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Indaial – 2022
Patrimonial
Prof.ª Marcela Gimenes Bera Oshita
Prof.ª Thauane Lima de Souza
1a Edição
Segurança
Elaboração:
Prof.ª Marcela Gimenes Bera Oshita
Prof.ª Thauane Lima de Souza
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
O82s
 Oshita, Marcela Gimenes Bera
 Segurança patrimonial. / Marcela Gimenes Bera Oshita; Thauane 
Lima de Souza. – Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 151 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0485-7
1. Bens móveis e imóveis – Brasil. I. Souza, Thauane Lima de. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 340
Olá, acadêmico! Bem-vindo ao Livro Didático Segurança patrimonial!
A segurança é um tema de interesse de todos, pois a proteção individual garante 
a manutenção da vida em sociedade. Nesse contexto, a segurança patrimonial visa 
garantir a integridade dos bens móveis e imóveis, buscando prevenir eventuais danos, 
além de detectar e corrigir caso esses danos ocorram no patrimônio. O profissional 
qualificado deverá conhecer sobre os tipos de bens, garantindo, dessa forma, uma 
correta prevenção e adaptação para cada tipo de particularidade que a empresa possua. 
Neste material, você vai conhecer sobre os principais aspectos do profissional 
vigilante, entendendo sobre a forma de executar as atividades profissionais, visando a 
prevenção, controle e guarda dos vários tipos de bens da empresa. 
 
Na Unidade 1, será abordado o conceito de segurança patrimonial, trazendo as 
definições sobre o patrimônio, além de demonstrar como o Código Penal Brasileiro trata 
a segurança patrimonial, e apresentar as diferenças entre portaria e vigilância, além de 
descrever os direitos e deveres do profissional.
 
Em seguida, na Unidade 2, você estudará sobre a segurança privada, os 
princípios básicos que norteiam a profissão, as legislações específicas sobre o tema, 
além de tratar sobre inteligência e contrainteligência.
 
Por fim, na Unidade 3, você irá aprender sobre a proteção perimetral, as armas 
letais e não letais, os procedimentos de proteção, as técnicas de portaria, bem como 
sobre os procedimentos de iluminação e energia na segurança perimetral.
 
Bons estudos!
 
Prof.ª Marcela Gimenes Bera Oshita
Prof.ª Thauane Lima de Souza
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - SEGURANÇA PATRIMONIAL ..............................................................1
TÓPICO 1 - O CONCEITO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL EMPRESARIAL .......... 3
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2 O QUE É PATRIMÔNIO? ........................................................................................ 3
2.1 O HISTÓRICO DA SEGURANÇA PATRIMONIAL ............................................................. 4
2.2 CLASSIFICAÇÕES DE PATRIMÔNIO ................................................................................5
3 O CONCEITO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ....................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 13
TÓPICO 2 - DIREITO PENAL E A SEGURANÇA PATRIMONIAL ............................ 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15
2 O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ......................................................................... 15
2.1 CÓDIGO PENAL BRASILEIRO E OS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ....................18
2.1.1 Tipos de crimes contra o patrimônio ....................................................................20
3 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA AO PATRIMÔNIO: ESTUDO DE CASO .......22
3.1 ESTUDO DE CASO .............................................................................................................. 23
3.1.1 Resolução do estudo de caso ................................................................................ 23
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................26
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 27
TÓPICO 3 - CONTROLE DA ENTRADA/SAÍDA DE PESSOAS/VEÍCULOS ...........29
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................29
2 MÉTODOS DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA ............................................29
3 PORTARIA E VIGILÂNCIA................................................................................... 31
3.1 VIGILÂNCIA ARMADA LETAL E NÃO LETAL ................................................................. 32
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 37
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................45
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 47
UNIDADE 2 — SEGURANÇA PRIVADA ..................................................................49
TÓPICO 1 — A GESTÃO DA SEGURANÇA PRIVADA .............................................. 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 51
2 SEGURANÇA PRIVADA VERSUS SEGURANÇA PÚBLICA ................................ 51
2.1 AS ESPÉCIES DE SEGURANÇA PRIVADA .................................................................... 52
3 O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DA SEGURANÇA PRIVADA ...........................56
3.1 O PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA ............................................................................ 59
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................63
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................64
TÓPICO 2 - A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO SEGMENTO ................................... 67
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 67
2 O HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO DA SEGURANÇA PRIVADA ............................ 67
2.1 AS PORTARIAS DA POLÍCIA FEDERAL .......................................................................... 70
3 OS PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA 
PATRIMONIAL ........................................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................... 76
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 77
TÓPICO 3 - A INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA ..................................... 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 79
2 O CONCEITO DE INTELIGÊNCIA E CONTRAINTELIGÊNCIA ............................. 79
3 A SEGURANÇA PRIVADA E INTELIGÊNCIA ......................................................83
3.1 ESTUDO DE CASO ..............................................................................................................83
3.1.1 Resolução do estudo de caso ................................................................................83
LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................86
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................92
REFERÊNCIAS .......................................................................................................95
UNIDADE 3 — PROTEÇÃO PERIMETRAL .............................................................. 97
TÓPICO 1 — ARMAS LETAIS E NÃO LETAIS ..........................................................99
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................99
2 ARMAS LETAIS E NÃO LETAIS ..........................................................................99
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 107
AUTOATIVIDADE .................................................................................................108
TÓPICO 2 - PROTEÇÃO PERIMETRAL ................................................................. 111
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 111
2 PROTEÇÃO PERIMETRAL ................................................................................. 111
2.1 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA PATRIMONIAL ......................................................... 116
2.1.1 Cerca elétrica ............................................................................................................. 116
2.1.2 Câmeras de segurança ...........................................................................................117
2.1.3 Alarmes ......................................................................................................................117
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 121
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 122
TÓPICO 3 - TÉCNICAS DE PORTARIA ................................................................ 125
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 125
2 TÉCNICAS DE PORTARIA ................................................................................. 125
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 129
TÓPICO 4 - ILUMINAÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA NA SEGURANCA 
PERIMETRAL ........................................................................................................131
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................131
2 IMPORTÂNCIA DA ILUMINAÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA NA SEGURANÇA 
PERIMETRAL ........................................................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 139
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................140
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 141
REFERÊNCIAS .....................................................................................................143
1
UNIDADE 1 -
SEGURANÇA 
PATRIMONIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender o que é e o que não é a segurança patrimonial;
• identifi car os elementos chaves de um plano de segurança patrimonial;
• realizar o controle de acesso efi ciente de pessoas e veículos em locais protegidos;
• conhecer e compreender os aspectos técnicos da segurança patrimonial armada.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O CONCEITO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL EMPRESARIAL
TÓPICO 2 – DIREITO PENAL E A SEGURANÇA PATRIMONIAL
TÓPICO 3 – CONTROLE DA ENTRADA/SAÍDA DE PESSOAS/VEÍCULOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
O CONCEITO DE SEGURANÇA 
PATRIMONIAL EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO 
 A Constituição Federal Brasileira de 1988 apresenta o termo “segurança” como 
um direito fundamental individual e coletivo do cidadão brasileiro ou residente no país, 
assegurada pelo próprio Estado. A Declaração Universal de Direitos Humanos também 
apresenta a segurança como um direito e como uma meta que deve ser alcançadapor 
todos os países (BRASIL, 1988).
A segurança é identificada de várias formas, e pode ser relacionada à segurança 
pessoal, pública e patrimonial. A segurança pessoal é aquela que está relacionada à 
sensação do indivíduo de exercer seus direitos constitucionais, de poder transitar nas 
vias públicas, de ter o seu imóvel inviolável, de poder passear com seu veículo etc. A 
segurança pública é aquela em que o Estado exerce o controle sobre a ordem pública, 
por meio da polícia, com objetivo de prevenir os delitos. Já a segurança patrimonial diz 
respeito à segurança dos bens do indivíduo.
Com o crescimento populacional, as desigualdades sociais e a situação de 
superlotação nos presídios, observa-se um crescimento na violência, principalmente 
nos grandes centros urbanos. Com isso, a preocupação em proteger o patrimônio, 
seja ele individual, empresarial e até mesmo o patrimônio público, passou a ser uma 
constante de toda a população.
Neste tópico, você terá a oportunidade de conhecer os conceitos fundamentais 
relacionados à segurança patrimonial. Também irá aprender a diferenciar esse tipo de 
segurança, além de conhecer suas principais características. Ademais, você conhecerá 
os diversos tipos de bens e suas principais particularidades.
