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Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 1 de 24 SUMÁRIO PÁGINA 1.Apresentação 1 2. Tomada e Prestação de Contas 2 2.1.Tomada/Prestação de Contas do Chefe do Poder Executivo 4 2.2.Prestação de contas/tomada de contas dos gestores 8 2.2.1. Avaliação do comportamento/conduta do gestor 18 3. Lista das questões apresentadas 19 4. Lista das questões comentadas 21 1. APRESENTAÇÃO Pessoal, na aula de hoje apresentarei os aspectos à prestação e a tomada de contas. AULA 11: Tomadas e Prestações de Contas. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 2 de 24 2. TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS Antes de adentrarmos no tema “” propriamente dito é importante localizarmos o mesmo no processo do ciclo de gestão orçamentária. Antes de se fazer considerações sobre a tomada e prestação de contas, deve-se inserir a mesma no ciclo orçamentário. O ciclo orçamentário é composto por 4 etapas ilustradas na Figura 1. Figura 1: Ciclo Orçamentário da Lei Orçamentária Anual A Figura 2 ilustra as principais datas no ciclo orçamentário da União. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 3 de 24 Figura 2: Ciclo Orçamentário da LOA 2017 na União Legenda: considerei que entre 02.02.2018 e 02.04.2018 existem 60 dias; LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias); PPA (Plano plurianual). Fazendo uma análise sobre o ciclo orçamentário da União, observa-se que em ambos os entes a etapa de Elaboração e a etapa de Discussão, Votação e Aprovação ocorrem em 2016, enquanto que a etapa de Execução Orçamentária Financeira ocorre em 2018. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 4 de 24 Vimos até aqui o ciclo orçamentário da LOA para os poderes, mas quem deve prestar contas? Os chefes dos poderes ou os gestores? A CF/1988 estabelece que: Art.70.[...] Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Antes de avançar gostaria de separar a análise em dois subtópicos. A prestação/tomada de Contas do Chefe do Executivo Federal e prestação de contas/tomada de contas dos gestores. 2.1. Tomada/Prestação de Contas do Chefe do Poder Executivo A seguir apresento a Figura 3 e o Quadro 1 com os principais eventos nesta etapa considerando a legislação federal. Quadro 1: Principais eventos da 4ª Etapa da LOA Principais eventos na ordem cronológica Fundamentação Elaboração da Prestação de Contas Lei 10.180/2001 Art. 24. Compete aos órgãos e às unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal: [...] X. elaborar a Prestação de Contas Anual do Presidente da República a ser encaminhada ao Congresso Nacional, nos termos do art. 84, inciso XXIV, da Constituição Federal Envio da Prestação de Contas CF/1988 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 5 de 24 da sessão legislativa [02 de fevereiro], as contas referentes ao exercício anterior; Recepção da prestação de contas pelo Congresso e envio ao TCU que deve elaborar parecer prévio. CF/1988 Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I-apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; Recepção da prestação de contas pelo Congresso e envio à CMO que deve elaborar parecer prévio. CF/1988 Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I-examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; Julgamento das contas CF/1988 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 6 de 24 E se o Presidente não enviar a prestação de contas do Prazo? Pela CF/1988 a Câmara dos deputados efetua a tomada de contas. Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa [02 de Fevereiro]. Qual a diferença entre prestação e tomada de contas na visão do TCU? Prestação de contas: quando a iniciativa de apresentar contas tiver sido da unidade ou do responsável obrigado a apresentá-las. Neste caso, será autuado no TCU um Processo de Prestação de Contas Ordinárias. Tomada de conta: quando uma unidade ou responsável estiver, pelas normas, obrigada a apresentar contas, mas, não o fazer no prazo estabelecido. Assim, um órgão de controle (interno ou externo) tomará as contas dessa unidade ou responsável, sendo autuado no TCU um Processo de Tomada de Contas Ordinárias. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 7 de 24 Figura 3: 4ª Etapa da LOA 2017 2018 3ª Etapa da LOA: Execução Orçamentária e Financeira 4ª Etapa da LOA – Controle Ex-Post 02.02 Abertura da Sessão Legislativa 20172016 1ª Etapa da LOA: Elaboração 2ª Etapa da LOA: Aprovação 31.08 22.12 Até 60 dias Envio da Prestação de Contas do Presidente da República ao CN Recepção no CN e encaminhamento ao TCU Até 60 dias Elaboração do Parecer Prévio e devolução ao CN Elaboração de Parecer na CMPOF Julgamentoda PCPR pelas duas casas na forma do regimento comum Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 8 de 24 2.2.Prestação de contas/tomada de contas dos gestores Vimos que pelo parágrafo único do artigo 70º da CF/1988 os gestores também devem prestar contas. Da mesma forma que o Chefe do Executivo, essas contas são apresentadas no ano seguinte da Execução do Orçamento. Porém, seus termos técnicos e rotinas estão amparados em legislações legais e infralegais. 