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Correção comentada - Prova de Política Internacional - Simulado CLIO 2020 3

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Política Internacional
Questão nº: 11
Gabarito: E-E-E-C
A inserção internacional do Brasil observa diretrizes e princípios
consolidados, inclusive consagrados na Constituição Federal de 1988. Sobre
o tema julgue as afirmativas:
1- O país preza os meios pacíficos de solução de controvérsias e tem por princípio
abster-se de participar em ações que contemplem o uso da força. As tropas do país
na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) apenas
portavam armamento leve e para fins defensivos.
ITEM ERRADO.
Solução pacífica de controvérsias é sim buscada pelo país, de acordo com artigo 4º da
CF/88. Brasil inclusive muitas vezes se coloca como mediador de crises e disputas entre
outros países, em especial no âmbito regional.
Brasil participa desde o início da Minustah, que foi criada pela Resolução nº 1542/2004 do
CSNU, assumindo o comando militar desde o início. Brasil sai do comando militar da
Minustah em 2017, quando a missão foi encerrada pela ONU. 13 anos de duração.
A questão está errada porque afirma que soldados portavam apenas armamento leve, cujo
uso estava autorizado para fins defensivos. A Resolução 1.542 faz referência ao capítulo VII
da Carta de São Francisco, que fala sobre medidas de força que podem ser usadas por
parte dos Estados que agem em nome da ONU. Em especial, dá-se, no texto da Resolução,
destaque ao artigo 42, sobre intervenções militares.
O fato de a Minustah ter sido criada por uma resolução que faz referência explícita ao
capítulo VII, dá à missão um caráter mais robusto. Poderíamos encaixar a Minustah numa
descrição de operação de paz de segunda geração, com uso da força autorizado.
Tropas brasileiras no Haiti estiveram engajadas em combates para pacificar a favela de Cité
Soleil, em Porto Príncipe, que foi palco de grandes embates militares entre tropas da ONU e
do Brasil e gangues que controlavam o território. Para obrigar esses grupos a se
desarmarem, foram utilizadas medidas de força.
Comparadas com as operações de paz de primeira geração, de Peacekeeping, em que o
armamento era sim leve e de uso estrito para fins de defesa, Minustah realmente teve
equipamentos mais sofisticados e embates autorizados.
2 - A ativa defesa da soberania e da não-intervenção é marca importante da atuação
diplomática do país em foros internacionais e justifica as críticas a quaisquer ações
adotadas à revelia da vontade soberana dos Estados, como as intervenções
justificadas com base na responsabilidade de proteger.
ITEM ERRADO.
Não podemos dizer que, embora o Brasil faça a defesa da soberania e seja um entusiasta
do Princípio de Não Intervenção, não dá para afirmar que o Brasil se oponha sempre a
quaisquer ações adotadas com base na Responsabilidade de Proteger.
O Brasil tenta melhorar o funcionamento da Responsabilidade de Proteger, mas não é que
ele critica quaisquer ações à revelia da vontade soberana dos Estados. Nosso país busca
trazer novos critérios, direcionamentos e perfis para ações de uso da força, dentro da lógica
da R2P, mas não dá para dizer que o país se opõe sempre e invariavelmente a ações com
base na responsabilidade de proteger com flexibilização da soberania e da não-intervenção.
Age para combater genocídios, limpezas étnicas, etc.
Uso abusivo da força é o que preocupa o Brasil. Por isso, as propostas sempre trabalham
para evitar a possibilidade desse uso abusivo da força.
Em 2011, depois da Resolução 1973, que autorizou o uso da força na Líbia, vimos o Brasil
propor na ONU a RwP (Responsabilidade ao proteger - responsability while protecting).
Esta não revoga a possibilidade do uso da força, mas sim busca qualificar a
responsabilidade de proteger trazendo critérios como, por exemplo, esgotar diplomacia
preventiva, esgotar meios não violentos de proteção de civis, mandato claro e objetivo que
defina prazos e critérios para uso da força e monitoramento para evitar que mandato claro e
objetivo acabe sendo extrapolado.
3 - O apoio à democracia e ao Estado de Direito guia as relações externas do Brasil,
que tende a condenar e pressionar governos autocráticos, como ocorre com o regime
de Nicolás Maduro na Venezuela.
ITEM ERRADO.
Defesa da Democracia e do Estado de Direito são, de fato, princípios que guiam a
diplomacia brasileira. No entanto, NÃO É CORRETO dizer que o Brasil se coloca em uma
postura condenatória e crítica a regimes não-democráticos.
Ao contrário, reconhecendo que um dos princípios basilares da inserção internacional do
Brasil é o universalismo, com o Brasil se colocando de forma universalista, isso indica para
a lógica de que o Brasil dialoga amplamente com países democráticos e também com
países não-democráticos. O país se permite uma relação ampla com países que refletem
nosso país, em termos de princípios constitucionais, e também com países que nada
refletem.
Há relações importantes e densas com países africanos sob governos autoritários. Sempre
houve cooperação com países arábes sob regimes autoritários e tudo mais.
No caso das relações com a Venezuela, há um amparo do âmbito multilateral que justifica
essa postura. Mercosul e OEA, especificamente. Na OEA há uma Carta Democrática que
aborda esse lado, por exemplo.
Brasil condena a Venezuela com base nesses aparatos multilaterais dos quais ambos
Estados são parte. Logo, Venezuela possui sim uma obrigação de se manter democrática e
de respeitar a democracia. Por isso, Brasil tem base legal e justificativas para condenar o
governo de Nicolás Maduro, inclusive a ponto de reconhecer o governo de Juan Guaidó
como sendo o legítimo, mas isso não aconteceria com outros países do mundo sem que
houvesse esse amparo multilateral e também do ponto de vista legal.
4 - O respeito aos tratados e convenções e a atuação em conformidade com os
preceitos do direito internacional também são marcas da atuação externa do Brasil. A
cooperação com os regimes internacionais tem sido um clara característica da
diplomacia brasileira desde a redemocratização.
ITEM CORRETO.
O Brasil promove uma inserção principista na cena internacional. O Brasil tem uma tradição
grossiana. Alternativa reflete o modo como o Brasil se insere internacionalmente, país está
sempre atento às convenções e tratados internacionais.
Adjetivo “grossiana” vem do holandes Hugo Grossius, o homem que sistematizou o Direito
Internacional, ainda no final do século XVII. Pós-1985, na nova República, Brasil reforça
laços com regimes internacionis, inclusive regimes com os quais tinhamos tensões, como o
regime internacional de direitos humanos.
Questão nº: 12
Gabarito: E-E-C-E
A Agenda 2030 é uma das principais iniciativas da ONU no contexto
contemporânea, tendo mobilizado a totalidade dos membros da organização.
Sobre o tema e a importância do desenvolvimento sustentável, julgue as
afirmativas:
1 - O conceito do desenvolvimento sustentável surge na Rio 92, sobretudo a partir
dos esforços dos países do sul global que defendiam uma compatibilidade entre
crescimento econômico e proteção ambiental.
ITEM ERRADO.
