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Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens Genética Humana A AUTORA DÉBORA MARTINS PAIXÃO Olá. Meu nome é Débora Martins Paixão. Sou Doutora em Zootecnia, com uma experiência técnico-profissional na área de Educação a distância de mais de 3 anos. Passei por empresas com o Instituto de Pesquisas e Educação Continuada Economia e Gestão de Empresas-PECEGE; Briwet Consulteria; @ agronomiaconcursos; e Aprova Concurso. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. SUMÁRIO Padrões de Genealogia Mendelianos .................................12 Mendel: regras da herança................................................. 12 Cruzamentos monoíbrido: os princípios da dominância e da segregação ...................................................... 13 Métodos simples de notação .............................................. 17 Como prever os resultados dos cruzamentos genéticos ............................................................... 17 Segunda Lei de Mendel ..................................................... 19 Genética de populações ......................................................21 Aplicações de Genética de populações .............................. 21 Estimativa das Frequências Alélicas .................................. 24 A lei de Hardy-Weinberg ................................................... 26 Demonstração da Lei de Hardy-Weinberg ............... 27 Determinação das frequências alélicas e genotípicas em populações em equilíbrio .................................................. 29 Genes codominantes ............................................... 29 Dominância completa (quando não se conhece a frequência dos heterozigotos) ................................. 30 Equilíbrio de Hardy-Weinberg ................................ 31 Estrutura dos ácidos nucleicos e replicação do DNA .......33 Estrutura dos ácidos nucleicos ......................................... 33 Estrutura química dos ácidos nucléicos ...................... .............................................................................. 34 Estrutura molecular ............................................... 36 Replicação do DNA ......................................................... 39 Genética e evolução ............................................................43 Teoria da evolução ............................................................ 43 Teoria da evolução no século XXI .......................... 45 Níveis de análise genética ................................................. 47 Construção das árvores filogenéticas ................................. 48 Evolução no Brasil ............................................................ 49 9 UNIDADE 01 Genética Humana LIVRO DIDÁTICO DIGITAL Genética Humana10 Você sabia que a genética é uma das ciências que tem grande impacto sobre nós? Ela explica as semelhanças que temos com nossos parentes, nossa formação embrionária, doenças genéticas e o mais importante, explica nossa biometria única. Isso mesmo, você é único! A genética começou com os estudos do mecanismo de herança genética, por de Gregor Mendel, publicado em 1866. Anos mais tarde, em 1953, a estrutura do DNA foi elucidada e a genética teve seu grande momento de esclarecimento; recentemente genomas inteiros estão sequenciados. As frequências alélicas, genotípicas e fenotípicas de uma população, assim como a distribuição dos alelos podem ser observadas por metodologias da genética de populações. A evolução do genoma ocorre devido a duplicação e embaralhamento de éxons, duplicação dos genes para formar famílias de genes, duplicação do genoma inteiro e transferência horizontal de genes entre organismo. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Genética Humana 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS Interpretar os princípios básicos da hereditariedade. Classificar os ácidos nucleicos e a estrutura molecular dos cromossomos. Descrever o Código da vida: DNA a proteína, RNA não-codificantes. Identificar as aplicações da Genética evolutiva. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! 1 2 3 4 Genética Humana12 Padrões de Genealogia Mendelianos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender os primeiros modelos de mecanismo de transmissão das características dos organismos dos pais para os filhos. Isto será fundamental para iniciarmos os estudos de Genética Humana. Aqui, os alunos utilizam um roteiro bem elaborado, sobre o tema, possibilitando compreender as competências da Unidade. E então? Motivado para desenvolver este desafio? Então vamos lá. Avante! Mendel: regras da herança Charles Darwin (1809-1882), um dos biólogos mais influentes do século 19, desenvolveu a teoria da evolução por meio da seleção natural e publicou suas ideias no livro, “A Origem das Espécies em 1859”. Darwin conseguiu reconhecer que a hereditariedade era fundamental para a evolução e realizou amplos cruzamentos genéticos com diferentes organismos. Entretanto, ele nunca compreendeu a natureza da herança, e estes questionamentos permaneceram não elucidados em sua teoria da evolução. Mas, “o esclarecimento”, veio, com a utilização de ervilhas por Mendel. Essa abordagem foi bem sucedida por vários motivos. Entre eles, foi a escolha do material a ser estudado, a ervilha Pisum sativum, possuia vantagens na investigação genética; pois era uma planta de fácil cultivo e podia ser cultivada no jardim do monastério; cresce com relativa facilidade, finalizando uma geração em uma única estação de crescimento. A ervilha também produz muitos descendentes, o que permitiu Genética Humana 13 que Mendel determinasse as razões matemáticas significativas nas características que observava nos descendentes; além disso, tinha a disposição grande número de variedades de ervilhas e muitas características diferentes e geneticamente puras. DEFINIÇÃO Em resumo, a teoria de Charles Darwin dizia que todas as espécies vinham de um único ancestral comum, e que esse ancestral foi aos poucos, e lentamente, evoluindo e originando todas as espécies do planeta. Além disso, supôs também que um indivíduoherdaria as características de seus pais em medidas iguais, isto é, 50% de cada progenitor. Em meados do século 19, o monge austríaco Gregor Mendel, contemporâneo de Darwin, criou as bases de outra revolução na biologia, que acabou por dar origem a uma ciência, classificada como genética. As suposições de Mendel, publicadas em 1866, sob o título “Experimentos na hibridização de plantas”, vieram para explicar o mecanismo de herança das características dos organismos. O próprio Mendel e vários outros estudiosos da época tinham esse objetivo, utilizando diferentes espécies vegetais e animais. Cruzamentos monoíbrido: os princípios da dominância e da segregação Mendel iniciou o seu experimento selecionando variedades de ervilhas durante dois. Entre os pré-requisitos verificou que cada variedade era geneticamente pura (homozigotos para cada um dos traços que ele escolheu estudar); ao verificar por duas gerações que os traços dos descendentes eram os Genética Humana14 mesmos que de seus genitores. Ele realizou vários cruzamentos entre as diferentes variedades. Embora as ervilhas façam a autofertilização (cada planta cruza com ela mesma), Mendel fez cruzamentos entre diferentes plantas ao abrir os botões antes que as anteras (órgãos sexuais masculinos) estivessem totalmente desenvolvidas, removia as anteras e então pulverizava o estigma (órgãos sexuais femininos) com pólen das anteras de uma planta diferente. Mendel começou a estudar os cruzamentos mono-híbridos, cujos genitores tinham apenas uma única característica diferente. Em um experimento, Mendel cruzou uma ervilha de geração pura (homozigota) para sementes lisas com uma que era pura para sementes rugosas. A primeira geração de um cruzamento é a geração P (parental). Após cruzar as duas variedades na geração P, Mendel observou a descendência do cruzamento. Os descendentes a partir dos genitores na geração P são a geração F1 (primeira geração filial). Quando Mendel examinou a geração F1 deste cruzamento, descobriu que eles expressavam apenas um dos fenótipos presentes na geração original: todas as sementes F1 eram lisas. Mendel realizou 60 desses cruzamentos e sempre tinha esse resultado. Ele também fez cruzamentos recíprocos: em um cruzamento, o pólen (gameta masculino) era retirado de uma planta com sementes lisas e em seu cruzamento recíproco, o pólen era retirado de uma planta com sementes rugosas. Os cruzamentos recíprocos também tinham o mesmo resultado: toda F1 era lisa. Mendel continuou seus estudos na estação seguinte, plantou as sementes de F1, cultivou as plantas que germinavam a partir destas sementes e permitiu que as plantas fizessem a autofertilização, produzindo uma segunda geração filial, a chamada geração F2. Ambos os traços da geração P surgiram na geração F2, Mendel contou p número de sementes Lisas e rugosas em F2. Ele observou que o número de sementes lisas e rugosas constituía uma proporção de aproximadamente 3:1, ou seja, 3/4 das sementes da geração F2 eram lisas e 1/4 era rugosa. Genética Humana 15 Para avaliar o papel do acaso na produção de desvios entre os números observados e esperados, um teste estatístico chamado de teste qui-quadrado foi usado. Mendel conduziu cruzamentos mono-híbridos para todas as sete características estudadas em ervilhas e, em todos os cruzamentos obteve o mesmo resultado: F1 um fenótipo semelhante a um dos genitores, e