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Programas e projetos estratégicos do SUS

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DESCRIÇÃO
Programas, políticas e projetos estratégicos no campo da Saúde Pública, desafios atuais, cuidado
integral aos grupos vulneráveis e vigilância em Saúde.
PROPÓSITO
Compreender os principais conceitos dos programas e projetos estratégicos do Sistema Único de
Saúde (SUS) nos campos de Saúde Individual e Coletiva, bem como os desafios atuais de
implantação de políticas públicas de Saúde no Brasil.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as principais políticas, programas e projetos do SUS
MÓDULO 2
Identificar outras políticas e programas do SUS e os seus respectivos desafios
MÓDULO 3
Reconhecer a atenção integral à saúde de grupos vulneráveis e o conceito de vigilância em Saúde
INTRODUÇÃO
O Brasil passou por intensas transformações ao longo dos últimos anos. A crescente urbanização
decorrente desse período trouxe diversas transformações no âmbito da Saúde Coletiva e uma
reestruturação do sistema de saúde do país.
Os movimentos sociais surgiram nesse cenário de mudanças devido à falta de políticas
populacionais. Como reflexo, grande parte dos trabalhadores viram-se obrigados a construir suas
moradias em áreas de risco, que resultaram em favelas. Consequentemente, houve aumento na
ocorrência de agravos à saúde da população devido à precariedade sanitária e a políticas de
saúde voltadas apenas para o modelo biomédico da época.
Nesse contexto, uma expressiva parcela da população começou a reivindicar melhores condições
de saúde para a massa que se desenvolvia ao redor das grandes cidades. A partir dessas
manifestações, foram criados conselhos com participação popular, quando puderam ser
identificadas características econômicas, sociais e ambientais baseadas nas necessidades das
camadas mais carentes e vulneráveis.
Tais acontecimentos permitiram a criação do campo da Saúde Coletiva, que originou ações no
sentido de minimizar os problemas de saúde no campo individual e coletivo por meio de
prevenção e promoção da saúde.
Desse modo, a partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), foram implementados
programas e projetos no campo da Saúde Coletiva que proporcionassem melhoria da qualidade
de vida da população.
MÓDULO 1
 Identificar as principais políticas, programas e projetos do SUS
POLÍTICAS PÚBLICAS E POLÍTICAS DE
SAÚDE NO CAMPO SOCIAL
As políticas públicas consistem em resoluções e ações distribuídas entre os níveis federal,
estadual e municipal. Em teoria, abrangem a comunidade como um todo, na proposição de
intervenções que visam o bem-estar do cidadão sem distinção, em sua totalidade e de forma
igualitária. Na prática, as parcelas da população que necessitam de atuação no âmbito da
educação, saúde, habitação, alimentação, previdência e transporte carecem de ações efetivas na
resolução dos problemas sociais.
No Brasil, essa disparidade entre a formação e a efetivação das políticas públicas ocorre devido a
um processo histórico desajustado, em que os interesses econômicos foram priorizados em
relação às reais necessidades da sociedade.
Fonte: Shutterstock.com
Sobre as responsabilidades das políticas públicas no país cabem medidas preventivas, de
proteção e promoção em saúde. Dispõem também sobre as vigilâncias, que se desdobram por
meio da elaboração de programas com características específicas, de acordo com as
necessidades de cada grupo social, como veremos neste módulo.
Fonte: Shutterstock.com
Dessa maneira, desenvolveu-se a política de saúde no país com ações voltadas para a resolução
de problemas nos serviços de saúde, determinados por riscos, agravos ou doenças
correspondentes a cada território. Isto significa que, por meio da prevenção, podem orientar a
população quando à obtenção de hábitos que viabilizem a saúde em detrimento das doenças e
supervisionem a construção e a divisão de bens e serviços.
Fonte: Shutterstock.com
O principal impasse da política de saúde no Brasil consiste na dificuldade de acesso da população
de menor renda, de forma igualitária e em sua totalidade, às questões relativas as suas reais
demandas de saúde. Em outras palavras, manifesta a deficiência de uma gestão mais efetiva na
atenção básica com ações e serviços em saúde que garantam cobertura total dentro da sua
complexidade. Podemos dizer que essa política objetiva a preservação do direito à saúde,
determinado pela Constituição Brasileira de 1988.
Nessa perspectiva, a Saúde Coletiva tem se consolidado ao longo dos últimos anos no controle de
doenças, promovendo melhoria da qualidade e aumento da expectativa de vida, contribuindo
também para a organização dos serviços de saúde. Assim, foi a partir desse pensamento de
caráter social que surgiu o SUS, composto da associação das ciências sociais com as políticas de
saúde pública.
O FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE NA SOCIEDADE OCORREU A PARTIR
DOS MOVIMENTOS SOCIAIS, CONHECIDOS
COMO ESPAÇOS IGUALITÁRIOS QUE
POSSIBILITARAM AÇÕES COLETIVAS E QUE
EXPRESSAVAM OS INTERESSES DA
SOCIEDADE.
Em síntese, os movimentos sociais colaboraram com a construção do SUS como política pública
social, atuando anteriormente à legislação que estabelecia os direitos à saúde. Somente por meio
da exposição dos problemas e desigualdades seria possível estabelecer uma sociedade com
menos injustiças. Por isso, o propósito do SUS dedica-se a assegurar a igualdade e a
universalidade na atenção à saúde e a preservação do bem-estar social e dos direitos do cidadão.
PRINCIPAIS PROGRAMAS DE SAÚDE
PÚBLICA DO BRASIL
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
Implantado em 1994 pelo Ministério da Saúde (MS), com o nome de Programa de Saúde da
Família (PSF), é um conjunto de serviços multidisciplinares em benefício das comunidades por
meio da Atenção Básica, que é a porta de entrada do indivíduo ao SUS.
A Saúde da Família é uma estratégia prioritária para a organização da atenção básica, pois atua
de forma eficaz no território por meio de planejamento, de acordo com o diagnóstico situacional e
integrado na comunidade. Como resultado de um processo de desospitalização e humanização do
sistema, a ESF valoriza diversos aspectos com base na saúde além do ambiente hospitalar.
Quem nunca visitou uma Clínica da Família (CF) ou recebeu um Agente Comunitário de Saúde
(ACS) em sua casa?
Os ACS são o vínculo da Clínica da Família com a comunidade. Eles são de extrema importância,
muitos são residentes da própria comunidade e conhecem o território de maneira a saber
claramente quais são os problemas enfrentados por aquelas pessoas.
As equipes que a compõem são multiprofissionais (médico, enfermeiro, odontólogo, técnico
enfermagem, ACS, entre outros) e suas unidades disponibilizam aos usuários consultas, exames,
vacinas, radiografias, educação em saúde, apoio diagnóstico etc. Por isso, possuem
responsabilidade sobre um número determinado de famílias situadas em território geográfico
delimitado chamado de microárea.
Assim, atuam na manutenção da saúde da comunidade por meio de ações de promoção da saúde
e prevenção de doenças, além da recuperação e reabilitação dos agravos mais comuns. Cabe
falar que essas ações têm caráter contínuo e integral.