Conceito de desenvolvimento sustentável já vinha dos anos 80, já aparecendo no Relatório
Our Common Future (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório
Brundtland, de 1987, que traz esse conceito de desenvolvimento sustentável.
Está errado afirmar que o desenvolvimento sustentável surge na Rio92. Ele se populariza e
se consolida na Rio92, ganhando maior envergadura e saindo da condição de conceito de
âmbito circunscrito e caráter técnico de uma determinada área da ONU, ganhando
visibilidade e âmbito internacional.
O restante da afirmativa está correto. A Rio92, de fato, foi o momento de se definir a plena
compatibilidade entre crescimento econômico e a necessidade de assumir uma
responsabilidade ambiental para com as gerações futuras.
Erros em causalidades ou em relações estabelecidas são muito comuns em questões do
CACD.
2 - O tema da erradicação da pobreza passou a ser associado ao desenvolvimento
sustentável na Rio + 20, em 2012, acrescentando-se uma dimensão social ao conceito
e abrindo-seespaço para o lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS).
ITEM ERRADO.
A temática da erradicação da pobreza foi sim um destaque na Rio+20, com um papel
central nas discussões, aparecendo muito claramente no documento final da conferência,
chamado “O Futuro que Queremos”.
Importante lembrar que a erradicação já aparecia nos “Objetivos do Milênio”, nos chamados
ODM, sendo que a redução em 50% da fome e da pobreza já estava em primeiro nessas
metas do milênio.
Também lembre-se de que as bases da Agenda 2030, com os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, foram sim lançadas na Rio+20.
O erro da alternativa está no fato de que o caráter tridimensional do desenvolvimento
sustentável (dimensão econômica, dimensão social e dimensão ambiental) já estavam
presentes muito antes da Rio+20. Essa dimensão social não foi acrescentada em 2012, ela
já estava ali.
Lema da Rio+20, que era “crescer, incluir e proteger”, já dava o tom, mas isso não foi
“criado” ali. Já tinha isso no conceito em seu surgimento, no final dos anos 80, e também
apareceu na Rio92.
3 - Dentre os dezessete ODS está a paz internacional, reconhecida com um direito
humano de terceira geração e percebida como objetivo maior da própria Organização
das Nações Unidas. A diplomacia brasileira é entusiasta da estreita correlação entre
segurança e desenvolvimento.
ITEM CORRETO.
16º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável é a PAZ.
Isso não somente confirma a correlação entre paz e desenvolvimento sustentável, sendo
que o Brasil sempre foi entusiasta dessa correlação, mas isso inclusive reafirma a postura
da ONU, que já vinha de momentos anteriores associando paz, desenvolvimento e direitos
humanos.
Na Conferência de Viena de Direitos Humanos de 1993, afirma-se o desenvolvimento como
um Direito Humano. Em 2005, o Kofi Annan, secretário-geral da ONU, lança relatório “In
Larger Freedom”, em que ele afirma que a ONU precisa correlacionar melhor as agendas
de paz e segurança, direitos humanos e desenvolvimento, em nome de uma maior
liberdade.
Liberdade para viver sem medo, sem miséria e viver com dignidade, amparados nesses
pilares acima. Paz dentre os objetivos de desenvolvimento sustentável é coerente com
postura da ONU no pós-Guerra Fria.
Além dos ODS, Paz é tida como um direito humano de terceira geração. Direitos difusos ou
direitos coletivos, que são os direitos gozados coletivamente.
4 - Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são direcionados
fundamentalmente aos países do sul global, que devem envidar esforços nos planos
econômico, social e ambiental. Aos países desenvolvidos cabe cooperar técnica e
financeiramente com os países menos avançados.
ITEM ERRADO
Os ODS destinam-se tanto a países do Sul Global, quanto a países do Norte Global. Essa é
a grande diferença entre os ODS e os ODM, Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, que
realmente estavam enfocados em países do Sul Global.
No caso dos ODS, eles claramente se apresentam como objetivos voltados tanto para o
Sul, quanto para o Norte.
Trata-se de um avanço em relação aos ODM, que só alcançavam os países do Norte em
seu 8º objetivo, que falava de uma aliança global em prol do desenvovlimento. Nos 17 ODS,
o Norte é alcançado por todos eles e pelas 169 metas.
Quando a ONU apresenta agenda 2030, todos percebem que ambos se encaixam.
Questão nº: 13
Gabarito: E-E-E-E
Em 2020 o presidente Donal Trump tentará a reeleição para mais um mandato
à frente da Casa Branca. Sobre a política externa dos EUA e o governo Donald
Trump, julgue C ou E as afirmativas:
1 - O governo Trump iniciou a retirada das tropas norte-americanas do Iraque e do
Afeganistão, contrariando as orientações dos governos anteriores. Na Síria, em
contrapartida, o país ainda evita reduzir o efetivo militar, temeroso de uma retomada
das ações do Estado Islâmico.
ITEM ERRADO.
Não é o Trump que inicia a retirada de tropas do Iraque e do Afeganistão. Isso é iniciado no
governo Barack Obama, que avança com o processo de retirada. Efetivo militar dos EUA no
Iraque é de cerca de 6 mil soldados, o que é muito pouco comparado aos valores de 2003,
quando do início da invasão do Iraque pelos EUA.
No Afeganistão também, reduz-se as tropas desde o governo Obama, mas ainda há tropas
por lá. Guerra do Afeganistão iniciou em 2001 e já pode ser considerada a mais longa
guerra da história dos EUA .
Sobre a recusa de reduzir o efetivo militar na Síria, não é verdade. Donald Trump trabalhou
em prol da retirada de tropas americanas na Turquia, reduzindo, inclusive, o número de
tropas dos EUA presentes na fronteira da Síria com a Turquia, fazendo com que o Erdogan
temesse uma insurreição dos curdos.
2 - As tensões com a China tem sido marcantes no âmbito comercial, mas também no
plano tecnológico, especialmente no tocante à disputa pelo mercado da tecnologia 5
G de telefonia celular. Recentemente, o governo brasileiro decidiu vedar a
participação da chinesa Huawei no leilão do 5G.
ITEM ERRADO.
Há sim um cenário de disputa comercial e tecnológica entre EUA e China, em relação à
tecnologia 5G, propriedade intelectual, compra e venda de mercadorias e etc. Os dois
gigantes estão em lados opostos e houve, nos últimos anos, uma verdadeira guerra
comercial entre os dois personagens, até que no início de 2020, há a realização de um
acordo comercial que parece descongelar as relações comerciais e atenuar os
desencontros em matéria comercial.
A Huawei foi banida do Reino Unido, no mercado de tecnologia 5G, seguindo as
recomendações dos EUA, mas o Brasil ainda não tomou uma decisão e/ou bateu o martelo
em relação a quais empresas poderão participar do mercado brasileiro de 5G.
3 - A relação entre Estados Unidos e Rússia melhorou sensivelmente durante o
governo Trump, tendo sido superadas desconfianças em temas como terrorismo e
Síria, onde os dois países atuaram em conjunto no combate ao Estado Islâmico.
Ainda há, contudo, diferenças no tratamento dado à Venezuela, país com quem a
Rússia tem ativa cooperação militar.
