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Capítulo 05 [Traduzido]

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O trabalho mais importante de Lutz.
	Mesmo depois de chegar em casa, as palavras de Lutz não paravam de mexer na minha cabeça. O fato de ele ter dito aquilo, apesar de lutar tanto para fazê-lo, mostrou o quão desconfiado ele era.
	… O que aconteceria se ele descobrisse que eu não era Myne? Ele definitivamente exigiria que eu devolvesse Myne ou me culparia por fazê-la desaparecer. Eu já podia imaginar seus gritos de raiva, confusão e medo.
	Se ele contasse a verdade para minha família, eu não teria onde morar. Ser expulso de casa seria o melhor cenário. Se este mundo tivesse uma igreja que apoiasse a caça as bruxas, eu poderia acabar torturada e depois assassinada por pessoas que me confundiam com um demônio possuindo uma garota inocente. Estremeci, imaginando as ilustrações que tinha visto de mulheres sendo torturadas nas caças as bruxas do passado. ...Eu não quero me machucar. Não quero que essas coisas assustadoras aconteçam comigo. Prefiro morrer a ser torturada.
Eu não queria ser torturada ou expulsa de casa, mas se o calor dentro de mim me consumisse antes disso, eu poderia morrer sentindo apenas a dor de uma febre. Se eu decidisse morrer, eu tinha o poder de me jogar nas profundezas do fogo sem qualquer interrupção. Se tudo o mais falhasse, eu poderia simplesmente me matar antes de ser torturada. Isso soava muito extremo, mas ser comido viva pelo calor seria muito mais agradável do que tortura.
	Essa percepção me acalmou. Eu sempre tive uma saída. Sem falar que, pensando bem, a única coisa que me manteve presa a este mundo quando estava a ponto de morrer mais cedo foi a promessa que fiz a Lutz. Fugi do calor depois de pensar que não havia cumprido minha promessa a ele. Pedi desculpas por isso e fiz a reunião acontecer mais tarde, então, considerando todas as coisas, eu não tinha mais arrependimentos.
	Agora que conheci Benno e fazer papel não era mais um sonho, eu queria ir até o fim e fazer livros, mas não tinha muito apego a este mundo de fantasia em si. Se Lutz começasse a me evitar com desgosto depois de descobrir minha verdadeira identidade, o que era muito possível, minha busca para fazer papel fracassaria ali mesmo. Dito isso, era provável que, se tivesse a devida explicação, Lutz ficasse calado até terminarmos o papel e ser aceito como aprendiz de mercador. Eu poderia aguentar até que o papel estivesse pronto, e eu poderia escolher morrer a qualquer momento. Ver as coisas dessa maneira fez eu me sentir muito melhor. Não era totalmente lógico, mas funcionou para mim.
	Independentemente do que eu fizesse, tudo dependia de Lutz. Minha única escolha era dar tudo de mim para fazer papel e viver para que eu pudesse morrer a qualquer momento sem arrependimentos.
	Toda aquela conversa sobre suicídio pode ter soado legal de uma maneira auto-sacrificial, mas, na verdade, eu estava me sentindo tudo menos legal. Fiquei com um pouco de medo de ver Lutz novamente. E, de fato, quando amanheceu no dia seguinte, fiquei ansiosa quando o encontrei.
	– Eu vou para a floresta hoje. Tenho que pegar lenha. – disse Lutz, o que fez meus olhos brilharem de emoção. Hoje eu tenho que ir a loja de Benno para escrever os pedidos de suprimentos restantes e ensiná-lo a fazer o xampu simples e completo. Essa era a chance perfeita de terminar um monte de coisas que o fariam desconfiar de mim, assim, impedir Lutz de descobrir meu segredo.
	– OK, estou indo para a loja do Benno. Preciso escrever os pedidos de fornecimento para a tela e discutir onde toda as coisas serão entregues.
	– … Você vai por conta própria?
	– Ué. Há algo de errado com isso? – Se Lutz não fosse comigo, eu não tinha escolha a não ser ir sozinho. E como hoje envolveria negociar com adultos, era melhor para mim que ninguém próximo a mim estivesse por perto.
	– … Você pode gerenciar isso?
