27 2.7 = 50.4o ' 50o. Dito de modo equivalente, o vetor s está direcionado de um ângulo de 90o − 50o = 40o a Oeste do Norte. Para o vetor diferença d = b− a temos d = (−2.29− 5, 3.27− 0) ' (−7.3, 3.3), cujo módulo é d = √ d2x + d 2 y = √ (−7.3)2 + (3.3)2 = 8.01 ' 8. O ângulo que a diferença d faz com a horizontal é θd = arctan dy dx = arctan 3.3 −7.3 = 24.3o. Dito de modo equivalente, o vetor d está direcionado de um ângulo de 24.3o a Norte do Oeste. Ou ainda, a 90o − 24.3o = 65.7o a Oeste do Norte. 3.1.2 Somando vetores através das suas compo- nentes P 3-29 (3-??/6a edição) Uma estação de radar detecta um avião que vem do Leste. No momento em que é observado pela primeira vez, o avião está a 400 m de distância, 40o acima do hor- izonte, O avião é acompanhado por mais 123o no plano vertical Leste-Oeste e está a 860 m de distância quando é observado pela última vez. Calcule o deslocamento da aeronave durante o perı́odo de observação. I Chamemos deO a origem do sistema de coordenadas, de A a posição inicial do avião, e de B a sua posição fi- nal. Portanto, o deslocamento procurado é −−→ AB = −−→ OB − −→ OA. Para −−→ OB temos, definindo θ = 123o+40o−90o = 73o, que −−→ OB = |OB|(−sen θ i+ cos θ j) = (860)(−sen 73o i+ cos 73o j) = −822.42 i+ 251.44 j Analogamente, para −→ OA temos −→ OA = |OA|(cos 40o i+ sen 40o j) = (400)(cos 40o i+ sen 40o j) = 306.42 i+ 257.11 j Portanto −−→ AB = −−→ OB − −→ OA = (−822.42− 306.42, 251.44− 257.11) = (−1128.84,−5.67), cuja magnitude é | −−→ AB| = √ (−1128.84)2 + (−5.67)2 = 1128.854 ' 1130 m. O ângulo que o vetor −−→ AB faz com a parte negativa do eixo x é arctan ( −5.67 −1128.84 ) = 0.005 rad = 0.28o, o que significa que o avião voa quase que horizontal- mente. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de ?? LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:19 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Numeração conforme a SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 4 Movimento em duas e três dimensões 2 4.1 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4.1.1 Análise do Movimento de Projéteis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de 2 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:19 4 Movimento em duas e três di- mensões 4.1 Problemas e Exercı́cios 4.1.1 Análise do Movimento de Projéteis P 4-37 (4-29/6a edição) Uma bola é jogada do solo para o ar. A uma altura de 9.1 m a velocidade é v = 7.6 i+6.1 j em metros por se- gundo (i horizontal, j vertical). (a) Qual a altura máxima alcançada pela bola? (b) Qual será a distância horizon- tal alcançada pela bola? (c) Qual a velocidade da bola (módulo e direção), no instante em que bate no solo? I (a) Chame de t o tempo necessário para a bola atingir a velocidade dada. Neste caso teremos vy(t) = 6.1 = v0y − gt, y(t) = 9.1 = v0y t− 12gt 2 Eliminando v0y entre estas duas equações obtemos 4.9 t2 + 6.1 t− 9.1 = 0, cujas raı́zes são t = 0.8757 e t = −2.1206. Substi- tuindo a raiz positiva na expressão v0y = 6.1 + 9.8 t encontramos que v0y = 14.68 ' 14.7 m/s. Portanto a bola irá atingir uma altura máxima de ym = v20y 2g = (14.7)2 2(9.8) = 11 m. (b) Como a componente horizontal da velocidade é sem- pre a mesma, temos R = v0x (2v0y g ) = (7.6) 2(14.7) 9.8 = 22.8 ' 23 m. (c) O módulo da velocidade é v = √ v20x + v 2 0y = √ (7.6)2 + (14.7)2 = 16.5 ' 17 m/s. O ângulo que v faz com a horizontal é φ = tan−1 (voy v0x ) = tan−1 (14.7 7.6 ) = 62.66o ' 63o, ou seja, está orientada 63o abaixo da horizontal. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de 2 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Numeração conforme a SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 5 Forças e Movimento – I 2 5.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5.2 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5.2.1 Segunda Lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5.2.2 Algumas Forças Especı́ficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5.2.3 Aplicação das Leis de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 5 Forças e Movimento – I 5.1 Questões Q 5-?? Cite bla-bla-bla... I 5.2 Problemas e Exercı́cios 5.2.1 Segunda Lei de Newton E 5-7(5-7/6a edição) Na caixa de 2 kg da Fig. 5-36, são aplicadas duas forças, mas somente uma é mostrada. A aceleração da caixa também é mostrada na figura. Determine a se- gunda força (a) em notação de vetores unitários e (b) em módulo e sentido. I (a) Chamemos as duas forças de F1 e F2. De acordo com a segunda lei de Newton, F1+F2 = ma, de modo que F2 = ma − F1. Na notação de vetores unitários temos F1 = 20 i e a = −12 sen 30o i− 12 cos 30o j = −6 i− 10.4 j. Portanto F2 = (2)(−6) i+ (2)(−10.4) j− 20 i = [−32 i− 21 j] N. (b) O módulo de F2 é dado por F2 = √ F 22x + F 2 2y = √ (−32)2 + (−21)2 = 38 N. O ângulo que F2 faz com o eixo x positivo é dado por tan θ = F2y F2x = −21 −32 = 0.656. O ângulo é ou 33o ou 33o+180o = 213o. Como ambas componentes F2x e F2y são negativas, o valor correto é 213o. 5.2.2 Algumas Forças Especı́ficas E 5-11 (5-???/6a) Quais são a massa e o peso de (a) um trenó de 630 kg e (b) de uma bomba térmica de 421 kg? I (a) A massa é igual a 630 kg, enquanto que o peso é P = mg = (630)(9.8) = 6174 N. (b) A massa é igual a 421 kg, enquanto que o peso é P = mg = (421)(9.8) = 4125.8 N. E 5-14 (5-11/6a) Uma determinada partı́cula tem peso de 22 N num ponto onde g = 9.8 m/s2. (a) Quais são o peso e a massa da partı́cula, se ela for para um ponto do espaço onde g = 4.9 m/s2? (b) Quais são o peso e a massa da partı́cula, se ela for deslocada para um ponto do espaço onde a aceleração de queda livre seja nula? I (a) A massa é m = P g = 22 9.8 = 2.2 kg. Num local onde g = 4.9 m/s2 a massa continuará a ser 2.2 kg, mas o peso passará a ser a metade: P = mg = (2.2)(4.9) = 11 N. (b) Num local onde g = 0 m/s2 a massa continuará a ser 2.2 kg, mas o peso será ZERO. E 5-18 (5-???/6a) (a) Um salame de 11 kg está preso por uma corda a uma balança de mola, que está presa ao teto por outra corda (Fig. 5-43a). Qual a leitura da balança? (b) Na Fig. 5- 43b, o salame está suspenso por uma corda que passa por uma roldana e se prende a uma balança de mola que, por sua vez, está presa à parede por outra corda. Qual a leitura na balança? (c) Na Fig. 5-43c, a parede foi substituı́da por outro salame de 11 kg, à esquerda, e o conjunto ficou equilibrado. Qual a leitura na balança agora? Em todos os três casos a balança não está acelerando, o que significa que as duas cordas exercem força de igual magnitude sobre ela. A balança mostra a magnitude de qualquer uma das duas forças a ela ligadas. Em cada uma das situações a tensão na corda ligada ao salame tem que ter a mesma magnitude que o peso do salame pois o salame não está acelerando. Portanto a leitura da balança é mg, onde m é a massa do salame. Seu valor é P = (11)(8.9) = 108 N. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 5.2.3 Aplicação das Leis de Newton P 5-21 (5-19/6a) Um foguete experimental pode partir do repouso e alcançar a velocidade de 1600 km/h em 1.8 s, com aceleração constante. Qual a intensidade da força média necessária, se a massa do foguete é 500 kg? I Basta usarmos F = ma, onde F é a magnitude da força, a a aceleração, e m a massa do foguete. A aceleração é obtida usando-se uma relação simples da cinemática, a saber, v = at. Para v = 1600 km/h = 1600/3.6 = 444 m/s, temos que a = 444/1.8 = 247 m/s2. Com isto a força média é dada por F = ma = (500)(247) = 1.2× 105 N. E 5-23 (5-??/6a) Se um nêutron livre é capturado por um núcleo, ele pode ser parado no interior do núcleo por uma força forte. Esta força forte, que mantém o núcleo coeso, é nula fora do núcleo. Suponha que um nêutron livre com veloci- dade inicial de 1.4 × 107 m/s acaba de ser capturado por um núcleo com diâmetro d = 10−14 m. Admitindo que a força sobre o nêutron é constante, determine sua intensidade. A massa do nêutron é 1.67× 10−27 kg. I A magnitude da força é F = ma, onde a é a aceleração do nêutron. Para determinar a aceleração que faz o nêutron parar ao percorrer uma distância d, usamos v2 = v20 + 2ad. Desta equação obtemos sem problemas a = v2 − v20 2d = −(1.4× 107)2 2(10−14) = −9.8× 1027 m/s2. A magnitude da força é F = ma = (1.67× 10−27)(9.8× 1027) = 16.4 N. E 5-28 (5-15/6a) Veja a Fig. 5-27. Vamos considerar a massa do bloco igual a 8.5 kg e o ângulo θ = 30o. Determine (a) a tensão na corda e (b) a força normal aplicada sobre o bloco. (c) Determine o módulo da aceleração do bloco se a corda for cortada. I (a) O diagrama de corpo isolado é mostrado na Fig. 5- 27 do livro texto. Como a aceleração do bloco é zero, a segunda lei de Newton fornece-nos T −mg sen θ = 0 N −mg cos θ = 0. A primeira destas equações nos permite encontrar a tensão na corda: T = mg sen θ = (8.5)(9.8) sen 30o = 42 N. (b) A segunda das equações acima fornece-nos a força normal: N = mg cos θ = (8.5)(9.8) cos 30o = 72 N. (c) Quando a corda é cortada ela deixa de fazer força sobre o bloco, que passa a acelerar. A componente x da segunda lei de Newton fica sendo agora −mg sen θ = ma, de modo que a = −m sen θ = −(9.8) sen 30o = −4.9 m/s2. O sinal negativo indica que a aceleração é plano abaixo. E 5-33 (5-???