2 O QUE É PATRIMÔNIO?
O patrimônio, tanto no âmbito legal como econômico, é definido como um 
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Assim, 
é possível afirmar que patrimônios são todos os bens que uma empresa ou que um 
indivíduo possui, como por exemplo, os imóveis, veículos ou até mesmo as obrigações, 
como as duplicatas a pagar a um fornecedor, impostos, despesas de aluguel etc. 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
A segurança, por atender as necessidades básicas do ser humano, é um 
direito que está relacionado diretamente com a dignidade da pessoa 
humana, sendo obrigatória a sua execução. Mesmo que não estivesse 
expressa, explicitamente, na Constituição Federal, seria uma ordem jurídica 
pré-existente (GLINA, 2020).
INTERESSANTE
Como o patrimônio se apresenta de várias formas, a segurança patrimonial 
tem como objetivo garantir a prevenção desses diferentes tipos de bens de forma 
personalizada. Por exemplo, os bens intelectuais devem ser protegidos de forma que 
preserve a inviolabilidade das informações e dos direitos autorais. Isso difere muito 
da segurança dos bens físicos, por exemplo, que necessitam de controle de fl uxo de 
pessoas, monitoramento e, em alguns casos, até de um tipo de guarda mais adequado, 
como cofres ou bancos.
2.1 O HISTÓRICO DA SEGURANÇA PATRIMONIAL 
A segurança patrimonial é aquela em que os bens do indivíduo ou da empresa 
são resguardados. Em outras palavras, na segurança patrimonial, os bens são objeto de 
guarda e proteção. Isso pode ocorrer por uma pessoa ou por uma empresa específi ca.
Segundo Moreira (2007), atualmente a segurança patrimonial tem sido 
direcionada principalmente às edifi cações, em construções novas ou existentes. No 
entanto, também pode ocorrer em residências, hospitais etc. Glina (2020) destaca que 
a segurança é um termo que está relacionado com a necessidade antropológica do 
indivíduo, visto que a pessoa humana necessita da segurança até para satisfazer suas 
necessidades fi siológicas.
A segurança do patrimônio é um assunto abordado desde tempos remotos. Os 
homens primitivos buscavam a segurança em cavernas, além de construírem alguns 
armamentos. As civilizações antigas se baseavam na geografi a do local para construir 
suas cidades. Entre os índios, destaca-se a produção de lanças visando sua segurança 
patrimonial. Todas essas estratégias têm como objetivo preservar a segurança pessoal 
e do local em que viviam. 
Com o passar do tempo, as cidades se estruturaram, assim como as residências. 
Por isso, foram demandadas novas estratégias de segurança, que foram se aperfeiçoando 
buscando a proteção não só do local, como de questões particulares das pessoas e as 
especifi cidades dos seus bens. As grandes civilizações buscavam proteger suas cidades 
por meio de muros ou fossos. As cidades fora da Europa foram edifi cadas utilizando 
5
recursos naturais como dispositivos de segurança. Alguns exemplos são a cidade de 
Jamestown, atual Virgínia, EUA, no século XVI, que era protegida pela topografia elevada 
que possibilitava a visão da chegada de inimigos, e a cidade de Quebec, Canadá, no 
século XIX, protegida por muros para autoproteção dos habitantes (MOREIRA, 2007). 
No Brasil, na época do descobrimento, foram construídos fortes como 
estratégias militares para evitar o ataque de estrangeiros (MOREIRA, 2007). Durante 
muitos anos, em nosso país, a preocupação com a segurança patrimonial era observada, 
mais frequentemente, entre a classe alta. Além de possuírem maior quantidade de 
bens, essa classe também dispunha de dinheiro para arcar com medidas de segurança 
patrimonial pela instalação de câmeras de segurança, implantação de portaria eletrônica, 
monitoramento dos veículos etc.
No entanto, nas últimas décadas, a preocupação com a proteção dos bens 
passou a ser percebida por todas as classes sociais em função do aumento da violência. 
Assim, os projetos arquitetônicos passaram a se preocupar mais com a segurança e 
com a implementação de serviços de monitoramento desde o início das obras.
A segurança patrimonial também se estendeu para outros bens além dos 
imóveis, como aos bens eletrônicos, veículos e máquinas, entre outros. Com isso, foram 
surgindo legislações específicas que tratam das práticas de proteção dos bens, além 
das normatizações para a uniformização e adequação das normas de segurança e das 
profissões regulamentadas com essa função.
2.2 CLASSIFICAÇÕES DE PATRIMÔNIO 
Os bens se apresentam de formas variadas, podendo ser um imóvel, veículo, 
roupas, sapatos, dinheiro no banco, entre outros. Nesse subtópico, serão abordados 
diferentes tipos de classificação de patrimônio, tendo em vista que cada empresa atua 
em diferentes ramos de proteção de bens e, portanto, as medidas de segurança devem 
ser específicas de acordo com cada área de atuação.
Cavalcante (2015) classifica os bens em dois grandes grupos: os patrimoniais e 
os imóveis. Observe na Figura 1 alguns exemplos dessa classificação de bens.
6
FIGURA 1 – EXEMPLOS DE BENS PATRIMONIAIS E IMÓVEIS
FONTE: A autora
Ainda, conforme Cavalcante (2015), existem outras possíveis classificações 
de bens, ordenados de acordo com suas características quanto à escassez, realidade 
física, função, duração, origem e relações recíprocas (Quadro 1).
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE BENS
FONTE: A autora
7
A segurança patrimonial busca proteger, mais especificamente, os bens 
classificados como econômicos, que são aqueles adquiridos pelo indivíduo. Além disso, 
garante também a proteção dos bens materiais e de serviços, visto que a prestação de 
serviços é um bem intangível e deve ser preservada. Os bens duráveis são aqueles em 
que se direcionam maiores investimentos na segurança privada, já que possuem um valor 
monetário superior aos bens não duráveis. Já os bens concorrentes e complementares 
são preservados de ambas as formas.
No entanto, entre os bens intangíveis existem informações de uma empresa – que 
podem ser o banco de dados de clientes, sistemas de controle de caixa, informações de 
fornecedores –, e essas informações requerem outro sistema de controle. A Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2005), expediu uma norma que trata sobre esses 
sistemas de segurança, e destaca que:
A informação é um ativo que, como qualquer outro ativo 
importante, é essencial para os negócios de uma organização e, 
consequentemente, necessita ser adequadamente protegida. Isto 
é especialmente importante no ambiente dos negócios, cada vez 
mais interconectado. Como um resultado desse incrível aumento da 
interconectvidade, a informação está agora exposta a um crescente 
número e a uma grande variedade de ameaças e vulnerabilidades 
(ABNT, 2005, p. 9).
Os critériosde segurança das informações devem ser implementados para 
evitar as ameaças, garantir a continuidade do negócio, diminuir os riscos, e aumentar o 
retorno do capital investido, além de possibilitar maior oportunidade para os negócios. 
De acordo com a ABNT (2005), as medidas de segurança das informações devem ser 
implementadas a partir de: 
[...] um conjunto de controles adequados, incluindo políticas, 
processos, procedimentos, estruturas organizacionais e funções de 
software e hardware. Estes controles precisam ser estabelecidos, 
implementados, monitorados, analisados criticamente e melhorados, 
onde necessário, para garantir que os objetivos do negócio e de 
segurança da organização sejam atendidos. Convém que isso seja 
feito em conjunto com outros processos de gestão do negócio 
(ABNT, 2005, p. 9).
A preocupação com os sistemas de segurança das informações assegura 
a competitividade, o fluxo de caixa e proporciona um aumento do lucro, além do 
cumprimento aos requisitos legais e uma melhor visão da empresa junto ao mercado, 
valorizando suas ações (ABNT, 2005). A ABNT (2005) estabelece alguns requisitos de 
segurança das informações de uma instituição que devem ser seguidos a partir de três 
tipos de informação:
• a primeira fonte da informação: é determinada por meio da análise e avaliação de 
riscos, considerando os objetivos estabelecidos no planejamento;
8
• a segunda fonte de informação: inclui a legislação, estatutos ou regulamentos que as 
empresas de segurança devem atender; 
• a terceira fonte de informação: é um conjunto de princípios do negócio, sua meta, 
visão e objetivos que conduzem as operações.
Salienta-se que os bens livres devem ser protegidos por todos – inclusive por 
órgãos públicos – por meio de programas de preservação ao meio ambiente com o 
objetivo de garantir que esses recursos estejam sempre disponíveis para a população. 
3 O CONCEITO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL
A segurança patrimonial é realizada com o objetivo de combater quaisquer 
riscos à integridade do patrimônio de uma pessoa física ou jurídica. Relaciona-se com a 
prevenção das ocorrências de diversos eventos, como exemplificado na Figura 2.
FIGURA 2 – OBJETIVOS DE PROTEÇÃO DA SEGURANÇA PATRIMONIAL
FONTE: A autora
9
Ao contratar uma empresa de segurança patrimonial alguns parâmetros devem 
ser realizados com o objetivo de prevenir os tipos de delitos contra o bem, como o assalto, 
furto, espionagem, sequestro, lesão e dano. O objetivo da segurança patrimonial é propor 
estratégias de prevenção desses delitos, além de instalação de equipamentos que 
auxiliem no processo de controle dos bens, como sistemas que registrem a quantidade 
de materiais que saíram do estoque, ou que entraram, além de um monitoramento das 
pessoas que entram e saem do estabelecimento. 
