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Política Externa Brasileira no Governo Lula

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A Política Externa Brasileira no Governo Lula: Uma breve análise
 
Introdução
Nesse artigo pretendo apresentar as questões do governo Lula em relação a política externa que fora executada por ele no Brasil, como os interesses afetam nas decisões internacionais e qual a imagem do Brasil que o governo pretendia formular no cenário internacional, a forma como nós seríamos vistos internacionalmente.
Após uma série de acontecimentos históricos no Brasil politicamente, um governo que foi seguido por golpes de estado, há casos de golpes no Brasil desde a época da Independência e o Brasil sofria uma dificuldade para conseguir se reerguer, os golpes de estado causam consequências não só para o Estado em si e sua população, como também no cenário internacional, perde-se a credibilidade em relação a outros países, como se pode confiar em um país que não possui uma estabilidade política? perde-se investimentos externos, que um país subdesenvolvido como o Brasil não consegue suprir, os preços aumentam, todos são prejudicados, quando há um golpe, ou um impeachment por exemplo, causa um enfraquecimento democrático no Estado, contudo, no caso do Lula, com esse passado político do Brasil, não só na tentativa de se recuperar no cenário internacional, e fazer o Brasil obter uma credibilidade nos assuntos internacionais, Brasil tentou muitas vezes ser um país que possui sua própria independência, tentou ser autônomo, investindo em mercadorias nacionais, evitando a exportação de outros países, como no governo de Getúlio Vargas, por exemplo. 
Lula seguiu por outro caminho, e a problemática desse artigo não é discutir se a política multilateral utilizada por Lula foi correta mas o por quê dessa abordagem nas relações internacionais e como o Brasil passou a ser visto depois delas.
Relação Estados Unidos e Brasil no governo Lula
Os Estados Unidos sempre estiveram muito presente nas nossas relações externas, sempre houve a tentativa de uma aproximação brasileira em relação ao Estados Unidos por ser uma grande potência que influencia o cenário internacional, apesar das tentativas do Brasil de ser independente, como não só no governo de Vargas mas de Médici e sua ideia de Brasil como potência, houve sempre uma vontade do Brasil de alcançar o patamar americano, até vêm essa ideia americanista e esse padrão que o Brasil tenta conquistar e não consegue, O Brasil sempre foi usado pelos Estados Unidos como uma ferramenta que está ali porém não é um grande aliado, e o Brasil sempre buscava essa igualdade com os americanos, se não tentando superá-los de alguma forma, tentavam se igualar a ele, propor uma relação madura e estabelecer um nível de respeito. E isso foi o que o Lula propôs em sua política multilateral.
O Lula além de propor uma política multilateral que visava uma participação nos problemas em relação a pobreza, fome no cenário internacional e promovendo uma participação política que visava a participação da população nessas questões, ele inseriu empresas, multinacionais que poderiam ser competitivas no Estado Internacional, inseriu algumas empresas nacionais lá resultando na participação brasileira no cenário economico, aumentando as exportações brasileiras nos outros países e assim contribuindo na economia, O Brasil, quando foi inserido nos BRICS com algumas das maiores potências mundiais que contribuem para o desenvolvimento internacional promoveu uma maior participação nas decisões internacionais, Lula buscava parcerias e manter uma boa relação com os Estados Unidos.
Lula e sua relação com a África do Sul
Lula tinha um foco principal, que era estebelecer relações com a África do Sul por reconhecer que é influente e colaborativo com seus países vizinhos, estabelecendo uma relação de paz e prosperidade, e relações estáveis contribuem para a estabilidade e desenvolvimento. O Mercosul foi um percursos para promover essa relação Sul-Americana, foi o começo dessa integração, de acordo com o artigo de Celso Amorim ''A política externa Brasileira no governo Lula'', o Mercosul, embora sendo inicialmente fundamentado por uma questão política, no artigo Celso Amorim demonstra os resultados dessa união voltada para o comércio e mostra um crescimento produtivo no comércio brasileiro com essas parcerias. 