em F2 ambos os fenótipos e na razão aproximada de 3:1. E agora como explicar esses resultados? A existência de sementes lisas e rugosas nas plantas de F2 poderiam ser explicadas apenas se, as plantas F1 tivesse obrigatoriamente dois fatores genéticos, que codificassem uma mesma característica. IMPORTANTE Os fatores genéticos (agora chamados alelos) que Mendel descobriu são, por convenção, designados por letras. Os heredogramas são diagramas que mostram as relações entre os membros de uma família. Mendel, ainda observou, que quando dois gametas (um de cada genitor) se unem para produzir um zigoto, isso ocorre independente: o alelo do genitor masculino se une com o alelo do genitor feminino para produzir o genótipo dos descendentes. Descobriu também que quando os alelos estão presentes em heterozigose (acontece no cruzamento apenas de ervilhas puras para característica), um desses alelos seria dominante; e o outro alelo teria seus os traços suprimidos; os quais ele chamou de recessivo. Genética Humana16 Usando as relações numéricas regulares pode-se concluir: que os genes existem em pares; que cada linhagem parental tinha duas cópias idênticas de um gene (diploides e homozigotas); os alelos se separam durante a produção de gametas na meiose. Ou seja, cada gameta tem uma só cópia de um alelo, na terminologia atual, os gametas são haploides. O número diploide dos genes seria restaurado na união dos gametas de forma independente. DICA A identificação de características (doenças) causadas por alelos recessivas são mais difíceis de ser identificadas; uma vez que os pais podem não manifestar a característica. Muitas vezes é preciso várias gerações, representadas por heredogramas, para acompanhar a transmissão de um alelo recessivo. Mendel estava totalmente comprometido com seu experimento, vocês também concordam? Mendel com seus achados formulou “A Primeira Lei de Mendel”, que trouxe grandes ganhos para pesquisa: 1. O princípio da dominância: em um heterozigoto, um alelo pode ocultar a presença de outro. Alguns alelos controlam a expressão de outro alelo mesmo em uma única cópia. Mendel confirmou este princípio ao permitir que suas plantas F2 se auto fertilizassem e produzissem a geração F3; 2. O princípio da segregação: em um genótipo heterozigoto, os dois alelos da célula diploide segregam-se independente na formação dos gametas. A base biológica desse fenômeno é o pareamento e a subsequente separação de cromossomos homólogos durante a meiose. Genética Humana 17 Métodos simples de notação Como prever os resultados dos cruzamentos genéticos O quadrado de Punnett foi desenvolvido pelo geneticista inglês Reginald C. Punnett em 1917; formado ao desenhar uma grade, colocando os gametas produzidos por um genitor ao longo da linha superior e os gametas produzidos pelo outro genitor no lado esquerdo; gerando o genótipo dos descendentes produzidos pela fusão desses gametas. Ao contar, podemos determinar os tipos de descendentes produzidos e suas razões. Figura 1: Quadrado de Punnett. O gameta com alelo A se une com um gameta com alelo a da planta baixa, gerando os genótipos dos descendentes (AA, Aa e aa). Aa AaX A a A a AA Aa Aa aa Fonte: @commons. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Punnett_miguelferig.png Genética Humana18 Mendel também usou a probabilidade, que expressa “quão provável é a ocorrência de determinado evento”. Além disso, usou o princípio de que dois ou mais eventos são chamados eventos independentes quando a ocorrência ou não ocorrência de um dos eventos, não afeta a ocorrência ou a não ocorrência dos outros. SAIBA MAIS A expansão binomial assume a forma, em que p é igual à probabilidade de um evento, q é igual à probabilidade do evento alternativo e n é igual ao número de vezes que o evento ocorre. IMPORTANTE Uma ferramenta útil para analisar os cruzamentos genéticos é o cruzamento-teste, no qual o indivíduo de genótipo desconhecido é cruzado com outro indivíduo de genótipo homozigoto recessivo para identificar o genótipo desconhecido. Agora vamos estudar o princípio da segregação de Mendel, conhecida como “Segunda Lei de Mendel”. Genética Humana 19 Segunda Lei de Mendel Mendel analisou o cruzamento diíbrido. Por exemplo, cruzou variedade homozigota de ervilha com sementes lisas e amarelas (RRVV) e outra variedade homozigota com sementes rugosas e verdes (rrvv). A geração F1 forneceu apenas descendentes com sementes lisas e amarelas. Ao fazer a autofertilização, obteve a seguinte geração em F2:315 sementes lisas e amarelas (R-V-); 101 sementes rugosas e amarelas (rrV- ); 108 sementes lisas e verdes (R-vv) e 32 sementes rugosas e verdes (rrvv). Ou seja, houve segregação independente dos alelos no cruzamento diíbrido, resultando em duas classes de sementes amarelas e lisas e sementes verdes e rugosas que se assemelhavam às linhagens parentais, e outras duas variedades de sementes verdes e lisas e sementes amarelas e rugosas que apresentam novas combinações de características. Mendel reconheceu que estes traços apareciam em uma razão aproximadamente: 9/16 dos descendentes eram lisas e amarelas; 3/16 eram rugosas e amarelas, 3/16 eram rugosas e verdes e 1/16 era rugosa e verde. Este princípio afirma que os alelos em diferentes locos se separam independentemente um do outro na meiose. IMPORTANTE Geralmente, é comum considerar que o princípio da segregação e o princípio da segregação independente se referem a dois processos diferentes. O princípio da segregação independente é uma extensão do princípio da segregação. O princípio da segregação afirma que os dois alelos de um loco se separam quando os gametas são formados. E o princípio da segregação independente afirma que, quando estes dois alelos se separam, sua separação é independente da separação dos alelos em outros locos. Genética Humana20 DICA Segunda Lei de Mendel, também chamada de Lei da Segregação Independente, estabelece que “os fatores (alelos) para duas ou mais características se distribuem independentemente durante a formação dos gametas e se combinam ao acaso”. Contudo, é aplicada apenas para aqueles genes que estão localizados em cromossomos não homólogos ou ainda para aqueles que estão distantes uns dos outros. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a primeira lei de Mendel ou lei da segregação dos fatores determina que os alelos se segregam, separam-se, durante a formação dos gametas, sendo que, assim, pai e mãe transmitem apenas um alelo para seus descendentes”. E a segunda Lei de Mendel, também chamada de Lei da Segregação Independente estabelece que “os fatores (alelos) para duas ou mais características se distribuem independentemente durante a formação dos gametas e se combinam ao acaso”. Genética Humana 21 Genética de populações OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender como genética de populações estuda as frequências alélicas, genotípicas e fenotípicas de uma população, bem como a distribuição alélicas sob influências evolutivas. E, a base da genética de populações, que é a lei ou princípio de Hardy-Weinberg. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Aplicações de Genética de populações A genética de populações estuda as frequências alélicas, genotípicas e fenotípicas de uma população, além da distribuição dos alelos nas populações sob influência das quatro forças evolutivas: seleção natural, deriva gênica, mutação e fluxo gênico. A teoria da genética populacional é fundamentada em estudos de frequências alélicas. Cada gene possui alelos em diferentes frequências na população e, ao analisá-los, um indivíduo diploide pode ser homozigoto ou heterozigoto. Os cálculos das frequências são à base da teoria da genética de populações. Genética Humana22 IMPORTANTE Genótipo dominante, nem sempre é a mais frequente em uma população, isto vai depender da frequência do alelo que o determina. Por exemplo, a doença de Huntington é autossômica dominante, sendo o fenótipo normal, recessivo. Encontramos poucos indivíduos afetados; pois a frequência alélica para a doença é baixa. Pelo estudo da genética de populações humanas, pode-se analisar aspectos das doenças hereditárias, efeitos disgênicos das radiações e dos produtos químicos (agentes mutagênicos), bem como os efeitos da medicina entre outros. Para se compreender melhor nosso estudo, é necessário conhecer alguns conceitos essenciais, como: DEFINIÇÃO População: Essa é fácil! Qualquer conjunto de indivíduos que podem se entrecruzar; pessoas de uma comunidade, de uma cidade, estado ou nação entre outras: 1. Conjunto gênico ou pool gênico: envolve todos os alelos contidos no conjunto dos indivíduos que se cruzam de uma população, em um dado instante; 2. Frequência alélica: corresponde à porcentagem que um determinado alelo se encontra em relação a todos os outros alelos de um gene, em uma determinada população; Genética Humana 23 3. Frequência genotípica: corresponde à porcentagem com que um genótipo de um conjunto o alelo se encontra em uma dada população; 4. Frequência fenotípica: refere se à porcentagem com que um determinado fenótipo se manifesta em uma dada população. A genética de populações tem importantes influências nas ciências da saúde, agricultura, zoologia entre outras. Vamos compreendê-las? �Aconselhamento genético em relação a doenças hereditárias; programas de rastreamento populacional de doenças genética em alguns grupos populacionais do que em outros, entre outros; �Determinar a probabilidade de ocorrência de uma determinada doença hereditária em um indivíduo, quando