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Estágio Supervisionado II - Penal (Peça II) - Revogação de Prisão Preventiva

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP
Fulano de tal, brasileiro, solteiro, profissão, portador do RG de n° XX.XXX.XXX, e CPF n° XXX.XXX.XXX-XX, atualmente residente e domiciliado na rua XXXX, n° XXXX, bairro XXXX, São Paulo/SP, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído, que esta subscreve, fulcro nos artigos 312, 316 e 319 do Código de Processo Penal, requerer a presente 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
I – DOS FATOS 
Ocorre que, a polícia civil recebeu uma denúncia anônima, sobre possível armazenamento e distribuição de drogas, e valendo-se de que o possível tráfico de drogas é flagrante delito, ou seja, um crime permanente, ingressaram na residência de Fulano de tal, sem ordem judicial e sem consentimento do morador, e encontraram no local, vários comprimidos de ecstasy, uma droga psicoativa, comumente conhecida como MDMA. Realizaram sua prisão em flagrante e Fulano de Tal, permaneceu preso por um mês, quando fora encaminhado para a audiência de custodia, após a ocorrência dos fatos na comarca de São Paulo/SP.
Durante a audiência de custodia, o membro do Ministério Público requereu que a prisão em flagrante fosse convertida em prisão preventiva, visto que o acusado era pessoa rica e armazenava considerável quantia de MDMA. Foi requerido pelo advogado que infra subscreve o relaxamento da prisão em flagrante, já que não foram realizados os requisitos do art. 312, bem como, ocorreu o descumprimento do art. 310, ambos do CPP. 
Porém, o magistrado entendeu que era cabível a decretação de prisão preventiva e afirmou que “o prazo de 24 horas é considerado improprio e não merece ser seguido à risca”, também fundamentou a decretação da prisão preventiva entendendo que por tratar-se de crime permanente, o flagrante poderia ser dado a qualquer tempo e sem autorização judicial e consentimento do morador, já que isso constitui mera irregularidade. 
E corroborou as declarações do Ministério Público de que por ser o acusado pessoa abastada, poderia ensejar em motivação para prisão para garantir a ordem pública, já que Fulano de Tal, poderia fugir do pais ou ameaçar testemunhas.
Sendo assim, o acusado encontra-se preso preventivamente na cidade de São Paulo, estando os autos na posse do delegado de polícia responsável, e tendo sido o feito distribuído ao juízo da 1° Vara Criminal da Capital. E, já corridos o período de 90 dias, ultrapassando o prazo de investigação previsto no art. 51 da Lei n° 11.343/06, bem como, a autoridade policial não requereu laudo definitivo ou procedeu a oitiva de testemunhas, não havendo nenhum indiciamento do acusado.
II – DO DIREITO
No sentido atual do sistema judiciário, as medidas cautelares devem estar devidamente previstas em lei, e apenas será justificada a natureza cautelar da prisão, quando esta preencher todos os requisitos necessário e segundo o exposto acima, apenas o fator de riqueza não se faz necessário para gerar um decreto prisional, tornando a decretação da prisão preventiva infundada e sem plena observância dos requisitos necessários, estes elencados nos artigos 312 e 313, § 2º, ambos do CPP:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
II - Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
(...)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
O uso da prisão cautelar é utilizado para privar o réu de seu jus libertatis, antes do pronunciamento condenatório definitivo, consubstanciado na sentença transitada em julgado, e sendo essa a ultima ratio, sendo assim, o magistrado deve analisar o art. 289, § 5º do CPP, que possui todas as possibilidades para decretar as medidas cautelares diversas da prisão, caso sejam estas mais eficazes para proteger o bem jurídico e a aplicação plena do princípio do devido processo legal.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - Necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
II - Adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.
(...)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Neste sentido, é importante ressaltar o art. 5°, LXV e LXVI da Constituição Federal, que garante que ninguém será privado dos seus direitos fundamentais: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
(...)
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Ademais, em recente alteração do Pacote Anticrime, deverá ser atentado quanto a determinação do juiz a revisão da prisão preventiva decretada no prazo de 90 dias, sob pena de tornar a prisão em questão ilegal, de acordo com o art. 316, CPP
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
III – DOS PEDIDOS
Em razão do exposto, requer a revogação da prisão preventiva de Fulano de Tal, nos termos dos art. 282 e 316, do CPP. E pede pela expedição do alvará de soltura, bem como a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas da prisão, descritas no art. 319 do CPP.
Nestes termos,
Pede deferimento,
São Paulo/SP, XX de XXXX de XXXX.
Advogado – OAB/XX. XXX.XXX

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