	– Eu vou ficar bem. – Eu cerrei meu punho para mostrar força. Lutz parecia querer dizer alguma coisa, mas guardou para si e apenas disse “mais tarde” antes de seguir para a floresta.
	Eu tinha ido a loja do Benno antes, duas vezes se você incluísse a visita a casa de Otto. Ir por conta própria não seria um problema.
	Depois de encher minha sacola de costume com minha lousa de pedra, caneta de ardósia e coisas de pedidos de suprimentos dentro, comecei a caminhar até a loja de Benno.
	… Ok! Vou terminar o máximo de coisas possível hoje.
	– Bom dia. Ah, Sr. Mark. O Sr. Benno está aqui? Eu trouxe os pedidos de fornecimento. – entrei na loja de Benno, que devia estar em um período movimentado devido à quantidade de clientes que entravam e saíam, e corri para o primeiro rosto familiar que vi.
	– O jovem mestre está ocupado no momento, então vou lidar com eles em seu lugar, disse Mark, estendendo a mão. Tirei os pedidos de minha bolsa e entreguei a ele. Isso incluía a tinta e a fita métrica que eu tinha usado para escrevê-lo.
	– Gostaria de discutir diretamente este pedido com os artesãos como falamos ontem. Podemos marcar uma consulta para isso?
	– os depósitos de madeira tendem a não estar ocupados de manhã, então podemos ir agora, se você desejar.
	– Isso seria bom? A loja parece bem movimentada agora. – olhei para os funcionários que lidavam cm o fluxo constante de clientes e Mark me deu um sorriso que lembrava o sorriso escuro de comerciante de Otto.
	– Eu não treinei esses funcionários para serem tão fracos que chorariam pela minha ausência. – disse ele sem rodeios.
	Hum… Parece que alguns dos funcionários estão prestes a chorar.
	– Sem falar que, como o próprio jovem mestre disse, você é uma cliente muito especial. Ele decidiu que é melhor se eu pessoalmente cuidar de você quando você chegar. Não se preocupe.
	– Umm… Ok. Obrigada. – Saí da loja de Benno com Mark e comecei a andar. Nosso destino era o depósito de madeira junto ao portão oeste do mercado. Era perto do rio, o que tornava conveniente que os madeireiros estivesse perto de lá, já que era lá que estavam os barcos de navegação.
	– Eu queria perguntar algo ao Benno, mas já que ele está ocupado posso perguntar a você? – enquanto caminhava pela rua principal a caminho da praça, comecei a falar sobre o que não podia na loja. 
	– Gostaria de um prédio de armazenamento, ou tipo, um local de trabalho para colocar tudo. – nos disseram que poderíamos pedir o que precisássemos, não tínhamos onde colocar todas as coisas.
	A julgar por como Mark estava piscando seus olhos verde-escuros ele não deve ter esperado que eu perguntasse sobre isso. 
	– Qual era o seu plano antes?
	– Nós íamos dividir as ferramentas entre nossas casas e levá-las ao poço ou rio sempre que precisássemos usá-las, mas … – nosso plano inicial envolvia usar substitutos improvisados do que já tínhamos disponível em casa e na floresta. Eu ia implorar a minha mãe pelo pote e pelas cinzas, e nós íamos cortar árvores na floresta.
	Encomendar essas coisas nos salvou de ter que fazer isso, mas, de repente, tínhamos muito mais coisas para cuidar e precisávamos de um lugar para colocar as coisas que não estávamos usando nnquele dia. Mas nem a casa de Lutz nem minha casa tinham um quarto vago ou espaço para deixar coisas sem importância (sem importância para nossas famílias, pelo menos) espalhadas.
	– Temos pouco espaço para colocar as coisas e, nesse ritmo, será difícil fazer nosso trabalho. Nada nos ajudaria mais do que um local de trabalho com teto. Estou pedindo ajuda, mas sei que provavelmente não é razoável. Ou o contrato inclui coisas assim? – eu disse.
	– Inacreditável. – Mark murmurou, esfregando as têmporas. – Vejo que você estava preparada para ir longe demais.