Nesse sentido, é preciso considerar que os procedimentos da segurança 
patrimonial devem zelar pelo patrimônio, com enfoque na prevenção de danos ou 
detecção em tempo adequado com oportuna correção. Essa segurança pode ser 
aplicada de diversas formas, como pela instalação de câmeras de segurança, presença 
de uma portaria eletrônica, entre outros. 
A segurança patrimonial deve ser uma prioridade desde o processo de 
planejamento de abertura de uma empresa – seja ela de prestação de serviço, ou de 
comércio – para que seja garantido o bom desempenho e sucesso da entidade. Todas 
as empresas, independentemente de seu porte, necessitam de segurança patrimonial. 
No entanto, a estruturação dessa segurança e a forma como a administração irá 
conduzir os processos de prevenção devem ser adaptadas à realidade de cada tipo 
de organização. Dessa forma, a segurança patrimonial está diretamente relacionada à 
gestão administrativa da empresa. Para ter o controle efetivo da guarda dos bens, deve-
se, então, realizar procedimentos de controle e gerenciamento dos tipos de bens que 
compõe a organização.
Desde a Antiguidade, observa-se a natureza violenta por alguns indivíduos, 
apresentando diferentes motivações, como as guerras religiosas, territoriais, 
desigualdade social, pobreza e reinvindicações diversas. A violência tem níveis 
maiores ou menores, dependendo do país (MOREIRA, 2007).
INTERESSANTE
Existe uma diferença entre danos e interferências no patrimônio de uma 
empresa: os danos estão relacionados diretamente com a perdas materiais, como 
por exemplo a ocorrência de um incêndio ou o desmoronamento de uma loja; já as 
interferências são aquelas ligadas ao uso de informações da empresa, seja por meio de 
espionagem ou furto de informações que acarretam prejuízos fi nanceiros.
Para melhor compreensão da temática, Silva (2009) classifi ca a segurança 
do patrimônio em três etapas: prevenção, detecção e reação. Observe na Figura 3 a 
hierarquia em relação à prioridade de ações entre cada uma dessas etapas.
10
FIGURA 3 – ETAPAS E PRIORIDADES DAS AÇÕES DE SEGURANÇA DO PATRIMÔNIO
FONTE: A autora
Na etapa de prevenção, as medidas devem ser pensadas e planejadas junto 
com propostas que visem resguardar os bens e proteger de roubos ou furtos, por 
meio de controle de fluxo de pessoas, monitoramento de entrada e saída de material, 
instalação de câmeras de segurança, dispositivos de rastreios, bem como treinamento 
de funcionários e orientações aos clientes. Para Silva (2009), 80% das atividades e 
recursos em segurança patrimonial devem ser destinados a essa etapa.
Na fase seguinte, ocorre a detecção de eventuais problemas. Isso ocorre pela 
devida monitoração da quantidade de bens, análise de relatórios, visita aos locais onde 
os bens patrimoniais são guardados e, em alguns casos, processos de revistas em 
indivíduos e funcionários, correspondendo a 15% das atividades e recursos destinados 
à segurança patrimonial.
Por fim, a terceira etapa da segurança, que deve englobar até 5% das atividades 
e recursos em segurança, consiste na reação a algum evento adverso. Devem ser 
realizadas medidas para que os bens que foram roubados, furtados ou danificados sejam 
recuperados, por meio da polícia, pela análise da gravação das câmeras de segurança e 
até mesmo pelo controle do fluxo de pessoas.
Atente que cada passo deve ser seguido para que a segurança patrimonial 
obedeça aos requisitos básicos de instalação e que se torne eficiente e eficaz dentro da 
organização a fim de evitar eventuais prejuízos ao patrimônio.
11
De acordo com Moreira (2007), o termo “segurança” tem origem latina e 
signifi ca seguro ou livre do perigo. Na língua inglesa, o termo é escrito como 
“security”.
Agora que você já compreendeu a importância da segurança patrimonial, 
você irá estudar sobre os crimes que podem ocorrer contra os bens 
patrimoniais de um indivíduo, e conhecer o que o Código Penal Brasileiro traz 
de crimes e penas contra quem comete algum delito contra o patrimônio.
GIO
ESTUDOS FUTUROS
Moreira (2007) enfatiza que alguns fatores devem ser verifi cados no momento 
da instalação de um sistema de segurança em uma empresa: a análise da propriedade, 
riscos, ameaças e possíveis vulnerabilidades, que serão determinantes para estabelecer 
quais procedimentos de segurança deverão ser instalados. 
A segurança patrimonial pode ser dividida em duas, a pública e a privada. Na 
segurança pública, o Estado é o responsável por elaborar políticas que visem a proteção 
da propriedade e da comunidade. Na segurança privada, o objetivo também é proteger 
vidas e propriedades, no entanto, a principal preocupação está relacionada com os bens, 
sejam eles materiais, de informações, que são resguardados de ações indesejadas, 
de pessoas não autorizadas, e se dá de forma particular, por meio de contratação de 
profi ssionais qualifi cados (MOREIRA, 2007).
A segurança pública é voltada para a Polícia Militar, com estratégias de 
preservação da ordem pública, e a proteção das pessoas e do patrimônio. A polícia civil 
está relacionada com a investigação dos crimes, sendo responsável pela investigação 
dos crimes contra o patrimônio. A Polícia Federalbusca a manutenção da lei, atuando 
também de forma preventiva e investigativa. Por fi m, a Polícia Rodoviária é responsável 
pela garantia da segurança nas rodovias, prevenindo possíveis crimes de receptação, 
sequestro e tráfi co de bens patrimoniais.
A segurança privada é aquela que o cidadão deve contratar de forma particular, 
podendo ser realizada por meio de um profi ssional habilitado com registro no órgão 
competente, ou por meio de empresa de segurança patrimonial.
12
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Existem diferentes tipos de bens de uma empresa, sendo classificados por diferentes 
critérios, como a escassez, realidade física, função, duração, origem e relações 
recíprocas.
• O início da segurança patrimonial no Brasil, durante a vinda dos portugueses ocorreu 
pela construção de fortes. Posteriormente, a proteção ocorreu principalmente em 
bairros de classe alta. Apenas alguns séculos depois, a segurança patrimonial passou 
a ser popularizada.
• O conceito de segurança patrimonial abrange os tipos e particularidades de cada 
bem, direcionados à prevenção de furtos, roubos os eventuais danos.
• A proporção de prevenção, detecção e reação de ações e recursos direcionados à 
segurança patrimonial devem seguir a proporção de 80% para a prevenção, 15% para 
detecção e 5% para reação.
• A segurança patrimonial pode ser classificada como pública ou privada.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Os bens de uma empresa são classificados de acordo com suas especificações, 
como: pela sua escassez, realidade física, função, duração, origem e relações 
recíprocas. Cada empresa possui bens com determinadas particularidades 
e especificações, que devem ser observadas no momento da prática 
profissional. Sobre as classificações dos bens e as características de cada 
um deles, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A classificação quanto à escassez é aquela em que os bens se dividem em livres e 
econômicos.
b) ( ) A classificação quanto à realidade física é aquela em que os bens se dividem em 
serviços e prestação.
c) ( ) A classificação quanto à origem dos bens é aquela em que os bens se dividem em 
livres e serviços.
d) ( ) A classificação dos bens quanto à origem é aquela em que os bens se dividem em 
serviços e econômicos.
2 A segurança patrimonial busca prevenir que os bens de uma organização 
sofram danos ou sejam submetidos ao ataque de terrorismo ou de espionagem. 
Dessa forma, são elaboradas estratégias de prevenção, detecção e reação 
para a segurança do patrimônio. Com base nas definições das aplicações de 
procedimentos de segurança patrimonial dentro de uma empresa, analise as 
afirmativas a seguir:
I- As medidas de reação após um dano a um patrimônio devem ser sempre superiores 
às medidas de prevenção.
II- A segurança patrimonial visa desenvolver estratégias de prevenção em detrimento 
às atividades de detecção.
III- As medidas de detecção de um dano ao patrimônio devem ocorrer após a realização 
das medidas de reação.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
3 No Brasil, a segurança patrimonial iniciou na época do descobrimento, quando 
foram construídos fortes com o objetivo de impedir que outros estrangeiros 
chegassem ao país. No entanto, com o passar dos anos os procedimentos 
AUTOATIVIDADE
14
de segurança patrimonial foram se modificando. De acordo com o conteúdo 
estudado sobre a evolução da segurança patrimonial, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Algumas cidades da antiguidade eram construídas em fossos, com o objetivo de 
prevenir a ação de invasores. 