ITEM ERRADO.
Professor afirma que esta é uma das piores alternativas do simulado, porque está bastante
truncada.
Não é possível afirmar que relações entre EUA e Rússia melhoraram durante o governo
Trump, com grandes pontos nevrálgicos como a Síria, por exemplo. Mossul e outras
cidades do Iraque foram libertadas pelo EUA do Estado Islâmico e Rússia se concentrou em
tropas na Síria, mas os dois países nunca chegaram a acordos em relação à liderança da
Síria mesmo, Assad ou não. Irã foi outro ponto de tensão e o abandono dos EUA em
relação a alguns acordos internacionais sobre o controle de armas, como o INF (mísseis
intermediários) de 1987 e o acordo céus abertos, que fazia o controle de armamento na
América do Norte e na Europa, também não ajudou.
Mais recentemente, também podemos pontuar as dificuldades nas negociações do Novo
START, o acordo para redução de armas nucleares e estratgégicas, assinado em 2010 pelo
Obama e pelo Medvdev, que entrou em vigor em 2011 e caduca em 2021.
4 - O notável crescimento econômico dos primeiros três anos do governo Trump foi
interrompido pela pandemia do coronavírus, que provocou recessão e avanço do
desemprego. A falta de apoio do Câmara, onde os democratas são maioria, impediu a
adoção de plano federal de resgate econômico.
ITEM ERRADO.
EUA vinham sim nos últimos anos em um bom ritmo de crescimento econômico, até janeiro
de 2020. Acreditava-se, inclusive, que essa melhora na economia seria o ticket para a
reeleição de Donald Trump, no entanto, tudo foi interrompido com a pandemia do
coronavírus.
Ápice da crise foi em Abril-Maio, com um tombo de 30% na economia americana no
segundo bimestre, o que seria o pior tombo da economia em toda a história dos EUA.
A Câmara é sim de maioria democrata e liderada pela Nancy Pelosi, um desafeto do
Trumpo, mas foi aprovado um plano de resgate de trilhões de dólares ainda no início da
crise. Foi uma proposta do Executivo chancelada pelo Legislativo.
Questão nº: 14
Gabarito: C-C-C-C
O terrorismo continua a representaruma das principais ameaças à paz e à
estabilidade internacionais no mundo contemporâneo. Sobre o tema, julgue C
ou E as afirmativas:
1 - Na região do Golfo de Guiné, muito rica em petróleo, preocupa nos últimos anos o
avanço de grupos jihadistas. A Nigéria, por exemplo, sofreu muito ao longo da
década com as ações do Boko Haram, grupo que chegou a se aliar ao Estado
Islâmico.
ITEM CERTO.
A Nigéria foi palco do avanço de grupos terroristas. Centenas de estudantes do sexo
feminino desapareceram, porque o Boko Haram entende que mulheres não devem ir à
escola.
Boko Haram também anunciou, há alguns anos, a aliança com o Estado Islâmico. Boko
Haram quer servir como um espelho do EI no Golfo da Guiné e no Norte da África.
Brasil tem amplo diálogo com a Nigéria e o país é maior de nossos parceiros na África.
Ernesto Araújo visitou a Nigéria no final de 2019 e um dos temas discutidos foi justamente a
segurança no Golfo da Guiné. Petrobras tem muitos investimentos por lá, com vários navios
petrolíferos.
2 - Apesar da perda de presença territorial, o Estado Islâmico continua ativo e
praticado atentados em distintas regiões. Em 2020, houve ataques reivindicados pelo
grupo na península do Sinai no Egito, ensejando a resposta militar do governo do
país contra os extremistas.
ITEM CORRETO.
Houve uma perda grande da prsença territorial do EI, mas eles estão longe de serem uma
ameaça neutralizada. Vários ataques terroristas aconteceram em 2020, reinividicados pelo
EI, inclusive contra comboios militares egípcios.
EI não é o que já foi um dia, em termos de ameaça, mas ainda não foi neutralizado.
Egito é palco, periodicamente, de atentados e ataques às igrejas cristãs coptas. Alvos
militares também foram incluídos em 2020.
3 - O governo chinês caracteriza como combate ao terrorismo as ações que pratica
contra determinados grupos de uigures na província de Xinjiang, no noroeste do país.
Para Beijing, o terrorismo e as forças extremistas fomentaram atividades separatistas
na província onde vive importante comunidade muçulmana, falsificando a história da
região.
ITEM CORRETO.
O argumento oficial de Beijing e do governo chinês é de reprimir os uigures na provínvia de
Xinjiang. Os uigures são um grupo de etnia turca e religião muçulmana, vistos pela China
como uma ameaça.
Há uma repressão muito dura de Beijing e os uigures de fato recorrem a uma leve pressão
terrorista. Discusso oficial da China é que eles falsificam a história de Xinjiang, tentando
mostrar uma tradição histórica baseada em sua etnia e religião, que não é aceita pelo
Partido Comunista Chinês, que acaba fomentando sentimentos separatistas.
Há um fomento do governo para a migração de chineses de etnia han para a província de
Xinjiang. É uma área de tensões, que se junta à Hong Kong e ao Tibete quando o assunto é
o rigor chinês à repressão.
Há uma "demonização" do termo terrorista e quando se atribui essa pecha a um
determinado grupo, é como se fosse adquirida uma certa liberdade de agir de acordo com o
seu bem entender, adotando quaisquer medidas repressivas que sejam necessárias.
4 - Em 2017, foi estabelecido pela Assembleia Geral o Escritório de Contraterrorismo
das Nações Unidas (UNOCT), com o objetivo de centralizar os esforços antiterrorismo
da ONU. O órgão busca também fortalecer a assistência prestada aos
Estados-membros no domínio do combate ao terrorismo.
ITEM CORRETO.
UNOCT é a grande novidade no Sistema ONU em termos de combate ao terrorismo.
Escritório é amplamente representativo, reunindo em seu bojo e centralizando os esforços
que haviam dentro da organização, no enfrentamento de ameaças terroristas. A ideia é
ajudar na coordenação, reunindo vários grupos de trabalho dispersos dentro da estrutura da
ONU, sob o comando de um só lugar.
UNOCT foi criado no âmbito da AGNU e se declara, em 2017, como um espaço adequado
para fortalecer o combate à ameaça do terrorismo.
Questão nº: 15
Gabarito: C-E-C-C
A região do Oriente Médio mantém sua centralidade estratégica no mundo
contemporâneo, suscitando disputas inclusive entre potências
extrarregionais. Sobre o tema, julgue C ou E as afirmativas:
1 - Na Líbia, tem havido nos últimos meses um avanço das tropas do Governo do
Acordo Nacional, apoiado pela Turquia e reconhecido pela ONU, sobre a região
oriental do país, controlada pelo Exército Nacional Líbio e apoiado por países
Emirados Árabes e Egito.
ITEM CORRETO.
De fato, na Líbia é possível observar um caos que se acentua e se aprofunda a partir da
intervenção patrocinada pela ONU, em 2011, por meio da Resolução 1973, que autoriza
bombardeiros da OTAN na Líbia e contribui para a queda do Khadaffi. Tema foi tópico de
CACD em PI em 2011 (Bruno Rezende também recomendou uma entrevista em vídeo
sobre o assunto, da embaixadora Maria Luiza Viotti).