2.2.1. Conceitos Iniciais Prestação de contas: quando a iniciativa de apresentar contas tiver sido da unidade ou do responsável obrigado a apresentá-las. Neste caso, será autuado no TCU um Processo de Prestação de Contas Ordinárias. Tomada de conta: quando uma unidade ou responsável estiver, pelas normas, obrigada a apresentar contas, mas, não o fazer no prazo estabelecido. Assim, um órgão de controle (interno ou externo) tomará as contas dessa unidade ou responsável, sendo autuado no TCU um Processo de Tomada de Contas Ordinárias1. Observe que este conceito extraído da IN TCU 63/2010 está alinhado à prática citada na CF/1988. 1http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/contas_ordinarias_extraordinarias/20 10/Quadro%20comparativo%20entre%20as%20Instru%C3%A7%C3%B5es%20Normativas%20TCU.pdf Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 9 de 24 Na sequência apresento no Quadro 2 os conceitos à luz da IN 63/2010. Quadro 2: Conceitos Iniciais da IN 63/2010 Termo Conceito Processo de contas Processo de trabalho do controle externo, destinado a avaliar e julgar o desempenho e a conformidade da gestão das pessoas abrangidas pelos incisos I, III, IV, V e VI do art. 5º da Lei nº 8.443/922, com base em documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente. Relatório de gestão Documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, organizado para permitir a visão sistêmica do desempenho e da conformidade da gestão dos responsáveis por uma ou mais unidades jurisdicionadas durante um exercício financeiro. Processo de contas ordinárias Processo de contas referente a exercício financeiro determinado, constituído pelo Tribunal segundo critérios de risco, materialidade e relevância. 2 Art. 5° A jurisdição do Tribunal abrange: I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I do art. 1° desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta assuma obrigações de natureza pecuniária; II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário; III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade pública federal; IV - os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo. V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 10 de 24 Processo de contas extraordinárias Processo de contas constituído por ocasião da extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas, cujos responsáveis estejam alcançados pela obrigação prevista no art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, para apreciação do Tribunal nos termos do art. 15 da Lei nº 8.443, de 1992. Risco Possibilidade de algo acontecer e ter impacto nos objetivos, sendo medido em termos de consequências e probabilidades. Materialidade Volume de recursos envolvidos. Relevância Aspecto ou fato considerado importante, em geral no contexto do objetivo delineado, ainda que não seja material ou economicamente significativo. Exame da conformidade Análise da legalidade, legitimidade e economicidade da gestão, em relação a padrões normativos e operacionais, expressos nas normas e regulamentos aplicáveis, e da capacidade dos controles internos de identificar e corrigir falhas e irregularidades. Exame do desempenho Análise da eficácia, eficiência, efetividade e economicidade da gestão em relação a padrões administrativos e gerenciais expressos em metas e resultados negociados com a administração superior ou definidos nas leis orçamentárias, e da capacidade dos controles internos de minimizar riscos e evitar falhas e irregularidades. Processo modificador Conjunto de procedimentos adotados pela unidade jurisdicionada ou por outra instância definida no ato que determinar a extinção, liquidação, dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização para a completa liquidação dos direitos e deveres da unidade encerrada. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 11 de 24 2.2.2. Unidades sujeitas à constituição de processo de contas Estão sujeitos à apresentação de relatório de gestão e à constituição de processo de contas os responsáveis pelas seguintes unidades jurisdicionadas ao Tribunal de Contas da União constantes no Quadro 3. Quadro 3: Unidades sujeitas à prestação de Contas 1 Órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, incluídas as fundações e empresas estatais, bem como suas unidades internas. 2 Fundos cujo controle se enquadre como competência do Tribunal. 3 Serviços sociais autônomos. 4 Contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo tratado constitutivo. 5 Empresas encampadas, sob intervenção federal, ou que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da União ou de entidade pública federal. 6 Entidades cujos gestores, em razão de previsão legal, devam prestar contas ao Tribunal. 7 Programas de governo constantes do Plano Plurianual previsto no inciso I do art. 165 da Constituição Federal3. 