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Módulo 2 - População em situação de rua e o modelo Moradia Primeiro (Housing First) - MMFDH

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1
Modelo Moradia Primeiro 
(Housing First) para a 
População em Situação 
de Rua
Princípios do modelo 
Moradia Primeiro 
(Housing First)2
2
Conteudista:
Tomás Melo (Conteudista, 2021); 
Eliane Betiato (Conteudista, 2021); 
Vanessa Lima (Conteudista, 2021); 
Luis Ferro (Conteudista, 2021); 
Danilo Pena (Conteudista, 2021); 
João Bleim (Conteudista, 2021); 
Natália Leister (Conteudista, 2021); 
Leonildo Monteiro (Conteudista, 2021); 
Carlos Humberto (Conteudista, 2021); 
Estevam Cerqueira (Conteudista, 2021); 
Rafaella Riesemberg (Conteudista, 2021); 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
3
Sumário
Unidade 1 – Antecedentes e contextualização ........................................................................4
1.1 História, princípios e filosofia .......................................................................................................................... 4
1.2 Princípios básicos ................................................................................................................................................ 9
Referências .................................................................................................................................................................16
Unidade 2 – Housing First: Um modelo baseado em evidências ...................................... 17
2.1 Resultados e demonstrações internacionais ............................................................................................19
Referências .................................................................................................................................................................22
4
Ao final do módulo 2, você será capaz de descrever o contexto sócio-histórico de desenvolvimento do 
modelo Moradia Primeiro (Housing First) e os seus princípios básicos de aplicação; e identificar as evidências 
que tornaram o modelo Moradia Primeiro (Housing First) uma metodologia internacionalmente reconhecida 
por sua eficácia e efetividade.
O módulo 2 está estruturado da seguinte forma:
• Unidade 1 – Antecedentes e contextualização
• 1.1. História, princípios e filosofia
• 1.2. Princípios básicos 
• Unidade 2 – Housing First: Um modelo baseado em evidências
• 2.1. Resultados e demonstrações internacionais
Princípios do modelo 
Moradia Primeiro (Housing First)MÓ
D
U
LO
2
Objetivo de aprendizagem
Unidade 1 – Antecedentes e contextualização
Ao final desta unidade, você será capaz de descrever o contexto sócio-histórico de desenvolvimento do 
modelo Moradia Primeiro (Housing First) e os seus princípios básicos de aplicação.
1.1 História, princípios e filosofia
Chaves da moradia. 
Fonte: Imagem de Adobe Stock.
5
Para entender de maneira mais profunda seus fundamentos e princípios, nesta unidade vamos apresentar 
o percurso que levou à sua formação. 
O Housing First foi desenvolvido nos EUA em um contexto social que foi determinante para sua criação: 
durante a época presidencial de Ronald Reagan, em meio a uma recessão econômica e ao desenvolvimento 
de políticas econômicas que redefiniram a relação do Estado com as políticas públicas existentes. 
Em suma, o centro desta ideia era que tais serviços não deveriam ser uma conta do Estado e que os 
serviços essenciais deveriam ser ofertados no mercado e as pessoas iriam recorrer a estes serviços para 
sanar suas necessidades. 
Ainda nos anos 90, instaura-se uma crise habitacional que abalou o mercado imobiliário nos Estados Unidos e 
o aumento de pessoas sem moradia produziu intensa dependência de serviços emergenciais de acolhimento. 
Foi nesse cenário que se oportunizou a perspectiva de que havia um problema sistêmico em termos 
de acesso à moradia e que o atendimento baseado nos acolhimentos institucionais provisórios não era 
suficiente para suprir a demanda crescente. 
Havia, por exemplo, pessoas que devido às circunstâncias de suas vidas permaneciam durante muitos 
anos nas ruas, possuindo dificuldade de organização, autonomia e manutenção de cuidados básicos, 
dependendo integralmente dos serviços ofertados de forma contínua, sem qualquer expectativa de que 
poderiam se autonomizar.
Você sabe como foi criado o modelo Housing First? 
Brooklyn Bridge em 1993.
Fonte: Foto registrada por Margaret Morton. Places Journal.
Para aprofundamento no contexto habitacional dos EUA, confira a matéria 
no link: Tent City - Chris Herring - 2015
https://placesjournal.org/article/tent-city-america/?gclid=Cj0KCQjw5auGBhDEARIsAFyNm9G7fzgV5DAQdWuQwRDIo1F6yZZlAF3DDGQU_qJ0UNZlv8hbB8SHjIQaAuB6EALw_wcB&cn-reloaded=1&cn-reloaded=1
6
Em meio a esse cenário, surge o Housing First, que 
se distingue do modelo etapista e traz a centralidade 
da moradia como foco principal do atendimento, 
objetivando a superação permanente da situação de rua.
O primeiro aspecto que devemos notar é que a 
criação do modelo Housing First não partiu de uma 
figuração teórica ou de um plano filosófico para 
superar a situação de rua. Suas ideias elementares 
foram forjadas a partir do encontro com desafios 
práticos. Pode-se ainda dizer que sua formação 
foi resultado de uma grande inquietação que 
assola diversos agentes sociais que se veem 
frente ao desafio de oferecer um serviço eficaz no 
atendimento a pessoas em situação de rua. 