O enfoque era uma política Sul-Sul que visava os países mais pobres, era de contribuir para uma relação estreita com esses países em desenvolvimento para obter participação nos assuntos de questões mundiais, essa participação com países de patamar igualmente, ou quase igualmente econômico influencia para a participação nas negociações comerciais com os mesmo, contribuindo para a governança global propondo uma construção de alianças justas e diplomáticas. 
O resultado dessas políticas com a África do Sul trouxe grandes benefícios para o Brasil, com essa política externa brasileira voltada para o Continente Africano, o número de embaixadas residentes na África e apesar das dificuldades economicas da África, foi decidido por eles abrir uma representação política em Brasília desde 2003, assim inserindo Brasília entre as principais capitais do mundo com embaixadas Africanas.
O Brasil iniciou um movimento diplomático quando o presidente Olusegun Obasanjo 
sugeriu que o Brasil se unisse a Africa em uma cúpula que é denominada Cúpula dos Países da África Sul-Americana, que foi realizada na Nigéria também promoveu uma boa imagem para o Brasil e sua relação sul americana. 
Celso Amorim e seu artigo conclui que a política proposta por Lula foi próspera para a auto estima Brasileira e a diplomacia do governo Lula obteve grande visibilidade e fora elogiada no cenário internacional.
É inegável a evolução da política externa brasileira no governo Lula e como ela é vista hoje em dia como algo promissor para o Brasil naquele momento.
Os contras da política de Lula
Com base no artigo de international Thought in the lula era, de Raul Bernal Meza, ele propõe uma crítica ao governo Lula que mostra alguns pontos que não torna a política de Lula bem sucedida. Ele vê a política de Lula como uma submissão ao capital dominante, uma especie de submissão aos Estados Unidos, servindo a esse capitalismo que visava as políticas públicas de acordo com as regras da globalização, do alto poder. 
É proposta a discussão do choque do paradigma de civilização que foi proposto por Huntington (1993, 1996) onde ele aborda que as identidades culturais de cada povo serão motivo de conflito em uma próxima guerra fria. O Brasil respondeu essa ideia falando do Brasil como uma representação multi racional e multi cultural, que seria esse o objetivo e não causar um conflito. Ele aborda a política de Lula como, literalmente falando, ''se aproveitar dos países subdesenvolvidos para ascender no poder global'', ele fala da relação do Brasil com a América do Sul e da participação do Brasil no Brics, que o fez evoluir como Estado, estando ao lado de algumas potências dominantes, na hora de estar ao lado de grandes países e conquistar uma posição relativamente alta, Lula procurou preservar esse status de superiodade em relação a outros países Sul-Americanos. 
O Brasil queria participação em todas as negociações possíveis no que diz respeito a assuntos mundiais, e assim, obter uma maior participação no âmbito mundial, considerava o BRICS um grande percursor que influencia o poder global e pode obter grande influência nele, considera-se a estratégia Sul-Sul de Lula aparentar uma certa ambiguidade, visto que mostra uma estrutura dominante em relação aos países sul-americanos, contudo, nas questões internacionais mostra um multilateralismo, com compartamento de liderança coletiva. 
No artigo ele diz que Lula assumiu um papel de uma política realista dominante, onde o sistema internacional vira um jogo de poder, buscando alianças poderosas e utilizando acordos multilaterais para haver maior participação em assuntos internacionais e tomando frente na governança global. O governo de Lula é definidopor um ''Estado Logístico'' que consistitui no poder hegemônico e de de mercado, porém para que isso ocorra é preciso haver uma participação relevante no cenário internacional, para isso ele usou as políticas públicas, manteve boas relações com outros países, não só Sul-Americanos mas grandes potências também, fez a ''política da boa vizinhança'' para integrar no cenário internacional e participar ativamente das questões mundiais. 
