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TCC INTERAA_A_ES MEDICAMENTOSAS

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GRUPO EDUCACIONAL FAVENI
VANESSA ALINE BRITO PEREIRA
AVALIAÇÃO DOS RISCOS RELACIONADOS A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS NO HOSPITAL MUNICIPAL PEDRO I EM CAMPINA GRANDE - PB
CAMPINA GRANDE – PB
2021
VANESSA ALINE BRITO PEREIRA
GRUPO EDUCACIONAL FAVENI
AVALIAÇÃO DOS RISCOS RELACIONADOS A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS NO HOSPITAL MUNICIPAL PEDRO I EM CAMPINA GRANDE - PB
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Futura – Grupo Educacional Faveni, como requisito parcial para obtenção do título de Farmacêutico Clínico Hospitalar
Orientador: Prof. Camila Vieira
CAMPINA GRANDE - PB
2021
AVALIAÇÃO DOS RISCOS RELACIONADOS A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM PRESCRIÇÕES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS NO HOSPITAL MUNICIPAL PEDRO I EM CAMPINA GRANDE - PB
Vanessa Aline Brito Pereira1 
Declaro que sou autor¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
 Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais.
RESUMO
Um maior conhecimento sobre a prevalência das interações medicamentosas conduz a um controle mais efetivo na administração de medicamentos, favorecendo, assim, a adoção de terapias mais eficazes. Deste modo, este estudo teve como objetivo principal identificar e classificar os tipos de interações medicamentosas em prescrições de pacientes hospitalizados. O estudo foi executado através de uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, realizado na Farmácia do Hospital Municipal Pedro I, localizado em Campina Grande, Paraíba. Foram utilizadas as prescrições médicas das alas clínica e cirúrgica do hospital municipal, atendendo os critérios de inclusão. Para isso, formulários estruturados e individuais foram desenvolvidos exclusivamente para este estudo, com a finalidade de transcrever os dados obtidos pela análise das prescrições. Para a análise das prescrições, foi utilizado como fonte bibliográfica a base de dados Drugs Interactions Search do Micromedex® na versão 2.0.
Palavras-chave: Farmacêutico; Hospital; Medicamentos.
EVALUATION OF RISKS RELATED TO MEDICINAL INTERACTIONS IN PRESCRIPTIONS OF PATIENTS HOSPITALIZED IN THE MUNICIPAL PEDRO I HOSPITAL IN CAMPINA GRANDE - PB
ABSTRACT
. The bigest knowledge about the prevalence of drug interactions leads to a more effective control in the administration of drugs, thus favoring the adoption of more effective therapies. Thus, this study aimed to identify and classify the types of drug interactions in prescriptions of hospitalized patients. The study was performed through a qualitative field survey conducted at the Pharmacy of Pedro I Municipal Hospital, located in Campina Grande, Paraíba. The medical
1 Pós Graduando/a do curso de Farmácia Clinica Hospitalar pela Faculdade Futura. 
Email vanessavabp@gmail.com
 
0
prescriptions of the clinical and surgical wings of the municipal hospital were used, meeting the inclusion criteria. For this, structured and individual forms were developed exclusively for this study, with the purpose of transcribing the data obtained by the analysis of the prescriptions. For the analysis of the prescriptions, the database "Drugs Interactions Search" of Micromedex® in version 2.0 was used as bibliographic source.
Keywords: Pharmaceutical; Hospital; Medicines.