/6a) Um elétron é lançado horizontalmente com velocidade de 1.2 × 107 m/s no interior de um campo elétrico, que exerce sobre ele uma força vertical constante de 4.5 × 10−16 N. A massa do elétron é 9.11 × 10−31 kg. Determine a distância vertical de deflexão do elétron, no intervalo de tempo em que ele percorre 30 mm, horizon- talmente. I A aceleração do elétron é vertical e, para todos efeitos, a única força que nele atua é a força elétrica; a força gravitacional é totalmente desprezı́vel frente à força elétrica. Escolha o eixo x no sentido da velocidade inicial e o eixo y no sentido da força elétrica. A origem é escolhida como sendo a posição inicial do elétron. Como a aceleração e força são constantes, as equações cinemáticas são x = v0t e y = 1 2 at2 = 1 2 F m t2, onde usamos F = ma para eliminar a aceleração. O tempo que o elétron com velocidade v0 leva para viajar uma distância horizontal de x = 30 mm é t = x/v0 e sua deflexão na direção da força é y = 1 2 F m ( x v0 )2 = 1 2 ( 4.5× 10−16 9.11× 10−31 )(30× 10−3 1.2× 107 )2 = 1.5× 10−3 m = 0.0015mm. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 3 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 É jogando elétrons contra um tubo de imagens que sua TV funciona... Isto será estudado nos capı́tulos 23 e 24 do livro. P 5-38 (5-29/6a) Uma esfera de massa 3×10−4 kg está suspensa por uma corda. Uma brisa horizontal constante empurra a esfera de maneira que ela faça um ângulo de 37o com a verti- cal de repouso da mesma. Determine (a) a intensidade da força aplicada e (b) a tensão na corda. I (a) Suponhamos a brisa soprando horizontalmente da direita para a esquerda. O diagrama de corpo isolado para a esfera tem três forças: a tensão T na corda, apon- tando para cima e para a direita e fazendo um ângulo θ ≡ 37o com a vertical, o peso mg apontando verti- calmente para baixo, e a força F da brisa, apontando horizontalmente para a esquerda. Como a esfera não está acelerada, a força resultante deve ser nula. A segunda lei de Newton nos diz que as com- ponentes horizontais e verticais das forças satisfazem as relações, respectivamente, T sen θ − F = 0, T cos θ −mg = 0. Eliminando T entre estas duas equações obtemos F = mg tan θ = (3× 10−4)(9.8) tan 37o = 2.21× 10−3 N. (b) A tensão pedida é T = mg cos θ = (3× 10−4)(9.8) cos 37o = 3.68× 10−3 N. Perceba que talvez fosse mais simples ter-se primeiro determinado T e, a seguir, F , na ordem contrária do que pede o problema. P 5-39 (5-??/6a) Uma moça de 40 kg e um trenó de 8.4 kg estão sobre a superfı́cie de um lago gelado, separados por 15 m. A moça aplica sobre o trenó uma força horizontal de 5.2 N, puxando-opor uma corda, em sua direção. (a) Qual a aceleração do trenó? (b) Qual a aceleração da moça? (c) A que distância, em relação à posição inicial da moça, eles se juntam, supondo nulas as forças de atrito? I (a) Como o atrito é desprezı́vel, a força da moça no trenó é a única força horizontal que existe no trenó. As forças verticais, a força da gravidade e a força normal do gelo, anulam-se. A aceleração do trenó é at = F mt = 5.2 8.4 = 0.62 m/s2. (b) De acordo com a terceira lei de Newton, a força do trenó na moça também é de 5.2 N. A aceleração da moça é, portanto, am = F mm = 5.2 40 = 0.13 m/s2. (c) A aceleração do trenó e da moça tem sentidos opos- tos. Suponhamos que a moça parta da origem e mova-se na direção positiva do eixo x. Sua coordenada é xm = 1 2 amt 2. O trenó parte de x = x0 = 15 m e move-se no sentido negativo de x. Sua coordenada é dada por xt = x0 − 1 2 att 2. Eles se encontram quando xm = xt, ou seja quando 1 2 amt 2 = x0 − 1 2 att 2, donde tiramos facilmente o instante do encontro: t = √ 2x0 am + at , quando então a moça terá andado uma distância xm = 1 2 amt 2 = x0am am + at = (15)(0.13) 0.13 + 0.62 = 2.6 m. P 5-40 (5-31/6a) Dois blocos estão em contato sobre uma mesa sem atrito. Uma força horizontal é aplicada a um dos blo- cos, como mostrado na Fig. 5-45. (a) Se m1 = 2.3 kg e m2 = 1.2 kg e F = 3.2 N, determine a força de contato entre os dois blocos. (b) Mostre que, se a mesma força F for aplicada a m2, ao invés de m1, a força de contato entre os dois blocos é 2.1 N, que não é o mesmo valor obtido em (a). Explique a diferença. I (a) O diagrama de corpo isolado para a massam1 tem quatro forças: na vertical,m1g eN1, na horizontal, para a direita a força aplicada F e, para a esquerda, a força de contato −f que m2 exerce sobre m1. O diagrama de corpo isolado para a massa m2 contém três forças: na http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 4 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 vertical, m2g e N2 e, na horizontal, apontando para a direita, a força f . Note que o par de forças −f e f é um par ação-reação, conforme a terceira lei de Newton. A segunda lei de Newton aplicada para m1 fornece F − f = m1a, onde a é a aceleração. A segunda lei de Newton apli- cada para m2 fornece f = m2a. Observe que como os blocos movem-se juntos com a mesma aceleração, podemos usar o mesmo sı́mbolo a em ambas equações. Da segunda equação obtemos a = f/m2 que substitu- ida na primeira equação dos fornece f : f = Fm2 m1 +m2 = (3.2)(1.2) 2.3 + 1.2 = 1.1 N. (b) Se F for aplicada em m2 em vez de m1, a força de contato é f = Fm1 m1 +m2 = (3.2)(2.3) 2.3 + 1.2 = 2.1 N. A aceleração dos blocos é a mesma nos dois casos. Como a força de contato é a única força aplicada a um dos blocos, parece correto atribuir-se aquele bloco a mesma aceleração que ao bloco ao qual F é aplicada. No segundo caso a força de contato acelera um bloco com maior massa do que no primeiro, de modo que deve ser maior. P 5-44 (5-33/6a) Um elevador e sua carga, juntos, têm massa de 1600 kg. Determine a tensão no cabo de sustentação quando o el- evador, inicialmente descendo a 12 m/s, é parado numa distância de 42 m com aceleração constante. I O diagrama de corpo isolado tem duas forças: para cima, a tensão T no cabo e, para baixo, a força mg da gravidade. Se escolhermos o sentido para cima como positivo, a segunda lei de Newton diz-nos que T−mg = ma, onde a é a aceleração. Portanto, a tensão é T = m(g + a). Para determinar a aceleração que aparece nesta equação usamos a relação v2 = v20 + 2ay, onde a velocidade final é v = 0, a velocidade inicial é v0 = −12 e y = −42, a coordenada do ponto final. Com isto, encontramos a = −v20 2y = −(−12)2 2(−42) = 12 7 = 1.71 m/s2. Este resultado permite-nos determinar a tensão: T = m(g + a) = (1600) ( 9.8 + 1.71 ) = 1.8× 104 N. P 5-52 (5-35/6a) Uma pessoa de 80 kg salta de pára-quedas e experimenta uma aceleração, para baixo, de 2.5 m/s2. O pára-quedas tem 5 kg de massa. (a) Qual a força exercida, para cima, pelo ar sobre o pára-quedas? (b) Qual a força exercida, para baixo, pela pessoa sobre o pára-quedas? I (a) O diagrama de corpo isolado para a pessoa+pára- quedas contém duas forças: verticalmente para cima a força Fa do ar, e para baixo a força gravitacional de um objeto de massa m = (80+5) = 85 kg, correspondente às massas da pessoa e do pára-quedas. Considerando o sentido para baixo como positivo, A se- gunda lei de Newton diz-nos que mg − Fa = ma, onde a é a aceleração de queda. Portanto, Fa = m(g − a) = (85)(9.8− 2.5) = 620 N. (b) Consideremos agora o diagrama de corpo isolado apenas para o pára-quedas. Para cima temos Fa, e para baixo temos a força gravitacional sobre o pára-quedas de massa mp. Além dela, para baixo atua também a força Fp, da pessoa. A segunda lei de Newton diz-nos então que mpg + Fp − Fa = mpa, donde tiramos Fp = mp(a− g) + Fa = (5)(2.5− 9.8) + 620 = 580 N. P 5-55 (5-???