não há história familiar da doença; �Dos testes de DNA e a interpretação estatística dos seus resultados; � Importante no diagnóstico clínico e na identificação das frequências de diferentes distúrbios. Por meio da genética de populações conseguimos determinar as diferenças nas frequências de doenças gênicas entre os membros de grupos isolados geneticamente e os indivíduos da população originaria; �Usada no delineamento de estudos de amostragem, conhecimento e preservação da variação genética entre as populações humanas distribuídas por todo o mundo. Genética Humana24 Estimativa das Frequências Alélicas Uma população é grande demais para ser estudada completamente, portanto à análise é feita por meio de uma amostra representativa. A variação genética é a base da evolução e a magnitude da variabilidade genética em uma população afeta seu poder de adaptação à mudança ambiental. EXPLICANDO DIFERENTE+++ Uma frequência é uma proporção ou uma porcentagem, em geral expressa como uma fração decimal. As frequências genotípicas e alélicas da amostra são, então, usadas para representar o pool de genes da população. A soma de todas as frequências genotípicas é sempre igual a 1. A tabela 1 apresenta dados de uma amostra de pessoas submetidas a genotipagem para identificação do tipo sanguíneo M-N. Esses tipos sanguíneos são determinados por dois alelos de um gene no cromossomo 4: LM, que produz o tipo sanguíneo M, e LN, que produz o tipo sanguíneo N. As pessoas heterozigotas LMLN têm sangue do tipo MN. Genética Humana 25 Tabela 1: Frequência dos tipos sanguíneos M-N em uma amostra de 6.129 indivíduos. Tipo sanguíneo Genótipo Número de indivíduos Frequência genótica M LMLM 1.787 nMM/N=0,29 MN LMLN 3.039 nMN/N=0,49 N LNLN 1.303 nNN/N=0,22 Total 6.129 1 LM, que produz o tipo sanguíneo M, e LN, que produz o tipo sanguíneo N. As pessoas heterozigotas LMLN têm sangue do tipo MN. D=Frequência genotípica de MM; H= frequência de MN e R =frequência de NN. Fonte: Elaborada pela autora com base em Snustad e Simmons (2013) Para estimar as frequências dos alelos LM e LN, apenas calculamos a incidência de cada alelo entre todos os alelos da amostra: 1. Como cada indivíduo da amostra tem dois alelos do locos do tipo sanguíneo, o número total de alelos na amostra é o dobro do tamanho da amostra (12.258): 2. A frequência do alelo LM é o dobro do número de homozigotos LMLM mais o número de heterozigotos LMLN, tudo isso dividido pelo número total de alelos da amostra: 3. A frequência do alelo LN é o dobro do número de homozigotos LNLN mais o número de heterozigotos LNLN, tudo isso dividido pelo número total dealelos da amostra Genética Humana26 Desse modo, se representa a frequência do alelo LM e representa a frequência do alelo LN, estimamos que na população da qual a amostra foi retirada, Além disso, como LM e LN representam 100% dos alelos desse gene específico, p+ q= 1. A lei de Hardy-Weinberg Em 1980, Hardy e Weinberg publicaram artigos independentes que descreviam a relação matemática entre as frequências alélicas e as frequências genotípicas; denominado princípio de Hardy-Weinberg que: para qualquer lócus gênico, as frequências relativas dos genótipos, em populações de cruzamentos ao acaso (panmíticas), permanecem constantes, de geração a geração, a menos que certos fatores perturbem esse equilíbrio. A mutação, seleção, deriva genética (ou oscilação genética) e migração (ou fluxo gênico) são eventos que causam desequilíbrio nas frequências (fatores evolutivos). IMPORTANTE A principal premissa do princípio de Hardy-Weinberg é que a reprodução aleatória em relação ao gene em estudo. Portanto, formam um pool de gametas que, por ocasião da fertilização, combinam-se aleatoriamente para produzir os zigotos da próxima geração. Se esses zigotos tiverem chances iguais de sobreviver até a fase adulta, as frequências genotípicas criadas por ocasião da fertilização serão reservadas, e quando a próxima geração se reproduzir, essas frequências aparecerão de novo na prole. Embora o modelo de Hardy-Weinberg pareça não se aplicar às populações humanas, uma vez que elas não atendem Genética Humana 27 em conjunto a todas as premissas mencionadas, esta é importante porque possibilita: 1. Descrever a composição populacional em termos de frequências alélicas; 2. Conhecer as frequências dos diferentes genótipos, mesmo quando alguns não estejam expressando seu fenótipo; possibilita observar, doença rara; e 3. Avaliar os possíveis efeitos dos fatores evolutivos (mutação, seleção, migração e deriva genética) na constituição genética de uma população. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Capítulo 1: “Beiguelman, Bernardo. Genética de Populações Humanas. Ribeirão Preto: SBG, 2008. 235p”. Fonte: Disponível em: https://bit.ly/363YROv. Acesso em: 22 out.2020. Demonstração da Lei de Hardy-Weinberg Considere hipoteticamente um conjunto gênico, que é uma mistura de genes que irão dar origem à geração seguinte. Nesse conjunto gênico, qualquer gameta masculino tem igual probabilidade de se unir a qualquer gameta feminino. Assim, as frequências genotípicas esperadas no zigoto da próxima geração podem ser previstas, desde que se conheçam as frequências dos alelos considerados, A e a. Suponha-se que seja a frequência de A e a frequência de a. Cruzando-se dois indivíduos heterozigotos para o loco em https://bit.ly/363YROv Genética Humana28 questão (Aa x Aa), será́ obtida a distribuição genotípica mostrada na Tabela 2. Assim, as frequências genotípicas esperadas para a geração seguinte são: frequência esperada de AA frequência esperada de Aa frequência esperada de AA Obedecendo-se as premissas que garantam o equilíbrio de Hardy-Weinberg, as frequências gênicas se mantêm constantes de geração a geração (Tabela 2). IMPORTANTE Se as frequências genotípicas (e consequentemente as alélicas) permanecessem em equilíbrio, não haveria evolução. Portanto, os fatores evolutivos são indispensáveis para sobrevivências das populações. Tabela 2: Distribuição genotípica na prole dos indivíduos heterozigotos (Aa x Aa) ♀ ♀ A(p) A (q) A (p) AA (p2) Aa (pq) a (q) Aa (pq) Aa (q2) Fonte: Elaborado pela autora (2020). Genética Humana 29 Determinação das frequências alélicas e genotípicas em populações em equilíbrio Genes codominantes Em uma população hipotética em equilíbrio, considere um determinado lócus autossômico codominante com dois alelos, A e a. Sendo as frequências alélicas são 0,8 e 0,2, respectivamente, para A e a. Então, as frequências genotípicas poderão ser calculadas. As combinações possíveis dos dois alelos em estudo são AA, Aa e aa. Esses três genótipos ocorrem com as seguintes frequências: Para alelos codominantes, as frequências alélicas podem ser calculadas: 1. Por contagem de alelos: Exemplo, analisemos uma população de 2 mil indivíduos, na qual a distribuição dos diferentes grupos sanguíneos (fenótipos) do sistema MN seja a seguinte: M=680 indivíduos (genótipo: MM); MN=950 indivíduos (genótipo: MN); N=370 indivíduos (genótipo: NN); Total =2.000 indivíduos. Considerando que cada indivíduo do grupo M possui 2 alelos M e cada indivíduo MN possui apenas um alelo M, a frequência p do alelo M, nesta amostra, é igual ao número de alelos M dividido pelo número total de alelos contidos na amostra, ou seja: Genética Humana30 Do mesmo modo, a frequência q do alelo N é obtida pela razão: número de indivíduos do grupo N x 2 + número de indivíduos MN dividido pelo número total de alelos contidos na amostra, ou seja: Assim, a frequência do alelo M=0,58 ou 58% e a do alelo N=0,42 ou 42%. 1. Pelas fórmulas das frequências genotípicas correspondentes: Dominância completa (quando não se conhece a frequência dos heterozigotos) EXEMPLO Preste atenção a esse exemplo! Em uma dada população em equilíbrio, a frequência de indivíduos sensíveis à feniltiocarbamida (PTC) é de 70% e a de insensíveis, 30%. Deseja-se saber qual é a frequência dos alelos A (sensibilidade) e a (insensibilidade). Nesse caso, ocorrem três classes genotípicas (AA, Aa e aa) e apenas duas classes fenotípicas (sensíveis e insensíveis), já́ que a sensibilidade gustativa ao PTC é dominante sobre a insensibilidade. Portanto, não se pode extrair a raiz quadrada Genética Humana 31 da frequência fenotípica dos sensíveis, pois ela engloba duas classes genotípicas (AA e Aa). Por isso, só́ se pode calcular, inicialmente, a frequência do alelo a, a partir da classe fenotípica dos insensíveis, que corresponde à frequência genotípica dos indivíduos homozigotos aa. Considerando-se: AA=p^2, Aa=2pq, aa=q^2, obtém-se a frequência q do alelo t extraindo-se a raiz quadrada da frequência genotípica: A frequência dos indivíduos AA será́: p2; a dos indivíduos heterozigotos Aa: 2pq ; e a dos indivíduos aa: q2. Equilíbrio de Hardy-Weinberg Existem processos com capacidade de alterar a constituição genética da população, por interferem no processo de herdabilidade dos alelos de uma geração para outra. Denominados processos sistemáticos (migração, a mutação e a seleção); e processo dispersivo (que surge em pequenas populações pelos efeitos de amostragem). O desiquilíbrio na frequência alélica provocado pela migração se deve: a taxa de migração (m) e diferença na frequência gênica que existir entre os imigrantes e os nativos. Já no caso da mutação, a taxa de mudança de frequências alélica existe, mais em geral são muito lentas, com taxas nos valores entre 10-4 e 10-8, por geração. A seleção é o processo mais eficiente para alterar o equilíbrio de Hardy-Weinberg; age sobre a