1 Introdução
A interação medicamentosa (IM) é caracterizada por uma mudança na ação de um medicamento, causada pela administração concomitante ou prévia de outro medicamento. Quando os fármacos têm um efeito sinérgico, o efeito terapêutico pode ser potencializado; quando antagônica, a administração concomitante pode reduzir sua eficácia. Do mesmo modo, a IM pode interferir na forma como os medicamentos são absorvidos, metabolizados e eliminados ( CEDRAZ, SANTOS JUNIOR. , 2014)
No sistema de terapia medicamentosa, a prescrição é imprescindível para a segurança do paciente, e merece a máxima atenção na preparação, para que a chance de erro seja a mínima possível. Um estudo da American Medical Association revelou que 56% dos erros de medicação ocorrem na fase de prescrição (WACHTER, 2013)
Algumas IM podem ser propositais; essa interação é tratada como benéfica ou desejada. Eles também podem fazer parte da terapia medicamentosa do paciente, como a administração simultânea de fentanil e midazolam. Essa interação é indicada para proporcionar conforto e alívio da ansiedade em pacientes em suporte ventilatório mecânico, otimizando a sincronização e a oxigenação ( VIEIRA et al., 2012)
Três níveis de gravidade são utilizados para a classificação das interações, segundo a base de dados Drugs Interactions Search (2014): Grave ou Maior - os efeitos são potencialmente ameaçadores à vida do paciente ou capazes de causar danos permanentes; Moderada - Os efeitos podem causar uma deterioração no estado clínico do paciente, pode ser necessário tratamento adicional, hospitalização ou um tempo maior de permanência no hospital; Leve ou Menor - os sintomas geralmente são leves, as consequências
10
podem causar algum incômodo ou serem imperceptíveis, mas não deve afetar de modo significativo o tratamento, não sendo necessário um tratamento adicional.
Nesse contexto, o presente trabalho propõe analisar as prescrições hospitalares para a identificação das possíveis IM mais frequentes e classifica- las, identificar as IM perigosas, avaliar os fatores de risco para a hospitalização relacionada às IM e conhecer os sinais e sintomas das IM responsáveis pela internação. Espera-se, dessa maneira, contribuir com informações que possam enriquecer a prática clínica de profissionais da saúde, diminuindo a morbi/mortalidade relacionada ao uso de determinados medicamentos, bem como de suas associações.
2 Fundamentação teórica
2.1 Uso racional de medicamentos
Estudos sobre o uso, acesso e uso racional de medicamentos em escala nacional fornecem dados às autoridades governamentais para avaliar suas políticas de Assistência Farmacêutica, investimentos na seleção e obtenção de medicamentos, bem como controle de gastos. ( ALVARES, J. et al., 2017)
A análise de prescrições de medicamentos tem sido proposta como estratégia para aumentar a segurança no processo de uso de medicamentos. Segundo a Lei 6360/76, artigo 79 juntamente com portaria 3916/98 que promove a Política Nacional de Medicamentos, inclui ações da farmacovigilância e assistência farmacêutica, para assegurar a promoção do uso racional de medicamentos e estabelece que todos os informes sobre acidentes ou reações nocivas causadas por medicamentos no Brasil seja informado à Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA.
2.2 Interações medicamentosas
As chances de ocorrerem interações aumentam à medida que são acrescentados ao tratamento mais medicamentos e estes são usados, simultaneamente (RODRIGUES; PINHO 2013).
As interações medicamentosas dependem de uma série de variáveis, como condição clínica do paciente, número e características dos
medicamentos, e são agravadas pelo fato de os profissionais de saúde desconhecerem as ações desses medicamentos. ( FARIA; CASSIANI, 2011)
Quando dois medicamentos são administrados ao mesmo tempo em um paciente, eles podem agir de forma autônoma ou interagir entre si, com ampliação ou diminuição de efeito terapêutico ou tóxico de um ou de ambos. (HOEFLER, 2008). Além destes, há chances de ainda ocorrer o chamado “efeito rebote“, referente ao o efeito contrário esperado para aquela medicação. (CRUZ E. P. et al.,2018).
As prescrições poderão conter associações que causem interações medicamentosas que podem ser do tipo medicamento-alimento, medicamento- enfermidade, medicamento-teste diagnóstico, medicamento-substância química e medicamento-medicamento (FUCHS; WANNMACHER, 2010).
2.3 Classificação das interações medicamentosas
As IM podem ser classificadas como benéficas, quando o resultado diminui os efeitos indesejados e amplia a eficácia do tratamento; ou prejudiciais, quando ocorre a potencialização do efeito causando toxicidade, diminuindo a eficácia terapêutica ou causando reações adversas em diversos níveis de gravidade (RODRIGUES; PINHO, 2013).
Três níveis de gravidade são empregados na classificação das interações segundo a base de dados Drugs.com, 2014. Grave ou Maior: os efeitos são potencialmente ameaçadores à vida do paciente ou capazes de causar prejuízos permanentes. Moderada: Os efeitos podem causar uma degradação no estado clínico do paciente, pode ser necessário tratamento adicional, hospitalização ou um acréscimo no tempo de permanência no hospital. Leve ou Menor: os sintomas geralmente são suaves, as decorrências podem causar algum incômodo ou serem insignificantes, mas não devem afetar de modo expressivo o tratamento. Tratamento adicional geralmente não se faz necessário.