As áreas estratégicas das equipes de Saúde da Família compreendem um território delimitado,
podendo intervir a partir de ações educativas em prol da qualidade de vida, controle de
imunização, enfoque nos grupos de risco como hipertensos, diabéticos, idosos, entre outros. Além
disso, contam com o cumprimento da Política Nacional de Humanização, incluindo o acolhimento.
As unidades de saúde estão preparadas para atuar no suporte de urgências médicas e
odontológicas. Possibilitam também a cooperação dos demais profissionais da equipe na
organização e no desempenho das intervenções, incorporando projetos sociais e outros setores,
focados na promoção em saúde e no apoio a estratégias de gestão local e de domínio social.
Fonte: Shutterstock.com
Fonte: Shutterstock.com
A característica estrutural dos sistemas municipais de saúde direcionados a partir das ESF temencorajado uma renovação do modelo de atenção do SUS. A Saúde da Família busca executar as
políticas da atenção primária, sendo o primeiro contato da população com as ações e serviços de
saúde. Assim, a ESF direciona os usuários na rede de serviços atuando com maior racionalidade
na utilização dos níveis assistenciais, sendo considerada a principal porta de entrada do SUS.
NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA
E ATENÇÃO BÁSICA (NASF-AB)
O NASF-AB foi instalado pelo Ministério da Saúde em 2008 para tornar mais estável a Atenção
Básica no Brasil, expandindo as ofertas de saúde na cadeia de serviços, o que resulta em um
sistema mais resolutivo e abrangente no foco das ações.
A estrutura é composta por equipes multiprofissionais (nutricionista, psicólogo, assistente social,
farmacêutico, fisioterapeuta, entre outros), que agem de forma participativa junto às equipes de
Saúde da Família e de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes
fluviais e ribeirinhas) e com o Programa Academia da Saúde. A equipe do NASF surge para dar
suporte clínico e esse dinamismo cria visibilidade para a ESF.
As duas equipes multidisciplinares organizam o cuidado em relação ao serviço especializado
necessário para um determinado território. Por isso, recebe a denominação de clínica ampliada —
por proporcionar maior cobertura a partir de suas especialidades e por reconhecer algumas
formas de cuidado fora do campo da saúde.
Essa assistência heterogênea permite manter discussões de casos clínicos e atendimento
compartilhado entre diferentes profissionais, tanto no local das unidades como nas visitas
domiciliares.
Além disso, permite ações intersetoriais com foco preferencial na promoção e prevenção da saúde
e implantação de projetos terapêuticos partilhados na ampliação e qualificação das atividades no
território e na saúde de grupos da população.
A partir de 2012, o Ministério da Saúde ampliou o serviço das equipes de NASF para qualquer
município no Brasil. No entanto, é necessário ter ao menos uma equipe de Saúde da Família por
território.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
O avanço da política de saúde mental no Brasil colaborou fortemente na formação do SUS, pois
promoveu a transferência de responsabilidades na administração da saúde, gerando valorização
dos profissionais nessa área e transformações sociais no país.
A política de saúde mental foi consolidada pelo papel dos hospitais psiquiátricos, definido pelo
declínio na qualidade da assistência e transgressão dos direitos humanos.
O sistema psiquiátrico passou por importante reforma na década de 1970, o que contribuiu para o
avanço de um processo ajustado de acordo com as particularidades do cenário brasileiro,
cooperando significativamente para a idealização da saúde mental como atualmente a
conhecemos.
 SAIBA MAIS
Em princípio, a reforma apontou benefícios para as condições de vida nesses hospitais e
promoveu um regime de desinstitucionalização. Assim, ocorreu uma transição gradual das
instituições psiquiátricas, tornando-as foco de serviços comunitários, incluindo-as como eixo da
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que tiveram influência pela assistência dos centros de
saúde mental italianos e de outros países europeus.
No Brasil, após os progressos gerados no sistema psiquiátrico, as práticas em saúde mental foram
valorizadas sob a ótica do cuidado aos pacientes com transtorno mental, aos familiares e
indivíduos em uso de substâncias psicoativas por meio de ações com abordagem clínica e
reabilitação psicossocial.
A publicação da Lei nº 10.216/2001 da reforma psiquiátrica permitiu a garantia dos direitos da
pessoa com transtorno mental, a participação de suas famílias no tratamento e sua defesa contra
qualquer forma de abuso. Dessa forma, ocorreram diversas ações específicas voltadas para
melhor assistência aos pacientes nas instituições de longa permanência, como foi o caso do
desenvolvimento do Serviço Residencial Terapêutico (SRT), que veremos a seguir.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
Por meio da reforma psiquiátrica, o país avançou nas políticas de saúde, o que levou à elaboração
da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Esse programa de atenção à saúde foi normalizado
pela Portaria nº 3.088/2011, por meio da adesão a serviços estratégicos, como o Serviço
Residencial Terapêutico (SRT), o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o Ambulatório de
Saúde mental, leitos em hospitais gerais, hospitais-dia etc.
Nesse contexto, os serviços demandaram prioridade no trabalho multidisciplinar, geralmente
compostos por médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, entre
outros, que realizam ações e atividades de acolhimento, orientação dos pacientes de forma
individualizada, em grupos e com os familiares.
Assim, surgiu uma nova organização dos serviços e estratégias, que estabeleceu a integração e a
continuidade do cuidado por meio de um diálogo entre os serviços e a formação de vínculos entre
profissionais e pacientes. Isso ocorreu em oposição ao modelo de gestão anterior, que
apresentava fragmentação das práticas clínicas e dos programas, ofertando ações curativas
isoladas entre os serviços e as especialidades.
Nesse programa, realizam-se ações de forma itinerante, ou seja, que se deslocam de um lugar
para outro. Tais atividades são desenvolvidas por equipes multiprofissionais que olham o indivíduo
integralmente, observando todas as suas necessidades. Caso seja necessário, essas atividades
podem ser articuladas em parcerias com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território.
Fonte: Shutterstock.com
VEM QUE EU TE EXPLICO!
No vídeo a seguir conheça mais sobre o programa de volta para casa.
Programa de volta para casa
Profª Raphaela Alves
Profª Raphaela Alves
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR
(SAD)
A visita domiciliar é um método utilizado por diferentes profissionais, que tem como finalidade o
atendimento ou acompanhamento dos usuários em suas residências.
As visitas podem servir para a criação vínculos com pacientes, preferencialmente os que possuem
dificuldade de locomoção ou que são acometidos de depressão, tendo como ponto positivo a
familiarização dos profissionais no cenário onde os sujeitos estão inseridos. A partir do vínculo
construído com os usuários, tais visitas oferecem relevância à dimensão subjetiva das práticas em
saúde, das vivências dos usuários e dos trabalhadores da saúde, gerando ambientes de
comunicação entre conhecimento e prática, além de novo sentido para o cotidiano.
No Brasil, a visita domiciliar existe como uma ação praticada dentro do SUS por profissionais das
equipes de ESF, e atualmente pelo NASF. Nesse sentido, atua na composição de novos métodos
de formação do processo de saúde e cuidado, visto que, por meio dessa atividade, o profissional
passa a entender os problemas de saúde dos indivíduos no ambiente no qual eles estão
estabelecidos. Nesse contexto, a proximidade dos profissionais da saúde pode propiciar maior
entendimento sobre o processo de saúde e doença.