( ) A segurança patrimonial evoluiu de forma que, atualmente, todas as empresas 
necessitam de um sistema de segurança.
( ) Inicialmente, no Brasil, todos os bairros possuíam algum sistema de segurança nas 
residências.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A segurança patrimonial é exercida com o objetivo de garantir a preservação 
dos bens de uma empresa ou o patrimônio de uma pessoa física. Os sistemas 
particulares de segurança são implantados em residências, hospitais, lojas e 
fábricas. Disserte sobre os procedimentos que devem ser analisados durante 
um processo de implantação de um sistema de segurança patrimonial.
5 Existem muitas estratégias de implantação de segurança patrimonial em uma 
organização que devem estar relacionadas com o tipo de bem que a empresa 
possui. Por exemplo, em empresas de prestação de serviço, a segurança 
deverá estar relacionada diretamente ao controle do fluxo de pessoas no 
local da empresa. Nesse contexto, disserte sobre a classificação dos bens 
móveis e imóveis.
15
DIREITO PENAL E A SEGURANÇA 
PATRIMONIAL
1 INTRODUÇÃO 
A segurança patrimonial é aquela voltada à guarda dos bens do indivíduo. No 
entanto, para que seja realizada, é necessário que obedeça à legislação. O Código Penal 
Brasileiro apresenta o que é lícito ou ilícito no momento da prática da segurança. Trata-
se de uma legislação que aborda a aplicação de penas para pessoas que cometem 
algum delito, é considerado como uma base para determinada conduta. 
 
Dentro da segurança patrimonial, existem algumas normas que devem ser 
seguidas para que os direitos individuais não sejam extrapolados. Da mesma forma, são 
estabelecidas normas que permitem a aplicação de determinadas penalidades em caso 
de situações ilícitas.
Neste tópico, você terá a oportunidade de estudar alguns artigos do Código 
Penal que tratam sobre segurança patrimonial. Além disso, será realizado um estudo de 
caso relacionado à aplicação de procedimentos de segurança patrimonial para que você 
aprenda na prática sobre a sua execução.
2 O CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
Na Antiguidade as penas eram determinadas como uma forma de cometer 
vingança sobre algum delito. Contudo, na maioria das vezes, essa vingança era 
desproporcional, de modo a ferir os direitos humanos. A humanidade passou por várias 
transformações no processo de punição dos culpados, incluindo castigos corporais, 
trabalhos forçados e até a pena de morte. 
No entanto, com a participação do Estado no processo de punição dos culpados, 
as penas passaram a ter como princípio a integridade humana, além de conceder ao 
julgado de uma ação penal a possibilidade de defesa. Atualmente, as penas têm o 
objetivo de punir de forma proporcional ao delito cometido. Também, proporcionar uma 
educação para evitar que esse condenado cometa novos delitos. 
 
No Brasil, o primeiro Código Penal foi sancionado em 1830, por Dom Pedro 
I, descrito como “Direito Português”. No ano de 1890, foi criado o Código Criminal da 
República, elaborado nos mesmos moldes do Código de 1830. O Código Penal Brasileiro, 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
16
tal como conhecemos hoje, foi criado em 1940, baseado nas ideias de Alcântara 
Machado. Esse Código tem como objetivo garantir a ordem social, visto que determina 
os tipos de penalidades, as medidas de segurança, os procedimentos da ação penal, 
além de tratar sobre os tipos de crimes e suas respectivas punições. No entanto, sua 
vigência foi efetivada apenas em 1942. 
Você sabia que em 1969 foi criado um Código Penal, desenvolvido por Nélson 
Hungria? No entanto, o documento foi revogado em 1978, retornando ao 
Código de 1940, vigente até os dias de hoje (D’OLIVEIRA, 2014).
NOTA
No Brasil após a regulamentação do Código Penal Brasileiro de 1940, os crimes 
passaram a ser punidos com penas previamente previstas, não sendo possível a criação 
de uma pena exclusivamente para punir uma pessoa específica. Outro fato importante 
é que, após a regulamentação do Código Penal, não é possível a uma pena retroagir em 
malefício do réu, ou seja, se um indivíduo estiver cumprindo uma pena de sete anos 
e a lei reformular o prazodaquele crime para dez anos, a modificação dessa lei não 
alcançará esse condenado que já está sendo punido.
Atualmente, no Brasil, são permitidos três tipo de penas: a pena privativa de 
liberdade, que é aquela em que o indivíduo tem o seu direito de locomoção retirado por 
um período; a pena restritiva de direito, em que o indivíduo é obrigado a realizar algum 
serviço alternativo; e a pena de multa, na qual o sujeito deve pagar valores monetários 
proporcionais ao dano causado. 
 
O Código Penal Brasileiro é dividido em duas partes, como você pode visualizar 
na Figura 4. 
17
FIGURA 4 – DIVISÕES DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
FONTE: A autora
Dessa forma, o Código Penal Brasileiro, detalha em sua porção especial os 
crimes de acordo com as espécies. Entre elas, identificam-se os crimes relacionados 
ao patrimônio das pessoas. Com essa divisão, o Código Penal busca agrupar os delitos 
por suas relações, estabelecendo uma pena similar em casos semelhantes. Isso permite 
a aplicação de medidas de punições adequadas de acordo com a razoabilidade e 
proporcionalidade.
Ao destacar os crimes contra o patrimônio, a legislação assegura a proteção aos 
bens individuais dos cidadãos, garantindo que, caso seja realizado algum dano contra 
esse patrimônio, medidas sejam tomadas para que esse cidadão recupere seus bens ou 
que seja ressarcido pela violação que vier a sofrer.
Se, eventualmente, não existisse nenhuma legislação que trata sobre a 
proteção aos bens de uma pessoa, as medidas de segurança visando a proteção desses 
bens teriam que ser modificadas, e não haveria nenhuma garantia de que esses bens 
pudessem ser recuperados, nem que a pessoa que danificou ou usurpou desses bens 
seria punida. 
18
A garantia constitucional à segurança está assegurada também por meio 
do Código Penal Brasileiro, no momento que descreve os delitos e suas respectivas 
penas, além de determinar que a vida e o patrimônio do cidadão estejam protegidos e 
amparados por lei.
2.1 CÓDIGO PENAL BRASILEIRO E OS CRIMES CONTRA O 
PATRIMÔNIO
O Decreto-Lei nº 2.848, de 1940, intitulado “Código Penal Brasileiro”, apresenta 
alguns crimes que podem ser cometidos contra o patrimônio das pessoas. Esses crimes 
são classificados de acordo com a gravidade, sendo estabelecido penas para cada caso 
particular (BRASIL, 1940).
É importante destacar que os bens que estão resguardados pelo Código Penal 
são de todos os tipos e espécies, incluindo bens tangíveis ou materiais (como um carro 
ou um computador), até os intangíveis ou imateriais (como a propriedade intelectual de 
um professor, ou a marca de uma empresa).
Lembre-se que existem vários tipos de bens, e que cada um necessita de um 
tipo de cuidado específico. Por isso, as penas para aquele que violar esses 
bens são baseadas em seu tipo ou característica.
IMPORTANTE
Analise o Quadro 2, que relaciona os diferentes tipos de crimes contra o 
patrimônio. Qualquer crime contra o patrimônio das pessoas físicas ou jurídicas irá 
obedecer a essa classificação, sendo punido de acordo com a legislação.
19
QUADRO 2 – CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
FONTE: Adaptado de Brasil (1940)
É importante destacar que para cada tipo de crime existem algumas agravantes 
que fazem com que a pena seja aumentada. Por exemplo, em uma situação onde o dano 
é relacionado a algum bem com valor histórico, a detenção aumenta para seis meses 
a dois anos. Outro exemplo de agravante é no caso que, para roubar é empregada a 
violência contra a pessoa com o objetivo de fi car impune do crime. Nesse caso, a pena 
pode aumentar de um terço até a metade. Em casos em que ocorre o dano qualifi cado, 
ou seja, quando o crime for cometido por meio de violência ou ameaça, a pena de 
detenção poderá ser de seis meses a três anos. Em crimes de fraudes eletrônicas, a 
pena é reclusão de quatro a oito anos, mais aplicação de multa.
Lembre-se que todos esses crimes ocorrem contra o patrimônio de pessoas 
físicas ou jurídicas. Por isso, é importante que, como profi ssional, você conheça os 
procedimentos que podem ser adotados na segurança patrimonial para prevenir que 
eventuais crimes sejam cometidos.
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre o Código Penal Brasileiro, 
você terá a oportunidade de conhecer os crimes ao patrimônio. Confi ra!
ESTUDOS FUTUROS
20
2.1.1 Tipos de crimes contra o patrimônio
Para melhor compreensão da temática, a legislação brasileira classifica os crimes 
contra o patrimônio em várias categorias (Figura 5), que serão detalhadas a seguir.