A ideia de uma nova forma de trabalho e 
acolhimento à população em situação de rua 
remonta à experiência desenvolvida pela assistente 
social Tanya Tull, na cidade de Los Angeles, EUA. 
Durante a década de 1980 ela trabalhava em um 
acolhimento institucional e percebeu a existência 
de sérios problemas na forma dos serviços que 
prestava naquela época. 
Dentre as inquietações de Tanya sobre o serviço, 
ela conseguiu verificar um cenário interessante: a 
existência do perfil de pessoas atendidas, segundo 
a forma como eram ocupadas as vagas para 
pernoite no acolhimento. 
Em seu estudo, Tanya percebeu três formas características de ocupação destas vagas de acolhimento, 
descritos a seguir: 
O primeiro grupo era de pessoas que passavam rapidamente pelo acolhimento, ou seja, 
utilizavam as vagas de pernoite apenas por um breve período de tempo. 
O segundo grupo era composto por pessoas que utilizavam as vagas por um número maior de 
vezes, mas que também administravam seu problema por conta própria e não precisavam mais 
do atendimento. 
O terceiro grupo era composto por pessoas que buscavam as vagas no acolhimento de 
forma persistente, que dependiam do acolhimento de modo permanente e que, caso não 
conseguissem as vagas, permaneciam nos arredores da localidade, dormindo do lado de fora, 
com a expectativa de conseguir uma vaga no dia seguinte. 
A verificação desses perfis de uso das vagas de acolhimento 
permitiu concluir que havia um problema crônico estabelecido, com 
uma demanda que o serviço de acolhimento não conseguia sanar.
A observação de Tanya é particularmente inspiradora para pensarmos as diferenças e os limites entre o 
modelo etapista e o modelo Housing First, bem como o lugar e o papel que os serviços que compõem o 
modelo etapista deveriam cumprir. Em suma, o que suas demonstrações nos permitem concluir é que o 
acolhimento institucional deveria ser um espaço de atendimento emergencial e provisório para aquelas 
pessoas que estão enfrentando uma crise em suas vidas e precisam de um espaço e tempo para reorganizar-
se em outros termos. 
Contudo, seguindo ainda as ideias demonstradas por Tanya Tull, o que podemos fazer se estes espaços 
atuais (acolhimentos institucionais) são tudo que existe e não temos nenhuma alternativa permanente para 
esse imenso contingente de pessoas que demandam os serviços de forma contínua e persistente?
Frente a essas questões, Tanya percebeu a necessidade inevitável de oferecer serviços permanentes para 
esse grupo de pessoas. Caso não houvesse um reordenamento nesse cenário,aquelas pessoas dependeriam 
permanentemente do acolhimento. Ou seja, o serviço emergencial, que poderia ser utilizado pontualmente 
por pessoas enfrentando crises eventuais, se converteria num uso contínuo de vagas que, claramente, não 
estão organizadas para esse fim, tornando-se em boa parte das vezes um serviço permanente e precarizado.
1
2
3
7
No ano de 1983, Tanya foi uma das fundadoras de um programa chamado L.A. Family Housing, 
iniciativa que oferecia moradia permanente e também vagas de acolhimento emergencial. No 
ano de 1988, ela criou outros dois serviços: um deles chamado A Community of Friends (Uma 
comunidade de amigos), que oferecia suporte habitacional permanente para pessoas em situação 
de rua com transtornos mentais, e, ainda, o Beyond Shelter (Para além do abrigo), uma organização 
para promoção da estratégia Housing First para unidades familiares. 
A estratégia e dedicação de Tanya Tull na promoção da ideia de que as famílias que utilizavam 
os acolhimentos deveriam ser domiciliadas o mais rápido possível foi uma importante inspiração 
para o desenvolvimento da estratégia chamada de Rapid Re-Housing (redomiciliamento rápido), 
atualmente utilizada internacionalmente como uma estratégia de prevenção e superação da 
situação de rua em conjunto com o modelo Housing First. O centro da ideia é que as pessoas que 
passam pela circunstância da perda de moradia devem ser redomiciliadas o mais rápido possível. 
A grande ideia encampada por Tanya foi produzir um serviço específico para essa demanda por ela 
identificada. Sua estratégia foi produzir programas complementares para atender pessoas com desafios 
específicos, mas que incidem nesse perfil persistente nos serviços (chamado nos EUA de crônicos). Algo 
que ultrapassasse a lógica dos acolhimentos provisórios e, em contrário, oferecesse um serviço de moradia 
com acompanhamento permanente.
As ideias e ações de Tanya Tull em Los Angeles inspiraram diretamente outro personagem central no 
desenvolvimento do Housing First, o psicólogo Sam Tsemberis. 