Fonte: Shutterstock.com
ACADEMIA DA SAÚDE
O programa Academia da Saúde foi criado em 2011 por meio de repasse de recurso federal
como estratégia de fortalecimento da promoção em saúde e construção do cuidado nas
comunidades, atuando em locais públicos conhecidos como sedes do programa. Esses espaços
oferecem infraestrutura, equipamentos para exercício físicos e profissionais qualificados para o
acompanhamento. Portanto, as Academias da Saúde são compostas por estrutura e suporte de
profissionais que as qualificam em relação aos tradicionais serviços de saúde, pois visam
principalmente as práticas corporais e atividades físicas como recursos complementares na
promoção da saúde das comunidades.
Recentemente, o programa teve seu objetivo ampliado contribuindo para um comportamento de
vida saudável da população, completando o cuidado e fortalecendo as práticas de promoção da
saúde, vinculado a outros programas e açõesde saúde como a ESF, os NASF-AB e de Vigilância
em Saúde.
O trabalho desenvolvido no programa deve ser adaptado ao território, com abrangência das
práticas corporais (dança, esportes, musculação, natação) e atividades físicas, atividades de vida
saudáveis, alimentação saudável, práticas integrativas e complementares, práticas artísticas e
culturais, educação em saúde e mobilização da comunidade.
Fonte: Shutterstock.com
HUMANIZASUS
A Política Nacional de Humanização (PNH), também chamada de HumanizaSUS, foi elaborada
em 2003 pelo Ministério da Saúde a partir da observação de vivências contemporâneas e
consistentes que integram o SUS.
A metodologia da PNH promove e assegura o relacionamento entre pessoas, instituições,
práticas, saberes, poderes, entre outros elementos, para a criação coletiva de enfrentamentos em
comum.
A PNH promoveu transformações em atenção e gestão ao propor uma reflexão no contexto da
saúde pública no Brasil, promovendo mudanças coparticipativas entre trabalhadores, gestores e
usuários. O HumanizaSUS mobiliza o sistema de saúde, contribuindo para manter a cidadania e a
resolução dos desafios enfrentados na rede que o sustenta, envolvendo governo federal, estadual
e municipal.
Nesse sentido, a PNH contrastou das demais políticas de saúde em sua busca pela totalidade das
práticas do cuidar, procurando solucionar sua fragmentação ao ressaltar a dependência entre
atenção e gestão.
Para exercer a humanização, é imprescindível que os participantes dos processos em saúde
reconheçam-se como responsáveis por suas práticas, a fim de assegurar a universalidade do
acesso, a integralidade do cuidado e a equidade nas ofertas de saúde.
POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES DO
SUS (PNPIC)
No Brasil, a formação das práticas integrativas e complementares de atenção à saúde teve início a
partir da criação do SUS. A relação dessas práticas executadas nas unidades de saúde
compreende modalidades que integram medicina tradicional chinesa, homeopatia, fitoterapia,
práticas corporais e meditativas, entre outros.
Imagem: Ministério da Saúde
 Cartaz da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares PNPIC de 2013.
Essa modernização na forma de fazer saúde ocorreu a partir de um movimento caracterizado por
ideias inovadoras de aprendizado e práticas da saúde multidisciplinares e direcionadas. Tais ideias
trouxeram uma percepção tecnológica de saúde que domina a sociedade de mercado, regida por
convênios de saúde cujo objetivo é fragmentar o cuidado ao paciente em especialidades que não
consideram uma abordagem integral e preventiva.

Nesse contexto, as práticas integrativas podem colaborar para a inclusão de gênero
interdisciplinar, ou seja, possibilitam esclarecer que se trata de ações sustentadas e de acentuada
importância para práticas que se destacam no trabalho de saúde pública.

A utilização dessas práticas no SUS requer reflexão ao explorar sua adoção na política nacional
brasileira, pela inclusão de métodos tecnológicos cada vez mais refinados e caros. Esses
sistemas caracterizam-se por procedimentos que estimulam a prevenção de agravos e
recuperação da saúde com destaque na escuta receptiva, no crescimento do vínculo terapêutico,
na interação do ser humano com o meio ambiente e a sociedade, na visão amplificada do
processo saúde-doença e o estímulo ao cuidado humano, especificamente ao autocuidado.
As Práticas integrativas e Complementares (PIC) foram implementadas a partir de 2006, quando a
política foi criada. Em 2006 eram cinco: Acupuntura, Termalismo, Antroposofia, Fitoterapia e
Homeopatia. Em 2017 foram incluídas mais catorze PIC: Ayurveda, Arteterapia, Biodança,
Meditação, Dança Circular, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Reiki, Yoga, Quiropraxia,
Reflexologia, Shantala e Terapia Comunitária. Já em 2018 a lista foi complementada por
Aromaterapia, Apiterapia, Constelação Familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Ozonioterapia,
Imposição de Mãos, Terapia de Florais, Hipnoterapia e Bioenergética.
Assim, hoje somam-se 29 PICs ofertadas pelo SUS. Contudo, ainda é necessária a ampliação
para todos os estados e municípios, além de profissionalização e capacitação nessas práticas nos
serviços de saúde.
REDE CEGONHA
A Rede Cegonha é composta por um conjunto de ações com o objetivo de garantir um serviço
qualificado, seguro e humanizado para todas as mulheres. O propósito consiste em ofertar, com a
cobertura do SUS, assistência no planejamento familiar, desde a confirmação da gravidez, na fase
pré-natal, parto, nos 28 dias de puerpério, até os dois anos de idade do bebê.
PRINCIPAIS DIRETRIZES DA REDE CEGONHA:
Garantia de atendimento para avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade, de forma
a ampliar o acesso e melhorar a qualidade da fase pré-natal.
Fidelização da gestante à unidade realizadora do parto.
Bons hábitos na atenção ao parto e nascimento.
Cuidado à saúde das crianças de 0 a 2 anos a fim de promover e manter o alcance sobre as
ações de planejamento familiar.
O programa busca a sistematização da assistência à saúde da mulher e da criança, promovendo
um modelo novo de atenção ao cuidado desde o parto até o nascimento, crescimento e
desenvolvimento das fases iniciais da criança. Dessa forma, a rede de atenção materna-infantil
estaria organizada e com a garantia de total acesso, amparo, resolução e redução da mortalidade,
com destaque para assistência neonatal.
Fonte: Shutterstock.com
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE)
O PSE destaca-se por ser uma das principais políticas públicas para infância e adolescência. Tem
por objetivo oferecer uma variedade de intervenções preventivas, de promoção e atenção à saúde
da criança, adolescentes e jovens que cursam o ensino básico público. Esse acompanhamento
ocorre em conjunto com as escolas públicas e as equipes de ESF durante a realização de
atividades direcionadas aos alunos.
ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROGRAMA:
Avaliação clínica, nutricional, oftalmológica.
Instrução sobre alimentação saudável.
Ações de educação sobre atividade física e cultura no ambiente escolar.
Inserção de temas de educação em saúde no plano pedagógico das escolas.