Líbia tem sido caracterizada, nos últimos 10 anos, como um Estado falido e fraturado
sobretudo em duas áreas de influência: ocidental, controlada pelo governo do Acordo
Nacional, reconhecido pela ONU e por boa parte do mundo ocidental. Cidade mais
importante é Tripoli, a capital do país, onde está a sede do governo do Acordo Nacional.
Já a parte oriental é comandada pelo Exército Nacional Líbio, liderado pelo general Rafta,
que nos últimos anos conseguia incursões e avanços em terreno controlado pelo governo
do Acordo Nacional. Cidade mais importante do lado oriental é Benghazi. Em apoio a eles,
há países como Egito, Emirados Arábes e Rússia.
Essa maré muda nos últimos meses, sobretudo devido ao apoio da Turquia ao governo do
Acordo Nacional, que consegue invadir parte desse terreno oriental.
No meio dos territórios ocidental e oriental há a cidade de Sirte, com embates rolando entre
os dois governos no local.
Rússia e Turquia, mais uma vez, se veem de lados opostos, exatamente como aconteceu
na Síria.
2 - A ampla maioria conseguida por Benjamim Netanyahu nas eleições de 2020
assegurou-lhe o controle do governo e possibilidade de executar o plano de
anexação dos assentamentos judeus na Cisjordânia, onde vivem cerca de quinhentos
mil judeus.
ITEM ERRADO.
Netanyahu conseguiu mais votos que seu opositor, mas ficou longe de obter a maioria.
Israel novamente ficou sob o risco de não conseguir formar um governo. Só se encontra
uma solução em 2020, porque houve um acerto entre os candidatos mais votados, que
decidiram dividir o tempo de governo.
Inicialmente, quem assume é o Netanyahu, e depois ele passará o governo a Bene Guntz,
do partido Azul e Branco. Houve um acerto pelo qual os políticos decidem dividir o governo.
Neta insistiu sim no plano de anexação dos assentamentos judeus na Cisjordânia. Há cerca
de 500 mil judeus vivendo na Cisjordânia, com um grande avanço de colonos judeus na
região. Neta fica, então, disposto a anexar esses locais, especialmente na região do Vale do
Rio Jordão.
3 - As ofensivas turcas na fronteira com a Síria tem sido frequentes nos últimos anos
e têm como alvo os curdos que vivem na região e foram determinantes na luta contra
o Estado Islâmico. O grande temor de Ancara é sobre a influência que esses grupos
podem ter sobre os curdos do PKK que atuam na Turquia e são considerados
terroristas pelo governo turco.
ITEM CORRETO.
Grande preocupação da Turquia em relação à Síria são os Curdos (YPG - Unidades de
Proteção Popular, treinados e armados pelos Estados Unidos). Foram eles que lideraram a
ofensiva terrestre contra o Estado Islâmico e foram cruciais na derrota do EI dentro do
território sírio. YPJ (unidades de proteção da mulher, também com papel decisivo).
Preocupação do Erdogan é que, com a retirada dos EUA dessa região de fronteira, os
Curdos podem ser fortalecidos e não mais monitorados por Washington para se articularem
com o PKK, o Partido Nacionalista Curdo, que atua dentro da Turquia.
A preocupação por parte do governo da Turquia é que esses YPG se juntem ao PKK (que já
foi reconhecido como grupo terrorista pela Turquia, praticaram alguns atentados dentro da
Turquia e há motivos pro Erdogan se preocupar), numa hipotética articulaçãopara fazer
ataques dentro do território Sírio contra posições curdas.
Por conta disso, há alguns meses, Putin chamou atenção do Erdogan, já que houve muitos
ataques da Turquia contra os curdos na região de fronteira.
4 - A crise econômica pela qual passa o Irã pode ser relacionada com a retomadas
das sanções por parte dos Estados Unidos e tem provocado desde 2019 importantes
manifestações contra o governo do país. Nas eleições legislativas de 2020 houve a
vitória de candidatos conservadores, críticos do governo moderado de Hassan
Rouhani.
ITEM CORRETO.
Há um caos econômico no Irã, desde a retomada de sanções dos EUA, em 2017. Houve
um avanço do desemprego e uma queda acentuada do PIB, com instabilidade política
crescente desde o final de 2019. Manifestações frequentes e duramente reprimidas, com
milhares de mortos nas ruas.
Com a pandemia, situação se torna mais crítica.
Em fevereiro de 2020, os conservadores assumem o governo com Hassan Rouhani, que
reestabeleceu contato com Washington.
Questão nº: 16
Gabarito: C-C-C-E
As teorias de relações internacionais apresentam interpretações variadas
sobre a realidade internacional, bem como sobre as preferências e o
comportamento dos Estados. Sobre o tema, julgue as afirmativas:
1 - A teoria crítica nas Relações Internacionais ganhou espaço nas últimas décadas e
questiona o pensamento positivista na disciplina, sendo influenciada pelas ideias da
Escola de Frankfurt.
ITEM CORRETO.
Teoria Crítica nas RI ganha fôlego sobretudo a partir da década de 90. Sem dúvidas, bebe
da fonte da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, com pensadores como Adorno, Robert
Kox, sendo grandes expoentes.
Teoria Crítica critica sim as teorias de cunho positivista. Por isso, ela é sempre encaixada
nas teorias pós-positivistas, ao lado da teoria pós-moderna e da teoria construtivista.
Teoria Crítica questiona frontalmente lógica do conhecimento objetivo, do observador
separado do objeto observado. Isso ajuda a repensar questões palpitantes das RI, como as
relações de poder. Teoria Crítica abre espaço para novas percepções sobre relações de
poder.
Para eles, não há conhecimento objetivo, analista sempre serve há alguém, nunca é neutro.
2 - Os teóricos neoliberais acreditam na cooperação entre os Estados, conferindo
grande importância às organizações internacionais, vistas como facilitadoras do
diálogo, confiança e entendimentos entre os atores estatais. A teoria questiona o
caráter estado-cêntrico da tradição realista.
ITEM CORRETO.
Reconhecemos, de fato, a teoria neoliberal como sendo grandes defensores do papel das
instituições internacional. Argumento principal de Keohane, grande expoente neoliberal, é
de que as instituições importam e ajudam sobretudo na cooperação entre estados. Dentro
de uma OI, eles (Estados), se sentem mais inclinados à cooperar.
Isso significa questionar o caráter Estado-cêntrico. Para os neoliberais, nas RIs, não são
somente os Estados que importam. As OIs importam, e muito, e esse é um dos principais
debates entre neoliberalismo e neorealismo (que acha que só os Estados importam e são
Estadocêntricos).
3 - O construtivismo parte da ideia de que os interesses e preferências dos Estados
são resultantes de interações intersubjetivas. Assim, haveria maior facilidade para
explicar mudanças e transformações na ordem internacional em comparação com as
teorias ditas mainstream.
ITEM CORRETO.
