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CCE 1644 Pontes Vanessa Silva Unidade 1 Aula 03 Unidade 1: Histórico e Definições 1.1 Classificação das Pontes 1.2 Sistemas Estruturais e Seções Transversais 1.3 Métodos Construtivos 1.4 Dados Necessários para o projeto 1.5 Solicitações em Pontes PROFESSORA VANESSA SILVA 2 Aula 01 Classificação das Pontes; Sistemas Estruturais e Seções Transversais Aula 02 Métodos Construtivos; Dados Necessários para o Projeto Aula 03 Solicitações em Pontes CCE 1644 – Pontes PROFESSORA VANESSA SILVA 3 Solicitações em Pontes Definidos os elementos de uma ponte, podem-se estimar as ações que ocorrerão sobre a estrutura e as solicitações, para que posteriormente analisados os estados limites (ELS e ELU). Segundo a ABNT NBR 8681:2003, as ações são divididas em três grandes grupos: permanentes, variáveis e excepcionais. PROFESSORA VANESSA SILVA 4 Solicitações em Pontes PROFESSORA VANESSA SILVA 5 Solicitações em Pontes De acordo com a ABNT NBR 8681:2003, as ações variáveis são as ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida de construção. Estas ações são representadas por cargas acidentais, que são ações variáveis que atuam nas construções em função de seu uso (pessoas, mobiliário, veículos, materiais diversos, etc). No caso das PONTES, as cargas acidentais ou cargas móveis, são representadas pelas produzidas por meio dos veículos que circulam sobre a mesma. Este tipo de carregamento é chamado de carga móvel rodoviária. As normas técnicas que regem o dimensionamento de Pontes são: • ABNT NBR 7188:2013 – Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas • ABNT NBR 7187:2021 Versão Corrigida:2022 – Projeto de pontes, viadutos e passarelas de concreto. (Correção em vigor a partir de 02.08.2022). PROFESSORA VANESSA SILVA 6 Solicitações em Pontes Quanto às ações permanentes em pontes, a ABNT NBR 7187 especifica para o projeto de pontes em concreto armado e protendido uma lista de cargas permanentes oriundas de elementos estruturais (cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais) e não estruturais (cargas provenientes do peso da pavimentação, dos trilhos, dos dormentes, dos lastros, dos revestimentos, das barreiras rígidas, dos guarda-rodas, dos guarda-corpos e de dispositivos de sinalização), de empuxos de terra e água, forças de protensão ou de deslocamentos impostos (provocadas por fluência e do concreto, e por deslocamentos de apoios). PROFESSORA VANESSA SILVA 7 Solicitações em Pontes No que tange ao peso dos elementos estruturais e não estruturais, são apresentados os pesos específicos de materiais frequentes em pontes. Sobre a pavimentação, é importante destacar que, além de se considerar o peso e a espessura inicial do pavimento, deve ser adicionada uma carga de 2 kN/m2, prevendo-se possíveis recapeamentos. A consideração desta carga adicional pode ser dispensada, a critério do proprietário da obra. A avaliação do empuxo de terra atuante sobre as estruturas deve ser determinado de acordo com os princípios da mecânica dos solos, em função de sua natureza (ativo, passivo ou de repouso), das características geomecânicas e geométricas do maciço (aterro, solo natural ou sobrecarga), da presença do nível d’água, assim como da rigidez dos paramentos. Como simplificação, pode ser suposto que o solo não tenha coesão e que não haja atrito entre o terreno e a estrutura, desde que as solicitações assim determinadas estejam a favor da segurança. O peso específico do solo úmido deve ser definido de acordo com as características do material natural ou do material a ser utilizado no corpo do aterro, não sendo inferior a 18 kN/m³ e o ângulo de atrito interno no máximo igual a 30°. PROFESSORA VANESSA SILVA 8 Solicitações em Pontes Os empuxos ativo e de repouso devem ser considerados nas situações mais desfavoráveis. A atuação do empuxo passivo só pode ser considerada quando os deslocamentos relativos à sua plena mobilização não prejudicarem o desempenho da estrutura e sua ocorrência puder ser garantida ao longo de toda a vida útil da obra. Pode ser prescindida a consideração da ação do empuxo de terra sobre os elementos estruturais implantados em terraplenos horizontais de aterros previamente executados e estabilizados, desde que sejam adotadas precauções especiais no projeto e na execução como: compactação adequada, inclinações convenientes dos taludes, distâncias mínimas dos elementos às bordas do aterro, terreno de fundação com suficiente capacidade de suporte, entre