No início da década de 1990, na cidade de New York, Tsemberis também se via intrigado com o número 
de pessoas em situação de rua e com o fato de que o sistema de atendimento, do modo como estava 
organizado, não conseguia oferecer alternativas reais para as necessidades das pessoas. Ao contrário, 
sabia que o sistema de atendimento estava baseado em formas de recompensar os avanços e conquistas 
daqueles que conseguiam lidar com seus desafios para que talvez conseguissem acessar a moradia. 
No ano de 1992, Tsemberis reúne um grupo de pessoas em situação de rua na tentativa de compreender 
suas necessidades e anseios. Rapidamente percebeu que a principal demanda das pessoas era acessar uma 
moradia segura e com autonomia para conseguirem deixar as ruas. Com esta ideia em vista, começou um 
processo semelhante àquele desenvolvido por Tanya: oferecer o acesso à moradia para posteriormente 
trabalhar com os demais desafios. 
Vejamos a seguir uma breve afirmação de Sam Tsemberis: “Começamos a levar as pessoas das ruas para 
um apartamento próprio […] nada sofisticado, exceto a privacidade e a dignidade de não poder viver em um 
abrigo lotado. Lá, eles podiam cozinhar e comer o que quisessem, assistir televisão, fazer o que quisessem. 
Com dignidade.”
Veja o vídeo da palestra de Sam Tsemberis no link: 
*Observação: Vídeo com opção de legendas em português.
https://www.youtube.com/watch?v=HsFHV-McdPo
https://www.youtube.com/watch?v=HsFHV-McdPo
https://www.youtube.com/watch?v=HsFHV-McdPo
8
A citação do trecho da palestra de Sam Tsemberis é 
extremamente reveladora a respeito do centro ao qual o Housing 
First orbita: oferecer moradia para quem não tem, nas melhores 
condições possíveis, de modo que se permita o indivíduo acessar 
os aspectos mais elementares do que idealmente os demais 
domiciliados usufruem.
Poder cozinhar, escolher a própria comida 
sem depender de terceiros, assistir televisão 
e decidir o que assistir, descansar na hora que 
bem entender ou precisar e ter uma boa noite 
de sono sem estar aflito com a possibilidade 
de sofrer um ataque violento configura uma 
circunstância de bem-estar que dificilmente se 
tem dimensão da importância quando temos 
pleno acesso a esses bens. 
Com um projeto piloto em ação e conseguindo 
demonstrar que a ideia fundamental do Housing First 
funcionava, a iniciativa foi criticada por supostamente 
atender pessoas que “estavam prontas”, ou seja, 
pessoas com um suposto alto grau de autonomia, 
que já estavam prestes a superar a situação de rua 
e que, por este motivo, a metodologia não era tão 
qualificada como se promovia. 
Sentindo-se desafiado por tais críticas, Tsemberis 
inicia um outro ciclo do projeto, dessa vez 
exclusivamente com pessoas com trajetória de 
rua mais longa, com transtornos mentais e uso 
problemático de substâncias psicoativas. Nessa 
nova empreitada, o modelo demonstrou ser ainda 
mais eficaz nesses casos, produzindo resultados 
imediatos no bem-estar das pessoas e na 
capacidade de administrar tais desafios. 
O psicólogo, atento aos casos mais complexos que envolviam essa população – como 
transtornos mentais, deficiência física ou uso de substâncias psicoativas – viu a necessidade de 
acompanhamento e da criação de serviços diferenciados, já que ficava evidente que o modelo 
estabelecido como alternativo não contemplava a superação da situação de rua de forma eficaz 
para a maioria dessas pessoas. 
De modo sucinto, o modelo Housing First se estabelece como uma alternativa ao sistema 
progressivo de abrigamento e casas transitórias. 
Ao invés de deslocar as pessoas em situação de rua por diferentes níveis de abrigamento e 
produzir lentamente a autonomização do sujeito em etapas, o pressuposto do modelo objetiva 
a alocação imediata das pessoas para um local estável, seguro, com autonomia e privacidade. 
Logo, as questões e desafios que comumente afetam a permanência e manutenção do domicílio 
são administradas pelo indivíduo em conjunto com a equipe de suporte técnico que auxiliará na 
manutenção do domicílio e demais possíveis desafios.
Dessa forma, Sam Tsemberis, inspirado nas ideias de Tanya Tull, ao perceber a ineficácia das políticas 
públicas na superação efetiva da situação de rua, organizou um corpo teórico, filosófico e metodológico 
que culminou no que chamamos atualmente de Housing First e o modelo tem sido utilizado em dezenas de 
cidades nos Estados Unidos e passou também a ser estudado e aplicado em diversos países da Europa e, 
mais recentemente, na América Latina. 
9
1.2 Princípios básicos
O Moradia Primeiro (Housing First) parte da premissa de que a moradia é um direito humano básico que não 
deve ser negado a ninguém, independentemente das circunstâncias de vida e dos desafios enfrentados pelas 
pessoas, tais como a dependência de substâncias psicoativas, os transtornos mentais severos, desemprego 
ou demais condições que não devem ser tomadas como restrições do direito à moradia. Conferindo ao 
participante estabilidade, segurança e individualidade em um espaço de proteção autogerido. 