Para permitir a administração ao mesmo tempo, os medicamentos devem ser fisicamente combinados, pois as reações químicas exigem um tempo de contato mais longo para que ocorram diminuições significativas nas concentrações da droga. (PEREZ M. et al., 2015)
Em adição, as interações podem modificar a velocidade ou a absorção, distribuição, biotransformação, ou excreção de outros fármacos, caracterizando as interações farmacocinéticas. Enquanto que as interações farmacodinâmicas ocorrem quando há mudanças no mecanismo e ação dos fármacos. Outro tipo de interação acontece por incompatibilidade entre os componentes de uma formulação farmacêutica, denominada de interação farmacotécnica (MIBIELLI et al., 2014).
3 Material e métodos
Nesse estudo foi inserida uma proposta metodológica de pesquisa de campo, com a finalidade de avaliar as prescrições de pacientes com o intuito de identificar possíveis interações medicamentosas com caráter descritivo, retrospectivo e qualitativo, que foi realizada na farmácia hospitalar de um hospital municipal, localizado na cidade de Campina Grande – PB.
A pesquisa foi realizada na Farmácia do Hospital Municipal Pedro I, localizado em Campina Grande – PB. Foram utilizadas as prescrições médicas das alas clinica e cirúrgica do hospital municipal, no período entre Janeiro a Junho de 2017, atendendo os critérios de inclusão. No entanto, para a autorização da coleta de dados, o responsável pelo setor assinou o termo de autorização institucional e o termo de autorização institucional para coleta de dados em arquivos.
Foram utilizados formulários estruturados e individuais desenvolvidos exclusivamente para este estudo, com a finalidade de transcrever os dados obtidos pela análise das prescrições. Dessa forma, foram coletadas as seguintes informações: sexo, medicamentos e quantidades prescritas além das doses, via de administração e posologia.
Para análise das interações medicamentosas potenciais, foi utilizada como fonte bibliográfica a base de dados Drug Interactions Search do Micromedex® na versão 2.0.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, de acordo com a resolução Nº
466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sob certificado de apreciação Nº
2.616.238. Foi garantida a confidencialidade das informações, não havendo risco de divulgação dos dados pessoais obtidos a partir das prescrições.
4 Resultados e discussão
Foram analisadas 276 prescrições, destas 160 (58%) foram prescritas para mulheres, e 116 (42%) foram prescritas para homens (Gráfico 1). O resultado dessa pesquisa é semelhante ao estudo realizado por Dos Passos et al., 2012 que foi de 61% do gênero feminino e 39% do gênero masculino. A idade dos pacientes não foi informada nas prescrições, porém este hospital fornece atendimento apenas para adultos, assim sabe-se que todos os pacientes são maiores de 18 anos.
Gráfico 1 – Gráfico de setores dos gêneros encontrados nas prescrições de pacientes internados no Hospital Pedro I, Campina Grande – PB, entre janeiro e junho de 2017.
GÊNERO DOS PACIENTES
116
42%
FEMININO
160
58%
MASCULINO
O número de medicamentos prescritos variou entre 2 e 15, e o número médio de medicamento por prescrição foi de 7,59. O total de prescrições analisadas apresentou 2.095 medicamentos prescritos. Informações como via de administração, posologia e dose do medicamento estavam presentes em todas as prescrições analisadas. Esse resultado assemelha-se com os achados
do estudo de Cruciol-Souza et al., (2008) que teve em seu estudo a média de 7,4 medicamentos por prescrição.
As análises realizadas com o banco de dados de interações medicamentosas identificou que 125 (45%) prescrições possuíam algum tipo de interação, e 151 (55%) não possuíam nenhuma interação (Gráfico 2). Resultados esses que diferem do estudo de Okuno et al., 2013 onde 79,5% das prescrições apresentava, algum tipo de interação e 20,5% não apresentavam nenhuma interação.
Gráfico 2 – Gráfico de colunas da presença de interação encontradas nas prescrições de pacientes internados no Hospital Pedro I, Campina Grande – PB, entre janeiro e junho de 2017.