	– Não tínhamos aliados adultos até agora. – havia muito pouco que uma criança poderia fazer sem a ajuda de um adulto. Ganhei a ajuda de Benno com meu xampu como alavanca e pretendia explorá-lo o máximo possível. Se eu perdesse essa oportunidade, sem dúvida seria incapaz de fazer papel pelo resto da minha vida. Agora era hora de jogar minha mão ao máximo, não me contar e arriscar tudo docilmente.
	– Eu vejo. Nesse caso, negociarei a seu favor um prédio de armazenamento.
	– Muito obrigado.Com você ao meu lado, sinto que já conseguimos um. – a julgar por como eles interagiram, Mark provavelmente era o braço direito de Benno, seu confidente de confiança, o punho que executava suas ordens. Se Mark negociasse em nosso nome, não havia dúvida que conseguiríamos nosso prédio de armazenamento.
	– Existe algum requisito específico que você tenha para este edifício de armazenamento?
	– Hmm… nós vamos muito para a floresta, então eu apreciaria um perto do portão sul. Fora isso, tudo o que precisamos é de um lugar com teto para colocar as coisas que pedimos.
	– Entendido… Ah, estamos quase lá. Aquele ali é o depósito de madeira. – disse Mark, apostando para a frente, mas eu era muito baixa para ver qualquer coisa. Nem mesmo pular me fez alta o suficiente. 
	Peguei as mãos de Mark e acelerei o passo. 
	– Vamos nos apressar, então. – então, no momento que comecei a caminhar ansiosamente na direção do depósito de madeira, meus joelhos cederam de repente e caí inconsciente com um engasgo.
	Quando acordei, estava em algum lugar que não reconheci. Eu estava numa cama coberta com um pano grosso que era incrível, já que significava que nada estranho esta va enfiado em mim. Era um quarto simples que até titnha teto limpo, mas eu não o reconheci.
	– … Onde estou? – sentei-me para olhar ao redor e vi Corinna, que estava costurando nas proximidades. Ela ouviu minha voz e parou de costurar para correr para o meu lado.
	– Querida Myne, você acordou? Eu realmente pensei que meu coração iria parar quando Benno carregou você para dentro dizendo que tu havia desmaiado sem aviso prévio. Otto disse uma vez que caminhar até o portão uma vez a deixou imóvel, então presumimos que sua doença nasceu da exaustão e o trouxemos para a cama para descansar.
	– E-eu aprecio sua gentileza. Eu realmente sinto muito por tudo isso.
	– Gyaaahhh! Eu gritei por dentro rastejava na cama. Eu tinha desmaiado no caminho para o depósito de madeira e fui carregada para a casa de Corinna por Benno, o que basta para dizer que não foi uma experiência agradável para ninguém envolvido. Mamãe e Tuuli provavelmente gritariam comigo se descobrissem.
	… Aaah, eu tenho que me desculpar com Mark. Ele provavelmente chegou perto de morrer de choque depois que eu desmaiei no meio da conversa bem na frente dele.
	Eu poderia dizer retrospectivamente por que eu tinha desmaiado.
	Primeiro, fiquei sem sono por pensar no que lutz havia dito.
	Segundo, eu estava me esforçando muito para terminar tudo enquanto ele estava fora. Além disso, eu estava tão entusiasmada com quão bem tudo estava indo que não parei para pensar na minha própria saúde. Não havia ninguém por perto que entendesse minha saúde o suficiente para me impedir de me esforçar demais. Eu tinha a motivação, mas meu comrpo simplesmente não estava acompanhando. Este corpo, com certeza, é um lixo.
	– Vou contatar Benno e informá-lo que você acordou. Eu teria gostado de entrar em contato com sua família imediatamente, mas parece que não possível de arranjar...
	Isso fazia sentido, ninguém estava em casa hoje. Além disso, minha família achava que eu estava com Lutz. Eles definitivamente não esperavam que eu fosse à loja de Benno sozinha e desmaiasse. O pensamento de meu pai enlouquecendo de preocupação era honestamente muito assustador, e eu nem queria imaginar o quão furiosa minha mãe ficaria por eu incomodar Corinna assim.
	– Uhm. Sra Corinna. Você pode manter isso em segredo da minha família?
	– Myne?
	– Eles pensaram que eu estaria com Lutz, então se souberem disso, ele pode ter problemas… – tentei que usar Lutz como escudo para escapar da ira da minha família, mas Corinna deu um sorriso angelical e me jogou no inferno.