Acesso à moradia.
Fonte: Canva Pró.
Após a entrada na nova moradia abre-se a possibilidade do 
atendimento às outras demandas do beneficiado pelo programa, 
como: acesso à saúde, documentação pessoal, acesso ao trabalho 
e renda, acesso à justiça, dentre outros bens sociais que possam 
ser derivados da relação entre a equipe técnica de suporte e o 
morador participante do programa. 
A seguir, passaremos a uma apresentação dos princípios fundamentais do modelo Housing First:
Princípios básicos do modelo Moradia Primeiro (Housing First). 
Fonte: Autoria Vanessa lima.
Moradia 
Primeiro
ACESSO IMEDIATO 
À MORADIA
ESCOLHA DO 
BENEFICIÁRIO SUPORTE INDIVIDUALIZADO
INTEGRAÇÃO 
SOCIAL E 
COMUNITÁRIAsem condições de 
preparação
e 
autodeterminação
SERVIÇO
orientado para 
recuperação
e guiado pelo 
beneficiário
1
2 4
3
5
10
1- Acesso imediato à moradia, sem condições de preparaçãoNo modelo Moradia Primeiro (Housing First) não 
há quaisquer condições de preparação prévia ou 
mesmo exigências condicionantes para o acesso à 
moradia, tais como: necessidade de ser abstêmio 
do consumo de substâncias psicoativas, de estar 
empregado, participar de alguma organização 
religiosa ou qualquer outra exigência que determine 
aprovação para o acesso à moradia. 
Tal princípio responde às estratégias de atendimento 
a pessoas em situação de rua que frequentemente 
partem do pressuposto de que o problema das 
pessoas é que elas não estão preparadas para 
viver de modo domiciliado e com autonomia. Sendo 
assim, precisam passar por um longo processo de 
preparação e socialização que permita que alcancem 
este desejado estágio. 
O Housing First inverte essa lógica. Este primeiro princípio 
parte da compreensão de que a moradia é um direito de todos 
e que não deve ser negado a ninguém, independentemente das 
circunstâncias e desafios individuais.
Talvez seja possível afirmar que este princípio é o que mais gera polêmica e dúvida no primeiro contato com 
o Housing First. Provavelmente isso se deve ao fato de que o paradigma etapista está tão consolidado em 
nossas mentes, bem como os diversos preconceitos construídos ao longo dos anos sobre as pessoas em 
situação de rua, que realmente se torna difícil realizar uma circunstância de atendimento na moradia sem 
qualquer preparação prévia. 
Vamos agora responder a uma pergunta frequente, da forma mais objetiva possível: 
O Housing First atende pessoas sem preparação prévia, mesmo quando elas sofrem 
com transtornos mentais severos e uso problemático de substâncias? Até mesmo os 
usuários de crack?. 
A resposta é: SIM. 
A versão mais longa desta resposta deve afirmar enfaticamente que o Moradia Primeiro 
(Housing First) não parte de um sistema de triagem para classificar indivíduos como mais 
ou menos aptos ao programa. Deve-se entender que é um erro deduzir quem serão as 
pessoas que vão ou não obter sucesso no programa a partir de tal ou qual perfil. 
Em oposição, se alguma triagem deve ser feita é justamente para tentar garantir que as 
pessoas em situação de maior vulnerabilidade sejam atendidas o mais breve possível. 
O sistema baseado em triagem ou classificação de aptos ou inaptos, que procura escolher os 
perfis de pessoas “preparadas”, os casos “menos complexos”, em que as pessoas demonstram 
“maior autonomia e independência”, por definição, não configura uma aplicação correta do 
Housing First. Essa tendência de buscas de “casos mais simples” é uma forma de aplicação 
ainda bastante dominada pela lógica etapista e por este temor difuso de que as pessoas em 
situação de rua não irão se “adaptar” ou “se comportar adequadamente em uma moradia”. Dito 
de outra maneira, o modelo Housing First deve estar organizado justamente para atender os 
chamados “casos difíceis”. 
11
Na prática, os programas de Housing First têm um número limitado de vagas a oferecer. Isso significa dizer 
que é necessário criar algum critério para a distribuição de vagas, afinal geralmente a oferta de vagas será 
menor que a demanda
Contudo, como se mede de forma objetiva quem está em maior vulnerabilidade? Trata-se de uma 
circunstância de difícil resolução, mas que pode ser pensada internamente pelos gestores do programa, 
que devem também se comprometer com criar as condições de crescimento do número de atendidos.
A metodologia Housing First pressupõe que seu atendimento 
deve ser destinado às pessoas que vivem com maior dificuldade e 
enfrentam as mais graves situações de vulnerabilidade social. 
Acesso à moradia sem restrições. 
Fonte: Canva Pró.
12
Escolha do beneficiário.
Fonte: Vídeo Princípios do HF, INRua
2 - Escolha do beneficiário e autodeterminação
A adesão ao projeto é livre e os encaminhamentos 
são feitos a partir do acordo estabelecido com o 
indivíduo que adere ao programa.