O PSE objetiva auxiliar na educação dos estudantes por meio de ações de prevenção, promoção
e atenção à saúde para o completo desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de
ensino. Dessa forma, a atuação ocorre dentro do território das ESF e abrange não só os
estudantes da rede básica de ensino, mas também gestores, profissionais da educação e saúde e
da organização escolar.
A promoção da saúde no contexto escolar deve ocorrer como um processo permanente e
contínuo para que as ações de prevenção se tornem cada vez mais eficientes.
POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO (PNAN)
Com a publicação do Decreto nº 7.508/2011 deu-se a regulamentação de protocolos clínicos e
terapêuticos que possibilitaram progressos no domínio do SUS sobre a organização e oferta de
práticas alimentares e nutricionais. Essas ações levaram aos princípios e diretrizes da PNAN no
exercício de uma melhor abordagem em saúde e segurança alimentar-nutricional.
A PNAN objetiva a melhoria das ações relacionadas a alimentação, nutrição e saúde da
população brasileira por meio da promoção de rotinas alimentares corretas e saudáveis, da
prevenção e do cuidado a agravos relacionados à alimentação e à nutrição.
A atenção nutricional deve ser capaz de identificar deficiências na saúde da população pela qual é
responsável, colaborando na organização de ações sobre as reais necessidades dos usuários.
No atual cenário brasileiro, são prioridades ações de prevenção e tratamento de obesidade,
carências nutricionais, desnutrição e doenças crônicas não transmissíveis. É também importante o
cuidado aos indivíduos portadores de necessidades alimentares especiais, como os transtornos
alimentares, distúrbios alimentares genéticos, entre outros.
No campo da Atenção Básica, as equipes referenciadas devemser sustentadas por equipes
multiprofissionais, com a presença de técnicos e especialistas da área de nutrição, que deverão
coordenar outros profissionais no aperfeiçoamento das ações nessa dimensão.
Fonte: Shutterstock.com
A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS DE
SAÚDE PÚBLICA
NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO
A especialista Raphaela Alves Cipriano contextualiza a importância dos programas de Saúde
Pública para promoção da saúde e prevenção de doenças.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
No vídeo a seguir conheça mais sobre a farmácia popular
Farmácia popular
Profª Raphaela Alves
Profª Raphaela Alves
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS PROGRAMAS DE SAÚDE FAZEM PARTE DE UMA REDE QUE
CONTRIBUI PARA A FORMAÇÃO DO SUS, IMPULSIONANDO A SOCIEDADE
NA BUSCA DE FORTALECIMENTO DE SEUS DIREITOS COMO CIDADÃOS E
NAS RESPOSTAS SOBRE OS IMPASSES QUE AFETAM O SETOR SAÚDE.
SOBRE OS PROGRAMAS DO SUS, ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR:
I. NO ANO DE 2012, O MINISTÉRIO DA SAÚDE AMPLIOU O SERVIÇO PARA
QUALQUER MUNICÍPIO NO BRASIL APLICAR O SERVIÇO DAS EQUIPES DE
NASF; PARA ISSO, SÃO NECESSÁRIAS AO MENOS DUAS EQUIPES DE
SAÚDE DA FAMÍLIA POR TERRITÓRIO.
II. A SAÚDE DA FAMÍLIA É UMA ESTRATÉGIA PRIORITÁRIA PARA A
ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA, POIS ATUA DE FORMA EFICAZ NO
TERRITÓRIO POR MEIO DE PLANEJAMENTO DE ACORDO COM O
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL E INTEGRADO NA COMUNIDADE.
III. A REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS) FOI NORMALIZADA PELA
PORTARIA Nº 3.088/2011, A PARTIR DA ADESÃO A SERVIÇOS
ESTRATÉGICOS, COMO SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO (SRT),
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (CAPS), AMBULATÓRIO DE SAÚDE
MENTAL, LEITOS EM HOSPITAIS GERAIS, ENTRE OUTROS.
É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
2. O PROPÓSITO DO SUS É ASSEGURAR A IGUALDADE E A
UNIVERSALIDADE NA ATENÇÃO À SAÚDE E A PRESERVAÇÃO DO BEM-
ESTAR SOCIAL E DOS DIREITOS DO CIDADÃO. ASSIM, FORAM
IMPLEMENTADOS PROGRAMAS E PROJETOS NO CAMPO DA SAÚDE
COLETIVA QUE PROPORCIONASSEM MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA
DA POPULAÇÃO. SOBRE OS PROGRAMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DO
SUS, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) No Brasil, a visita domiciliar existe como uma ação praticada dentro do SUS somente pelo
agente comunitário de saúde das equipes de ESF e, atualmente, pelo NASF.
B) A metodologia da Política Nacional de Humanização promoveu transformações na atenção e
na gestão ao propor uma reflexão sobre o contexto da saúde pública no Brasil, promovendo
mudanças coparticipativas entre trabalhadores, gestores e usuários.
C) A Rede Cegonha é composta por um conjunto de ações que consiste em ofertar assistência ao
planejamento familiar, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, 28 dias de
puerpério, até um ano de vida da criança, com cobertura do SUS.
D) O Programa Brasil Sorridente estabeleceu uma sequência de critérios que buscam a garantia
de práticas preventivas e de promoção/recuperação da saúde bucal dos brasileiros, focada no
tratamento de extração dentária.
E) O Ministério da Saúde, em conjunto com o ParticipaSUS, criou, em 2019, a Política Nacional de
Saúde Integral da População Negra.
GABARITO
1. Os programas de saúde fazem parte de uma rede que contribui para a formação do SUS,
impulsionando a sociedade na busca de fortalecimento de seus direitos como cidadãos e
nas respostas sobre os impasses que afetam o setor saúde.
Sobre os programas do SUS, analise as afirmativas a seguir:
I. No ano de 2012, o Ministério da Saúde ampliou o serviço para qualquer município no
Brasil aplicar o serviço das equipes de NASF; para isso, são necessárias ao menos duas
equipes de Saúde da Família por território.
II. A Saúde da Família é uma estratégia prioritária para a organização da Atenção Básica,
pois atua de forma eficaz no território por meio de planejamento de acordo com o
diagnóstico situacional e integrado na comunidade.
III. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) foi normalizada pela Portaria nº 3.088/2011, a
partir da adesão a serviços estratégicos, como Serviço Residencial Terapêutico (SRT),
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatório de Saúde mental, leitos em hospitais
gerais, entre outros.
É correto o que se afirma em
A alternativa "E " está correta.
As afirmativas II e III estão corretas. No entanto, o Ministério da Saúde ampliou o serviço para
qualquer município no Brasil aplicar o serviço das equipes de NASF; mas para isso o correto seria
ter ao menos uma equipe de saúde da família por território.
2. O propósito do SUS é assegurar a igualdade e a universalidade na atenção à saúde e a
preservação do bem-estar social e dos direitos do cidadão. Assim, foram implementados
programas e projetos no campo da Saúde Coletiva que proporcionassem melhoria da
qualidade de vida da população. Sobre os programas de atenção à saúde do SUS, assinale
a alternativa correta.
A alternativa "B " está correta.
O HumanizaSUS mobiliza o sistema de saúde, contribuindo para manter a cidadania e a resolução
dos desafios enfrentados pela rede que o sustenta, envolvendo governo federal, estadual e
municipal.