8 Consórcios públicos em que a União figure como consorciada. 9 Entidades de fiscalização do exercício profissional. 3 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. FinançasPúblicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 12 de 24 Os estados, o Distrito Federal, os municípios e as pessoas físicas ou entidades privadas, quando beneficiários de transferência voluntária de recursos federais, sob qualquer forma, responderão perante o órgão ou entidade repassador pela boa e regular aplicação desses recursos, devendo apresentar os documentos, informações e demonstrativos necessários à composição dos relatórios de gestão e dos processos de contas das unidades jurisdicionadas repassadoras dos recursos Outro ponto importante é que o TCU definirá anualmente, em decisão normativa, as unidades jurisdicionadas cujos responsáveis terão processos de contas ordinárias constituídos para julgamento, assim como os conteúdos e a forma das peças que os comporão e os prazos de apresentação4. Dessa forma, existe um universo de Unidades que apresentam Relatório de Gestão e um universo menor que além do relatório de gestão terão as contas julgadas. 4 Art. 4º da IN 63/2010. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 13 de 24 2.2.3. Organização dos processos de contas Os relatórios de gestão e os processos de contas constituídos pelo Tribunal serão organizados de acordo com a seguinte classificação no Quadro 45. Quadro 4: Formas de Organização dos Processos de Contas Forma Descrição Observação Individual Quando envolverem uma única unidade jurisdicionada. O Processo de Contas contém apenas o rol dos responsáveis da UJ individual. Consolidado Quando envolverem mais de uma unidade jurisdicionada e for conveniente ao Tribunal avaliar a gestão em conjunto. O Processo de Contas contém apenas o rol dos responsáveis da UJ consolidadora. Agregado Quando envolverem mais de uma unidade jurisdicionada e for conveniente ao Tribunal avaliar a gestão por meio do confronto das peças de cada unidade do conjunto. O Processo de Contas contém o rol dos responsáveis da UJ agregadora e agregadas. 5 Art. 5º da IN 63/2010. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 14 de 24 2.2.3.1. Composição do rol dos responsáveis Serão considerados responsáveis pela gestão os titulares e seus substitutos que desempenharem, durante o período a que se referirem as contas, as seguintes naturezas de responsabilidade, se houver 6: I. Dirigente máximo da unidade jurisdicionada; II. Membro de diretoria ou ocupante de cargo de direção no nível de hierarquia imediatamente inferior e sucessivo ao do dirigente máximo, com base na estrutura de cargos aprovada para a unidade jurisdicionada; III. Membro de órgão colegiado que, por definição legal, regimental ou estatutária, seja responsável por ato de gestão que possa causar impacto na economicidade, eficiência e eficácia da gestão da unidade. O Tribunal poderá definir outras naturezas de responsabilidade por meio de Decisão normativa. O Quadro 5 contém as informações que devem constar no rol de responsáveis 7. Quadro 5: Informações que devem constar no Rol de Responsáveis 1 Nome e número do Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda (CPF/MF) do responsável arrolado. 2 Identificação da natureza de responsabilidade e dos cargos ou funções exercidos. 3 Indicação dos períodos de gestão, por cargo ou função. 4 Identificação dos atos formais de nomeação, designação ou exoneração, incluindo a data de publicação no Diário Oficial da União ou em documento de divulgação pertinente. 5 Endereço residencial completo. 6 Endereço de correio eletrônico. 6 Art. 10° da IN TCU 63/2010. 7 Art. 11 da IN TCU 63/2010. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 15 de 24 A unidade jurisdicionada deve manter cadastro informatizado de todos os responsáveis a ela vinculados, em cada exercício, com todas as informações indicadas no Quadro 5, ainda que os responsáveis não tenham exercido as responsabilidades. 2.2.3.2. Os autos dos processos de contas Os autos iniciais dos processos de contas serão constituídos das peças a seguir relacionadas no Quadro 68. Quadro 6: Composição dos autos iniciais do processo de Contas 1 Rol de responsáveis. 2 Relatório de gestão dos responsáveis. 3 Relatórios e pareceres de órgãos, entidades ou instâncias que devam se pronunciar sobre as contas ou sobre a gestão dos responsáveis pela unidade jurisdicionada, consoante previsão em lei ou em seus atos constitutivos. 4 Relatório de auditoria de gestão, emitido pelo órgão de controle interno. 5 Certificado de auditoria, emitido pelo órgão de controle interno competente. 6 Parecer conclusivo do dirigente do órgão de controle interno competente. 