Este princípio orientador estabelece que as pessoas 
atendidas e suas questões e desafios devem ser 
o centro do atendimento. Ao contrário de um 
programa protocolar, com etapas, metas e objetivos 
pré-definidos, os caminhos do atendimento 
defendem a autodeterminação dos indivíduos. 
O programa supõe que as decisões e caminhos 
do atendimento sejam criados em uma relação 
de cooperação entre a equipe técnica e a 
pessoa atendida: desde a escolha do local de 
moradia, as particularidades que devem ser 
buscadas para atender as necessidades do 
morador, direcionamentos referentes ao projeto 
individual, desejos e sonhos.
Em outras palavras, este princípio prevê que os caminhos a serem 
trilhados, bem como os desafios enfrentados nas diversas etapas 
do atendimento devem ser decididos pelo morador e mediado com 
o apoio e suporte da equipe técnica.
Para compreender melhor, assista aos vídeos do projeto Casas Primeiro, em Portugal:
Vídeo 1 - Casas Primeiro - Portugal
Vídeo 2 - Casas Primeiro - Portugal
https://www.youtube.com/watch?v=-OinwYOKEY8
https://www.youtube.com/watch?v=-OinwYOKEY8
https://www.youtube.com/watch?v=g80MMeqp09c
13
O foco nos desafios apontados pelo beneficiário deve acolher as demandas e criar as condições necessárias 
para um processo de recuperação em relação aos problemas identificados pelos sujeitos.
Antes de tudo é importante avaliar quais são os aspectos problemáticos definidos pelas próprias pessoas 
atendidas, de modo que se possa compreender aquilo que as pessoas avaliam como desafios a serem 
trabalhados e até mesmo superados. 
A experiência técnica com o Housing First demonstra que as pessoas tendem a se saírem melhor quando os 
objetivos são traçados por elas mesmas e têm a oportunidade de produzir em seu próprio ritmo o processo 
de recuperação, em constante avaliação com a equipe técnica para alcançar seus objetivos. 
3 - Serviço orientado para recuperação
O suporte individualizado pressupõe que a equipe responsável pelo projeto auxiliará individualmente o 
beneficiário a partir das visitas domiciliares e através do contato com os espaços de referência, políticas 
públicas e a comunidade circundante. Os aspectos definidos para o suporte são guiados pelo beneficiário, de 
acordo com seu reconhecimento a respeito das questões problemáticas que julga serem suas prioridades.
4- Suporte individualizado e guiado pelo beneficiário
Serviço orientado para a recuperação. 
Fonte: Imagem produzida pelo INRua
Veja o vídeo do Projeto Viviendas Primero, na Espanha:
https://www.youtube.com/watch?v=CqhfODWjBcc
Neste vídeo você pode observar um pouco mais sobre as visitas domiciliares no Housing First:
*Observação: é possível ativar as legendas e mudar o idioma.
https://www.youtube.com/watch?v=wJNLiHFk1qs&t=26s
Dependência 
de álcool e 
outras drogas Inserção 
familiar e 
comunitária
Trabalho e 
renda
Tratamento 
de saúde
População 
em situação 
de rua
Moradia 
Permanente
Ruptura de 
vínculos 
familiares
Desemprego 
Miséria
https://www.youtube.com/watch?v=CqhfODWjBcc
https://www.youtube.com/watch?v=CqhfODWjBcc
https://www.youtube.com/watch?v=g80MMeqp09c
https://www.youtube.com/watch?v=wJNLiHFk1qs&t=26s
https://www.youtube.com/watch?v=wJNLiHFk1qs&t=26s
14
Um dos principais aspectos definidores da 
manutenção do domicílio e, consequentemente, 
do sucesso ou do fracasso do projeto trata-se da 
capacidade de produção de vínculos sociais entre 
os moradores e a comunidade. 
Mudar-se para uma nova casa é um desafio na vida 
de todos nós. Por vezes demoramos para conhecer os 
vizinhos, sentir familiaridade com uma nova localidade, 
organizar nossos trajetos nas ruas, optar pelos 
espaços para fazer compras ou se alimentar, dentre 
tantas outras variáveis que podem determinar nosso 
bem-estar em um novo local e com novas pessoas. 
Para as pessoas em situação de rua que passaram 
longos anos sem moradia, estas questões podem 
ser ainda mais desafiadoras. Antes de tudo, a própria 
requalificação de uma pessoa que se entendia como 
alguém em situação de rua e que passa a ser uma 
pessoa domiciliada tem impactos nareorganização 
da própria identidade e na forma como esta pessoa 
enfrentará os desafios e atividades cotidianas. 
5 - Integração social e comunitária
Se por um lado este novo arranjo pode ser muito 
recompensador do ponto de vista da melhora da 
autoestima e das condições de organização da 
identidade pessoal, esse processo também pode 
ser vivido como muito solitário. 
É um tanto curioso notar que o primeiro mês em 
uma nova casa costuma ser o mais desafiador. 