distribuição dos alelos selecionados. Genética Humana32 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a genética de populações estuda as frequências alélicas, genotípicas e fenotípicas de uma população. Pelo estudo da genética de populações humanas, pode-se analisar aspectos das doenças hereditárias, efeitos disgênicos das radiações e dos produtos químicos (agentes mutagênicos), bem como os efeitos da medicina entre outros. A genética de populações tem importantes influências nas ciências da saúde, agricultura, zoologia entre outras. Em 1980, Hardy e Weinberg publicaram artigos independentes que descreviam a relação matemática entre as frequências alélicas e as frequências genotípicas; denominado princípiode Hardy-Weinberg. Se as frequências genotípicas (e consequentemente as alélicas) permanecessem em equilíbrio, não haveria evolução. Genética Humana 33 Estrutura dos ácidos nucleicos e replicação do DNA OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender como o DNA foi identificado, sua função como fonte de informação genética e a replicação. Vamos considerar sua estrutura química e biológica. O conceito de “chave genética” associado à molécula do DNA torna o seu estudo imprescindível, principalmente nas disciplinas das áreas biológicas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Estrutura dos ácidos nucleicos A vida é mantida pela diversidade genética entre os indivíduos, e as instruções de codificação para maioria dos organismos vivos via expressão dos ácidos nucleicos. Não compreendiam como as informações genéticas eram armazenadas e transmitidas. Contudo, mesmo antes da “elucidação” da estrutura do DNA, os pesquisadores reconheciam que, independentemente da natureza do material genético, ele tinha quatro características importantes: 1. O material genético tem necessariamente a capacidade de armazenar informações complexas em grande quantidade e através destas, codificar características e as funções de um organismo; 2. O material genético precisa se replicar de forma confiável. Uma vez que, todos nós começamos a partir de uma única célula fecundada, sofrendo bilhões de divisões celulares. Genética Humana34 Em cada divisão celular, o código genético deve ser transmitido para as células descendentes com grande precisão; 3. O material genético codifica o fenótipo. O produto de um gene é uma proteína ou uma molécula de RNA, e é essencial um mecanismo eficiente na leitura do DNA na transcrição. E eficácia no processo de tradução; 4. O material genético precisa possuir variabilidade genética, entre as mais comuns estão os Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNP). Estrutura química dos ácidos nucléicos Os conceitos da estrutura do DNA contribuíram para identificar os fatores da informação genética. Mendel identificou as regras básicas da hereditariedade em 1866, mas ele não tinha ideia da estrutura física da informação da hereditariedade. No início do século 20, Walter Sutton, seguidor de Mendel demonstrou que cromossomos obedecem a suas leis. A primeira evidência de que o DNA era o portador da informação da hereditariedade foi através dos experimentos (transformação) de Fred Griffith, em 1928, um médico inglês estudando a bactéria que causa pneumonia: Streptococcus pneumoniae. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos consulta e aprofundamento, no: Artigo: “As interpretações dos estudos de Avery, MacLeod e Maccarty sobre a natureza química do “fator transformante” em bactérias. Fonte: Disponível em: https://bit. ly/385Ud42. Acesso em: 22 out.2020. https://bit.ly/385Ud42 https://bit.ly/385Ud42 Genética Humana 35 A estrutura química dos ácidos nucleicos é simples e praticamente não varia entre as diferentes espécies; sendo constituídos de sequências de nucleotídeos. Cada nucleotídeo é formado por: uma base nitrogenada, que pode ser uma purina (adenina ou guanina) ou uma pirimidina (timina ou citosina, no DNA; uracila ou citosina, no RNA); Açúcar (pentose: desoxirribose, no DNA; e ribose, no RNA); e um grupo fosfato (PO4). O conjunto de base + açúcar (pentose) denomina-se nucleosídeo. Já, o nucleotídeo é o conjunto de base + açúcar + fosfato. A pentose (açúcar) e bases nitrogenadas diferenciam os ácidos nucleicos: DNA (ácido desoxirribonucleico), que contém desoxirribose, e RNA (ácido ribonucleico), que contém ribose. No RNA não há timina, e sim uracil. O grupo fosfato apresenta- se invariável, tanto no DNA quanto no RNA. O DNA encontra- se principalmente nos cromossomos, o RNA é encontrado no nucléolo (estrutura nuclear) e no citoplasma, havendo muito pouco nos cromossomos. Figura 2: Estrutura do DNA e RNA Fonte: @pixabay. https://pixabay.com/pt/illustrations/dna-biologia-ci%C3%AAncia-dna-h%C3%A9lice-163710/ Genética Humana36 Estrutura molecular Além das diferenças em sua composição química, o DNA e o RNA mostram diversidade quanto à sua estrutura molecular. REFLITA O DNA precisa de uma estrutura que seja ao mesmo tempo versátil, com toda a informação genética dos genes e, ao mesmo tempo, ser capaz de se reproduzir de forma que suas filhas recebam uma cópia idêntica e se dividam. Em 1953, J. D. Watson e F. C. Crick, com base em estudos de difração de raios X, propuseram um modelo para a estrutura molecular do DNA que responderam “os questionamentos” na época: 1. Molécula de DNA é uma longa fita ou fita de nucleotídeos, formando uma configuração semelhante à de uma escada de corda, enrolada de forma helicoidal; 2. Forma helicoidal (escada), o açúcar e o fosfato são os componentes verticais (corrimãos); e as bases nitrogenadas são os degraus, para que estes se formem, as ligações entre as bases são feitas por pontes de hidrogênio, sendo duplas entre as bases adenina e timina, e triplas entre guanina e citosina; 3. O modelo também propôs requer duas fitas polinucleotídicas antiparalelas, ou seja, posicionam em direções opostas: uma na direção 5’→3’ e a outra na direção 3’→5’. Genética Humana 37 Figura 3: Estrutura do DNA Fonte: @pixabay. Foi demonstrado que o DNA é formado por duas fitas polinucleotídicas que se dispõem em espiral em torno de um mesmo eixo imaginário, mas com polaridades opostas. Cada fita de DNA tem sua polaridade determinada pela orientação dos componentes açúcar e fosfato. Quando uma fita termina no átomo de carbono 5’ da molécula de desoxirribose, que constitui sua extremidade 5’, a fita oposta termina no carbono 3’ do açúcar, denominando-se extremidade 3. Assim, a extremidade 5’ de uma fita tem orientação oposta à extremidade 3’ da outra, daí a denominação de fitas “antiparalelas”. A estabilização da dupla- hélice é dada pela interação entre as bases complementares oponentes e as bases que vão se superpondo. O espaço ocupado por duas bases opostas é pequeno, o que obriga a associação, por meio de pontes de hidrogênio, entre uma base grande (púrica) e outra pequena (pirimídica); uma vez que; duas bases grandes não caberiam nesse espaço e duas pequenas não se aproximariam https://pixabay.com/pt/vectors/dna-h%C3%A9lice-c%C3%ADrculos-4043148/ Genética Humana38 o suficiente para interagir. Essas associações complementares ocorrem entre adenina e timina e entre guanina e citosina, por serem combinações mais estáveis. Portanto, as quantidades de bases púricas e pirimídicas são iguais, ou seja, A+G=C+T. Verifica-se, igualmente, que as quantidades de adenina e timina são equivalentes e o mesmo ocorre com a guanina e a citosina, tendo-se, assim: A=T e G=C. Diante desse contexto, ao considerar uma fita a ser descrita, com a seguinte composição: 5’-ATGCGTCAG-3’, sua fita complementar deverá ser 3’-TACGCAGTC-5’. IMPORTANTE A relação G+C/A+T é igual em todos os indivíduos da mesma espécie, mas varia de uma espécie para outra. A forma original da dupla-hélice do DNA, proposta no modelo de Watson e Crick, é denominada β-DNA, mas ainda existem outras formas (A-DNA e Z-DNA). A conformação que o DNA adota depende de vários fatores: nível de hidratação, sequência de DNA, direção e grau do super enrolamento, modificações químicas das bases, tipo e concentração de íons metálicos e presença de poliamidas em solução. Genética Humana 39 Figura 4: A forma original da dupla-hélice do DNA, proposta no modelo de Watson e Crick, é denominada β-DNA Fonte: @pixabay. O conceito de gene modificou-se ao longo do tempo; pode ser definido como o segmento de DNA que codifica uma cadeia polipeptídica ou RNA não codificadores (nRNA); constituídos de regiões que os antecedem (promotores); região codificadora (éxons); bem como sequências que não são traduzidas (íntrons), que se intercalam comos éxons. Replicação do DNA O conteúdo de DNA das células humanas constitui o que se denomina de genoma humano. Esse genoma subdivide-se em duas partes: o genoma nuclear, onde se encontra à maior parte da informação genética total, e o genoma mitocondrial, que corresponde à informação genética restante. O genoma humano nuclear apresenta em torno de 33% do conteúdo de DNA na forma de genes estruturais e sequências a associadas a eles. A maior parte (67%) está na forma de DNA extragênico. A replicação do DNA é o processo complexo e indispensável, pelo qual uma célula duplica seu DNA antes da divisão. https://pixabay.com/pt/illustrations/dna-dupla-h%C3%A9lice-modelo-sulco-menor-694798/ Genética Humana40 IMPORTANTE A replicação é semiconservativa: cada fita de DNA serve como molde para a síntese de uma nova molécula de DNA. A replicação do DNA ocorre ao mesmo tempo, em vários pontos da dupla fita do DNA, podendo ser uni ou bidirecional, no