/6a) Imagine um módulo de aterrisagem se aproximando da superfı́cie de Callisto, uma das luas de Júpiter. Se o motor fornece uma força para cima (empuxo) de 3260 N, o módulo desce com velocidade constante; se o mo- tor fornece apenas 2200 N, o módulo desce com uma aceleração de 0.39 m/s2. (a) Qual o peso do módulo de aterrisagem nas proximidades da superfı́cie de Callisto? (b) Qual a massa do módulo? (c) Qual a aceleração em queda livre, próxima à superfı́cie de Callisto? http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 5 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 I Chamemos de g a aceleração da gravidade perto da superfı́cie de Callisto, de m a massa do módulo de ater- risagem, de a a aceleração do módulo de aterrisagem, e de F o empuxo (a força para cima). Consideremos o sentido para baixo como o sentido positivo. Então mg − F = ma. Se o empuxo for F1 = 3260 N, a aceleração é zero, donde vemos que mg − F1 = 0. Se o empuxo for F2 = 2200 N, a aceleração é a2 ≡ 0.39 m/s2, e temos mg − F2 = ma2. (a) A primeira equação fornece o peso do módulo de aterrisagem: P = mg = F1 = 3260 N. (b) A segunda equação fornece a massa: m = P − F2 a2 = 3260− 2200 0.39 = 2.7× 103 kg. (c) O peso dividido pela massa fornece a aceleração da gravidade no local, ou seja, g = P m = 3260 2.7× 103 = 1.2 m/s2. P 5-58 (5-43/6a) Um bloco de massa m1 = 3.7 kg está sobre um plano com 30o de inclinação, sem atrito, preso por uma corda que passa por uma polia, de massa e atrito desprezı́veis, e tem na outra extremidade um segundo bloco de massa m2 = 2.3 kg, pendurado verticalmente (Fig. 5-52). Quais são (a) os módulos das acelerações de cada bloco e (b) o sentido da aceleração de m2? (c) Qual a tensão na corda? I (a) Primeiro, fazemos o diagrama de corpo isolado para cada um dos blocos. Para m2, apontando para cima temos a magnitude T da tensão na corda, e apontando para baixo o peso m2g. Para m1, temos três forças: (i) a tensão T apontando para cima, ao longo do plano inclinado, (ii) a normal N perpendicular ao plano inclinado e apontando para cima e para a esquerda, e (iii) a força peso m1g, apon- tando para baixo, fazendo um ângulo θ = 30o com o prolongamento da normal. Para m1, escolhemos o eixo x paralelo ao plano incli- nado e apontando para cima, e o eixo y na direção da normal ao plano. Para m2, escolhemos o eixo y apon- tando para baixo. Com estas escolhas, a aceleração dos dois blocos pode ser representada pela mesma letra a. As componentes x e y da segunda lei de Newton para m1 são, respectivamente, T −m1g sen θ = m1a, N −m1g cos θ = 0. A segunda lei de Newton para m2 fornece-nos m2g − T = m2a. Substituindo-se T = m1a + m1g sen θ (obtida da primeira equação acima), nesta última equação, obte- mos a aceleração: a = (m2 −m1 sen θ)g m1 +m2 = [2.3− 3.7 sen 30o](9.8)3.7 + 2.3 = 0.735 m/s2. (b) O valor de a acima é positivo, indicando que a aceleração de m1 aponta para cima do plano inclinado, enquanto que a aceleração de m2 aponta para baixo. (c) A tensão T na corda pode ser obtida ou de T = m1a+m1g sen θ = (3.7)[0.735 + 9.8 sen 30o] = 20.84 N, ou, ainda, da outra equação: T = m2g +m2a = (2.3)[9.8− 0.735] = 20.84 N. P 5-63 (5-47/6a) Um macaco de 10 kg sobe por uma corda de massa de- sprezı́vel, que passa sobre o galho de uma árvore, sem atrito, e tem presa na outra extremidade uma caixa de 15 kg, que está no solo (Fig. 5-54). (a) Qual o módulo da aceleração mı́nima que o macaco deve ter para levantar a caixa do solo? Se, após levantar a caixa, o macaco parar de subir e ficar agarrado à corda, quais são (b) sua aceleração e (c) a tensão na corda? I (a) Consideremos “para cima” como sendo os senti- dos positivos tanto para o macaco quanto para a caixa. Suponhamos que o macaco puxe a corda para baixo com uma força de magnitude F . De acordo com a terceira lei de Newton, a corda puxa o macaco com uma força de mesma magnitude, de modo que a segunda lei de New- ton aplicada ao macaco fornece-nos F −mmg = mmam, http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 6 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 onde mm e am representam a massa e a aceleração do macaco, respectivamente. Como a corda tem massa de- sprezı́vel, a tensão na corda é o próprio F . A corda puxa a caixa para cima com uma força de mag- nitude F , de modo que a segunda lei de Newton aplicada à caixa é F +N −mpg = mpap, onde mp e ap representam a massa e a aceleração da caixa, respectivamente, e N é a força normal exercida pelo solo sobre a caixa. Suponhamos agora que F = Fmin, onde Fmin é a força mı́nima para levantar a caixa. Então N = 0 e ap = 0, pois a caixa apenas ‘descola’ do chão, sem ter ainda começado a acelerar. Substituindo-se estes val- ores na segunda lei de Newton para a caixa obtemos que F = mpg que, quando substituida na segunda lei de Newton para o macaco (primeira equação acima), nos permite obter a aceleração sem problemas: am = F −mmg mm = (mp −mm)g mm = (15− 10)(9.8) 10 = 4.9 m/s2. (b) Para a caixa e para o macaco, a segunda lei de New- ton são, respectivamente, F −mpg = mpap, F −mmg = mmam. Agora a aceleração do pacote é para baixo e a do macaco para cima, de modo que am = −ap. A primeira equação nos fornece F = mp(g + ap) = mp(g − am), que quando substituida na segunda equação acima nos permite obter am: am = mp −mm)g mp −mm = (15− 10)g 15 + 10 = 2 m/s2. (c) Da segunda lei ne Newton para a caixa podemos obter que F = mp(g − am) = (15)(9.8− 2.0) = 120 N. P 5-67 (5-49/6a) Um bloco de 5 kg é puxado sobre uma superfı́cie hori- zontal, sem atrito, por uma corda que exerce uma força F = 12 N, fazendo um ângulo θ = 25o com a hori- zontal, conforme a Fig. 5-57. (a) Qual a aceleração do bloco? (b) A força F é lentamente aumentada. Qual é esta força no instante anterior ao levantamento do bloco da superfı́cie? (c) Qual a acelelra¸cão nesse mesmo in- stante? I (a) A única força capaz de acelerar o bloco é fornecida pela componente horizontal da força aplicada. Portanto, a aceleração do bloco de massa m = 5 kg é dada por a = F cos 25o m = 12 cos 25o 5 = 2.18 m/s2. (b) Enquanto não existir movimento vertical do bloco, a força total resultante exercida verticalmente no bloco será dada por F sen 25o +N −mg = 0, onde N representa a força normal exercida pelo solo no bloco. No instante em que o bloco é levantado teremos N = 0. Substituindo este valor na equação acima e resolvendo-a obtemos F = mg sen 25o = (5)(9.8) sen 25o = 116 N. (c) A força horizontal neste instante é F cos 25o, onde F = 116 Newtons. Portanto, a aceleração horizontal será a = F cos 25o m = 116 cos 25o 5 = 21 m/s2. A aceleração vertical continuará a ser ZERO pois a força vertical lı́quida é zero. P 5-70 (5-53/6a) Um balão de massa M , com ar quente, está descendo, verticalmente com uma aceleração a para baixo (Fig. 5- 59). Que quantidade de massa deve ser atirada para fora do balão, para que ele suba com uma aceleração a (mesmo módulo e sentido oposto)? Suponha que a força de subida, devida ao ar, não varie em função da massa (carga de estabilização) que ele perdeu. I As forças que atuam no balão são a força mg da gravidade, para baixo, e a força Fa do ar, para cima. Antes da massa de estabilização ser jogada fora, a aceleração é para baixo e a segunda lei de Newton fornece-nos Fa −Mg = −Ma, ou seja Fa =M(g − a). Após jogar-se fora uma massa m, a massa do balão passa a ser M −m e a aceleração http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 7 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:33 é para cima, com a segunda lei de Newton dando-nos agora a seguinte expressão Fa − (M −m)g = (M −m)a. Eliminando Fa entre as duas equações acima encon- tramos sem problemas que m = 2Ma a+ g = 2M 1 + g/a . http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 8 de 8 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Numeração conforme a SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 6 Forças e Movimento – II 2 6.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 6.2 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 6.2.1 Propriedades do Atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 6.2.2 Força de Viscosidade e a Velocidade Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 6.2.3 Movimento Circular Uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 6 Forças e Movimento – II 6.1 Questões Q 6-10 Cite bla-bla-bla... I 6.2 Problemas e Exercı́cios 6.2.1 Propriedades do Atrito E 6-1 (6-??/6a edição) Um armário de quarto com massa de 45 kg, incluindo gavetas e roupas, está em repouso sobre o assoalho. (a) Se o coeficiente de atrito estático entre o móvel e o chão for 0.45, qual a menor força horizontal que uma pessoa deverá aplicar sobre o armário para colocá-lo em movi- mento? (b) Se as gavetas e as roupas, que têm 17 kg de massa, forem removidas antes do armário ser em- purrado, qual a nova força mı́nima? I (a) O diagrama de corpo livre deste problema tem quatro forças. Na horizontal: apontando para a direita está a força aplicada F, para a esquerda a força de atrito f . Na vertical, apontando para cima temos a força nor- mal N do piso, para baixo a força mg da gravidade. Escolhando o eixo x na horizontal e o eixo y na vertical. Como o armário está em equilı́brio (não se move), a se- gunda lei de Newton fornece-nos como componentes x e y as seguintes equações F − f = 0, N −mg = 0. Donde vemos que F = f e N = mg. Quando F aumenta, f aumenta também, até que f = µsN . Neste instante o armário começa a mover-se. A força mı́nima que deve ser aplicada para o armário começar a mover-se é F = µsN = µsmg = (0.45)(45)(9.8) = 200 N. (b) A equação para F continua a mesma, mas a massa é agora 45− 17 = 28 kg. Portanto F = µsmg = (0.45)(28)(9.8) = 120 N. P 6-2 (6-???/6a) Um jogador de massa m = 79 kg escorrega no campo e seu movimento é retardado por uma força de atrito f = 470 N. Qualé o coeficiente de atrito cinético µc entre o jogador e o campo? I Neste problema, o diagrama de corpo livre tem ape- nas três forças: Na horizontal, apontando para a es- querda, a força f de atrito. Na vertical, apontando para cima temos a força normal N do solo sobre o jogador, e para baixo a força mg da gravidade. A força de atrito está relacionada com a força normal através da relação f = µcN . A força normalN é obtida considerando-se a segunda lei de Newton. Como a com- ponete vertical da acelerac cão é zero, também o é a componente vertical da segunda lei de Newton, que nos diz que N −mg = 0, ou seja, que N = mg. Portanto µc = f N = f mg = 470 (79)(9.8) = 0.61 . E 6-8 (?????