FIGURA 5 – TIPOS DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
FONTE: A autora
Antes de mais nada, é preciso compreender que o conceito de dano na legislação 
está relacionado à ideia de destruir, inutilizar, deteriorar o bem de outra pessoa, e pode 
ser agravado em casos que ocorra a violência ou o emprego de substância inflamável. 
Além disso, é considerado como dano uma situação em que o indivíduo utiliza animais 
em propriedade alheia causando prejuízo, ou caso altere o local protegido por lei.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, o furto se refere a situações em que 
o indivíduo subtrai para si ou para outro algum bem de um particular. O roubo de um 
bem ocorre quando essa subtração ocorre mediante ameaça ou violência, ou quando 
deixa a vítima incapaz de resistir. A extorsão está relacionada com o constrangimento, 
utilizando violência ou ameaça, com o objetivo de vantagem econômica, por meio de 
sequestro ou de forma indireta. 
21
A extorsão de forma indireta é aquela em que o delinquente exige ou 
recebe, como forma de garantia de dívida, algum documento que possa 
ser causa de procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiros. 
Nesse caso a pena é de reclusão de um a três anos mais multa (BRASIL, 
1940).
IMPORTANTE
O Código Penal também defi ne usurpação como o ato de suprimir ou deslocar 
algum sinal indicativo de linha, para apropriar de coisa imóvel alheia. Pode ser relacionada 
à água, terreno, imóvel ou algum edifício. A apropriação indébita ocorre quando o 
indivíduo se utiliza de bem móvel de outra pessoa, quando esse bem está sob sua posse. 
O estelionato ocorre quando uma pessoa obtém para si ou para outro vantagem 
ilícita, gerando prejuízo a terceiros, induzindo alguém a um erro. Pode ser relacionado 
à fraude de cheque, de valor de seguro, entre outros. Por fi m, a legislação defi ne 
receptação como o fato de adquirir, receber, transportar, ou ocultar, em proveito próprio 
ou de outra pessoa um bem proveniente de crime, e pode ser agravado em situações 
em que os bens pertençam ao Estado, ou que tenham relação com animais.
Ao analisar os tipos de delitos que podem ocorrer contra o patrimônio de uma 
pessoa ou de uma empresa, observa-se que os crimes acontecem de modo que, ou o 
bem passa a não pertencer mais a pessoa – no caso de roubo, furto –, ou é atribuído 
algum prejuízo ao bem, como é o caso do dano. Ainda, algum indivíduo pode receber 
algum bem furtado, como no crime de receptação. A extorsão está relacionada ao fato 
de um indivíduo convencer, de forma ilegal, o outro a posse do seu bem, semelhante à 
extorsão, temos a usurpação e a apropriação indébita, ambos fazendo com que a posse 
do bem seja passada para terceiros por meios ilícitos.
É importante destacar que um indivíduo possa, ao mesmo tempo, ser 
responsabilizado por um crime contra o patrimônio e um crime contra a vida, nos casos 
em que ocorre um roubo seguido de morte.
O Código Penal, ao determinar as espécies de crimes contra o patrimônio, 
estabelece que medidas privativas possam ser adotadas visando a sua 
proteção e que estarão resguardadas pelo Estado. Também determina 
que as provas possam ser utilizadas com o objetivo de punir os culpados 
pelos delitos.
INTERESSANTE
22
3 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA AO PATRIMÔNIO: 
ESTUDO DE CASO
O processo de planejamento da segurança patrimonial (Figura 6) deve ser 
organizado de forma detalhada visando garantir que todas as medidas sejam executadas, 
para isso é necessário que o planejamento ocorrade forma a abranger, tanto o curto, 
como médio e o longo prazo.
O planejamento de curto prazo é definido como planejamento operacional, o 
qual busca obter uma visão da execução dos trabalhos, além de definir os objetivos, 
direcionado para os supervisores. O planejamento de médio prazo é o tático, o qual 
busca departamentalizar o negócio, com definições de ações de cada área, por fim, o 
planejamento em longo prazo é aquele definido como estratégico, e é direcionado à alta 
administração, com foco em planos abrangentes.
FONTE: A autora
FIGURA 6 – TIPOS DE PLANEJAMENTO
Ao definir que uma empresa iniciará suas atividades, é necessário que a alta 
administração, juntamente com os gerentes e supervisores, elaborem as diretrizes que 
serão executadas ao longo dos anos na instituição. No que diz respeito às etapas da 
gestão de segurança patrimonial, é importante, nesse momento, definir os tipos de bens 
que estarão disponíveis na empresa, o tipo de atendimento ao cliente e os sistemas 
de segurança que serão implantados. Esse tipo de planejamento é definido como o 
estratégico, e garante uma visão geral das etapas que serão executadas a longo prazo 
na empresa.
Em seguida, os gerentes devem, juntamente com suas equipes, analisar os 
métodos para colocar em prática as estratégias determinadas em longo prazo. Deve-
se definir medidas de médio prazo, como ações com funcionários, campanhas de 
treinamento, palestras sobre segurança. O objetivo dessa etapa é garantir o cumprimento 
das ações em médio prazo.
23
Por fi m, os supervisores e a equipe de funcionários devem colocar em prática as 
ações e estratégias defi nidas. Para tal, deve-se realizar a gestão do controle, análise e 
verifi cação dos bens, além do acompanhamento junto aos responsáveis pela segurança 
dos sistemas operacionais de controle de fl uxo de pessoas.
O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma 
ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisões, 
ajudando-os a atuar de forma proativa, antecipando-se às mudanças que 
ocorrem no mercado em que atuam (ANDION; FAVA, 2002).
INTERESSANTE
Agora que você já compreende quais são as etapas de planejamento, analise o 
seguinte estudo de caso sobre a implantação de um sistema de segurança patrimonial 
de um condomínio.
 
3.1 ESTUDO DE CASO
Uma empresa de médio porte, localizada em um bairro de classe média da 
cidade de Salvador (Bahia), decidiu contratar uma empresa para realizar a segurança 
patrimonial do local. 
Imagine que você é o responsável por conduzir esse processo de implementação 
de segurança patrimonial. Quais seriam suas primeiras ações? O que não poderia faltar 
em seu projeto?
3.1.1 Resolução do estudo de caso
Ao iniciar a segurança patrimonial em uma instituição, você deve ter em mente 
que o êxito na execução das atividades inicia antes da implementação do projeto, no 
momento do planejamento.
Salienta-se, que a análise de risco deve preceder o processo de 
planejamento de instalação de um sistema patrimonial com o objetivo 
de garantir que sejam verifi cadas todas as condições de risco antes da 
implantação da empresa.
IMPORTANTE
24
Vale destacar, que o planejamento deve obedecer ao ciclo do curto, médio e 
longo prazo, delimitando a operacionalização, inclusive, das etapas futuras de execução.
Para aprofundar seu conhecimento sobre o processo de planejamento da 
implantação de um sistema de segurança patrimonial em um condomínio, 
leia o documento disponível neste link:
http://cassiopea.ipt.br/teses/2011_HAB_Ellen_Pompeu.pdf.
DICA
Antes de qualquer coisa, é preciso realizar um planejamento que avalie o risco 
da região, indicando os possíveis riscos, como por exemplo a possibilidade de ocorrência 
de roubo de equipamentos ou espionagem.
Para isso, você precisará determinar o perfil da empresa em questão. Uma 
empresa de pequeno porte, por exemplo, que trabalha com prestação de serviço, 
irá necessitar de um sistema de segurança patrimonial básico, diferenciando-se de 
empresas que vendem mercadorias, como grandes supermercados e atacadões. Por 
isso, é preciso, incialmente, determinar qual o tipo de empresa necessita de segurança, 
qual o ramo de atividade, para que seja escolhido o tipo de segurança adequada. 
Segundo Pessoa (2012, p. 25), algumas medidas de segurança devem ser 
implementadas em áreas físicas, como descrito a seguir:
Perímetros de segurança tais como barreiras, paredes, divisórias, 
portões de entrada com cartões, podem ser utilizados, mas para 
isso é fundamental levar em consideração que cada medida de 
controle que venha a ser utilizada deve estar sempre alinhada aos 
ativos existentes no interior do perímetro, e dos resultados da análise 
de risco. Quanto maior o valor dos ativos existentes, maior será a 
capacidade de resistência da solução implantada.
Ainda de acordo com Pessoa (2012), alguns requisitos principais devem ser 
analisados, como a área de recepção, os sistemas de alarmes, detecção de intruso, e os 
processamentos de organização em localização diferente das gerenciadas.