sentido 5’-3’. O ponto no qual ela se origina é chamado “forquilha de replicação ou origem de replicação ou ponto de crescimento”. O primeiro passo começa com a helicase rompendo as pontes de hidrogênio, mantendo junto um par de bases, em um sítio de iniciação. Outra enzima, conhecida como primase, usa nucleotídeos de RNA complementares para formar uma pequena sequência de RNA denominada “iniciador de RNA, desencadeador ou primer”, no início de cada segmento de DNA a ser duplicado. Esse iniciador de RNA é necessário, uma vez que o DNA-polimerase, o reconhece e começa a produção da nova fita de DNA. O iniciador de RNA é reconhecido pela DNA-polimerase, que então polimeriza os nucleotídeos complementares às bases da fita-molde de DNA. A nova fita de DNA alongando-se, à medida que se formam as ligações de hidrogênio entre as bases complementares. O iniciador de RNA é removido enzimaticamente, sendo substituído por bases complementares ao DNA. As ligações necessárias entre os nucleotídeos da nova fita de DNA são realizadas cataliticamente pelas ligases. Como as fitas parentais são antiparalelas, a replicação do DNA só́ pode prosseguir continuamente em uma das fitas, na direção 5’-3’, denominada fita de replicação continua. Ao longo da fita 3’- 5’, chamada fita de replicação descontínua, a Genética Humana 41 nova fita de DNA se forma por meio de pequenos segmentos de mil a 2 mil bases em procariotos e de 200 bases em eucariotos, denominados fragmentos de Okazaki, em homenagem ao seu descobridor. Na fita de replicação descontínua, é necessário uns pequenos segmentos de RNA como iniciadores ao longo dos fragmentos. A seguir, uma exonuclease remove o iniciador de RNA, o DNA é inserido nessa região pela DNA-polimerase I e, finalmente, os segmentos de DNA são unidos pela DNA-ligase. A enzima responsável pela síntese de DNA (DNA- polimerase III) é complexa, compreendendo diversas subunidades. Figura 5: Eucarioto Fonte: @pixabay. https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9lula-animal-biologia-eucariota-1608621/ Genética Humana42 Nos eucariotos, há diferentes enzimas para as fitas de replicação continuam e descontinuam. Durante a replicação, os erros são eliminados por um complexo mecanismo de reparo, onde as bases incorporadas erroneamente são removidas e substituídas pelas corretas. RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a informação genética de organismos eucariótica está armazenada no DNA. Assim, como o DNA, o ácido nucleico RNA são polímeros de unidades repetidas de nucleotídeos, as quais são compostas por quatro tipos de bases nitrogenadas (Adenina, guanina; citocina; timina (DNA) e Uracila (RNA). A replicação é semiconservativa, as fitas de DNA se separam e cada uma serve de molde para a síntese de uma nova fita. E que toda síntese de DNA é feita no sentido 5′-3′; por isso a replicação ocorre de maneira contínua em uma fita (a fita líder) e descontínua na outra (a fita tardia). Genética Humana 43 Genética e evolução OBJETIVO Ao término deste capítulo você poderá compreender a teoria evolutiva, postulada por Charles Darwin, por meio de dados coletados durante uma viagem de exploração por cinco anos. Quando Darwin postulou sua teoria, em 1859, não havia ideia alguma sobre genética. O conhecimento molecular reforça a ideia de que praticamente todas as espécies usam o mesmo código genético para a síntese de proteínas, assim, poderiam ter evoluído de um ancestral comum. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Teoria da evolução À medida que as mutações se acumulam no DNA ao longo de muitas gerações, ocorre efeitos significativos no fenótipo dos organismos. Em quase todas as espécies, ao menos parte da variação observável, tem base genética. Em meados do século 19, Charles Darwin e Alfred Wallace, ambos contemporâneos de Mendel, propuseram que as modificações genéticas tornam possível modificar a espécie, ou seja, evoluir com o tempo. Os pesquisadores de Darwin e Wallace revolucionaram os conceitos científicos da época. Eles introduziram uma nova perspectiva na Biologia, o conceito da existência de um parentesco entre todos os seres vivos em razão da descendência de um ancestral comum. Entretanto, quando essas ideias foram propostas, o trabalho de Mendel sobre hereditariedade ainda estava percurso e o novo ramo da ciência, a genética ainda não Genética Humana44 estava estabelecida. Na verdade, as pesquisas sobre evolução biológica foram estimuladas quando as descobertas de Mendel foram redescobertas no início do século XX, e seguiram um novo rumo quando, no fim do século, surgiram as técnicas de sequenciamento do DNA. Por meio das informações da genética mendeliana e de populações à seleção natural, com a contribuição de outras diversas ciências (botânica, citologia, embriologia, morfologia, paleontologia entre outras), resultou a teoria sintética da evolução, também denominada síntese moderna ou neodarwinismo, que propôs: “nas populações, as variações hereditárias, geradas de pequenas mutações, estão sob a ação da seleção natural, que modifica as frequências dos alelos nessas populações, conduzindo à maior adaptação dos seres vivos ao seu ambiente”. Além disso, segundo a teoria sintética, a seleção natural mais mutações; e outros fatores (variação no número e na estrutura dos cromossomos, recombinação genética, migração de grupos de indivíduos (ou fluxo gênico) e deriva genética) contribuem para a evolução. Na segunda metade do século XX, por meio dos avanços da genética molecular e expansão da genômica, trouxe modificações à teoria sintética. Além disso, no final da década de 1960, surgiu a teoria neutralista, formulada por Motoo Kimura, segundo a qual a maioria das substituições nucleotídicas que se tornam fixadas nas populações seriam neutras quanto à sua aptidão, mas a evolução por deriva genética na ausência de seleção natural seria possível. Um dos argumentos dessa teoria é que os polimorfismos genéticos que ocorrem não alteram a expressão da proteína. Essa teoria originou um debate entre neutralismo e selecionismo, ou seja, sobre a importância relativa da deriva genética e da seleção positiva (seleção que preserva mutações favoráveis) na evolução molecular. https://pt.wikipedia.org/wiki/Deriva_gen%C3%A9tica https://pt.wikipedia.org/wiki/Sele%C3%A7%C3%A3o_natural Genética Humana 45 EXPLICANDO DIFERENTE+++ Nas mutações neutras não ocorre perda ou alteração na função da proteína; na mutação sem sentido é uma mutação que gera um dos três códons de parada (UAA, UAG, UGA), mutação com alteração ou perda de sentido alteram a proteína, pois causam a substituição de um aminoácido na proteína em formação e a mutação silenciosa pelo fato do código degenerado, não alteram a sequência deaminoácidos produzida pelo gene modificado e sua função permanece a mesma. Na década de 1970, Niles Eldredge e Stephan Jay Gould, propuseram a teoria do equilíbrio pontuado, segundo a qual haveria períodos de rápida mudança morfológica (especiação), intercalados a períodos de estabilidade adaptativa (estase) o que desacordava com teoria da evolução por seleção natural em um aspecto. Darwin sugeria que as modificações morfológicas ocorreriam gradualmente. Estudos posteriores evidenciaram a existência de um padrão de especiação às vezes gradual, outras vezes pontual e ainda um terceiro padrão, caracterizado por gradualismo e estase. Portanto, a evolução não é composta por um único processo típico, mas vários modos de se processar ao longo do tempo. Teoria da evolução no século XXI Jablonka e Lamb, (2010) dividiam aspectos sobre a evolução em quatro dimensões: além do sistema genético que é a base da teoria sintética consideram o sistema epigenético (no qual a informação pode ser transmitida às células-filhas, sem envolver alteração nucleotídica do DNA, o sistema de herança comportamental e entre os seres humanos, o sistema de herança Genética Humana46 simbólica, especialmente a linguagem e outras formas de comunicação simbólica, como fornecedores de variações sobre as quais a seleção natural pode atuar. Por meio das técnicas de genética molecular podemos observar as semelhanças e as diferenças entre os materiais genéticos de diversos organismos; acompanhar a herança genética de marcas de DNA ao longo de processos históricos no tempo. Organismos com sequências de DNA muito semelhantes descendem de um ancestral comum recente, ao passo que organismos com sequências de DNA menos semelhantes têm um ancestral comum mais remoto. Portanto assim, consegue- se estabelecer as relações históricas entre os organismos. Essas relações são chamadas de árvore filogenética, ou estudo de filogenia, palavra derivada do grego que significa “a origem das tribos”; ferramenta importante do estudo da evolução (Figura 1). Figura 6: Árvore genealógica simplificada na filogenética molecular Fonte: @pexels. https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-analise-anonimo-biologia-3825527/ Genética Humana 47 Níveis de análise genética A evolução é um dos princípios fundamentais de toda a biologia. Theodosius Dobzhansky, um importante líder dos primórdios da genética evolutiva, declarou “nada na biologia faz sentido exceto sob a óptica da evolução”. A evolução é observada, diretamente, como por exemplo, na resistência aos pesticidas pelos insetos. A evolução é apoiada pelo registro fóssil, pela anatomia comparativa, pela embriologia, pela distribuição de plantas e animais (biogeografia) e pela genética molecular. A evolução biológica refere-se a mudança