/6a) Uma pessoa empurra horizontalmente uma caixa de 55 kg, para movê-la sobre o chão, com uma força de 220 N. O coeficiente de atrito cinético é 0.35. (a) Qual o módulo da força de atrito? (b) Qual a acelelração da caixa? I (a) O diagrama de corpo livre tem quatro forças. Na horizontal, apontando para a direita temos a força F que a pessoa faz sobre a caixa, e apontando para a esquerda a força de atrito f . Na vertical, para cima a força normal N do piso, e para baixo a força mg da gravidade. A magnitude da força da gravidade é dada por f = µcN , onde µc é o coeficiente de atrito cinético. Como a componente vertical da aceleração é zero, a segunda lei de Newton diz-nos que, igualmente, a soma das compo- nentes verticais da força deve ser zero: N −mg = 0, ou seja, que N = mg. Portanto f = µcN = µcmg = (0.35)(55)(9.8) = 189 N. (b) A aceleração é obtida da componente horizontal da segunda lei de Newton. Como F − f = ma, temos a = F − f m = 220− 189 55 = 0.56 m/s2. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 E 6-11 (6-9/6a) Uma força horizontal F de 12 N comprime um bloco pesando 5 N contra uma parede vertical (Fig. 6-18). O coeficiente de atrito estático entre a parede e o bloco é 0.6, e o coeficiente de atrito cinético é 0.4. Suponha que inicialmente o bloco não esteja em movimento. (a) O bloco se moverá? (b) Qual a força exercida pela parede sobre o bloco, em notação de vetores unitários? I (a) O diagrama de corpo isolado consiste aqui de qua- tro vetores. Na horizontal, apontando para a direita, temos a força F e apontando para a esquerda a força normal N . Na vertical, apontando verticalmente para baixo temos o peso mg, e apontando para cima a força de atrito f . Para determinar se o bloco cai, precisamos encontrar a magnitude f da força de fricção nevessária para mante- lo sem acelerar bem como encontrar a força da parede sobre o bloco. Se f < µsN o bloco não desliza pela parede mas se f > µsN o bloco irá deslizar. A componente horizontal da segunda lei de Newton re- quer que F − N = 0, de modo que F = N = 12 N e, portanto, µsN = (0.6)(12) = 7.2 N. A componente vertical diz que f −mg = 0, de modo que f = mg = 5 N. Como f < µsN , vemos que o bloco não desliza. (b) Como o bloco não se move, f = 5 N e N = 12 N. A força da parede no bloco é Fp = −N i+ f j = (−12i+ 5j) N. P 6-22 (6-13/6a) Uma caixa de 68 kg é puxada pelo chaão por uma corda que faz um ângulo de 15o acima da horizontal. (a) Se o coeficiente de atrito estático é 0.5, qual a tensão mı́nima necessária para iniciar o movimento da caixa? (b) SE µc = 0.35, qual a sua aceleração inicial? I (a) O diagrama de corpo isolado tem quatro forças. Apontando para a direita e fazendo um ângulo de θ = 15o com a horizontal temos a tensão T na corda. Hor- izontalmente para a esquerda aponta a força de atrito f . Na vertical, para cima aponta a força normal N do chão sobre a caixa, e para baixo a força mg da gravidade. Quando a caixa ainda não se move as acelerações são zero e, consequentemente, també o são as respectivas componentes da força resultante. Portanto, a segunda lei de Newton nos fornece para as componente horizon- tal e vertical as equações, respectivamente, T cos θ − f = 0, T sen θ +N −mg = 0. Esta equações nos dizem que f = T cos θ e que N = mg − T sen θ. Para a caixa permanecer em repouso f tem que ser menor do que µsN , ou seja, T cos θ < µs(mg − T sen θ). Desta expressão vemos que a caixa começará a mover- se quando a tensão T for tal que os dois lados da equação acima compemsem-se: T cos θ = µs(mg − T sen θ), donde tiramos facilmente que T = µsmg cos θ + µs sen θ = (0.5)(68)(9.8) cos 15o + 0.5 sen 15o = 304 N. (b) Quando a caixa se move, a segunda lei de Newton nos diz que T cos θ − f = ma, N + T sen θ −mg = 0. Agora, porém temos f = µcN = µc(mg − T sen θ), onde tiramos N da segunda equação acima. Substi- tuindo este f na primeira das equações acima temos T cos θ − µc(mg − T sen θ) = ma, de onde tiramos facilmente que a = T (cos θ + µc sen θ) m − µcg = (304)(cos 15o + 0.35 sen 15o) 68 − (0.35)(9.8) = 1.3 m/s2. Perceba bem onde se usa µs e onde entra µc. P 6-24 (6-15/6a) Na Fig. 6-24, A e B são blocos com pesos de 44 N e 22 N, respectivamente. (a) Determine o menor peso (bloco C) que deve ser colocado sobre o bloco A para impedi- lo de deslizar, sabendo que o coeficiente µe entre A e a mesa é 0.2. (b) Se o bloco C for repentinamente reti- rado, qual será a aceleração do bloco A, sabendo que µc entre A e a mesa é 0.15? http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 3 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 I (a) Aqui temos DOIS diagramas de corpo isolado. O diagrama para o corpo B tem apenas duas forças: para cima, a magnitude da tensão T na corda, e para baixo a magnitude PB do peso do bloco B. O diagrama para o corpo composto por A+C tem quatro forças. Na hor- izontal, apontando para a direita temos a tensão T na corda, e apontando para a esquerda a magnitude f da força de atrito. Na vertical, para cima temos a normalN exercida pela mesa sobre os blocos A+C, e para baixo o peso PAC , peso total de A+C. Vamos supor que os blocos estão parados (não aceler- ados), e escolher o eixo x apontando para a direita e o eixo y apontando para cima. As componentes x e y da segunda lei de Newton são, respectivamente, T − f = 0, N − PAC = 0. Para o bloco B tomamos o sentido para baixo como sendo positivo, obtendo que PB − T = 0. Portanto temos que T = PB e, consequentemente, que f = T = PB . Temos também que N = PAC . Para que não ocorra deslizamento, é necessário que f seja menor que µeN , isto é que PB < µePAC . O menor valor que PAC pode ter com os blocos ainda parados é PAC = PB µe = 22 0.2 = 110 N. Como o peso do bloco A é 44 N, vemos que o menor peso do bloco C é PC = 110− 44 = 66 N. (b) Quando existe movimento, a segunda lei de New- ton aplicada aos dois diagramas de corpo isolado nos fornece as equações T − f = PA g a, N − PA = 0, PB − T = PB g a. Além destas, temos f = µcN , onde N = PA (da segunda equação acima). Da terceira acima tiramos T = PB − (PB/g)a. Substituindo as duas últimas ex- pressões na primeira equação acima obtemos PB − PB g a− µcPA = PA g a. Isolando a encontramos, finalmente, a = g(PB − µcPA) PA + PB = (9.8)[22− (0.15)(44)] 44 + 22 = 2.3 m/s2. Perceba bem onde entra µe e onde se usa µc. 6.2.2 Força de Viscosidade e a Velocidade Limite P 6-43 (6-33/6a) Calcule a força da viscosidade sobre um mı́ssil de 53 cm de diâmetro, viajando na velocidade de cruzeiro de 250 m/s, a baixa altitude, onde a densidade do ar é 1.2 kg/m3. Suponha C = 0.75. I Use a Eq. 6-18 do livro texto: Fv = 1 2 CρAv2, onde ρ é a densidade do ar, A é a área da secção reta do mı́ssil, v é a velocidade do mı́ssil, e C é o coeficiente de viscosidade. A área éa dada por A = πR2, onde R = 0.53/2 = 0.265 m é o raio do mı́ssil. Portanto, Fv = 1 2 (0.75)(1.2)(π)(0.265)2(250)2 = 6.2× 103 N. 6.2.3 Movimento Circular Uniforme E 6-47 (?????/6a) Se o coeficiente de atrito estático dos pneus numa rodovia é 0.25, com que velocidade máxima um carropode fazer uma curva plana de 47.5 m de raio, sem der- rapar? I A aceleração do carro quando faz a curva é v2/R, onde v é a velocidade do carro e R é o raio da curva. Como a estrada é plana (horizontal), a única força que evita com que ele derrape é a força de atrito da estrada com os pneus. A componente horizontal da segunda lei de Newton é f = mv2/R. Sendo N a força normal da estrada sobre o carro e m a massa do carro, a compo- nente vertical da segunda lei nos diz que N −mg = 0. Portanto, N = mg e µeN = µemg. Se o carro não derrapa, f < µemg. Isto significa que v2/R < µeg, ou seja, que v < √ µeRg. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 4 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 A velocidade máxima com a qual o carro pode fazer a curva sem deslizar é, portanto, quando a velocidade co- incidir com o valor á direita na desigualdade acima, ou seja, quando vmax = √ µeRg = √ (0.25)(47.5)(9.8) = 11 m/s. E 6-55 (?????/6a) No modelo de Bohr do átomo de hidrogênio, o elétron descreve uma órbita circular em torno do núcleo. Se o raio é 5.3×10−11 m e o elétron circula 6.6×1015 vezes por segundo, determine (a) a velocidade do elétron, (b) a aceleração do elétron (módulo e sentido) e (c) a força centrı́peta que atua sobre ele. (Esta força é resultante da atração entre o núcleo, positivamente carregado, e o elétron, negativamente carregado.) A massa do elétron é 9.11× 10−31 kg. I (a) (b) (c) E 6-56 (???/6a) A massa m está sobre uma mesa, sem atrito, presa a um peso de massa M , pendurado por uma corda que passa através de um furo no centro da mesa (veja Fig. 6- 39). Determine a velocidade escalar com que m deve se mover para M permanecer em repouso. I Para M permanecer em repouso a tensão T na corda tem que igualar a força gravitacional Mg sobre M . A tensão é fornecida pela força centrı́peta que mantém m em sua órbita circular: T = mv2/r, onde r é o raio da órbita. Portanto, Mg = mv2/r, donde tiramos sem problemas que v = √ Mgr m . P 6-62 (?????