Pessoa (2012) ainda destaca que, quanto maior o valor relacionado ao grupo de 
ativos da empresa, maior será a capacidade de resistência da solução implantada. Além 
disso, alguns critérios devem ser analisados no momento de instalação das estratégias 
de segurança, como o local da área de recepção da empresa, os alarmes, se existe 
sistema para registrar a quantidade de pessoas que entram e saem do estabelecimento, 
como um sistema de detecção de intrusos, e se existe uma sala restrita da administração, 
diferenciada dos terceiros.
25
Também é preciso considerar o tipo de bem que será protegido. Em instituições 
fi nanceiras, por exemplo, os sistemas de segurança devem estar voltados para a 
segurança das informações, por meio da tecnologia de informação do controle de 
acesso do banco de dados dos clientes, informações bancárias sigilosas, entre outros.
Segundo a empresa KPMG (Cutting Throug Complexity), um dos maiores 
bancos britânicos foi multado em um milhão de Libras quando um 
portátil que continha informações de clientes foi roubado da casa de um 
funcionário (PESSOA, 2012).
INTERESSANTE
Existem muitas variáveis que devem ser consideradas em um projeto, mas um 
ponto em comum em todo sistema de segurança é o controle de fl uxo de pessoas e o 
monitoramento de câmeras. 
Após a identifi cação dos possíveis riscos, você deve realizar o projeto de 
análise, avaliação e elaboração de propostas para o controle dos riscos. Todo o processo 
de planejamento também necessita de um gerenciamento adequado para que a 
implementação seja bem-sucedida. 
No próximo tópico você terá a oportunidade de aprender sobre o dia a dia 
de um profi ssional de segurança patrimonial, o controle de entrada e saída 
de pessoas e os tipos de portaria e vigilância com arma letal e não letal.
ESTUDOS FUTUROS
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Código Penal Brasileiro apresenta uma parte geral e outra específica, que trata 
exclusivamente sobre os tipos de crimes e suas respectivas penalidades.
• Existem diferentes tipos de crimes que podem ser incorridos no patrimônio de um 
indivíduo, como o roubo, furto, extorsão, além da apropriação indébita, usurpação, 
dano e estelionato.
• As penalidades aplicadas a pessoas que cometem delitos contra o patrimônio podem 
incluir a pena de reclusão, detenção ou multa.
• As etapas de planejamento da implantação de um sistema de segurança patrimonial 
devem ser de curto, médio e longo prazo, baseando-se no planejamento operacional, 
tático e estratégico.
27
1 O Código Penal Brasileiro trata, na parte especial, sobre os crimes que 
podem ser incorridos contra o patrimônio das pessoas, além de descrever as 
penalidades que devem ser aplicadas em quem comete algum desses delitos. 
Sobre os crimes contra o patrimônio descritos no Código Penal Brasileiro, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Usurpação, apropriação indébitae receptação são exemplos de crimes que podem 
ser cometidos contra o patrimônio de uma pessoa.
b) ( ) O crime de furto é aquele em que o sujeito subtrai para si ou para outra pessoa o 
bem imóvel de terceiros utilizando arma de fogo.
c) ( ) O crime de estelionato é idêntico ao crime de usurpação, diferenciando-se apenas 
porque o primeiro é cometido com arma de fogo e o segundo não.
d) ( ) Na apropriação indébita a pena é a de detenção, sendo isento do pagamento de 
multa, no entanto deve-se reparar o dano.
2 Com relação aos crimes contra o patrimônio das pessoas, o estelionato 
é o delito em que um sujeito obtém vantagem para si, levando terceiros a 
prejuízos. O dano é aquele crime em que terceiros danificam, quebram ou 
violam o patrimônio de outros, de forma intencional. Com base nos crimes 
contra o patrimônio das pessoas, analise as afirmativas a seguir:
I- O estelionato praticado contra pessoas idosas ou vulneráveis tem sua pena aumentada.
II- Se tratando de bens do patrimônio do Estado em um crime de receptação, a pena é 
aumentada.
III- O crime de roubo, no Direito Penal Brasileiro, a pena ocorre por meio de detenção.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
3 O processo de planejamento deve obedecer a três etapas, a de curto, médio e 
longo prazo, ou seja, o planejamento operacional, tático ou estratégico. Para 
isso, é preciso identificar os riscos a fim de desenvolver ações que visam 
preveni-los de forma eficaz, com estratégias direcionadas a todas as etapas. 
De acordo com as etapas do planejamento de implantação de um sistema de 
segurança patrimonial classifique V para as sentenças verdadeiras e F para 
as falsas:
AUTOATIVIDADE
28
( ) O planejamento estratégico é aquele que visa analisar as demandas de curto prazo 
juntamente com os supervisores. 
( ) O planejamento à médio prazo é definido como operacional e é realizado, basicamente, 
pela alta administração.
( ) O planejamento tático é aquele realizado à médio prazo, sendo desenvolvido por 
gerentes.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 O patrimônio de uma pessoa deve ser protegido. Para isso, o Código Penal 
Brasileiro detalhou os crimes que podem ser cometidos contra esses bens 
visando protegê-los, além de definir a penalidade que deve ser aplicada a 
indivíduos que infringirem essas regras. Disserte sobre os crimes de roubo, 
descrevendo sobre a penalidade e agravamento de cada um.
5 O planejamento deve ser realizado antes de qualquer atividade. Com a 
segurança patrimonial, isso não é diferente. Entre as etapas de planejamento, 
a análise de risco busca identificar as possíveis interferências para definir 
estratégias da sua prevenção. Disserte sobre as etapas de análise de riscos.
29
TÓPICO 3 - 
CONTROLE DA ENTRADA/SAÍDA DE PESSOAS/
VEÍCULOS
1 INTRODUÇÃO 
A segurança patrimonial de um estabelecimento se inicia no momento da entrada 
ou saída de pessoas ou de veículos. Por isso, é preciso conhecer os procedimentos que 
devem ser adotados para evitar possíveis danos ao patrimônio.
O controle de pessoas ou de veículos em um local, quer seja um condomínio, 
empresa ou hospital, precisa ser efetivo. A entrada de pessoas erradas pode deixar o 
patrimônio desprotegido aumentando os riscos de danos ou prejuízos. Assim, foram 
criados vários sistemas de segurança patrimonial capaz de gerir de forma eficaz esse 
fluxo de veículos ou de pessoas.
Atualmente, existem sistemas que integram informações através do uso 
de câmeras de segurança que identificam um veículo/pessoa que está entrando ou 
saindo do estabelecimento. Também existem sistemas manuais, como ocorre com a 
identificação de um veículo por meio de adesivos cadastrados. 
No entanto, existe uma gama de estratégias possíveis em segurança. Com o 
avanço da tecnologia, essas medidas de segurança patrimonial se tornam mais efetivas, 
especialmente no controle maior do fluxo de pessoas e na identificação e prevenção de 
delitos.
 
Neste tópico, você terá a oportunidade de estudar sobre os sistemas de controle 
de entrada e saída de pessoas e veículos dentro de um estabelecimento. Da mesma 
forma, poderá estudar sobre os procedimentos de portaria e vigilância armada letal e 
não letal.
2 MÉTODOS DE CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA
 
Você já estudou sobre a importância de um sistema de segurança patrimonial 
que controla o fluxo de pessoas e veículos dentro de um estabelecimento. Contudo, você 
sabe quais são os cuidados que a administração deve ter no momento de contratação 
de um sistema de controle? 
 
UNIDADE 1
30
Inicialmente, ao ser determinado o controle de fluxo do estabelecimento, é 
importante observar alguns fatores, como a adequação do sistema ao estabelecimento, 
a abrangência e o funcionamento desse sistema de segurança, assim como o 
treinamento dos funcionários que manusearão o sistema.
Salienta-se que cada empresa deve optar por um sistema único individual que 
atenda aos requisitos particulares do estabelecimento. Por exemplo, um sistema de 
controle de entrada e saída de pessoas e veículos dentro de um condomínio deve ser 
diferente de um sistema implantado em um posto de combustível, visto que, no último, 
o fluxo de veículos é variado e mais frequente do que no condomínio.
Ao estabelecer o sistema que será implementado no estabelecimento, o 
administrador deve, juntamente com os funcionários, entender sobre o funcionamento, 
aplicabilidade e limitações do sistema para poder prever as possíveis fraudes.
O sistema de controle do fluxo de pessoas e veículos de um 
estabelecimento deve ser escolhido levando em consideração todas as 
particularidades do estabelecimento, bem como a segurança dos dados 
que estejam sendo captados, além de apresentar a possibilidade de 
backup de segurança das informações.