PRESENÇA DE INTERAÇÃO
55%
45%
151
125
SIM
NÃO
Dentre as 125 interações encontradas, 106 (85%) foram classificadas como moderadas e 19 (15%) foram classificadas como maiores ou graves (Gráfico 3). Interações classificadas como leves não foram encontradas nessa pesquisa. Resultados distintos dos obtidos no estudo de Ferreira et al., 2016, onde foram identificadas 16 interações maiores, 156 intermediárias e 16 interações menores.
Gráfico 3 – Gráfico de colunas dos tipos de interações encontradas nas prescrições de pacientes internados no Hospital Pedro I, Campina Grande – PB, entre janeiro e junho de 2017.
TIPOS DE INTERAÇÃO
85%
106
15%
19
MODERADAS
MAIORES
A Tabela 1 lista as interações medicamentosas classificadas como moderadas obtidos por meio do programa IBM Micromedex®.
Tabela 1 - Frequência de interações medicamentosas moderadas identificadas nas prescrições de pacientes internados no Hospital Pedro I, Campina Grande -PB, entre janeiro e junho de 2017.
	Fármaco I
	Fármaco II
	N
	Frequência (%)
	Captopril
	Dipirona
	40
	38
	Dipirona
	Losartana
	27
	25
	Enalapril
	Dipirona
	19
	18
	Sinvastatina
	Clopidogrel
	7
	6
	Fluconazol
	Omeprazol
	4
	4
	Cetoprofeno
	Captopril
	4
	4
	Captopril
	Tenoxicam
	2
	2
	Valsartana
	Dipirona
	1
	1
	Carvedilol
	Amiodarona
	1
	1
	Nimesulida
	Losartana
	1
	1
	Total
	
	106
	100
As três interações classificadas como moderadas mais recorrentes na pesquisa foram as de Dipirona e Captopril (38%), Dipirona e Losartana (25%) e Dipirona e Enalapril (18%). De acordo com a base de dados da Micromedex®, o uso concomitante de inibidores da enzima conversora de angiotensina e bloqueadores de receptores de angiotensina e anti-inflamatórios não esteroidais pode resultar em disfunção renal e / ou aumento da pressão arterial. Resultados que diferem do estudo de Doubova et al 2007, onde 40% das interações medicamentosas envolviam a combinação de anti-inflamatórios não esteroidais com anti-hipertensivos.
As demais interações classificadas como moderadas foram de Sinvastatina e Clopidogrel (6%), Fluconazol e Omeprazol (4%), Cetoprofeno e Captopril representaram 4%, Captopril e Tenoxicam representaram 2%, Carvedilol e Amiodarona representou 1% das interações moderadas, Valsartana e Dipirona (1%) e Losartana com Nimesulida representou 1% das interações.
A tabela 2 lista as interações medicamentosas classificadas como maiores ou graves de acordo com o banco de dados IBM Micromedex®.
Tabela 2 - Frequência de interações medicamentosas maiores ou graves identificadas nas prescrições de pacientes internados noHospital Pedro I, Campina Grande -PB, entre janeiro e junho de 2017.
	Fármaco I
	Fármaco II
	N
	Frequência(%)
	Clopidogrel
	Omepazol
	7
	37
	Amitriptilina
	Dipirona
	3
	16
	Escitalopram
	Dipirona
	3
	16
	Amiodarona
	Digoxina
	1
	5
	Losartana
	Captopril
	1
	5
	Fluoxetina
	Dipirona
	1
	5
	Fluoxetina
	Nimesulida
	1
	5
	Meropenem
	Ac. Valpróico
	1
	5
	Enalapril
	Losartana
	1
	5
	Total
	
	19
	100
As três interações consideradas como maiores ou graves em maior prevalência foram Clopidogrel e Omeprazol (37%), Amitriptilina e Dipirona (16%) e também com 16% Escitalopram e Dipirona. De acordo com a literatura da base de dados da Micromedex o uso concomitante de Clopidogrel e Omeprazol pode resultar na redução das concentrações plasmáticas do metabolito ativo do clopidogrel e redução da atividade antiplaquetária.