Conclusão
Diante aos fatos expostos pude concluir neste artigo que a politica internacional de Lula houve algumas discrepâncias, nesse artigo foi abordado dois lados, o lado multilateral, onde externamente vê-se o Brasil como um país solidário, que visa as questões climáticas, combate a pobreza e violência e a relação com os países Sul Americanos como algo justo e propondo uma igualdade democrática, sem intenção de superioridade. porém há um outro lado em que visa um uso dessa multilateridade para atingir todos os pólos importantes mundialmente para que assim possa ter uma participação nas questões internacionais. O cenário internacional é um jogo político, não é uma questão de opinião, ninguém faz algo sem motivo e mesmo que o Lula tenha usado dessas questões para ascender no poder, de certa forma houve evolução do Brasil no âmbito internacional, ainda estamos andando em pequenos passos, mas no governo Lula houve uma produção maior mas também tudo contribui para uma boa política, não só as medidas utilizadas mas também o momento histórico, como pregava Fernando Henrique Cardoso. O momento histórico é um dos fatores determinantes, na época em que o Lula começou seu mandato o Brasil vivia em um momento economico favorável, após o governo de Fernando Henrique Cardoso, que fora seu antecessor. O Lula utilizou de alianças inesperadas para ascender, ao invés de investir na boa relação com os países desenvolvidos, resolveu também dar maior importancia para a América do Sul, o que fora muito importante para sua imagem no cenário internacional, Lula queria que o Brasil alcançasse outro status, subisse de patamar.
Ao longo da história vimos que muitos governantes procuraram estabelecer uma autonomia no governo brasileiro, fazer o Brasil andar com as próprias pernas, porém um país com tantos problemas estruturais e econômicos não conseguiria fazer isso tão fácil. O governo Lula procurou ir aos poucos, inserir o Brasil de uma maneira sutil, colocar grandes empresas para que nos representassem no exterior, empresas que tinham maior exportação no exterior, como a JBS, que é uma das maiores exportadoras de carne, e deu certo. 
Estabeleceu relações favoráveis internacionalmente e propôs um governo voltado para a população, onde o povo teria mais voz. O foco não foi para uma classe específica, mas para um todo. Essa política ''para o povo'' é muito utilizada, principalmente hoje em dia, e assim eles conseguem ter êxito em sua eleição, em um país onde não há conhecimento educacional por maioria de sua população, onde quase a maioria da população brasileira é analfabeta, há pouca procura de informação e pouco conhecimento sobre como tratar a política. O Lula proporcionou alguns investimentos no setor social do brasileiro, em relação a ajudar as pessoas de baixa renda, o Bolsa Família para ajudar na renda, FIES (Fundo De Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) que ajuda o estudante que não tem condições de pagar uma faculdade a estudar e que na verdade foram criados por Fernando Henrique Cardoso e ampliado no governo do Lula, foram algumas das medidas utilizadas para esse investimento no público e consequentemente essa aprovação popular. 
A maneira em que o governo Lula foi conduzido, mesmo que com algumas divergências, obtinha um caráter típico realista dominante, mesmo com suas medidas multilaterais buscava uma política de boas alianças porém buscando sua superioridade e seu bom status no cenário internacional que ja vinha sendo investido nos governos anteriores. Houve uma evolução inegável do Brasil internacionalmente, há uma maior participação no cenário internacional em seu governo, uma melhor relação com os Estados Unidos, com as outras grandes potências e com seus regionais da América do Sul e sua participação no Brics, G-20, deram um novo nome para o Brasil, um país subdesenvolvido que também anda ao lado de países desenvolvidos.
Referências Bibliográficas
http://funag.gov.br/loja/download/548-A_diplomacia_multilateral_do_Brasil_Um_tributo_a_Rui_Barbosa.pdf
https://moodle.unisantos.br/pluginfile.php/358217/mod_resource/content/1/bernal%20meza%202010.pdf
https://moodle.unisantos.br/pluginfile.php/358216/mod_resource/content/1/celso%20amorim%20brazilian%20foreign%20policy%20under%20lula%20administration.pdf
https://moodle.unisantos.br/pluginfile.php/358218/mod_resource/content/1/9.%20Saraiva%202010a.pdf

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