genética que ocorre em um grupo de organismos. Dois fatores devem ser enfatizados: há uma mudança genética; e a evolução ocorre em grupos de organismos; o que evolui é o pool de genes comum a um grupo de organismos. Além disso, pode ser compreendida como um processo de duas etapas. Primeiro: surge a variação genética, originada no processo de mutação, que produz novos alelos e na recombinação, que mistura os alelos em novas combinações. Esses dois processos são aleatórios e produzem variação genética de forma contínua, independente da necessidade da evolução. A segunda etapa no processo de evolução é o aumento e a redução das frequências das variantes genéticas. Podemos diferenciar entre dois tipos de evolução que ocorrem em um grupo de organismos conectados pela reprodução. A anagênese refere-se à evolução que ocorre em um único grupo (uma linhagem) com o passar do tempo. Outro tipo de evolução é a cladogênese, a divisão de uma linhagem em duas. Quando uma linhagem se divide, os dois ramos não têm mais um pool de genes em comum e evoluem independentemente um do outro. Novas espécies surgem a partir da cladogênese. Genética Humana48 Construção das árvores filogenéticas SAIBA MAIS A única figura no livro de Darwin, The Origin of Species, mostrou como ele imaginava as espécies se ramificando, tendo um antepassado comum relativamente recente e que tiveram tempo limitado para divergirem umas das outras. O que poderia explicar as semelhanças entre os genomas de diferentes organismos. O número de árvores com raiz possíveis para um grupo de organismos é: N é igual ao número de organismos incluídos na filogenia e o símbolo != representa o fatorial, o produto de todos os integrantes de N a 1. Como o número de organismos na filogenia aumenta, consideravelmente, o número de árvores com raiz possíveis se torna astronômico. Evidentemente, é impossível escolher a melhor árvore ao comparar todas as possibilidades. Entretanto existem várias abordagens diferentes para deduzir as relações evolutivas e construir as árvores filogenéticas. Na abordagem por distância, as relações evolutivas são deduzidas com base no grau geral de similaridade entre os organismos. Características fenotípicas diferentes ou sequências de genes são examinadas e os organismos são agrupados com base na sua similaridade geral. Uma segunda abordagem, chamada abordagem da máxima parcimônia, deduz as relações filogenéticas com base no menor número de mudanças evolutivas que devem ter ocorrido desde que os organismos tiveram pela última vez um ancestral em comum. Genética Humana 49 Uma terceira abordagem, chamada de máxima verossimillhança e métodos bayesianos, nesta abordagem, uma filogenia com maior probabilidade de produzir as características observadas nos organismos estudados é preferida em relação à filogenia com menor probabilidade. Evolução no Brasil No Brasil, foi demonstrada a presença dos humanos na floresta amazônica desde 11,3 mil anos atrás, mediante estudos de um sítio arqueológico em Monte Alegre (Pará). Em Minas Gerais (nas localidades de Lapa do Boquête, Vale do Peruaçu, e Lapa Vermelha e Santana do Riacho, Lagoa Santa) e no Piauí́ (no Boqueirão da Pedra Furada, São Raimundo Nonato) foram encontradas evidências remotas, anteriores a 10 mil anos. Datações feitas a partir de carvões originados de fogueiras e pedras lascadas indicam uma ocupação humana que remonta a 60 mil anos. No entanto, entre os arqueólogos, existem divergências. A entrada das populações migrantes no continente americano provavelmente ocorreu pelo estreito de Bering, vindos da Mongólia ou da Sibéria, em uma ou mais rotas de migração terrestres, interiores, costeiras ou marítimas. Pesquisadores, com base em resultados de estudos do DNA mitocondrial, sugere uma entrada única no continente, em torno de 16 mil a 20 mil anos atrás. Os estudos de DNA que investigam genomas de humanos atuais e hominíneos do passado indicam que a espécie Homo sapiens passou por uma ampla mistura genética desde sua formação e que seu índice evolutivo aumentou. Em várias partes do mundo, as etnias humanas vêm-se tornando cada vez menos distintas. Os grupos humanos que viviam em locais diferentes mantiveram contatos suficientes para evitar que evoluíssem para uma espécie separada. Com a inexistência de barreiras geográficas, reprodutivas e sociais, seria de se supor que o tempo da evolução estivesse esgotado. No entanto, isso não acontece. Por meio do projeto HapMap, sabe-se que cerca de 7% dos genes humanos sofreram evolução relativamente recente, em torno de 5 mil anos atrás. Genética Humana50 IMPORTANTE Novos genes podem evoluir através da duplicação de éxons, embaralhamento de éxons, duplicação de genes e duplicação de genomas inteiros. Os genes podem ser transmitidos entre organismos distantes pela transferência horizontal de genes. O conceito de que a raça humana é “um grupo de indivíduos de uma espécie que se distinguem pelas diferentes frequências alélicas”, já não está completo. Uma vez que, barreiras geográficas, reprodutivas, políticas e culturais são praticamente inexistentes; o que proporciona maior fluxogênico entre as populações. O âmbito de variação genética entre duas populações é apenas ligeiramente distinto do observado entre indivíduos da mesma população. Nesse sentido, os estudos de polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) e de sequências Alu, bem como o rastreamento do DNA mitocondrial, abrem caminhos para o conhecimento das relações entre as variações genéticas e seus efeitos bons ou nocivos sobre a vida humana; e contribuem significativamente para o conhecimento de sua evolução. Uma área relativamente nova da genética dedica-se ao estudo da evolução e do desenvolvimento, sendo chamada, abreviadamente, evodevo. DICA Devido ao fato de que as espécies praticamente usam o mesmo código genético para a síntese de proteínas é um argumento considerável para uma ancestralidade comum. Genética Humana 51 EXPLICANDO DIFERENTE+++ A evolução é a mudança genética que ocorre em um grupo de organismos. É um processo de duas etapas: (1) surge a variação genética e (2) ocorre mudança na frequência dos alelos. As técnicas moleculares oferecem várias vantagens para o estudo da evolução. A variação na sequência de DNA pode ser analisada por meio de polimorfismos de comprimento do fragmento de restrição, microssatélites e dados de sequenciamento direto. Uma espécie pode ser definida como um grupo de organismos capazes de cruzar um com outro e estão isolados do ponto de vista reprodutivo deles de outra espécie. A especiação alopátrica surge quando uma barreira geográfica evita o fluxo gênico entre duas populações. Com o passar do tempo, as duas populações adquirem diferenças genéticas que podem levar a mecanismos de isolamento reprodutivo. A especiação simpátrica surge quando o isolamento reprodutivo existe na ausência de barreira geográfica. Ela pode surgir sob circunstâncias especiais. As relações evolutivas (uma filogenia) podem ser representadas por uma árvore filogenética, composta por nós que representam organismos e ramos que representam suas conexões evolutivas. As abordagens para construir as árvores filogenéticas incluem a abordagem por distância, a abordagem da máxima parcimônia e a abordagem da máxima verossimilhança e métodos bayesianos. Genética Humana52 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a evolução é a mudança genética que ocorre em um grupo de organismos. É um processo de duas etapas: primeiro surge a variação genética e depois ocorre mudança na frequência das variantes genéticas. Os métodos moleculares oferecem várias vantagens para o estudo da evolução. E a evolução do genoma ocorre devido a duplicação e embaralhamento de éxons, duplicação dos genes para formar famílias de genes, duplicação do genoma inteiro e transferência horizontal de genes entre organismo. Genética Humana 53 REFERÊNCIAS BEIGUELMAN, Bernardo. Genética de Populações Humanas. Ribeirão Preto: SBG, 2008. 235p. Disponível em: https://bit. ly/363YROv. Acesso em: 20 out. 2020. HARTL DL, Clark AG. Princípios de genética de populações. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 2010. JABLONKA E, LAMB MJ. Evolução em quatro dimensões: DNA, comportamento e a história da vida. São Paulo: Companhia das Letras; 2010. LODISH, H. et al. Biologia celular e molecular. 7. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: Artmed, 2014. PIERCE, B. A. Genética: um enfoque conceitual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. ISBN: 978-1-4641-0946-1. STRACHAN, T.; Read, A. Genética Molecular Humana. 4aEd. Porto Alegre: Artmed Editora LTDA. 2013. SNUSTAD, D. Peter; Simmons, M. J. Fundamentos de genética. 6. ed.-Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. https://bit.ly/363YROv https://bit.ly/363YROv 9 UNIDADE 02 Genética Humana LIVRO DIDÁTICO DIGITAL SUMÁRIO Célula e cromossomos.........................................................12 Células .............................................................................. 12 Células Eucarióticas ............................................... 13 Morfologia e classificação dos cromossomos .................... 16 Cromossomo na interfase ...................................... 19 Cromossomo metafásicos ....................................... 22 Técnicas para o estudo dos cromossomos humanos ........... 22 Mitose e Meiose ...................................................................27 Ciclo Celular ..................................................................... 