É um resumo da teoria realista. O construtivismo rompe com a lógica das teorias
mainstream de que os interesses e indentidades dos Estados são dadas. Isso não está
dado, interesse e identidade do Estado não estão dados, eles são construídos a partir de
interações sociais, por isso construtivismo.
São as relações inter-subjetivas que resultam em ideias e significados, que vão dar origem
e formar as identidades e os interesses.
Dependendo do momento, as interações sociais podem resultar em novas ideias e
significados, resultando em novos interesses. Assim, a ideia de mudança é muito melhor
acolhida pelos construtivistas.
4 - O realismo neoclássico diferencia-se do neorrealismo por priorizar a análise do
agente sobre a estrutura. Assim, a realidade internacional é o resultado das
preferências dos Estados, formadas a partir dos atores domésticos, pouco
importando as variáveis sistêmicas.
ITEM ERRADO.
O realismo neoclássico é uma das teorias mais famosas e importantes, quando pensamos
em um cenário mais contemporâneo do ponto de vista teórico. O realismo neoclássico parte
da estrutura, ele não descarta as variáveis sistêmicas.
Realismo neoclássico muito se assimilia ao neorrealismo do Kenneth Waltz. A diferença
entre os dois é que no neorrealismo, o Estado é uma caixa preta e o comportamento do
Estado só se explica pelas variáveis sistêmicas e da estrutura. Seu comportamento é uma
resposta aos constrangimentos sistêmicos.
O realismo neoclássico entende que esses constrangimentos vão impactar no Estado
conforme a tradução feita pela variável sistêmica a partir de atores domésticos, como
líderes. Amanhã, se houver outro líder, mesmo constrangimento de hoje pode ser
interpretado de forma diferente.
Realismo neoclássico acaba abrindo essa "caixa preta" que é o Estado no neorrealismo.
Questão nº: 17
Gabarito: E-C-C-E
Em 2019 foi lançado o Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América
do Sul (PROSUL). Sobre a iniciativa e outras que a precederam, julgue as
afirmativas:
1 - Originalmente apenas a Venezuela tinha ficado de fora do PROSUL, mas em 2020,
após a eleição de Alberto Fernández, também a Argentina decidiu se retirar da
iniciativa, tendo voltado a integrar a UNASUL.
ITEM ERRADO.
UNASUL foi desmontada em 2019. É evidente que a Argentina não volta a integrar a
UNASUL, que é desmontada por completo. 6 Estados se retiraram oficialmente da
UNASUL, depois foi a Bolívia. Organização já não tem mais qualquer visibilidade
institucional.
Ainda PROSUL foi lançado com somente 8 países, além da Venezuela, outros 3 países
(BOLIVIA, SURINAME e URUGUAI) também não participaram do lançamento do PROSUL,
lançado no inicio de 2019, em uma cerimônia no Chile.
PROSUL é pensado a partir de uma articulação entre Colômbia e Chile. Uruguai se integra
ao PROSUL no governo de Lacalle Pou. Tendência é ver o Prosul se ampliando.
2 - O PROSUL tem baixa institucionalização, mas em 2019 foram estabelecidas
algumas diretrizes para seu funcionamento. O Fórum ficará assentado em seis
grupos de trabalho setoriais: infraestrutura; energia; saúde; defesa; segurança e
combate ao crime; e desastres.
ITEM CORRETO.
Comparando o PROSUL com a UNASUL, percebemos efetivamente que é um espaço
menos institucionalizado. PROSUL não é uma organização internacional, não foi criado por
um tratado. Ele não possui sequer uma sede oficial.
UNASUL era uma OI, com sede em Quito, criada pelo Tratado de Brasília, em 2008, que
entrou em vigor em 2011. Logo, UNASUL preenchia requisitos para ser reconhecida como
uma OI.
O PROSUL não almeja se tornar uma OI, é uma aposta bem menos institucionalizada,
lembrando outras iniciativas anteriores, como o Grupo do Rio, que era de âmbito
latino-americano e existiu durante 25 anos, sem qualquer institucionalização, sendo
importante para manter estabilidade regional.
PROSUL quer ser um espaço de concertação. Algumas estruturas dentro do PROSUL
foram definidas, sobretudo considerando-se as diretrizes que guiam o funcionamento do
fórum. 6 grupos setoriais foram estabelecidos. São grupos de trabalho que buscam,
inclusive, dar continuidade ao que já acontecia dentro do âmbito da UNASUL.
3 - No contexto da pandemia do coronavírus, o PROSUL organizou reunião virtual dos
presidentes de seus membros para debater estratégias e medidas a serem adotadas
com vistas a enfrentar a propagação da Covid-19.
ITEM CORRETO.
Em março de 2020, já no contexto da pandemia de Covid-19, o PROSUL organizou uma
reunião virtual de presidentes da região. Brasil foi representado pelo Ernesto Araújo, sem a
participação do Bolsonaro.
Um dos espaços setoriais do PROSUL era voltadoà saúde e fazia sentido convocar os
presidentes membros do PROSUL para se definirem medidas de maior coordenação.
Alguns dos tópicos abordados foram o fechamento de fronteiras, por exemplo.
PROSUL fez algo parecido com o que a UNASUL fez em 2009, dentro do Conselho
Sulamericano de Saúde, em relação ao H1N1, com Brasil e Argentina, principalmente, que
lideraram os óbitos mundiais por conta dessa condição.
4 - A defesa do Estado de Direito, da democracia representativa, de eleições livres, da
separação de Poderes, dos direitos humanos, e do respeito à soberania e à
integridade territorial foi estabelecida como condição essencial para integrar o
PROSUL. Não houve, contudo, previsão da possiblidade de suspensão de um
membro que venha a atentar contra esses princípios.
ITEM ERRADO.
O PROSUL, em seu documento de 2019, que estabeleceu suas diretrizes de
funcionamento, foram estabelecidas condições para quem um país possa entrar e se
manter dentro do PROSUL.
Para ficar no PROSUL, é preciso ser uma democracia, respeitar franquias democráticas,
promover Direitos Humanos, eleições livres, separação de poderes...
Há um compromisso com a democracia. Não se fala em cláusula democrática porque não é
um tratado que forma o PROSUL, mas existem sim critérios para estabelecer a
permanência no PROSUL.
UNASUL tinha o Protocolo de Georgetown, que era adicional ao Tratado de Brasília, como
claúsula democrática. O Mercosul, por sua vez, possui o Protocolo de Ushuaia de 1998, que
prevê a possibilidade de suspensão de um membro caso sua clausula democrática não seja
estritamente seguida.
Questão nº: 18
Gabarito: E-C-E-E
Conforme a Estratégia Nacional de Defesa, a Amazônia e o Atlântico Sul
constituem espaços estratégicos para o Brasil. Tendo em vista iniciativas da
política externa do país para as duas áreas, julgue C ou E as afirmativas:
1 - A diplomacia brasileira assume postura soberanista em relação ao espaço
amazônico, repudiando quaisquer acertos multilaterais ou bilaterais acerca desse
território. A biodiversidade presente na Amazônia brasileira só deve ser explorada ou
usada por empresas e órgãos brasileiros, sempre em conformidade com um
desenvolvimento sustentável.