Tudo é uma novidade e a pessoa demora algum 
tempo para começar a se ambientar, por vezes 
esse processo pode ser muito mais demorado. É 
comum que nesses primeiros meses as pessoas 
busquem com frequência seus antigos locais 
de referência, amigos e demais conhecidos do 
tempo em que se estava em situação de rua, que 
se queixem com frequência sobre a solidão de 
estar em uma moradia sozinho. Algumas datas 
comemorativas e feriados, por exemplo, podem 
ser particularmente delicados do ponto de vista 
emocional e afetivo. Esses são alguns dos diversos 
desafios enfrentados na construção do bem-estar.
Devemos sempre lembrar: Housing First não se trata apenas 
de domiciliar as pessoas, mas de acompanhar seus processos e 
auxiliá-las na busca da resolução de seus desafios.
Se faz fundamental auxiliar o novo morador a se conectar com a comunidade, conhecer vizinhos, aprender 
as rotas de locomoção no bairro, auxiliar na criação e manutenção de relações pessoais saudáveis, bem 
como procurar identificar e auxiliar no engajamento de atividades recompensadoras, de acordo com as 
particularidades e gostos pessoais de cada morador. 
Por exemplo: algum morador pode ter uma fé religiosa e desejar se conectar com os demais de uma mesma 
religião, enquanto outra pessoa pode desejar se envolver no time de futebol do bairro ou em alguma outra 
atividade física. Enfim, o papel da equipe técnica é tentar facilitar esses encontros e estabelecimento de 
vínculos sociais com a comunidade. 
15
Integração social e comunitária.
Fonte: Canva Pró
Compreendendo que a rua produz vínculos sociais que distinguem e identificam os sujeitos no 
mundo, é importante relacionar o projeto domiciliar com a produção de atividades recompensadoras, 
de modo que o espaço domiciliar e a convivência comunitária sejam gratificantes. 
Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=G_awJOjwrbw
https://www.youtube.com/watch?v=G_awJOjwrbw
https://www.youtube.com/watch?v=G_awJOjwrbw 
16
Cadernos FGV, Escola de Direito do Rio de Janeiro. População em situação de rua: direitos 
humanos, políticas públicas e programas de housing first. Rio de Janeiro, 2017. 80 p. 
Chris Herring, “Tent City, America,” Places Journal , dezembro de 2015. Acesso em 17 de 
junho de 2021. https://doi.org/10.22269/151214
Tom Peterson. “Housing First: Tanya Tull & Sam Tsemberis”, Stakeholder Health, 15 de 
fevereiro de 2017. Acesso em 17 de junho de 2021. https://stakeholderhealth.org/tanya-tull-
sam-tsemberis/
Referências
https://doi.org/10.22269/151214
https://stakeholderhealth.org/tanya-tull-sam-tsemberis/
https://stakeholderhealth.org/tanya-tull-sam-tsemberis/
17
Objetivo de aprendizagem
Unidade 2 – Housing First: Um modelo 
baseado em evidências
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as evidências que tornaram o modelo Moradia Primeiro 
(Housing First) uma metodologia internacionalmente reconhecida por sua eficácia e efetividade.
A partir de sua implementação e de estudos comparativos com outros modelos foi possível comprovar que 
o modelo Moradia Primeiro (Housing First) também é vantajoso do ponto de vista financeiro, mostrando-se 
mais econômico para a gestão pública. Ou seja, além de garantir o acesso imediato ao direito da moradia, 
maior dignidade humana, autonomia e a possibilidade concreta de superação da situação de rua, é um 
modelo mais barato aos cofres públicos. Como afirma Ornelas:
Um modelo baseado em evidências. 
Fonte: Canva Pró
“A evidência científica mostra que o modelo Housing First é a solução mais rápida, de custo-
benefício mais baixo e com resultados extraordinários já estudados por várias universidades, tal 
como maior integração comunitária, maior bem-estar e satisfação pessoal, redução de sintomas 
de doenças mentais e redução do nível de dependência química e do álcool. Não é só uma casa, 
é uma casa que transforma e permite a recuperação total da pessoa que antes vivia sem abrigo”.
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As experiências Housing First em diversas cidades dos EUA, Canadá e países Europeus (Espanha, Portugal, 
Alemanha, França, dentre outros) demonstraram que as cidades que aplicaram o modelo tiveram sucesso 
na diminuição de custos com a população em situação de rua, comparativamente com o modelo anterior. 
Um estudo europeu, publicado em 2013 por Pleace e Brethherton, constatou que os serviços de Housing 
First geraram anualmente, por pessoa, uma economia de 1.400 €, em comparação com os centros de 
alojamento. E de 11.250 € em comparação com os programas residenciais de grupo e com apoio intensivo. 
Por outro lado, os custos associados às pessoas em situação de rua abrangem também os custos indiretos 
relativos à utilização de serviços de urgência na área da saúde, às internações hospitalares ou à intervenção 
do sistema de justiça e de segurança policial, como se pode ver no livro: “É possível Housing First no Brasil? 