	– Receio que não. Aqueles que merecem problemas devem recebê-los.
	– Nããããão… – Enquanto eu me agitava na cama, aterrorizada com a bronca que estava destinada a receber, alguém entrou em contato com Benno. Eu ouvi seus passos altos marchando para cá momentos antes dele abrir a porta e entrar.
	Ele olhou para mim com seus olhos vermelho-escuros e falou em voz baixa. 
	– Garota, você tirou um ano da minha vida.
	– Eu estava errada! – O olhar intenso de Benno era tão aterrorizante que, por reflexo, comecei a rastejar na cama, murmurando desculpas. Eu estava literalmente esfregando meu rosto contra os lençóis. – Por favor me perdoe!
	– … O que diabos você está fazendo?
	– Ajoelhar-se é a maneira número um que conheço para expressar arrependimento sincero.
	Benno sentou-se na cama e soltou um suspiro pesado enquanto coçava o cabeço cor de café com leite. 
	– Ouvi de Otto que você é doente, mas não esperava que fosse tão doente assim
	– Eu também não. – Cometi um grande erro ao tentar fazer coisas sem o Lutz. Nos meus dias de Urano, isso não teria sido um problema, mas eu não podia mais me permitir pensar assim. Myne está tão fraca e doente que desmaiar depois do que fiz foi inevitável.
	– Este é um problema que a motivação sozinha não pode resolver. – Murmurou Benno. – Bem, tudo bem. – ele me deu um olhar duro. – Sempre venha com o menino de agora em diante. Nada de trabalhar sozinha.
	– ...Ok. – Não fazia ideia de que só de ir a algum lugar sem o Lutz corria o risco de desmaiar. Ser capaz de caminhar até a floresta me deixou arrogante o suficiente para pensar que toda a cidade estava ao meu alcance.
	– Vá para casa por hoje. Mark vai acompanhá-la. Você com certeza o deixou extremamente transtornado.
	– Bom?! Eu não poderia pedir a ele para fazer isso. Vou pedir desculpas a ele depois vou para casa sozinha! – Eu disse acenando com as mãos na minha frente com os olhos abertos. Eu não poderia incomodar Mark mais do que já fiz.
	No entanto, benno beliscou minha bochecha e olhou para mim, seu olhar afiado.
	– Não me ouviu? Eu apenas disse para não fazer mais coisas sozinha.
	– … Eu te ouvi. OK. Vou para casa com Mark. Hummm, mas já que estou aqui, pelo menos deixe-me dizer-lhe como fazer o xampu simples tudo em um… – Comecei a sugerir que fizéssemos o que me propus a realizar em primeiro lugar, mas Benno, parecendo furioso, agarrou minha cabeça com uma das mãos.
	– O! QUE! HÁ! DE! ERRADO! COM! VOCÊ!
	– Oi?
	– Eu disse para ir para casa!
	– Kyaaah! – eu tremi de medo quando ele gritou comigo com minha cabeça presa em sua mão. Quando olhei para Benno com lágrimas brilhantes transbordando em meus olhos, um pensamento extremamente trivial surgiu no canto da minha mente. Entendo… Isso é definitivamente como ser atingido por um raio.
	– Você não pode mais entrar na minha loja sem o garoto! Se você tem um cérebro nessa cabeça, não se esqueça disso!
	– Lembrarei! Não vou esquecer! Ai, ai ai!
	Depois, tentei brevemente dizer que poderia caminhar para casa sem ser carregada, mas Mark gentilmente me ameaçou dizendo:
	– Seu pedido de desculpas foi meras palavras? – Eu não tive como resistir a isso.
	Abandonei minha fútil resistência e deixei Mark me levar para casa.
	Quando minha família o viu me carregando e perguntou o que havia acontecido, eles ficaram bravos, como esperado. Peguei febre durante as horas de broncas que tomei e acabei de cama por dois dias seguidos.
	Quando minha febre baixou, achei que seria melhor eu ir em uma peregrinação pedindo desculpas a todos que eu havia incomodado. Perguntei a Tuuli o que ela achava e ela me disse que, embora pedir desculpas fosse importante, todos prefeririam que eu não me esforçasse tanto.