ITEM ERRADO.
Erros grosseiros nessa afirmativa.
Não é possível dizer que o Brasil repudia acertos multilaterais ou bilaterais acerca desse
território. O Brasil reconhece que a Amazônia é um espaço soberano brasileiro, nossa
diplomacia afirma isso periodicamente.
Mas isso não quer dizer assumir uma postura soberanista e repudiar outros tipos de acerto.
Brasil reconhece que está ali a maior biodiversidade do mundo e faz parte da convernção
de biodiversidade de 1992, assinada no Rio de Janeiro, durante a Rio92. Já assinamos
também o Protocolo de Cartagena sobre biossegurança, de 2000, e o Protocolo de Nagoya
de 2010 já está assinado, embora ainda não ratificado.
Tudo isso são protocolos e tratados que tem relevância para a situação da Amazônia
porque tangenciam a questão da biodiversidade. Brasil participa de outros acertos, inclusive
de cunho bilateral, para uso de recursos, possibilidade de exploração e etc. Não dá para
dizer, em hipótese alguma, que o Brasil entende que Amazônia é só do Brasil.
O que o país busca assegurar é que haja uma repartição justa e equitativa, com o combate
à biopirataria, assegurando a biossegurança e protegendo a biodiversidade da Amazônia,
sem negar o acesso. É preciso apenas condicionar esse acesso à essa repartição justa e
equitativa, sempre seguindo por uma perspectiva de desenvolvimento sustentável.
Exército brasileiro é o encarregado de cuidar do espaço amazônico e é um espaço
geopoliticamente estratégico para o Brasil.
2 - A presença militar brasileira na Amazônia busca assegurar o controle soberano
sobre o território, sendo frequente também a cooperação com as Forças Armadas de
países vizinhos para combater ilícitos fronteiriços, bem como atividades econômicas
ilegais. É notável também o entendimento com a França sobre a fronteira
Amapá-Guiana Francesa.
ITEM CORRETO.
Brasil tem uma presença militar bastante robusta e significativa na Amazônia. Há um
destaque maior à segurança na região, com pelotões de fronteira e companhias de
infantaria de selva.
Há um investimento do Brasil na musculatura militar na Amazônia.
SISFRON - Sistema de Monitoramento de Fronteiras - com especial atenção à Amazônia.
SIVAM - Sistema de Vigilância da Amazônia.
Há sim cooperação com países vizinhos para cuidar do espaço Amazônico. Comissões de
fronteira, Pebra, Cobra... Brasil e Peru, Brasil e Colômbia. Buscando sempre uma
concertação entre vizinhos no enfrentamento de ameaças comuns, como ilícitos
transfronteiriços até atividades ilegais, como garimpo, ação de madereiras, etc.
3 - O Brasil tem buscado ampliar a sua musculatura militar no Atlântico Sul, sendo
marcante iniciativas como o PROSUB, voltado para a fabricação de novos
submarinos, sendo um de propulsão nuclear. A crise econômica que afetou o país
adiou o lançamento do primeiro submarino (S40 - Riachuelo) para 2025.
ITEM ERRADO.
Já houve o lançamento ao mar do S40 - Riachuelo, o primeiro do PROSUB a ser lançado
ao mar. Isso aconteceu em 2018, no final do governo Michel Temer.
Marinha possui três programas importantes:
PROSUB, em parceria com a França, é para a fabricação de submarinos, inclusive com
ofertas da FRA de transferência de tecnologia, não nuclear, mas de estrutura mesmo. Vão
ser 5 submarinos, um de propulsão nuclear. Claro que a crise econômica atrapalha,
trazendo dificuldades ampliadas. Odebrecht também tava no meio e foi afetada pela Lava
Jato, mas alguns submarinos já foram lançados.
PROSUPER, para obtenção de meios de superfície, navios de superfície. Busca aumentar a
robustez da capacidade do Brasil. Projeto Classe Tamandaré prevê a compra de vários
navios de superfície para o Brasil.
Sistema de gerênciamento da Amazônia Azul - SISGAAZ, busca monitorar e proteger as
águas jurisdicionais brasileiras.
4 - Em 2020 foi reinaugurada a estação Comandante Ferraz da Marinha do Brasil na
Antártica. A iniciativa original data do início dos anos 1980, quando o Brasil iniciou
atividades científicas no continente. A expectativa brasileira é em breve aderir ao
Comitê Científico de Pesquisa Antártica (SCAR).
ITEM ERRADA.
Brasil já faz parte do Comitê Científico de Pesquisa Antártica (SCAR).
Alguns anos atrás, houve um incêndio terrível na estação Comandante Ferraz, que
atrapalhou atuação do Brasil na Antártica, mas depois de vários anos do fim da estação,
houve a reinauguração da estação, já no governo do Bittlelittle e com participação do
Ministro Astronauta.
Participação do Brasil na estação acontece no início dos anos 80, no governo Figueiredo.
Foi no governo do Figueiredo que o Brasil passou a demonstrar um grande interesse por
espaços como a Amazônia, com uma missão da Marinha, e também a Antártica.
Brasil já fazia parte do Tratado da Antártica, em 1959, e o Brasil foi adimitido no SCAR, que
reúne os países com atividades científicas no continente gelado.
Questão nº: 19
Gabarito: C-C-C-C
Recentemente voltaram a ocorrer tensões na fronteira entre China e Índia na
região do Himalaia. Tendo em vista essa disputa, bem como outras ações
chinesas no seu contexto regional, julgue C ou E as afirmativas:
1 - A estratégia do “colar de pérolas" refere-se à rede de instalações e relações
militares e comerciais chinesas ao longo de suas linhas marítimas de comunicação,
que se estendem da China continental ao Porto Sudão. A região do Oceano Índico é
crucial para os interesses econômicos da China, notadamente por ser passagem para
o Oriente Médio.
ITEM CORRETO.
O colar de perólas é uma das estratégias mais destacadas da China. Ao olhar no mapa, é
possível ver a India toda rodeada por iniciativas chinesas ao longo da região do Oceano
Indíco, chegando até o Porto do Sudão. Instalações portuárias, militares (não bases
propriamente), mas há a China optando por uma presença militar e comercial em vários
pontos do Oceano Indíco justamente paraassegurar as exportações e importações da
China e uma presença e controle dessas áreas.
Isso acaba por ajudar a acirrar rivalidades entre China e India.
2 - A Nova Lei de Segurança aprovada pelos chineses para um melhor controle sobre
Hong Kong desatou uma onda de protestos na cidade, entendendo-se ser uma
violação da autonomia administrativa assegurada após a devolução do território para
a China em 1997.
ITEM CORRETO.
Houve a aprovação da nova lei de segurança nacional, a partir da qual a China passa a ter
uma maior ingerência sobre os assuntos de Hong Kong. Desde que os britânicos
devolveram o território em 1997, Hong Kong não tem soberania própria, mas tem uma
autonomia jurídica, legislativa, política... Fazem parte da China dentro de uma lógica
conhecida como 2 sistemas, um Estado ou um Estado, dois sistemas.