/6a) Um estudante de 68 kg, numa roda-gigante com ve- locidade constante, tem um peso aparente de 550 N no ponto mais alto. (a) Qual o seu peso aparente no ponto mais baixo? (b) E no ponto mais alto, se a velocidade da roda-gigante dobrar? Atenção: observe que o enunciado deste prob- lema na quarta edição do livro fala em “peso aparente de 56 kg”, fazendo exatamente aquilo que não se deve fazer: confundir entre si, peso e massa. A origem do problema está na tradução do livro. O livro original diz que “um estudante de 150 li- bras” ....“tem um peso aparente de 125 libras”. O tradutor não percebeu que, como se pode facilemente ver no Apêndice F, “libra” é tanto uma unidade de massa, quanto de peso. E é pre- ciso prestar atenção para não confundir as coisas. Assim, enquanto que as 150 libras referem-se a uma massa de 68 kg, as 125 libras referem-se a um peso de 550 N. I (a) No topo o acento empurra o estudante para cima com uma força de magnitude Ft, igual a 550 N. A Terra puxa-o para baixo com uma força de magnitude P , igual a 68g = (68)(9.8) = 666 N. A força lı́quida apontando para o centro da órbita circular é P − Ft e, de acordo com a segunda lei de Newton, deve ser igual a mv2/R, onde v é a velocidade do etudante e R é o raio da órbita. Portanto m v2 R = P − Ft = 666− 550 = 116 N. Chamemos de Fb a magnitude da força do acento sobre o estudante quando ele estiver no ponto mais baixo. Tal força aponta para cima, de modo que a força lı́quida que aponta para o centro do cı́rculo é Fb − P . Assim sendo, temos Fb − P = mv2/R, donde tiramos Fb = m v2 R + P = 116 + 666 = 782 N, que correspondem a uma massa aparente de mb = Fb g = 782 9.8 = 79.7 kg. (b) No topo temos P − Ft = mv2/R, de modo que Ft = P −m v2 R . Se a velocidade dobra, mv2/R aumenta por um fator de 4, passando a ser 116× 4 = 464 N. Então Ft = 666− 464 = 202 N, correspondendo a uma massa efetiva de mt = Ft g = 202 9.8 = 20.6 kg. P 6-65 (6-45/6a) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 5 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:34 Um avião está voando num cı́rculo horizontal com uma velocidade de 480 km/h. Se as asas do avião estão incli- nadas 40o sobre a horizontal, qual o raio do cı́rculo que o avião faz? Veja a Fig. 6-41. Suponha que a força necessária seja obtida da “sustentação aerodinâmica”, que é perpendicular à superfı́cie das asas. I O diagrama de corpo isolado do avião contém duas forças: a força mg da gravidade, para baixo, e a força F , apontando para a direita e fazendo um ângulo de θ com a horizontal. Como as asas estão inclinadas 40o com a horizontal, a força de sutentação é perpendicular as asas e, portanto, θ = 90− 40 = 50o. Como o centro da órbita esta para a direita do avião, es- colhemos o eixo x para a direita e o eixo y para cima. A componente x e y da segunda lei de Newton são, re- spectivamente, F cos θ = m v2 R , F sen θ −mg = 0, onde R é o raio da órbita. Eliminando F entre as duas equações e rearranjando o resultado, obtemos R = v2 g tan θ. Para v = 480 km/h = 133 m/s, encontramos R = (133)2 9.8 tan 50o = 2.2× 103 m. P 6-70 (6-47/6a) A Fig. 6-42 mostra uma bola de 1.34 kg presa a um eixo girante vertical por duas cordas de massa desprezı́vel. As cordas estão esticadas e formam os lados de um triângulo equilátero. A tensão na corda superior é de 35 N. (a) Desenhe o diagrama de corpo isolado para a bola. (b) Qual a tensão na corda inferior? (c) Qual a força resultante sobre a bola, no instante mostrado na figura? (d) Qual a velocidade da bola? I (a) Chame de Tc e Tb as tensões nas cordas de cima e de baixo respectivamente. Então o diagrama de corpo isolado para a bola contém três forças: para baixo atua o peso mg da bola. Para a esquerda, fazendo um ângulo θ = 30o para cima, temos Tc. Também para a esquerda, porém fazendo um ângulo θ = 30o para baixo, temos a força Tb. Como o triâgulo é equilátero, perceba que o ângulo entre Tc e Tb tem que ser de 60o sendo θ, como mostra a figura, a metade deste valor. Observe ainda que a relação entre as magnitudes de Tc e Tb é Tc > Tb, pois Tc deve contrabalançar não ape- nas o peso da bola mas também a componente vertical (para baixo) de Tb, devida á corda de baixo. (b) Escolhendo o eixo horizontal x apontando para a es- querda, no sentido do centro da órbita circular, e o eixo y para cima temos, para a componente x da segunda lei de Newton Tc cos θ + Tb cos θ = m v2 R , onde v é a velocidade da bola e R é o raio da sua órbita. A componente y é Tc sen θ − Tb sen θ −mg = 0. Esta última equação fornece a tensão na corda de baixo: Tb = Tc −mg/ sen θ. Portanto Tb = 35− (1.34)(9.8) sen 30o = 8.74 N. (c) A força lı́quida é para a esquerda e tem magnitude F` = (Tc + Tb) cos θ = (35 + 8.74) cos 30 o = 37.9 N. (d) A velocidade é obtida da equação F` = mv2/R, observando-se que o raio R da órbita é ( tan θ = (1.7/2)/R, veja a figura do livro): R = 1.7/2 tan 30o = 1.47 m. Portanto v = √ RF` m = √ (1.47)(37.9) 1.34 = 6.45 m/s. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 6 de 6 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Baseados na SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 7 Trabalho e Energia Cinética 2 7.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7.2 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7.2.1 Trabalho: movimento 1D comforça constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 7.2.2 Trabalho executado por força variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 7.2.3 Trabalho realizado por uma mola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 7.2.4 Energia Cinética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 7.2.5 Potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 7.2.6 Energia Cinética a Velocidades Elevadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 7 Trabalho e Energia Cinética 7.1 Questões Q 7-13 As molas A e B são idênticas, exceto pelo fato de que A é mais rı́gida do que B, isto é kA > kB . Qual das duas molas realiza um trabalho maior (a) quando elas sofrem o mesmo deslocamento e (b) quando elas são distendi- das por forças iguais. I (a) Temos WA = kAx2/2 e WB = kBx2/2, onde x representa o deslocamento comum a ambas molas. Por- tanto, WA WB = kA kB > 1, ou seja, WA > WB . (b) Agora temos WA = kAx2A/2 e WB = kBx2B/2, onde xA e xB representam os delocamentos provocados pela força idêntica que atua sobre ambas as molas e que implica ter-se, em magnitude, F = kAxA = kBxB , donte tiramos xB = kAxA/kB . Portanto WA WB = kAx 2 A kB(kAxA/kB)2 = kB kA < 1, ou seja, WA < WB . 7.2 Problemas e Exercı́cios 7.2.1 Trabalho: movimento 1D com força con- stante E 7-2 (7-7/6a edição) Para empurrar um caixote de 50 kg num piso sem atrito, um operário aplica uma força de 210 N, dirigida 20o acima da horizontal. Se o caixote se desloca de 3 m, qual o trabalho executado sobre o caixote (a) pelo operário, (b) pelo peso do caixote e (c) pela força normal exer- cida pelo piso sobre o caixote? (d) Qual o trabalho total executado sobre o caixote? I (a) A força aplicada é constante e o trabalho feito por ela é WF = F · d = Fd cosφ, onde F é a força, d é o deslocamento do caixote, e φ é o ângulo entre a força F e o deslocamento d. Portanto, WF = (210)(3) cos 20 o = 590 J. (b) A força da gravidade aponta para baixo, perpendic- ular ao deslocamento do caixote. O ângulo entre esta força e o deslocamento é 90o e, como cos 90o = 0, o trabalho feito pela força gravitacional é ZERO. (c) A força normal exercida pelo piso também atua per- pendicularmente ao deslocamento, de modo que o tra- balho por ela realizado também é ZERO. (d) As três forças acima mencionadas são as únicas que atuam no caixote. Portanto o trabalho total é dado pela soma dos trabalhos individuais realizados por cada uma das três forças, ou seja, o trabalho total é 590 J. P 7-9 (???/6a) A Fig. 7-27 mostra um conjunto de polias usado para facilitar o levantamento de um peso L. Suponha que o atrito seja desprezı́vel e que as duas polias de baixo, às quais está presa a carga, pesem juntas 20 N. Uma carga de 840 N deve ser levantada 12 m. (a) Qual a força mı́nima F necessária para levantar a carga? (b) Qual o trabalho executado para levantar a carga de 12 m? (c) Qual o deslocamento da extremidade livre da corda? (d) Qual o trabalho executado pela força F para realizar esta tarefa? I (a) Supondo que o peso da corda é desprezı́vel (isto é, que a massa da corda seja nula), a tensão nela é a mesma ao longo de todo seu comprimento. Considerando as duas polias móveis (as duas que estão ligadas ao peso L) vemos que tais polias puxam o peso para cima com uma força F aplicada em quatro pontos, de modo que a força total para cima aplicada nas polias móveis é 4F . Se F for a força mı́nima para levantar a carga (com ve- locidade constante, i.e. sem acelera-la), então a segunda lei de Newton nos diz que devemos ter 4F −Mg = 0, onde Mg representa o peso total da carga mais polias móveis, ou seja, Mg = (840 + 20) N. Assim, encon- tramos que F = 860 4 = 215 N. (b) O trabalho feito pela corda é W = 4Fd = Mgd, onde d é a distância de levantamento da carga. Portanto, o trabalho feito pela corda é W = (860)(12) = 10320 J. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 (A resposta na tradução do livro está incorreta.) (c) A cada metro que a carga sobe, cada segmento da corda entre o conjunto superior e inferior de polias diminui de um metro. Ou seja, a extremidade livre da corda abaixo de 4 metros. Portanto, no total a extremi- dade livre da corda move-se (4)(12) = 48 m para baixo. (d) O trabalho feito pela pessoa que puxa a corda pela extremidade livre é W = Fd = Mgd/4, onde d é a distância que a extremidade livre se move. Portanto, W = (860) 48 4 = 10320 J. Observe que os valores encontrados nos itens (b) e (d) devem coincidir, o que não ocorre com as respostas fornecidas no livro. P 7-12 (???/6a) Um bloco de 3.75 kg é puxado com velocidade con- stante por uma distância de 4.06 m em um piso hori- zontal por uma corda que exerce uma força de 7.68 N fazendo um ângulo de 15o acima da horizontal. Calcule (a) o trabalho executado pela corda sobre o bloco e (b) o coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e o piso. I (a) A força na corda é constante, de modo que o tra- balho é dado por W = F · d = Fd cosφ, onde F é a força exercida pela corda, d é a distância do desloca- mento, e φ é o ângulo entre a força e o deslocamento. Portanto W = (7.68)(4.06) cos 15o = 30.1 J. (b) A resposta pode ser obtida facilmente fazendo-se um diagrama de corpo livre onde constem todas as (quatro) forças aplicadas. Desenhe um ponto P representando o bloco. Em P , de- senhe a força normal N apontando para cima, a força peso mg apontando para baixo. Apontando horizontal- mente para a esquerda desenhe a força f de atrito. De- senhe a força F que puxa o bloco apontando para a dire- ita e para cima, fazendo um ângulo φ com a horizontal, Com isto tudo, a segundo lei de Newton nos diz que para que o bloco se mova sem acelerar devemos ter equilı́brio tanto na horizontal quanto na vertical, o que nos fornece as equações, respectivamente, F cosφ− f = 0, N + F senφ−mg = 0. A magnitude da força de atrito é dada por f = µk N = µk(mg − F senφ), onde o valor deN foi obtido da segunda equação acima. Substituindo o valor de f na primeira das equações acima e resolvendo-a para µk encontramos sem prob- lemas que µk = F cosφ mg − F senφ = (7.68) cos 15o (3.57)(9.8) − (7.68) sen 15o = 0.22. 7.2.2 Trabalho executado por força variável P 7-16 (???/6a) A força exercida num objeto é F (x) = F0(x/x0 − 1). Calcule o trabalho realizado para deslocar o objeto de x = 0 até x = 2x0 (a) fazendo um gráfico de F (x) e determinando a área sob a curva e (b) calculando a inte- gral analiticamente. I (a) A expressão de F (x) diz-nos que a força varia linearmente com x. Supondo x0 > 0, escolhemos dois pontos convenientes para, através deles, desenhar uma linha reta. Para x = 0 temos F = −F0 enquanto que para x = 2x0 temos F = F0, ou seja devemos desenhar uma linha reta que passe pelos pontos (0,−F0) e (2x0, F0). Faça a figura! Olhando para a figura vemos que o trabalho total é dado pela soma da área de dois triângulos: um que vai de x = 0 até x = x0, o outro indo de x = x0 até x = 2x0. Como os dois triângulos tem a mesma área, sendo uma positiva, a outra negativa, vemos que o trabalho total é ZERO. (b) Analiticamente, a integral nos diz que W = ∫ 2x0 0 F0 ( x xo − 1 ) dx = F0 ( x2 2x0 − x )∣∣∣2x0 0 = 0. 7.2.3 Trabalho realizado por uma mola E 7-18 (7-21/6a) Uma mola com uma constante de mola de 15 N/cm está presa a uma gaiola, como na Fig. 7-31. (a) Qual o tra- balho executado pela mola sobre a gaiola se a mola é distendida de 7.6 mm em relação ao seu estado relax- ado? (b) Qual o trabalho adicional executado pela mola seela é distendida por mais 7.6 mm? http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 3 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 I (a) Quando a gaiola move-se de x = x1 para x = x2 o trabalho feito pela mola é dado por W = ∫ x2 x1 (−kx) dx = − 1 2 kx2 ∣∣∣x2 x1 = − 1 2 k(x22 − x21), onde k é a constante de força da mola. Substituindo x1 = 0 m e x2 = 7.6 × 10−3 m encontramos W = −1 2 (1500)(7.6 × 10−3)2 = −0.043 J. (b) Agora basta substituir-se x1 = 7.6 × 10−3 m e x2 = 15.2 × 10−3 m na expressão para o trabalho: W = −1 2 (1500) [ (15.2)2 − (7.6)2 ] × (10−3)2 = −0.13 J. Perceba que durante o segundo intervalo o trabalho re- alizado é mais do que o dobro do trabalho feito no primeiro intervalo. Embora o deslocamento tenha sido idêntico em ambos intervalos, a força é maior durante o segundo intervalo. 7.2.4 Energia Cinética E 7-21 (7-???/6a) Se um foguete Saturno V com uma espaçonave Apolo acoplada tem uma massa total de 2.9 × 105 kg e atinge uma velocidade de 11.2 km/s, qual a sua energia cinética neste instante? I Usando a definição de energia cinética temos que K = 1 2 mv2 = 1 2 (2.9 × 105)(11.2 × 103)2 = 1.75 × 1013 J. E 7-22 (7-1/6a) Um elétron de condução (massa m = 9.11 × 10−31 kg) do cobre, numa temperatura próxima do zero absoluto, tem uma energia cinética de 6.7 × 10−19 J. Qual a ve- locidade do elétron? I A energia cinética é dada por K = mv2/2, onde m é a massa do elétron e v a sua velocidade. Portanto v = √ 2K m = √ 2(6.7 × 10−19) 9.11 × 10−31 = 1.2 × 106 m/s. E 7-29 (???/6a) Um carro de 1000 kg está viajando a 60 km/h numa estrada plana. Os freios são aplicados por um tempo suficiente para reduzir a energia cinética do carro de 50 kJ. (a) Qual a velocidade final do carro? (b) Qual a redução adicional de energia cinética necessária para fazê-lo parar? I (a) A energia cinética inicial do carro éKi = mv2i /2, onde m é a massa do carro e vi = 60 km/h = 60 × 103 3600 = 16.7 m/s é a sua velocidade inicial. Isto nos fornece Ki = (1000)(16.7) 2/2 = 1.39 × 105 J. Após reduzir em 50 kJ a energia cinética teremos Kf = 1.39 × 105 − 50 × 103 = 8.9 × 104 J. Com isto, a velocidade final do carro será vf = √ 2Kf m = √ 2(8.9 × 104) 1000 = 13.3 m/s = 47.8 km/h. (b) Como ao parar a energia cinética final do carro será ZERO, teremos que ainda remover 8.9×104 J para faze- lo parar. P 7-35 (7-17/6a) Um helicóptero levanta verticalmente um astronauta de 72 kg até 15 m de altura acima do oceano com o auxı́lio de um cabo. A aceleração do astronauta é g/10. Qual o trabalho realizado sobre o astronauta (a) pelo helicóptero e (b) pelo seu próprio peso? Quais são (c) a energia cinética e (d) a velocidade do astronauta no momento em que chega ao helicóptero? I (a) Chame de F a magnitude da força exercida pelo cabo no astronauta. A força do cabo aponta para cima e o peso mg do astronauta aponta para baixo. Além disto, a aceleração do astronauta é g/10, para cima. De acordo com a segunda lei de Newton, F −mg = mg/10, de modo que F = 11mg/10. Como a força F e o deslo- camento d estão na mesma direção, o trabalho feito pela força F é WF = Fd = 11mg 10 d = 11(72)(9.8)(15) 10 http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 4 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 = 1.16 × 104 J. (b) O peso tem magnitude mg e aponta na direção oposta do deslocamento. Ele executa um trabalho Wg = −mgd = −(72)(9.8)(15) = −1.06 × 104 J. (c) O trabalho total feito é WT = 11600 − 10600 = 1000 J. Como o astronauta partiu do repouso, o teorema do Trabalho-Energia diz-nos que sua energia cinética final deverá ser igual a WT (d) Como K = mv2/2, a velocidade final do astronauta será v = √ 2K m = √ 2(1000) 72 = 5.27 m/s = 18.9 km/h. P 7-36 (7-19/6a) Uma corda é usada para fazer descer verticalmente um bloco, inicialmente em repouso, de massa M com uma aceleração constante g/4. Depois que o bloco desceu uma distância d, calcule (a) o trabalho realizado pela corda sobre o bloco, (b) o trabalho realizado sobre o bloco pelo seu peso, (c) a energia cinética do bloco e (d) a velocidade do bloco. I (a) Chame de F a magnitude da força da corda so- bre o bloco. A força F aponta para cima, enquanto que a força da gravidade, de magnitude Mg, aponta para baixo. A aceleração é g/4, para baixo. Considere o sentido para baixo como sendo o sentido positivo. A se- gunda lei de Newton diz-nos que Mg − F = Mg/4, de modo que F = 3Mg/4. A força está direcionada no sentido oposto ao deslocamento de modo que o trabalho que ela faz é WF = −Fd = − 3 4 Mgd. (b) A força da gravidade aponta no mesmo sentido que o deslocamento de modo que ela faz um trabalho Wg = Mgd. (c) O trabalho total feito sobre o bloco é WT = − 3 4 Mgd+Mgd = 1 4 Mgd. Como o bloco parte do repouso, o valor acima coincide com sua energia cinética K após haver baixado uma distância d. (d) A velocidade após haver baixado uma distância d é v = √ 2K M = √ gd 2 . 7.2.5 Potência P 7-43 (???