MÓDULO 2
 Identificar outras políticas e programas do SUS e os seus respectivos desafios
POLÍTICA NACIONAL DA SAÚDE DOS
POVOS INDÍGENAS
O objetivo dessa política é assegurar o acesso à saúde integral pelos povos indígenas, em
concordância com os princípios e diretrizes do SUS, considerando as desigualdades históricas às
quais essa população foi exposta, tornando-a mais susceptível a danos à saúde. A política visa a
superação desse passado histórico e busca considerar a competência da medicina para os povos
indígenas e a legitimação de sua cultura.
As comunidades são atendidas nos chamados polos-base, que podem estar localizados na
comunidade indígena ou no município referenciado, conhecidos como modelos para os agentes
indígenas de saúde que atuam nas aldeias. Geralmente, correspondem à unidade básica de
saúde já existente na rede de serviços de determinado município, à qual cabe a resolução da
maioria dos agravos à saúde.
GARANTIR A EFETIVIDADE DESSA
POLÍTICA EXIGE A UTILIZAÇÃO DE UM
MODELO SUPLEMENTAR E
PARTICULARIZADO QUE COMPONHA OS
SERVIÇOS, GARANTINDO ESPAÇO PARA OS
INDÍGENAS NO DESEMPENHO DE SEU
PAPEL COMO CIDADÃOS. PORTANTO, É
FUNDAMENTAL A CRIAÇÃO DE UMA REDE
DE SERVIÇOS NO TERRITÓRIO INDÍGENA
PARA MINIMIZAR A CARÊNCIA DE
COBERTURA, ACESSO E ACEITAÇÃO DO
SUS.
Nesse sentido, é fundamental a prática de ações que permitam melhorias no desempenho e
regulação do sistema de saúde, tornando possível a utilização de tecnologias pertinentes por meio
de planejamento de serviços. A atenção básica nas aldeias é desempenhada regularmente por
meio de agentes indígenas de saúde e por equipe multidisciplinar, de acordo com a organização
de suas ações.
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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL
DA POPULAÇÃO NEGRA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2015 os dados
apontaram que 53,9% da população brasileira se reconhecia de cor ou raça preta ou parda.
 SAIBA MAIS
O Ministério da Saúde compreende a condição de desigualdade e fragilidade que afeta a saúde da
população negra, altos índices de mortalidade materna e infantil, óbitos precoces, alto predomínio
de doenças crônicas e infecciosas e elevados casos de violência. Assim, admite que o preconceito
que muitas pessoas negras sofrem recai negativamente nesses preceitos, prejudicando seu
ingresso aos serviços públicos de saúde, causando diversas situações para a introdução dos
indivíduos nos diferentes círculos da sociedade de forma idônea, que permita sua autossuficiência
como cidadãos.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde, em conjunto com o ParticipaSUS, criou em 2009 a Política
Nacional de Saúde Integral da População Negra. Esse programa tem como objetivo o
enfrentamento ao racismo e às injustiças étnico-raciais, combate ao racismo nas instituições e no
SUS, buscando progresso na equidade em relação à saúde.
VEM QUE EU TE EXPLICO!
No vídeoa seguir conheça mais sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Política Nacional de Saúde Integral da População Negra
Profª Raphaela Alves
Profª Raphaela Alves
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS
PESSOAS NO SISTEMA PRISIONAL
Em 2014, o Ministério da Saúde apresentou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das
Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP). Tal política foi desenvolvida com o
propósito de ampliar as ações de saúde do SUS para a população em reclusão, transformando
cada unidade básica de saúde prisional com processos que podem impactar diretamente no
resultado da Rede de Atenção à Saúde.
Fonte: Shutterstock.com
O programa visa garantir o acesso dessa população ao SUS, de acordo com a lei dos direitos
humanos e de cidadania, caracterizando a atenção básica na esfera prisional, e vinculado a outros
recursos dessa rede no território.
As unidades do programa carcerário deverão ter Unidade Básica de Saúde Prisional composta
por equipes multiprofissionais, que apresentarão ações de promoção à saúde e prevenção a
agravos. Se não for possível sua instalação na unidade prisional, a Unidade Básica de Saúde do
território poderá se responsabilizar.
A PNAISP surgiu após dez anos de execução do Plano Nacional de Saúde no Sistema
Penitenciário (PNSSP), na constatação de seu enfraquecimento pelo não cumprimento de suas
proposições destinadas ao programa carcerário como as cadeias públicas, delegacias e distritos
policiais, colônias agrícolas ou industriais e penitenciárias federais. Consequentemente, essas
transformações apontaram benefícios na defesa dos direitos humanos no Brasil.
TELESSAÚDE BRASIL REDES
O Ministério da Saúde criou em 2006 um projeto piloto de Telessaúde, com a determinação de
auxiliar a ESF em nove estados brasileiros. Esses núcleos servem para dar apoio ao diagnóstico
em regiões distantes do país contribuindo para a garantia do bem-estar da população onde
geralmente existe carência de profissionais.
O MÉDICO ATENDE O PACIENTE USANDO A
CONSULTA POR INTERMÉDIO DE
TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS, COM
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO, POR MEIO DA
PLATAFORMA DE TELESSAÚDE. ESSA AÇÃO
OCORRE DE FORMA DIGITAL, REALIZADA
COM O APOIO DE TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO.
O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 2.546/2011, ampliou o programa, que passou a ser
chamado Programa Telessaúde Brasil Redes. Assim, sob a ótica de uma gestão participativa, foi
ampliado para quase todos os estados brasileiros.
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DE
COMUNICAÇÃO
A partir de chamadas telefônicas ou atendimento remoto por videochamadas.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO (DATASUS)
DATASUS significa Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, criado em 1991 por
meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Tem o compromisso de difundir melhorias e
modernidade apor meio da tecnologia da informação para apoiar o SUS. No período de transição,
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a fundação começou a realizar o controle e o tratamento dos dados referentes à saúde, que eram
da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV).
O DATASUS tem como função abastecer o SUS com sistemas de informação e suporte de
informática, fundamentais para o planejamento, a execução e a monitorização.
Atualmente, o serviço é um extenso fornecedor de soluções de software para as secretarias
estaduais e municipais de saúde, moldando seus processos de acordo com as necessidades dos
gestores e inserindo novas tecnologias na medida em que a descentralização do poder público se
concretiza.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL -
BRASIL SORRIDENTE
Há algumas décadas, o alcance dos brasileiros em relação à saúde bucal era consideravelmente
complexo e restrito. Além disso, a dificuldade na procura a atendimento em conjunto com a
limitação dos serviços odontológicos ofertados fazia com que o principal tratamento oferecido pela
rede pública fosse a extração dentária, mantendo uma imagem adulterada sobre odontologia e do
dentista, com exercício focado apenas na atenção clínica.

Diante disso, em 2003, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Saúde Bucal, chamada
de Programa Brasil Sorridente. Esse programa estabeleceu uma sequência de critérios que
buscam a garantia de práticas preventivas e de promoção/recuperação da saúde bucal dos
brasileiros, que são essenciais para a saúde em geral e para a qualidade de vida da população.