Hong Kong tem ampla autonomia, mas a lei de segurança, na prática, significa uma
limitação dessa autonomia de Hong kong, que levou cidadãos de Hong Kong a tomarem as
ruas, protestando contra o governo chinês, o que vem acontecendo com frequência nos
últimos meses.
A lei de segurança vem como uma forma de melhor conter essas manifestações, mas a
interpretação é que essa nova legislação fere de alguma forma o acordo entre China e
Reino Unido pelo qual, por 50 anos, Hong Kong gozaria de uma autonomia ampla sem
maior ingerência chinesa, embora seja parte integrante do território chinês.
3 - A relação da China com o Japão ainda é pautada por desencontros históricos,
bem como por disputas territoriais como a existente sobre as Ilhas Senkaku ou
Diaoyu no Mar do Leste da China. Em termos econômicos, a China já é o maior
parceiro comercial japonês, havendo iniciativas importantes de que ambos
participam como a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP).
ITEM CORRETO.
China e Japão sempre tiveram desencontros e disputas no Mar do Leste da China, inclusive
com disputas territoriais, com a briga pelas Ilhas Senkaku. Por isso, há resistências da
China em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU porque, teoricamente
implicaria em uma entrada do Japão.
China é sim principal parceiro comercial do Japão. É preciso lembrar que ambos também
fazem parte de uma série de parcerias, como a RCEP, que era tida como uma resposta ao
TPP, lançado por Barack Obama, que era a Parceria Transpacífico, criada numa tentativa
de isolar a China em seu espaço econômico regional.
O RCEP serviu para lutar contra isso.
4 - A histórica rivalidade entre Pequim e Moscou tem dado lugar nos últimos anos a
um reforço da confiança mútua e interdependência. Bom exemplo é o acordo
energético de 2014, que prevê vendas de gás russo para a China, tendo havido em
2019 a inauguração do gasoduto “Força da Sibéria” ligando os dois vizinhos.
ITEM CORRETO.
Rússia e China têm rivalidades históricas. Na Guerra Fria, no início da década de 60,
ruptura sino-soviética, com Pequim e Moscou seguindo caminhos diferentes e havendo,
inclusive, uma rivalidade no mundo comunista.
Apesar de serem dois gigantes no mesmo espaço, com potencial para desencontros, há
uma busca por maior diálogo e convergência. Organização para Cooperação de Xangai, por
exemplo, é um espaço que foi criado para isso com vários países do Sul da Ásia, além da
China e da Rússia trabalhando lado a lado para coordenar sua posição.
BRICS também tem China e Rússia lado a lado, levando Moscou e Pequim a dialogarem
mais ativamente. Há um avanço das relações economicas entre os países. Em 2014,
Rússia sofre por conta de sanções impostas por países europeus, na esteira da anexação
da Criméia.
Rússia perdeu espaço na venda de gás para a Europa e China acabou ocupando esse
vácuo. China tem uma grande dependência energética do Oriente Médio e Rússia acaba
entrando como uma fornecedora de gás.
Há em 2014 o "Acordo do Século" = Rússia se compromete por 30 anos a ser a fornecedora
de gás da China e em 2019 é inaugurado o Power of Siberia, o gasoduto de conexão entre
os dois países.
Questão nº: 20
Gabarito: E-C-E-C
A União Europeia constitui o mais amplo processo de integração regional em
curso no mundo, apesar de enfrentar alguns desafios periódicos. Sobre o
assunto, julgue C ou E as afirmativas:
1 - O bloco aprovou recentemente um pacote de ajuda econômica para o
enfrentamento da recessão provocada pela pandemia do coronavírus. Os recursos da
ordem de 750 bilhões de euros serão captados pelo União Europeia no mercado,
havendo pela primeira vez na história do bloco a comunitarização da dívida. O total
dos recursos será repassado aos membros mais afetados sob a forma de
empréstimos sem contrapartidas.
ITEM ERRADO.
É preciso reconhecer o esforço economico, com UE pela primeira vez na história se
dispondo a contrair emprestimos e captar recursos da ordem de 750 bilhões, 4,5 trilhões de
reais. Aprovado a partir de uma proposta franco-germana.
Os quatro frugais (Holanda, Suécia, Áustria e Dinamarca) que são reconhecidos por serem
mais austeros, quando o assunto é fiscal, só aprovaram a questão porque foram prometido
um desconto à contribuição anual no orçamento da UE.
O repasse dos recursos aconteceu por meio de subsídios (390 bilhões), para que não
tenham contrapartida. Parte do valor (360 bilhões) foi sim por meio de empréstimos, mas
esses tiveram que ter algum tipo de contrapartida.
2 - O orçamento europeu aprovado para o período de 2021 a 2027 prevê um desconto
nas contribuições da Alemanha e dos chamados “quatro frugais”: Holanda, Suécia,
Áustria e Dinamarca. Os alemães continuam a ser, contudo, os maiores contribuintes
para o orçamento da União Europeia.
ITEM CORRETO.
O mesmo escrito acima. Houve esses quatro frugais recebendo um desconto, além da
Alemanha, que segue como maior contribuinte. É o país mais rico da Europa e a
contribuição para a UE é feita de acordo com o PIB do território.
Segundo maior financiador da UE era o Reino Unido, que saiu com o Brexit. Agora, o
segundo maior contribuinte é a França, seguido pela Itália.
3 - Nas eleições municipais ocorridas na França em junho de 2020, o partido do
presidente Emmanuel Macron teve desempenho bastante fraco, com importante
avanço dos verdes e do partido de ultradireita Reunião Nacional. Algo semelhante foi
percebido nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019, tendo havido
encolhimento dos partidos de centro-direita e centro-esquerda.
ITEM ERRADO.
"Republicanos em Marcha", do Macron, realmente teve um desempenho ruim, perdendo em
todasa s grandes cidades da França. Avanço foi dos verdes mesmo, que já mostravam que
tinham se desempenhado bem no Parlamento Europeu, que teve eleições em 2019.
Reunião Nacional, da Marine Le Penn, por sua vez, também teve um desempenho ruim. Ou
seja, ultradireita ficou bem aquém do que se esperava.
Também não houve o encolhimento dos partidos mencionados no Parlamento Europeu. Há
avanço dos verdes e da ultradireita, mas não se perde tanto espaço assim.
4 - A definição do orçamento europeu para os próximos anos evidenciou, mais uma
vez, os desencontros existentes em torno do financiamento para a Política Agrícola
Comum (PAC). Produtores agrícolas de países como França e Espanha pressionaram
fortemente pela manutenção da generosa política de incentivos e subsídios.
ITEM CORRETO.
PAC, a Política Agrícola Comum, é parte importante do orçamento da UE e há resistência
de certos países, como da Alemanha, a esses susbsídios agrícolas. Há um desejo de uma
reforma da PAC, em busca de reduzir o impacto orçamentário.
Hoje, a PAC ocupa 40% do orçamento europeu. Isso depois de 2013, onde houve uma
reforma, pq antes disso ela ocupava 50% do orçamento.
Há um desejo de aumentar mais ainda essa redução.