	– E foi o que aconteceu. Por favor, vá comigo hoje para que todos não fiquem bravos. – No dia seguinte a febre baixar, expliquei a Lutz o que havia acontecido e pedi que ele fosse comigo à Companhia Gilberta.
	Lutz me deu um olhar cheio de exasperação e então soltou um suspiro longo e pesado.
	– Por que perguntei se você ia sozinha, sabe? Eu sabia que você precisaria de ajuda.
	– É… isso é tudo que isso significava? Só achei que você queria saber se eu sabia o caminho até lá… Lutz?
	– Hahahaha… Como fiabos você pensou nisso? Quando se trata de você, o que mais há para se preocupar, exceto sua saúde?
	Apertei os lábios, fazendo beicinho enquanto Lutz ria. Ele olhoupara mim com um sorriso aliviado. 
	– Se você vai desmaiar em pouco tempo por conta própria, acho que tenho que ficar com você, hein?
	– Ué. Benno disse que eu não poderia entrar na loja dele se você não estivesse comigo.
	– Heue… Sério? Ele disse o QUE? – Por algum motivo, Lutz estava de bom humor depois de me ouvir relatar meus fracassos, apesar de estar obviamente deprimido. Isso foi melhor do que ele estar apenas deprimido, mas meio que me irritou. Fiquei tão preocupada com o que ele disse que não consegui dormir e fiquei com medo de vê-lo! Por que ele está agindo tão normal.
	– Tudo bem, Myne. Não seja tão chata. Vamos lá. – Lutz ficou ao meu lado, agindo como um irmão mais velho, e lá fomos nós para a loja.
	– O que você recolheu na floresta outro dia?
	– Lenha e bambu. Foi você quem disse que eu deveria esculpir o bambu para mostrar ao artesão o que precisamos, lembra?
	– Ah, sim, eu disse. Eu me esqueci completamente disso. – Na verdade, eu tinha esquecido totalmente que tinha planejado fazer um exemplo real caso minha explicação e ilustração não fossem suficientes para o artesão entender o que queríamos.
	– Vamos agora, segure-se.
	– Está tudo bem, você está no topo da minha lista de prioridades.
	Não havia como eu me lembrar de tudo sem lembretes. Nos meus dias de Utano, eu era um monstro do bloco de notas. Eu escrevia tudo o que podia no meu bloco de notas para que eu pudesse lembrar. Qualquer coisa escrita em um bloco de notas poderia ser esquecida com segurança, e eu me tornei tanto dependente dessa conveniência que minha memória provavelmente sofreu muito por isso.
	Eu disse a lutz que podíamos lembrar das coisas juntos, assim esqueceríamos juntos, parecendo um pouco perto de chorar.
	– … Para falar a verdade, comecei a me odiar depois de ver que você sabia escrever, fazer contas e lidar com adultos assim.
	– O que?
	– Você não precisava de mim. Comecei a pensar que não ajudaria em nada a loja do Benno.
	Ninguém na loja sugeriria que uma criança pré-batismo precisava ser útil imediatamente. Mark valorizava muito Lutz por saber escrever seu próprio nome e por levar seus estudos a sério. Lutz simplesmente não percebeu e ficou deprimido depois de se comparar comigo.
	– Você não precisa se comparar comigo. – eu comecei, tentando consolá-lo, mas ele me parou como um sorriso.
	– Mas sabe, agora eu entendi. Você desmorona em pouco tempo. Você é inteligente, mas descuidada, você é fraca, pequena e pensando nisso, há uma tonelada de coisas que você não pode fazer. Agora você não pode nem entrar na loja sem mim.
	– Lutz, isso é cruel! Eu também sou útil para as pessoas, às vezes! – ele estava sendo duro que comecei a protestar, mas por algum motivo ele começou a rir um pouco, Lutz colocou a cabeça na minha cabeça e esfregou.
	– Eu estava sendo um idiota quando perguntei se você não era Myne. Desculpe.
	– … Mesmo. Isso foi só você sendo mau? – inacreditável. Eu levei o que Lutz disse muito a sério, mas para ele, ele estava apenas sendo malvado. Senti a tensão se esvaindo do meu corpo. 