28 Controle do ciclo celular ........................................ 30 Mitose ............................................................................... 31 Prófase ................................................................... 32 Metáfase ................................................................. 32 Meiose .............................................................................. 33 Meiose I ....................................................... 34 Prófase I ....................................................... 34 Zigóteno ....................................................... 34 Paquíteno ..................................................... 35 Diplóteno ..................................................... 36 Diacinese ..................................................... 37 Anáfase I ...................................................... 37 Telófase I .................................................... 38 Meiose II ................................................................ 38 Prófase II ..................................................... 38 Metáfase II ................................................... 38 Anáfase II .................................................... 39 Telófase II .................................................... 39 Gametogênese ................................................................... 39 Variação no Número, na Estrutura dos Cromossomos e Anomalias ...........................................................................41 Morfologia e classificação dos cromossomos .................... 41 Notação cromossômica ..................................................... 43 Alterações Numéricas ....................................................... 45 Alterações estruturais ........................................................ 46 Consequências clínicas ..................................................... 48 Herança Monogênica ..........................................................50 Conceitos gerais ................................................................ 50 Construção de genealogias ................................................ 53 Tipos de herança ............................................................... 53 Herança autossômica .............................................. 54 Herança autossômica dominante .................. 54 Herança autossômica recessiva .................... 55 Herança ligada ao sexo ..................................................... 56 Exemplos de doenças recessivas ligadas ao sexo .... 57 Herança dominante ligada ao sexo .................................... 58 Exemplos de doenças dominantes ligadas ao X ...... 59 Tipos especiais de herança monogênica ............................ 59 Alelos múltiplos ..................................................... 59 Codominância ......................................................... 60 Herança mitocondrial ............................................. 60 Genética Humana10 Você sabia que a célula é a base de toda vida? Cada célula é um conjunto complexo de moléculas capaz de adquirir substâncias, obter e armazenar energia e pôr em prática diversas atividades, entre elas a reprodução. Os cromossomos possuem duas funções fundamentais: a transmissão confiável e a expressão da informação genética. Na mitose, uma célula se divide para dar origem a duas células-filhas, cada uma com o mesmo númeroe com os mesmos tipos de cromossomos da célula original. Já, a meiose é uma forma especializada de divisão celular que ocorre em determinadas células dos testículos e dos ovários para produzir espermatozoides e ovócitos secundários haploides. Os principais agentes mutagênicos físicos são as radiações ionizantes e as radiações ultravioleta. As alterações cromossômicas podem ser classificadas em dois grandes grupos: numéricas e estruturais. As alterações numéricas correspondem à perda ou ao acréscimo de um ou mais cromossomos e podem ser de dois tipos: euploidias e aneuploidias. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Genética Humana 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS Interpretar a complexidade da célula eucariótica. Estudar a divisão celular. Identificar número, estrutura e as anomalias cromossômicas. Identificar os diferentes tipos de herança monogênica. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! 1 2 3 4 Genética Humana12 Célula e cromossomos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender a complexidade de uma célula, sua morfologia a classificação e estrutura de seus cromossomos. Detalhes sobre herança monogênica, ligada ao sexo e holândrica. Aqui, os alunos poderão compreender o tema desta unidade, “Estrutura e Função dos cromossomos”, de forma simples. E então? Motivado para desenvolver este desafio? Então vamos lá. Avante. Células No início do século 19, antes dos experimentos de Gregor Mendel com ervilhas, os biólogos observaram, o que se chamou de célula. Cada célula é um conjunto complexo de moléculas capaz de trocar substâncias, obter e armazenar energia e realizar diferentes atividades, entre elas se replicarem. SAIBA MAIS As formas de vida mais simples, os vírus, não são constituídos de células, mas só exercem sua função dentro das células. As células vivas são constituídas de diferentes tipos de moléculas; sendo a mais abundante, a água. Moléculas pequenas, como sais, açúcares, aminoácidos e algumas vitaminas, (e Genética Humana 13 algumas moléculas maiores) dissolvem-se com facilidade na água, assim todas essas substâncias que possuem essa interação com a água são denominadas hidrofílicas. E já as moléculas que não interagem com água, são denominadas hidrofóbicas. O interior de uma célula é denominado citoplasma. As moléculas que constituem as células têm estrutura e função variadas. Amido é um carboidrato constituído principalmente de glicose com ligações glicosídicas, armazenam energia química para as atividades celulares. Já os lipídios ou gorduras são moléculas orgânicas insolúveis em água e solúveis em certas substâncias orgânicas, tais como álcool, éter e acetona. Sendo importantes constituintes de muitas estruturas nas células, fonte de energia, isolante térmico, auxilio na absorção das vitaminas A, D, E e K (lipossolúveis) entre outros. As proteínas são as moléculas mais diversificadas nas células. Cada proteína é constituída de um ou mais polipeptídios, que são cadeias de aminoácidos. As proteínas estão presentes em todos os seres vivos e estão envolvidas nos processos e funções celulares, replicação do DNA, a resposta a estímulos e o transporte de moléculas. Muitas proteínas são enzimas que catalisam reações bioquímicas vitais para o metabolismo. As células são envolvidas por uma camada fina, a membrana, os principais elementos são lipídios e proteínas. Também existem membranas dentro das células, denominadas organelas. As paredes e as membranas celulares separam o conteúdo celular do ambiente externo, além disso, as membranas celulares interagem com substâncias desse meio. Essa interação fornece à célula informações vitais sobre as condições do ambiente, além do feedback das atividades celulares. Células Eucarióticas As células eucarióticas são, em geral, pelo menos dez vezes maiores que as células procarióticas e têm sistemas complexos https://www.todamateria.com.br/vitaminas/ Genética Humana14 de membranas internas, alguns dos quais estão associados a organelas visíveis e bem organizadas. A mitocôndria é uma dessas organelas, cuja função é produzir a maior parte da energia das células, usando o processo de respiração celular. Já as células de algas e vegetais contêm outro tipo de organela, o cloroplasto, que capta a energia solar e a converte em energia química. Tanto as mitocôndrias quanto os cloroplastos são delimitados por membranas. Figura 1: Célula eucariótica Fonte: @pixabay. Todas as células eucarióticas possuem núcleo delimitado por membrana) e organizado em estruturas denominadas cromossomos. Os cromossomos são visíveis individualmente durante a divisão celular (metáfase), quando estão condensados e espiralados. https://pixabay.com/pt/illustrations/c%C3%A9lula-animal-biologia-eucariota-1608621/ Genética Humana 15 SAIBA MAIS Parte do DNA de uma célula se encontra em mitocôndrias ou cloroplastos. O DNA é mais resistente à degradação, do que as demais moléculas orgânicas. Um pequeno número de moléculas de células é suficiente para obter DNA; e multiplicá-lo por técnicas moleculares. Os rRNA e tRNA participam da produção da proteína. Eles estão frequentemente associados a um sistema de membranas, o retículo endoplasmático. O retículo pode estar conectado ao complexo de Golgi, um conjunto de bolsas e vesículas membranáceas que participam da modificação química e do transporte de substâncias dentro das células. Outras organelas pequenas, delimitadas por membrana, também podem ser encontradas em células eucarióticas como os lisossomos produzidos pelo complexo de Golgi que contêm diferentes tipos de enzimas digestivas, e os peroxissomos associados ao metabolismo de substâncias como gorduras e aminoácidos. Os formatos e as atividades das células eucarióticas são influenciados por um sistema de filamentos, fibras e moléculas associadas que, em conjunto, constituem o citoesqueleto, que é responsável pela motilidade e deslocamento de substâncias para locais específicos nas células. Já aprendemos sobre a estrutura do DNA na Unidade I, a próxima etapa envolve os cromossomos, que são estruturas que compactam o material