7 Pronunciamento expresso do ministro de estado supervisor da unidade jurisdicionada, ou da autoridade de nível hierárquico equivalente, atestando haver tomado conhecimento das conclusões contidas no parecer do dirigente do órgão de controle interno competente sobre o desempenho e a conformidade da gestão da unidade supervisionada. Ressalta-se que o pronunciamento ministerial ou de autoridade de nível hierárquico equivalente sobre o parecer do dirigente do órgão de controle interno competente não poderá ser objeto de delegação. 8 Art. 13 da IN TCU 63/2010. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 16 de 24 2.2.3.3. Guarda dos Documentos As unidades jurisdicionadas e os órgãos de controle interno devem manter a guarda dos documentos comprobatórios de cada exercício, incluídos os de natureza sigilosa, de acordo com os seguintes prazos9: (i) dez anos, contados a partir da apresentação do relatório de gestão ao Tribunal, para as unidades jurisdicionadas não relacionadas para constituição de processo de contas no exercício; (ii) cinco anos, contados a partir da data do julgamento das contas dos responsáveis pelo Tribunal, para as unidades jurisdicionadas relacionadas para constituição de processo de contas no exercício. 2.3. Julgamento das Contas As contas podem ser julgadas da forma constante no Quadro 7. Quadro 7: Possíveis resultados do Julgamento das Contas Resultado Condição Regulares Quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável Regulares com ressalva Quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de naturezaformal de que não resulte dano ao Erário Irregulares Quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: a) omissão no dever de prestar contas; b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico; d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. 9 Art. 14 da IN TCU 63/2010. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 17 de 24 2.3.1. Avaliação do comportamento/conduta do gestor Quando da avaliação da prestação de contas do gestor, os auditores do controle interno e do controle externo, buscaram fundamentar suas opiniões a partir dos achados. O achado seria o resultado da comparação entre a situação constatada pelo auditor e o critério estabelecido ou desejável para a situação e caracterizada como falha ou irregularidade com gravidade suficiente para proposição de julgamento das contas com ressalva ou pela irregularidade, nos termos dos incisos II e III do art. 16 da Lei nº 8.443/92 e conforme as definições a seguir: a) FALHA: impropriedade ou falta de natureza formal que não tenha causado dano ao Erário, mas indique a necessidade de medidas corretivas; b) IRREGULARIDADE: prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial. Se for observada a ocorrência de dano ou prejuízo, o órgão de controle interno deve informar os valores originais correspondentes e a data da ocorrência. Quando da fundamentação do certificado de auditoria deve ser avaliada a conduta e o nexo de causalidade. A conduta seria ação ou omissão, culposa (por negligência, imprudência ou imperícia) ou dolosa (se o responsável teve a intenção de produzir o resultado ou ter assumido o risco de produzi-lo) praticada pelo responsável. O nexo de causalidade (vínculo entre a conduta e o resultado ilícito): evidências de que a conduta do responsável contribuiu significativamente para o resultado ilícito, ou seja, de que foi uma das causas do resultado. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 18 de 24 Os auditores devem tecer considerações sobre a reprovabilidade da conduta nos casos em que for caracterizada a responsabilidade pela irregularidade de responsável arrolado. Essa opinião, têm por objetivo auxiliar o controle externo a analisar a culpabilidade do agente, considerando fatos e informações atenuantes ou agravantes da conduta. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 19 de 24 3. LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS 1. (2010/FUNIVERSA/CONFECON) Acerca da tomada e prestação de contas no âmbito da União, é correto afirmar que a) é competência privativa do Senado Federal a tomada de contas do presidente da República quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. b) prestarão contas apenas as pessoas jurídicas públicas, que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. c) a Tomada de Contas Especial é um processo judicial, instaurado pela autoridade administrativa competente, quando se configurar a omissão no dever de prestar contas, a não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, a ocorrência de desvio de dinheiros, bens e valores públicos, ou, ainda, a prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário. d) ao Tribunal de Contas da União compete apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. e) estão sujeitos ao processo de tomada de contas os dirigentes das entidades supervisionadas da administração indireta federal. Já os ordenadores de despesas das unidades da administração direta federal se sujeitam ao processo de prestação de contas. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 20 de 24 (Cespe/2008/DFTRANS/Contador) A respeito dos procedimentos aplicáveis a prestação e tomada de contas, julgue os itens a seguir. 