IMPORTANTE
Pessoa (2012) destaca que, é de extrema importância que algumas medidas de 
proteção aos itens de segurança sejam adotadas para preservação dos equipamentos, 
como por exemplo que os equipamentos sejam protegidos contra a falta de energia 
elétrica, ou oscilação de fluxo de energia, além de inspeção e testes para garantir a 
inviolabilidade dos equipamentos, garantindo a eficiência dos dados registrados, sempre 
observando as recomendações do fabricante dos equipamentos
 
O controle e manutenção dos equipamentos de segurança devem estar listados 
nas etapas do planejamento, para que sejam realizados de forma periódica garantindo a 
sua eficiência. Em relação à organização do fluxo de monitoramento dos equipamentos 
de segurança, Pessoa (2012) destaca que, devem ser definidas as responsabilidades pela 
gestão e operação de todos os recursos, e o ideal é que tenha mais de um responsável 
na operação, evitando que uma pessoa faça todas as etapas do monitoramento, 
garantindo a lisura das informações.
31
Para conhecer sobre a Tecnologia da informação — Técnicas de segurança 
— Código de prática para a gestão da segurança da informação, a ABNT 
disponibilizou a norma. Acesse neste link: 
http://www.aulasemparedes.com.br/wp-content/
uploads/2014/09/215545813-ABNT-NBR-177991.pdf.
DICA
A ABNT (2005) apresenta uma norma que trata sobre técnicas de segurança 
e destaca que é importante o planejamento e a preparação dos sistemas com o 
objetivo de garantir os recursos necessários para evitar falhas, reduzir sobrecargas, 
e procedimentos de cópias de segurança, além de implantação de sistema capaz de 
recuperar os dados que porventura sejam perdidos. Outro item que não pode deixar de 
ser protegido é o gerenciamento das redes de internet evitando o ataque de hackers.
O controle de entrada e saída de pessoas e/ou veículos inicia pela portaria. 
Por isso, é necessário compreender os procedimentos que devem ser adotados pelo 
vigilante para que tenha um efetivocontrole do fluxo.
3 PORTARIA E VIGILÂNCIA
Você sabe dizer o que é um serviço de portaria e de um vigilante? Consegue 
descrever as diferenças entre eles? 
A profissão de porteiro não possui regulamentação específica, ou seja, o 
profissional não necessita de formação na área. O profissional também é responsável 
pela guarda dos bens, bem como o controle de entrada e saída de pessoas ou veículos 
por meio de sistemas de segurança. Ademais, é responsável pela orientação de pessoas. 
Em alguns casos, também, realiza a manutenção de pequenos reparos.
Os vigilantes, por sua vez, necessitam de um curso de formação e reciclagem 
periódica. Durante o efetivo exercício de suas atividades, o vigilante pode utilizar 
algumas armas letais e não letais, como será estudado a seguir.
A Lei n. 7.102/1983 e a Portaria n. 3.233/2012 da Diretoria Geral/
Departamento Polícia Federal regulam as atividades do vigilante.
DICA
32
3.1 VIGILÂNCIA ARMADA LETAL E NÃO LETAL
Para se tornar vigilante, o profissional deverá cumprir alguns requisitos 
estabelecidos na Portaria 3.233/2012, como você pode observar na Figura 7:
FONTE: A autora
FIGURA 7 – CONDIÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS 
PARA ATUAÇÃO COMO PROFISSIONAL VIGILANTE
Após serem cumpridos esses pré-requisitos, o profissional deve obter a carteira 
de vigilante, cuja sigla é CNV. O porte do CNV é obrigatório durante toda a atividade 
profissional, e deve ser solicitada ao Departamento de Polícia Federal.
A profissão de vigilante vem acompanhada de alguns direitos e deveres, como 
estabelecidos pela Portaria nº 3.233/2012: 
Art. 163 Assegura-se ao vigilante:
I – o recebimento de uniforme, devidamente autorizado, às expensas 
do empregador;
II – porte de arma, quando em efetivo exercício;
III – a utilização de materiais e equipamentos em perfeito 
funcionamento e
estado de conservação, inclusive armas e munições;
IV – a utilização de sistema de comunicação em perfeito estado de
funcionamento;
V – treinamento regular nos termos previstos nesta Portaria;
VI – seguro de vida em grupo, feito pelo empregador; e
VII – prisão especial por ato decorrente do serviço (BRASIL, 2012).
De acordo com a regulamentação da Portaria da Polícia Federal, é direito do 
vigilante receber o uniforme, o porte de arma, desde que esteja em pleno exercício de 
suas atividades. O profissional também tem direito à prisão especial em caso de delito 
ocorrido durante o serviço. No entanto, além dos direitos, o vigilante também deverá 
cumprir alguns deveres, como os descritos na Portaria n. 3.233/2012:
33
Art. 164 São deveres dos vigilantes:
I – exercer suas atividades com urbanidade, probidade e denodo, 
observando os
direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivos, no exercício 
de suas funções;
II – utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em 
serviço;
III – portar a CNV;
IV – manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as 
peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta 
armada e segurança pessoal; e
V – comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes 
ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relativas 
ao equipamento que utiliza, em especial quanto ao armamento, 
munições e colete à prova de balas, não se eximindo o empregador 
do dever de fiscalização (BRASIL, 2012).
Como dever do vigilante, relata-se o efetivo cumprimento das suas atividades 
de forma proba e honesta, sendo possível, em caso de descumprimento, a punição 
com a perda da CNV. A empresa de vigilância deve fornecer ao vigilante, durante o 
momento da prática profissional, o armamento. Para isso, devem ser cumpridos alguns 
requisitos. De acordo com a Portaria nº 3.233/2012, a empresa de vigilância patrimonial 
deve apresentar um requerimento ao Coordenador de Segurança Patrimonial e informar 
a quantidade das armas e munições que deseja adquirir, além de inserir alguns 
documentos, como a relação dos vigilantes e das armas que possui, com número de 
calibre, série, entre outros.
Para conhecer sobre o curso de formação de vigilante, o programa e 
outras informações importantes, leia o Anexo I da Portaria nº 3.233/2012, 
disponível neste link:
https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/seguranca-privada/legislacao-
normas-e-orientacoes/portarias/portaria-3233-2012-2.pdf/view.
DICA
O vigilante é importante no processo do controle de segurança patrimonial de 
um estabelecimento. Por isso, é importante que o profissional esteja sempre atualizado 
sobre os regulamentos que regem a profissão, para garantir uma boa execução dos 
seus serviços e, por fim, contribuir para preservação e conservação do patrimônio da 
entidade ao qual atua. 
Vale destacar que a vigilância patrimonial pode ser realizada por escolta armada, 
e de acordo com a Portaria nº 3.233/2012, alguns requisitos devem ser obedecidos 
como:
34
Art. 63 O exercício da atividade de escolta armada dependerá de 
autorização prévia do DPF, mediante o preenchimento dos seguintes 
requisitos: 
I – possuir autorização há pelo menos um ano na atividade de 
vigilância patrimonial ou transporte de valores;
II – contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito vigilantes com 
extensão em escolta armada e experiência mínima de um ano nas 
atividades de vigilância ou transporte de valores; e 
III – comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, dois veículos, 
os quais deverão possuir as seguintes características: 
a) estar em perfeitas condições de uso;
b) quatro portas e sistema que permita a comunicação ininterrupta 
com a sede da empresa em cada unidade da federação em que 
estiver autorizada; e 
c) ser identificados e padronizados, com inscrições externas que 
contenham o nome, o logotipo e a atividade executada pela empresa 
(BRASIL, 2012).
Para os vigilantes que trabalham na escolta armada, é preciso ter uma guarnição 
mínima de quatro vigilantes habilitados por veículo. Além da escolta armada, os vigilantes 
também podem prestar serviço de segurança pessoal. Nesse caso específico, a Portaria 
nº 3.233/2012, Art. 69, determina como requisitos:
I - possuir autorização há pelo menos um ano na atividade de 
vigilância patrimonial ou transporte de valores; e 
II - contratar, e manter sob contrato, o mínimo de oito vigilantes com 
extensão em segurança pessoal e experiência mínima de um ano nas 
atividades de vigilância ou transporte de valores (BRASIL, 2012).
A Portaria nº 3.233/2012 também determina que sejam realizados alguns 
requisitos de fiscalização para segurança de estabelecimentos financeiros. Nesses 
casos, a instituição deve contratar uma empresa especializada por meio do plano de 
segurança aprovado previamente pelo Delegado Regional Executivo (DREX).
Ainda, a Portaria nº 3.233/2012 determina que a guarda das armas, munições 
e coletes de balísticas devem ser feitas em locais seguros, de acesso restrito a pessoas 
estranhas. Além disso:
Os equipamentos e até cinco armas de fogo que estejam sendo 
empregados na atividade de segurança privada poderão ser 
guardados em local seguro aprovado pela Delesp ou CV, no próprio 
posto de serviço, não podendo o tomador do serviço ter acesso ao 
material, cuja responsabilidade pela guarda cabe exclusivamente à 
empresa especializada. 