genético. Essa característica é importante, pois permite que a longa molécula de DNA fique contida em um pequeno espaço, aspecto importante tanto para replicação quanto para transcrição. Genética Humana16 Morfologia e classificação dos cromossomos Os cromossomos são estruturas localizadas no interior do núcleo das células; onde se localizam os genes. A maioria dos eucariotos não só possui maior quantidade de DNA em relação aos procariotos, como esse DNA está compactado em vários cromossomos, e cada cromossomo está presente em duas cópias (diploides) ou mais (poliploides). O conteúdo de cromossomos e DNA das células é definido pelo número (n) de cromossomos diferentes, pelo conjunto cromossômico e pelo conteúdo de DNA associado (C). Para células humanas o conteúdo de DNA associado é cerca de 3,5 pg. O número normal de cromossomos humanos é 46, ou 23 pares. Desses cromossomos, 44 (ou 22 pares) são homólogos nos dois sexos e são chamados de autossomos. Os dois restantes são os cromossomos sexuais, que são homólogos na mulher (XX) e diferentes no homem (XY). Esses cromossomos contêm os genes responsáveis pela determinação do sexo. O X e o Y apresentam apenas algumas regiões homólogas. Para observação do comportamento dos cromossomos, existem duas fases do ciclo celularmais adequados: a interfase e a metáfase. Quanto à sua forma, os cromossomos metafásicos são constituídos por duas cromátides unidas pelo centrômero (constrição primária). O centrômero divide as cromátides em braços cromossômicos, sendo denominados p, os braços curtos ou superiores ao posicionamentodo centrômero. E de q, os braços longos ou inferiores. As extremidades dos braços cromossômicos são denominadas telômeros. Genética Humana 17 Figura 2: Cromátides em braços cromossômicos Braços curto e longo de um cromossomo Centrômetro P Curto Q Longo Fonte: @commons. É o centrômero que determina a classificação dos cromossomos humanos em três tipos: metacêntricos, quando o centrômero é central ou mediano e divide o cromossomo em dois braços iguais; submetacêntricos, quando o centrômero está um pouco distante do centro, dividindo o cromossomo em braços ligeiramente desiguais; e acrocêntricos, quando o centrômero está mais próximo de uma das extremidades do cromossomo, dividindo-o em dois braços completamente desiguais. Os cromossomos acrocêntricos podem possuir uma constrição secundária no braço curto (p) em consequência a esse estreitamento, sua extremidade apresenta-se quase https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CromossomoBracos.png Genética Humana18 separada do restante do cromossomo, mostrando uma forma arredondada, denominada satélite, constituída também de cromatina. As constrições secundárias são responsáveis pela produção de nucléolos, razão pela qual são denominadas regiões organizadoras nucleolares. SAIBA MAIS No cromossomo X, foram conservados vários genes originalmente presentes e suas características estruturais, ao contrário do cromossomo Y, que conservou poucos genes (menos de uma centena), reduzindo o seu tamanho. A função genética do Y é associada basicamente na indução do desenvolvimento masculino no início da fase embrionária e na manutenção da espermatogênese. Os cromossomos X e Y, devido à sua origem evolutiva comum, contêm segmentos de DNA homólogos em ambas as extremidades, principalmente nos braços curtos proximais de ambos, denominadas regiões pseudo-autossômicas. Genética Humana 19 Cromossomo na interfase Na interfase, o material genético apresenta-se como filamentos emaranhados e densamente corados, formando a cromatina, uma desoxirribonucleoproteína formada de partes iguais de ácido desoxirribonucleico (DNA) e proteínas histônicas (ricas em arginina e lisina) e não histônicas (proteínas ácidas). EXPLICANDO DIFERENTE+++ Estudos evidenciam que as fibras de cromatinas estão formadas por um eixo de histonas, não necessariamente contínuo, em torno do qual se enrola uma molécula contínua de DNA. Ao microscópio eletrônico, essa estrutura mostra-se, na interfase, uma imagem semelhante à de um colar de contas: cada “conta” está constituída por uma partícula central (core) formada por quatro tipos diferentes de moléculas de histona. O DNA, então, enrola-se em torno dessa partícula central, formando o nucleossomo, que é a subunidade básica da estrutural da cromatina. São conhecidas cinco classes de histonas: duas histonas de cada classe (H2A, H2B, H3 e H4) agregam-se para formar um nucleossoma, juntamente com DNA. A histona H1 é necessária para que os complexos histona-DNA formem uma fibra de 30 nm de espessura, enrolando assim o DNA de uma forma ainda mais eficaz. Cada nucleossomo está formado por uma partícula central de histona envolvida por uma espiral de DNA, cujo comprimento corresponde a uma volta e 3⁄4 de volta, abrangendo cerca de 140 pares de bases. Os nucleossomos estão unidos entre si por segmentos de DNA, chamados DNA de ligação e formados por 15 a cem pares de bases; esse DNA de ligação está associado à quinta histona, H1 (Figura 3). Genética Humana20 Figura 3: Fases de compactação do DNA DNA dupla hélice DNA hélice Nucleossomos Cromação Cromossomo Fonte: @freepik. As histonas que compõem o core são essenciais para o empacotamento do DNA. Além do enrolamento primário da dupla-hélice do DNA, há um enrolamento secundário ao redor das histonas (constituindo os nucleossomos) e um enrolamento terciário dos nucleossomos para formar as fibras de cromatina que compõem alças em uma estrutura de proteínas ácidas não histônicas. Portanto, essas proteínas não histônicas também fazem parte da estrutura do cromossomo, sendo sua função contribuir para a conformação estrutural do cromossomo e/ou para a regulação gênica. Genética Humana 21 DICA Quando a cromatina é isolada dos núcleos interfásicos, não é possível reconhecer os cromossomos individuais. Em vez disso, observa-se um aglomerado irregular de nucleoproteína (heterocromatina). A cromatina pode apresentar-se sob dois aspectos. A eucromatina, que constitui a maior parte do cromossomo, apresenta fibras menos condensadas e coloração uniforme durante a interfase. A heterocromatina corresponde a regiões cromossômicas mais densamente espiralizadas e, por isso, são coradas com mais intensidade. IMPORTANTE Há uma correlação entre a condição estrutural do material genético e sua atividade transicional, durante a divisão, quando o DNA está́ compactado em cromossomos visíveis, não há transcrição. Por outro lado, quando ele está́ desespiralizado, há transcrição. A heterocromatina pode ser constitutiva ou facultativa. A constitutiva consiste em regiões especiais que normalmente não são expressas e correspondem a regiões de DNA altamente repetitivo. A heterocromatina facultativa resulta da inativação de cromossomos inteiros de uma linhagem celular, embora eles possam expressar-se em determinadas circunstâncias, como é o Genética Humana22 caso de um dos cromossomos X da fêmea dos mamíferos, que é geneticamente inativo. Cromossomo metafásicos Os cromossomos só́ podem ser visualizados individualmente durante a fase de metáfase na divisão celular. Essa é a melhor fase para a visualização dos cromossomos, que estão condensados ao máximo. Nessa fase, apresentam- se formados por dois filamentos, as cromátides, unidas pelo centrômero ou constrição primária. A citogenética como ciência, trouxe grande contribuição não só́ para os estudos das doenças humanas, como também para estudos das populações, sua origem e evolução. Estima-se que em torno de 20 mil anormalidades cromossômicas tenham sido registradas em bancos de dados laboratoriais. DICA O conjunto cromossômico característico da espécie é denominado cariótipo. A ordenação dos cromossomos de um cariótipo segundo a classificação padrão (de acordo com o tamanho do cromossomo e a posição do centrômero em cada par) é denominada cariograma ou idiograma. Técnicas para o estudo dos cromossomos humanos O momento ideal para estudar os cromossomos humanos é durante a metáfase da divisão mitótica, pois nessa fase que os cromossomos se apresentam espiralizados ao máximo. Por Genética Humana 23 isso, devem ser utilizados tecidos com alta taxa de multiplicação celular (alto índice mitótico) para estudos. A técnica mais usada para estudo de cariótipo humano é o cultivo de linfócitos de sangue circulante periférico, essa técnica tem a vantagem de oferecer grande número de metáfases em apenas três dias e de eliminar a necessidade de biópsias, como no cultivo de fibroblastos. O cultivo de linfócitos emprega-se um agente mitogênico, como a fitohemaglutinina, que estimula a atividade mitótica e tem ação aglutinante sobre as hemácias. Existem basicamente duas técnicas para cultivo de linfócitos humanos: a macrotécnica e a microtécnica. A diferença entre elas, é que na primeira coleta-se um volume maior de sangue (5 ml) e as hemácias são excluídas por sedimentação, enquanto na microtécnica o volume de sangue é menor (0,2 ml) e trabalha-se com o sangue total (utilizada para análise cariotípica de recém- nascidos). Os principais procedimentos utilizados em laboratórios clínicos e de pesquisa são as técnicas de bandeamento cromossômico. Bandas Q.: Os cromossomos submetidos a esse tratamento apresentam faixas ou bandas com diferentes intensidades de fluorescência, sendo tal padrão característico e constante para cada par cromossômico. Tais faixas ou bandas foram designadas de bandas Q (de quinacrina). Essa técnica apresenta uma vantagem
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