	– Isso é um alivio. Pensei que você me odiasse agora...
	– Nah, definitivamente não. Vamos, vamos. – lutz estendeu a mão, que peguei e saímos de mãos dadas. Senti que minha vida diária havia voltado ao normal.
	Bom dia. – Entramos na loja e encontramos Mark, que nos levou ao quarto de Benno. Benno me encarou com os olhos afiados, ainda esfregando as têmporas, depois olhou para Lutz.
	– Rapaz, sua maior prioridade agora é proteger essa garotinha ridícula. Pense nisso como o seu trabalho mais importante aqui, que só você pode fazer. Entendeu? Eu não tenho corações o suficiente para sobreviver ouvindo sobre ela desmaiar sem aviso pela cidade.
	Lutz, ao ouvir as ordens descontentes de Benno, apontou para si mesmo com os olhos brilhando.
	– … Eu sou o único que pode protegê-la?
	– Você acha que mais alguém vai se incomodar em ficar de olho nela? Alguém mais aguenta a tolice dela?
	– Não.
	– Você acha que alguém nesta loja vai?
	– Não. – Luz imediatamente balançou a cabeça para cada uma das perguntas de Benno. Provavelmente não era minha imaginação que havia um olhar orgulhoso em seus olhos verde-claros. Grr… eu quero apertar suas bochechas por ele ficar todo orgulhoso assim.
	– Tudo bem, garoto. Conte-me. Você acha que a garota poderia caminhar até o portão sul hoje?
	– Sim, se ela andar devagar. O portão sul fica tão perto de sua casa que ela pode voltar assim que começar a se sentir mal.
	Como sempre, me senti meio mal que lutz e minha família soubessem mais sobre meu corpo do que eu. Eu pretendia aumentar a minha força, mas ainda não tinha resistência. Simplesmente não faz sentido. As crianças não deveriam crescer como loucas? Olhei para o meu corpo, que na verdade não tinha crescido como louco. Em pouco tempo, Benno tocou a campainha em sua mesa. A porta se abriu e Mark entrou.
	– Você chamou, senhor.
	– Ela pode fazer isso se ela andar devagar. Leve-a lá para mim.
	– Como quiser.
	– O que? Onde estamos indo? O depósito de madeira fica no portão oeste, certo? – Eu não tinha nenhum negócio no portão sul. Benno deu de ombros levemente enquanto eu piscava surpresa.
	– Mark me contou o que você disse. Vou lhe emrpestar um depósito perto do portão sul.
	– Mesmo? Muito obrigado! – eu pulei em agradecimento.
	Mas Benno apenas disse:
	– Não é por sua causa. É para o menino. Ele não sobreviveria se tivesse que carregar todas essas coisas e ficar de olho em você.
	– Bom!? Eu posso carregar coisas também! Estou muito mais forte do que costumava ser. – Bati no meu braço direito par amostrar minha força, apenas para ser desmentida diretamente por todos os três ao mesmo tempo.
	– Não tente fazer coisas que você não pode. Deixe o menino lidar com isso.
	– É meu trabalho fazer o trabalho pesado, não faça nada que faça você desmaiar.
	– Não há necessidade de você carregar coisas sozinha. Por favor, concentre-se em gerenciar sua saúde.
	– Que tal não? Não posso deixar que outras pessoas façam tudo por mim. Fiz uma promessa a Tuuli. Farei o que eu puder e aumentarei o número de coisas que posso fazer. Se houver algo que eu possa fazer sozinha, farei, e se houver algo que eu não possa fazer, trabalharei duro até que seja possível. Eu balancei a cabeça para mim mesma, fortalecendo minha determinação, quando Lutz de repente beliscou minha bochecha e se inclinou para perto, olhando nos meus olhos.
	– Myne, eu conheço esse olhar. Você está apenas fingindo concordar, não é? Você não está nos ouvindo de jeito nenhum.
	Ele… Ele viu através de mim?! Esfreguei minhas bochechas enquanto olhava para Lutz surpresa. Benno trocaram um olhar e então assentiram.
	Aquele dia marcou o dia em que Lutz se tornou “Gerente de Myne”, um papel inestimável dentro da loja de Benno.

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