§ 2º As empresas especializadas podem guardar em suas 
dependências viaturas, armas, munições e outros equipamentos 
de outras empresas, quando em trânsito regular decorrente das 
atividades de transporte de valores ou escolta armada, por até uma 
noite, desde que informado à Delesp ou CV da circunscrição, com 
pelo menos vinte e quatro horas de antecedência, pela empresa que 
guardará as armas e o que seu certificado de segurança esteja válido 
(BRASIL, 2012).
35
A profi ssão de vigilante também pode ser exercida com a utilização de cães 
adestradores, desde que os cães sejam adestrados por profi ssionais comprovadamente 
habilitados, com curso de cinofi lia. Os animais devem ser de propriedade de empresa de 
vigilância ou de um canil de organização militar. Além disso, os cães devem sersempre 
acompanhados por vigilantes habilitados em condução de animal.
Destaca-se, que o vigilante patrimonial pode ser punido, em casos de infração, 
com penas de advertência, multa, proibição temporária ou cancelamento da autorização 
de funcionamento (BRASIL, 2012). Algumas situações podem ser agravantes às penas 
descritas:
Art. 181 São consideradas circunstâncias agravantes, quando não 
constituírem infração: 
I – impedir ou difi cultar, por qualquer meio, a ação fi scalizadora da 
Delesp ou CV; 
II – omitir, intencionalmente, dado ou documento de relevância para 
o completo esclarecimento da irregularidade em apuração; e III - 
deixar de proceder de forma ética perante as unidades de controle e 
fi scalização do DPF. 
Subseção III Das Circunstâncias Atenuantes 
Art. 182 São consideradas circunstâncias atenuantes: 
I – primariedade; 
II – colaborar, efi cientemente, com a ação fi scalizadora da Delesp ou 
CV; e 
III – corrigir as irregularidades constatadas ou iniciar de forma efetiva 
a sua correção, ainda durante as diligências (BRASIL, 2012).
Durante o curso de formação do vigilante, o profi ssional deve estudar sobre o 
perfi l do profi ssional de vigilância, as noções de segurança privada, as legislações de 
direitos humanos, as relações de trabalho, os sistemas de segurança pública, o combate 
ao incêndio, os primeiros socorros, a educação física, a defesa pessoal, o armamento 
de tiro, as radiocomunicações, as noções de segurança eletrônica, o uso progressivo da 
força e os gerenciamentos de crises.
O profi ssional vigilante possui uma vasta opção de atividades em sua carreira. No 
entanto, deve sempre considerar a realização das suas atividades em empresas idôneas, 
com registro e autorizações regulares, para que possam cumprir as determinações da 
legislação.
Entre as armas e munições não-letais estabelecidas na Portaria nº 
3.233/2012, cita-se: os espargidor de agente químico lacrimogêneo 
e arma de choque elétrico em quantidade igual à de seus vigilantes; 
granadas fumígenas lacrimogêneas e granadas fumígenas de sinalização.
INTERESSANTE
36
A profissão de vigilante, em termos de segurança patrimonial, é aquela que 
melhor representa a guarda dos bens, e deve sempre ser realizada por profissionais 
habilitados e que contemplem todos os requisitos para garantir a boa execução dos 
serviços e a preservação dos bens. Em casos em que não seja possível a proteção, o 
profissional deve estar apto a detectar e corrigir falhas para recuperar eventuais danos 
ao patrimônio da empresa ou da pessoa.
37
SEGURANÇA PRIVADA: CARACTERÍSTICAS DO SETOR E IMPACTO SOBRE O 
POLICIAMENTO
André Zanetic
VIGILANTES 
No Brasil, os agentes de segurança autorizados a atuar oficialmente no setor 
da segurança privada são designados “vigilantes”, que “são os profissionais capacitados 
pelos cursos de formação, empregados das empresas especializadas e das que possuem 
serviço orgânico de segurança, registrados no Departamento da Polícia Federal – DPF, 
responsáveis pela execução das atividades de segurança privada”.
De acordo com o Artigo 109 da Portaria 387/2006-DG/DPF, para o exercício 
da profissão, o vigilante deverá preencher os seguintes requisitos, comprovados 
documentalmente: I – ser brasileiro, nato ou naturalizado; II – ter idade mínima de vinte 
e um anos; III – ter instrução correspondente à quarta série do ensino fundamental; IV 
– ter sido aprovado em curso de formação de vigilante, realizado por empresa de curso 
de formação devidamente autorizada; V – ter sido aprovado em exames de saúde e 
de aptidão psicológica; VI – ter idoneidade comprovada mediante a apresentação de 
antecedentes criminais, sem registros de indiciamento em inquérito policial, de estar 
sendo processado criminalmente ou ter sido condenado em processo criminal; VII – 
estar quite com as obrigações eleitorais e militares; VIII – possuir registro no Cadastro 
de Pessoas Físicas. 
Embora, inicialmente, o perfil dos vigilantes tenha sido marcado pela baixa 
profissionalização do setor, com um nível de qualificação, escolaridade e renda bastante 
inferior ao dos policiais, este quadro vem se alterando significativamente ao longo do 
tempo. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – PNAD/
IBGE, ocorreram importantes mudanças no perfil socioeconômico e profissional da 
população empregada tanto na segurança pública quanto na atividade de vigilância e 
guarda, nas diferentes regiões do Brasil. O nível de escolaridade dos vigilantes privados 
é, ainda hoje, consideravelmente menor do que o dos policiais, porém vem melhorando 
aceleradamente, assim como entre os profissionais das forças públicas. Em 1985, 
10,3% possuíam escolaridade equivalente ao ensino médio (completo ou incompleto), 
passando para 18,8% em 1995 e para 31,3% em 2001. 
LEITURA
COMPLEMENTAR
38
Na segurança pública, essas proporções eram de 31%, 48,7% e 59%, nos três 
anos mencionados. Além disso, há uma melhora em termos de profissionais do setor 
frequentando o ensino superior: de 1985 para 2005, o percentual passou de 0,9% para 
2,7% (na segurança pública esse número é muito superior, sendo 14,3% em 1985 e 30% 
em 2001). É importante notar que a melhora da escolaridade entre os profissionais 
do setor de segurança privada é significativamente superior àquela verificada para a 
população em geral: enquanto em 1985 a proporção de indivíduos com nível de ensino 
médio da população em geral era de 16,2% e a dos profissionais da segurança pública 
correspondia a 10,3%, em 2001 estes últimos passaram a possuir uma proporção 
(31,3%) muito acima do total da população (21%) com esse nível de escolaridade. 
Possivelmente, esse aumento na escolaridade possa estar refletindo um crescimento 
da demanda por profissionais mais qualificados na área de segurança, sobretudo em 
função da necessidade de atualização e capacitação para operação de equipamentos 
mais sofisticados, cada vez mais em uso no setor. Se o nível de escolaridade vem 
crescendo em ambos os setores, com relação à renda essa melhora é nítida apenas 
para a segurança privada. Ainda de acordo com as informações da PNAD, enquanto os 
salários se mantiveram estáveis na segurança pública durante o período de 1985 a 1995, 
a renda média dos vigilantes cresceu consideravelmente. 
Em 1985, a maior parcela dos profissionais do setor concentrava se na faixa de 
renda entre 1 e 2 salários-mínimos (42%), proporção que diminuiu para 24% em 1995, 
enquanto entre os profissionais da segurança pública esse percentual praticamente 
não se alterou (MUSUMECI, 1998). Ainda assim, quase 80% dos vigilantes particulares 
recebiam até quatro salários-mínimos em 1995 (o que, na época, equivalia a R$ 400,00), 
enquanto na segurança pública essa faixa se reduzia para 44,8%. Em 2001, a média 
salarial de um vigilante no país era de R$ 726,94, maior do que a de um policial civil (R$ 
658,48), mas ainda menor do que a de um policial militar (R$ 996,00). 
Durante o período em que está em serviço, o vigilante não só é obrigado a usar 
um uniforme específico, como este uniforme deve possuir características que garantam 
a sua ostensividade, de acordo com o Artigo 103 da Portaria 387/2006-DG/DPF. Assim, 
o uniforme deverá, obrigatoriamente, conter, além do emblema da empresa, um apito 
com cordão e uma plaqueta de identificação autenticada pela empresa, constando o 
nome, o número da Carteira Nacional de Vigilante e a fotografia colorida em tamanho 3 x 
4. Os vigilantes que atuam pelas empresas de vigilância patrimonial, quando em serviço, 
podem portar revólver calibre 32 ou 38, além de cassetete de madeira ou de borracha 
e algemas. Fora estes instrumentos, são vedados o uso de qualquer outro objeto não 
autorizado pela Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada. 
Os vigilantes que atuam no setor da vigilância patrimonial também poderão 
utilizar armas e munições não-letais, assim como outros produtos controlados que são 
classificados como de uso restrito, para utilização em suas funções,

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