França, Portugal, Espanha são grandes defensores da PAC, dizendo "se o campo não
produz, a cidade não come".
Questão nº: 21
Gabarito: C-E-E-C
Em 2020, a Organização das Nações Unidas completa 75 anos, mantendo
posição destacada na gestão da ordem internacional. Sobre a referida
organização e o Sistema ONU, julgue C ou E as afirmativas:
1 - A agenda de direitos humanostem sido objeto de importantes iniciativas a partir
da ONU em Genebra. O Conselho de Direitos Humanos aprovou resolução que
condena práticas racistas de forças de segurança, na esteira da morte de George
Floyd nos Estados Unidos por um policial branco. O Brasil, membro reeleito para o
Conselho em 2019, votou a favor da resolução.
ITEM CORRETO.
Brasil foi reeleito para o CDH no final de 2019. Este é o quarto mandato do Brasil no CDH.
Os dois primeiros mandatos foram consecutivos, logo da criação do CDH, e agora são mais
dois mandatos consecutivos.
Quando esse mandato terminar, o Brasil terá que se afastar do CDH, já que só podem ser
feitos dois mandatos seguidos.
A resolução que condena a violência policial de cunho racista surge na esteira do
movimento Black Lives Matter. Inicialmente, havia na resolução uma menção direta aos
Estados Unidos, que foi removida quando da aprovação. Brasil vota a favor, mesmo que
sempre recebe atenção negativa por parte da ONU quando o assunto é a violência policial,
sobretudo das policias militares..
2 - Apesar da crise sanitária e tendo em vista a urgência dos temas ambientais, a ONU
decidiu confirmar para o final de 2020 a realização das Conferências das Partes (COP)
da Convenção Sobre Mudanças Climáticas e da Convenção Sobre Biodiversidade,
respectivamente na Escócia e na China.
ITEM ERRADO.
Não houve a confirmação e a realização da COP26 (Glasgow) e a COP sobre
biodiversidade foram adiadas para 2021, tendo em vista o quadro pandêmico. O adiamento
não significa que o regime internacional de mudanças climáticas e biodiversidade tenha sido
pausado.
3 - A Organização Mundial da Saúde (OMS), integrante do Sistema ONU, ganhou
grande notoriedade no enfrentamento da pandemia do coronavírus nos últimos
meses, tendo recebido aportes excedentes de recursos por parte de membros como
China e Estados Unidos, apesar de algumas críticas do governo norte-americano à
gestão da crise sanitária pela organização.
ITEM ERRADO.
Governo Donald Trump fez criticas muito contundentes para a OMS e para a ONU,
especialmente em relação à proibição de viagens de chineses. Eles acreditam que tal
proibição ajudaria a conter melhor a pandemia, evitando que ela se espalhasse
globalmente. Ainda, Trump condenou a chamada "sinofilia" da OMS, ressaltando que a
organização seria muito amigável e compassiva em relação à China.
Logo, EUA interromperam todas as contribuições financeiras dadas à OMS e, em seguida,
romperam com a organização.
4 - Ao completar 75 anos, a ONU ainda não consegui levar adiante uma reforma do
Conselho de Segurança capaz de melhorar a representatividade do órgão. O Brasil
voltará a se candidatar a um assento rotativo para o bienio 2022-2023, depois de ter
cumprido seu último mandato em 2010-2011.
ITEM CORRETO.
De fato, o CSNU não conseguiu avançar em termos de novas propostas, mesmo com
sugestões variadas surgindo de diferentes lugares do mundo. China e EUA não conseguem
chegar a um acordo relativo a essa possível reforma do CSNU.
EUA entende que qualquer tipo de reforma no CSNU precisa incluir o Japão como novo
membro permanente, indicação com a qual a China não consegue concordar.
Se não for reeleito, Brasil vai ficar mais de uma década afastado do CSNU. Antes disso, o
período mais longo que o Brasil ficou de fora do CSNU foi entre 1969 e 1988, o Brasil por
opção não quis participar como membro rotativo, nem sequer se candidatando. Em toda
história do CSNU, Brasil sempre participou em algumas décadas, algumas vezes inclusive
com mandatos sequenciais.
Brasil é o segundo país do mundo com maior número de mandatos no CSNU, perdendo
apenas para o Japão.
Questão nº: 22
Gabarito: E-C-C-C
As relações do Brasil com os países asiáticos tem presença histórica na
política externa do país desde o final do século XIX. Sobre o tema, julgue C ou
E:
1 - O Brasil tem parceria estratégica e global com o Japão, país que mantém
importante volume de investimentos em território brasileiro, além de grande
comunidade de nipo-brasileiros. Desde meados dos anos 2000, tem havido aumento
progressivo no número de dekasseguis que se deslocam para o Japão.
ITEM ERRADO.
O começo da alternativa está muito correto e é isso mesmo, mas é a parte final que está
incorreta.
O ápice do fenômeno dos dekasseguis foi na década de 90, não nos anos 2000. Nos
últimos 10, 12 anos, houve na verdade um refluxo desse momento.
2 - As relações comerciais com a Coreia do Sul e a ASEAN ganharam maior
importância na última década, notadamente com a importação de produtos
manufaturados e a exportação de commodities. Especificamente com a ASEAN, a
corrente de comércio aproxima-se do valor existente com parceiros muito
tradicionais como a Argentina.
ITEM CORRETO.
Com a Coreia do Sul, já estamos chegando no mesmo patamar de investimentos que temos
com o Japão. ASEAN (associação de 10 países) em 2019 foi comércio na ordem de 20
bilhões de dólares, o dobro do comércio com o Japão e o mesmo valor de comércio que
temos com a Argentina.
3 - O diálogo do Brasil com a Índia assenta-se no compartilhamento de agendas e
objetivos, tendo sido fechada parceria estratégica nos anos 2000. Em 2020, o
presidente Bolosnaro fez viagem ao país asiático, tendo sido fechado acordos em
áreas como investimentos, segurança cibernética, previdência social e saúde.
ITEM CORRETO.
De fato, existe uma parceria estratégica com a India, negociada em 2000. Além da criação
dos BRICS e um APC (acordo de preferência comercial) entre Mercosul e India.
4 - A China mantém-se há mais de dez anos como o maior parceiro comercial do
Brasil, existindo também uma parceria estratégica global reconhecida em 2012. A
reativação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (COSBAN) em 2020 e a troca de
visitas presidenciais são sinais positivos para a relação bilateral, apesar de eventuais
desencontros e até mesmo contenciosos na área comercial.
ITEM CORRETO.
De fato, há essa parceria estratégica desde 2003 e em 2012 foi parceria estratégica global,
como se houvesse uma elevação de patamar da China em relação ao Brasil. Desde 2012,
China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Comércio com a China aumentou durante a pandemia, especialmente para soja e minério
de ferro.
COSBAN reúne o vice presidente brasileiro e o vice primeiro ministro da China, são eles
que se reúnem para conversar sobre as relações. Esteve pausada entre o fim do governo
Dilma e o governo Temer, mas voltou agora com a visita do Mourão, que aconteceu depois
do periplo de Bolsonaro pela Ásia.

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