/6a) Um bloco de granito de 1400 kg é puxado por um guin- daste a vapor ao longo de uma rampa com velocidade constante de 1.34 m/s (Fig. 7-38). O coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco e a rampa é 0.4. Qual a potência do guindaste? I Para determinar a magnitude F da força com que o guindaste puxa o granito usaremos um diagrama de corpo livre. Chamemos de f a força de atrito, no sentido oposto ao de F . A normal N aponta perpendicularmente à rampa, enquanto que a magnitude mg da força da gravidade aponta verticalmente para baixo. Da figura dada vemos que ângulo θ do plano inclinado vale θ = tan−1 (30 40 ) = 37o. Tomemos o eixo x na direção do plano inclinado, apon- tando para cima e o eixo y apontando no mesmo sentido da normal N. Como a aceleração é zero, as componentes x e y da se- gunda lei de Newton são, respectivamente, F − f −mg sen θ = 0, N −mg cos θ = 0. Da segunda equação obtemos que N = mg cos θ, de modo que f = µkN = µkmg cos θ. Substiutindo este resultado na primeira equação e resolvendo-a para F obtemos F = mg ( sen θ + µk cos θ ) . A força do guindaste aponta no mesmo sentido que a ve- locidade do bloco, de modo que a potência do guindaste é P = Fv = mgv ( sen θ + µk cos θ ) = (1400)(9.8)(1.34) ( sen 37o + 0.4 cos 37o ) = 17 kW. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 5 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 P 7-47 (???/6a) Uma força de 5 N age sobre um corpo de 1.5 kg inicial- mente em repouso. Determine (a) o trabalho executado pela força no primeiro, segundo e terceiro segundos e (b) a potência instantânea aplicada pela força no final do terceiro segundo. I (a) A potência é dada por P = Fv e o trabalho feito por F entre o instante t1 e t2 é W = ∫ t2 t1 P dt = ∫ t2 t1 Fv dt. Como F é a força total, a magnitude da aceleração é a = f/m e a velocidade em função do tempo é dada por v = at = Ft/m. Portanto W = ∫ t2 t1 F 2t m dt = 1 2 F 2 m ( t22 − t21 ) . Para t1 = 0s e t2 = 1s temos W1 = 1 2 (52 15 ) [(1)2 − (0)2] = 0.83 J. Para t1 = 1s e t2 = 2s temos W2 = 1 2 (52 15 ) [(2)2 − (1)2] = 2.5 J. Para t1 = 2s e t2 = 3s temos W3 = 1 2 (52 15 ) [(3)2 − (2)2] = 4.2 J. (b) Substitua v = Ft/m em P = Fv obtendo então P = F 2t/m para a potência num instante t qualquer. Ao final do terceiro segundo temos P = (5)2(3) 15 = 5 W. P 7-48 (7-35/6a) Um elevador de carga totalmente cheio tem uma massa total de 1200 kg e deve subir 54 m em 3 min. O con- trapeso do elevador tem uma massa de 950 kg. Cal- cule a potência (em cavalos-vapor) que o motor do el- evador deve desenvolver. Ignore o trabalho necessário para colocar o elevador em movimento e para freá-lo, isto é, suponha que se mova o tempo todo com veloci- dade constante. I O trabalho total é a soma dos trabalhos feitos pela gravidade sobre o elevador, o trabalho feito pela gravi- dade no contrapeso,e o trabalho feito pelo motor sobre o sistema: WT = We + Wc + Wm. Como o elevador move-se com velocidade constante, sua energia cinética não muda e, de acordo com o teorema do Trabalho- Energia, o trabalho total feito é zero. Isto significa que We +Wc +Wm = 0. O elevador move-se 54 m para cima, de modo que o tra- balho feito pela gravidade sobre ele é We = −megd = −(1200)(9.8)(54) = −6.35 × 105 J. O contrapeso move-se para baixo pela mesma distância, de modo que o trabalho feito pela gravidade sobre ele é Wc = mcgd = (950)(9.8)(54) = 5.03 × 105 J. Como WT = 0, o trabalho feito pelo motor é Wm = −We −Wc = (6.35 − 5.03) × 105 = 1.32 × 105 J. Este trabalho é feito num intervalo de tempo ∆t = 3 min = 180 s e, portanto, a potência fornecida pelo motor para levantar o elevador é P = Wm ∆t = 1.32 × 105 180 = 735 W. Este valor corresponde a 735 W 746 W/hp = 0.99 hp. P 7-49 (???/6a) A força (mas não a potência) necessária para rebocar um barco com velocidade constante é proporcional à veloci- dade. Se são necessários 10 hp para manter uma veloci- dade de 4 km/h, quantos cavalos-vapor são necessários para manter uma velocidade de 12 km/h? I Como o problema afirma que a força é proporcional à velocidade, podemos escrever que a força é dada por F = αv, onde v é a velocidade e α é uma constante de proporcionalidade. A potência necessária é P = Fv = αv2. Esta fórmula nos diz que a potência associada a uma velocidade v1 é P1 = αv21 e a uma velocidade v2 é P2 = αv 2 2 . Portanto, dividindo-se P2 por P1 podemos nos livrar da constante α desconhecida, obtendo que P2 = (v2 v1 )2 P1. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 6 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 21 de Novembro de 2013, às 22:55 Para P1 = 10 hp e v2 = 3v1, vemos sem problemas que P2 = (12 4 )2 (10) = (3)2(10) = 90 hp. Observe que é possı́vel determinar-se explicitamente o valor de α a partir dos dados do problema. Porém, tal solução é menos elegante que a acima apresentada, onde determinamos α implicitamente, chegando ao resultado final mais rapidamente. 7.2.6 Energia Cinética a Velocidades Elevadas E 7-50 (???/6a) Um elétron se desloca de 5.1 cm em 0.25 ns. (a) Qual é a relação entre a velocidade do elétron e a velocidade da luz? (b) Qual é a energia do elétron em elétrons-volt? (c) Qual o erro percentual que você cometeria se usasse a fórmula clássica para calcular a energia cinética do elétron? I (a) A velocidade do elétron é v = d t = 5.1 × 10−2 0.25 × 10−9 = 2.04 × 108 m/s. Como a velocidade da luz é c = 2.998×108 m/s, temos v = 2.04 2.998 c = 0.68 c. (b) Como a velocidade do elétron é próxima da veloci- dade da luz,devemos usar expressão relativı́stica para a energia cinética: K = mc2 ( 1√ 1 − v2/c2 − 1 ) = (9.11 × 1031)(2.998 × 108)×( 1√ 1 − (0.68)2 − 1 ) = 3.0 × 10−14 J. Este valor é equivalente a K = 3.0 × 10−14 1.60 × 10−19 = 1.90 × 105 = 190 keV. (c) Classicamente a energia cinética é dada por K = 1 2 mv2 = 1 2 (9.11 × 10−31)(2.04 × 108)2 = 1.90 × 10−14 J. Portanto, o erro percentual é, simplificando já a potência comum 10−14 que aparece no numerador e denomi- nador, erro percentual = 3.0 − 1.9 3.0 = 0.37, ou seja, 37%. Perceba que não usar a fórmula rela- tivı́stica produz um grande erro!! http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 7 de 7 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:37 Exercı́cios Resolvidos de Fı́sica Básica Jason Alfredo Carlson Gallas, professor titular de fı́sica teórica, Doutor em Fı́sica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, Alemanha Universidade Federal da Paraı́ba (João Pessoa, Brasil) Departamento de Fı́sica Numeração conforme a SEXTA edição do “Fundamentos de Fı́sica”, Halliday, Resnick e Walker. Esta e outras listas encontram-se em: http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Contents 8 Conservação da Energia 2 8.1 Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 8.2 Problemas e Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 8.2.1 Determinação da Energia Potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 8.2.2 Usando a Curva de Energia Potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 8.2.3 Conservação da Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 8.2.4 Trabalho Executado por Forças de Atrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 8.2.5 Massa e Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Comentários/Sugestões e Erros: favor enviar para jasongallas @ yahoo.com (sem “br” no final...) (listaq3.tex) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 1 de 11 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:37 8 Conservação da Energia 8.1 Questões Q 8-10 Cite alguns exemplos práticos de equilı́brio instável, neutro e estável. I 8.2 Problemas e Exercı́cios 8.2.1 Determinação da Energia Potencial E 8-1 (8-??/6a edição) Uma determinada mola armazena 25 J de energia po- tencial quando sofre uma compressão de 7.5 cm. Qual a constante da mola? I Como sabemos que a energia potencial elástica ar- mazenada numa mola é U(x) = kx2/2, obtemos facil- mente que k = 2U(x) x2 = 2(25) (0.075)2 = 8.9× 103 N/m. E 8-6 (8-3/6a) Um pedacinho de gelo se desprende da borda de uma taça hemisférica sem atrito com 22 cm de raio (Fig. 8- 22). Com que velocidade o gelo está se movendo ao chegar ao fundo da taça? I A única força que faz trabalho sobre o pedacinho de gelo é a força da gravidade, que é uma força conserva- tiva. Chamando de Ki a energia cinética do pedacinho de gelo na borda da taça, de Kf a sua energia cinética no fundo da taça, de Ui sua energia potencial da borda e de Uf sua energia potencial no fundo da taça, temos então Kf + Uf = Ki + Ui. Consideremos a energia potencial no fundo da taça como sendo zero. Neste caso a energia potencial no topo vale Ui = mgr, onde r representa o raio da taça e m representa a massa do pedacinho de gelo. Sabemos que Ki = 0 pois o pedacinho de gelo parte do repouso. Chamando de v a velocidade do pedacinho de gelo ao atingir o fundo, temos então, da equação da conservação da energia acima que mgr = mv2/2, o que nos fornece v = √ 2gr = √ 2(9.8)(0.22) = 2.1 m/s. E 8-8 (8-13/6a) Um caminhão que perdeu os freios está descendo uma estrada em declive a 130 km/h. Felizmente a estrada dispõe de uma rampa de escape, com uma inclinação de 15o (Fig. 8-24). Qual o menor comprimento da rampa para que a velocidade do caminhão chegue a zero antes do final da rampa? As rampas de escape são quase sem- pre cobertas com uma grossa camada de areia ou cas- calho. Por quê? Nota: uso o valor 130 km/h da sexta edição do livro, em vez dos 120 km/h da quarta, já que na quarta edição não é fornecida nenhuma resposta. I Despreze o trabalho feito por qualquer força de fricção. Neste caso a única força a realizar trabalho é a força da gravidade, uma força conservativa. Seja Ki a energia cinética do caminhão no inı́cio da rampa de es- cape e Kf sua energia cinética no topo da rampa. Seja Ui e Uf os respectivos valores da energia potencial no inı́cio e no topo da rampa. Então Kf + Uf = Ki + Ui. Se tomarmos a energia potencial como sendo zero no inı́cio da rampa, então Uf = mgh, onde h é a al- tura final do caminhão em relação à sua posição inicial. Temos que Ki = mv2/2, onde v é a velocidade inicial do caminhão, e Kf = 0 já que o caminhão para. Por- tanto mgh = mv2/2, donde tiramos que h = v2 2g = (130× 103/3600)2 2(9.8) = 66.53 m. Se chamarmos de L o comprimento da rampa, então ter- emos que L sen 15o = h, donde tiramos finalmente que L = h sen 15o = 66.53 sen 15o = 257.06 m. Areia ou cascalho, que se comportam neste caso como um “fluido”, tem mais atrito que uma pista sólida, aju-dando a diminuir mais a distância necessária para parar o veı́culo. E 8-10 (8-??