O propósito da política é a restruturação das condutas e a da qualidade das ações e serviços
ofertados, constituindo um conjunto de práticas em saúde bucal voltadas para os usuários de
várias faixas etárias, ampliando o alcance ao tratamento odontológico gratuito dos brasileiros por
meio do SUS.
Assim, o programa possibilitou o acesso da população às suas ações, que tem as seguintes
recomendações:
Reconstrução da atenção básica em saúde bucal.
Expansão e qualidade da atenção especializada.
Incorporação de flúor aos canais de tratamento de águas de distribuição pública.
Fonte: Shutterstock.com
POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO
ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA NO SUS
A principal função dessa política é a orientação em relação a ações de promoção, qualificação de
gestão estratégica e igualitária das políticas públicas na esfera do SUS. Por isso, todos os
indivíduos que estão envolvidos nas ações de gestão podem participar do processo de decisão e
compartilhar competências e responsabilidades.
Essa metodologia democrática e descentralizadora proporciona igualdade às ações. Por isso,
necessita que sejam adotadas práticas e estratégias eficientes para a participação dos
profissionais da área de saúde e da comunidade em consonância com os gestores públicos.
A gestão participativa é um método perspicaz, existente nos processos comuns na gestão do
SUS, que torna possível a definição e a discussão no processo de controle social, pois determina
a escolha de práticas e estruturas que realizem a participação dos profissionais de saúde e da
comunidade.
A gestão estratégica prevê a expansão dos espaços públicos e coletivos para a prática do diálogo
e da aceitação das diferenças, de maneira a formar um conhecimento partilhado sobre saúde,
mantendo as características individuais existentes na relação entre os indivíduos inseridos na
coletividade.
A gestão estratégica e participativa do SUS é formada por uma rede de atividades direcionadas ao
aperfeiçoamento do trabalho na gestão. Esse modelo de gestão busca efetividade a partir de
ações que abrangem:
Apoio à participação da população no processo de controle e criação de políticas de
saúde.
Apoio à educação que promove o apoio popular.
Empenho em razão da equidade, a partir de ouvidoria e auditoria.
Comando da ética nos serviços públicos de saúde.
Assim, a ampliação do movimento e do controle social podem ocorrer com o auxílio de outras
formas de comunicação entre a comunidade e o governo. Por exemplo, a partir da promoção da
educação popular, conselheiros, qualificação de lideranças, associações de classe e atividades
populares articuladas, baseando-se no princípio da equidade em saúde e buscando a atenção às
particularidades de cada indivíduo.
 ATENÇÃO
É extremamente importante que os gestores conheçam os problemas que acontecem no pleno
exercício da gestão para que possam enfrentá-los. A falta de planejamento, quando acontece,
coloca em risco a eficiência de todo o processo de trabalho, necessitando de ações ou gastos
desnecessários.
Para o gerenciamento do trabalho com equipe multiprofissional, é necessário gestores atentos,
que tenham o intuito de evitar conflitos. A qualidade no atendimento deve ser um objetivo
constante da gestão para que o planejamento esteja comprometido com o alcance da
universalidade.
Além disso, o financiamento dos serviços precisa de um cuidado minucioso dos gestores, porque
é por meiodele que se torna possível a realização de ações e projetos. Assim, é imprescindível o
conhecimento das questões financeiras para que o gestor tenha condição de administrar bem e de
desenvolver estratégias que tragam resolução.
O Pacto pela Saúde do SUS, como veremos a seguir, é a confirmação da importante participação
no controle social nos processos. As estruturas que o compõem incentivam a organização da
sociedade para um desempenho efetivo do controle social na saúde, impulsionam a participação
social e personalizam a gestão participativa do SUS, tendo pela frente a tarefa de assumir a
construção de modelos de atenção e gestão da saúde, regido pela ótica das necessidades,
demandas e direitos de toda a população.
Fonte: Shutterstock.com
VEM QUE EU TE EXPLICO!
No vídeo a seguir conheça mais sobre a Política Nacional de Educação Permanente (PNEPS).
Política Nacional de Educação Permanente (PNEPS)
Profª Raphaela Alves
Profª Raphaela Alves
PANORAMA E DESAFIOS DO SUS NO
CENÁRIO ATUAL
No Brasil, o propósito do Pacto pela Saúde constitui-se sobre a necessidade de reduzir as
desigualdades sociais, causadas por razões determinantes e condicionante como hábitos de vida,
educação, trabalho, habitação, cultura, ambiente, lazer, acesso a bens e serviços essenciais, entre
outros.
Entre os diversos desafios sobre realizar saúde pública com qualidade em um país como o Brasil,
existem as reais vulnerabilidades do SUS. A principal ameaça na reorganização da Política
Nacional de Atenção Básica é o modelo assistencialista brasileiro. Para sua execução, é
fundamental o envolvimento de todos os atores relevantes para o campo da saúde.
Ao longo dos últimos anos, podemos observar o enfraquecimento do trabalho em saúde, com
ausência de políticas eficazes do governo federal. O ideal seria o reconhecimento dos
profissionais da atenção básica, buscando a valorização do trabalho em saúde, com políticas de
pessoal e de dedicação exclusiva nos estabelecimentos do SUS. Certamente, isso contribuiria
para uma atenção básica autêntica e inabalável quanto a qualidade.
O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo, no entanto diversos problemas fazem com
que o sistema não seja tão eficiente quanto deveria. Vejamos a seguir uma tabela com os
principais desafios e possíveis soluções para um sistema de saúde brasileiro mais efetivo.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
PRINCIPAIS DESAFIOS POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Melhorias na produtividade
dos profissionais da saúde.
- Promover treinamentos para a integração de novos
profissionais.
- Fornecer constantes capacitações e palestras
atualizadas sobre as inovações na área.
- Estabelecer metas qualitativas e quantitativas
juntamente com as equipes para estimular o trabalho e a
produtividade.
- Oferecer gratificações por desempenho com base nos
resultados obtidos.
Alto custo de aquisição e
manutenção de
equipamentos e
medicamentos.
- Indicar bons gestores em todas as áreas.
- Suprir necessidades de acordo com o diagnóstico do
território, reduzindo as deficiências locais; esta ação
deve ser realizada pelo gestor municipal.
- Acompanhar e cobrar resultados e cumprimento das
metas estabelecidas.
- Utilizar um sistema de gerenciamento em saúde de
armazenamento de informações com histórico de
pacientes.
- Utilizar um sistema de informação que permita
gerenciar todas as unidades.
Aliviar o atendimento em
prontos-socorros.
- Incentivar a cultura de prevenção para evitar pressão
sobre esse tipo de atendimento.
- Propor mutirões para orientação de prevenção de
doenças ou, por exemplo, de vacinação.
- Investir no Programa Saúde da Família, Programa
Remédio em Casa e acompanhamento psicossocial.
- Controlar agendamentos, atendimentos, medicamentos
e exames realizados pelos estabelecimentos de saúde
do SUS, por meio do software da Betha Saúde Cidadão.
Diminuir a espera na
recepção.
- Informatizar a rede com um sistema de gestão
hospitalar.
- Coletar dados a partir de prontuários eletrônicos para
agilizar o atendimento e reduzir chance de erros.