Experiências de Moradia para População em Situação de Rua na Europa e no Brasil” - MMFDH - 2019.
A capacidade do Moraria Primeiro (Housing First) em termos de comprovação de sua eficácia e 
economia de gastos no atendimento culminou em uma expressão que sintetiza esta ideia e que 
tem sido utilizada internacionalmente como slogan: “Housing First: fazendo mais com menos”. 
Ou seja, trata-se da capacidade de atender com mais qualidade, usando menos recursos que os 
demais modelos. 
A adesão dos atendidos também corrobora com os argumentos que se tornaram a maior defesa da 
metodologia: percebeu-se claramente que a maior parte dos indivíduos contemplados pelo programa 
conseguiu de forma efetiva lidar com seus desafios pessoais e melhorar sua qualidade de vida. 
Ao contrário das expectativas, atesta-se que o ambiente do domicílio cria as condições materiais e subjetivas 
para a transformação da vida, produzindo segurança e estabilidade para que os sujeitos se tornem capazes 
de enfrentar toda sorte de dificuldades, tais como a dependência química transtornos mentais, desemprego 
e reestabelecimento de vínculos familiares.
Outro aspecto interessante no que diz respeito aos resultados do 
modelo é o seu sucesso em termos de permanência nas unidades 
habitacionais. Segundo informações da organização Pathways 
Housing First, o programa atestou uma taxa entre 85% e 90% 
de sucesso no domiciliamento e na manutenção do domicílio de 
pessoas que passaram anos em situação de rua. 
Esses números têm sido atestados continuamente por diversas pesquisas científicas ao longo dos últimos 
anos e demonstram que, ao contrário daquilo que se repete com frequência no senso comum, as pessoas 
em situação de rua querem sim acesso à moradia e que na maioria esmagadora dos casos, quando tem a 
chance de se domiciliar, buscam formas de permanecer na moradia. 
Seguindo o argumento de Tsemberis, outro aspecto que fica claro é que, apesar das diversas pesquisas em 
diferentes programas e com inúmeras pessoas que participaram do processo Housing First, é impossível 
prever quem são as pessoas que vão permanecer ou não em suas casas (no programa HF). 
https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/populacao-em-situacao-de-rua/DHUM0117_21x26cm_WEB4Pg.Separadas.pdf
https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/populacao-em-situacao-de-rua/DHUM0117_21x26cm_WEB4Pg.Separadas.pdf
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2.1 Resultados e demonstrações internacionais
Com o passar dos anos e com o sucesso da metodologia, a ideia foi se espalhando e chegando a diversos 
países. Observe o quadro abaixo que apresenta alguns dos programas Housing First pelo mundo:
Quadro comparativo entre experiênciasinternacionais e seus resultados. 
Fonte: INRua
São diversas as causas que levam uma pessoa 
a situação de rua, e o perfil de cada pessoa 
também se modifica de acordo com o território. 
Por exemplo: nos Estados Unidos, parte da PSR é 
composta por veteranos de guerra com traumas e 
sequelas profundas desta experiência, já a PSR em 
Barcelona, na Espanha, está composta em grande 
parte por imigrantes (47% são pertencentes a 
países que não fazem parte da União Europeia), e 
também pessoas desempregadas (45%). 
Por sua vez, em boa parte das cidades na América 
Latina essa condição está muito associada ao 
desenvolvimento desigual e a posição destes 
países na geopolítica mundial e na subalternização 
econômica, bem como as próprias consequências 
do colonialismo e da escravidão que reproduz 
persistentemente as condições de desemprego, 
miséria e racismo institucional. 
A exemplo do Brasil, segundo os dados da Pesquisa 
Nacional sobre População em Situação de Rua 
(2008), percebe-se que se trata de um segmento 
social composto sobretudo por homens negros em 
idade economicamente ativa. 
Diferente do modelo etapista, o Housing 
First vai compreender as especificidades 
do indivíduo e do território, encarando as 
causalidades das condições que levam à 
situação de rua.
Um dos exemplos mais referenciados 
internacionalmente como boa prática é o caso de 
Alberta, no Canadá, que criou um plano de dez 
anos com metas e objetivos para superar a situação 
de rua na província.
Foi criado um cronograma, com orçamento específico, 
total de pessoas que seriam atendidas no primeiro 
ano, para que em dez anos houvesse a superação 
da situação de rua em Alberta. Esse audacioso plano 
realizou a adequação dos serviços que já existiam, 
incrementando os ideais do HF para conseguir 
diminuir de forma eficaz o número de PSR. Uma das 
primeiras constatações, já no primeiro ano de atuação, 
foi que existia um custo de $100.000 por pessoa no 
modelo antes vigente, e com a implementação do HF 
o custo passou para $35.000 ao ano.
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Para saber mais sobre o plano de 10 anos para superar a situação de rua em 
Alberta, Canadá, acesse: A plan for Alberta: ending homelessness in 10 years - 2008
Outro exemplo interessante é o da cidade de Helsinki, na Finlândia, a cidade fez um reordenamento do 
serviço de atendimento e conseguiu em um curto período de tempo praticamente erradicar a situação de 
rua. A cidade implementou também um programa complementar chamado Rapid Re-Housing (RRH).
