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DISCIPLINA PRESTAÇÃO DE CONTAS Henrique Torricelli CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS PÚBLICOS GUIA BÁSICO CH: 60h Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 2 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Seja bem-vindo(a) à disciplina de Prestação de Contas. Eu sou o Jorge e estarei acompanhando você nesta leitura. Então, o que estamos esperando? Vamos em frente! Bons estudos! // Apresentação Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 3 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação CONCEITOS INICIAIS SOBRE PRESTAÇÃO DE CONTAS UNIDADE I Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 4 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Esta disciplina demonstrará a importância do instituto de prestação de contas para todas as atividades com valores monetários realizados dentro do âmbito da administração pública, ou que tenha relação com o dinheiro público. Por meio da prestação de contas, os administradores de recursos públicos poderão provar a efetiva e correta utilização dos recursos públicos a estes confiados. Na sequência, veremos quem deve prestar contas, quais são os principais órgãos envolvidos e a forma que isso acontece. Referências Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 5 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Introdução Pensando um pouco sobre o assunto, o que é Prestação de Contas? De acordo com o dicionário, a palavra prestação vem do resultado de “prestar”, que significa “dar, oferecer algo a quem é de direito”. Já a palavra “contas” é a ação de contar, enumerar ou fazer um cálculo. (DICIO, 2022). Prestar contas é, a grosso modo, oferecer os cálculos a quem é de direito. Desta forma podemos pensar que prestação de contas é ato de prestar as contas de algo, a quem é de direito. No caso de recursos públicos, a lei determina que o gestor, sendo pessoas ou entidades que usarem destes recursos, devem prestar contas dos mesmos, nos prazos e formas legais. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 6 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação O portal do Ministério do Desenvolvimento Regional, do Governo Federal, diz que: “De maneira simplificada, a prestação de contas pode ser definida como a demonstração do que foi feito com os recursos públicos que foram transferidos a uma entidade num determinado período.” Desta forma, podemos conceituar que a Prestação de Contas é o ato de comprovar o correto uso de recursos públicos, utilizando-se de regras baseadas nos fundamentos legais e em procedimentos previamente estabelecidos. https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/ protecao-e-defesa-civil/prestacao-de-contas Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 7 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // A Finalidade da Prestação de Contas Primeiramente, devemos entender que o dinheiro público pertence ao povo e que o Poder Público, por meio de seus agentes e programas, emprega esse dinheiro em prol da sociedade, sempre buscando o interesse público e seguindo os preceitos legais. Esses recursos, que são arrecadados através da população, serão administrados pelos agentes públicos na realização dos programas direcionados à população, além de custearem as despesas básicas que a máquina pública precisa para funcionar, como os salários dos servidores, despesas com água, energia, entre outras. Neste contexto, os agentes públicos serão apenas guardiões desses recursos e, portanto, precisarão explicar como esses recursos foram utilizados. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 8 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação O ato de prestar contas não é uma opção, pois sua obrigatoriedade é estabelecida em leis, sobretudo, instituída na Constituição Federal do Brasil em seu art. 70, como veremos no esquema a seguir: Desta forma, temos que a finalidade da prestação de contas é demonstrar, registrar e comprovar que os recursos foram empregados corretamente, na forma da lei e nos objetivos previamente estabelecidos e aprovados, sempre buscando o interesse público. Destaca-se o ensinamento de Vianna (2007, p. 82), onde discorre que “o registro é corolário da monitoração. Monitora-se para registrar. [...] Os registros são públicos quando instituídos por lei e têm por objeto toda a informação que o Estado considera ser de interesse público”, neste caso, o registro da prestação de contas. Referências Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 9 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // O Dever de Prestar Contas Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (BRASIL, 1988). Administração Pública: São todos os ente públicos dos 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), dos 3 níveis (Federal, Estadual e Municipal) que representam o Estado na execução de suas atividades, podendo ser direta e indireta. O verbo imperativo – “prestará contas” indica que é obrigatório para qualquer pessoa física, jurídica, pública ou privada que use, receba, administre, guarde ou gerencie dinheiro, bens ou valores públicos. Controle Interno: Setor ou sistema interno do órgão que cria mecanismos de controle; Controle Externo: Maria Di Pietro (2002, p. 600) cita que “é externo o controle exercido por um dos Poderes sobre o outro; como também o controle da Administração Direta sobre a Indireta”. É exercido pelos Tribunais de Contas. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 10 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Além da Constituição exigir que seja realizada a prestação de contas, o art. 93 do Decreto Lei nº 200/67, que dispõe sobre a organização da Administração Federal, também estabelece que: Vianna (2007, p. 18) ressalta ainda que “o dever de prestar contas é inerente a quem exerce o poder. Quem exerce o poder não o faz em nome próprio, mas de outrem”, corroborando a necessidade de prestar contas. Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá que justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis, regulamentos e normas emanados das autoridades administrativas competentes. Referências Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 11 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Desta forma, seguindo os princípios constitucionais relacionados à Administração Pública, principalmente os princípios da economicidade, legalidade e moralidade, deve haver prestação de contas de todo recurso público. https://atricon.org.br/o-dever-de-prestar-contas/ Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 12 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Tribunal de Contas da União (TCU) Os Tribunais de Contas são órgãos do Controle Externo responsáveis pela fiscalização, acompanhamento e apreciação das prestações de contas dos entes públicos, entre outras funções e competências atribuídas por lei. Em seu art. 70, a Constituição Federal (1988) estabelece a obrigatoriedade de prestar contas, citando o Controle Externo. Já o art. 71 define que: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaboradoem sessenta dias a contar de seu recebimento; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 13 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Desta forma, o Tribunal de Contas, em apoio ao Congresso Nacional, é o responsável pelo exercício do Controle Externo. Ao longo dos onze incisos, o art. 71 da Constituição define as competências do Tribunal de Contas, mostrando vários casos em que o Tribunal deve atuar. O Tribunal de Contas da União – TCU é “órgão de controle externo do governo federal e auxilia o Congresso Nacional na missão de acompanhar a execução orçamentária e financeira do país e contribuir com o aperfeiçoamento da Administração Pública em benefício da sociedade. Para isso, tem como meta ser referência na promoção de uma Administração Pública efetiva, ética, ágil e responsável. É responsável pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas do país quanto à legalidade, legitimidade e economicidade”. https://portal.tcu.gov.br/institucional/conheca-o-tcu/competencias/ Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 14 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação De forma resumida, o artigo define que cabe a este órgão de controle: apreciar, julgar e analisar as contas prestadas pelo Presidente da República, pelos administradores e demais responsáveis que utilizem recursos públicos; realizar auditorias de natureza contábil, financeira, operacional ou patrimonial; aplicar sanções previstas em lei no caso de irregularidades; além de representar ao poder competente sobre as irregularidades ou abusos encontrados. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/4356018/ Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 15 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação São Funções do Tribunal de Contas: Fiscalizadora: Fiscaliza as contas públicas, conforme os incisos III, IV, V e VI do art. 71 da CF/88;1 Jurisdicional: Esta competência não é consenso no direito, mas o TCU possui jurisdição para julgar as contas de sua competência, aplicando sanções se necessário, conforme inciso II do art. 71 da CF/88; 3 Consultiva: Ocorre quando recebe a prestação de contas anual, onde analisa e dá parecer para que o Congresso julgue as contas, ou quando responde a questionamento elaborado por outros órgãos; 2 Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 16 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Informativa: Citada nos incisos VII e XI do art.71, tem o dever de responder a qualquer tempo qualquer solicitação encaminhada pelo Congresso Nacional; 4 Corretiva: Disposta no inciso IX do art. 71, ocorre quando o Tribunal verifica irregularidades nas contas e oferece prazo para correção;6 De Ouvidoria: Recebem denuncias e representações de membros do controle interno dos órgãos, de cidadãos, políticos ou qualquer um que saiba de irregularidades relacionados ao gasto de dinheiro público. 7 Sancionadora: Tem o poder de aplicar sanções, conforme estabelece o inciso VIII do art. 71;5 Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 17 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Tribunais de Contas dos Estados, Municípios e Distrito Federal Vimos anteriormente que, no Brasil, temos um Tribunal de Contas da União, que atua principalmente a nível Federal, porém temos outros Tribunais. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF): Há um Tribunal de Contas do Distrito Federal responsável, exclusivamente, por todos os órgãos do Distrito Federal; Tribunal de Contas dos Estados (TCE): Ao todo, temos 26 Tribunais de Contas dos Estados, que possuem autonomia no seu Estado e munícipios, auxiliando a Assembleia Legislativa e as Câmaras Municipais no controle; Tribunal de Contas dos Municípios (TCM): Alguns Estados, como Bahia, Goiás, Ceará e Pará, possuem Tribunais de Contas do Município que atuam nos municípios dos seus respectivos Estados, auxiliando o controle externo dos municípios. Já no Rio de Janeiro e em São Paulo, existe um TCM para as capitais, sendo que os TCEs atuam nos demais municípios além da capital. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 18 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação No Estado do Maranhão, por exemplo, temos apenas o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) que atua em todos os municípios. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 19 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação DO PROCESSO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS UNIDADE II Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 20 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Conceitos Iniciais Na unidade passada, estudamos os aspectos introdutórios da prestação de contas, sua base legal e quem tem o dever de prestar contas. Aprendemos também sobre os Tribunais de Contas, que são órgãos do controle externo. Agora, veremos como ocorre o processo de prestação de contas, quais os prazos, principais regras e formas. Fonte: https://www.rtek.com.br/plano-de-contas-o-que-e-e-para-que-serve/ Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 21 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Análise de Contas Após encerrado o exercício ou o objeto de convênio, dentro do prazo legal, os gestores públicos responsáveis pelo uso dos recursos públicos devem prestar contas do seu uso ao Tribunal de Contas competente. O Tribunal recebe os documentos que compõem a prestação de contas, dentre os quais, regulamentos, contratos, notas fiscais, notas de empenho, recibos, planos orçamentários, entre outros, e realiza a análise, emitindo o parecer de acordo com o art. 10 da Lei nº 8.443/92 (Lei orgânica do TCU): Essa prestação se dá geralmente por meio digital, através de um portal próprio para esta finalidade. No caso do TCU, o sistema é o SICONV. Para o Estado do Maranhão, é o ePCA – Sistema de Prestação de Contas Anual Eletrônica. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 22 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Fonte: https://www.legjur.com/legislacao/art/lei_00084431992-10 Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 22 Referências Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 23 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Desta forma, as contas poderão ser consideradas: Contas Regulares: Quando estão em conformidade com a legislação e demonstram que os recursos foram utilizados da maneira correta e dentro dos padrões esperados. Esse é um dos objetivos de todo gestor público; Contas Regulares com Ressalvas: É quando fica evidenciado qualquer falha de natureza formal, mas que não resulte em dano ao erário, sendo determinadas correções para remediar e/ou prevenir as mesmas falhas no futuro; Contas Irregulares: É considerada irregular quando as seguintes ocorrências são comprovadas: Desvio ou desfalque de dinheiro, bem ou valor público; Omissão no dever de prestar contas; Dano ao erário oriundo de ato antieconômico; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 24 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Prática de ato de gestão ilegal, infração a norma legal ou de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; Se o descumprimento de alguma determinação do Tribunal de Contas for reincidente, tendo o responsável ciência deste descumprimento. Se houver irregularidade na conta, o Tribunal condenará o responsável ao pagamento da dívida se houver débito ou aplicar multa, conforme inteligência do art. 57 e 58 da Lei nº 8.443/92. Além das sanções do Tribunal de Contas, o responsável também pode sofrer penas de outros órgãos, como do Tribunal Eleitoral ou até mesmo da Justiça Federal. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 25 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Convênios Os convênios, considerados transferências voluntárias, são recursosrepassados aos entes da Federação para que possam realizar suas atividades e políticas públicas. Existem diversos subgrupos dos convênios, como contratos de repasse, termos de cooperação, acordos, ajustes, auxílios e contribuições que são chamados de “congêneres” pela literatura, sendo todos tratados como convênios. (BEZERRA FILHO, 2014) Nos convênios, os repasses são decorrentes do mútuo acordo e da vontade das partes. São celebrados por Órgãos da Administração Pública com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos com objetos de interesse mútuo, possibilitando a transferência de recursos públicos para o ente que irá realizar o objeto conveniado. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 26 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Em relação aos repasses de convênio no âmbito federal, são aplicadas as regras estabelecidas no Decreto n° 6.170/07, assim como da Instrução Normativa n° 01/97 da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), estabelecendo limite de valores para a celebração de convênios, além de outras diretrizes dos processos, como definido no §3° do art. 10, que diz: “Toda movimentação de recursos de que trata este artigo, por parte dos convenentes, executores e instituições financeiras autorizadas, será realizada observando-se os seguintes preceitos.” Entre os preceitos citados neste artigo, encontram-se regras de movimentação bancária, identificação do beneficiário final, forma da transferência de informações, o resultado da prestação de contas, entre outros, inclusive estabelecendo prazo de um ano para a análise da prestação de contas (§8°). Outro ponto importante neste processo é o SICONV que é um sistema aberto de consulta pública, por meio da página na internet chamada de Portal dos Convênios, inclusive citado na referida lei. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 27 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Cabe ao órgão ou entidade que recebeu os recursos prestar contas do mesmo, na forma da lei. A prestação de contas deverá conter, além das informações solicitadas, os seguintes documentos: Relatório de cumprimento do objeto, com notas fiscais e demais documentos que comprovem a execução do objeto; Relação de bens adquiridos ou construídos, quando for o caso; Relação dos serviços prestados, treinamentos e relatórios produzidos, se for o caso; Demais documentos que comprovem desembolso de valores para o fiel cumprimento do objeto do convênio, como folha de pagamento dos empregados relativos ao projeto, comprovante de pagamento de taxas e licenças, entre outros. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 28 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Após recebida a documentação no SICONV, o ente que disponibilizou o recurso terá até 1 ano para analisar as contas. Se a prestação não for aprovada ou se não for realizada no prazo, poderá ser solicitado a tomada de contas especial e ainda, se aquele que deveria prestar contas não o fez, poderá sofrer sanções, dentre as quais ser obrigado a devolver o recurso ou até mesmo pagar multas. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 29 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Contas Anuais nas Esferas Federal, Estadual e Municipal A prestação de contas anual é aquela em que o ente público presta contas de todas as atividades realizadas no período de 01 ano. Geralmente, compreende do dia 1° de janeiro a 31 de dezembro do ano a ser analisado. No âmbito Federal, a sistemática é diferente entre o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República) e as demais contas apresentadas pelos administradores dos demais órgãos da administração direta e indireta. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA O inciso XXIV do art. 84 da CF/88 determina que o chefe do poder executivo terá o prazo de 60 dias, após a abertura da sessão legislativa, para prestar contas: Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 30 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.” Se não ocorrer a prestação de contas do Presidente da República no prazo estipulado, a Câmara dos Deputados deverá proceder com a tomada de contas do Presidente. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 31 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação DEMAIS RESPONSÁVEIS NO ÂMBITO FEDERAL (art. 71, II da CF/88) Em relação aos administradores e demais responsáveis pelo uso de recursos públicos, os mesmos devem prestar contas enviando o relatório de gestão e suas peças complementares, que devem ser enviados, anualmente, em formato digital, conforme prazo estabelecidos por portaria ministerial. Geralmente, os prazos fixados variam do dia 31 de março a 31 de julho do exercício subsequente ao que deve ser prestado contas. O Tribunal de Contas das União analisará a documentação e dará o parecer para aprovação ou não das contas. Em caso de irregularidades ou ilegalidades que causem dano ou prejuízo ao erário público, o TCU poderá aplicar sanções, dentre as quais a multa, podendo também encaminhar representação a órgãos de controle, tais como o judiciário. O Relatório de gestão é um documento que possui, em seu conjunto, documentos, informações, relatórios, demonstrativos de natureza contábil, financeira, patrimonial e operacional, permitindo ter uma visão ampla de todas as ações realizadas pelo órgão naquele período em análise. Tem como objetivo evidenciar as ações realizadas e mostrar que tais ações foram realizadas dentro das leis e seguindo o planejamento financeiro do órgão. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 32 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Processo de contas ordinárias: É referente ao exercício financeiro determinado, realizado pelo Tribunal, segundo os critérios de risco, materialidade e relevância; Processo de contas extraordinárias: É realizado na ocasião de extinção, dissolução, liquidação, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas, conforme parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal (1988). CONTAS ANUAIS NA ESFERA ESTADUAL Para as prestações de contas na esfera estadual, quem estabelece os critérios de análise é a legislação estadual, que deverá diferenciar a prestação de contas dos Chefe do Poder Executivo – Governador do Estado, e dos demais Administradores de recursos públicos. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 33 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Nas contas do Governador do Estado, o Tribunal de Contas local realizará a análise, emitindo parecer técnico de caráter informativo para apontar, baseado em critérios técnicos, se as contas apresentadas estão em conformidade com a Lei. A responsabilidade pela análise e aprovação das contas é da Assembleia Legislativa do Estado. O prazo para esta prestação é de 60 dias, assim como ocorre com o Presidente da República. Em relação às contas anuais, relativas aos administradores de recursos públicos no âmbito estadual, a responsabilidade será do Tribunal de Contas do Estado. O prazo varia para cada Estado, porém, para o Estado do Maranhão, os gestores dos órgãos públicos devem encaminhar as contas até o dia 04 de abril do ano subsequente ao que será avaliado. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 34 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Para tal, o TCE/MA possui, em seu portal virtual, uma página de sistemas, para que sejam cadastrados os administradores de recursos públicos e também dos documentos da prestação de contas. https://www.tcema.tc.br/index.php/sistemas Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 35 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentaçãoA prestação de contas municipais é apreciada pelos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, e, quando houver, dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios, assim como estabelece o art. 75 da CF/88. A Própria Constituição Federal (BRASIL, 1988) possui regulamentação específica em caso dos municípios: Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. §1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. §2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. §3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 36 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação No caso do Prefeito Municipal, este terá o prazo de 60 dias para apresentar as contas, onde o Tribunal de Contas realizará a análise e apontará o parecer informativo, porém a Câmara Municipal é que julgará as contas do Prefeito Municipal. (Art. 9° da Lei nº 8.258/2005 – Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão). Para os demais Administradores que recebam recursos públicos, a prestação de contas será analisada pelo Tribunal de Contas do Município, se houver, ou pelo Tribunal de Contas do Estado – como é o caso do Estado do Maranhão. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 37 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Tomada de Contas Especial (TCE) Como visto anteriormente, na Constituição Federal, há a obrigatoriedade de prestação de contas por parte daquele que use ou administre recursos públicos. A nível estadual, o art.50 da Constituição do Estado do Maranhão reforça o art. 70 da CF/88, estabelecendo que qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que use, guarde ou administre, entre outras ações, recursos públicos, deve prestar contas. Vimos também que esta prestação se dá de forma esperada e anualmente, conforme os prazos estabelecidos em lei, porém, aqui temos uma nova categoria de prestação de contas. Trata-se da TCE – Tomada de Contas Especial. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 38 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação A Tomada de Contas Especial é aplicada quando há a omissão de prestação de contas dentro do prazo legal, ocasionando a não comprovação da correta aplicação dos recursos repassados mediante Convênio ou qualquer instrumento congênere, ou quando verificada a ocorrência de desfalque, desvio, desaparecimento de dinheiro ou bens públicos, além da ocorrência de prática de ato ilegal ou antieconômico que resulte em dano ao erário. Nesta caso, a autoridade competente deve tomar as medidas cabíveis para apuração dos fatos, com correção ou penalização dos envolvidos. Assim como conceituam em diversos sites do Governo, notem a definição de Tomada de Contas Especial – TCE do Congresso Nacional: Não confundir TCE (Tribunal de Contas do Estado) com TCE (Tomada de Contas Especial). Apesar das siglas serem iguais, uma se refere ao órgão do controle externo, enquanto outra se refere a um processo de prestação de contas especial. ATENÇÃO: Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 39 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Fonte: https://www.congressonacional.leg.br/legislacao-e-publicacoes/glossario-orcamentario/-/ orcamentario/termo/tomada_de_contas_especial_tce Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 40 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação A TCE é aplicada toda vez em que há prejuízo ao erário ou nos casos de omissão da prestação de contas regular (fora de prazo da entrega da prestação de contas anual, por exemplo), onde se presume a possibilidade de dano ou prejuízo ao erário. MOTIVOS PARA INSTAURAÇÃO: Segundo o art. 2°, incisos I a IV da Instrução Normativa TCE/MA nº 50/2017, os motivos são: Omissão no dever de prestar contas; Não comprovação de boa e regular utilização de recursos repassados mediante auxílios, subvenções, convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres que envolvam a transferência de recursos financeiros; Desfalque, alcance, desvio ou desaparecimento de dinheiro, bens ou valores públicos, ou; Prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, inclusive decorrente de concessão irregular de benefícios fiscais ou de renúncia de receitas. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 41 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação O objeto é obter o ressarcimento por lesão aos cofres públicos, através da apuração e responsabilização dos envolvidos. No Estado do Maranhão, o prazo decadencial para a TCE é de 5 anos, conforme estabelece a Decisão Normativa TCE/MA nº 28 de 2017: “Art. 2º Salvo determinação em contrário do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, fica dispensada a instauração da tomada de contas especial quando houver transcorrido prazo superior a cinco anos entre a data provável de ocorrência do dano e a primeira notificação dos responsáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. A dispensa de instauração prevista no caput deste artigo não elide a propositura, a qualquer tempo, perante o Poder Judiciário, de ação de ressarcimento de danos causados ao erário.” Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 42 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação O processamento da TCE é, em via de regra, padrão para todos os Estados da Federação, salvo peculiaridades assumidas pelo Tribunal de Contas de cada Estado. Neste estudo, assumiremos o disposto e válido para o Estado do Maranhão. Desta forma, seguindo o Manual da Tomada de Contas Especial do Estado do Maranhão, notamos dois pressupostos para a instauração de uma TCE. 1. Dano ao Erário: O principal pressuposto para a TCE é o dano ao erário. Quando se há denúncia fundamentada ou a caracterização de qualquer lesão aos cofres públicos, tal tomada de contas deverá ser instaurada. Se a lesão aos cofres públicos for reparada antes da instauração da TCE, esse pressuposto básico deixa de existir, invalidando o seguimento da tomada de contas, tendo em vista que, assim, faltará um pressuposto básico. É o que ocorre quando há a devolução do valor faltante. Mas, se for instaurada a TCE e o prejuízo não for reparado, então o processo poderá seguir, culminando com a responsabilização e possível penalização ao Administrador que estiver em falta. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 43 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação 2. Adoção de Medidas Administrativas Preliminares: Este segundo pressuposto visa sanar a irregularidade encontrada, antes da instauração da TCE, buscando atender princípios da celeridade e economia processual. A Instrução Normativa TCE/MA nº 50/2017 traz o prazo de 60 dias para a adoção de medidas administrativas preliminares. Se tais medidas não forem suficientes para sanar os vícios ou lesões aos cofres, seguirá para instauração da TCE. Quando falamos pressupostos, significa que o processo não possui validade formal sem que os dois pressupostos estejam presentes. OBSERVAÇÃO: Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 44 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Quando ocorre algum dos motivos ensejadores da instauração da TCE e o processo ainda está no órgão de origem, chamamos de fase interna. Nessa fase de posse ainda do Controle Interno ououtro órgão responsável, serão analisados os documentos, constatando os fatos ocorridos, onde ocorrerá a apuração dos valores a serem ressarcidos aos cofres públicos, seguindo para a identificação dos responsáveis. Após estas etapas, o processo é encaminhado ao Tribunal de Contas, iniciando a fase externa. Aqui, o Tribunal de Contas irá analisar as documentações apresentadas, procedendo com a análise das contas, podendo as mesmas serem regulares, se não houver dano ao erário, regulares com ressalvas quando não houver dano, mas for constatada irregularidade e, por fim, poderão ser consideradas irregulares, quando houver dano, situação no qual será exigido o débito ao responsável e poderão serem aplicadas outras penalidades. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 45 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Para maiores informações sobre o procedimento de Tomada de Contas Especial, sugiro a leitura do Manual de TCE do Estado do Maranhão. É só clicar no link abaixo: https://www3.stc.ma.gov.br/files/2014/12/MANUAL-2021-COMPLETO.pdf?_gl=1*2tdmr5*_ga*OTUxOTE4MjU5LjE2NDk2NzgzMDk.*_ga_43WSLQF7SQ*MTY0OTY3ODMwOS4xLjEuMTY0OTY3ODk3OS4yOQ.. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 46 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação DISPOSITIVOS LEGAIS DE CONTROLE DOS ATOS PÚBLICOS APLICADOS À PRESTAÇÃO DE CONTAS UNIDADE III Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 47 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Lei de Responsabilidade Fiscal A Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), estabelece as normas de transparência da gestão fiscal e gerencial, dando apoio aos órgãos de controle. Esta norma dita regras que devem ser seguidas por todos os níveis, seja federal, estadual ou municipal, e foi criada com o intuito de regulamentar os artigos 163 a 169 da Constituição Federal. Nesta lei, estão instituídos a limitação de gastos públicos e os modelos de controle que obrigam os gestores a gastarem de forma responsável e sempre dentro do limite do orçamento estabelecido. É baseada em: Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 48 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação TRANSPARÊNCIA A LRF prega pela transparência, conforme podemos observar em seu art. 48: “Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.” Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 49 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação PLANEJAMENTO O planejamento é composto por três leis orçamentárias, de iniciativa do poder executivo, que são aprovadas pelo poder legislativo e depois sancionadas pelo Presidente da República: I. Plano Plurianual (PPA) – Delimita as diretrizes, objetivos e metas da administração pública em relação às despesas de capital e também para os programas de duração continuada. Compreende o exercício de 4 anos. Seu lapso não compreende o mandato do chefe do poder executivo, devendo ser elaborada no segundo ano de mandato; II. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elaborada em conformidade com o PPA. Dispõe sobre metas e prioridades da administração pública sobre o exercício financeiro e orienta a elaboração da lei do orçamento anual; III. Lei Orçamentária Anual (LOA) – Esta lei tem como objetivo a execução das metas e objetivos do Plano Plurianual, seguindo as instruções da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Compreende o orçamento fiscal do ano a que se refere, indicando os investimentos e gastos nas mais diversas áreas. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 50 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação CONTROLE Aqui se refere ao aspecto de controle ao que os gastos de recursos públicos estão alinhados com as Leis sancionadas que vimos acima (PPA, LDO e LOA). Trata-se de mecanismos de controle, tanto interno quanto externo, para acompanhar esta etapa. RESPONSABILIZAÇÃO Se houver descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal por parte do agente público, o mesmo pode ser responsabilizado e sofrer, entre outras sanções: Impedimento da entidade para receber transferências voluntárias; Proibição de contratações de operação de crédito; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 51 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Pagamento de multa, conforme a Lei nº 10.028/2002 (Lei das Sanções Fiscais); Cassação do Mandato e; Possibilidade de prisão - detenção ou reclusão, conforme disposto na Lei das Sanções Fiscais. https://www.youtube.com/watch?v=ZfECBTbuDsU Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 52 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Lei de Improbidade Administrativa Em 02 de Julho de 1992, foi sancionada a Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de Improbidade Administrativa. Qualquer agente público que pratique atos de improbidade administrativa contra qualquer Ente Público, seja da administração direta ou indireta, fundacionais ou autarquias, nos níveis federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal, poderá sofrer as penalizações impostas nesta lei. Mas, primeiro, cabe definir: O que é ato de improbidade? Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 53 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Art. 1.° O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta lei. §1°. Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9°, 10 e 11 desta lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 54 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação ART.9° - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. Auferir qualquer vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, função, mandato ou emprego nas entidades. Aqui, percebemos a possibilidade de desvio e uso de influência. As penalidades possíveis para este caso de improbidade são: Ressarcimento integral do dano, quando houver; Perda da função pública; Perda dos bens e/ou valores adquiridos ilicitamente através deste ato de improbidade; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 55 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Pagamento de multa de até 3 vezes o valor do patrimônio obtido ilicitamente; Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos; Proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais pelo prazo de 10 anos. Fonte: http://circuitomt.com.br/editorias/juridico/167772-enriquecimento-ilicito- nao-pode-ser-presumido-.html Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 56 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação ART.10 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: CAUSAR PREJUÍZO AO ERÁRIO. Configura ato de improbidade causar prejuízo ao erário, com ou sem intenção, quando configure perda, desvio, delapidação, apropriação de bens ou valores públicos, sobretudo quando permitida a realização de despesas não contempladas em lei, regulamentos ou no orçamento. As penalidades possíveis para este caso de improbidade são: Ressarcimento integral do dano; Perda da função pública; Perda dos bens e/ou valores adquiridos ilicitamenteatravés deste ato de improbidade; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 57 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Fonte: http://circuitomt.com.br/editorias/juridico/167772-enriquecimento-ilicito- nao-pode-ser-presumido-.html Pagamento de multa de até 2 vezes o valor do patrimônio obtido ilicitamente; Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; Proibição de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais pelo prazo de 5 anos. Erário 1. recursos financeiros 2. conjunto das repartições financeiras onde se conservam e administram os dinheiros públicos; tesouro público. Fonte: meudicionario.org Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 58 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação ART.11 - ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: ATOS QUE ATENTEM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Ocorre quando a ação ou omissão infrinja os deveres de honestidade, legalidade, imparcialidade e lealdade em relação à responsabilização fiscal, levando a prática de um ato que seja proibido em lei ou regulamento e impeça a publicidade aos atos oficiais. As penalidades possíveis para este caso de improbidade são: Ressarcimento integral do dano; Perda da função pública; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 59 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Perda dos bens e/ou valores adquiridos ilicitamente através deste ato de improbidade; Pagamento de multa de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração recebida pelo agente; Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos; Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 60 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // Recursos A nossa Constituição Federal já estabelece, em seu art. 5°, que a Lei não poderá excluir do poder judiciário a apreciação dos casos de ameaça ou lesão ao direito, ou seja, é direito de todos recorrer de uma decisão. Neste contexto, é possível recorrer de uma decisão nos Tribunais de Contas. Dá-se o nome de Recurso ao ato de recorrer de uma decisão proferida da qual não se concorde, com o objetivo de anular ou alterar tal decisão. Porém, para utilizar desta ferramenta, é preciso seguir determinadas regras. Cabe destacar que é possível a “alteração de ofício”, que ocorre quando se solicita, administrativamente, e a autoridade, dentro de sua competência e a depender do tipo de pedido, pode acatar e realizar a alteração de ofício. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 61 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Imagine, por exemplo, no caso de ter protocolado um documento junto a um processo de Tomada de Contas Especial de forma tempestiva (dentro do prazo), mas, por um erro no Tribunal de Contas, o mesmo solicita a apresentação do documento, então é solicitada a revisão do pedido, demonstrando o erro do Tribunal e este, por sua vez, toma ciência do erro e altera o pedido, levando em conta que tal documento já se encontra dentro do processo. Se houver a necessidade de entrar com recurso, este pode ser requerido pelo interessado, pelo responsável ou pelo Ministério Público de Contas. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 62 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação No Tribunal de Contas da União, seguindo a Lei Orgânica deste órgão, em seu art. 32, há a possibilidade de interpor 03 tipos de recursos: I. Recurso de Reconsideração – É usado nas decisões definitivas em processos de prestação de contas ou TCE. Pode ser interposto apenas uma vez e deve ser por escrito pela parte ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, no prazo de 15 dias, a partir do momento que der ciência da decisão. Possui efeito suspensivo (suspende a execução da decisão, até que a mesma seja reexaminada) e será analisado por um colegiado. Exemplo de reconsideração: Não concorda com a decisão e quer a reanálise; II. Embargos de Declaração – Deve ser por escrito e poderá ser interposto pela parte ou pelo Ministério Público, no prazo de até 10 dias, quando for constatada obscuridade, omissão ou contradição na decisão. Possui efeito suspensivo. Exemplo: o Tribunal considerou o agente culpado por ato de improbidade, mas não disse qual foi este ato (obscuridade) ou considerou que a tomada de contas está de acordo com a lei e está regular, porém mandou o agente responsável pagar uma multa (contradição na própria decisão); Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 63 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação III. Recurso de Revisão – Este recurso é usado para pedir alteração ou revisão de decisão ou acórdão (decisão do colegiado) nos casos em que for comprovado o erro de cálculo nas contas, falsidade ou insuficiência de documentos na fundamentação da decisão ou no caso de superveniência de novos documentos com eficácia sobre a prova produzida (por exemplo, descobre-se que um documento importante é falso). Neste caso, o prazo para impetrar este recurso de revista é de 5 dias após ciência da decisão ou acórdão. Um detalhe importante é que não cabe recurso do processo que converte uma fiscalização do Tribunal em Tomada de Contas Especial, que ocorre quando se é constatada alguma das hipóteses vistas anteriormente que ocasionam dano ou prejuízo ao erário público. Neste caso, os documentos que possam ser oferecidos para tentar a defesa serão apreciados no próprio processo de Tomada de Contas Especial. No Estado do Maranhão, os recursos estão disciplinados nos arts. 129 a 140 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado, porém, em linhas gerais, temos: Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 64 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Recurso de Reconsideração: Prazo de 15 dias; Embargo de Declaração: Prazo de 5 dias; Recurso de Revisão: Prazo de 2 anos. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 65 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação Caro (a), cursista! Chegamos ao fim da nossa disciplina. Cabe ressaltar que a prestação de contas é um importante processo dentro do serviço público e acompanhar as contas de sua cidade ou Estado é um ato de cidadania que pode ser realizado em buscas simples na internet. Recomendo o vídeo abaixo para entender bem a diferença entre os principais tipos de prestação de contas: Qual a diferença entre Contas Ordinárias e Tomada de Contas Especial? https://youtu.be/N8FYTtUOzL4 Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 66 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação // REFERÊNCIAS BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidente da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 14 mar. 2022. BRASIL. Lei de Improbidade Administrativa. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm> Acesso em: 12, mar, 2022 BRASIL. Lei da Responsabilidade Fiscal. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm> Acesso em: 12, mar, 2022 BRASIL. Tribunal de Contas das União. Disponível em: <https://portal.tcu. gov.br/inicio/>. Acesso em 14 mar. 2022. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 67 Unidade I Unidade II Unidade III ReferênciasApresentação BEZERRA FILHO, João Eudes. Contabilidade Aplicada ao Setor Público: abordagem simples e objetiva. São Paulo - SP. Atlas, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo. Editora Atlas, 2002 MARANHÃO. Tribunal de Contas do Estado Do Maranhão. Disponível em: <https://www.tcema.tc.br/>. Acesso em 15 mar. 2022. PARIZATTO, João Roberto. Ação de Prestação de Contas. 6ª. ed. São Paulo - SP. Edipa, 2015. VIANNA, Túlio. Transparência pública, opacidade privada. Rio de Janeiro - RJ. Revan, 2007. Técnico em Serviços Públicos // Prestação de Contas 68 Unidade I Unidade II Unidade IIIReferênciasApresentação Botão 14: Botão 15: Botão 18: Botão 20: Botão 22:
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