- Utilizar ficha informatizada, onde são disponibilizados
aos profissionais dados que auxiliem em futuros
tratamentos, com a possibilidade de serem acessadas
remotamente.
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Principais Desafios e Possíveis Soluções do SUS.
Fonte: Rafaela Brito de Moraes
DESAFIOS DE IMPLEMENTAÇÃO E AVANÇO
DOS PROGRAMAS
E ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DO SUS.
A especialista Raphaela Alves Cipriano apresenta os desafios enfrentados atualmente pelos
profissionais na implementação e avanços dos programas do SUS.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE GESTÃO ESTRATÉGICA E
PARTICIPATIVA NO SUS É CORRETO AFIRMAR:
A) A principal função é a orientação em relação as ações de promoção, qualificação e
aprimoramento da gestão estratégica e igualitária das políticas públicas, na esfera do SUS.
B) É uma estratégia prioritária para a organização da atenção básica.
C) As equipes que a compõem são multiprofissionais com médico, enfermeiro, odontólogo, técnico
enfermagem, entre outros.
D) A gestão estratégica prevê a expansão do conhecimento partilhado sobre saúde, mantendo
somente as características individuais dos indivíduos como prioridade.
E) Não faz parte das políticas de saúde que compõem o Sistema Único de Saúde.
2. VIMOS QUE EXISTEM AS REAIS VULNERABILIDADES DO SUS. A SEGUIR
SÃO LISTADOS ALGUNS DESAFIOS QUE O SUS DEVE ENFRENTAR NO
CENÁRIO ATUAL.
I. REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS.
II. VALORIZAR O TRABALHO EM SAÚDE.
III. DIMINUIR A ESPERA NA RECEPÇÃO.
IV. PROMOVER O MODELO ASSISTENCIALISTA.
SÃO VERDADEIROS DESAFIOS ENFRENTADOS PELO SUS OS
RETRATADOS NAS AFIRMATIVAS
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) I e IV, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II e III, apenas.
GABARITO
1. Sobre a Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS é correto afirmar:
A alternativa "A " está correta.
A principal função dessa política é a orientação em relação às ações de promoção, qualificação da
gestão estratégica e igualitária das políticas públicas na esfera do SUS. Por isso, todos os
indivíduos que estão envolvidos nas ações da gestão podem participar do processo de decisão e
compartilhar competências e responsabilidades.
2. Vimos que existem as reais vulnerabilidades do SUS. A seguir são listados alguns
desafios que o SUS deve enfrentar no cenário atual.
I. Reduzir as desigualdades sociais.
II. Valorizar o trabalho em saúde.
III. Diminuir a espera na recepção.
IV. Promover o modelo assistencialista.
São verdadeiros desafios enfrentados pelo SUS os retratados nas afirmativas
A alternativa "E " está correta.
O modelo assistencialista ou biomédico é centrado na doença, enquanto o SUS promove um
modelo de atenção integral à saúde com foco em promoção, prevenção e recuperação de
doenças. As afirmativas I, II e III são exemplos de desafios enfrentados pelo SUS.
MÓDULO 3
 Reconhecer a atenção integral à saúde de grupos vulneráveis e o conceito de vigilância
em saúde
ATENÇÃO À SAÚDE DE GRUPOS
VULNERÁVEIS
Antes de nos aprofundarmos sobre os grupos específicos, é importante entendermos o conceito
de vulnerabilidade e como os determinantes sociais impactam as condições de saúde.
Vulnerabilidade é o estado ou a qualidade do que se encontra ou é vulnerável. Assim, podemos
entender a vulnerabilidade também como a impossibilidade de indivíduos, famílias ou grupos em
enfrentar riscos existentes, que impeçam ou provoquem a perda do bem-estar.
E VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM VULNERABILIDADE
SOCIAL?
Foto: Shutterstock.com
 Comunidade extremamente pobre do distrito de Dharavi, na cidade de Mumbai.
Já a vulnerabilidade social está relacionada à exclusão do indivíduo pela falta de oportunidades
e representatividade, podendo ocorrer por falta de emprego, renda, escolaridade, moradia e
saneamento, bem como por questões gênero, raça, orientação sexual ou até mesmo pela falta de
um ambientefamiliar. Como exemplo de vulnerabilidade social, podemos destacar a pobreza.
Somente a partir de políticas públicas bem definidas e estruturadas poderemos minimizar os
riscos e impactos aos indivíduos e às famílias. Para que ocorram essas intervenções com o
objetivo de reduzir os problemas de saúde e os fatores de risco na população, é fundamental a
identificação dos determinantes sociais, ligados a condições socioeconômicas, culturais e
ambientais.
Portanto, medidas de prevenção, promoção à saúde e vigilância social são de grande importância
para atendimento aos grupos vulneráveis, de forma a identificar as necessidades de cada
indivíduo ou família, proporcionando o fortalecimento do vínculo com a equipe de saúde e a
implementação de um plano terapêutico singular.
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
A população em situação de rua sofre com más condições de saúde e de nível social, inclusive no
que diz respeito à garantia de direitos sociais básicos previstos na Constituição. As privações das
camadas marginalizadas quanto ao ingresso no mercado de trabalho formal, bem como em
relação ao acesso à educação qualificada, aos serviços de saúde e a vários outros serviços
públicos, favorecem a construção da imagem social negativa desses indivíduos.
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 Pessoas em situação de rua no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Os estigmas e preconceitos com relação a essa parcela da população interferem no
comportamento dos profissionais, prejudicando as interações na atenção e no cuidado. Além
disso, a ausência de políticas públicas, o desemprego, a desigualdade social, a pobreza, o
preconceito da sociedade, dentre outros fatores, vêm colaborando para um grave crescimento da
quantidade de indivíduos em situação de rua.
 SAIBA MAIS
Em março de 2020 foi estimado que 222 mil brasileiros eram pessoas em situação de rua
(BRASIL-IPEA, 2020). No entanto, é importante relatar que o Brasil não realiza a contagem
nacional de forma oficial (pelo censo, por exemplo) das pessoas em situação de rua, sendo assim
difícil incluir de forma adequada essa população no cenário de atenção básica.
O direito à saúde é garantido pela Constituição, conforme já vimos, e também é reconhecido pelos
princípios do SUS, dentre os quais o principal é a universalidade, que determina que a saúde é
direito do cidadão e cabe ao Estado assegurá-la. Esse reconhecimento reafirma que todos os
indivíduos em situação de rua devem ter acesso aos serviços de saúde, mas um dos grandes
problemas que impedem que essa população tenha seus direitos garantidos é a invisibilidade
social.
Foto: Salty View / Shutterstock.com
 Pessoas em situação de rua no centro da cidade do Rio de Janeiro.
O Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, teve como objetivo instituir uma política que
garantisse os direitos e deveres dessa população, considerando suas necessidades, denominada
Política Nacional para a População em Situação de Rua.
Segundo essa política, a população em situação de rua é um grupo populacional dissemelhante
que tem como característica comum a pobreza extrema, os vínculos familiares fragilizados ou
interrompidos e a carência de moradia habitual, e que utiliza os locais públicos e espaços
degradados como locais de habitação e de sobrevivência, de forma permanente ou temporária, e
da mesma maneira as instituições para acolhimento, tanto para pernoite por tempo determinado
ou como moradia provisória.