O Rapid Re-Housing (Redomiciliamento rápido) é um programa que atua tanto na prevenção quanto na 
rápida resolução de problemas habitacionais recentes. A ideia é que tão logo uma pessoa ou unidade 
familiar seja reconhecida como recém-chegada à rua ou mesmo enfrentando uma crise habitacional essas 
pessoas sejam atendidas o mais prontamente, evitando o alongamento da situação de rua e os agravos 
frequentemente decorrentes dessa experiência. 
Em suma, trata-se de um programa que compreende que quanto menos tempo as pessoas estiverem em 
situação de rua, mais fácil e menos traumático será o processo de domiciliamento.
Propaganda do Rapid Re-Housing (RRH). 
Fonte: Youtube Rapid Rehousing Program - Rapid Rehousing Application, Intake Process & Apartments
Tradução livre: 
Pessoas domiciliadas não são pessoas em situação de rua. 
O Redomiciliamento Rápido supera a situação de rua de famílias e 
indivíduos. 
O Redomiciliamento Rápido ajuda as pessoas a:
• Achar uma moradia (ajuda as pessoas a rapidamente achar uma 
moradia em até um mês ou menos);
• Pagar pela moradia (ajuda as pessoas a pagarem a moradia 
por um pequeno período de tempo, havendo possibilidade de se 
estender);
• Ficar na moradia (ajuda as pessoas acessarem serviços de modo 
que garantam sua permanência na moradia). 
Veja este vídeo sobre o processo de superação da situação de rua na Finlândia: 
*Observação: Vídeo com opção de legendas em português.
https://www.youtube.com/watch?v=OuZLccdpUmE&t=82s
Conheça um pouco mais sobre o programa Rapid Re-Housing (RRH):
*Observação: Vídeo com opção de legendas em português.
https://www.youtube.com/watch?v=frWexyi6qAk
https://open.alberta.ca/dataset/7d9d2a8e-1392-4ab8-a4bb-6ba4aac6b285/resource/bc702fc0-a5ac-4ddf-a92f-98adae7af22c/download/planforab-secretariat-final.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=OuZLccdpUmE&t=82s
https://www.youtube.com/watch?v=OuZLccdpUmE&t=82s
https://www.youtube.com/watch?v=frWexyi6qAk
https://www.youtube.com/watch?v=frWexyi6qAk
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Vamos imaginar juntos a seguinte situação:
durante uma pandemia, diversas famílias se viram sem condições de realizar a manutenção de 
suas vidas em uma moradia. Imagine uma cidade com um programa de “redomiciliamento rápido”: 
tão logo essa família se percebe em risco habitacional ou recém-chegada à rua, recorreria aos 
serviços de atendimento para relatar tal crise e receberia apoio para permanecer na moradia ou 
para mudar-se para um outro espaço em condições de habitabilidade. De forma resumida, esta 
é uma estratégia de prevenção do crescimento numérico de pessoas em situação de rua que é 
utilizada em diversos países de forma conjunta com o Housing First. 
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BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. É possível Housing First 
no Brasil?: experiências de moradia para população em situação de rua na Europa e no Brasil 
/ Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. – Brasília: MMFDH, 2019.
TSEMBERIS, Sam. Housing First: the pathways model to end homelessness for people with 
mental health and substance use disorders. Darthmout PRC / Hazelden. 2010.
Links e vídeos:
Inrua: https://inrua.org/
Cinco princípios chave do Housing First (legendado) 
Canal: INRua Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=G_awJOjwrbw
Housing First se justifica por oferecer melhor custo-benefício
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=TMHXucWoPrA
Por que adotar o Housing First (Moradia Primeiro) no Brasil
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=0jBuH121sHw
Housing First quebra tabus sobre pessoas em situação de rua
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=LhYhkp0cFpQ
Intercâmbio com EU viabiliza Housing First no Brasil
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=iItQzHa0IHY
Fundação usa metodologia Housing First na Espanha
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=SX4XjtF2djc
Chile e a metodologia do Housing First
Canal: Diálogos Setoriais
https://www.youtube.com/watch?v=ZdaQLbdfnYk
Referências
https://inrua.org/
https://www.youtube.com/watch?v=G_awJOjwrbw
https://www.youtube.com/watch?v=TMHXucWoPrA
https://www.youtube.com/watch?v=0jBuH121sHw
https://www.youtube.com/watch?v=LhYhkp0cFpQ
https://www.youtube.com/watch?v=iItQzHa0IHY
https://www.youtube.com/watch?v=SX4XjtF2djc
https://www.youtube.com/watch?v=ZdaQLbdfnYk
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	Unidade 1 – Antecedentes e contextualização
	1.1 História, princípios e filosofia
	1.2 Princípios básicos
	Referências
	Unidade 2 – Housing First: Um modelo baseado em evidências
	2.1 Resultados e demonstrações internacionais
	Referências

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