outras. O empuxo d´água e a subpressão devem ser considerados nas situações mais desfavoráveis para a verificação dos estados-limites, sendo dada especial atenção ao estudo dos níveis máximo e mínimo dos cursos d’água e do lençol freático. PROFESSORA VANESSA SILVA 9 Solicitações em Pontes O carregamento permanente devido às forças de protensão e respectivas perdas devem ser consideradas conforme disposto na ABNT NBR 6118. Em estruturas protendidas hiperestáticas deve ser considerada a ação indireta da protensão que gera os esforços hiperestáticos de protensão. No caso de estruturas hiperestáticas, que têm sua condição estrutural modificada durante os estágios de construção (por exemplo, obras construídas pelo método dos balanços sucessivos e obras estaiadas), devem ser considerados os esforços hiperestáticos de protensão gerados pelo efeito do tempo (deformação lenta). Sobre os deslocamentos impostos, são listados como causadores: fluência,retração, variação térmica e recalques das fundações. Os efeitos de fluência, retração e variação térmica devem ser estudados com bastante cuidado, pois são fenômenos que possuem modelos aproximados. Nesse caso, pode-se consultar a ABNT NBR 6118. A possibilidade de recalque nas fundações existe devido à deformabilidade do solo, por isso, para que se tenha um projeto geotécnico de fundações bem elaborado, que preveja com acurácia os possíveis recalques, deve ser feita uma investigação geotécnica detalhada do solo onde será implantada a ponte. PROFESSORA VANESSA SILVA 10 Solicitações em Pontes Quanto às ações variáveis em pontes, a ABNT NBR 7187 especifica que ações de caráter transitório compreendem, entre outras, cargas móveis; cargas de construção; cargas de vento; empuxo de terra provocado por cargas móveis; pressão da água em movimento; efeito dinâmico do movimento das águas; e variações de temperatura. Devem ser considerados os valores característicos das cargas móveis rodoviárias, incluindo cargas verticais, efeito dinâmico, força centrífuga, efeitos da frenação e da aceleração, fixados na ABNT NBR 7188. Para outros usos específicos onde as cargas móveis não são abrangidas pela ABNT NBR 7188, estes valores devem ser definidos pelo proprietário da obra. No projeto e no cálculo estrutural, devem ser consideradas as ações (estáticas e dinâmicas) passíveis de ocorrerem durante o período da construção, notadamente aquelas devidas a equipamentos e estruturas auxiliares de montagem e de lançamento de elementos estruturais e seus efeitos em cada etapa executiva da obra. PROFESSORA VANESSA SILVA 11 Solicitações em Pontes - OBSERVAÇÕES • A carga de vento deve ser avaliada de acordo com a ABNT NBR 6123. Pode haver ainda a combinação de ação do vento com ações das cargas móveis. • O empuxo de terra provocado por cargas móveis deve ser calculado, transformando as cargas móveis no terrapleno em altura de terra equivalente. Quando a superestrutura funcionar como arrimo dos aterros de acesso, a ação deve ser considerada em apenas uma das extremidades, a menos que seja mais desfavorável considerá-la simultaneamente nas duas extremidades, como nos casos de tabuleiros em curva horizontal ou esconsos. • Os detritos carregados pela água em movimento (como troncos flutuantes, raízes e outros) podem se acumular nos pilares da ponte e, bloqueando partes do leito do rio, aumentar a pressão da água nos apoios da ponte. Esse acúmulo é função da disponibilidade destesdetritos e do nível de esforços de manutenção para sua remoção. A possível ocorrência de carreamento de detritos deve ser informada ao engenheiro responsável pelo projeto pela autoridade competente sobre a ponte, devendo a pressão da água também ser aplicada no acúmulo de detritos alojado contra os apoios. • O efeito dinâmico das ondas e das águas em movimento deve ser determinado através de métodos baseados na hidrodinâmica. Em obras costeiras devem ser elaborados estudos específicos considerando os efeitos conjuntos de ondas, marés, correntes, conformação da costa e vento. • As variações uniformes de temperatura devem ser consideradas de acordo com a ABNT NBR 6118. PROFESSORA VANESSA SILVA 12 As cargas móveis são representadas pelas produzidas por meio dos veículos que circulam sobre a ponte. Em se tratando da carga vertical, esta se divide em carga de veículo-tipo (representada por uma carga estática concentrada P, aplicada no nível do pavimento, com valor característico e sem qualquer majoração) e carga de multidão (representada por uma a carga uniformemente distribuída p, aplicada no nível do pavimento, com valor característico e sem qualquer majoração). A carga de multidão representa o tráfego de veículos de pequeno porte que pode acompanhar a passagem do veículo-tipo. Os trens-tipo compõem-se de um veículo-tipo e de cargas uniformemente distribuídas como um conjunto único, e possuem uma definição padrão estabelecida por norma. O trem-tipo da ponte é sempre colocado no sentido longitudinal da ponte. Sua ação a uma determinada seção do elemento a ser calculado, é obtida por meio do carregamento da correspondente Linha de Influência. Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 13 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 14 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 A carga móvel assume posição qualquer em toda a pista rodoviária com as rodas na posição mais desfavorável, inclusive acostamento e faixas de segurança. A carga distribuída deve ser aplicada na posição mais desfavorável, independentemente das faixas rodoviárias. Admite-se a distribuição espacial da carga concentrada no elemento estrutural a partir da sua superfície de contato em um ângulo de 45°. PROFESSORA VANESSA SILVA 15 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 16 Cargas Móvel Rodoviária PROFESSORA VANESSA SILVA 17 Cargas Móvel Rodoviária PROFESSORA VANESSA SILVA 18 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 19 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 20 PROFESSORA VANESSA SILVA 21 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 O esquemático representa a carga de veículo-tipo de 450 kN, dividida em 6 cargas concentradas de 75 kN, que são as rodas. O veículo de 3,0 metros x 6,0 metros possui três eixos, sendo eles espaçados a cada 1,5 metros. As rodas de um eixo estão espaçadas 2,0 metros. A carga de multidão é a que circunda o veículo e tem valor de 5 kN/m2, sendo considerada em toda a região do tabuleiro (faixas de acostamentos). PROFESSORA VANESSA SILVA 22 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 23 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 As cargas móveis geradas pelos veículos provocam efeitos dinâmicos, pois são cargas elevadas que variam seu valor em um curto período de tempo. Uma análise dinâmica requer conhecimentos avançados de mecânica estrutural, além de exigir softwares específicos. Alternativamente, a norma sugere que, dentro de uma análise estática, se considere a carga estática com coeficientes de majoração, devido ao efeito dinâmico. • CIV – Coeficiente de Impacto Vertical • CNF – Coeficiente de Número de Faixas • CIA – Coeficiente de Impacto Adicional PROFESSORA VANESSA SILVA 24 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 25 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 26 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 27 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 28 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 29 PROFESSORA VANESSA SILVA 30 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 31 Cargas Móveis – ABNT NBR 7188 PROFESSORA VANESSA SILVA 32 PROFESSORA VANESSA SILVA 33 Linha de influência O procedimento geral e objetivo para determinar as posições de cargas móveis e acidentais que provocam valores extremos de um determinado esforço em uma seção de uma estrutura é feito com auxílio de Linhas de Influência. Linhas de Influência (LI) descrevem a variação de um determinado efeito (por exemplo, uma reação de apoio, um esforço cortante ou um momento fletor em uma seção) em função da posição de uma carga vertical unitária que passeia sobre a estrutura. Assim, a LI de momento fletor em uma seção é a representação gráfica ou analítica do momento fletor, na seção de estudo, produzida por uma carga concentrada vertical unitária, geralmente de cima para baixo, que percorre a estrutura. Para uma LI de momento fletor em uma seção S qualquer, a posição da carga unitária P = 1 é dada pelo parâmetro x , e uma ordenada genérica da LI representa o valor do momento fletor em S em função de x , isto é, LIM M (x) S = S . Em geral, os valores positivos dos esforços nas linhas de influência são desenhados para baixo e os valores negativos para cima. PROFESSORA VANESSA SILVA 34 Linha de influência Com base no traçados de LI's , é possível obter as chamadas envoltórias limites de esforços que são necessárias para o dimensionamento de estruturas submetidas a cargas móveis ou acidentais.
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