/6a) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 2 de 11 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:37 Um projétil com uma massa de 2.4 kg é disparado para cima do alto de uma colina de 125 m de altura, com uma velocidade de 150 m/s e numa direção que faz um ângulo de 41o com a horizontal. (a) Qual a energia cinética do projétil no momento em que é disparado? (b) Qual a energia potencial do projétil no mesmo mo- mento? Suponha que a energia potencial é nula na base da colina (y = 0). (c) Determine a velocidade do projétil no momento em que atinge o solo. Supondo que a resistência do ar possa ser ignorada, as respostas acima dependem da massa do projétil? I (a) Se m for a massa do projétil e v sua velocidade após o lançamento, então sua energia cinética imediata- mente após o lançamento é Ki = 1 2 mv2 = 1 2 (2.40)(150)2 = 27.0× 103 J. (b) Se a energia potencial é tomada como zero quando o projétil atinge o solo e sua altura inicial acima do solo for chamada de h, então sua energia potencial inicial é Ui = mgh = (2.4)(9.8)(125) = 2.94× 103 J. (c) Imediatamente antes de atingir o solo a energia po- tencial é zero e a energia cinética pode ser escrita como sendoKf = mv2f/2, onde vf é a velocidade do projétil. A energia mecânica é conservada durante o voo do projétil de modo que Kf = mv2f/2 = Ki + Ui donde tiramos facilmente que vf = √ 2(Ki + Ui) m = √ 2[(27.0 + 2.94)× 103] 2.40 = 159 m/s. Os valores de Ki,Kf , Ui e Uf dependem todos da massa do projétil, porém a velocidade final vf não de- pende da massa se a resistência do ar puder ser consid- erada desprezı́vel. Observe que o tal ângulo de 41o não foi usado para nada! Talvez seja por isto que este exercı́cio já não mais apareça nas edições subsequentes do livro... E 8-12 (8-17/6a) Uma bola de gude de 5 g é disparada verticalmente para cima por uma espingarda de mola. A mola deve ser comprimida de 8 cm para que a bola de gude apenas alcance um alvo situado a 20 m de distância. (a) Qual a variação da energia potencial gravitacional da bola de gude durante a subida? (b) Qual a constante da mola? I (a) Neste problema a energia potencial possui dois termos: energia potencial elástica da mola e energia po- tencial gravitacional. Considere o zero da energia potencial gravitacional como sendo a posição da bola de gude quando a mola está comprimida. Então, a energia potencial gravita- cional da bola de gude quando ela está no topo da órbita (i.e. no ponto mais alto) é Ug = mgh, onde h é a altura do ponto mais elevado. Tal altura é h = 20 + 0.08 = 20.08 m. Portanto Ug = (5× 10−3)(9.8)(20.08) = 0.948 J. (b) Como a energia mecânica é conservada, a ener- gia da mola comprimida deve ser a mesma que a en- ergia potencial gravitacional no topo do voo. Ou seja, kx2/2 = mgh = Ug , onde k é a constante da mola. Portanto, k = 2Ug x2 = 2(0.948) (0.08)2 = 307.5 N/m. Observe que 307.5 N/m ' 3.1× 102 N/m = 3.1 N/cm, que é a resposta oferecida pelo livro-texto. E 8-13 (8-5/6a) Uma bola de massa m está presa à extremidade de uma barra de comprimento L e massa desprezı́vel. A outra extremidade da barra é articulada, de modo que a bola pode descrever um cı́rculo plano vertical. A barra é mantida na posição horizontal, como na Fig. 8-26, até receber um impulso para baixo suficiente para chegar ao ponto mais alto do cı́rculo com velocidade zero. (a) Qual a variação da energia potencial da bola? (b) Qual a velocidade inicial da bola? I (a) Tome o zero da energia potencial como sendo o ponto mais baixo atingido pela bola. Como a bola está inicialmente a uma distância vertical L acima do ponto mais baixo, a energia potencial inicial é Ui = mgL, sendo a energia potencial final dada por Uf = mg(2L). A variação da energia potencial é, portanto, ∆U = Uf − Ui = 2mgL−mgL = mgL. (b) A energia cinética final é zero. Chamemos de Ki = mv2/2 a energia cinética inicial, onde v é a velocidade inicial procurada. A barra não faz trabalho algum e a força da gravidade é conservativa, de modo que a ener- gia mecânica é conservada. Isto significa que ∆K = −∆U ou, em outras palavras, que −mv2/2 = −mgL de modo que temos v = √ 2gL. http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas Página 3 de 11 LISTA 3 - Prof. Jason Gallas, DF–UFPB 10 de Junho de 2013, às 13:37 P 8-17 (8-21/6a) Uma mola pode ser comprimida 2 cm por uma força de 270 N. Um bloco de 12 kg de massa é liberado a par- tir do repouso do alto de um plano inclinado sem atrito cuja inclinação é 30o. (Fig. 8-30). O bloco comprime a mola 5.5 cm antes de parar. (a) Qual a distância total percorrida pelo bloco até parar? (b) Qual a velocidade do bloco no momento em que se choca com a mola? I A informação dada na primeira frase nos permite cal- cular a constante da mola: k = F x = 270 0.02 = 1.35× 104 N/m. (a) Considere agora o bloco deslizando para baixo. Se ele parte do repouso a uma altura h acima do ponto onde ele para momentaneamente, sua energia cinética é zero e sua energia potencial gravitacional inicial é mgh, onde m é a massa do bloco. Tomamos o zero da energia potencial gravitacional como sendo o ponto onde o bloco para. Tomamos também a energia po- tencial inicial armazenada na mola como sendo zero. Suponha que o bloco comprima a mola uma distância x antes de parar momentaneamente. Neste caso a en- ergia cinética final é zero, a energia potencial gravita- cional final é zero, e a energia potencial final da mola é kx2/2. O plano inclinado não tem atrito e a força normal que ele exerce sobre o bloco não efetua trabalho (pois é perpendicular à direção do movimento), de modo que a energia mecânica é conservada. Isto significa que mgh = kx2/2, donde tiramos que h = kx2 2mg = (1.35× 104)(0.055)2 2(12)(9.8) = 0.174 m. Se o bloco viajasse uma distância ` pelo plano inclinado abaixo, então ` sen 30o = h, de modo que ` = h sen 30o = 0.174 sen 30o = 0.35 m. (b) Imediatamente antes de tocar a mola o bloco dista 0.055 m do ponto onde irá estar em repouso, e assim está a uma distância vertical de (0.055) sen 30o = 0.0275 m acima da sua posição final. A energia po- tencial é então mgh′ = (12)(9.8)(0.0275) = 3.23 J. Por outro lado, sua energia potencial inicial é mgh = (12)(9.8)(0.174) = 20.5 J. A diferença entre este dois valores fornece sua energia cinética final: Kf = 20.5− 3.23 = 17.2 J. Sua velocidade final é, portanto, v = √ 2Kf m = √ 2(17.2) 12 = 1.7 m/s. P 8-21 (8-??/6a) Uma bala de morteiro de 5 kg é disparada para cima com uma velocidade inicial de 100 m/s e um ângulo de 34o em relação à horizontal. (a) Qual a energia cinética da bala no momento do disparo? (b) Qual é a variação na energia potencial da bala até o momento em que atinge o ponto mais alto da trajetória? (c) Qual a altura atingida pela bala? I (a) Sejam a massa da bala e v0 sua velocidade inicial. A energia cinética inicial é então Ki = 1 2 mv20 = 1 2 (5)(100)2 = 2.5× 104 J. (b) Tome o zero da energia potencial gravitacional como sendo o ponto de tiro e chame de Uf a energia potencial no topo da trajetória. Uf coincide então com a variação da energia potencial deste o instante do tiro até o in- stante em que o topo da trajetória é alcançada. Neste ponto a velocidade da bala é horizontal e tem o mesmo valor que tinha no inı́cio: vh = v0 cos θ0, onde θ0 é o ângulo de tiro. A energia cinética no topo é Kf = 1 2 mv2h = 1 2 mv20 cos 2 θ0. Como a energia mecânica é conservada 1 2 mv20 = Uf + 1 2 mv20 cos 2 θ0. Portanto Uf = 1 2 mv20(1− cos2 θ0) = 1 2 mv20 sen 2θ0 = 1 2 (5)(100)2 sen234o = 7.8× 103 J. (c) A energia potencial no topo da trajetória é também dada por Uf = mgh, onde h é a altura (desnı́vel) do topo em relação ao ponto de tiro. Resolvendo para h, encontramos: h = Uf mg = 7.8× 103 (5)(9.8) = 160 m. P 8-23 (8-23/6a) http://www.fisica.ufpb.br/∼jgallas
Compartilhar