2. Além da prestação ou tomada de contas anual, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos. 3. No âmbito municipal, segundo a legislação em vigor, o Poder Legislativo deve prestar contas ao Poder Executivo, anualmente, no prazo estabelecido nas respectivas constituições ou leis orgânicas. 4. (IADES/2011/PGE-DF) Julgue as alternativas a seguir, em relação a transparência e a prestação de contas. I- O dever de prestar contas é de natureza funcional e administrativa, alcançando somente os servidores públicos ou os a eles equiparados. II- Os entes públicos disponibilizarão, a qualquer pessoa física ou jurídica, o acesso às informações referentes ao lançamento e ao recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente aos recursos extraordinários. III- Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos. IV- Pode a União realizar intervenção nos Estados e no Distrito Federal, para assegurar a observância do princípio constitucional da prestação de contas da administração pública, direta e indireta. A quantidade de itens certos é igual a a) 0. b) 1. c) 2. d) 3. e) 4. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 21 de 24 4. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS Pessoal trouxe as questões que encontrei disponíveis sobre o tema. 1. (2010/FUNIVERSA/CONFECON) Acerca da tomada e prestação de contas no âmbito da União, é correto afirmar que a) é competência privativa do Senado Federal a tomada de contas do presidente da República quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. ERRADO, compete à Câmara dos Deputados. b) prestarão contas apenas as pessoas jurídicas públicas, que utilizem, arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, emnome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. ERRADO, estão inclusas as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas. c) a Tomada de Contas Especial é um processo judicial, instaurado pela autoridade administrativa competente, quando se configurar a omissão no dever de prestar contas, a não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, a ocorrência de desvio de dinheiros, bens e valores públicos, ou, ainda, a prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário. ERRADO, é um processo administrativo. d) ao Tribunal de Contas da União compete apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento. CERTO. e) estão sujeitos ao processo de tomada de contas os dirigentes das entidades supervisionadas da administração indireta federal. Já os ordenadores de despesas das unidades da administração direta federal se sujeitam ao processo de prestação de contas. ERRADO, pelos critérios da IN 01/2000. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 22 de 24 (Cespe/2008/DETRAN-DF/Contador) A respeito dos procedimentos aplicáveis a prestação e tomada de contas, julgue os itens a seguir. 2. Além da prestação ou tomada de contas anual, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos. CERTO. 3. No âmbito municipal, segundo a legislação em vigor, o Poder Legislativo deve prestar contas ao Poder Executivo, anualmente, no prazo estabelecido nas respectivas constituições ou leis orgânicas. ERRADO, é o Executivo que presta contas ao Legislativo. 4. (IADES/2011/PGE-DF) Julgue as alternativas a seguir, em relação a transparência e a prestação de contas. I- O dever de prestar contas é de natureza funcional e administrativa, alcançando somente os servidores públicos ou os a eles equiparados. ERRADO, qualquer pessoal que guarde ou administre recursos públicos. II- Os entes públicos disponibilizarão, a qualquer pessoa física ou jurídica, o acesso às informações referentes ao lançamento e ao recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente aos recursos extraordinários. CERTO. III- Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos. CERTO. IV- Pode a União realizar intervenção nos Estados e no Distrito Federal, para assegurar a observância do princípio constitucional da prestação de contas da administração pública, direta e indireta. CERTO. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 23 de 24 CF/1988 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. A quantidade de itens certos é igual a a) 0. b) 1. c) 2. d) 3. e) 4. Gabarito D. Finanças Públicas e Orçamento p/ Consultor Técnico Legislativo da CLDF: contador Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 11 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 24 de 24 Gabarito das questões comentadas 1-D 2-Certo 3-Errado 4-D Obrigado pela participação no fórum!!! Prof. Dr. Giovanni Pacelli Me siga no meu grupo de dicas no facebook, no meu canal do youtube e no periscope (@GiovanniPacelli) Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são ilegais e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize nosso trabalho e adquira nossos cursos apenas pelo site do 3D CONCURSOS!
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