Podemos destacar os seguintes objetivos dentre os presentes na Política Nacional para a
População em Situação de Rua:
Assegurar o acesso fácil, ampliado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas
públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura,
esporte, lazer, trabalho e renda.
Garantir a formação e a capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no
desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais
direcionadas às pessoas em situação de rua.
Promover ações educativas de forma permanente que colaborem para a produção de cultura de
respeito, solidariedade e ética entre a população em situação de rua e todos os demais grupos
sociais, de modo a preservar a observância aos direitos humanos.
Garantir espaços de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua.
Promover a articulação entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) para garantir a qualidade da oferta de serviços.
Assegurar ações de vigilância nutricional e alimentar suficientes para proporcionar, com qualidade,
acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua.
Viabilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua, com o
intuito de facilitar o seu acesso ao mercado de trabalho.
As equipes de Saúde da Família devem se responsabilizar pelo acompanhamento da saúde das
pessoas em situação de rua, promovendo o vínculo entre a equipe da saúde e os usuários.
Para auxiliar nos atendimentos realizados à população em situação de rua, em 2011 foi criado o
Consultório na Rua , uma estratégia do SUS com atuação de equipe multidisciplinar, vinculadas
à Estratégia de Saúde da Família, mas que não exclui ou limita os atendimentos a serem
realizados nas unidades de Saúde.
Foto: Shutterstock.com
O Consultório na Rua oferece suporte social, envolvimento e expectativas de transformações para
a população atendida. Além disso, auxilia nos desafios experimentados pela população em
situação de rua, entre eles a dificuldade de acesso aos serviços públicos em razão do preconceito
e da discriminação por parte de profissionais nas Redes de Atenção à Saúde.
Nesse programa, realizam-se ações de forma itinerante, ou seja, que se deslocam de um lugar
para outro. Tais atividades são desenvolvidas por equipes multiprofissionais que olham o indivíduo
integralmente, observando todas as suas necessidades. Caso seja necessário, essas atividades
podem ser articuladas em parcerias com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território.
GRUPOS IMIGRANTES, MIGRANTES E
REFUGIADOS
Pessoas imigrantes ou refugiadas são aquelas que deixam seu país de origem, seja por questões
econômicas, ambientais, ou ainda por reunião familiar, estudo e deslocamento forçado, e tentam
reconstruir suas vidas longe de sua cultura.
Foto: Shutterstock.com
O Brasil é um dos países com maior número de imigrantes. Com o aumento do fluxo migratório, é
fundamental a responsabilidade do Estado na garantia de direitos sociais básicos a essa
população, principalmente o acesso à saúde.
Garantido pela Lei nº 8.080 de 1990, pela universalidade de acesso, integralidade da assistência
e equidade, toda a população em território nacional tem o direito ao atendimento no SUS e à
assistência à saúde de qualidade sem quaisquer discriminação ou privilégios. Desse modo,
pessoas sem documento de identificação ou vínculo à Previdência passam a usufruir dos serviços
de Saúde.
Você certamente lembra dos milhares de venezuelanos que vieram para o Brasil com a crise
econômica e social na Venezuela e entraram com pedido de refúgio e residência temporária,
principalmente em Roraima. Esse imenso fluxo de pessoas sobrecarregou o SUS que, em 2017,
teve 18 mil atendimentos a pacientes venezuelanos, um aumento em 4 anos de 23 mil
atendimentos aos refugiados na região (BOND, 2018). Dessa forma, houve aumento no número
de partos, bem como de atendimentos a pacientes com malária e casos de sarampo, o que
sobrecarregou o SUS na região.
Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil/wikimedia Commons/CC BY 3.0 br
 Refugiados venezuelanos na cidade de Boa Vista, Roraima.
 SAIBA MAIS
Como medida para combate ao sarampo na região, o Ministério da Saúde e a OPAS/OMS
proporcionaram a vacinação da população local e dos venezuelanos.
Por não haver uma política nacional voltada para a assistência à saúde da população imigrante, o
acesso pode se tornar mais dificultoso,portanto, é fundamental que haja capacitação dos
profissionais que atuam no SUS em relação à legislação vigente no território nacional, para que
seja assegurado um atendimento de qualidade e a implementação da missão que o sistema
prevê.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DO POVO CIGANO
Além dos povos que já citamos, a população cigana também se enquadra na definição de
vulnerabilidade. Factualmente, os ciganos foram vítimas de violência simbólica e física, sendo
frequentemente expulsos de uma cidade a outra, recriminados e estereotipados no imaginário
popular durante séculos.
No Brasil, desde 2014, os dados de população cigana não aparecem no IBGE, e a contabilidade
deveria ser realizada pelo Censo 2020, que não ocorreu.
Foto: Shutterstock.com
 Presentes no Brasil desde 1574, os ciganos ainda sofrem inúmeras discriminações e exclusão
social.
A saúde é um direito garantido a todos os cidadãos brasileiros, independentemente de credo,
gênero ou etnia.
Historicamente, as minorias étnicas, incluindo os ciganos, sofrem pela falta de políticas públicas
que assegurem a diminuição da exclusão e da desigualdade social.
Em 2011, foi criada pelo Ministério da Saúde a Portaria 940, com o objetivo de regulamentar o
Sistema Cartão Nacional de Saúde, porém, por entender a vulnerabilidade dos povos ciganos,
dispensa-os de apresentarem comprovante de endereço nas unidades de Saúde.
Outra política foi criada para atender às necessidades da população cigana: a Política Nacional de
Atenção Integral à População Cigana/Romani, pela Portaria nº 4.384, de 28 de dezembro de 2018
do Ministério da Saúde. Essa política tem como objetivo promover a saúde dessa população, com
respeito às suas práticas, saberes e medicinas tradicionais, de modo a priorizar o combate e
redução da ciganofobia e da romafobia.
CONHEÇA OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA POLÍTICA
NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO POVO
CIGANO/ROMANI:
Ampliar o acesso do povo Cigano/Romani aos serviços de Saúde do SUS, bem como a
garantia por serviços de Saúde com qualidade e resolutividade.
Garantir a ampliação do acesso às ações e serviços de Saúde do SUS, considerando suas
moradias e territórios em que habitam, independentemente de serem barracas,
acampamentos, área urbanas, entre outros.
Identificar, prevenir e combater situações de violência nos serviços de Saúde do SUS.
Promover educação permanente aos gestores, profissionais e trabalhadores da Saúde, bem
como aos conselheiros de Saúde, a fim de contribuir com o enfrentamento das
discriminações.
Incentivar a participação do povo Cigano/Romani no enfrentamento dos condicionantes e
determinantes sociais de saúde.
Garantir a qualificação das informações em Saúde no que diz respeito à coleta, ao
processamento e à análise de dados
Planejar, monitorar e avaliar estratégias e ações voltadas para a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Povo Cigano/Romani, garantindo a participação de atores da
sociedade civil.
Monitorar indicadores e metas para a saúde dessa população.
Incentivar a realização de estudos e pesquisas sobre saúde do povo Cigano/Romani e
racismo.

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