O uso simultâneo da Amitriptilina juntamente com a Dipirona pode resultar em aumento do risco de sangramento, de acordo com a base de dados. Terapêuticas utilizando Escitalopram ao mesmo tempo em que a Dipirona, também pode resultar em um risco aumentado de sangramento. Resultado divergente do deparado no estudo de Lopez-Picazo et al., em estudo realizado na atenção primária da Região da Múrcia, na Espanha. Onde foi encontrada uma prevalência de 50,0% de interações graves e dessas consideradas graves, a interação mais frequente foi entre omeprazol e diazepam.
As demais interações consideradas maiores encontradas na pesquisa foram Amiodarona e Digoxina, Losartana e Captopril, Fluoxetina e Dipirona, Fluoxetina e Nimesulida, Meropenem e Ac. Valpróico e também o Enalapril e Losartana, cada interação possui a representatividade de 5%.
É notável nessa pesquisa que o fármaco mais envolvido em interações medicamentosas foi a Dipirona, assim fica o alerta para se ter uma atenção especial quanto a ministração do mesmo, por ser um fármaco de fácil acesso para a população.
A tabela 3 lista as vias de administração dos medicamentos utilizadas nas prescrições estudadas:
Tabela 3 - Frequência das vias de administração dos medicamentos nas prescrições de pacientes internados no Hospital Pedro I, Campina Grande - PB, entre janeiro e junho de 2017.
	Via de Administração
	N
	Frequência (%)
	Endovenosa
	992
	47
	Via Oral
	618
	29
	Subcutânea
	290
	14
	Nebulização
	112
	5
	Sonda Nasogástrica
	45
	2
	Intramuscular
	38
	2
	Total
	2095
	100
A via de administração mais utilizada foi à via endovenosa, com representatividade de 47%, seguido da via oral que teve 29% de representatividade. Uma das vias mais utilizadas foi à via subcutânea, que representou 14%. A quarta via de administração mais utilizada foi a nebulização, frequente em 5% das prescrições.
As duas vias menos utilizadas, com representatividade de 2% cada uma, foram as vias pela sonda nasogástrica e via intramuscular. Resultados
discordantes dos encontrados no estudo de Cruciol et al., 2008 onde as três vias mais prescritas foram: oral (46,9%), intravenosa (35,2%) e subcutânea (8,5%). Desacordos entre os resultados encontrados no contemporâneo trabalho e os estudos referenciados podem ser atribuídas à metodologia empregada para a categorização de interações e ao perfil da população observada.
5 Conclusão
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de interações medicamentosas nas prescrições de pacientes hospitalizados, permitiu a classificação das interações e descreveu os fármacos mais envolvidos. Realizada a análise em todas as prescrições, foi observado que a maioria delas foi de pacientes do sexo feminino, e que a maioria das prescrições não apresentou nenhuma interação. As prescrições que apresentaram interações tiveram as do tipo moderada em maior prevalência. Verificou-se que 45% possuíam algum tipo de interação, permitindo assim, que os objetivos propostos foram realmente alcançados. O formulário para coleta de dados conseguiu colher as informações necessárias para o estudo, porém a informação acerca da idade dos pacientes não pôde ser coletada, já que essa informação não estava presente nas prescrições.
Dada à importância do assunto, torna-se necessário o desenvolvimento de formas de diminuir as interações medicamentosas e torná-las mais fácies de serem detectadas, como por exemplo, com a implantação de programas informatizados. Podendo assim, reduzir o tempo de internação de alguns pacientes, como também reduzir os gastos do Sistema Público de Saúde com os mesmos. Nesse sentido, a alteração na terapêutica do paciente, de acordo com a interação detectada poderá evitar complicações no estado geral de saúde dos mesmos. Além disso, é de suma importância que profissionais de saúde possuam conhecimento sobre essa área da farmacologia.
Referências
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CEDRAZ, K.N.; SANTOS, J.M.C. Identificação e caracterização das interações medicamentosas em prescrições médicas da unidade de terapia intensiva de um hospital público da cidade de Feira de Santana, BA. Rev. Soc. Bras Clin Med. 2014; 12 (2): 124-30.
CRUCIOL, S.J.M.; THOMSOM, J.C.; CATISTI, D.G. Avaliação de prescrições medicamentosas de um hospital universitário brasileiro. Rev Bras Educ Med, v. 32, n. 2, p. 188-196, 2008.
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